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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE CAPIVARI-SP

Autos nº 2031/16

IGOR APARECIDO DE OLIVEIRA PINTO, já qualificado nos autos em


epígrafe, vem mui respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por meio de seu
advogado que este pedido subscreve (procuração anexa – doc. 1), com fundamento no
artigo 5º, inciso LXVI da Constituição Federal e artigos 282 e 321, ambos do Código de
Processo Penal, requerer a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA pelos motivos de
fato e de direito a seguir transcritos:

DOS FATOS:

Igor foi autuado em flagrante delito aos 13 de setembro do corrente


por ter, supostamente, praticado o crime capitulado no artigo 33, “caput” da lei
11.343/06. Consta dos autos que durante uma abordagem realizada pela guarda
municipal deste município no cruzamento da rua Justiça com a rua Honestidade, por
volta das 15:30 horas, onde o ora indiciado estaria fazendo uso de entorpecente e ao
avistar a guarnição teria se evadido, deixando cair na fuga um saco plástico preto que
continha 17 “pinos” de “crack”, 41 pinos cocaína e 13 pinos de maconha, além de um
simulacro de arma de fogo.

Em perseguição logrou-se êxito em alcança-lo, sendo, na sequência,


conduzido à presença da autoridade policial que após ouvir o condutor e testemunha
ratificou a voz de prisão, procedendo às formalidades de estilo.
Vale ressaltar que em seu interrogatório Igor confirmou o fato de que
estaria no local apenas para comprar droga do tipo maconha para seu consumo
pessoal. Aduziu ainda que após ser detido e algemado foi levado a um entulho onde os
guardas municipais localizaram os objetos e entorpecentes apreendidos e imputaram
ao indiciado a propriedade destes. Negou veementemente ter dispensado tais objetos.

Essa é a breve síntese dos fatos. Apesar da versão apresentada pelos


agentes estar isolada do restante das provas até então colhidas, não sendo o momento
oportuno de se adentrar ao mérito, reserva-se a defesa a demonstrar estarem
presentes os requisitos para a liberdade provisória, senão vejamos:

DO DIREITO:

I – Tráfico Privilegiado:

Em recente decisão o Supremo Tribunal Federal no H.C 118.533


entendeu que no caso de tráfico privilegiado o qual é previsto no parágrafo 4º do
artigo 33 da lei 11.343/06 seria afastada a aplicação do rigor da lei 8072/90 – lei de
crimes hediondos.

Vale ressaltar que para ser considerado o privilégio basta o acusado


cumprir os seguintes requisitos:

a) ser primário;

b) ter bons antecedentes

c) não se dedicar à atividades criminosas

d) não integrar organização criminosa;

No caso em concreto estão preenchidos todos os requisitos,


conforme se depreende da folha de antecedentes criminais de Igor (Doc. 2).

Sem discutir o mérito e supondo que o indiciado venha a ser


condenado, considerando não haver circunstâncias judiciais desfavoráveis, nem
circunstância agravante, mas sim circunstância atenuante (ser o agente menor de 21
anos na data do fato), além da causa especial de diminuição de pena por conta do
privilégio, resta claro que sua pena ficaria aquém de 4 anos e portanto cabível a
substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direito, nos termos do
artigo 44 do Código Penal. Além disso caso não fosse a pena substituída, ainda assim, o
regime inicial de cumprimento de pena seria o aberto, conforme preceitua o artigo 33,
parágrafo 2º, alínea “c” do Código Penal.
II – Afastamento dos requisitos do artigo 312 e 313 do Código de
Processo Penal:

A prisão preventiva de Igor conforme r. decisão de fls. 27 foi


fundamentada na periculosidade do agente e portanto a medida visa garantir a ordem
pública. Contudo não é possível concluir que ele delinquiu e muito menos concluir que
ele voltaria a delinquir. Analisando seu interrogatório na delegacia, constata-se que
Igor é usuário de entorpecente, necessitando de tratamento e não restrição de
liberdade, ainda mais sem ter sido condenado, afrontando o princípio constitucional
da não culpabilidade.

O indício de autoria também não se encontra lastreado, pois temos


apenas a versão da guarda municipal isolada e que não se coaduna com as demais
provas carreadas nos autos. Afastado portanto os requisitos do artigo 312 do Código
de Processo Penal. Ausentes, pois, o “fumus comissi delicti” e “periculum libertatis”.

Instruindo o presente pedido se encontra declaração da escola (Doc.


3) onde é possível verificar que Igor esta regularmente matriculado no 1º ano do
ensino médio e se encontra atualmente perdendo aulas, causando-lhe enormes
prejuízos. Além disso tem endereço fixo (Doc. 4), residindo com seus pais. Ademais é
primário, conforme já citado alhures. Portanto, afastados os requisitos do artigo 313
do Código de Processo Penal.

III – Das medidas cautelares diversas da prisão:

Nos termos do artigo 321 do Código de Processo Penal ausentes os


requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o Juiz deverá conceder
liberdade provisória, impondo, se o caso, as medidas cautelares.

É pacífico na Doutrina, bem como em extensa jurisprudência de


nossos tribunais superiores que a prisão é medida excepcional, devendo ser reservada
apenas nos casos mais graves.

Neste mesmo sentido, diz o insigne JULIO FABBRINI MIRABETE:

“Como, em princípio, ninguém dever ser recolhido à prisão senão


após a sentença condenatória transitada em julgado, procura-se
estabelecer institutos e medidas que assegurem o desenvolvimento
regular do processo com a presença do acusado sem sacrifício de sua
liberdade, deixando a custódia provisória apenas para as hipóteses
de absoluta necessidade. Trata-se, pois, de um direito subjetivo
processual do acusado, e não uma faculdade do juiz, que permite ao
preso em flagrante readquirir a liberdade por não ser necessária sua
custódia. Não pode o juiz, reconhecendo que não há elementos que
autorizariam a decretação da prisão preventiva, deixar de conceder a
liberdade provisória. ”
Com o advento da lei 12.403/11 o abismo que separava a prisão da
liberdade foi reduzido, sendo possível atualmente impor as medidas cautelares
diversas da prisão como forma de amenizar os efeitos deletérios dos estabelecimentos
prisionais nos quais, infelizmente, não ocorre a ressocialização de ninguém,
principalmente de uma pessoa que acabou de atingir a maioridade. Quaisquer das
medidas previstas nos artigos 319 do Código de Processo Penal seria cabível para que
Igor pudesse provar sua inocência sem ter prejudicado seus estudos e sua proposta de
trabalho (Doc. 5).

DO PEDIDO:

Diante de todo o exposto, ausentes os requisitos da prisão preventiva


e considerando o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca do tráfico
privilegiado, cabíveis portanto a conversão em pena restritiva de direito e/ou inicio de
cumprimento da pena em regime aberto, requer nos termos do artigo 316 do Código
de Processo Penal:

a) concessão da liberdade provisória impondo, se necessário, as


medidas cautelares diversas da prisão;

b) expedição de alvará de soltura em favor de IGOR APARECIDO DE


OLIVEIRA PINTO;

Nestes Termos

P. Deferimento

Capivari, 19 de setembro de 2016

FELIPE MUZEL GOMES


OAB 293.203

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