Sunteți pe pagina 1din 5

DECISÃO: Trata-se de mandado de segurança, com pedido de

medida liminar, impetrado contra preceitos normativos constantes da


Resolução nº 13, de 21/03/2006, editada pelo Conselho Nacional de
Justiça (fls. 02 e 12).

A parte ora impetrante, com apoio nos fundamentos que dão


suporte à presente impetração, busca o restabelecimento das “vantagens
que lhe foram retiradas por força da Resolução nº 13/2006-CNJ, já a
partir do mês de agosto deste ano” (fls. 10), bem assim, a
declaração incidental de “(...) inconstitucionalidade da alínea ‘a’,
inciso III, do artigo 4º; e da alínea ‘c’, do inciso VII, do mesmo
artigo, contidas na Resolução nº 13/2006, baixada pelo Egrégio
Conselho Nacional de Justiça” (fls. 12).

Reconheço, preliminarmente, que o Supremo Tribunal


Federal dispõe de competência originária para processar e julgar
ações (inclusive as ações de mandado de segurança) contra o Conselho
Nacional de Justiça (CF, art. 102, I, “r”, na redação dada pela
EC nº 45/2004).

Passo, desse modo, reconhecida a competência originária


desta Suprema Corte, a examinar, previamente, a admissibilidade, ou
não, da presente ação mandamental, tendo em vista a natureza do ato
estatal ora impugnado nesta sede processual.

Entendo que se revela insuscetível de conhecimento a


presente ação de mandado de segurança, eis que ajuizada em face de
ato estatal – a Resolução CNJ nº 13/2006 – revestido de conteúdo
evidentemente normativo, subsumível, por isso mesmo, à noção de ato
em tese, dependente, para efeito de sua plena incidência, de
atividade concreta a ser desenvolvida, na espécie, em sede
administrativa, pela Presidência do E. Tribunal Regional Federal
da 3ª Região, considerado o que dispõe o art. 12 da própria
Resolução CNJ nº 13/2006, que assim prescreve (fls. 41 e 42):

“Art. 12. Os Tribunais ajustar-se-ão, a partir do mês


de junho de 2006, inclusive, aos termos desta Resolução.
Parágrafo único. Os Presidentes dos tribunais enviarão
ao Conselho Nacional de Justiça, no mês de julho de 2006,
relatório circunstanciado das medidas efetivadas,
constando os subsídios dos membros do Poder Judiciário e
os vencimentos de seus servidores.” (grifei)

Na realidade, o ato estatal em questão traduz ato em tese,


cujo coeficiente de normatividade e de generalidade abstrata impede,
na linha da diretriz jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal
Federal (Súmula 266), a adequada utilização do remédio
constitucional do mandado de segurança:

“Não se revelam sindicáveis, pela via jurídico-processual


do mandado de segurança, os atos em tese, assim considerados
aqueles (...) que dispõem sobre situações gerais e
impessoais, que têm alcance genérico e que disciplinam
hipóteses neles abstratamente previstas. Súmula 266/STF.
Precedentes.”
(RTJ 180/942-943, Rel. Min. CELSO DE MELLO)

Cumpre enfatizar, neste ponto, que normas em tese - assim


entendidos os preceitos estatais qualificados em função do tríplice
atributo da generalidade, impessoalidade e abstração - não se expõem
ao controle jurisdicional pela via do mandado de segurança, cuja
utilização deverá recair, unicamente, sobre os atos destinados a dar
aplicação concreta ao que se contiver nas leis, em seus equivalentes
constitucionais ou em regramentos administrativos de conteúdo
normativo, consoante adverte o magistério da doutrina (HELY LOPES
MEIRELLES, “Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação civil Pública,
Mandado de Injunção, Habeas Data”, p. 37, 20ª ed., 1998, atualizada
por Arnoldo Wald, Malheiros; ALFREDO BUZAID, “Do Mandado de
Segurança”, vol. I/126-129, itens ns. 5/6, 1989, Saraiva; CARLOS
ALBERTO MENEZES DIREITO, “Manual do Mandado de Segurança”, p. 41/43,
3ª ed., 1999, Renovar; FRANCISCO ANTONIO DE OLIVEIRA, “Mandado de
Segurança e Controle Jurisdicional”, p. 28/29, item n. 2.1.1,
2ª ed., 1996, RT).

Esse entendimento doutrinário, por sua vez, nada mais


reflete senão a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que
sempre tem enfatizado, a propósito da matéria ora em exame, não
serem impugnáveis, em sede mandamental, aqueles atos estatais – como
o de que ora se cuida - cujo conteúdo veicule prescrições
disciplinadoras de situações gerais e impessoais e regedoras de
hipóteses que se achem abstratamente previstas em tais atos ou
resoluções (RTJ 132/189, Rel. Min. CELSO DE MELLO).

E é, exatamente, o que sucede na espécie, pois a Resolução


CNJ nº 13/2006 – pela circunstância de apenas dispor, normativamente,
“in abstracto”, sobre situações gerais e impessoais – depende, para
efeito de sua aplicabilidade, da prática necessária e ulterior de
atos concretos (estes, de competência dos órgãos da administração
superior de cada Tribunal judiciário) destinados a realizar as
prescrições abstratas formalmente consubstanciadas no mencionado ato
normativo, como resulta claro, consoante precedentemente enfatizado,
do art. 12 da Resolução CNJ nº 13/2006.

2
Isso significa, portanto, que a implementação executiva do
conteúdo normativo do ato impugnado nesta sede mandamental incumbe,
concretamente, na esfera administrativa, e em cada caso ocorrente,
aos Presidentes de cada Tribunal judiciário (o Presidente do
E. TRF/3ª Região, na espécie), cuja atividade pautar-se-á pelas
normas de regência fundadas naquele ato de caráter geral.

Permitir-se, na espécie ora em exame, a possibilidade


jurídico-processual de impugnação, em sede mandamental, dos atos
normativos em questão equivaleria, em última análise, a autorizar a
indevida utilização do mandado de segurança como inadmissível
sucedâneo da ação direta de inconstitucionalidade, desconsiderando-se,
desse modo, a advertência deste Supremo Tribunal Federal, cujas
decisões já acentuaram, por mais de uma vez, a inviabilidade do
emprego do “writ” mandamental como instrumento de controle abstrato
da validade constitucional das leis e dos atos normativos em geral
(RTJ 110/77, Rel. Min. FRANCISCO REZEK – RTJ 132/1136, Rel. Min.
CELSO DE MELLO – MS 23.331/BA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.):

“Mandado de Segurança contra lei em tese. ‘In casu’, o


Decreto-lei n. 2.012/83, dispõe sobre situações gerais e
impessoais, a envolver casos abstratamente previstos.
Portanto, constitui ato formal e materialmente
legislativo. A lei, por ter vigência imediata não perde o
seu caráter próprio, de instrumento normativo,
transformando-se em ato administrativo, suscetível de
controle judicial através do mandado de segurança.
Inidôneo é o mandado de segurança para declaração
de inconstitucionalidade de lei em tese. Aplicação da
Súmula 266. Inexistência de lesão irreparável ao direito
alegado pelo impetrante. Não conhecimento do ‘writ’.”
(RTJ 111/184, Rel. Min. DJACI FALCÃO)

“É plena a insindicabilidade, pela via jurídico-


-processual do mandado de segurança, de atos em tese,
assim considerados os que dispõem sobre situações gerais e
impessoais, têm alcance genérico e disciplinam hipóteses
que neles se acham abstratamente previstas. O mandado de
segurança não é sucedâneo da ação direta de
inconstitucionalidade e nem pode substituí-la, sob pena de
grave deformação do instituto e inaceitável desvio de sua
verdadeira função jurídico-processual.”
(RTJ 132/189, Rel. Min. CELSO DE MELLO)

Não foi por outra razão que a eminente Ministra ELLEN


GRACIE, ao apreciar, como Relatora, o MS 25.615/DF – impetrado contra
a Resolução CNJ nº 07/2005 -, não conheceu de referido mandado de

3
segurança, por entender, corretamente, que tal ato “possui evidente
caráter normativo, uma vez que traz à luz disposições genéricas,
impessoais, que disciplinam hipóteses nele abstratamente previstas”.

Esse entendimento tem sido observado no âmbito desta


Suprema Corte, em diversos julgamentos (AO 1.409/DF, Rel. Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE – MS 25.683/DF, Rel. Min. GILMAR MENDES –
MS 25.813/PB, Rel. Min. GILMAR MENDES - MS 25.829/DF, Rel. Min. CELSO
DE MELLO - MS 25.836/DF, Rel. Min. EROS GRAU, v.g.).

Impende assinalar, neste ponto, que o ilustre impetrante


dirigiu-se, corretamente, à Senhora Presidente do E. TRF/3ª Região,
postulando o restabelecimento do valor integral de seus proventos
(fls. 33/35).

Impunha-se, desse modo, ao ilustre impetrante, no caso de


indeferimento de seu pleito, deduzir, originariamente, perante o
E. TRF/3ª Região (LOMAN, art. 21, VI – Súmula 624/STF), mandado de
segurança contra essa concreta deliberação emanada da E. Presidência
daquela colenda Corte judiciária.

Nem se diga, finalmente, que esta Suprema Corte, ao julgar


o MS 24.875/DF, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, dele conheceu (ao
contrário do que sucede na espécie), para, em seguida, reconhecer,
quanto ao fundo da controvérsia mandamental, a subsistência da
vantagem pessoal (acréscimo de 20% sobre os proventos) prevista no
art. 184, III, da Lei nº 1.711/52 c/c o art. 250 da Lei nº 8.112/90.

É que, no precedente em questão, a impetração mandamental


foi deduzida em face de ato concreto praticado pelo eminente Senhor
Presidente do Supremo Tribunal Federal, consubstanciado em decisão
que indeferiu, em sede administrativa, postulação que lhe havia sido
dirigida por ilustres Ministros aposentados desta Corte.

Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas,


não conheço, por incabível, da presente ação de mandado de segurança
(Súmula 266/STF), restando prejudicada, em conseqüência, a
apreciação do pedido de medida liminar.

Arquivem-se os presentes autos.

Publique-se.

Brasília, 22 de agosto de 2006.

4
Ministro CELSO DE MELLO
Relator

S-ar putea să vă placă și