Sunteți pe pagina 1din 30

Higiene e Segurança

do Trabalho
Material Teórico
Agentes Físicos II

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Esp. Erika Gambeti

Revisão Textual:
Prof. Ms. Claudio Brites
Agentes Físicos II

• Temperaturas Extremas
• Temperaturas extremas e seus fatores e mecanismos
• Troca térmica e seus mecanismos
• Calor Radiante
• Avaliação da exposição ocupacional ao calor e ao frio
• Avaliação de exposição ocupacional ao frio

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Identificar, na classificação geral dos agentes físicos, o domínio
de cada agente; aplicar os limites de exposição correspondentes;
aplicar a legislação ocupacional pertinente; enunciar as principais
características de cada agente; enunciar as medidas gerais de controle
relativas a cada agente.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Agentes Físicos II

Temperaturas Extremas
O calor e o frio podem causar desconforto quando com seus limites de intensidade
em graus extremos e, com isso, a eficiência dos trabalhadores diminui.

Em locais como usinas, fundições, indústrias de papel, metalúrgicas, fábricas


de vidro e olarias, encontramos a exposição ao calor. O calor também pode ser
encontrado nos trabalhos ao ar livre, nas estações mais quentes. Quando é realizada
a avaliação, é importante que sejam levados em consideração a umidade do ar, a
velocidade, a temperatura, o calor gerado pelo metabolismo. Dentro dos itens
de avaliação, temos: Termômetro de Globo (IBUTG) (NR 15, em seu Anexo 3,
Temperatura Efetiva Corrigida (TEC), Temperatura Efetiva (TE), Índice de Bulbo
Úmido e Índice de Sobrecarga Térmica (IST). O equilíbrio térmico rege a exposição
ao calor, ou seja, por meio do ambiente o organismo ganha ou perde calor, a
expressão que representa isso é: M +/- C +/- R – E = Q

Onde:
C = calor perdido ou ganho por convecção/condução (+/-)
Q = calor existente no organismo
R = calor perdido ou ganho por radiação (+/-)
M = calor ganho, produzido pelo metabolismo (+)

Se: Q < 0 Hipotermia (perda de calor)

Q > 0 Acúmulo de Calor ou Sobrecarga Térmica

Segundo a NR15, temos que o limite de tolerância a exposições ao calor pode


ser considerado das seguintes formas: regime de trabalho com descanso dentro e
fora do local de trabalho. Sendo que, nas duas opções, é necessária a quantificação
do calor através do IBUTG, que deverá ou não levar em consideração a carga
solar no momento da medição, podendo ser calculada nos ambientes externos ou
internos, sem carga solar também.

IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg ou para os externos com carga solar IBUTG = 0,7
tbn + 0,2 + 0,1 tbs.

Tbn = temperatura de bulbo úmido natural


Tg = temperatura de globo tbs = temperatura de bulbo seco

O calor em excesso pode causar exaustão, desidratação, insolação, edemas,


cãibras e hipertermia. Para que esses problemas não ocorram, é importante que se
tome algumas medidas para controlar essa exposição, como: aumentar a distância
entre o trabalhador e a fonte de calor, blindagem das fontes radiantes, redução das
temperaturas, barreiras refletivas, aumentar a velocidade do ar, diminuir o tempo
de exposição durante o trabalho e descanso térmico.

8
Já no caso de exposição ao frio, podemos encontrar essa principalmente nas
empresas de frigoríficos e no trabalho nas câmeras frias. O excesso de frio pode causar
alguns problemas ao trabalhador e diminuir sua eficiência, alguns desses danos seriam:
enregelamento dos membros, dificuldades de execução, problemas respiratórios e
cardiovasculares e úlceras. Impedir que a temperatura do corpo sofra redução abaixo
de 36°C e prevenir as lesões pelo frio é o objetivo da avaliação do frio.

Quando temos o aumento do frio, deparamo-nos com a vasoconstrição; já


no aumento de calor, temos a vasodilatação, isso porque o objetivo seria reduzir
as perdas de fluxo sanguíneo e calor por meio da proporcionalidade da queda
de temperatura. Ocorre uma diminuição das atividades corpóreas quando a
temperatura do corpo está abaixo de 35°C, por sua vez também temos a queda da
pressão arterial, do metabolismo interno e a diminuição dos batimentos cardíacos.

O corpo responde com tremores quando tenta aumentar o calor para compensar
as perdas. Sintomas como sonolência e coma podem ocorrer quando a queda
chegar a 29°C, por conta do mecanismo termorregulador que temos no corpo,
mais precisamente no hipotálamo.

No Anexo 9 da NR15, encontramos a legislação básica que estabelece as


características qualitativas em relação à temperatura. Os resultados que a exposição
ao frio podem trazer ao trabalhador são necroses, feridas, rachaduras, doenças
articulares e respiratórias e também enregelamento.

Medidas de controle podem e devem ser apresentadas. Dentre elas, podem


ser adaptadas: aclimatização, períodos intercalados de trabalho, vestimentas
adequadas, exames médicos periódicos e treinamentos.

Você Sabia? Importante!

Normalmente, o calor é encontrado em atividades especificas como: siderurgias,


fundição, indústria de vidro, indústria têxtil, padarias, entre outras.

Temperaturas extremas e seus fatores


e mecanismos
A higiene ocupacional expõe algumas definições do que seriam temperaturas
extremas no ambiente ocupacional. Além disso, ela tem a função de auxiliar na
análise das situações de exposição ao frio e ao calor, apresentando os aspectos,
mecanismos e fatores que têm influência direta no equilíbrio térmico do corpo
humano, assim como quais as reações que ele apresenta diante de exposições
extremas e os procedimentos que deverão ser utilizados nos ambientes de trabalho
de acordo com a normatização prevencionista, além de verificar o grau de
insalubridade para as atividades.

9
9
UNIDADE Agentes Físicos II

O objetivo da termorregulação é manter o equilíbrio da temperatura e suas


variações a fim de que os sistemas vitais não tenham problemas e possam trabalhar
de maneira adequada.

O hipotálamo é que coordena essa tarefa, possui uma substância cinzenta e


é o centro de integração e controle das atividades automáticas do organismo,
tendo como responsabilidade funções do corpo como: apetite, balanço de água,
temperatura, regulagem do sono (FUNDACENTRO, 2001). Ele também está
sempre preparado para o recebimento dos estímulos elétricos que se originam
das células da pele, dos músculos e de outras partes do corpo, para perceber o
ganho ou a perda do calor. Com isso, ativa os nervos e aciona o mecanismo de
compensação (vasodilatação, vasoconstrição e sudorese), que influi diretamente
nas trocas térmicas que o corpo faz com o ambiente, para que a temperatura
interna do corpo não se altere.

Podemos explicar a vasodilatação da seguinte maneira: quando um trabalhador


entra em um ambiente de temperatura alta como 45°C, podemos observar pela
pele que existe uma diferença de temperatura entre o corpo e o ambiente; com isso,
os estímulos avisam ao hipotálamo que, por sua vez, já informa ao núcleo do corpo
que o ambiente está quente, iniciando assim a vasodilatação. Essa vasodilatação
faz com que os vasos sanguíneos que estão na superfície da pele dilatem seus
diâmetros, fazendo com que a temperatura local seja elevada e mais sangue passe
próximo da pele, tais vasos são chamados de capilares.

Como a presença de sangue e o aquecimento da pele ocorrem antecipadamente,


a dissipação de calor pelos mecanismos de convecção e radiação ocorre. O corpo
aumenta a frequência dos batimentos cardíacos para poder enviar mais sangue à pele.

Ao se esgotarem as ações acima, quando elas não são suficientes para manter
um equilíbrio térmico, começa a produção de suor, que serve para refrigerar a pele,
é quando ocorre a perda de calor por conta da evaporação do suor. Sudorese ou
sudação é a produção excessiva de suor.

Já para ambientes frios, a termorregulação humana começa com a vasoconstrição,


que tem por finalidade evitar que o sangue passe para a superfície da pele. Para
isso, continua irrigando sangue apenas para a região do cérebro e dos órgãos
de funções vitais, garantindo assim que a temperatura alterada não interfira no
funcionamento do organismo; mas, com isso, a temperatura da pele diminui da
mesma forma que com a troca de calor com o ambiente. Quando o equilíbrio não
é mantido a partir da vasoconstrição, são iniciados os tremores musculares pela
termorregulação, para que ocorra o aumento do metabolismo.

Essas formas de aumento ou diminuição dos vasos sanguíneos é a forma do


organismo responder e reagir para que o equilíbrio térmico seja mantido.

10
Troca térmica e seus mecanismos
A temperatura interna é mantida constante no caso da maioria dos mamíferos,
inclusive do homem, mesmo com todas as variações térmicas do ambiente. Somos
denominados homeotérmicos por sermos dotados dessa capacidade. Somos
também endotérmicos, pois temos a capacidade de criar nossas fontes de calor
próprias. Entendemos como temperatura externa o frio e o calor, nos casos em que
as temperaturas podem causar danos e alterações na saúde do ser humano. Com
isso, podemos utilizar como equação de equilíbrio homeotérmico para o corpo que
sofre exposição a esses extremos de calor e frio: M +/- C +/- R – E = Q

Onde:

C = calor perdido ou ganho por convecção/condução (+/-)

Q = calor existente no organismo durante a exposição (acumulado)

R = calor perdido ou ganho por radiação (+/-)

M = calor ganho, produzido pelo metabolismo (+)

E = calor ganho ou perdido pela evaporação (+/-)

Quando falamos sobre metabolismo, estamos falando do calor resultante de


atividades físicas – não podendo esse ser confundido com o metabolismo que
funciona quando estamos em repouso “basal”.

Por meio desses mecanismos, podemos ter as trocas térmicas, sendo elas por
radiação, convecção ou por condução – isso dependerá da temperatura da pele e
também da temperatura do ambiente.

Condução é caracterizada quando existe passagem de calor entre dois objetos


em contato, sendo transmitido do objeto mais quente para o menos quente. O
equilíbrio térmico ocorre quando as temperaturas dos dois objetos se igualam.

Por conta dos movimentos dos fluídos é que ocorrem as trocas térmicas nos
corpos. A troca acontece primeiramente por um corpo aquecido e o ar próximo.
Com isso, a temperatura desse ar aumenta e ele fica mais leve. É quando um
movimento ascendente surge e se desloca fazendo com que um volume de ar frio
o substitua. O ar que é aquecido é transportado para os corpos mais distantes e
leva o calor.

No caso da radiação, o calor é propagado sem que seja necessário um meio


material. Um corpo aquecido emite radiação para os corpos que possuem
temperatura menor por meio de uma radiação infravermelha. Esse é denominado
de calor radiante. No caso da evaporação, a troca de calor ocorre por conta da
diminuição da temperatura da pele, que aparece por conta da mudança de fase do
suor que é produzido.

11
11
UNIDADE Agentes Físicos II

O balanço homeotérmico depende dos mecanismos para que ocorra o equilíbrio


térmico, sendo Q=0. Nos casos que temos Q > 0, temos a chance de que ocorra
a hipertermia; e nos casos de Q < 0, a hipotermia.

Consideramos a hipertermia como a elevação anormal da temperatura. Esse


tipo de ocorrência pode levar à morte, pois o sistema termorregulador não tem
mais controle das diferentes temperaturas do corpo. A sobrecarga térmica pode
ser a responsável por uma hipertermia, no caso de exposição ocupacional, em
que o trabalhador ao fica exposto a uma carga térmica suficiente para esgotar por
completo o organismo.

São possíveis também outros tipos de problemas de saúde, como exaustão


do calor, choque térmico, cãibras, desidratação. A cãibra ocorre por conta das
contrações e espasmos nos músculos, ocorrendo assim a diminuição de cloreto
de sódio por conta da sudorese. Já a exaustão do calor ocorre por conta da
vasodilatação, que vem acompanhada de uma baixa da pressão arterial, perdendo
sais e água, e, com isso, dificultando que o sangue seja levado ao cérebro, trazendo
fraqueza, tontura e mal-estar. A desidratação acontece pois a quantidade de sangue
causa a exaustão do calor. No caso do choque térmico, é quando a temperatura do
núcleo do corpo chega a valores que comprometem a vida do indivíduo, afetando
assim a vitalidade dos tecidos.

Temos uma equação que ilustra melhor a condição de sobrecarga térmica, onde
as taxas de calor recebidas e produzidas pelo corpo são maiores do que o calor que
se perde durante a evaporação do suor: E < M + C + REq

São analisadas as condições de trabalho com a possibilidade de sobrecarga


térmica no caso da exposição ocupacional, que ocorre tipicamente em ambientes
industriais quentes, e que pode ser desenvolvida por conta dos trabalhos pesados,
como os realizados nas siderúrgicas, padarias, metalúrgicas ou em locais que
possuem fontes de radiação.

Já nos casos em que existe a exposição ao frio, a manutenção da temperatura


ocorre com o decréscimo da perda de calor, para assim preservar os órgãos internos
e seu funcionamento; um tremor incontrolável para produzir calor ocorre por conta
das quedas da frequência cardíaca, aumento da produção de calor, pressão arterial
e taxa metabólica. Quando o corpo está imerso em água fria, essa perda se torna
mais significativa, ou até mesmo quando o indivíduo está exposto a um ambiente
com baixas temperaturas ou quando se utiliza vestimentas úmidas.

Podem ser divididos em lesões congelantes ou não, os problemas de saúde


causados por conta do frio ocupacional. No caso do não congelante, podemos
citar a hipotermia, que ocorre quando a temperatura do núcleo atinge a 35°C, e
com isso o corpo é obrigado a repor a perda de calor. A queimadura por frio é bem
comum nos casos de exposição prolongada ao frio úmido, que causa um inchaço
e uma vermelhidão localizados nos pés e nas mãos. A queimadura mais severa por
conta do frio é a perniose, que contem escaras escuras em torno dos pés e das
mãos e causam muitas dores.

12
A exposição por muito tempo à água fria pode causar o que chamamos de pés
de imersão, ou pés de trincheira, que possui três estágios: isquêmico, hiperémico
e pós-hiperémico:
· Isquêmico é quando existe uma área lesionada nos pés que fica inchada,
branca, fria e adormecida;
· Hiperémico, quando temos lesões com ulcerações e vesículas;
· Pós-hiperémico, quando ocorrem dormências, tonalidades escuras e
pruridas.

A Frosbite (congelação) é a lesão que merece mais atenção no caso das lesões
congelantes, pois o congelamento é irreversível nas áreas periféricas – como
dedos, orelhas, nariz –, pois possui vesículas hemorrágicas e profundas causando
a formação de necroses e gangrena seca, levando até mesmo à autoamputação.

Nas avaliações estudadas pela Higiene Ocupacional, as mais comuns são as que
interferem nas trocas térmicas, são: velocidade do ar, temperatura do ar, umidade
relativa do ar, tipo de atividade e calor radiante. Tratamos delas abaixo:
a) Velocidade do ar: aumenta a troca térmica entre o ambiente e o corpo,
através da convecção ou condução. São diversos os instrumentos que
podem medir essa velocidade do ar, esses são chamados de anemômetros.
Temos também os que possuem a opção de medir a velocidade, a
umidade relativa e a temperatura ao mesmo tempo, que são chamados
de termo-higroanemômetro;
b) Temperatura do ar: a temperatura do ar influencia na troca de calor do
ambiente com o corpo. Podemos utilizar um termômetro de bulbo seco,
termorresistenciais e termopares para medir essa temperatura. Quando
a medição apresenta uma temperatura maior do que a do corpo para o
ambiente, temos a indicação de que acontece um ganho de calor pelo
organismo através da condução ou convecção;
c) Umidade relativa do ar: a umidade está relacionada com a quantidade de
vapor de água que uma quantidade de ar contém. O que denominamos
umidade relativa é o que interessa no caso da exposição, por conta da
relação entre o vapor saturado e a quantidade de vapor que o ar possui.
Podemos definir como é a relação entre a pressão de saturação e a pressão
parcial de vapor de água, utilizamos de um termômetro de bulbo úmido
natural para tanto. Esse instrumento sensível mede em qual temperatura
a água evapora no ar. No caso da medição da umidade relativa do ar, é
necessário que se tenha a informação sobre a temperatura do ambiente,
e essa deve ser feito por meio de um termômetro de bulbo seco junto
com o do bulbo úmido. Com a obtenção desses dados, entramos na
carta psicrométrica, obtendo a leitura da umidade relativa.
A troca térmica de calor que ocorre entre o corpo humano e o ambiente externo
pode ter como empecilho a umidade relativa do ar, por meio da evaporação.
Portanto, a perda da evaporação poderá ser maior ou menor, de acordo com o valor

13
13
UNIDADE Agentes Físicos II

da umidade relativa, pois essa é a função da pressão de vapor de água do ambiente


junto com a pressão de vapor que existe na superfície da pele. Podemos perceber
que a umidade está baixa ou alta por meio da diferença entre as duas leituras.
A relação funciona da seguinte forma: quanto mais próximo à medida da
temperatura que foi detectada pelo bulbo úmido estiver a que saiu na do bulbo seco,
mais alta é a umidade relativa, mostrando assim uma saturação onde a umidade
relativa é de 100%, no caso de ambas serem iguais. Sendo assim, a troca de calor
na evaporação é mais difícil; ao contrário, quando as leituras forem mais distantes,
então a presença de umidade relativa será mais baixa.

Calor Radiante
O calor que os corpos aquecidos apresentam a partir de fontes de radiação
infravermelha são considerados como Calor Radiante. No estudo da Higiene
ocupacional é apresentada a influencia que se tem pela medida da temperatura
de globo. Utilizamos o termômetro de globo para medir, esse equipamento tem
uma esfera de cobre pintada de preto fosco e possui as dimensões de 152,4 mm
diâmetro e 1 mm de espessura.
Possui também um tubo de 25 mm de comprimento e 18 mm de diâmetro
que serve para introduzir um termômetro que está centralizado na esfera. Não
devem ser desconsideradas essas instruções, pois são bem significativos na análise
da exposição ao calor (SPINELLI, 2006).

Tipo de Atividade:
Enquanto se realiza o trabalho, pode ser medida a taxa metabólica do trabalhador,
conseguindo assim classificar a atividade realizada. Isso tudo através da geração de
dióxido de carbono, dos batimentos cardíacos e do consumo de ar. Ainda existe
bastante dificuldade de realização das medições, pois não temos ainda equipamentos
disponíveis que sigam as exigências legais brasileiras.
A análise de avaliação de exposição ocupacional ao calor é feita através da
produção de calor que o metabolismo produz constituído pela parte total de calor
do organismo quando se está num ambiente quente. A opção é a estimativa dessa
taxa metabólica, através de literatura e legislação.
Tabela 1 - Taxa Metabólica por tipo de atividade:
Atividade Taxa metabólica (kcal/h)* Taxa metabólica (W/m²)**
Sentado
Em repouso 90 58
Trabalho leve com as mãos (Ex: escrever, 105 68
datilografar, etc.)
Trabalho moderado com as mãos e braços (Ex: 170 110
desenhar, trabalho leve de montagem, etc.)
* Taxa metabólica definida por um homem-padrão (possui área superficial de pele de 1,8 m²)
** Relação matemática de conversão para um homem-padrão na qual 1 kcal/h é igual a 0,859107 x 1,8 m²
Fonte: Adaptado da NHO 06 (2002)

14
Avaliação da exposição ocupacional
ao calor e ao frio
Calor
Devemos estudar a Norma de Higiene Ocupacional 06 (NHO 06), olhando pela
visão prevencionista e também para estudos mais atualizados da ACGIH (American
Conference of Governmental Industrial Hygienists). Já para a legislação, deve
ser considerado a avaliação concentrada para a caracterização da insalubridade
térmica, não podendo ultrapassar os limites de tolerância que estão estabelecidos
no anexo 03 da NR-15 (Atividades e Operações Insalubres).

Considera-se um adicional de 20% para os trabalhadores que têm exposição ao


calor, segundo a norma.

NHO 06 – Norma de Higiene Ocupacional 06


Essa norma visa estabelecer procedimentos e critérios para avaliar a exposições
ocupacionais ao calor que acarretem sobrecarga térmica e apresentem probabilidade
de causar danos à saúde do indivíduo, sendo ela de referencia técnica oficial do
Fundacentro, órgão que elabora as Normas de Higiene Ocupacional e instituto de
pesquisa vinculado ao Ministério do Trabalho.

Essa é aplicada nos casos de avaliação da exposição ao calor, e não nos estudos de
conforto térmico. É possível utilizá-la para serem feitas as avaliações dos ambientes
externos e dos ambientes internos que tenham ou não carga de energia solar.

Nos procedimentos de avaliação do calor, são utilizados alguns termos que são
coletados e adaptados da NHO 06.

Situação Térmica – refere-se a cada parte do ciclo de exposição, dos ambientes


que interferem na carga térmica em que os trabalhadores serão expostos;

Ciclo de Exposição – refere-se ao conjunto de situações em que os trabalhadores


são submetidos, atividades físicas que realiza em sequência definida e de forma
contínua ao longo do período de trabalho;
· Para ambientes internos ou externos, porém sem carga solar, utilizamos a
fórmula: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
· Para ambientes internos ou externos com cargas solares: IBUTG = 0,7 tbn
+ 0,1 tbs + 0,2 tg

Onde:

Tbn = temperatura natural do bulbo úmido


Tg = temperatura do globo

Tbs = temperatura do bulbo seco

15
15
UNIDADE Agentes Físicos II

A medição deve ser feita na altura real, ou seja, onde o corpo é mais atingido
pela exposição.

Podemos considerar como médias ponderadas o termômetro de globo médio e


o índice de bulbo dos diversos valores obtidos durante um período de 60 minutos.

Podemos calcular da seguinte maneira:

IBUTG1 xt1 + IBUTG2 xt2 + ... + IBUTGi xti + ... + IBUTGn xtn
IBUTG =
t1 + t2 + ... + ti + ... + tn
t1 + t2 + ... + ti + ... + tn = 60 minutos

Onde:

IBUTG = termômetro de globo médio ponderado e índice de bulbo úmido no


tempo em °C.

IBUTGi = termômetro de globo médio ponderado e índice de bulbo úmido na


situação térmica “i”.

Ti = tempo total da situação térmica “i”, durante o período de 60 minutos em


condições desfavoráveis.

A ponderação da média é feita a partir do tempo de 60 minutos, como


pudemos ver nas expressões para a avaliação do calor. Ou seja, mesmo que
o trabalhador execute as atividades num período de oito horas, serão medidos
apenas 60 minutos e o resultado desses será utilizado para o cálculo de exposição.
No caso da análise, são consideradas todas as condições de sobrecarga térmica,
depois selecionadas as mais desfavoráveis. Isso para escolha do par: atividade
física e situação térmica; considerando parâmetros ambientais e também a taxa
metabólica gasta durante o trabalho.

Importante! Importante!

O dispositivo deve ser posicionado de maneira que consiga realizar de maneira correta
as leituras que representarão a situação térmica da exposição. Esse posicionamento é
chamado de Ponto de Medição. Com isso, referimo-nos à fixação do equipamento para
que a IBUTG possa fazer monitoração. O equipamento fica posicionado em um tripé na
região onde mais atinge o trabalhador.

Grupo de exposição homogêneo – Ao analisar um grupo de trabalhadores que


passam por uma exposição parecida, trabalhando nas mesmas condições físicas,
podemos ter uma avaliação grupal, sendo essa passada para todos os trabalhadores
desse grupo.

16
Taxa Metabólica Média – Média ponderada que é conseguida através da análise
de exposição em um tempo de 60 minutos.

M 1 xt1 + M 2 xt2 + ... + M i xti + ... + M n xtn


M= t
t1 + t2 + ... + ti + ... + tn
t1 + t2 + ... + ti + ... + tn = 60 minutos
Onde:

M = taxa metabólica ponderada média (kcal/h)

Mi = taxa metabólica da atividade “i” (kcal/h)

A NHO 06 oferece um quadro com diversas atividades para a classificação delas


e posteriores coletas de dados das taxas metabólicas. As atividades que não são
encontradas nele são realizadas em movimento e em pé. Essa norma também
apresenta outras taxas metabólicas para atividades típicas que se encontram no
Anexo A. As taxas para pessoas que transportam carga, assentamento de tijolos e
moldagem mecanizada também estão contidas nela.

Abaixo, um exemplo com algumas atividades adaptadas da norma em questão:


Tabela 2
Atividade Taxa metabólica (kcal/h)* Taxa metabólica (W/m²)**
Exemplos para atividades realizadas pelos colaboradores sentados
Trabalho pesado de mãos e braços (Ex: bater pregos 210 136
e limar
Trabalho moderado de braços e pernas (Ex: dirigir 215 139
ônibus ou caminhar em trânsito urbano)
Exemplo para atividade em pé
Em repouso 115 74
Trabalho leve em máquina ou bancada, 150 97
principalmente braços
Trabalho pesado de braços e tronco (Ex: corte 365 236
manual com serrote ou serra)
Fonte: Adaptado da NHO 06 (2002)

Limite de Tolerância à Exposição


Esse seria o valor máximo de IBUTG, onde a taxa média metabólica e as condições
às quais os trabalhadores estão expostos, sendo elas repetidas diariamente ao longo
de sua vida de trabalho, estão relacionadas.

Os valores máximos de IBUTG são aceitáveis quando analisamos a sobrecarga


térmica. Depois que se tem um valor estimativo do metabolismo, analisaremos
a posição e o IBUTG que é aceito. Caso o valor de IBUTG for maior, podemos
considerar que a atividade exercida é insalubre e pode trazer danos à saúde do
trabalhador, por conta da exposição ao calor.

17
17
UNIDADE Agentes Físicos II

Vejamos como exemplo uma parte do Quadro 02 da NHO6, em que encontramos


o limite de exposição ocupacional ao calor:
Tabela 3
M (kcal/h) IBTUG MAX (IBUTGMÁXIMO ADMISSÍVEL) (ºC)
125 32,0
132 31,8
139 31,6
Fonte: Adaptada na NHO 06, 2002

A NR15 – Atividade e Operações Insalubres, no Anexo 03, mostra os limites


de tolerância para os trabalhos realizados com exposição ao calor. Com ela, é
possível realizar estudos sobre a insalubridade térmica baseado na legislação. Para
essa avaliação, é possível utilizar instrumentos eletrônicos utilizando sensores para
realizar as medidas de temperatura que ajudarão no resultado do IBUTG, mesmo o
item 02 trazendo as seguintes informações:
·· Deverão ser utilizados na avaliação, em termômetros de bulbo úmido
natural, globo e de mercúrio comum (NR-15);

A Fundacentro é que traz essa possibilidade e menciona o seguinte o item 5.2.2,


que fala sobre o conjunto não convencional para determinar o IBUTG da NHO 06:
Para determinar o IBUTG, é permitido o uso de instrumentos eletrônicos
e outros dispositivos, desde que esses apresentem resultados equivalentes
aos que seriam registrados com o uso dos instrumentos convencionais
(NHO 06, 2002).

Para a determinação das condições para uso, a utilização dos instrumentos, os


procedimentos e critérios de amostragem, devem ser seguidas as instruções contidas
na NHO 06, seja qual for a finalidade do estudo de prevenção ou a definição
de insalubridade. No caso da caracterização da insalubridade, contudo, deve-se
adotar obrigatoriamente as informações da NR-15 Anexo 03 para tolerância,
considerando as estimativas do metabolismo, o valor do IBUTG e os períodos de
descanso dos trabalhadores, conforme explicado nos casos um e dois, abaixo.

São as mesmas expressões que estão contidas na NHO 06 para a obtenção do


IBUTG que devem ser utilizadas, tanto para ambientes com ou sem carga solar.
Para que o entendimento fique melhor, estudaremos o caso:

No caso de regime de trabalho intermitente, utilizaremos limites de tolerância à


exposição de calor, conforme apresentado abaixo na tabela adaptada da NHO 06:
Limite de exposição ocupacional ao calor deste material.

Exemplo: temos um trabalhador que carrega lenha para abastecimento de


fornalha e, ao fechá-la, fica esperando a queima no local, controla a pressão e
o termômetro do equipamento. Denominamos essa espera como o período de
descanso, mas também é de trabalho, para os fins legais. Portanto, deve ser seguido
o seguinte procedimento:

18
É necessário que se tenha a classificação do tipo de serviço e também as
informações sobre os instrumentos de medição. Esses podem ser consultados no
Quadro 03 do Anexo 3 da NR-15. Tipo de atividade e suas taxas metabólicas.

Equação para cálculo do IBUTG: IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

Pelo Quadro 01 do Anexo 03 da NR15 é que será definido o regime de trabalho


intermitente em função do IBUTG. No caso do valor ser maior do que consta
na tabela adaptada da NHO 06: Limite de exposição ocupacional ao calor deste
material, deverá ser considerado como um trabalho insalubre.

É importante, para que se entenda melhor, colocar a teoria na prática. Digamos


que um trabalhador que atua com chapas de aço esteja constantemente exposto a
uma situação assim: tbn = 24°C e tg = 46°C.

No caso, ele executa atividades de limpeza da matriz. Podemos considerar que


essa atividade é insalubre? Caso a resposta seja positiva, qual jornada de trabalho
é recomendada?

Analisando os dados acima, percebemos que essa atividade é executada em um


ambiente interno, portanto não tem carga solar, usaremos a equação: IBUTG =
0,7 tbn + 0,3 tg.

IBUTG = 0,7 x 24 + 0,3 x 46°C = 30,6 °C.

O limite máximo tolerável é de 26,7 °C de IBUTG para esse tipo de atividade –


que é moderado e contínuo. Extraído do Quadro 01 da NR15, da coluna Moderada
e da linha de Trabalho Contínuo.

Nesse caso, o valor é maior do que o permitido, ou seja, o trabalho deve ser
considerado insalubre. Sendo a resposta afirmativa para a questão acima, deverá
ser estabelecida uma jornada de trabalho adequada. No Quadro 1 do Anexo 3
da NR15 para o valor de 30,6 °C, temos de ver em qual faixa esse resultado de
IBUTG se enquadra. Nesse exemplo, não é permitido que o trabalho seja realizado
sem medidas de controle.

Vamos para outro caso, o mesmo trabalhador estando exposto à seguinte


condição: tbn = 22ºC e tg = 45ºC.

Teremos:

IBUTG = 0,7x 22 + 0,3 x45ºC = 28,9 °C

Como o valor do IBUTG continua sendo maior, esse é considerado um trabalho


insalubre. Mas se a atividade for realizada com intervalos de descanso, a insalubridade
pode ser retirada.

19
19
UNIDADE Agentes Físicos II

Avaliação de exposição ocupacional ao frio


Esse tipo de exposição é bem comum em câmeras frigorificas, câmaras frias,
processos industriais de sorvetes e gelos ou atividades que são realizadas ao ar livre,
como indústrias de petróleo, construção e pesca ou, até mesmo, em países que têm
um inverno rigoroso. Nesse caso de exposição, é importante que a temperatura
interna do corpo não fique abaixo de 37 °C para que as funções vitais sejam
garantidas. Nos casos em que isso não ocorra, o organismo resfria-se, perde calor
para o ambiente, podendo causar uma hipotermia.

À medida que a temperatura diminui no núcleo do corpo, surgem algumas


consequências que são descritas na tabela abaixo da ACGIH:
Tabela 4
Temperatura interna (ºC) Consequências à saúde
37,6 - 35 Indicação inicial de temperaturas retal e oral “normais”. Ocorre aumento de taxa
metabólica como um modo de compensação da perda de calor e surgem tremores,
quando próximo dos 35°C.
34 - 31 Ao sair da faixa anterior, a pressão arterial ainda pode manter-se normal, com vítima
consciente. Possibilidade severa de hipotermia, redução da consciência, as pupilas
dilatam-se, porém, apresentam ainda uma reação à luz. Coleta da pressão arterial
torna-se dificultosa e os tremores cessam.
30 - 26 A partir desta faixa, ocorre uma perda progressiva do nível de consciência, juntamente
com enrijecimento muscular e com possível fibrilação ventricular e frequência da
respiração diminuída. Os movimentos voluntários do corpo são paralisados com
reflexos de tendões ausentes. A vítima raramente está consciente.
25 - 21 Probabilidade máxima de ocorrência de fibrilação ventricular, podendo ser de modo
espontâneo. Presença de edema pulmonar.
20 - 9 No início desta faixa, ocorre a parada cardíaca. Nesses casos, a hipotermia pode ser
acidental ou induzida de maneira artificial.
Fonte: Adaptada da ACGIH (2011).

O procedimento é qualitativo para avaliações com aplicação da norma. Deverá


ser feito um laudo de inspeção no local para que essa atividade seja considerada
insalubre, segundo descrito no Anexo 09 da NR15:

Referente às atividades que contêm exposição ao frio, deve-se apresentar uma


proteção adequada a fim de eliminar essa exposição. Os lugares mais comuns a se
ter essa exposição são em câmaras frigoríficas, frias ou em lugares parecidos. Com
isso, após um laudo de inspeção do ambiente, as atividades realizadas podem ser
consideradas insalubres.

No Art. 253 da CLT também encontramos alguns aspectos que são abordados
pela legislação do Brasil, referente à jornada de trabalho, conforme descrito abaixo:
Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas
e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal
para o frio e vice-versa, depois de 01 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos
de trabalho contínuo, seremos assegurados um período de 20 (vinte)
minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
(CLT, 1945).

20
No Anexo 09 da NR-15, quanto no Art. 253, temos regulamentações que
estão na legislação brasileira, mas ainda se espera uma norma regulamentadora do
Ministério do Trabalho que traga algo sobre o abate de animais.

Com base na TER – Temperatura Equivalente de Resfriamento, que apresenta


um risco associado, pode ser feita a avaliação sobre frio ocupacional, utilizando os
parâmetros da ACGIH. Essa apresenta uma temperatura que é a combinação da
temperatura do bulbo seco com a velocidade do ar, trazendo resultados parecidos
com o resfriamento que as baixas temperaturas provocam.

Impedir que a temperatura interna ficasse abaixo de 36 °C é o objetivo dos


limites de tolerância, prevenindo assim as lesões causadas pelo frio.

Se a temperatura de bulbo seco for a de 4 °C dentro de uma câmara fria,


sendo a velocidade medida pelo anemômetro 16 km/h. Ao consultar a tabela
de Temperatura Equivalente da ACGIH/2011, temos que essa equivale a -2°C –
lembrando que as exposições acidentais ao frio com dificuldades de evasão podem
ser fatais.

Medidas de Controle e Proteção


São incluídos nos projetos das salas refrigeradas os seguintes requisitos especiais:
· Minimizar o máximo possível a velocidade do ar dentro das salas refrigeradas,
para que ela seja de no máximo 1 m/s;
· Utilização de roupas especiais para proteger do vendo a que os trabalhadores
estão sendo expostos.

NR-15 Anexos 5 e 7 – Radiações


Ondas eletromagnéticas que são transmitidas por diversas formas, essa é a
definição de radiação. Diversas lesões podem ser causadas no organismo por conta
da absorção de radiações.

A radiação ionizante de grande energia, com comprimentos de ondas menores


e frequências elevadas, e radiações não ionizantes, com comprimentos de ondas
maiores e frequências menores, englobam o espectro eletromagnético.

No espectro eletromagnético temos a região não ionizante, que é onde as


partículas incidentes possuem uma energia que não é suficiente para deslocar os
elétrons do tecido do corpo humano. Com isso, é cessada a ionização conforme o
nível de energia das partículas diminui.

Podemos classificar as radiações em dois tipos:


1. Radiações não ionizantes: radiação infravermelha que vem dos fornos,
solda oxiacetilênica, radiações ultravioletas, micro-ondas e raios laser são
radiações dessa classificação;

21
21
UNIDADE Agentes Físicos II

2. Radiações Ionizantes: raios X e Y, nêutrons e partículas α, β são


considerados radiações ionizantes. Por exemplo, operadores desse tipo
de radiação ficam expostos e podem ter seus organismos prejudicados,
podendo passar certos efeitos para seus descendentes também.

Radiações Não Ionizantes


Podemos caracterizá-las como radiações que, ao serem absorvidas, causam a
excitação dos átomos, fazendo com que sua energia interna aumente, sendo elas
de natureza eletromagnética.

Podem causar queimaduras (efeitos euritérmicos), pois produzem


aquecimento do corpo, fadiga, catarata, feitos carcinogênicos, dependendo do
seu comprimento de onda.

Dependem da sua intensidade, duração e comprimento de onda, existem vários


efeitos que essas radiações poderão causar ao organismo.

No Anexo 07 da NR15, encontramos sua legislação básica, sendo as mais


importantes radiações não ionizantes:

a) Microondas – Estão presentes em alguns processos industriais


e medicinais, estações de radar e radiotransmissão. Acarretam o
aquecimento da pele, sendo sua exposição bem perigosa, principalmente
quando as densidades são bem elevadas;
b) Radiação Infravermelha – Sendo ela natural ou artificial, possui uma
característica penetrante e a absorção é pelo aquecimento superficial, ou
seja, pela pele. Maior será a quantidade irradiada, quanto for maior a sua
temperatura. Podem ser utilizadas medidas de controle, como barreiras,
diminuição do tempo de exposição e utilização de EPIs;
c) Radiação Ultravioleta – Essa vem do sol (UVA e UVB) ou também de
formas artificiais (lâmpadas, solda). Também é penetrante e possui efeitos
superficiais, trazendo danos normalmente à pele e aos olhos. O câncer
de pele é um dos danos mais conhecidos. Podem ser controlados com
barreiras e a utilização de EPIs, como óculos, protetores solares e outros;

d) Radiação Laser – Definido como um feixe de luz, com um comprimento


de onda único e concentrado, Laser (Light Amplification by Stimulated
Emission of Radiation) tem como característica sua quantidade concentrada
de energia, que é grande em uma pequena área, trazendo riscos grandes
de queimaduras. A luz refletida na superfície pode ser tão perigosa quanto
a emissão principal, trazendo também riscos de queimaduras. Lasers
comuns que são vendidos por aí podem causar danos aos olhos se
apontados diretamente. Será mais perigosa a radiação dos que tiverem a
potência maior. Os verdes são os mais comuns no mercado informal e têm
uma potência cem vezes maior do que a dos vermelhos.

22
e) Radiofrequência – Podemos encontrar essa radiação na radiofusão
AM, nas ondas UHF e VHF, na radionavegação, no radioamadorismo,
na radioastronomia. Normalmente causam problemas ocupacionais;
Possuem efeitos térmicos à saúde, pois a absorção do aquecimento é
feita pelos tecidos.

Algumas medidas de controle das radiações não ionizantes:

• Enclausuramento das fontes;


Micro-ondas • Uso de barreiras;
• Sinalização;
• Exames médicos.

• EPI (protetores para os olhos,


luvas protetoras e roupas)
Laser • Blindagem;
• Sinalização;
• Treinamento.

• Uso de barreiras;
• Exames médicos;
Ultravioleta • EPI (óculos como lentes filtrantes,
roupas apropriadas para braços,
torax, mãos e outros)

Figura 1

Radiações podem ser definidas como ondas eletromagnéticas transmitidas por


diversas formas de energia. Podem aparecer diversas lesões ao organismo após a
absorção dessas radiações.

Importante! Importante!

Para controlar os danos que as radiações podem causar ao trabalhador, é preciso que se
tomem as seguintes medidas:
• Proteção Coletiva: enclausuramento, isolamento da fonte;
• Proteção Individual: utilização dos EPIs adequados – como luvas, perneira, óculos
e outros.

Radiações Ionizantes
As radiações que produzem ionização do átomo são caracterizadas como
ionizantes. Essa radiação atinge o átomo, conseguindo dividi-lo em duas partes
carregadas eletricamente, que são chamadas de íons. O perigo dessas radiações é

23
23
UNIDADE Agentes Físicos II

que o organismo não consegue detectar a chegada delas. Alguns exemplos dessas
radiações são: partículas alfa e beta, o nêutron, os raios X e Y.

Outra capacidade dessa radiação, além da de ionização, é que ela é penetrante.


Na natureza, pode ser encontrada no urânio 235, potássio 40 e rádio, nos isótopos
radioativos e também nos raios X e Y industriais e medicinais. Os efeitos das
radiações são somáticos, irreversíveis e genéticos. As radiações X e Y podem chegar
a atravessar muitos centímetros no tecido humano, pois são mais penetrantes.

Você Sabia? Importante!

Os locais onde temos um equipamento de raios X deixam de produzir radiação ao


desligá-lo, portanto os locais deixam de ser radioativos. Deve ser tomado cuidado com o
caráter acumulativo, por isso não se deve tirar radiografia sem necessidade.

Em relação às outras radiações, a penetração das radiações beta é menor. No


caso, podem atravessar apenas milímetros do tecido humano, podendo assim ser
utilizada em aplicações médicas de cicatrização. As partículas alfas são consideradas
inofensivas, pois sua penetração é bem pequena e não conseguem atravessar a
pele, podendo ser barradas até mesmo por uma folha de papel. Já em situações
de contaminação em grande quantidade por inalação ou ingestão, podem trazer
danos maiores, por conta de sua toxidade.

No caso dos nêutrons, podemos considerar que são muito penetrantes, por
conta de não terem carga elétrica. Entre todas as radiações, é a que apresenta
maior dano à saúde dos seres humanos, podendo até fazer com que materiais
expostos se tornem radioativos. Essas são produzidas em reatores nucleares.

Radiações Ionizantes têm várias aplicações em saúde, mesmo com seu alto poder
de contaminação. Por exemplo, a radioterapia trata de tumores malignos, com a
utilização dos raios X, da radiação gama e de feixes de elétrons. Através da radiografia,
podemos obter a imagem de uma parte do corpo que precisa ser analisada. Também
é possível conseguir imagens computadorizadas, como na tomografia.

Através do contador Geiger, conseguimos avaliar as radiações ionizantes no


ambiente ocupacional ou até mesmo através de dosímetros de filme de bolso.

As unidades utilizadas para avaliar a quantidade de exposição a radiações


ionizantes ou avaliar a dose absorvida, assim como para a avaliação da dose
equivalente ou para expressar a atividade de uma fonte podem ser encontradas no
Sistema Internacional (SI).
·· coulomb/quilograma (C/kg)
·· Roentgen (R)
·· gray (GY) ou rad
·· sievert (Sv) ou rem, serve
·· becquerel (Bq) ou curie (Ci)

24
Podemos encontrar a radiação ionizante com valores baixos, como 2,4 mSy/
ano, na natureza também. Quando realizamos uma radiografia do tórax, somos
expostos a 0,1 mSy (PIRES, 2011). O limite anual para o corpo humano é de
uma dose efetiva de 20 mSy/ano; e para o indivíduo público, 0,1 mSy/ano
(CNEN, 2001).

A legislação e regulamentação de segurança para o uso da radiação ionizante é


de responsabilidade da CNEN. Podemos encontrar na NR15 (1978c) Anexo 5 a
legislação básica que remete à norma da CNEN.

Radiações ionizantes – raios X, raios alpha, raios beta, raios gama.

Tabela 5 - Medidas de controle para as radiações ionizantes:

Controle da distância entre o trabalhador e a fonte Sinalização


Blindagem Controle médico
Limitação de tempo de exposição Uso de barreiras
Impedir que fontes radioativas atinjam vias de absorção do Limpeza adequada do ambiente de trabalho
organismo

Você Sabia? Importante!

Utiliza-se de forma ampla as radiações ionizantes na medicina diagnóstica, odontológica


e também para tratamento de doenças. Também encontramos nas áreas industriais para
a medição de níveis de silos, radiografia industrial e análises laboratoriais.

A radiação não ionizante tem como sua principal fonte natural o Sol e artificiais,
as lâmpadas e arcos de soldagem.

Outras radiações não ionizantes podem ser encontradas em radiofrequências,


micro-ondas e são produzidas de forma natural pela eletricidade atmosférica.
Podemos encontrar essas radiações em rádios e televisões, radares e nos sistemas
de telecomunicações, nos micro-ondas e nos equipamentos de soldagem.

25
25
UNIDADE Agentes Físicos II

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
Técnicas de avaliação de agentes ambientais: manual SESI
SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Brasília: SESI/DN, 2007.
https://goo.gl/42L7G9

 Livros
Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos
SPINELLI, Robson. 5. ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006..

 Leitura
NHO6 – Avaliação da Exposição Ocupacional ao calor
https://goo.gl/SmZe63

26
Referências
AMERICAN CONFERENCE OF GOVERNMENTAL INDUSTRIAL HYGIENISTS
(ACGIH). Limites de exposição ocupacional (TLVsR) para substâncias químicas
e agentes químicos & índices biológicos de exposição (BEIsR). Tradução:
ABHO (Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais), p. 4-5. São Paulo:
ABHO, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10151:


Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade
– Procedimento. Rio de Janeiro, 2000.

____________. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de


Janeiro, 1987.

____________. NBR 12543: Equipamentos de proteção individual – Terminologia.


Rio de Janeiro, 1999.

BRASIL. NHO 01 (Norma de Higiene Ocupacional). Avaliação de exposição


ocupacional ao ruído (procedimento técnico). Ministério do Trabalho e Emprego:
FUNDACENTRO, 2001.

____________. Portaria n. 281, de 01 de novembro de 2011. Constitui e


designa os membros do grupo técnico da Norma Regulamentadora n° 15. Diário
Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, DF, Brasília, 2011.

____________. Portaria n. 3.214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas


regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança
e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora nº 15 (NR 15): Atividades e
operações insalubres.

____________. Portaria n° 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as normas


regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança
e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora nº 09 (NR 9): Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Introdução à higiene ocupacional.


São Paulo: Fundacentro, 2001.

SALIBA, Tuffi Messias. Curso básico de segurança e higiene ocupacional. 3.ed.


São Paulo: LTr, 2010.

____________. Legislação de segurança, acidente do trabalho e saúde do


trabalhador. 6. ed. São Paulo: LTr, 2009.

____________. Manual prático de higiene ocupacional e PPRA – Avaliação e


o controle dos riscos ambientais. São Paulo: LTr, 2005.

SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA. Departamento Nacional. Técnicas de


avaliação de agentes ambientais: manual SESI. Brasília: SESI/DN, 2007.

27
27
UNIDADE Agentes Físicos II

Disponível em: <https://wandersonmonteiro.wordpress.com/2015/07/31/


tecnicas-de-avaliacao-de-agentes-ambientais-manual-sesi-2/>. Acesso em: 20 dez.
2016.

SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, físicos e químicos. 5.


ed. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006.

Sites visitados:
http://rogeriobpaiva.blogspot.com.br/2014/03/carta-psicrometricas-softwares-
para.html. Acesso em: 27 dez. 2016.

https://www.youtube.com/watch?v=hmDRHhjHliY. Acesso em: 27 dez. 2016.

http://docplayer.com.br/80453-Conforto-termico-nos-ambientes-de-trabalho.
html. Acesso em: 27 dez. 2016.

http://www.radiacao-medica.com.br/dados-sobre-radiacao/o-que-e-radiacao/
radiacao-ionizante/. Acesso em: 27 dez. 2016.

http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/rad-ioniz-cuidados.pdf. Acesso
em: 27 dez. 2016.

http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/radiacao.html. Acesso em:


27 dez. 2016.

http://segurancadotrabalhonwn.com/radiacoes-ionizantes/. Acesso em: 27 dez.


2016.

http://segurancadotrabalhonwn.com/radiacoes-nao-ionizantes/. Acesso em: 27


dez. 2016.

http://www.higieneocupacional.com.br/download/radiacao-astete.pdf. Acesso
em: 27 dez. 2016.

https://www.portaleducacao.com.br/enfermagem/artigos/43879/temperaturas-
extremas-como-risco-fisico-de-trabalho. Acesso em: 27 dez. 2016.

http://www.iesc.ufrj.br/cursos/saudetrab/TEMPERATURAS%20EXTREMAS.
pdf. Acesso em: 27 dez. 2016.

http://pt.healthline.com/health/calor-e-frio-seguranca-em-temperaturas-
extremas. Acesso em: 27 dez. 2016.

28

S-ar putea să vă placă și