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19º Congresso Brasileiro de Sociologia

9 a 12 de Julho de 2019,
UFSC – Florianópolis, SC
Grupo de Trabalho: GT09 Pensamento Social no Brasil

A imperfeição das pérolas: as relações raciais no Brasil segundo Lilia


Schwarcz

Hilton Costa – UEM, Universidade Estadual de Maringá


A imperfeição das pérolas: as relações raciais no Brasil segundo Lilia
Schwarcz

As pérolas são concreções esféricas ou de outros contornos que se


formam em torno de corpos estranhos presentes entre o manto e a concha de
alguns moluscos bivalves. Logo, se fosse possível falar do ponto de vista dos
moluscos as pérolas seriam imperfeições, uma vez que elas se formam a partir de
um corpo estranho. Eis aí a imperfeição das pérolas.1
As sociedades, em geral, se organizam em torno daquilo que elas são e
daquilo que elas gostariam de ser. Nesse sentido, a sociedade brasileira é uma
grande obra do futuro do pretérito, ela se organiza fundamentalmente em torno
daquilo que era gostaria de ser. A sociedade brasileira se construiu a partir da
presença e do trabalho da população negra. No entanto, a sociedade brasileira vê
esta população como um corpo estranho, uma imperfeição. As relações raciais no
Brasil são o movimento mais evidente da contradição entre a sociedade ideal e a
real.
Nos estudos contemporâneos sobre as relações raciais no Brasil Lilia Katri
Moritz Schwarcz é autora central, sobretudo, do pensamento racial no país.
Existem inúmeros trabalhos postos a dialogar com a sua produção, mas não se
localizam investigações sistemáticas sobre a sua obra. Tais circunstâncias
motivaram a presente pesquisa. O objeto deste trabalho configura-se então na
investigação de como Lilia Schwarcz edificou sua análise das relações raciais no
Brasil em seus primeiros trabalhos, em especial, na obra Retrato em Branco e

1 A discussão que segue é uma versão revisada de uma série de comunicações apresentadas em
diferentes momentos e locais, incorporando sugestões e dialogando com a critica recebida. Assim,
versões diferentes desta argumentação podem ser encontradas em: Não sede o que desejam que
sejais. In: MARTINS, Maro Lara. (Org.). Intelectuais, Cultura e Democracia. 1.ª ed.São Paulo:
Perse, p. 277-292; Não sejais o que lhe desejam que sejam. In: I Seminário de Pensamento Social
Brasileiro: Intelectuais, Cultura e Democracia, 2018, Vitória. ANAIS I SEMINÁRIO DE
PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO. Vitória, 2018. v. 1. p. 181-190; Não sejamos aquilo que
desejem que sejamos. In: IX Seminário Nacional Sociologia & Política, 2018, Curitiba. Anais IX
Seminário Nacional de Sociologia & Política; Elites intelectuais imperiais: uma interpretação. In:
XIV Encontro Estadual de História da ANPUH-RS: Democracia, liberdade e utopias. Anais [do] 14
Encontro Estadual de História da ANPUH-RS, Porto Alegre, 24 a 27 de julho de 2018 [e-book].
Porto Alegre: ANPUH-RS; Um espetáculo em branco e preto: relações raciais na obra de Lilia
Schwarcz apresentada no X Seminário Nacional Sociologia e Política, Curitiba de 15 a 17 de maio
de 2019 na Universidade Federal do Paraná; COSTA, Hilton; DORIGAN, Micheli. L. . Criando
Realidades: jornais e relações raciais segundo Lilia Schwarcz. Revista NEIAB, v. 2, p. 1-15, 2018.
Negro, 1987. Nascido de uma dissertação de mestrado, Retrato em Branco e
Negro, 1987, é um dos primeiros livros de Lilia Schwarcz. Advindo da dissertação
de mestrado em Antropologia Social da autora realizado na Universidade
Estadual de Campinas, São Paulo (UNICAMP). A obra em questão pode ser
alocada em um conjunto de pesquisas que deram outros caminhos para as
investigações acerca da população negra do Brasil.
A abordagem do objeto passou por uma localização do tempo de produção
da análise da autora. A década de 1980 é um momento relevante de transição
para a sociedade brasileira, no que diz respeito, a atividade intelectual, desde fins
dos anos 1970, inúmeras pessoas retornam ao país pós-exílios forçados e/ou
voluntários e voltam a atuar. De modo a ser viável inferir que as experiências
trazidas de fora do país novas possibilidades de leitura de uma bibliografia
conhecida, bem como novas autoras e novos autores para a pauta. A constituição
de novos olhares para problemas seculares da sociedade brasileira se forma
nessa seara. A presença negra e as relações raciais no Brasil são temas que
foram diretamente atingidos por estes novos olhares. Em tal contexto a
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – ocupou, e ainda ocupa lugar
central. A UNICAMP pode ser notada como um dos centros de irradiadores da
leitura de Edward P. Thompson no Brasil. A UNICAMP não foi o único centro de
leitura deste autor no país, todavia nesta instituição houve certo de encontro da
discussão de Thompson acerca da formação da classe operária na Inglaterra com
os estudos sobre o escravismo e as relações raciais no Brasil. Esta situação
possibilitou a constituição de novos olhares para as referidas temáticas. A
guinada nestes tipos de estudos está, sobretudo, no insight oriundo dos escritos
de Thompson, que não nega a agência da pessoa escravizada, bem como da
pessoa oriunda do cativeiro. Ou seja, a pessoa escravizada e ou oriunda do
cativeiro possuiria agência sobre as suas ações. A compreensão da visualização
da agência de pessoas anteriormente entendidas como elementos
completamente passivos é fundamental para o entendimento da análise de Lilia
Schwarcz. Complementam a metodologia utilizada as considerações de Pierre
Bourdieu acerca do contexto de produção do conhecimento e nas posições de
John Pocock sobre o vocabulário normativo.
Os objetivos desta feita foram como mencionados compreender como a
autora construiu sua análise das relações raciais nos seus primeiros trabalhos,
sobretudo, na obra Retrato em Branco e Negro, 1987. Apesar do foco ser Retrato
em Branco e Negro aborda-se também O espetáculo das raças, 1993.
Em termos de resultados pode se observar os seguintes pontos. A ordem
discursiva presente nos periódicos buscava e criava, é o que Retrato em Branco e
Negro nos permite pensar, aquilo que Pierre Bourdieu denominou de efeito de
teoria. As elites intelectuais que em inúmeros momentos era também a elite
política procuraram e pode se afirmar que conseguiram com bastante eficácia
criar uma imagem de inviabilidade do povo brasileiro, culpabilizando o mesmo
pelo “fracasso” e ou pelo “atraso” do país. De modo, a ser o único caminho para a
“redenção” da nação seria criar um povo novo. O caminho para isso seria a
imigração europeia. Esta visão das elites fundamenta no evolucionismo, no
darwinismo social, nas teorias raciais, em grande medida, ganhou as ruas via
periódicos. Assim, os periódicos possuíram um papel significativo na divulgação
das ideias das elites por um lado, de outro colaborou substancialmente para a
internalização pelo povo brasileiro de sua condição de suposta inferioridade. Em
tal contexto poucas vozes emergiram em sentido contrário no interior das elites,
cabendo destaque a Manoel Bomfim e Alberto Torres. Estes autores por
caminhos diferentes é fato, indicavam não ser o povo o “culpado” pelo “atraso” e
ou “fracasso” do Brasil. Desta feita, até o momento foi possível interpretar a
análise de Schwarcz como o processo de compreensão de uma elaboração
intelectual. A criação do Brasil ideal em oposição ao Brasil real. O Brasil ideal é
branco, europeu, o Brasil real é negro, africano, a imperfeição das pérolas.

Pérola Negra

Tente passar pelo que estou passando


Tente apagar este teu novo engano
Luiz Melodia, Pérola Negra, 1973

O negro no mundo dos brancos foi publicado, pela primeira vez na década
de 1970, e marca certa mudança no pensamento de Florestan Fernandes acerca
das relações raciais no Brasil. Fernandes reviu, reavaliou posições presentes em
trabalhos anteriores como, por exemplo, os presentes em Brancos e Pretos em
São Paulo (anos 1950), A integração do negro na sociedade de classes (anos
1960). Em O negro no mundo dos brancos, o autor denota a função do racismo,
do preconceito racial a ordem capitalista e na estruturação basilar da sociedade
brasileira.
Fernandes indicou com pertinência em O negro no mundo dos brancos que
a presença da miscigenação e da mestiçagem não é um indicativo por si só da
ausência de racismo, discriminação e preconceito racial. (FERNANDES, 2007).
Contudo, os fenômenos da miscigenação e da mestiçagem, a mistura de raças foi
é considerado tanto em interpretações estrangeiras quanto nas nacionais como
elemento fundamental da identidade e coesão nacional. A percepção do Brasil
como um “espetáculo das raças”, um “laboratório racial” é algo que ora foi
percebido como nefasto ora como redentor. No entanto, no Brasil a conciliação é
uma arte, uma tradição, uma constante. Michel Debrun observa que

a “Conciliação”, no Brasil, nunca foi um arranjo entre iguais, mas o


reconhecimento, por parte de um pólo social ou político menor, da
primazia de outro pólo, mediante algumas benesses e sobre o pano de
fundo constituído pela exclusão da grande massa da população.
(DEBRUN, 1983 p 72).

Debrun defende que a conciliação não era um “espírito de transigência”,


mas “uma estratégia de cooptação de certos dominados” pelos dominantes.
(DEBRUN, 1983 p 122). A mestiçagem e a miscigenação podem ser
compreendidas nestes termos, “uma estratégia de cooptação de certos
dominados” pelos dominantes, por um lado. De outro o espírito conciliador
permitiu as duas visões sobre a miscigenação, a positiva e a negativa,
conviverem por vezes no mesmo espaço.
A ideia do “espetáculo das raças”, do “laboratório racial” remete a
possibilidade da sociedade brasileira se perceber em termos multirraciais.
Todavia, as relações sociais na prática remetem mais para um horizonte birracial,
conciliando-se dessa forma uma retórica de cunho multirracial com uma prática
birracial. A identidade mestiça no Brasil como uma articuladora de um agir social
no Brasil é algo bastante complexo, pois por um lado as pessoas utilizam mais de
uma centena de denominações de cores para identificar a si e outras pessoas e
isso pode até gerar tratamentos pessoais mais ou menos afetuosos.
(SCHWARCZ, 2012 p 101). De outro lado, no que diz respeito, a organização das
hierarquias sociais, os estudos sobre as relações raciais indicam que desde
Raymundo Nina Rodrigues, Silvio Romero chegando a Florestan Fernandes,
Abdias do Nascimento, Paulo Vinicius Baptista da Silva, Nilma Gomes remetem
para o fato da sociedade brasileira, em termos práticos, com dois pólos: o preto e
o branco.
As pessoas são socialmente direcionadas para um dos dois pólos. Assim,
apesar da presença de uma centena de classificações de cor, isso não refletiu na
constituição de uma identidade mestiça efetiva, a ponto de na prática social
existirem três ou mais pólos. A ideia de nação mestiça é mais um artefato
intelectual e uma retórica social para obliterar e dissimular o racismo, as
hierarquias raciais presentes na sociedade brasileira. Eis o “racismo à brasileira”.

Pérola Imperfeita

Retrato em Branco e Negro, 1987, resultado da dissertação de mestrado


em Antropologia Social da autora realizado na Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP), São Paulo. A dissertação recebeu como título Imagens de
negros. A imprensa paulistana em finais do século XIX e foi orientada por Antonio
Augusto Arantes. Ao lado de um conjunto maior de pesquisas realizadas nos anos
1980 colaborou para a constituição de outros caminhos para os estudos da
população negra no Brasil.
A realização da pesquisa de mestrado em Campinas, até onde se pode
investigar, legou elementos marcantes à obra da autora como um todo. O retorno
ao país desde fins dos anos 1970 de várias e de vários intelectuais do exílio
forçado ou voluntário permite inferir que essas pessoas trouxeram de suas
experiências fora do país não só novas leituras de uma bibliografia conhecida do
público local como também apresentaram novas autoras e novos autores. Esse
movimento associado à abertura política, igualmente iniciada em fins dos anos
1970, permitiu a circulação de novas possibilidades teóricas e metodológicas,
bem como a constituição de novos olhares para temas fundamentais da História
do Brasil. A Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP – no que toca as
temáticas citadas, ocupou, e ainda ocupa lugar central. A universidade do interior
do Estado de São Paulo pode ser notada como um dos centros de irradiação, por
exemplo, da leitura de Edward P. Thompson no Brasil. A UNICAMP não foi o
único centro de leitura deste autor no país, todavia nesta instituição houve certo
de encontro da discussão de Thompson acerca da formação da classe operária
na Inglaterra com os estudos sobre o escravismo e as relações raciais no Brasil.
Esta situação possibilitou a constituição de novos olhares para as referidas
temáticas. A guinada nestes tipos de estudos está, sobretudo, no insight oriundo
dos escritos de Thompson, posto a não negar a agência da pessoa escravizada e
da pessoa oriunda do cativeiro.
Acerca das dimensões do impacto da leitura de E. P. Thompson nos
estudos sobre o escravismo e as relações raciais no Brasil, bem como o impacto
específico na UNICAMP é algo que requer maior investigação, algo a ser
realizado, contudo em uma primeira averiguação indica que o caminho aqui
adotado não é de todo equivocado.2 Lilia Schwarcz indica em Retrato em Branco
e Negro a posição que ela atribuía a produção da UNICAMP, diz ela:

(...) crítica e renovadora tem sido a atual produção do grupo de


historiadores UNICAMP que, a partir de uma série de estudos cujo eixo
central é a passagem da mão-de-obra escrava a livre, vem elaborando
reflexões sobre a organização do mercado de trabalho livre e a ética do
trabalho burguês, com seu universo disciplinar, que se instaura mais
claramente no Brasil em finais do século XIX. Nesse sentido destacam-
se os trabalhos de A. Gebara, M. Alice Carvalho Franco (1983), Célia
Marinho de Azevedo, Peter Eisenberg e Sidney Chaloub, entre outros.
(SCHWARCZ, L. 1987, p 29).

A este trecho está atrelada uma nota, diz a nota:

Boa parte destes trabalhos tomam como referência de análise os


estudos de E. P. Thompson sobre a sociedade inglesa e o surgimento da
classe operária nos séculos XVII/XVIII, elaborando e tendo como
resultado uma produção que questiona de forma radial os trabalhos da já
tradicional escola paulista de sociologia. (SCHWARCZ, L. 1987, p 263-
4).

Com efeito, a autora no primeiro capítulo de Retrato em Branco e Negro


fornece informações do contexto de onde emergiu sua obra. Diz ela existir duas

2A intenção é no avançar da pesquisa, por exemplo, verificar os programas das disciplinas


dos anos 1980 para observar ou não presença dos textos de E. P. Thompson.
posições básicas acerca dos estudos sobre escravismo e a população negra no
Brasil naquele momento: “a primeira, que acentua o caráter passivo e dócil do
negro, e a segunda, que, ao tentar refutar a primeira, termina por cair no outro
extremo, fazendo do escravo negro um verdadeiro herói.” (SCWHARCZ, L. 1987,
p 20). A vertente da autora seria seguir outra tendência, a que não ia a nenhum
dos dois extremos citados, mas que reconheceria a população negra e a
escravizada na condição de agente, jogando com as possibilidades, mesmo que
limitadas, de ação. Entretanto, ela diz ser o intuito de Retrato em Branco e Negro:

No entanto, pelo menos no interior deste livro, como vimos, o que


importa não é como discutir e optar pela qualificação do escravo como
‘dócil’ ou ‘rebelde’, como elemento ativo ou passivo no interior do
movimento abolicionista, mas antes pensar a rebeldia, ou melhor, a
forma como ‘se fala e representa’ a condição negra e a rebeldia.
(SCWHARCZ, L. 1987, p 22).

A despeito desta intenção da obra defendida por Schwarcz, Retrato em


Branco e Negro permite perceber outras situações e possibilidades. Uma delas
seria a ação de uma determinada elite intelectual na avaliação da realidade
brasileira concomitantemente a isso ela “cria” uma “realidade” para o país.
No texto A linguagem autorizada; as condições sociais da eficácia do
discurso ritual, publicado no Brasil no livro A economia das trocas linguísticas
Pierre Bourdieu apresenta uma ferramenta que parece ser útil para compreender
como Lilia Schwarcz pensou as relações raciais na obra Retrato em Branco e
Negro. A ferramenta indicada é o efeito de teoria. Para Bourdieu

(...) a ciência social deve englobar na teoria do mundo social uma teoria
do efeito de teoria na teoria do mundo social uma teoria do efeito de
teoria que, ao contribuir para impor uma maneira mais ou menos
autorizada de ver o mundo social, contribui para fazer a realidade desse
mundo. (...) (BOURDIEU, P. 2008 p 82).

A indicação de Bourdieu remete que as teorias que explicam o mundo,


colaboram também na construção deste mesmo mundo, de modo que a análise
social não pode descartar esta situação. Schwarcz, em grande medida, percebeu
isso, não necessariamente via Bourdieu. Ao argumentar o porquê seria importante
estudar a imprensa para estudar escravos, cidadãos na virada do XIX para o XX
no Brasil diz a autora: “nessa trajetória como veremos, os periódicos e os próprios
jornalistas vão ganhando cada vez mais destaque, até se constituírem (nos
termos irônicos de Lima Barreto) na ‘Onipotente imprensa, o quarto poder fora da
Constituição’.” (SCHWARCZ, L. 1987 p 52-3). E segue afirmando ainda fazendo
uso das palavras de Lima Barreto:

A própria imprensa se transformava cada vez mais nesse ‘engenhoso


aparelho de aparições e eclipses, espécie complicada de tablado de
mágica e espelho de prestidigitador, provocando ilusões
fantasmagóricas, ressurgimentos, glorificações e apoteoses com
pedacinhos de chumbo, uma máquina e a estupidez das multidões.’
(SCHWARCZ, L. 1987 p 53).

Os periódicos teriam a capacidade de “criar realidades” estas realidades


seriam criadas segundo determinado referencial. Referencial que os próprios
periódicos faziam circular, por exemplo, as teorias raciais, mobilizadas para
manter em um novo cenário as antigas premissas da sociedade brasileira. Esse
tipo de discurso científico determinista que surge no final do século XIX prolifera
também na imprensa da época. Para a autora a “como advento da igualdade
formal, com a passagem do escravo a cidadão, parecem surgir novas concepções
e estereótipos.” (SCHWARCZ, L. 1987 p 40). Essas concepções era o “discurso
determinista que surge no final do século XIX” para Schwarcz ele “prolifera (...) na
imprensa da época. Nesta, a afirmação da inferioridade negra aparece não só nos
grandes debates como também nas pequenas seções e nos diversos anúncios
que compõe parte básica e cotidiana desses jornais. (SCHWARCZ, L. 1987 p 40).
Os periódicos faziam as ideias, notadamente, das elites políticas e
intelectuais circularem e pelo aquilo é possível inferir e depreender da fortuna
crítica do período fazer com a população em sentido mais amplo passasse a
compartilhar dessas ideias. Ou seja, internalizando a sua suposta inferioridade.
Desta feita, a circulação do evolucionismo nos jornais se confundindo com o início
da República não parece, como vem se insistindo aqui, como algo aleatório. A
passagem da pessoa escravizada à cidadã criava incômodos importantes na
visão de mundo vigente. “Logo, enquanto a República surgia aos poucos,
proclamando a igualdade e o direito de cidadania, a “sciência” e o jornal
buscavam desmentir o que acusavam de “utopia”.” (SCHWARCZ, L. p 106).3

3 Esta observação da autora está vinculada a análise que ela realiza de matérias
publicadas em 17, 18, 19, 20 e 21 de dezembro de 1890 no Correio Paulistano. Nas matérias a
pessoa que escrevia no periódico afirmava: “os homens não nascem iguaes abosutamente.
Suppoe-se uma igualdade presumida pela lei sem o que não haveria lei.” (SCHWARCZ, L. p 105)
A “sciência” seria imparcial não se moveria por paixões e simpatias, como
afirmava Raymundo Nina Rodrigues, importante intelectual do período, ela a
“sciência” é que dizia ser a população negra e mestiça inferior, não seria um
julgamento individual. (RODRIGUES, R. 1988). Com efeito, coube, então, aos
periódicos divulgar a “verdade” da “sciência”. Esta verdade versaria por construir
a África como exemplo da anti-civilização, as pessoas negras como violentas por
excelência, a ideia do cativeiro como “processo civilizador” da população negra, a
associação automática entre pessoas negras e o crime, a incapacidade das
pessoas negras para a liberdade, a livre iniciativa, além de fazer circular estas
ideias o jornais também faziam ratificar imagens tradicionais sobre a população
negra agora sob a égide da “sciência”, ações como a da feitiçaria, bruxaria,
magia, depravação sexual, a dependência com atributos inerentes destas
pessoas e “prova” de sua inferioridade. Imagens novas e antigas sobre a
população negra como associação ao alcoolismo, a tendência ao suicídio e tantas
outras são retrabalhadas sobre a égide da “sciência” para comprovar a
inferioridade da população negra. (SCHWARCZ, L. p 163-245).
Ao se tomar Retrato em Branco e Negro sob o viés da proposta analítica
aqui colocada, ou seja, tentar compreender como Schwarcz problematizou as
relações raciais no Brasil. Apresenta-se viável neste momento da pesquisa, que
análise da função dos jornais, da capacidade deles fazerem circular ideias e
criarem realidades não se realizou tão somente pela análise de conteúdo e ou de
forma. A análise de Schwarcz procurou indicar como este conteúdo e forma
visavam responder a uma questão empírica fundamental para aquelas elites
políticas e intelectuais: como manter a desigualdade dentro da igualdade. Não
ocorrendo uma utilização simples e ou ingênuo das teorias europeias. Em sentido
contrário a imponente assertiva a autora indica que as ideias estavam no lugar. E
nesta aplicação das ideias estrangeiras, por assim dizer, para responder
demandas locais seja no século XIX, seja no século XX ou mesmo na virada do
XX para o XXI um fator primordial para a eficiência da ação estaria na completa
negação da capacidade de agência da pessoa escravizada, da pessoa egressa
do cativeiro, bem como da população negra. Neste ponto é possível notar a
marca de E. P. Thompson no pensamento de Schwarcz, uma vez que a ideia da
agência das pessoas é fundamental ao autor inglês, agência passível de ser
exercida de diferentes formas, a negação desta agência seja pelos periódicos
oitocentistas, seja pela historiografia novecentista seria uma maneira de
compreender o movimento de efeito de teoria criado, fazendo as pessoas serem
aquilo que não necessariamente elas eram.4
A população negra era uma imperfeição, a ordem discursiva presente nos
periódicos buscava e criava uma imagem de inviabilidade do povo brasileiro, de
maioria negra, culpabilizando o mesmo pelo “fracasso” e ou pelo “atraso” do país.
De modo, a ser o único caminho para a “redenção” da nação seria criar um povo
novo, cultivar novas pérolas. O caminho para isso seria a imigração europeia.
Esta visão das elites fundamentada no evolucionismo, no darwinismo social, nas
teorias raciais, em grande medida, ganhou as ruas via periódicos. Assim, os
periódicos possuíram um papel significativo na divulgação das ideias das elites
por um lado, de outro colaborou substancialmente para a internalização pelo povo
brasileiro de sua condição de suposta inferioridade.
As ideias que circulavam nos periódicos eram produzidas em algum lugar e
este lugar não seria necessariamente fora das fronteiras nacionais. Lilia Schwarcz
indica isso na obra O espetáculo das raças. O espetáculo das raças: cientistas,
instituições e questão racial no Brasil 1870-1914 tem origem na tese de doutorado
da autora realizada na Universidade de São Paulo. Uma maior investigação
acerca do ambiente intelectual existente no Programa de Pós Graduação em
Antropologia Social no final dos anos 1980 e início dos anos 1990 é algo ainda
por fazer. A tese intitulada Homens de sciencia e a raça dos homens: cientistas,
instituições e teorias raciais no Brasil de finais do século XIX foi defendida em
1993 e teve a orientação de Maria Manuela Ligeti Carneiro da Cunha. No mesmo
ano a tese foi versada em livro.5 Da época da sua publicação até o presente
momento a obra em questão se tornou uma referência bastante importante para
os estudos sobre as elites intelectuais oitocentistas, bem como para os estudos
acerca das relações raciais no Brasil. O espetáculo das raças no que diz respeito

4 Em seguindo as ideias de E. P. Thompson sobre a agência é possível inferir que as

pessoas, mesmo sob as circunstâncias mais adversa detêm a capacidade de agência. E esta
capacidade de agência está articulada a uma série de circunstâncias, ou seja, o contexto onde a
pessoa está inserida pode aumentar e ou diminuir a capacidade de agência das pessoas, mas não
a extingui.
5Uma questão que não será abordada aqui é o lugar da autora no mercado editorial

brasileiro. No atual momento da pesquisa não há como avaliar se existe relação entre a posição
da autora no mercado editorial e a sua posição no campo intelectual.
ao seu conteúdo pode ser observado pelas premissas de Pierre Bourdieu acerca
do efeito de teoria, por sua vez a posição da autora do livro pode ser tratada
seguindo John Pocock.
O espetáculo das raças está inserido, pode-se inferir, no debate ocorrido
nos anos 1980 e 1990 acerca da existência de uma originalidade ou não no
pensamento brasileiro oitocentista. As discussões em torno da questão se
estariam as ideias no lugar ou não foram bastante importantes na investigação do
Brasil no período em questão. O texto de Roberto Schwarz, As ideias fora do
lugar, 1977, foi fundamental nesse cenário. Ao discutir a impropriedade do
liberalismo no Brasil oitocentista, dado a presença e centralidade do escravismo,
bem como da lógica do favor na condição de elementos estruturantes da
sociedade, Schwarz levanta e defende o seguinte argumento: “Ao longo de sua
reprodução social, incansavelmente o Brasil, põe e repõe ideias europeias,
sempre em sentido impróprio.” (SCHWARZ, R. 2008, p 29).
Ao longo dos anos 1980, chegando aos anos 1990 inúmeras autoras e
autores inspirados pelo argumento de Schwarz seguem com ele para ir contra ele,
indicando a existência de um pensamento brasileiro original nos oitocentos. Nesta
direção, trabalhos como os de Nicolau Sevcenko (1983-2003), Roberto Ventura
(1993), Alexandro Trindade (2004-2011), por um lado os de Angela Alonso
(2002), Hebe Mattos (2004) entre outras e outros indicam a originalidade do
pensamento brasileiro do período. Até mesmo a destacada incompatibilidade do
liberalismo com o escravismo pode ser analisada sob outros vieses.6 Com efeito,
O espetáculo das raças pode ser alocado em um conjunto de obras que visaram
demonstrar que as ideias estavam no lugar, que as elites intelectuais não faziam
só reproduzir ideias europeias, elas eram manuseadas com qualidade para
responder a demandas empíricas dadas, resultando, portanto, em um

6 A possibilidade do Liberalismo se combinar com o escravismo sem maiores traumas


podem ser encontrados nos escritos de John Locke, notadamente, no Segundo Tratado Sobre o
Governo, onde o autor com nitidez que a liberdade vale para os iguais, para os titulares da
propriedade. “E essa postura das elites brasileiras diante do ideário liberal não seria
completamente excêntrica e ou despropositada, uma vez que o liberalismo pensado, por exemplo,
a partir de John Locke (1632-1704) não teria maiores problemas em se conciliar com o
escravismo, pois a liberdade em questão valeria para os titulares da propriedade.” (COSTA, H.
2014) a partir de VASCONCELOS, Diego de Paiva. (2008). O liberalismo na Constituição de 1824.
Dissertação de Mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito Constitucional da
Universidade de Fortaleza, UNIFOR.
pensamento original. O caso das teorias raciais seria exemplar de tal situação.
Adesão a elas pelas elites brasileiras justamente no momento que o escravismo
declinava não seria aleatório. A busca por esse ideário seria uma resposta a uma
demanda específica que seria o possível aumento do mundo dos iguais. Lilia
Schwarcz afirma então que

O que se pode dizer é que as elites locais não só consumiram esse tipo
de literatura, como a adotaram de forma original. Diferentes eram os
modelos, diversas eram as decorrências teóricas. Em meio a um
contexto caracterizado pelo enfraquecimento e fina da escravidão, e pela
realização de um novo projeto político para o país, as teorias raciais se
apresentavam enquanto modelo teórico viável na justificação do
complicado jogo de interesses que se montava. (SCHWARCZ, L. 1993, p
17-18)

E qual seria esse “complicado jogo de interesses”? Nas palavras da autora,


“para além dos problemas mais prementes relativizados à substituição da mão de
obras ou mesmo à conservação de uma hierarquia social bastante rígida, parecia
ser preciso estabelecer critérios diferenciados de cidadania.” (SCHWARCZ, L.
1993, p 18). A manutenção bem nítida das diferenças sociais mesmo sob uma
suposta igualdade formal seria o ponto de partida para a busca das teorias raciais
por parte das elites brasileiras, todavia essas mesmas elites sabendo das
implicações práticas de uma adesão mecânica a tais teorias vão reconstruí-las
equilibrando – não sem contradições – “a aceitação da existência de diferenças
humanas inatas e o elogio do cruzamento”. (SCHWARCZ, L. 1993, p 18). Em
situações como esta surge o original do pensamento brasileiro oitocentista,
porque mais do que copiar e ou copiar errado, as elites intelectuais reelaboram as
teorias a sua maneira, para responder as suas questões específicas. Não se
descabido lembrar que Charles Darwin, por exemplo, assume no capítulo da
Origem das Espécies, dedicado a hibridação que esta ação tende a gerar algo
novo e mais forte que as formas originais. (DARWIN, C. 2010). Soma-se a isso a
“bagagem” trazida da UNICAMP, notadamente, a ideia da capacidade de agência
da pessoa escravizada e ou egressa do cativeiro. Seguindo, portanto, as
indicações de John Pocock, acerca do contexto lingüístico, têm-se um primeiro
esboço sobre o lugar de onde emergiu O espetáculo das raças. Em sendo essas
algumas das características mais basilares do lugar de produção da obra em
questão é possível ir ao conteúdo da obra, ao qual se fará o recorte na forma
como a autora problematizou as elites intelectuais.
Lilia Schwarcz vai às instituições de sciencia oitocentistas para nelas
encontrar os homens de sciencia, no escopo da presente interpretação, tomados
como as elites intelectuais. Os homens de sciencia foram concebidos pela autora,
segundo o entendimento aqui adotado, como pessoas engajadas em definir os
destinos do Brasil. Assim, mais do que “diagnosticar” os “males” da nação eles
precisavam encontrar a prescrição do “remédio” para “curar” o país. Esse
compromisso das elites intelectuais oitocentista seria uma marca fundamental da
sua atuação e produção. Schwarcz constrói dessa maneira um primeiro eixo para
aproximar analiticamente as elites intelectuais do Brasil oitocentista. Pois, ela não
oblitera que “(...) durante o Segundo Reinado era visível o amadurecimento de
grupos intelectuais distintos.” E que “as formações eram diversas, as aspirações
profissionais variavam em função das particularidades de cada especialização”,
logo tais características tornavam “difícil a definição de um só perfil sócio-
econômico” das pessoas que compunham as instituições que abrigavam as elites
intelectuais. (SCHWARCZ, L. 1993 p 25-26).
Outro eixo de aproximação, bastante óbvio, mais importante, foi destacar a
forma de ação dos homens de sciencia: explicar o Brasil, diagnosticar os seus
males e prescrever a sua cura pela sciencia. (SCHWARCZ, L. 1993 p 26). Um
terceiro eixo de aproximação estaria na homogeneidade heterogênea dos homens
de sciencia, para Schwarcz

Longe de conformarem um grupo homogêneo, divididos em função dos


vários interesses profissionais, econômicos e regionais – que tendem a
se acirrar com a queda da monarquia –, esses intelectuais guardavam,
porém, certa identidade que os unia: a representação comum de que os
espaços científicos dos quais participavam lhes davam legitimidade para
discutir e apontar os impasses e perspectivas que se apresentavam para
o país. (SCHWARCZ, L. 1993 p 37).

Este terceiro eixo articula-se, evidentemente, ao primeiro aqui enfatizado,


destacando assim a preocupação da autora em observar que mesmo na
heterogeneidade seria possível localizar algo de homogêneo, algo que permitisse
analisar os homens de sciencia em conjunto. Um quarto eixo construído pela
autora estaria vinculado à pauta de leitura da intelectualidade imperial,
notadamente, nos últimos anos do Império – as teorias raciais. Ao enfatizar o
compromisso da intelectualidade oitocentista em “salvar” o Brasil, Schwarcz
observa que isso teria que ser feito mantendo, em grande medida, as estruturas
elementares da sociedade brasileira. Com efeito, a moderna sciencia deveria dar
soluções para resolver os problemas locais, especialmente, solucionar o “atraso”
brasileiro, sem romper com a tradição vigente pautada no ethos escravista, no
patriarcado, no clientelismo, as hierarquias sociais deveriam ser preservadas.
Deste modo, entende-se que Schwarcz constrói em O espetáculo das
raças elites intelectuais postas a equalizar em suas ações os elementos,
conclusões extraídas da moderna sciencia com as exigências da tradição. O
espetáculo das raças oferece, pelo viés aqui adotado, uma interpretação das
elites intelectuais imperiais presas a uma circunstância empírica fundamental:
conciliar as explicações e soluções oferecidas pela moderna sciencia com as
premissas da tradição local. O compromisso com os projetos de futuro do país
scientificamente validados precisavam justificar e manter as hierarquias sociais
vigentes. Eis o motivo da pertinência para essas elites das teorias raciais, elas
poderiam fazer a amarração da moderna sciencia com as tradicionais hierarquias
sociais brasileiras. As teorias raciais poderiam teórica, retorica e empiricamente
criar o país da projeção de suas elites – branco europeizado –, suprimindo o
Brasil real que estava distante de ser branco e europeu.

Considerações finais

Da discussão apresentada pode se chegar até o momento, no que diz


respeito a resultados, aos seguintes pontos. A ordem discursiva presente nos
periódicos buscava e criava, é o que Retrato em Branco e Negro nos permite
pensar, aquilo que Pierre Bourdieu denominou de efeito de teoria. As elites
intelectuais que em inúmeros momentos era também a elite política procuraram e
pode se afirmar que conseguiram com bastante eficácia criar uma imagem de
inviabilidade do povo brasileiro, culpabilizando o mesmo pelo “fracasso” e ou pelo
“atraso” do país. De modo, a ser o único caminho para a “redenção” da nação
seria criar um povo novo. O caminho para isso seria a imigração europeia. Esta
visão das elites fundamentada no evolucionismo, no darwinismo social, nas
teorias raciais, em grande medida, ganhou as ruas via periódicos. Assim, os
periódicos possuíram um papel significativo na divulgação das ideias das elites
por um lado, de outro colaborou substancialmente para a internalização pelo povo
brasileiro de sua condição de suposta inferioridade. O conteúdo dos periódicos
era bastante alimentado pela produção intelectual local, como indicado em O
espetáculo das raças. Em tal contexto poucas vozes emergiram em sentido
contrário no interior das elites, cabendo destaque a Manoel Bomfim e Alberto
Torres. Estes autores por caminhos diferentes é fato, indicavam não ser o povo o
“culpado” pelo “atraso” e ou “fracasso” do Brasil. Desta feita, até o momento foi
possível interpretar a análise de Schwarcz como o processo de compreensão de
uma elaboração intelectual. A criação do Brasil ideal em oposição ao Brasil real.
O Brasil ideal é branco, europeu, o Brasil real é negro, africano, a pérola
imperfeita.

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