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RESENHA DO LIVRO MISSÃO TRANSFORMADORA

O livro de David J. Bosch: “Missão transformadora: Mudanças


de paradigmas na teologia da missão”, revela a tentativa do autor
em demonstrar que “a compreensão e prática da missão têm
mudado durante quase 20 séculos de história cristã”. Sua tese,
apesar de que o mesmo entende que este processo de
compreensão ainda não foi terminado, é de que “nos encontramos,
de momento, em meio a uma das mais importantes mudanças na
compreensão e prática da missão cristã”.

O autor divide o livro em três partes:

Modelos neotestamentários de missão.


No contexto dos modelos neotestamentários de missão,David
Bosch procura em especial abordar: a) O caráter missionário do
ministério de Jesus; b) O ministério missionário da Igreja
Primitiva; c) Como Mateus, Lucas e Paulo interpretam a missão
da Igreja.

No caráter missionário do Ministério de Jesus, são destacados


quatro os traços da pessoa e ministério de Jesus:

1 – Jesus e o reinado de Deus

Segundo David Bosch, o reinado de Deus está no dentro de todo o


ministério de Jesus. Sendo que o reinado de Deus é o ponto de
partida e o contexto para a missão.
Segundo ele, dois pontos são importantes para a avaliar a natureza
missionária da auto-compreensão e do ministério de Jesus:

O reinado de Deus não é entendido como exclusivamente futuro,


mas como tanto futuro quanto já presente. Entretanto, segundo
ele, existe uma tensão não resolvida entre as dimensões presente e
futura do reino de Deus.
Ele desencadeia um ataque geral ao mal em todas as suas
manifestações. O ataque do reinado de Deus manifesta-se de
uma forma particular nas ações de curas produzidas por Jesus. E
de forma mais notável nos exorcismos.

2 – Jesus e a Lei
David Bosch citando Moltmann afirma o seguinte:
O lugar central da Torá no apocalipsismo judaico é (…) ocupado
pela pessoa e pela cruz de Cristo. O lugar da vida na lei é ocupado
pela comunhão com Cristo no seguimento do crucificado.
O lugar da autopreservação do justo em relação ao mundo é
ocupado pela missão do crente no mundo.
Existem algumas dessemelhanças fundamentais entre a visão de
Jesus e seus contemporâneos em relação a Tora:
Jesus ataca a hipocrisia de permitir-se uma discrepância entre
aceitar a Lei como autoritativa e, mesmo assim, não agir de
acordo com ela;
Ele radicaliza a Lei de um modo sem paralelos (Mt 5.17-48);
Numa autoconfiança suprema, chama a si a responsabilidade de
simplesmente ab-rogar a Lei, ou menos certos elementos dela.
Qual foi a razão de Jesus agir desta forma?
A resposta está ligada a compreensão de Jesus acerca de sua
missão:
a) para Jesus o Reinado de Deus, e não a Torá, é o principio
decisivo de ação;
b) No ministério de Jesus as pessoas são mais importantes do que
regras e rituais;

3 – Jesus e seus discípulos


Bosch cita Pesch dizendo que “A vocação dos discípulos é um
chamado para seguir a Jesus e um ser posto à parte para
atividades missionárias. A vocação, o discipulado e a missão
constituem uma unidade”. destaca-se:
No judaísmo da época de Jesus, o Talmid tinha a prerrogativa de
escolher seu próprio mestre e ligar-se a ele. No entanto, nenhum
discípulo de Jesus se associa a ele, por vontade própria;
No caso do judaísmo tardio, era a Lei, a Torá, que estava no
centro. A autoridade residia na torá e não no mestre. Entretanto,
Cristo, não precisava de qualquer legitimação de sua autoridade
com base na Torá, ou com base em qualquer outra cosia;
No judaísmo, o discípulo era meramente um meio para um fim.
Para o discípulo de Jesus o discipulado é em si mesmo o
cumprimento do seu destino.
Os discípulos dos rabinos eram apenas alunos, nada mais.
Entretanto os discípulos de Jesus são também seus servidores;
4 – Missão a partir da perspectiva pascal
Na compreensão de Bosch, a experiência pascal foi de suma
importância para os discípulos. A interpretação dos discípulos foi
de que a cruz determinava o fim de antigo mundo e a ressurreição
de Jesus como a irrupção do novo mundo.
Segundo ele, a razão de ser dos Evangelhos foi a Páscoa, pois sem
a Páscoa, eles não fazem nenhum sentido. Ele afirma mais, de que
os evangelhos foram escritos a partir da perspectiva pascal.
No ministério missionário da Igreja Primitiva, Bosch procura
reunir alguns ingredientes importantes do ministério de Jesus e
da igreja primitiva: a) Em primeiro lugar e antes de mais nada, a
missão cristã primitiva envolvia a pessoa do próprio Jesus; b) A
missão cristã primitiva era política, e de fato revolucionaria; c) A
natureza revolucionaria da missão cristã primitiva manifesta-se,
inter alia, nos novos relacionamentos que surgiram na
comunidade; d) Em sua missão os cristãos primitivos não
introduziram a utopia, nem tentaram faze-lo; e) Quando o infante
Jesus foi apresentado a Deus no templo de Jerusalém, conta-nos
Lucas, o ancião Simeão o abençoou e disse a Maria: “Eis que este
menino está destinado (…) para ser contradição.”Lc 2.34);

Segundo Bosch, a igreja primitiva cometeu algumas falhas. Em


sua concepção, Embora o livro de Atos apresente um quadro
idealizado da igreja primitiva, não esconde algumas tensões,
falhas e pecados que aconteceram com os primeiros cristãos ,
inclusive pecados cometidos pela liderança da igreja. Ele
apresenta algumas fraquezas que ameaçavam, em graus diversos,
desfazer a natureza integral da primeira mudança de paradigma.
Quais foram as falhas da igreja?

Jesus não tinha a intenção de fundar uma nova religião. Para


Bosch, “os Doze deveriam ser a vanguarda de todo o Israel e,
além de Israel, por implicação, de todo o ecúmeno”.
Infelizmente, segundo ele, “No decorrer do tempo, a comunidade
de Jesus simplesmente tornou-se uma nova religião, o
cristianismo, um novo principio de divisão entre a humanidade. E
assim permaneceu até o dia de hoje”.
Ela deixou de ser um movimento e transformou-se numa
instituição.
A longo prazo, ela mostrou incapaz de fazer os judeus sentirem-
se em casa.
A questão é se essas falhas poderiam ser evitadas. Segundo ele,
provavelmente não. E ele apresenta alguns argumentos:

Temos que perguntar se é justo esperar que um movimento


sobreviva apenas como movimento. Ou o movimento se
desintegra ou então torna-se uma instituição – isso é
simplesmente uma lei sociológica;
Como poderia a igreja primitiva seguir coerentemente a lógica do
ministério de Jesus e ainda assim, a longo prazo, adotar a lei
judaica como caminho da salvação?
No contexto do como Mateus, Lucas e Paulo interpretaram a
missão da igreja, pode-se considerar:

1 – Mateus: missão como fazer discípulos

Segundo Bosch, o Evangelho de Mateus é essencialmente um


texto missionário. Mateus propôs-se a escrever o seu Evangelho
não por causa da vida de Jesus, e sim, por causa de sua visão
missionária.

Mateus faz uso do Antigo Testamento não só de forma polêmica,


mas também de forma profundamente pastoral e missionária,
objetivando encorajar e transmitir autoconfiança a comunidade,
como também encorajar a comunidade a para ver oportunidades
de missão e serviço à sua volta.
Destaca-se alguns pontos importantes segundo Bosch:

A Grande Comissão no final do Evangelho deve ser entendida


como a chave para a compreensão de Mateus acerca da missão e
do ministério de Jesus;
Mateus acentua freqüentemente em relação aos gentios é a fé
deles em Jesus, sua resposta espontânea e positiva a ele, que é
muito diferente daquela dos judeus;
Uma missão a Israel e uma aos gentios não precisam se excluir,
mas deveriam, antes, abarcar-se mutuamente;
Certamente, o retrato que Mateus desenha dos judeus e seus
líderes contém um potencial anti-semita que nós, particularmente
após o Holocausto, não deveríamos pôr de lado depressa demais;
A despeito de suas fortes opiniões sobre a dureza de coração dos
judeus, Mateus nunca põe em dúvida a validade continuada de
uma missão dirigida a seus compatriotas;
Na concepção de Mateus, a missão aos gentios só é possibilidade
após a morte e ressurreição do Messias dos judeus;
Bosch apresenta alguns conceito-chave que são centrais para
Mateus e sua percepção da missão:

1 – Ensinado-os a guardar todas as coisas que vos tenho


ordenado.

Segundo ele, três termos na Grande Comissão resumem a


essência da missão para Mateus: Fazer discípulos, batizar e
ensinar. Mateus destaca mais do que qualquer outro, a
centralidade da vontade de Deus para Jesus e os seus discípulos.
O ensino de Jesus é um apelo à vontade de seus ouvintes, e não ao
primordialmente ao seu intelecto.
2 – O Sermão do Monte

O sermão do Monte manifesta a essência da ética de Jesus.


Segundo Bosch, existe uma discrepância entre o que Jesus
ensinou e o que efetivamente aconteceu com seu ensinamento. No
seu ensinamento de amar os inimigos, verdadeiramente reflete-se
a natureza do ministério de Jesus de se caracteriza em romper
fronteiras. Na verdade, o fato de que os cristãos não viveram de
acordo com os padrões estabelecidos pelo Sermão do Monte, não
os dispensa do desafio de fazer isso.

3 – O Reinado de Deus e a justiça-retidão

Para Bosch, duas expressões importantes no Evangelho de


Mateus por causa de suas noções eminentemente missionárias
são: Basileia e Dikaiosyne. Mateus usa o termo basileia 51 vezes.
Este termo é dominante na proclamação do Mateus de Jesus, em
suas parábolas, curas e exorcismos. Dikaiosyne deve ser a noção
mais característica de Mateus. O termo pode ser entendido como
justificação ou retidão.

4 – Fazei discípulos

O termo discipulado é central para o Evangelho de Mateus e para


a sua compreensão de igreja e missão, de acordo com Bosch. E
discípulo é um termo muito mais central em Mateus do que nos
demais evangelhos sinóticos. Em Mateus ele ocorre 73, em
Marcos 46 e em Lucas 37. Para Mateus, discípulo não se refere
unicamente aos doze, como acontece em Marcos em Lucas. Em
Mateus os primeiros discípulos são protótipos da igreja.

5 – Modelados de acordo com Jesus, e ainda assim…

Segundo Bosch, os discípulos da época de Mateus são


modelados de acordo com os primeiros discípulos de Jesus, como
também a relação entre Jesus e seus discípulos eram radicalmente
distinta da relação entre os rabinos e seus discípulos. Mateus
declara que os discípulos partilham da sorte de seu mestre. Jesus e
seus discípulos partilham do sofrimento e da autoridade
missionária. Entretanto existe diferença entre Jesus e seus
discípulos que pode ser encontrada na forma como Mateus usa a
expressão Kyrios.

Qual foi a contribuição do autor do primeiro evangelho para a


compreensão de missão? Pergunta Bosch.

Na tentativa de articular uma identidade para essa comunidade,


Mateus recorre à tradição sobre Jesus de Nazaré;

Mateus parece esposar uma cristologia “baixa” na medida em que


retrata Jesus em termos que lembram Moisés, sem entretanto,
deixar qualquer dúvida quanto à sua convicção de que Jesus é O
Senhor que tem de ser adorado;
Ao desenvolver seu paradigma missionário, Mateus é tanto
tradicional quanto inovador,uma disposição que lhe possibilita
comunicar-se com amas as “alas” de sua comunidade;
A tendência de Mateus de optar pela tensão criativa, de combinar
o pastoral e o profético, também se evidencia na maneira pela
qual ele retrata o chamado para uma missão tanto para judeus
quanto para gentios;
2 – Lucas-Atos: a prática de perdão e solidariedade com os pobres

Segundo Bosch, a compreensão de missão de Lucas difere em


aspectos significativos daquela de Mateus. Bosch dá algumas
razões para se optar por Lucas ao pesquisar a percepção de missão
da igreja primitiva: a) Lc 4.16-21 substitui a “grande Comissão”
de Mateus como texto-chave não só para entender a missão do
próprio Cristo, mas também a da igreja; b) A centralidade da
missão nos escritos de Lucas; c) Lucas não só escreveu um
Evangelho, mas também o Livro de Atos.

Algumas semelhanças entre ambos são: a) ambos os evangelhos


foram escritos no mesmo período; b) ambos fizeram uso, em
grande parte , das mesmas fontes: O Evangelho de Marcos e a
Fonte de Ditos (ou Q); c) ambos escreveram para comunidades
em transição.

Bosch destaca alguns pontos importantes: a diferença entre O


Evangelho e Lucas; A missão aos gentios em Lucas 4.16-30; A
“Grande Comissão” de Lucas; O caráter judaico de Lucas.

Segundo Bosch, Lucas tem um interesse particular pelos pobres e


outros grupos marginalizados. Citando Mazamina, ele diz:

A preocupação [de Lucas] é com as questões sociais sobre as


quais escreve: com demônios e forças malignas da sociedade do
século 1 que privavam homens, mulheres e crianças de dignidade
e personalidade, de visão, voz e pão, e procurando controlar as
vidas deles pra se ganho privado, com o egoísmo e subserviência
de próprio povo; e com as promessas e possibilidades dos pobres
e excluídos.

Quanto aos ricos, é dito que “são primordialmente aqueles que


são cobiçosos. exploram os pobres, estão tão determinados a
ganhar dinheiro que nem sequer doa o ludo de tomar tempo para
aceitar um convite para um banquete (Lc.4.18s).”

Bosch manifesta a compreensão que Lucas deseja que os ricos


compreendam a mensagem de Jesus e se moldem a forma de
viver de Jesus e seus discípulos, motivando a uma conversão
para viverem uma vida de acordo com a mensagem social de
Jesus. Dentro deste contexto, Lucas apresenta as reações de
Zaquel e do jovem rico diante da mensagem de Jesus.

Segundo Bosch, alguns paradigmas missionários emergem em


Lucas:

A pneumatologia de Lucas. Para Lucas, o conceito do Espírito


selava a afinidade entre a vontade salvífica universal de Deus, o
ministério libertador de Jesus e a missão mundial da igreja;
Sua correlação das missões aos judeus e aos gentios. A igreja
cristã nunca poderá se esquecer que se desenvolveu, de maneira
orgânica e gradativa, a partir do seio de Israel e que, por isso,
como outsider, não poderá reivindicar as prerrogativas históricas
de Israel;
Sua Eclesiologia. Lucas considera a vida de Jesus e a estória da
igreja como estando unidade numa só era do Espírito.
3 – Missão em Paulo: convite para aderir à comunidade
escatológica

Segundo Bosch, a dimensão missionária de Paulo nem sempre


desfrutou de reconhecimento. Entretanto, hoje em dia Paulo é
amplamente reconhecido como o primeiro teólogo cristão,
justamente por que ele foi o primeiro missionário cristão.

Bosch salienta algumas coisas importantes: 1) A conversão e a


vocação de Paulo; 2) A estratégia missionária de Paulo, que se
divide em: missão nas metrópoles, Paulo e seus colegas e a
autoconsciência apostólica de Paulo; 3) A motivação missionária
de Paulo que compreende: a) Senso de preocupação; b) Senso de
responsabilidade; c) Senso de gratidão;

Para Bosch é impossível compreender o Paulo teólogo a menos


que se o considere, primordialmente, como o Paulo missionário.
Quais são as características do paradigma missionário de Paulo?
Pergunta Bosch.

A igreja como nova comunidade. A igreja é a vanguarda da nova


criação e precisa refletir necessariamente os valores do mundo
vindouro de Deus em que os crentes da nova comunidade
encontram sua identidade em Jesus Cristo e não em sua raça,
cultura, classe social ou sexo;
Uma missão entre os judeus? A questão é: São os judeus , talvez,
o único grupo religioso do mundo que a igreja não tem a
incumbência de converter?
Missão no contexto do triunfo iminente de Deus. Nossa vida
como cristãos só é real quando ancorada no conhecimento seguro
da vitória divina: “Se nossa esperança em Cristo se limita apenas
a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Co
15.19);
A missão e a transformação da sociedade. A vida cristã não se
limita piedade interior e a atos cultuais, como se a salvação
estivesse restrita a igreja; antes os crentes como um corpo
comunitário, estão incumbidos de praticar a obediência corpórea
e de servir a Cristo em suas vidas cotidianas…;
Missão em fraqueza. Para Paulo, o sofrimento não é apenas algo
que se deve suportar passivamente devido aos ataques e à
oposição dos poderes deste mundo, mas também expressa, e
talvez prioritariamente, o engajamento ativa da igreja no mundo
por amor à redenção deste mundo;
O objetivo final da missão. A raiz mestra da compreensão
cósmica paulina de missão é uma crença pessoal em Jesus Cristo,
crucificado e ressuscitado, como Salvador do mundo.
Paradigmas históricos da missão
Nos paradigmas históricos da missão, Bosch aborda os seguintes
temas:

1 – O paradigma missionário da igreja oriental

Bosch afirma, citando Has Kung, que se pode dividir toda a


história do cristianismo em seus grandes paradigmas: 1) O
paradigma apocalíptico do cristianismo primitivo; 2) O
paradigma helenístico do período da patrística; 3) O paradigma
católico romano medieval; 4) O paradigma protestante (da
Reforma); 5) O paradigma moderno do iluminismo; 6) O
paradigma ecumênico emergente. Em cada um desses períodos é
revelada uma compreensão peculiar da fé cristã.
Segundo ele, a transição de um paradigma a outro não é abrupta,
pois um novo paradigma tem seus batedores, que ainda operando
no velho. Citando mais uma vez Hás Kung, ele afirma que a
igreja-em-missão contemporânea é desafiada por alguns fatores:
a) O Ocidente perdeu sua posição dominante no mundo; b) As
estruturas injustas de opressão e exploração estão sendo
contestadas; c) Capacidade do homem de exterminar a
humanidade.

Considerando o paradigma missionário da igreja oriental, Bosch


declara que a penetração da fé cristã no mundo grego-romano
produziu uma significativa transformação. com o decorrer do
tempo os cristãos tiveram de lutar em duas frentes: a) contra a
sinagoga; b) contra as religiões helenísticas.

Bosch destaca: 1) a igreja e os filósofos; 2) A escatologia, na qual


havia uma profunda diferença entre a escatologia da Igreja
helenística e a do protocristianismo judaico; c) O problema com o
gnosticismo;.

Considerando o paradigma missionário patrístico e ortodoxo


Bosch entende que a missão está completamente centrada na
igreja, pois na ortodoxia a igreja é provedora da luz salvífica e a
mediadora do poder para a renovação que produz vida. Por isso,
“a liturgia constitui a chave para a compreensão ortodoxa de
igreja, e por conseguinte, a importância dela ara o ponto de vista
ortodoxo sobre a evangelização não pode ser suficientemente
enfatizada”. Sendo que o fundamento da missão, é o amor e o
objetivo da missão é a vida.

Segundo ele, o paradigma ortodoxo excedeu a mera inculturação


e contextualização da fé, porque a igreja adaptou-se à ordem do
mundo existente, fazendo com que a igreja e a sociedade se
penetrassem e permeassem reciprocamente.

2 – O paradigma missionário católico romano medieval

Bosch considera os seguintes pontos: a) a individualização da


salvação, a polemica entre Pelágio e Agostinho; b) a eclesiologia
da salvação, entre Agostinho e os donatistas; c) a missão entre
igreja e o Estado; d) “Guerras missionárias” indiretas e diretas, e)
colonianismo e missão, em que de forma bastante incoerente, o
período colonial desencadeou uma era missionária sem paralelos,
em que a cristandade descobriu, que passados 15 séculos de
fundação da igreja cristã, ainda havia milhões de pessoas que
ignoravam a salvação.

Avaliando o paradigma medieval, Bosch diz que diferentemente


do paradigma missionário da patrística, ele sofreu mudanças,
pois durante as últimas três décadas, em especial, a compreensão
católica romana da missão sofreu uma mudança extremamente
profunda.

3 – O paradigma missionário da Reforma Protestante

Segundo Bosch, foi Lutero quem precipitou a introdução do novo


paradigma, através de eventos que aconteceram com ele que o
levaram a uma conversão.

Bosch identifica cinco traços que ajuda a discernir os contornos


de uma teologia protestante da missão: a) o artigo da justificação
pela fé constitui o ponto de partida da teologia; b) a perspectivas
de que as pessoas tinham que ser avaliadas primordialmente a
partir da perspectiva da Queda; c) a ênfase à dimensão subjetiva
da salvação; d) à redescoberta do sacerdócio de todas as pessoas
crentes; e) A centralidade das Escrituras na vida da eclesiástica.

Alguns pontos são destacados por Bosch: 1) Os reformadores e a


missão; 2) a ortodoxia luterana e a missão, observando que: a) a
maioria dos teólogos da ortodoxia luterana acreditava que a
Grande comissão fora cumprida pelos apóstolos e não era mais
compromissiva para a igreja; b) a iniciativa da salvação
encontrava-se exclusivamente nas mãos de Deus; 3) O avanço
pietista, em que a fé formalmente correta, fria e cerebral da
ortodoxia deu lugar a uma união cálida e devota com Cristo;

A ortodoxia influenciou profundamente o calvinismo e Bosch


identifica alguns traços principais da teologia missionária
puritana: a) Uma das características fundamentais do calvinismo é
a doutrina da predestinação; b) o objetivo último da missão é a
glória de Deus; c) Os empreendimentos missionários eram
realizados no contexto da expansão missionária.

4 – A missão na esteira do iluminismo

Bosch procura apresentar alguns aspectos do movimento


iluminista na medida em que possa contribuir para uma melhor
compreensão do que estava acontecendo no pensamento e na
prática missionária nos últimos três séculos. Ele tenta então
delinear os contornos do paradigma iluminista: a) O iluminismo
foi, eminentemente, a idade da Razão; b) O iluminismo operava
com um esquema sujeito-objeto; c) a eliminação do propósito da
ciência e a introdução da causalidade direta como a chave para
compreender a realidade; d) que o conhecimento cientifico era
fatual, isento de valores e neutro; e) no paradigma iluminista ,
todos os problemas eram, em princípios, solucionáveis; f) o
iluminismo via os seres humanos como indivíduos emancipados e
autônomos.

Alguns temas são destacados: 1) O iluminismo e a fé cristã, no


qual se deixa evidente que a fé cristã é severamente questionada,
desdenhosamente repudiada ou diligentemente ignorada; 2) a
Igreja e o Estado, no qual se compreende no que paradigma
iluminista a aliança entre igreja e Estado é contestada; 3) O
evangelho e a cultura. Deve-se considerar: a) o evangelho sempre
se apresenta às pessoas revestido culturalmente; b) não há por que
negar que a cultura dos missionários ocidentais também contribui
positivamente com outras sociedades; c) uma minoria persistente
de missionários e advogados da missão contestam o direto de se
impor a outros os próprios modelos culturais; 4) Missão e
colonialismo, em que revela que no geral, a expansão colonial das
nações protestantes do Ocidente era inteiramente secular, mas que
no século 19, adquiriu matizes religiosas esse vinculou
estreitamente à missão!

Segundo Bosch quando se analisa o paradigma missionário da era


iluminista, o motivo bíblico não se mostra muito claro. Para ele,
seria quase impossível identificar um texto missionário neste
período. Quatro textos podem ser identificados: At 16.9, Mt
24.14, Jo 10.10 e Mt 28.18-20. Citando Johannes vanden Berg,
ele diz que a Grande Comissão, nunca foi o motivo único nas
primeiras décadas do século 19. Entretanto com o passar do
tempo, o tema da obediência a Grande Comissão tendeu a abafar
todos os demais motivos.

Rumo a uma missiologia relevante.


Na terceira e última parte do seu livro, rumo a uma missiologia
relevante, os seguintes temas são abordados:

1 – A emergência de um paradigma pós-moderno

Segundo Bosch, um período de mudanças de paradigma constitui


um período de profunda incerteza e novos paradigmas não se
firmam de um dia para outro. A situação do paradigma pós-
moderno é muito diferente. Este novo paradigma ainda está
emergindo, não estando claro qual configuração terá.

2 – A missão em período de testes

Na compreensão de Bosch, existe hoje uma grande preocupação


dos estudiosos que estão preocupados especialmente com as
metaquestões relativas as disciplinas. A seu ver o Ocidente se
encontra em meio a uma crise de proporções gigantes.

Segundo ele, era inconcebível que a igreja, a teologia e a missão


crista permanecessem incólumes e não fosse também afetada: a)
A igreja perdeu sua posição privilegiada; b) Nos campos
tradicionais, a posição de agências missionárias e missionários
ocidentais sofreu uma revisão fundamental; c) surgiram novas
relações com as “igrejas jovens”.

3 – Elementos de um paradigma missionário ecumênico


emergente
No contexto de um paradigma missionário ecumênico emergente,
Bosch reflete sobre treze pontos que ele julga importante:

1 – A missão como a igreja-com-os-outros

Dentro deste contexto pode-se destacar

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