Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
jurídico estadual
1º Cap.: O direito penal em sentido formal
❖ O conceito de direito penal
Chama-se direito penal ao conjunto de normas jurídicas
que ligam a certos comportamentos humanos, os crimes,
determinadas consequências jurídicas privativas deste
ramo de direito. A mais importante destas consequências,
tanto do ponto de vista quantitativo, como qualitativo
(social), é a pena, a qual só pode ser aplicada ao agente do
crime que tenha atuado com culpa.
Ao lado da pena prevê, porém, o direito penal
consequências jurídicas de outro tipo: as medidas de
segurança, as quais não supõem a culpa do agente, mas a
sua perigosidade.
❖ O âmbito do direito penal
Quando, na linguagem jurídica atual, se fala em “direito
penal” é, em regra, tão-só o direito penal substantivo, ou,
nesta aceção, direito penal material que se quer abranger.
Refere-se, contudo, por vezes, a existência de um direito
penal em sentido amplo ou de um ordenamento jurídico
penal que abrange, para além do direito penal substantivo,
o direito processual penal, adjetivo ou formal e o direito
de execução das penas e medidas de segurança ou direito
penal executivo.
O direito penal substantivo visa a definição dos
pressupostos do crime e das suas concretas formas de
aparecimento; e a determinação das consequências ou
efeitos que à verificação de tais pressupostos se ligam
(penas e medidas de segurança), bem como das formas de
conexão entre aqueles pressupostos e estas consequências.
Ao direito processual penal cabe a regulamentação
jurídicas dos modos de realização prática do poder
punitivo estadual, nomeadamente através da investigação
e da valoração judicial do crime indiciado ou acusado.
Ao direito penal executivo cabe a regulamentação
jurídica da efetiva execução da pena e/ou da medida de
segurança decretadas na condenação proferida no processo
6 +6
4 12
- Art. 99º
- Internamento de imputáveis – arts. 104º e 105º CP
• Bem jurídico
Bem jurídico é a expressão de um interesse, da pessoa
ou da comunidade, na manutenção ou integridade de um
certo estado, objeto ou bem em si mesmo socialmente
relevante e por isso juridicamente reconhecido como
valioso.
Para proteger os bens jurídicos a reação penal vai afetar
outros bens jurídicos (art. 18º/2 CRP). Só se pode fazer
restringindo outros quando isso for necessário (proibição
do excesso, princípio da proporcionalidade). A
intervenção tem de ser estritamente necessária, sendo que
o legislado só pode fazer quando for autorizado pela CRP
– art. 27º/2 CRP – e deve limitar-se ao mínimo necessário