Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
RESUMO
Neste artigo se propõe que a premissa mínima para uma crítica à he-
gemonia do logos eurocentrista é um non-rapport com o ser e pensar
europeu por parte de quem se assume como o outro. Em especial
os latino-americanos. Cria-se assim, um novo relatus em que se faz
possível falar-escutar ao ser-outro, o nós, não-europeus: real em sua
própria identidade e pluralidade, especificidade e diversidade. Superar
as interferências modernizadoras de uma racionalidade que busca
europeizar o genuíno diálogo de liberdades é a proposta da “não-
-filosofia” (F. LARRUELLE). O autor assinala que a “não-filosofia”
não é uma negação à Filosofia, e sim um “não” a uma “filosofia” que
não aceita a emergência de outros pensares e suas realidades huma-
nas. A “não-filosofia” e a Filosofia da Libertação convergiram nisto:
ambas são espaços de não dominação para um possível non-rapport
que acrescente a liberdade histórica dos povos.
Palavras-chave: América Latina; Europa; “não-filosofia”, diálogo.
I nTRODUÇÃO 1
Os povos não-europeus afirmam sua identidade apesar da violência
colonialista antiga e do neocolonialismo atual, sobre suas diversas formas.
É com um tal <<fundo>> e não sobre o do <<ser>> que escrevemos aqui.
H EGEl
Hegel não é o primeiro nem certamente é o último detrator do não
europeu. No entanto, Hegel, como poucos filósofos da História, mostrou
esta exclusão dos povos e das culturas não ocidentais em função da cultura
3
O <<universal>> aqui se torna como procedimento característico do eurocentrismo,
como veremos. O universus (reunido em um todo) não é senão a forma discursiva e
performativa do singularis, que se impõe, a partir do centro de poder, como o modelo
<<único>> para todos os <<outros>>. A globalização ou mundialização segue a mesma
lógica. Com <<verso-único>>, nós queremos enfatizar um movimento outro e não sim-
plesmente contrário ao processo de <<universalização>> eurocentrista ou da economia
globalizante; e, simultaneamente, acentuar a importância de guardar a pluralidade do/no
singular (singularis) que se reúne para compor um <<verso-único>> de libertação, não
universal (único-verso, universalizante do poder centralizador).
4 5 ZEA, Leopoldo. L`Amérique Latine face à l`histore. Trad. Jean A. Mazoyer et Jean Martin
Lierre et Courrier. Paris, 1991. p. 75-76.
5
Ibid., p. 53-80.
6
Ibid., p. 79.
7
Citado por Zea. Ibid., p. 77.
8
Ibidem.
9
Ibid., p. 78.
M ARX -E nGElS
Não há que se fazer ilusões quanto a Marx e Engels. A depreciação
do não europeu não terminou: <<Assim como para Hegel, os povos só al-
cançarão sua liberdade graças à tomada de consciência dos povos europeus,
para Marx e Engels, os povos da periferia só conseguirão a justiça que porá
fim a sua exploração graças à revolução proletária da Europa, do mundo
ocidental>>.10 A Europa oferece o modelo da libertação: <<o movimento
libertador deverá vir da Europa (...) somente o êxito desta revolução no
plano europeu tornará possível sua realização no resto dos povos da Terra,
inclusive dos povos bárbaros>>.11 Para o restante do mundo, Engels ousa
dizer: <<Alto! Vocês devem ser tão pacientes como o proletariado europeu!
Se este se liberta, vocês serão livres! Mas daqui até lá, nós não toleraremos
que vocês coloquem dificuldades ao proletariado em luta>>.12 Eis o mes-
sianismo eurocentrista. Esta maneira de compreender a América Latina é
chamada por Zea o <<novo eurocentrismo>> de Marx e Engels, é dizer
<<Europa como a possibilidade do socialismo>>.13
Para citar um último exemplo da reação desses teóricos com res-
peito à vitória dos Estados Unidos sobre o México, em 1847: Engels diz
que <<no interesse do seu próprio desenvolvimento, o México estará daqui
para frente sob a tutela dos Estados Unidos>>. 14 Zea mostra também que
<< Frente às críticas que Bakunin dirige aos Estados Unidos depois desta
conquista>>, Engels reage neste termos: <<É verdadeiramente um crime que
a magnífica Califórnia tenha sido arrancada desses preguiçosos mexicanos
que não sabiam o que fazer dela, pelos enérgicos yankes que sabem fazê-la
produzir? Muito ao contrário, essas pequenas nações impotentes deveriam
10
ZEA, Leopoldo. Discours d’outre Barbárie. Trad. del español por Clara Paz. Lierr et Cour-
rier. Paris, 1991. p. 71.
bidem.
11 1
12
ARICO, José. Marx y América Latina. Aliança Editorial, México. 1982. Citado por Zea.
Ibid. p. 72.
ZEA, Leopoldo. Discours d’outre Barbárie. Ed. cit., p. 260-265.
13 1
14
Materiales para la Historia de América Latina. Citado por Zea. Ibid., p. 262.
H USSERl
Encontramos uma nova variação do mesmo eurocentrismo, aquele
que pôs em evidência o <<privilégio de um sujeito transcendental propria-
mente europeu>>.17
Husserl dissipa seus preconceitos na Krisis... Podemos citar alguns.
Primeiro, o privilégio científico e filosófico da Europa: <<ciência e filosofia
enquanto <<realizações>> teóricas universais, desinteressadas e infinitas,
são greco-europeias e nada mais>>.18 Dali, a prerrogativa da filosofia eu-
ropeia de conservar <<a função de uma reflexão teórica, livre e universal,
que engloba também os ideais e o ideal de tudo>> que deve reger e legislar
sobre os outros povos: <<É verdade, em uma humanidade europeia [sic!],
que a filosofia tenha que exercer sua função como sendo a função arcôntica/
legislativa [poder de legislar] da humanidade inteira>>.19
Frente a esta enorme tarefa da filosofia europeia, o que fazem os
outros povos é totalmente outra coisa que a <<pura Teoria>>, atributo da
ciência greco-europeia. Segundo Husserl, as filosofias orientais – entre aspas
em seu texto –, por exemplo, não superam a maneira <<mítico-prática de
15
Ibidem. Cursivas minhas.
16
Ibid., p. 264.
17
DELEUZE, G et GUATTARI, F. Qu’est-ce que la philosophie? Minuit. París, 1991. p. 94.
18
Cf. Los comentários de Roger Paul Droit. L’oubli de l’nde. Une Amnésie Philosophique.
PUF, Paris. 1984. p. 202-205.
19
HUSSERL, E. La crise dês Sciences Européennes et Phénoménologie Transcendentale. Trad.
de G. Granel. Gillimard, Paris. 1976. p. 370-371. A propósito de lo que Husserl entiende
por Europa, véase sobre todo la página 352.
20
Ibid., p. 363-365.
21
Cf. Los comentários de Roger Paul Droit. op. cit., p. 204.
22
“Chez soi”, em la traducción francesa. Cf. Roger Paul Droit. op. cit., p. 203.
23
DROIT, Roger Paul. op. cit., p. 204, HUSSERL E. op. cit., p. 353-354.
24
Vid., RICOUER, P. “Husserl et le sens de l’histoire”. In: A l’ecole de la Phenomenologie.
Vrin, Paris, 1987. p. 39.
25
HUSSERL, E. op. cit., p. 21.
26
RICOUER, P. “Husserl et le sens de l’histoire”, Art. p. 37.
27
Ibid., p. 39-40.
28
DROIT, R-P. op. cit., p. 205. HUSSERL, E. op. cit. p. 21.
H EIDEGGER
Façamos uma simples referência a Heidegger, deixando de lado as
discussões sobre seu caso. Como minimizar o eurocentrismo de Heidegger
quando ele diz que <<(...) é por isso que temos posto a questão até o ser
em conexão com o destino da Europa, onde encontra-se decidido o destino
do planeta (Erde), e há que considerar ainda que no interior desse destino,
para a Europa, nosso ser-aí histórico se revela como o centro>>.29 Em que
medida o dizer de Heidegger é mais grave que o de Husserl, isso não nos
cabe analisar aqui.30
A EUROPAnÁlISES
No contexto dessa discussão sobre o eurocentrismo, faremos algumas
observações sobre o projeto chamado de europanálises, de Serge Valdino-
ci. O autor de Vers une Méthode de l’europanalyse, no mesmo caminho de
Husserl, quer de novo fundar a filosofia. O que poderia significar expressões
desconcertantes e enigmáticas como: <<A Europa é um a priori cultural>>,
<<Somente a Europa é filosófica>>, a filosofia é o <<móvel europeu>> [res-
sort européen], <<sua infraestrutura>>?31 Existe alguma coisa excludente
ou uma nova proposta de igualdade entre os povos? Contudo, se trata-se
da última possibilidade, por que seguir considerando tais projetos?
Segundo o autor, se a filosofia constitui o <<a priori>> do europeu,
então as <<outras culturas, sobre o planeta, não são filosóficas no sentido
radical.32 Assim, o que resta para os outros povos? As outras culturas têm
seus próprios a priori culturais. Os a priori dessas culturas não se submetem
ao império do <<a priori>> filosófico europeu. Se o imperialismo europeu
29
HEIDEGGER, Martín. Introduction à la Métaphysique. Trad. Gilbert Kahn. Gallimard,
Paris.1967.
30
Um pouco mais adiante (p. 67) Heidegger chega a dizer que a língua alemã – desde o
ponto de vista das possibilidades do pensar – é a mais potente de todas e aquela que pode
expressar mais a língua do espírito. Da filosofia grega passamos ao pensar: o passo de um
ao outro, é fundamental, talvez esse passo não nos conduza a <<caminhos que nos levam
a lugar algum>> mas a <<caminhos que levam sempre ao mesmo lugar>>; caminhos
circulares que nunca abandonarão o <<espíritu>> do centro... ou a posição <<central>>
do <<povo metafísico>>. Cf. Todo o teor da terminología do primeiro capítulo de In-
troduction à la Métaphysique (Ed. cit.) Nós temos aqui uma convicção <<ontológica>>
mordaz.
31
VALDINOCI, Serge. Vers une Méthode de l’europanalyse. Harmattan, Paris. 1995. p. 5.
32
Ibidem.
é tão forte como se crê,33 não transforma o a priori das <<outras culturas>>
não europeias.34 Pois essas culturas já têm seus móveis culturais que fazem
o mesmo papel que o da filosofia europeia. Ademais, há uma estruturação
comum que está fora da cultura, que o autor chama de << o real>>.35
Se é assim, por que sustentar que em todas as culturas existe algo
que desempenha o papel da filosofia? Por que reservar para a Europa a
exclusividade do <<filosófico>> e ao mesmo tempo afirmar uma atividade
correspondente a esses outros lugares? Conservando esta atividade, no que
se mantém o privilégio filosófico da Europa? Não faz da filosofia europeia
(pleonasmo!) o modelo que permitirá reconhecer no a priori de outros po-
vos alguma coisa que desempenhe o mesmo papel que é próprio da filosofia
europeia? Se não, como saber se aquilo que se faz em outros lugares não é
completamente diferente <<não-filosófico>>, fora-da-filosofia, porque fora
de todo modelo ou do modelar europeu?
Há outro aspecto mencionado por S. Valdinoci. Este reconhece que o
modelo filosófico europeu tem certa tendência a ser exportado, da mesma
maneira que se faz com as mercadorias e as ideias políticas.36
É curioso que o autor não tenha dito nenhuma palavra sobre a im-
portação do pensamento de outros povos. Temos aqui um problema de
mercadoria. Se os <<títulos>> não-europeus e não dominadores não são
<<vendáveis>> na Europa, é certamente, porque estes estão sempre <<em
baixa>> neste mercado.
Em compensação, para aqueles que querem receber os <<pacotes filo-
sóficos europeus>> , é necessário que saibam que esses embrulhos não lhes
serão entregues na forma de matéria bruta. Os produtos filosóficos europeus
já têm sido submetidos a todas as inovações e benefícios da tecnologia (para
utilizar uma expressão frequente em F. Laruelle) filosófica europeia. Filosofia
prêt-à-porter... em outros continentes: fenômeno único da Europa.
Assim, poderíamos perguntar, depois de tanto <<zigzag>>
metodológico,37 o que ganhamos com relação a Husserl? Evidentemente,
S. Valdinoci não diz o mesmo que Husserl. Sentimos a intencionalidade
33
Vid., infra: Sección III. << Em dirección hacia um no-rapport: La Geofilosofia>>.
34
VALDINOCI, Serge. Vers une Méthode de l’ europanalyse. Ed. cit. p. 6.
35
Ibidem.
36
Ibid., p. 5.
37
Ibid., p. 296 ss.
A POSTURA EUROPEIA
Parece que tudo isso que escutamos através destes argumentos tí-
picos, resulta simplesmente de uma postura europeia. Para não emitir um
juízo, deixemos a palavra a um francês, Jean-François Lyotard. Este coloca
o pensamento francês frente ao pensamento norte-americano:
(...) Nos propomos com ele entrar na discussão americana. E talvez na dis-
cussão simplesmente, que se alonga faz duas décadas no seio da comunidade
intelectual ocidental. O ‘pensamento francês’ está presente nesta discussão,
pois estes debates parecem quase totalmente ausentes do pensamento dos
franceses. Seria importante, e é difícil, analisar os motivos da resistência
francesa a discussão internacional. Dir-se-ia que as proposições de pen-
samento que nos vêm de fora parecem (quando elas nos alcançam, quero
dizer: quando a força das traduções e das apresentações, chegam a penetrar
no interior da França), nos parecem já desprovidas de interesse por elas
mesmas, já responder a questões já pensadas por nós, ou insuficientemente
elaboradas, ou, enfim, mal assinaladas. Eu creio que nós pensamos since-
ramente que as verdadeiras questões não estão sujeitas a argumentação, e
que somente a escrita pode acolhê-las.40
F IlOSOFIA PURA
No pluralismo latino-americano, observamos uma postura filosófica
<<pura>>. Pensamento desinteressado, à medida da Teoria greco-europeia
da qual falava Husserl. Trata-se de uma filosofia universal, que a Europa
tomou emprestada dos gregos, os não-europeus dos europeus e assim su-
cessivamente. Não existe aqui nenhum movimento nômada, ao contrário,
há evidência de um comércio. Postura muito conhecida, por isso, não é
necessário dizer muito sobre ela: os planos, os salários, os recursos financei-
ros, os pressupostos etc. Nos diferentes países ocorre apenas uma variação
local da prática universal. Neste caso, precisamente, S. Valdinoci tem razão
quando diz que se trata de uma filosofia <<prêt-à-porter>>... empregadora
dos infatigáveis <<trabalhadores do texto>>, <<arquivistas>>.47
É necessário fazer uma observação: no lugar de pensar um comércio
favorecido pela fraqueza local que supervaloriza os produtos importados,
seria melhor ver ali rapports muito particulares. Esses rapports resultariam
de um compromisso em escala mundial, estabelecido entre uma cultura de
exploração e um pensamento <<adequando-se>>. Ao invés de modificar o a
priori de outras culturas, esse pensamento estabelece um compromisso antes
que o a priori se transforme em uma questão para o pensamento do filósofo.
A FIlOSOFIA DA lIBERTAÇÃO
Deixando o puritanismo moral-econômico-filosófico, encontramos a
Filosofia da Libertação, dos anos 60-70. Falta a esta <<assepsia, desinfecção
e limpeza>> que distingue o autêntico discurso filosófico.48 Motivo pelo qual
muitos viram na Filosofia da Libertação uma simples reação (no sentido
nietzschiano de ressentimento) à filosofia pura.
LARUELLE, François. “Programa”, in: LARUELLE, François (Dir). Décision Philosophique.
47 4
A S VAnGUARDAS FIlOSÓFICAS
O reconhecimento da necessidade e da urgência de elaborar novas
categorias a partir de uma realidade que não fosse a da filosofia ocidental
europeia é relativamente recente. Durante os três primeiros séculos que segui-
ram o <<descobrimento>>, predomina a escolástica portuguesa e espanhola.
Depois virão notavelmente as influências do iluminismo e positivismo.58
Antes que se inicie uma reflexão mais sistemática a partir (e não
simplesmente sobre) a miséria, o que foi inaugurado como Filosofia da
Libertação, alguns pensadores se levantaram para tentar pensar de maneira
diferente, não europeia. Segundo Dussel, os antecedentes da Filosofia da
Libertação remontam a Bartolomé de las Casas (1484-1556). Las Casas
57
DUSSEL, Enrique. Método para uma Filosofia da libertação. Trad. de Jandir J. Zanotelli.
Loyola, São Paulo, 1986. p. 198.
58
SCHELKSKORN, Hams. “Discurso e libertação: Coordenação Crítica entre dois Projetos
de uma Ética.” Trad. de Amos Nascimento. Simposio. Aste. Vol. 8(2). Ano: XXVIII. n. 38,
julho. São Paulo, 1995. p. 162-176.
A nECESSIDADE DE FIlOSOFIA
Mais este passo em direção a um non-rapport é possível quando
colocamos frente a frente um pensamento de tipo libertador e a <<não-
-filosofia>>. Imediatamente surge o problema do <<não>>. Não temos
necessidade de filosofia na América Latina? Não é verdade que todos aque-
les que defenderam um pensamento libertador na América Latina foram
perseguidos por causa de uma filosofia, esta também libertadora?6970 Du-
rante o período da repressão militar, é a filosofia que foi expulsa de certos
níveis da educação. Por que então, uma <<não-filosofia>>? E, entretanto,
veremos que há muita semelhança entre uma filosofia de tipo libertador e
a <<não-filosofia>>.
Primeiramente, no que respeita à <<caça à filosofia>>, reconhecemos
que não se tratava, neste caso, de rechaço <<da>> filosofia. Já sabemos
como determinada filosofia pode estar comprometida com totalitarismos
e despotismos. Assim, no caso preciso de alguns países da América Latina,
tratava-se de rechaçar e perseguir <<uma>> filosofia que negava, por sua
vez, o filosofar <<dominante>> na educação. Filosofar que reprimia a liber-
dade. Pensar sem as pressões da filosofia dominante era um dos objetivos
e condição para a Filosofia da Libertação.
Sentiu-se por um momento o desejo de rechaçar completamente a
filosofia europeia – atitude bastante europeia, diria F. Laruelle. Pretendeu-
-se até começar do zero.70
A “ nÃO - FIlOSOFIA ”
Vendo as considerações que acabamos de fazer, o <<não>> da <<não-
-filosofia>> pode parecer como algo <<positivo>>. Sobretudo para nós,
não-europeus. O <<papel>> que a não-filosofia desempenha mesmo no in-
terior da Europa dará razão ao que afirmamos. Se colocarmos cara a cara, o
eurocentrismo e a <<não filosofia>>, implicará uma <<des-europeização>>
muito singular – sem cair no movimento nômade de Deleuze.
A não-filosofia é algo distinto do pensamento geográfico do vir-a-ser.
Evidentemente, no que se refere ao eurocentrismo, a não-filosofia deve ser
69
Cf. As obras de Dussel que traçam a história da Filosofia da libertação.
70
ZEA, Leopoldo. La Filosofía como Compromiso de Liberación. Ed. cit., p. 291.
71
DE KOBILA, Esther Diáz. “Philosopher em Argentine: La défense de la vie comme pro-
gramme”, Art. Cit.