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1. INTRODUÇÃO
O ordenamento jurídico possui uma responsabilidade compartilhada entre o Estado e os cidadãos na
proteção e preservação do meio ambiente. Pensar sobre o direito ambiental importa em refletir
sobre o solo da vida - o ambiente em seus infinitos ecossistemas e correlações, em cuja totalidade
insere-se a vida humana. É sobre a base da natureza que o homem desenvolve sua atividade
cultural, segundo certos valores, na busca de múltiplos objetivos, cuja a multiplicidade de fatos
constitui a História.
Não pode a pretensão científica do direito sobrepor-se à sua funcionalidade nem tolher a aferição de
sua razoabilidade. É preciso buscar recuperar o sentido do discurso jurídico, apreendendo todas as
suas manifestações, e não apenas de algumas dentre elas, previamente eleitas e determinadas. É a
partir destes pressupostos que conduziremos nossas reflexões sobre o direito ambiental e bem
ambiental.
2. PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
O Direito Ambiental surge como uma resposta à necessidade, cada vez mais sentida, de pôr um
freio à devastação do ambiente em escala planetária, embalada por duas ideologias: a do progresso,
derivada do racionalismo iluminista, e a do desenvolvimento econômico, concebida no chamado
Primeiro Mundo, ambas arrimadas na concepção mecanicista da ciência, a qual, mercê dos êxitos
tecnológicos que propiciou, mudou rapidamente a compreensão e a mesma face do mundo. Assim
sendo discutiremos sobre o compartilhamento da responsabilidade de maneira o mais ampla
possível.
3. CONTEXTO HISTÓRICO
A preocupação da comunidade internacional com os limites do desenvolvimento do planeta datam
da década de 60, quando começaram as discussões sobre os riscos da degradação do meio ambiente.
Tais discussões ganharam tanta intensidade que levaram a ONU a promover uma Conferência sobre
o Meio Ambiente em Estocolmo (1972). No mesmo ano, Dennis Meadows e os pesquisadores do
"Clube de Roma" publicaram o estudo Limites do Crescimento. O estudo concluía que, mantidos os
níveis de industrialização, poluição, produção de alimentos e exploração dos recursos naturais, o
limite de desenvolvimento do planeta seria atingido, no máximo, em 100 anos, provocando uma
repentina diminuição da população mundial e da capacidade industrial. O estudo recorria ao neo-
malthusianismo como solução para a iminente "catástrofe". As reações vieram de intelectuais do
Primeiro Mundo (para quem a tese de Meadows representaria o fim do crescimento da sociedade
industrial) e dos países subdesenvolvidos (já que os países desenvolvidos queriam "fechar a porta"
do desenvolvimento aos países pobres, com uma justificativa ecológica).
Outra contribuição à discussão veio com a Declaração de Cocoyok, das Nações Unidas. A
declaração afirmava que a causa da explosão demográfica era a pobreza, que também gerava a
destruição desenfreada dos recursos naturais. Os países industrializados contribuíam para esse
quadro com altos índices de consumo. Para a ONU, não há apenas um limite mínimo de recursos
para proporcionar bem-estar ao indivíduo; há também um máximo.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de
Janeiro, em 1992, mostrou um crescimento do interesse mundial pelo futuro do planeta; muitos
países deixaram de ignorar as relações entre desenvolvimento sócio-econômico e modificações no
meio ambiente. Entretanto, as discussões foram ofuscadas pela delegacão dos Estados Unidos, que
forçou a retirada dos cronogramas para a eliminação da emissão de CO2 (que constavam do acordo
sobre o clima) e não assinou a convenção sobre a biodiversidade.Segundo Hildebrando Accioly, no
Manual de Direito Internacional Público [1]: - Tratado e Convenção podem ser usados como
sinônimos, pois não diferem quanto à estrutura. Para os Estados que assinam o tratado, ele tem
força de lei. - Declaração serve para proclamar princípios de Direito Internacional ou para
esclarecer e interpretar algum ato internacional anterior).
Entretanto, a complexidade dos problemas ambientais exige mais do que medidas pontuais que
busquem resolver problemas a partir de seus efeitos, ignorando ou desconhecendo suas causas.
A questão ambiental deve ser tratada de forma global, considerando que a degradação ambiental é
resultante de um processo social, determinado pelo modo como a sociedade apropria-se e utiliza os
recursos naturais. Não é possível pretender resolver os problemas ambientais de forma isolada. É
necessário introduzir um nova abordagem decorrente da compreensão de que a existência de uma
certa qualidade ambiental está diretamente condicionada ao processo de desenvolvimento adotado
pela nações.
O sucesso das ações que devem conduzir ao desenvolvimento sustentável dependerá em grande
parte da influencia da opinião pública, do comportamento das pessoas, e de suas decisões
individuais. Mesmo considerando que existe certo interesse pelas questões ambientais há que
reconhecer a falta de informação e conhecimento dos problemas ambientais. Logo, a educação
ambiental que tenha por objetivo informar e sensibilizar as pessoas sobre os problemas (e possíveis
soluções) existentes em sua comunidade, buscando transformar essas pessoas em indivíduos que
participem das decisões sobre seus futuros, exercendo desse modo o direito a cidadania torna-se
instrumento indispensável no processo de desenvolvimento sustentável.
Uma das formas de levar educação ambiental à comunidade é pela ação direta do professor na sala
de aula e em atividades extracurriculares. Através de atividades como leitura, trabalhos escolares,
pesquisas e debates, os alunos poderão entender os problemas que afetam a comunidade onde
vivem; a refletir e criticar as ações que desrespeitam e, muitas vezes, destroem um patrimônio que é
de todos.
a-) Criação de um organismo chamado PNUMA (Programa das Nações Unidas) que está vinculado
diretamente a ONU, tendo sua sede em Nairobi capital do Quenia.
b-) A Declaração da ONU foi assinada por mais de 113 países e seu artigo 19 traz as considerações
sobre a educação em questões ambientais como já haviamos salientado anteriormente.
c-) E a criação do PIEA (Programa Internacional de Educação Ambiental) que só teve maior
expressão após a formulação dos seus princípios na Conferência de Belgrado, mas já podemos
adiantar que se trata de uma continuidade, ou uma ampliação do PNUMA (Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente).
E saindo do prisma dos tratados e conferências é necessário que se faça uma avaliação sob o ponto
de vista constitucional, pois a proteção dada pela Constituição Federal ao meio ambiente ainda é
pequena, diante da infinidade de novas situações jurídicas que se apresentam, mesmo porque o
direito não é estanque, mas sim a têm nos costumes como um dos princípios do direito, e segundo
os costumes e a convivência entre os componentes certamente surgiram novas situações que
precisam ser regradas em alguns casos e protegida em outros.
São princípios da ordem econômica: soberania nacional, propriedade privada, função social da
propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, redução das
desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego e tratamento favorecido às empresas
brasileiras de capital nacional de pequeno porte.
A exploração direta da atividade econômica pelo Estado sofre limitações - segurança nacional ou
relevante interesse coletivo - e as empresas públicas, sociedades de economia mista e entidades
estatais que explorem atividades econômicas sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas
privadas, inclusive quanto à parte tributaria e trabalhista. Legislações estão previstas para regular o
relacionamento da estatal com a sociedade, o controle do abuso do poder econômico e as manobras
que visem controlar mercados ou eliminar a concorrência de parte das empresas privadas.
A Constituição regula a prestação de serviços públicos diretamente através do Estado ou sob regime
de concessão ou permissão. Legislação disporá sobre o regime de concessões e permissões e o
caráter especial dos contratos a respeito, sobre os direitos dos usuários, a política tarifária e a
obrigação de manter serviço adequado.
O petróleo, o gás natural e os hidrocarbonetos fluidos continuam monopólio estatal. O mesmo com
relação à refinação, à importação ou exportação, ao transporte marítimo e às atividades de risco na
exploração do petróleo. Regra transitória excepciona os contratos de risco em vigência na data da
promulgação e as refinarias que existiam quando foi implantado o monopólio.
O sistema financeiro nacional será organizado por uma lei complementar que tratará da autorização
para o funcionamento das instituições financeiras, e dos estabelecimentos de seguro e capitalização,
das condições de participação do capital estrangeiro neste tipo de empresas, do funcionamento e
atribuições do Banco Central, da criação de fundo de garantia dos depósitos e aplicações populares,
das restrições à transferência de poupança das regiões de menor renda e do funcionamento das
cooperativas de crédito. As autorizações para agências bancárias e financeiras não mais serão
comercializadas. As taxas de juros reais não poderão ser superiores a cobrança estipulada pelo
Governo, ultrapassar este limite será conceituado como crime de usura e, como tal, punida pela lei.
Após esse panorama geral, a linha principal o fito deste artigo seguirá o disposto no art 170, VI
(defesa do meio ambiente) e por extensão VII da Constituição Federal (redução das desigualdades
regionais e sociais), e a justificativa é simples, pois baseados em conceitos antropológicos o homem
é fruto de meio, e mesmo que essa questão seja passível de discordância, ninguém poderá afirmar
que o homem sobreviveria sem apoiar-se no meio ambiente sem retirar dele matéria prima para
transformá-la em todas as benesses que nos cercam, porém como será exposto no decorrer do
trabalho, nada é inesgotável, principalmente quando falamos em meio ambiente.
E se o desenvolvimento da humanidade não for sustentado pelo meio ambiente o caos estará
formado, pois vai influenciar negativamente a economia na maior parte dos seus seguimentos seja
educacional, seja no tocante a saúde, à igualdade das pessoas, à segurança e também à propriedade
privada.
A Declaração da ONU sobre o Meio Ambiente consigna em seu Princípio 17 [3]: "Como parte de
sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social, devem ser utilizadas a ciência e a
tecnologia para descobrir, evitar e combater os riscos que ameaçam o meio ambiente, para
solucionar os problemas ambientais e para o bem comum da humanidade".
É importante ressaltar que se trata de conceito chave para a construção da proteção ambiental
internacional, que já não opera com o instituto da prevenção do dano, mas com a avaliação do risco
de dano ambiental como fundamento para a instituição de medidas positivas ou negativas.
É vedado que se utilize da incapacidade econômica para que se postergue ou mesmo não se lance
mão de medidas orientadas à prevenção da ameaça de agressividade ao patrimônio ambiental. É no
custo ambiental da medida que será sim, indispensável, a vinculação à capacidade econômica
estatal, que será obrigatoriamente discriminada e diferenciada em atenção à maior ou menor
possibilidade do emprego de tecnologia adequada.
A terminologia utilizada pelo professor Paulo Bonavides [4] (ob. cit., p.p. 364/371). Ao lado da
lesão dos direitos à dignidade da pessoa humana e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
viola frontalmente o direito fundamental à informação ambiental (derivado mesmo do texto do
caput do art. 37 da Constituição Federal, que faz referência ao princípio da publicidade, que pode
ser c/c o texto do art. 225, inc. IV da carta política pátria), pressuposto de participação do homem
nos processos de decisão política em matéria ambiental, de destacada importância quando sabemos
que interessa imediatamente à política de organização do desenvolvimento de cada Estado
Nacional, que em face da universalidade do princípio da precaução, deverão nortear-se em padrões
transnacionais.
Pensar sobre o direito ambiental importa em refletir sobre o solo da vida - o ambiente em seus
infinitos ecossistemas e correlações, em cuja totalidade insere-se a vida humana. É sobre a base da
natureza que o homem desenvolve sua atividade cultural, segundo certos valores, na busca de
múltiplos objetivos, cuja paulatina textura constitui a História.
Não pode a pretensão científica do direito sobrepor-se à sua funcionalidade nem tolher a aferição de
sua razoabilidade. É preciso buscar recuperar o sentido do discurso jurídico, apreendendo todas as
suas manifestações, e não apenas de algumas dentre elas, previamente eleitas e determinadas.
Como escreve Elías Díaz, "não se entende plenamente o mundo jurídico se o sistema normativo
(Ciência do Direito) se isola da realidade social em que nasce e a que se aplica (Sociologia do
Direito) e do sistema de legitimidade que o inspira, o qual deve sempre possibilitar sua crítica
racional (Filosofia do Direito).
É a partir destes pressupostos que conduziremos nossas reflexões sobre o Direito Ambiental e bem
ambiental, cujo surgimento é contemporâneo de uma crise civilizatória sem precedentes, a tal ponto
que um dos pioneiros na luta por uma consciência ambiental, no Brasil, já se perguntava, em 1978,
se estaríamos em face do fim do futuro.
O Direito Ambiental surge como uma resposta à necessidade, cada vez mais sentida, de pôr um
freio à devastação do ambiente em escala planetária, embalada por duas ideologias: a do progresso,
derivada do racionalismo iluminista, e a do desenvolvimento econômico, concebida no chamado
Primeiro Mundo, ambas arrimadas na concepção mecanicista da ciência, a qual, mercê dos êxitos
tecnológicos que propiciou, mudou rapidamente a compreensão e a mesma face do mundo. [5]
O encobrimento do ambiente, nessa cisão entre ciência e natureza, essa quase substituição da
natureza por sua formalização matemática, acham-se na origem do menosprezo com que se tem
lidado com o solo da vida.
A crise da ciência não põe em questão seu poder, mas sua significação. Reduz-se ela a uma simples
virtuosidade técnica especializada e, talvez, a um saber de tipo enciclopédico, enquanto a verdadeira
ciência é um saber consciente de suas modalidades e de seus limites.
É mera superstição científica a crença em um saber capaz de tudo realizar e dominar tecnicamente
qualquer dificuldade. Dentre os efeitos nocivos da racionalidade científica e de suas resultantes
tecnológicas, ressaltam aqueles adversos ao ambiente. A degradação inicial, atingindo campos,
bosques, lagos, rios e conglomerados urbanos, foi sucedida, a partir dos anos 80, por grandes
catástrofes locais com amplas conseqüências: Seveso, Bhopal, Three Mile Island, Chernobyl,
secagem do Mar de Aral, poluição do lago Baikal, cidades no limite da asfixia (México, Atenas).
Nos países industrializados, vieram a ocorrer a contaminação das águas, inclusive dos lençóis
freáticos, envenenamento dos solos por excesso de pesticidas e fertilizantes; urbanização maciça de
regiões ecologicamente frágeis (como as zonas costeiras), chuvas ácidas; depósitos de detritos
nocivos.
Revelando plena consciência do assunto, dispõe, com exemplar clareza, o art. 225, da Constituição
de 05-10-88: todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
Não é necessário ser particularmente perspicaz para perceber que a representação neoliberal da
realidade, em que do caráter central e prescritivo do mercado decorrem a escala de valores e as
regras segundo as quais os homens devem viver, constitui uma visão unilateral de determinada
categoria de homens, que pretendem fazer passar seus interesses pessoais pelos interesses universais
do gênero humano. Seu efeito mais terrível consiste em afastar da esfera da cidadania uma porção
significativa da população.
O desenvolvimento provou ser um mito global e uma concepção redutora, em que o crescimento
econômico é o motor necessário e suficiente de todos os desenvolvimentos sociais, psíquicos e
morais. Essa concepção tecno-econômica ignora os problemas humanos da identidade, da
comunidade, da solidariedade, da cultura, mostrando-se a noção de desenvolvimento gravemente
subdesenvolvida. Apesar de tudo, a idéia de desenvolvimento continua a permear a legislação e a
influir na interpretação e aplicação do Direito Ambiental. Todavia, a idéia desenvolvimentista, em
sentido econômico, permanece dominante, caracterizando a incidência da ideologia sobre o direito
positivo.
Já a Constituição de 1988, em seu art. 225, não alude à idéia de desenvolvimento. A expressão
desenvolvimento sustentável resultou da percepção dos efeitos perniciosos, quando não
irremissíveis, produzidos pelo núcleo econômico da idéia desenvolvimentista, de modo a
compatibilizá-la com o imperativo da preservação do meio ambiente, consistindo na exploração
equilibrada dos recursos naturais, nos limites da satisfação das necessidades e do bem-estar da
presente geração, assim como de sua conservação no interesse das gerações futuras.
É impossível ver as normas ambientais como seres em si, sem confrontá-las com os fatos sociais a
reclamar urgentes respostas é preciso desvendar os interesses e ideologias à base das normas e os
objetivos que visam realizar. Assim, perceber-se-á sua vinculação com a política, de modo geral, e
com os dados econômicos emergentes no jogo político ou dele propositadamente subtraídos.
E, no entanto, temos uma Constituição Federal que aborda a questão ambiental com rara
propriedade, apesar das dúvidas que pairam sobre a competência legislativa da União, dos Estados e
dos Municípios, que, com o tempo, deverão ser dirimidas pelos nossos tribunais.
De extrema relevância para a realização destes são os princípios gerais da atividade econômica,
destinados a assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, para o que se
faz indispensável que a propriedade tenha função social e que seja preservado o meio ambiente (art.
170, III e VI, Constituição Federal). Para que a função social da propriedade rural se possa
concretizar é necessária a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis(art. 186, II,
Constituição Federal).
Como se percebe destes dispositivos, os princípios ou valores fundamentais que consagram são
correlativos, isto é, constituem uma estrutura cujas partes são indissociáveis: não pode haver
promoção do bem de todos ou da justiça social sem o respeito da dignidade da pessoa humana, o
que, à sua vez, não se dá sem o reconhecimento da função social da propriedade e sem que a
utilização dos recursos do ambiente seja sustentável.
Não resta dúvida que a tutela jurisdicional dos interesses difusos e coletivos - para a qual foi criada
uma nova ação, a "ação civil pública", disciplinada pela Lei n. 7.347, de 24-07-85, põe, in esse uma
nova categoria de julgamento, na qual considerações de natureza sociológica, ecológica, ética e
política não podem ser abstraídas, importando, ao contrário, um juízo concreto de valor, através do
qual se faz o balanceamento entre o que exige a sociedade e aquilo que é salvaguardado
constitucionalmente aos indivíduos e suas entidades associativas.
O Direito Ambiental, constituído de normas esparsas por diversos ramos do direito, é formado por
normas imperativas, sobrepostas à vontade dos particulares, tendo em vista a indisponibilidade dos
interesses públicos que regem, pois o homem pode modificar o meio para a sua adaptação, mas em
momento algum pode destruí-lo.
Diante de todo do exposto ao longo deste artigo, podemos sintetizar alguns conceitos básicos, quais
sejam:
1-) Ordem Econômica Constitucional brasileira pode ser designada como parcela da ordem jurídica,
do mundo do dever ser, tido como um complexo de normas reguladoras do fato econômico, de suas
relações e efeitos, norteados pelos princípios da valorização do trabalho humano e o da livre
iniciativa, da soberania nacional, princípio da propriedade privada, seguido da função social da
propriedade, da livre concorrência, da defesa do consumidor, da defesa do meio ambiente, da
redução das desigualdades regionais e sociais, da busca do pleno emprego e do tratamento
favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua
sede e a administração no país.
2-) A atuação estatal na órbita econômica deve se dar na forma do art. 173, caput da Constituição
Federal, pautado pelo princípio da subsidiariedade, só podendo, a intervenção do Estado no e/ou
sobre o domínio econômico ocorrer sobre três prismas, quais sejam, o da intervenção por absorção
ou participação, a intervenção por direção e a intervenção por indução, não se constituindo a
privatização nem a concessão em formas de intervenção do Estado no domínio econômico.
3-) O CADE é uma autarquia que tem por função coibir práticas de abuso contra a ordem
econômica, possuindo competência para o controle de determinados atos da iniciativa privada,
inclusive a execução judicial de suas decisões, não podendo fugir porém, ao controle do poder
judiciário, se provocado pelas pessoas legitimadas para tanto, o controle de quaisquer judicial de
quaisquer atos relativos à infração contra a ordem econômica, seja na forma de revisão das decisões
do CADE, ou para dar cumprimento à estas.
Autor
Tais Martins
Tais Martins
Advogada,Professora, mestranda em Direito. Especialista em direito civil e direito processual e
curso de extensão pela Escola da Magistratura do Paraná.