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RESUMO
Este artigo visa contribuir para a compreensão da necessidade de se pensar e planejar previamente
as políticas públicas de inclusão social dos apenados, através do trabalho para evitar a perpetuação
da atual ambiguidade existente entre o discurso ideológico desta política, quando confrontado com
as oportunidades de trabalho oferecidas, com a forma como esse trabalho é conduzido e executado
dentro das unidades prisionais e os benefícios das empresas privadas ao explorarem dessa mão de
obra carcerária. Para isso, explora-se a ótica do Direito, da Economia e da psicologia para
compreender como as falhas na aplicação e execução do trabalho dentro da prisão, pode levar os
detentos a construir significados e representações negativas sobre o mundo do trabalho.
Para Freud, “a saúde mental é a capacidade de amar e de trabalhar. Não é preciso ser um
psicanalista para concordar (...) que: amar e trabalhar resumem a vida adulta. Pelo amor
reproduzimo-nos, pelo trabalho produzimos - produzir e reproduzir explicam nossa existência”.
(CODO, SORATTO, VASQUES-MENEZES, 2004, p.279).
Este artigo é fruto das reflexões sobre o discurso ideológico da política pública de
ressocialização dos presos condenados, através do trabalho, quando confrontado com os tipos de
trabalhos ofertados nas unidades prisionais, com o modo como estes são executados e como
empresas privadas se beneficiam dessa mão de obra carcerária barata.
O propósito dessas análises é sugerir que, dependendo do modo como uma tarefa é imposta
a um indivíduo encarcerado, este (indivíduo) pode perceber/representar o trabalho como uma
segunda prisão ou um segundo castigo, já que ao invés de estimular valores, como cidadania e
dignidade da pessoa humana, um trabalho desenvolvido em uma instituição total pode agir como
fator de rebaixamento, degradação, humilhação e profanação do eu. (GOFFMAN, 2007). Além
disso, abordaremos os benefícios que as empresas possuem ao instalar nos presídios oficinas de
trabalho que “contratam” os presidiários na execução do serviço por um valor inferior aos
trabalhadores comuns.
A relevância do tema proposto, não é criticar a atual “política penitenciária”, desmerecendo
o incentivo dado nos últimos anos para o trabalho, como forma de ressocializar a população
carcerária, e muito menos ignorar os efeitos positivos que uma atividade laboral traz para a saúde
mental e física de um indivíduo privado de liberdade, e sim, alertar os gestores dessas políticas sobre
o perigo da reprodução do efeito aprisionador de um trabalho com o qual o detento não se identifica
e que não lhe será útil em termos de preparação profissional e assegurar aos presos direitos
trabalhistas como qualquer outro trabalhador.
A intenção é ampliar a discussão da necessidade de estudar e conhecer as aspirações
pessoais e profissionais do público alvo da referida política, antes de executá-la, o que até então não
é feito, a fim de garantir maior assertividade, potencialização dos resultados e melhor investimento
do dinheiro público. Trata-se de abordar assuntos tão pouco discutidos na sociedade e provocar uma
reflexão dos cidadãos sobre o formato do sistema prisional brasileiro e a sua relação com empresas
privadas. No decorrer do artigo iremos tratar esse assunto tão relevante pelos prismas
constitucionais, sociais e econômicos.
CONCEPÇÃO DO TRABALHO DENTRO E FORA DAS INSTITUIÇÕES TOTAIS
Assim como cita Borges & Yamamoto (2004), “o trabalho é objeto de diversas e ambíguas
atribuições e significados”. Partindo dessa premissa e de tudo que já foi dito é que queremos
explorar como o indivíduo sob a custódia de uma instituição total, com ênfase na prisão, pode
representar o trabalho se este lhe for imposto, “inútil” (entendendo este como o trabalho que não
tem caráter profissionalizante e nem expressão econômica), ou, ainda, se por ele o internado não
sentir atração ou predisposição.
Se no “mundo externo”, a alienação da força de trabalho, mediante pagamento, pode gerar
todo tipo de angústia no trabalhador, já que ele produz bens que não lhe pertencem e que, na maioria
das vezes, nunca poderá comprar, imagine os efeitos patológicos que um trabalho executado num
ambiente de privação de liberdade pode representar na percepção que o internado tem desse trabalho
e da sua auto percepção na execução do mesmo.
Essa ideia pode ser melhor compreendida no seguinte trecho de Goffman:
“Nas condições usuais de vida de nossa sociedade, a autoridade do local de trabalho pára
quando o trabalhador recebe um pagamento em dinheiro; o fato de gastá-lo em casa ou em
local de diversões é um problema pessoal do trabalhador em constituir um mecanismo pelo
qual a autoridade do local de trabalho é mantida dentro de limites bem restritos. Mas, dizer
que os internados de instituições totais têm todo o dia determinado, para eles equivale a
dizer que todas as suas necessidades essenciais precisam ser planejadas. Portanto, qualquer
que seja o incentivo dado ao trabalho, esse incentivo não terá a significação estrutural que
tem no mundo externo”. (2007, p.20 e 21)
Essa dificuldade de representar o trabalho dentro da prisão do mesmo modo como ele era
representado anteriormente, agrava-se por uma série de questões que atravessam o dia a dia do
indivíduo preso, como a perda temporária da liberdade, o afastamento dos familiares e da sociedade
em que estava inserido, a adaptação às novas regras e rotinas e a desconstrução/reconstrução da
concepção de si mesmo.
Goffman já assinalava essas mudanças:
Esse afastamento do mundo exterior acaba pertubando a sequência de papéis que cada
indivíduo desempenha: homem, pai, marido, trabalhador etc, como descrito a seguir:
“A barreira que as instituições totais colocam entre o internado e o mundo externo assinala a primeira mutilação do eu.
Na vida civil, a sequência de horários dos papéis do indivíduo, tanto no ciclo vital quanto nas repetidas rotinas diárias,
assegura que um papel que desempenhe não impeça sua realização e suas ligações em outro. Nas instituições totais, ao
contrário, a participação automaticamente perturba a sequência de papéis, pois a separação entre o internado e o mundo
mais amplo dura o tempo todo e pode continuar por vários anos. Por isso ocorre o despojamento do papel.”(2007, p.24).
“Haja muito ou pouco trabalho, o indivíduo que no mundo externo estava orientado para o
trabalho tende a tornar-se desmoralizado pelo sistema de trabalho da instituição total”[...].
Um exemplo mais difuso desse tipo de mortificação ocorre quando é obrigado a executar
uma rotina diária de vida que considera estranha a ele – aceitar um papel com o qual não se
identifica.” (GOFFMAN, 2007, p. 22-31).
Seguindo essa linha de pensamento, o trabalho é tratado pela LEP como direito e dever do
preso condenado, nos seguintes termos:
Mas é na forma de tratar o trabalho do preso condenado como “obrigatório”, que a Lei
de Execução Penal, padece de inconstitucionalidade, ferindo a Constituição de 1988 no seu Art. 31 e
no Capitulo das Faltas Disciplinares, onde atribui falta grave ao preso condenado que se recusa a
executar trabalho ou tarefas, in verbis:
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de
suas aptidões e capacidade.
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
Embora haja uma incongruência legal, até a presente data, não tomamos conhecimento de
nenhuma Ação Direta de Inconstitucionalidade a fim de sanar o problema descrito.
E aproveitando essa fundamentação legal oriunda da LEP, é que o Regimento Disciplinar
Prisional do Estado de Minas Gerais (REDIPRI) encontra força para legislar, fazendo prevalecer o
seu artigo Art. 27 “são consideradas faltas disciplinares graves as seguintes (…) VIII - recusar, sem
motivo justo, trabalho que lhe for determinado”.
Lembrando que, uma vez punido com a falta grave, o preso condenado pode ter o benefício
da saída temporária revogada e ter o tempo remido revogado em parte, como observado nos artigos
da LEP dispostos abaixo:
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato
definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na
autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração
disciplinar. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)
E é com base nesse ordenamento jurídico autoritário que afirmamos que o trabalho dentro
da prisão pode se configurar como uma segunda prisão ou uma segunda forma de punição, já que
por elas a vida do condenado pode ser manejada a bel prazer das autoridades da instituição, seja o
do Diretor da unidade, como os próprios agentes penitenciários que acompanham o preso na
execução do trabalho.
No referido Regimento Prisional, em nenhum momento, há o cuidado de se exemplificar
motivos justos para recusa de trabalho. Isto posto, se um trabalho ofertado a um condenado, lhe
pareça estranho ou não lhe pareça atraente e útil para a sua qualificação profissional, sua simples
recusa pode gerar contra ele uma série implicações legais e disciplinares. E o que geralmente
acontece é que pressionado por esses contextos, o preso condenado acaba subjugando-se a executar
qualquer tipo de trabalho que lhe é ofertado, não estabelecendo com esse uma relação de
identificação e apropriação.
Além disso, há a problemática do tipo de trabalho a ser executado. As vagas de trabalho
mais ofertadas nas prisões brasileiras ainda continuam sendo as ligadas aos serviços gerais. Os
chamados “faxinas”- de cela, ala, pavilhão e adjacências da unidade - ainda representam o número
mais expressivo de alocações nas relações de trabalho, chamadas de “Relações de Trabalho em Prol
da Unidade Prisional”.
A forma de “pagamento” pela prestação desse trabalho interno é a Remição de Pena,
prevista no artigo 126 da LEP.
Por essa lei, o condenado que cumpre pena em regime fechado ou semiaberto poderá
remir, por trabalho ou estudo, parte do tempo de execução da pena à razão de 1(um) dia de pena a
cada 3(três) dias, no caso do trabalho, e 1(um) dia de pena a cada 12(doze) horas de frequência
escolar, na remição por estudo.
Por óbvio que, para um preso condenado a muitos anos de reclusão, o trabalho somente por
remição pode ser uma opção vantajosa. O que questionamos é a forma como a unidade prisional se
apropria desse instituto legal para suprir suas próprias necessidades de trabalho, já que o número de
funcionários contratados para execução da limpeza e conservação das unidades prisionais é
inexpressivo dada a dimensão do espaço físico da maioria delas.
Assim sendo, a mão de obra prisional é uma necessidade do Estado. Mas por razões
diversas, ele sempre justifica esse tipo de trabalho com o discurso ideológico da ressocialização e da
laborterapia.
Essa prática é antiga e, mais uma vez, muito bem exemplificada por Goffman:
“Como o trabalho externo é comumente realizado para a obtenção de pagamento, lucro,
prestígio, o afastamento de tais motivos significa um afastamento de algumas interpretações
da ação, e exige novas interpretações. Nos hospitais para doentes mentais, existe o que é
oficialmente conhecido como “terapia industrial” ou “laborterapia”; os pacientes recebem
tarefas, geralmente inferiores – por exemplo, varrer as folhas, servir à mesa, trabalhar na
lavanderia e limpar os pisos. Embora a natureza de tais tarefas decorra das necessidades de
trabalho do estabelecimento, a afirmação apresentada ao paciente é que essas tarefas o
ajudarão a reaprender a viver em sociedade e que sua voluntariedade e capacidade para
enfrentá-las serão consideradas como prova diagnóstica de melhora”. (2007, p.)
E a questão não se encerra por aí, pois, as políticas governamentais que regem o trabalho
penitenciário, a exemplo do que acontece no estado de Minas Gerais, pregam que o trabalho do
preso “PODE” ser remunerado, facultando o seu pagamento de acordo com a relação de trabalho. Se
a relação for “Por Parceria”, ou seja, aquela em que há segmento diverso do Estatal (Empresas
Públicas ou Privadas, Fundações, Instituições com ou sem fins lucrativos) conduzindo a oficina de
trabalho e lucrando com o produto dela, o trabalho do apenado será remunerado. Mas se a relação de
trabalho for em Prol da Unidade Prisional, ou seja, em prol do próprio Estado, o trabalho não será
remunerado, gerando para o condenado apenas a remição da pena.
Essa prática fere a Lei de Execução Penal, que em seu Art. 29 garante que o trabalho do
preso “DEVE” ser remunerado, como pode ser observado in verbis:
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser
inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e
não reparados por outros meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em
proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição
do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em
liberdade.
Ao tratar da relação de trabalho “Por Parceria” existem outras questões que devem ser
abordadas. As companhias dos setores público e privado firmam acordos com os Estados para
explorar a mão de obra dos internos: o regime de trabalho dos presos não é regulado pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e sim pela Lei de Execuções Penais.
Em algumas unidades prisionais, principalmente as maiores, essas empresas instalam no
presidio oficinas de trabalho das mais variadas funções. As áreas mais comuns são de construção
civil, têxtil, artesanato, alimentícios, bens duráveis e não duráveis. A unidade tem a função de
selecionar a quantidade de presos exigidos pela empresa e estes executam o serviço por
aproximadamente oito horas por dia. Esse horário pode variar para baixo, visto que os presos
possuem intervalos para almoço e outras atividades. O contratante possui a obrigação de pagar pelos
serviços oferecidos, sendo o valor obrigatório e de pelo menos ¾ do salário mínimo.
Dessa quantia, é retirado do preso 25% que é transferido ao Estado como forma de
pagamento das despesas geradas por ele dentro do presidio (alimentação, água, luz e outros) e outros
25% fazem parte do pecúlio. O pecúlio corresponde a uma soma ou reserva em dinheiro que fica
reservada para preso no banco para que ao sair da reclusão seja retirado por ele. O pecúlio na
realidade funciona como uma poupança forçada que na maioria das vezes não é acionada pelo
presidiário, pelo motivo de ausência de informação, ou seja, o preso muitas vezes não é informado
do benefício.
Visto isso, a quantia que realmente é paga ao presidiário ao executar os serviços é de 50%
dos ¾ de salário mínimo. Além de pagar muito menos que um trabalhador comum que não receberia
menos que um salário mínimo as empresas possuem outra vantagem em estabelecer tal tipo de
relação. O empregador não arca com nenhum tipo de encargo trabalhista como: assinar carteira,
férias, 13.º salário, FGTS, INSS, acidentes de trabalho ou outros. A realidade é que o trabalho dos
presos é altamente lucrativo para as empresas aumentando de forma exacerbada as suas margens de
lucro e esse valor ganho a mais não é transmitido de forma direta ao Estado, aos presidiários ou a
sociedade.
A inicial intenção do Estado era de incentivar a economia promovendo certas facilidades
para as empresas produzirem (facilitar o giro econômico) e de proporcionar ao preso através do
trabalho a ressocialização, redução de pena e valorização do trabalho. Porém, nem todos esses
objetivos foram alcançados e o principal prejudicado fica sendo o encarcerado. O ideal seria que o
preso ganhasse pelo menos um salário completo e fosse assistido pela CLT, já que lhe foi vedado o
direito à liberdade e não os direitos humanos. O Estado, todavia, com essa medida também seria
beneficiado, pois, já que possui 25% da remuneração do preso, teria seu valor acrescido a medida
em que o presidiário recebe mais.
Diante de tantos atravessamentos, podemos concluir que o trabalho do preso está longe de
ser um assunto tranquilo, corroborando a idéia da ambiguidade do discurso das “políticas
penitenciárias” que rezam que o trabalho do preso é realizado visando, única e exclusivamente, o
propósito da ressocialização ou inclusão social do apenado.
Se o trabalho do preso é economicamente importante para o Estado, já que lhe poupa a
contratação de pessoal para serviços de limpeza e conservação das unidades prisionais, e ele
(Estado) possui aparato legal para pressioná-lo a realizar esse trabalho, o perigo da reprodução do
efeito aprisionador de um trabalho sem expressão econômica, caráter produtivo ou
profissionalizante, consolida-se como um efeito colateral dessa política ressocializatória, produzindo
trabalhadores que não se identificam como tais, já que, além da liberdade, também foram afastados
do direito de desenvolver um trabalho de acordo com suas aptidões, habilidades, necessidades
futuras e ainda de acordo com as oportunidades oferecidas pelo mercado fora do sistema prisional o
que lhe traria possibilidades de emprego e renda.
Mais grave, ainda, é o despojamento do direito de receber uma contrapartida em dinheiro
pela prestação destes serviços. No contexto de encarceramento, o pagamento pelo trabalho por meio
da remição da pena é insuficiente para transformar o preso em um trabalhador, nos moldes do
capitalismo. Esse trabalho, “somente por remição”, estaria servindo apenas como condicionalidade
da Execução Penal.
“Conforme explicita Rousseau (in HITT e SMITH, 2005), as crenças que permeiam o
contrato psicológico são baseadas em promessas implícitas ou explícitas que, no decorrer do
tempo, tomam a forma de esquemas mentais relativamente estáveis. Ao adquirirem a forma
de esquemas ou modelos mentais, os contratos psicológicos tornam-se mais duráveis, na
medida em que se movem na direção de uma conjugação, de uma complementação entre o
trabalhador e a organização. Quanto mais duráveis forem os contratos, maiores serão as
dificuldades para se responder às mudanças do contexto”. (2009, p.24).
“Um sistema de valores, ideias e práticas, com uma dupla função: primeiro, estabelecer uma
ordem que possibilitará às pessoas orientar-se em seu mundo material e social e controlá-lo;
e, em segundo lugar, possibilitar que a comunicação seja possível entre os membros de uma
comunidade fornecendo-lhes um código para nomear e classificar, sem ambiguidade, os
vários aspectos de seu mundo e da sua história individual e social” (MOSCOVICI, 2005).
Segundo Jodelet (1984), a representação é uma forma de conhecimento prático que conecta
um sujeito a um objeto. Definir esse conhecimento como prático refere-se à experiência a partir da
qual ele é produzido e, sobretudo, ao fato de que a representação é empregada para o “agir” no
mundo (SALLES, p.57).
Nesse ensejo, as representações sociais, segundo a teoria de Moscovici (2005), são tanto
mecanismos que servem ao conforto psicológico do indivíduo quanto aos mecanismos de
manipulação do poder estabelecido.
As representações sociais, porque simbólicas, se constroem sobre a capacidade
representacional de um sujeito psicológico (JOVCHELOVITCH, 2003).
Nos dizeres de SALLES:
Em sua tese de doutorado, Denise Salles (2009) faz um estudo sobre o regime de confinamento
na indústria petrolífera. A motivação central partiu do questionamento sobre possíveis consequências
geradas pela organização nos comportamentos sociais e nas formas como ele constrói a realidade
organizacional, bem como sobre o modo como a organização do trabalho em ambiente de confinamento
afeta a introjeção de valores institucionais.
REFERÊNCIAS
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Disponível em
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