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Ramiro Marques
Capítulo um
Capítulo dois
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gerida com total independência curricular e administrativa. Se a
equipa dirigente não conseguir atingir as metas contratualizadas, o
contrato é denunciado e a escola volta a ser dirigida por um director
nomeado pelas autoridades municipais ou estaduais de educação e a
autonomia curricular e administrativa é-lhe retirada.
Capítulo três
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Em Portugal, fecham-se as escolas pequenas com bons resultados e
mantêm-se abertas as escolas grandes com maus resultados. O
debate educativo continua centrado na avaliação de desempenho dos
professores, nos horários, no estatuto da carreira docente e na
criação de mega-agrupamentos. É um debate que não questiona a
centralização e padronização do currículo. É um debate que não
contribui para a reflexão sobre o que é preciso fazer para melhorar a
qualidade do ensino.
Capítulo quatro
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Podem candidatar-se à criação de charter schools grupos de
professores, professores e pais ou empresas com provas dadas na
área da educação. O programa educativo é gerido com total
autonomia mas não pode assumir carácter confessional. As escolas
católicas estão, por isso, impedidas de receberem dinheiro do
Estado.
Capítulo cinco
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protestantes. E há também escolas laicas. Comum a todas, a
dimensão: todas estas escolas optam por servir um número reduzido
de alunos. A pequena dimensão da escola é uma variável que
favorece a qualidade de ensino. O objectivo é permitir que todos se
conheçam pelo nome e possam sentir que fazem parte de uma
comunidade que partilha valores e objectivos.
Capítulo seis
Capítulo Sete
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Os EUA são, provavelmente, a par de Portugal, um dos países que
levou mais longe a ideia da existência de uma associação entre a
avaliação de desempenho dos professores e a melhoria das escolas.
A Florida foi o Estado que levou mais longe o "merit pay", as charter
schools e o cheque-educação.
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Impulsionado pela energia do movimento Tea Party, o GOP (Partido
Republicano) vai usar a vitória nas eleições de 3 de Novembro para
reduzir a influência do Departamento Federal de Educação,
aprofundar o movimento de criação de charter schools e desregular o
acesso à profissão docente, alargamento a base de recrutamento a
mestres e doutores de cursos não vocacionados para a docência.
Capítulo oito
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A solução do problema das escolas portuguesas passa por duas
medidas muito simples: liberdade de escolha das escolas pelos pais e
opção de opting out por parte das escolas que tiverem as condições e
as possibilidades para abandonarem o controlo e a dependência do
Ministério da Educação.
Mas isto não é para fazer de repente. Não sabem como montar um
sistema de livre escolha? Estudem o que os suecos fizeram.
Contratem um especialista sueco na matéria e mandem todo o
pessoal das DRE de regresso às escolas. Pelo caminho, podem seguir
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o exemplo dos suecos que reduziram o Ministério da Educação a uma
mera e insignificante Agência Nacional para a Educação com escassos
poderes de interferência directa nas escolas.
Isso vai acontecer mas demorará o seu tempo. Até lá, é preciso cair
mais fundo e ir mais longe no processo de degradação em curso.
Capítulo Nove
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Tenho dificuldade em aceitar o conceito de merit pay. E a razão
principal é esta: os ganhos talvez não justifiquem os prejuízos. As
escolas são comunidades com um propósito diferente das empresas
que produzem, distribuem ou vendem produtos materiais. As escolas
são comunidades onde se ensina pelo exemplo. A competição
excessiva não é um exemplo saudável para as crianças. E é este
pormenor que me coloca muitas dúvidas sobre a bondade do merit
pay.
Capítulo dez
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escrutináveis. No fundo, fazerem aquilo que as escolas do ensino
superior já fazem há muito.
Capítulo onze
Votar com os pés é a única solução para travar o processo de
degradação do ensino em Portugal. O opting out significa saída
voluntária do sistema.
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#1. A forma clássica é a opção pelas escolas privadas. Só é possível à
classe média alta que vive nos grandes centros urbanos do litoral. Os
pais do interior não têm como optar pelo ensino privado. Os pais com
menos possibilidades económicas não podem por motivos óbvios.
Capítulo doze
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centralismo e o controlismo fazem parte da natureza intrínseca do
socialismo.
Como se caracterizam?
Capítulo treze
Capítulo catorze
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Eu sei que a defesa da liberdade de escolha das escolas é uma tese
impopular entre os professores. Sucede que eu não alimento este
blogue com o objectivo primeiro de ser popular. Saúdo a inclusão
desta questão no discurso político da oposição pela voz de Passos
Coelho. Até agora, apenas o CDS advogava, de forma tímida, a
liberdade de escolha. O PSD foi sempre um irmão gémeo do PS em
matéria de Educação, repartindo ambos as responsabilidades pelo
estado em que se encontram as escolas públicas. Vai deixar de ser?
Não sei. É preciso esperar para ver.
A Suécia, outrora um país socialista, foi o país que mais longe levou o
conceito de livre escolha. Mas há outros países noutras partes do
Globo que também concretizaram o conceito: Austrália e Nova
Zelândia, por exemplo.
O que acontece na Suécia, onde nos últimos anos foram criadas cerca
de mil novas escolas ao abrigo do programa de livre escolha, insere-
se no primeiro caso. Espero que seja essa a opção de Passos Coelho.
Não é preciso inventar nada. Aplique-se, em Portugal, com as
necessárias adaptações, o modelo sueco. Que é aliás o modelo que o
Partido Conservador defende para a Inglaterra e o País de Gales.
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Os professores não têm de recear a aplicação do modelo sueco de
liberdade de escolha das escolas. Mantêm o estatuto de funcionários
públicos e conservam o estatuto da carreira docente. O que podem
esperar de diferente diz respeito ao clima de escola e ao código de
conduta dos alunos. Num caso e noutro, só podem esperar melhorias.
E podem esperar também pelo fim da impunidade dos alunos
violentos. Esses alunos excluem-se do programa de livre escolha das
escolas. Na Inglaterra e País de Gales, há escolas de retaguarda, com
programas específicos, para acolher esses alunos.
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