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História do Direito - Direito nas Missões Jesuíticas

O DIREITO NAS MISSÕES JESUÍTICAS DA AMERICA DO SUL

1.Introdução:

Com a tomada de Constantinopla ( 1453) pelos turcos no inicio da


Idade Moderna, os
Europeus se organizaram a fim de buscar outro caminho para
chegar até o Oriente além do
Mar Mediterrâneo.
Imbuídos no Espírito mercantilista os países Ibéricos (Portugal e
Espanha) foram os
primeiros a realizar a empreitada marítima pelo Oceano Atlântico a
fim de descobrir novos
continentes a chegarem ao Oriente, levando homens para ocupar
outras terras e
“conquistar” outros povos pela guerra e pela catequização;
aumentar suas riquezas,
pela ampliação das fontes de matéria-prima e de mão-de-obra, e
pela criação de um novo
mercado consumidor.
A disputa entre os países Ibéricos pelo domínio das terras
descobertas e das “nãodescobertas” inicia a chegada dos europeus
na América, diante das divergências foi
necessária interferência do Pontífice Romano, como mediador.
O Papa Alexandre VI sancionou a bula Inter Cetera (1493)
favorecendo os interesses
Espanhóis, com condição de que eles levassem os missionários ao
Novo Mundo, com o
objetivo de difundir a fé aos seus habitantes.
Desta forma com o Espírito de propagadores da fé cristã os
propagadores da fé cristã, em
especial a católica dirigiram-se para a América.
Os Jesuítas chegaram ao Brasil (1549);
Conselho das Índias (1566) autoriza a vinda dos membros da
Companhia de Jesus as
América Espanhola, passados dois anos chegam a Lima
dedicando-se quase que
exclusivamente ao ensino.
Criação da Província Jesuítica do Paraguai que seria ocupada pelos
integrantes da
Companhia de Jesus (1607 - 1768) até a expulsão da região
platina.
Os inacianos fundaram as chamadas “Missões Jesuíticas do
Paraguai” ou “Trinta dos Povos
Missões” (1609 a 1706), estendendo-se do Paraguai ao Uruguai, a
Guaiará, no Paraná, ao sul
do Mato Grosso do Sul, nordeste da Argentina e Rio Grande do Sul.
Na América, os jesuítas serviram aos interesses coloniais das
monarquias ibéricas,
ocupando, ampliando e defendendo o território e suas fronteiras,
“pacificando” os
indígenas e, principalmente, exercendo o poder tutelar e atuando
como eficiente veículo de
divulgação da cultura cristã ocidental.

2. ORGANIZAÇÃO INTERNA POLÍTICO-ADMINISTRATIVA -


JURÍDICA

2.1 – O Regimento das Missões

A época do descobrimento da América merece destaque o


nacionalismo eclesiástico e
começa a declinar o poder do direito canônico.
Também nesta época houve o casamento dos reis católicos Isabel
de Castela e Fernando de
Aragão e apesar desta união dos dois monarcas, cada reino
continuou com sua própria
personalidade política e administrativa.
As terras de Castela se mantiveram o direito aragonês, o catalão e
o valenciano.
O território das Índias Ocidentais ficou subordinado ao direito
castelhano e não aos demais
direitos espanhóis, por ter sido a rainha quem patrocinou as viagens
de Colombo.
Em decorrência as exigências do novo ambiente social, geográfico
e econômico, foi
necessária a elaboração de normas jurídicas específicas, o
chamado Direito Indiano.
Assim, a vigência das leis castelhanas nas Índias, alcançou um
caráter supletório, mas
elas continuaram a ser consultadas devido a pouca ou
nenhuma existência das fontes
peculiares do Direito Indiano.
Inseridos neste contexto os jesuítas aceitavam o estatuto legal do
Estado Espanhol,
acreditavam na monarquia originária do direito divino e cumpriam as
normas jurídicas
porque entendiam que a “competência destas regras estabelecidas
racionalmente”, devido
as suas características peculiares de obediência, hierarquia e
legalismo.
Desta forma, tomavam inoperante ou atenuavam “as medidas que
contrariavam seus
interesses ou objetivos da própria ação missionária”, agindo sobre o
Conselho das Índias e
as Reais Audiências, e exercendo influencia sobre os visitadores e
governadores.
Os Jesuítas também interferiam na elaboração de leis referentes
aos seus interesses na
América.
Hierarquia religiosa:
Os padres tinham autoridade tutelar no interior das missões tanto a
civil quanto a
eclesiástica.
O Missionário, por delegação do Rei, reunia autoridade que
envolvia elementos judiciários,
legislativos e de executivo.
O cura ou pároco, por delegação da Igreja tinha igualmente
autoridade religiosa.
A fim de garantir uniformidade em todos os procedimentos dos
padres nas missões Padre
Diego de Torres Bollo criou a primeira normatização escrita, “Marta-
Magna das Reduções
do Paraguai” (1609) tais instruções tratam dos métodos que
deveriam ser utilizados das
reduções, preocupando-se com procedimento uniforme na
administração espiritual e
econômica, costumes e estilo de vida. Lembram a prática cotidiana
de orações, ladainhas,
dos exércitos espirituais, do jejum, da vigília, da penitencia, da
leitura das obras sacras, da
observância das regras e instruções e do estudo da língua Guarani.
Recomendavam ainda o
cuidado com a saúde do cura e do companheiro, primava que as
decisões fossem coletivas,
que os missionários não saíssem a sós, que um deveria apoiar o
outro em momentos de
fraqueza. E que um deveria fiscalizar as faltas do outro.
Foto: Uma redução guarani, mostrando ao centro da praça um
exercício da cavalaria, século XVIII. Para defender-se de ataques
algumas reduções foram autorizadas a manter milícias armadas.
Acrescenta-se ainda a preocupação com a escolha do local da
fundação das reduções, que
deveria ter terra boa, agua potável, bons pastos, peixe em
abundancia, acolhendo-se com os
caciques que melhor conheciam a região. Previa-se os traçados das
ruas e edificações, bem
como a arquitetura e decoração interna das igrejas, que eram
padronizadas.
Concluindo a preocupação maior era com a autossuficiência das
reduções, para que não
faltassem alimentos e vestimentas; aconselhavam o plantio de
arvores frutíferas, legumes e
algodão, assim como a criação de animais e a construção de
açudes, garantindo, aináa, a
sobrevivência dos velhos, doentes e viúvas.
Com relação à educação os caciques deveriam ser cativados para
depois serem
cristianizados. Havia observações com relação à catequização de
crianças e adultos.
Recomendavam a fundação de escolas para meninos, onde se
ensinava o catecismo, a ler, a
escrever, a cantar e a tocar instrumentos musicais. Havia
recompensa para os melhores.
Instruíam sobre o batismo, o casamento, a extrema-unção e os
enterros. Previam um
sistema de fiscalização da população e formas e tipos de castigos.
Revelam a preocupação
coma erradicação das bebedeiras. Determinam o isolamento das
missões e o impedimento
do contato com os espanhóis (encomendeiros). Introduziam as
Cartas Ânuas (relatórios
anuais que descreviam o cotidiano das missões), os livros de
batismo, de casamentos e da
população em geral. Zelam pela castidade e pela privacidade dos
religiosos.
Em cada missão existiam dois sacerdotes, o cura doutrineiro que
era um padre mais velho
e experiente e um jovem missionário chamado de companheiro.
Para não criar prováveis
enraizamentos o rodízio entre os missionários era frequente.

2.2 O Reducionismo

O Reducionismo era o projeto político de integração do Inicio ao


sistema colonial. Era uma
forma de “civilizar” o indígena, urbanizando-o, pela concentração e
pelo isolamento em
determinação em determinado espaço físico, favorecendo a tutela
através da organização
administrativa missional. Para tanto concentravam as aldeias
indígenas dispersas num
mesmo local, a fim de facilitar o contato diário com os missionários,
a conversão e
evangelização. Tal forma de agir garantia a submissão dos Índios à
Espanha colocando os
Índios sob a hierarquia administrativa Imperial, subjugando-os
duplamente: ao Estado e a
Igreja.
Características das Reduções Jesuíticas do Paraguai:
Garantia a submissão dos Índios à Espanha;
Eram reunidas de quarenta a cinquenta parcialidades étnicas
distintas;
Formava-se uma comunidade de três a oito mil habitantes;
Cada parcialidade era distinguida com o nome de um santo;
Dividiam o mesmo espaço físico em convivência pacífica;
Quebra-se a unidade das parcialidades étnicas;
Os antigos caciques Guarani que aceitavam prestar
espontaneamente vassalagem eram
mantidos no poder, administrativos coloniais e a esfera jurídica da
sociedade global
espanhola;
Tomavam-se funcionários da administração colonial hispânica,
tornando-se uma pequena
nobreza reconhecida pela legislação colonial.
O cargo do cacique toma-se vitalício e hereditário, que significa
dizer que a figura do cacique
em reduções é o padre jesuíta, a aliança informal entre cacique e
jesuíta, descaracterizando
a instituição do cacique guarani.

2.3 A ORGANIZAÇÃO DO CABILDO


Cada redução deveria ter um Cabildo, isto é dotado de completa
estrutura políticoadministrativo e jurídica. O cabildo possuía
diversos membros, não corregedor exercia
“importante papel político na sua função de cacique principal”, que
desempenhava funções
específicas.
Corregedor – autoridade superior do cabildo.
O corregedor era uma espécie de prefeito que exercia outras
funções além das
administrativas, o cargo não era eletivo. O corregedor era
indicado pelo cura e nomeado
pelo governador provincial. Toda supervisão das missões
estavam sob a supervisão
da cura, até a aceitação da indicação dos demais membros do
cabildo, e todos eles sob
supervisão, direção e controle do cura.
Ao corregedor Cabia além o papel de Cacique principal, censor dos
costumes, inspetor das
atividades econômicas e da armazenagem dos bens comuns da
Missão, juiz e mantenedor
da ordem.
O Tenente de corregedor era o vice-prefeito que, substituiria o
corregedor em caso de
necessidade.
Os delegados de bairros, vereadores tinham diversas funções de
natureza militar, judicial,
do cuidado com as ruas, praças e prédios públicos e do controle do
abastecimento além de
cumprir tarefas que os alcaides determinassem.
Dentro das reduções dois alcaides possuíam jurisdição, dentro das
reduções e nas cercanias,
denominadas alcaides urbanos ou ordinários. Também existiam os
alcaides da irmandade
ou os alcaides rurais.
O alferes-real era o chefe militar comandante da milícia e
depositário do estandarte real.
O Olgazil era policial e oficial de justiça.
O escrivão era o secretário.
Além das autoridades do cabildo existiam outros auxiliares:
mordomo; os oficiais de
guerra; o mestre da música; os alcaides de oficio; os alcaides de
mulheres e jovens; e o
sacristão.
Apesar de toda hierarquia político-administrativa, controlada pelos
indígenas, a
autoridade superior era do cura e de seu companheiro,
representantes do governo
espanhol com autoridade conferida pelo Real Patronato.
Oficialmente, a administração da justiça ficava ao encargo do
corregedor e dos alcaides,
mas na pratica dos processos eram revisados pelo cura antes da
sentença final. Em casos
mais complexos, o cura deveria consultar o superior ou algum
jurista, concluindo-se então
que os curas eram juízes de pleitos que solucionavam pequenas
causas no interior da
missão.
Em caso de apelação de pleitos envolvendo Índios e o cura, ou
entre reduções, havia juízes
oficiais. Os indígenas poderiam recorrer a sentença dos padres, aos
superiores das missões
que faziam visitas anuais, e ao provincial que visitava as missões a
cada três anos.
Apesar de toda legislação serem regidas pelas Leis das Índias, nem
sempre eram suficientes
e adequadas para o caso concreto das missões, por isso o Rei
Felipe III (1620) concedeu aos
jesuítas da América, a autorização para redigirem seu próprio
estatuto, conforme suas
necessidades, constituindo-se o Livro das Ordens, que era seu
próprio corpo legislativo, do
qual cada redução deveria ter um exemplar para garantir a
uniformidade do
procedimento.
Contudo a autonomia legislativa e judiciaria era apenas aparente,
pois em nenhum outro
local da América Espanhola se respeitou tanto o “real direito e
domínio” e se exerceu com
mais fidelidade o “real patrono e a jurisdição eclesiástica” do que
nas missões jesuíticas.
Isto demonstra bem o caráter legalista dos jesuítas.

O DIREITO CIVIL NAS MISSÕES


O direito civil missioneiro possuía normas do direito canônico
e do direito castelhano. Do direito ca nônico com relação ao di
reito de família e do dir eito castelhano com relação ao sistema
de propriedade e nas relações de trabalho.

O Sistema de Propriedade

Ao iniciar o assunto a respeito do regime de propriedade


implantado nas Missões Jesuíticas do Paraguai, convém reportar-
se ao direito público castelhano do século XVI. A doutrina da
soberania real apoiava-se em dois princípios: um de origem
romana, o Imperium, legitimando o poder real de comando
sobre seus súditos; o outro de origem medieval, o Dom inium,
garantindo ao rei o poder de posse sobr e t odo o território do
Estado. “Era a soberania a um só tempo jus in p ersonam e
jus in re.” Tal concepção garantiu Coroa ampliar a propriedade
a todo país que era submetido à soberania real, inclusive as
terras conquistadas na América. Com o intuito de incentivar
conquistadores particulares, os reis de Espanha e Portugal,
transferiram aos “empresários ” o seu di reito à conquista, “e
também lhes davam a faculdade para adjudicar-se certa porção
do conquistado e dar o resto a seus companheiros
subordinados, reservando certa porcentagem ao rei.”40
Além de explorar a terra à qual tinham direito de posse, os
conquistadores também exploravam a população nativa que já
habitava aquela região, através da mão -de-obra
e do pagamento de im postos. Mas o rei permanecia sempre com o
alto domínio sobre as terras doadas, podendo dispor desses bens,
à medida que o bem público o exigisse. O território dos
Trinta Povos das Missões, não havia sido ainda efetivamente
conquistado, nem por meiospacíficos, nem por m eios militares,
antes da che gada dos jesuítas, nem o re i, nem particulares
tinham sua posse. Inspirado na tese do jur ista Francisco de
Vitoria, que garantia aos indígenas o direito de propri edade
aos seus bens ori ginários, desde que se s ujeitassem à C
oroa pacificamente, no início da pregação dos jesuítas na
região platina, o rei de Espanha, por intermédio de seus
legítimos representantes, os governadores de Assunção e
Buenos Aires, cessou qualquer doação anterior que pudesse ex
istir e confirmou a possc do território aos índios Guarani,
desde que se convertessem temporal c espiritualmente pelos
membros da Companhia de J esus, submctendo-se pacífica e
voluntariamente ao rei da E spanha, adquirindo alguns dir eitos e
alguns deveres.

As Relações de Trabalho

Dentro desse novo padrão socioeconômico da sedentariz ação,


da concentração e da urbanização da população indígena
reduzida, aparece a organização produtiva. A tut ela religiosa
faz com que o trabalho organizado passe a ser uma obri gação
para homens, mulheres e crianças, assumindo uma força
moralizadora, desconhecida pa ra as pop ulações indí genas. A
idéia dominante de que os índios eram um povo preguiçoso,
incapaz, órfão e indisciplinado incentivou a implantação de um
sistema produt ivo nas reduções, sendo um dos objetivos
Através do trabalho, com o aumento da produção em
qualidade e quantidade, os Guarani teriam acesso aos bens
indispensáveis à sua subsistência e também aos bens materiais
Rompe-se o ritmo do tr abalho indígena que passou a ser
considerado insuf iciente, através da tentativa de eliminar seus
“vícios” tais como: as int errupções do trabalho intercaladas
com descans o, festas e jogos. Procurava-se garantir o
aproveitamente do tempo tomando-o integralmente útil, através
do “controle ininterrupto, pressão d os fiscais, anulação
de tudo o que possa perturbar e distrair”. Cria-se, assim , um novo
sis tema de produção, “hierárquico, autoritário e coercitivo”,
totalmente diverso do Gu arani. Cada indivíduo tem definido o
seu papel produtivo, bem como a sua parcela na distribuição
dos bens produz idos.68 Aquele indi víduo que não se enquadr
asse no pàdrão de comportamento de trabalhad or disciplinado
era rechaçado, vindo a receber sanção moral e fisica. O trabalho
disciplinado passa a ser uma obrigação legal, e a sua
omissão, ou seja, o não-trab alhar, ou o não-trabalhar de
acordo com os padrões estabelecidos de um trabalho
altamente produtivo e disciplinado, passa a ser infração penal.
A disciplina ajuda no au mento das aptidões dos i ndivíduos
tornando-os mais úteis ao processo produtivo e mais “dóceis” no
processo de conversão. A sanção para os que negli genciassem
o trabalho era o chicote, a prisão e a supressão da ração
diária, dependendo da gravidade do delito. Normalmente a
aplicação dos castigos acontecia mais a os indivíduos que não
cumpriam o seu dev er na roça particular, pois os índios, por
tradição, tinham mais motivação no trabalho coletivo do que no
individual.

O DIREITO PENAL NAS MISSÕES

Recebeu influência do direito canônico nas questões relativas à


moral, aos bons costumes e nos crimes praticados contra a fé e a
religião (heresia, feitiçaria, sacrilégio, apostasia e outros). os demais
atos imputados como crime, e o sistema de sanções introduzidos
nas reduções têm sua origem no direito castelhano.
– o sistema de vigilância
Divisão da redução em quartéis ou bairros,
fiscalização do trabalho e da redução em tempo integral

4.2 a idéia de pecado


Introdução do controle através da idéia de culpa e de pecado no
imaginário Guarani.

Sistema de punição i
autoridade dos jesuítas como tutor indígena;
padre Diogo – xamanismo;
crianças x castigo público;
suplício (chibatadas)
prisão perpétua ou por tempo indeterminado
banimento
arrastamento
acorrentamento
tosa dos cabelos
oração de penitência
PUNIÇÃO III
CRIMES:
antropologia, adultério, concubinato, incesto,
poligamia, sodomia, bestialidade, luxúria, bebedeiras, escândalo,
festas pagãs, vadiagem, indisciplina, feitiçaria, rixa, lesão corporal,
aborto, homicídio, envenenamento, deserção, roubo.
Sistema punição iv
crimes severos:
desertores, vadiagem, bebedeiras, indisciplina, festas profanas,
poligamia e homicídios,

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