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ROSEMERI AQUILLA
Ijuí (RS)
2011
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ROSEMERI AQUILLA
Ijuí (RS),
2011
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The dissertation takes the assumption that the school as an area of human
development, can also develop a practice of Nutrition Education. After the
presentation the issue of Security and Insecurity Nutrition and Food research
addresses aspects of the legislation on the subject and media influences on food
intake. It is then traced the history of the National School Feeding and raising
questions regarding Nutrition Education from the educational potential of the lunch
hour. With reference thematizations these, the study presents and discusses two
models of school management gauchos who perform teaching practices related to
school feeding, which are the models adopted in the municipalities of Horizontina and
Pinheirinho do Vale, both located in Rio Grande do South The search data occurred
in preschools, elementary schools and municipalities of Special Education, who was
interviewed on the part of the school community (parents, teachers, counselors,
school meals, cooks, nutritionists), a total of 41 people. In these spaces surveyed
Food Education appears in practical activities such as growing school garden,
theatrical performances, storytelling, cooking workshops, among others. Among the
educational projects in schools to highlight the teaching of meals, nutritional
assessment and training of the school community for good food. As a contribution of
this study is to demonstrate that positive results in the context of nutrition education in
schools requires planning on the subject, an appropriate program to buy food,
adequate supervision and guidance and establishment of links between the family
culture and training initiatives within the school. Finally, there is the importance of
practical activity that any food education is accompanied by an explanation of the
reasons for a healthy diet.
Keywords: Health education. Food and nutrition education. School feeding. Human
Formation.
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE MAPAS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................10
REFERÊNCIAS.........................................................................................................83
ANEXOS ...................................................................................................................90
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INTRODUÇÃO
a educação constitui uma interação que precisa ser coordenada e que suas
tarefas de ensino e aprendizagem se relacionam, em grandes linhas, com a
reprodução dos componentes simbólicos do mundo da vida: a cultura, a
sociedade e a personalidade.
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Conferências Mundiais sobre Alimentação: Cúpulas Mundiais sobre Alimentação realizadas em
Roma, em 1996 e 2002 (ONU/FAO).
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Um dado importante que reflete que estamos evoluindo, mesmo que a passos
lentos, é que hoje temos menos pessoas passando fome. Em relação a 2004, houve
aumento da Segurança Alimentar (SA). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD), em 2009, 69,8% dos domicílios particulares brasileiros tinham
acesso regular e permanente a alimentos em diversidade e quantidade suficiente,
em face de 65% do levantamento anterior. Isso significa uma diferença – em
números absolutos – de 2,8 milhões de domicílios, correspondendo a
aproximadamente 11,1 milhões de brasileiros que passaram a viver em segurança
alimentar.
Sabe-se que existe uma legislação a ser cumprida, mas na realidade são
poucas as atividades que envolvem os alunos e que promovem uma vida saudável.
A responsabilidade de promover ou garantir uma vida saudável em sua diversidade
envolve a efetivação de políticas, programas e ações, o que faz com que um dos
caminhos seja a introdução da Educação Alimentar nas escolas brasileiras.
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famílias brasileiras não conseguem comprar alimento para seus filhos, e por esse
motivo dependem da Alimentação Escolar para sobreviver.
É neste quadro dos direitos, direitos do cidadão, que a merenda escolar tem
sido apresentada e “falada". Da questão assistencialista e nutricional —
combate à desnutrição e ao fracasso escolar — para a questão pedagógica
e da cidadania — como espaço para aprendizagens e convivências entre os
alunos e exercício do direito de alimentar-se, independente da carência.
No Brasil todos os alunos da rede pública têm este direito assegurado e
respeitado, e muitos deles dependem da Alimentação Escolar para garantir a sua
alimentação. Como citado anteriormente, é preciso tratar a Alimentação Escolar num
contexto pedagógico e num espaço de aprendizagens.
Diante disso, penso que um dos espaços mais adequados para orientações
sobre alimentação saudável e outros temas afins é o âmbito escolar, é a interação
entre toda comunidade escolar.
mais pessoal, ele não pode ser formalmente compartilhado” (LE COADIC, 2004, p.
5 ).
Entendemos que todo saber parte de uma problemática, e que é uma produção do
aluno, sendo este saber despersonalizado, descontextualizado, socioculturalmente
instituído. O saber só é válido quando aplicado em um contexto, e mobilizado para
resolver uma situação, que nesta oportunidade é caracterizado como problemática.
Segundo Savater (2005), antes o professor podia jogar com a curiosidade dos
alunos, com o desejo de conseguir penetrar mistérios que ainda lhes eram vedados
e dispostos, para isso, a pagar o pedágio de saberes instrumentais, muitas vezes de
aquisição trabalhosa. Agora, porém, as crianças já chegam abarrotadas de mil
notícias e visões multiformes, que não lhes custou nada adquirir... que receberam
até sem querer! O professor tem de ajudá-las a organizar essas informações,
combatê-las parcialmente e oferecer-lhes ferramentas cognitivas para torná-las
proveitosas ou, pelo menos, não nocivas. E tudo isso sem que ele próprio se torne
um sugestionador e sem pedir outra adesão que não a de inteligências em via de
formação rumo à sua autonomia.
Com relação a tal questionamento, Arroyo (1991, p. 41) destaca: “Uma escola
possível para o povo tem de começar por criar condições para sua existência
material, sem a qual será romântico reprogramar alternativas pedagógicas
inovadoras”.
A escola tem de preparar o aluno para que este saiba contatar com os meios
de comunicação e analisar as informações. O perigo reside justamente quando a
mídia estabelece como um de seus propósitos orientar a conduta da população, em
especial dos alunos. O meio de comunicação mais utilizado para o entretenimento é
a televisão.
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Hortas escolares como espaço de aprendizagem, atividades de educação alimentar através de
peças de teatro.
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Segundo Tardif e Lessard (2005), os saberes da experiência são desenvolvidos pelo professor no
exercício da sua profissão.
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É preciso refletir, neste sentido, que nos alimentamos não apenas pelo desejo
de saciar a fome. O que move nossa prática alimentar não é só a necessidade
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O comer faz parte da nossa vida. Nesse sentido, o comer na escola não pode
se desvincular de questões culturais mais amplas sobre alimentação e, portanto,
dimensões históricas, políticas e econômicas, e que envolve e integra vários sujeitos
e diferentes grupos.
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Segundo Tardif e Lessard (2005, p. 12), entre outras reflexões, ensinar é “[...]
um processo social (inserido em cada cultura, com suas normas, tradições e leis),
mas também é um processo profundamente pessoal: cada um de nós desenvolve
um estilo, seu caminho, dentro do que está previsto para a maioria”.
Segundo Mintz (2001, p. 2), pela sua natureza vital, o comer assume uma
posição central. Por meio do comer o homem incorpora nutrientes essenciais ao seu
organismo e se nutre de simbolismo. Nossas escolhas alimentares estão
relacionadas ao universo simbólico, são uma afirmação da nossa identidade.
Interagindo com este universo simbólico estão a disponibilidade de alimentos e o
domínio das técnicas de produção. De acordo com o autor: "comer é uma atividade
humana central não só por sua frequência, constante e necessária, mas também
porque cedo se torna a esfera onde se permite uma escolha".
Nesta percepção todas as ações que podem ser entendidas como práticas de
ensino de Educação Alimentar são aquelas em que o centro do processo
educacional é o aluno e a sua realidade. A experiência de cada aluno sustenta e
marca a Educação Alimentar. Esta experiência torna-se o ponto de partida na
metodologia de ensino, de modo que a teoria está sempre em função de melhorar a
qualidade de vida do educando e proporcionar, associada a outras aprendizagens, a
diversidade de temas desejada.
Este trabalho humano possui fins que se manifestam por suas ações, e são
perpassados por motivos, intenções, objetivos, projetos, planos, programas,
planejamento, etc. Esses fins podem surgir antes ou complexificar-se durante a
ação, e configuram o ensino de práticas de Educação Alimentar.
A Educação Alimentar tem como objetivo orientar o indivíduo para que este
construa uma alimentação saudável, sem deixar de lado a contribuição social e
cultural de cada um. Nesse sentido, será efetuada a Educação Alimentar e não,
como muitos definem, a reeducação alimentar, uma vez que o primeiro termo é mais
constante, não desconstrói o que é feito pelo indivíduo, o que ele aprendeu até o
momento. Desse modo, não se esquece e se banaliza tudo o que este consumiu e
que representa muito para ele, apenas se conduz a modificação de algumas atitudes
enquanto se valoriza outras.
Todos os elementos que poderiam estar abordando o tema acreditam não ser
sua responsabilidade ou competência como, por exemplo, a relação escola, família e
Estado. O assunto alimentação saudável deveria ser abordado de forma intensiva
por todos, mas cada qual acha não ser sua responsabilidade e acaba deixando o
trabalho para outro fazer e, nesta expectativa, não se trata o tema.
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Segundo Freire (2005, p. 67), na visão "bancária" da educação, o "saber" é uma doação dos que se
julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações
instrumentais da ideologia da opressão – a absolutização da ignorância, que constitui o que
chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro.
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No Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) os entrevistados declararam consentir que
as informações fornecidas fossem utilizadas somente para a finalidade deste estudo. Após, estas
informações foram devidamente identificadas pela mestranda em Educação nas Ciências, Rosemeri
Aquilla, que pretende guardá-las sob sigilo durante 5 anos e, ao término deste prazo, fazer a
incineração do material.
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Nos dois municípios investigamos uma escola de bairro e uma central. Mas
como o município de Pinheirinho do Vale apresentou o diferencial de ter muitas
escolas no interior, pesquisamos também nesse município uma escola interiorana.
Todas as escolas que participaram da pesquisa são municipais, cada escola tem sua
estrutura em alvenaria, as aberturas e a cor destas escolas são definidas pela
comunidade escolar, escola e Secretaria de Educação de cada município. Pode-se
perceber que as escolas visitadas têm sua história construída pela comunidade e
que há interação destes seres sociais, uma vez que todos trabalham em conjunto.
Verifica-se por meio de atas que a grande maioria dos pais se faz presente
nas escolas, sendo todos convidados para visitar os espaços e, inclusive, observar o
que seu filho está consumindo na merenda e dar sugestões.
28%
42%
10%
10%
10%
35% 40%
10% 10%
5%
Figura 5: Aula em que os alunos preparam a bolacha caseira aprendendo as letras do alfabeto,
Horizontina/RS.
Fonte: dados da pesquisa de campo (jul./2010).
Para Moran (1991), a relação entre escola e mídia pode estabelecer pontes
importantes, pois a instituição escolar é um espaço no qual é possível promover
discussões sobre os meios de comunicação, além de utilizá-los como motivação,
apoio, fonte de informação, pesquisa e novas formas de expressão. Segundo o
autor, os meios podem ser utilizados como forma de instrução, com o objetivo de
transmitir conteúdos objetivos.
Segundo Tardif e Lessard (2005, p. 12), entre outras reflexões, ensinar é “[...]
um processo social (inserido em cada cultura, com suas normas, tradições e leis),
mas também é um processo profundamente pessoal: cada um de nós desenvolve
um estilo, seu caminho, dentro do que está previsto para a maioria”.
Como queremos educar e preparar para a vida, concordo com (FREIRE, 1998,
p. 121):
“A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir
a ser.Não ocorre em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da
autonomia tem de estar centrada em experiências estimuladoras da
decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da
liberdade”.
Fonte: “Iniciar
Pesquisa da autora,
o trabalho julho/2010.
já na Educação Infantil, e envolver a família em todo
esse processo”.
Mapa 3: O que é Educação Alimentar para os que trabalham diretamente com a Alimentação Escolar
e o Comales de Horizontina, RS?
Fonte: dados da pesquisa de campo (jul./2010).
oferecida aos seus filhos e abrindo espaço para ouvir sugestões, bem como
palestras da nutricionista aos alunos, onde é abordado o tema. Como descrito, esta
realidade envolveu os pais na mudança da postura alimentar, oportunizando
alimentação saudável na escola e em casa.
Mapa 4: O que é Educação Alimentar para os que trabalham diretamente com a Alimentação Escolar
e o Comales de Pinheirinho do Vale, RS?
Fonte: pesquisa da autora (jul./2010).
O ponto de vista dos pais de alunos de Pinheirinho do Vale pode ser traduzido
na fala de uma mãe: “Educação Alimentar é ensinar a comer educadamente, saber
repartir, comer saudavelmente”. Eles apresentam a Educação Alimentar como uma
forma de aprendizagem nutricional e de conduta, porque a maioria dos pais se
preocupa com a alimentação de seu filho.
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Quanto mais jovem for a criança, maior deve ser a preocupação com sua
alimentação, porque é nesta fase da vida que o organismo está desenvolvendo
características que ficam para sempre, que é um valioso tesouro, segundo as
escolas que avaliaram a importância dos projetos.
O primeiro trabalho que faz parte deste projeto geral de Pinheirinho do Vale é
a “Nutricionista na Escola”, quando o cardápio é elaborado por uma profissional da
área, trazendo vários benefícios para as crianças, como: cardápio balanceado e
adaptado aos hábitos da região, do município e de acordo com as estações do ano.
O projeto valoriza produtos e produtores locais, realizando teste de aceitabilidade do
cardápio pelas crianças e modificação do mesmo, quando necessário, formando,
assim, bons hábitos alimentares. Esta mesma prática é realizada no município de
Horizontina e faz parte do projeto “Gestão Alimentar: uma prática de resultados no
controle e prevenção de patologias”.
Figura 8: Exemplo da avaliação nutricional que é realizada nas escolas de Pinheirinho do Vale.
Fonte: dados da pesquisa de campo (jul./2010).
Como resultado deste projeto há uma alimentação mais saudável nas escolas
e nos lares dos alunos, com o consumo de hortaliças sem agrotóxicos. As crianças
percebem sua importância, o que eleva ainda mais a autoestima, uma vez que são
as responsáveis pela manutenção das hortas nas escolas. Temos, assim, uma
alimentação mais saudável e saborosa, utilizando os produtos de excelente
qualidade das hortas na merenda escolar.
Figura 10: Capacitação com um especialista sobre preparação da merenda pedagógica em que estão
participando merendeiras.
Fonte: dados da pesquisa de campo (jul./2010).
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Figura 11: Capacitação sobre produção de alimentos saudáveis em que estão participando
merendeiras e pais. Fonte: dados da pesquisa de campo (jul./2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 42. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
______; BETTO, Frei. Essa escola chamada vida. São Paulo: Prol, 2000.
______; GUIMARÃES, Sérgio. Sobre educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984
(Diálogos, v. 2).
LOPES, AC. Tratado de Clínica Médica. Editora Roca, São Paulo, 2006, vol. II.
SAVATER, Fernando. O valor de educar. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2005.
OBRAS CONSULTADAS
ANEXOS
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ANEXO 1
Prezado(a) Senhor(a)
Está garantido que você não terá nenhum tipo de despesa financeira durante
o desenvolvimento da pesquisa, como também nenhum constrangimento moral dela
decorrente.
_________________________ _________________________
Nome do entrevistado Assinatura do entrevistado
_______________________________ __________________________
ANEXO 2
QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTA
ESCOLA:
FUNÇÃO:
SEXO:
IDADE:
MUNICÍPIO: ( ) Horizontina/RS ( ) Pinheirinho do Vale/RS
4. Você achou importante realizar estas práticas? Elas conseguem unir o educar
para a alimentação e demais saberes trabalhados na escola? Como?
ANEXO 3