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AVALIAÇÃO COGNITIVA
1. RESUMO
2. INTRODUCÃO
A cada início do ano letivo, quando nos referimos especificamente à rede pública do
município do Rio de Janeiro, constatamos que diversas escolas enfrentam o mesmo
problema: salas de aula lotadas e a cobrança de um currículo a cumprir. Somados a
isso, estão os dados do Censo Escolar que atesta que:
O fato até poderia ser normalmente encarado como mais um desafio se não fosse por
vários estudos e pesquisas publicados reconhecerem que as causas estão, não só
nas deficiências do sistema escolar – despreparo dos profissionais da educação –
mas também, em aspectos socioeconômico, culturais e em deficiências dos alunos
(físicas, neurológicas, emocionais e afetivas). Como consequência surge,
Espera-se que este estudo desperte a atenção para a eficácia das provas operatórias
como uma ferramenta para a avaliação cognitiva, particularmente em crianças nas
series iniciais que apresentem um quadro de Dificuldades de aprendizagem, bem
como, ofereça à escola e professores, uma base para observação e ação de melhor
precisão em seus planejamentos e didáticas.
3. CAPITULO 1
Nesse intuito, ele voltou sua atenção para a investigação da origem do conhecimento
e do processo envolvido na transição de um conhecimento mais simples para um mais
complexo e organizado. Para isso, utilizou o desenvolvimento da criança como ponto
de partida. Piaget postula que a criança nasce com uma bagagem biológica e
hereditária que em contato com o meio, transforma-se e molda-se na inteligência
(PIAGET, 1998). A partir desse pensamento, procurou pesquisar o desenvolvimento
cognitivo da criança sob a perspectiva de uma evolução progressiva.
Assim como nosso corpo sofre mudanças para adaptar-se ao universo, Piaget
entendeu que a mente humana, para construir conhecimento, necessita adaptar-se
ao meio. Para isso, faz ela uso de esquemas. Esses esquemas surgem da ação do
contato do sujeito com objetos (físicos ou sociais) - organismo sobre o meio, sujeito
sobre o objeto. É interagindo com o meio que a mente do homem passa pelo processo
de adaptação com a transformação ativa desse sistema de esquemas. Para Piaget,
4.1.2 Assimilação
Sendo assim, essa etapa é marcada pela inserção de novos eventos em esquemas
já existentes. E Piaget ressalta que,
4.1.3 Acomodação
Nessa etapa, novos esquemas mentais são criados ou ainda, esquemas pré-
existentes são modificados. O cognitivo sofre alterações na tentativa de reorganizar
novas informações que entram em conflito com um conhecimento pré-existente. Desta
forma, diante de um evento novo, a criança tem suas estruturas alteradas para
assimilá-lo.
Os esquemas dos adultos são diferentes das crianças e nem sempre um estímulo
será assimilado. Pode acontecer eventualmente, deste não encontrar
correspondência com nenhum esquema pré-existente na estrutura cognitiva.
Entretanto, tanto a assimilação, quanto a acomodação acarretam mudanças nas
estruturas cognitivas ou no seu desenvolvimento.
4.1.4 Equilibração
1º. Exercício reflexo (primeiro mês de vida) – Atividades que correspondem o primeiro
mês de vida - instintivas ou inatas; coordenações sensoriais e motoras.
5º. Diferenciação dos esquemas de ação por reação circular terciaria (até os 18
meses) - Desenvolve estratégias eficazes para conseguir seu objetivo, reconfigurando
esquemas para atingir seu fim.
Segundo Goulart (2011, p. 23), esse estádio foi dividido em três subdivisões assim
caracterizadas:
As características desse período são apontadas por Goulart (1968 Apud Flavel,2 p.25
-26)
Esse período abrange dos onze-doze anos em diante, tendo a sua culminância aos
quinze. Também conhecido como o período da inteligência, pois é a partir desse ponto
que o sujeito terá desenvolvido um nível de inteligência para sua fase adulta. O que
define esse estádio é o pensamento formal, hipotético-dedutivo. Nesta etapa, a
criança adquire independência do concreto e dá lugar as hipóteses. Através das
hipóteses, forma esquemas conceituais abstratos e realiza operações formais.
Segundo Piaget a criança,
Com estruturas cognitivas mais elevadas, a criança torna-se apta a aplicar o raciocínio
lógico a todas as classes de problemas. Entretanto, a criança que não conseguiu
transpor a fase da percepção concreta para a perceção abstrata apresentará
dificuldades relevantes. Diante de um objeto abstrato (imaginário) será incapaz de
produzir inferências por ainda utilizar um raciocínio indutivo. Ou seja, só consegue As
suas próprias possibilidades de exercício serão expandidas quando seu pensamento
processa o possível.
5. CAPITULO 2
Pergunta-se, por que o fracasso escolar se faz tão presente nas séries iniciais do
ensino fundamental? Segundo Rubinstein (2014),
Pain (1985) adverte-nos para a existência de fatores que devem ser considerados no
diagnóstico de D.A.:
Contudo, é inevitável não perceber que em meio a turmas com 35 ou mais crianças,
nem as escolas, nem os docentes possuem estruturas hábeis para lidar com todas as
adversidades advindas dessa problemática.
Segundo o autor, esses critérios constituem um guia prático para auxiliar pais e
profissionais no reconhecimento da presença das dificuldades de aprendizagem na
criança, mas devem ser associados a outros tipos de avaliações para um diagnóstico
preciso. Ele afirma que é normal crianças apresentarem um ou mais desses
comportamentos durante a infância, porém, a sua persistência pode sinalizar a
necessidade de assistência especializada.
7. CAPITULO 3
8. AS PROVAS OPERATÓRIAS
2ª – Observação crítica
Ainda, deve-se ter atenção ao aplicar a provas, respeitando a faixa etária em relação
ao nível cognitivo de cada criança ou adolescente. Ou seja, as provas não podem
estar abaixo ou acima do nível cognitivo esperado para uma determinada faixa etária.
A eficácia da investigação, feita através do uso das provas, se dará pela competência
do entrevistador ao aplicá-las. É preciso que ele possua domínio de todo o processo:
a aplicação, a evolução e a obtenção de hipóteses e conclusões.
Uma avaliação eficaz não se dará apenas pela análise das respostas obtidas nas
provas. O aplicador deve observar o contexto geral: reações, postura, fala,
inquietações, reação diante do desconhecido, argumentos, organização e
manipulação do material (Sampaio, 2014a, p. 42).
O nível que a criança irá alcançar em cada uma das etapas revelará o grau de sua
estrutura operatória. Desta forma, será possível identificar o nível do pensamento
alcançado por ela. As respostas podem ser classificadas dentro de três níveis (Visca,
2008 e Sampaio, 2014a):
Muito do entendimento que hoje se tem sobre o desenvolvimento infantil pode ser
atribuído ao legado deixado por Piaget e seus colaboradores. É graças a suas
pesquisas e investigações que as ciências têm alcançado mais conhecimento sobre
o raciocínio humano e suas características. Através das provas operatórias -
instrumentos criados para observação clínica -– o desenvolvimento cognitivo pode ser
nivelado e o raciocínio lógico investigado, descrito e compreendido.
Por muito tempo se tenta explicar o fracasso escolar e entender mais sobre as
dificuldades de aprendizagem, porém a estratégia de observar, investigar e avaliar a
criança e o seu desenvolvimento cognitivo só passou a ser utilizada na década dos
anos 80. É o que afirma Yaegashi,
Outro aspecto investigado através das provas operatórias foi proposto por Campos et
al (2007). O autor objetivou caracterizar o desempenho de crianças com transtorno de
déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) em provas operatórias. Utilizando o estudo
de casos, aplicou duas provas operatórias (Conservação de Quantidades Continuas
e Descontinuas) num período de quatro sessões. Através da aplicação das provas e
da análise das respostas obtidas foi possível estabelecer o nível de desenvolvimento
das estruturas cognitivas do sujeito investigado.
Com isso, constatou-se que o fracasso era apenas a ponta do iceberg. Buscou-se
então, examinar os sintomas e não mais a consequência desses: qual seria a origem
de tanta defasagem cognitiva que afeta problemas matemáticos, interpretação de
textos e compreensão de conteúdo? Que fatores têm bloqueado a construção do
conhecimento?
Tem-se a ciência que certos aspectos das DA são de natureza transitória e previsíveis
e que podem ser detectados na fase pré-escolar. Por que parece então, não existir
nenhuma tentativa para remedia-las ainda que somente através de uma observação
aplicada por parte da escola, professores e principalmente dos responsáveis?
A escola, para muitas crianças, talvez seja a única forma de encontrar auxilio para sua
aflição. Uma criança com DA sem assistência pode ser perdida para a delinquência,
para o tóxico ou para o alcoolismo. Há vários fatores envolvidos, porém, o mínimo que
puder ser feito com certeza somaria, ainda que os resultados aparecessem somente
em longo prazo. É, portanto, vital a elaboração de um plano “B” para tentar reverter
um quadro tão humilhante e devastador.
O intuito desta pesquisa foi chamar a atenção para o poderoso instrumento que são
as provas piagetianas. Sendo utilizadas de maneira correta e bem aplicadas, poderão
auxiliar professores esclarecendo aspectos fundamentais sobre a área cognitiva dos
alunos no processo ensino-aprendizagem. Em lugar de diversas tentativas frustradas
e constrangimentos, o professor apto para uma percepção e observação consciente,
investiga, planeja e age.
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