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E D I TO R I A L

Adesão à dieta e resultados terapêuticos


Diet adhesion and therapeutical results
Adherencia a la dieta y resultados terapéuticos

Joel Faintuch1, Mário Cícero Falcão2

Neste número a revista busca disponibilizar atual e di- te a revolta dos pacientes em aceitar um retardo superior a três
versificado cardápio: desnutrição, obesidade, crianças, adul- meses. Na prática ele equivaleria a um período de carência
tos, idosos, dietas, procedimentos, perspectivas. Consuetu- contratual, num momento em que os enfermos já se encon-
dinariamente , ou seja, para não perder o costume, um des- tram impacientes e ansiosos para reduzir o estômago.
tes tópicos será enfocado no editorial. O eleito foi a adesão A conseqüência prática poderia ser um aumento das
dos pacientes a regimes e dietas, problema com que se de- desistências, o que viria ao encontro de convênios desejo-
frontaram os autores de uma das contribuições, e que na sos de economizar os polpudos gastos de uma intervenção de
realidade é armadilha perene de todos quantos prescrevem grande porte, embora não seja objetivo desta publicação
para enfermos ambulatoriais ou domiciliares. acusar ou recriminar quem quer que seja.
Uma dieta ou programação terapêutica é tão boa quan- Numa grande série controlada recentemente inves-
to a fidelidade com que o paciente a cumpre. Que a motiva- tigada pelo grupo de DeMaria, na Universidade da Virgínia
ção e boa-vontade dos pacientes se dissipam facilmente, e que (USA), efetivamente foi o que sucedeu. O índice de aban-
a fadiga dos regimes se instala com assustadora regularidade, dono da cirurgia foi de 28% no grupo com regime nos
só é surpresa para quem nunca se debruçou sobre a questão. moldes estipulados pelo convênio versus 19% nos maneja-
Isto explica paradoxos como o salientado por Wing1, dos com diferentes formalidades, uma diferença estatistica-
num levantamento sobre o impacto da terapia compor- mente significativa. Pior ainda, o emagrecimento desejado
tamental sobre a obesidade moderada. Para protocolos de simplesmente não se materializou, nem tampouco os bene-
cinco meses o emagrecimento médio foi de 10,4 kg. Aos 18 fícios em longo prazo, posto que a variação média de peso
meses a perda total correspondia a não mais que 8,2 kg, no período foi positiva (+2 ± 7 kg), e os resultados tardios
sendo que índices de emagrecimento global ainda mais se configuraram iguais ou inferiores3.
débeis (7,1 kg) eram contabilizados nas avaliações que se Estes exemplos não devem ser interpretados como um
estendiam até 24 meses. convite ao negativismo ou à renúncia. Protocolos de demora
Achados análogos foram coletados por Stunkard & foram e serão não somente convenientes como inevitáveis
Osei2 com dietas de muito baixo teor calórico. Nas primei- em determinadas entidades crônicas. Não há respostas fá-
ras semanas o ponteiro da balança recuou 12,8 kg e, com ceis nem segredos de algibeira para enfrentar seus desafios.
grande alegria se verificou em estudos de 26 semanas que O êxito aqui precisa ser arrancado com trabalho duro e
uma diminuição média de 18 kg era factível. Já naqueles que extrema dedicação ao paciente, assim como por equipes
prosseguiram por 78-112 semanas, tal cifra desapontado- multidisciplinares competentes e bem azeitadas , sem dei-
ramente encolheu para 7,8 kg. xar à margem o reforço psicológico freqüente mediante
A grande seguradora internacional Cigna, com penetra- telefonemas e outros contatos .
ção no mercado de saúde norte-americano e que subscreve Nestas circunstâncias o profissional da saúde tem uma
no seu contrato as cirurgias bariátricas , exige de todos can- lição a aprender dos especialistas em marketing comercial,
didatos um período mandatório de 13 semanas de aconse- que abarrotam a caixa de correio eletrônico com mensagens
lhamento dietético. As justificativas seriam redução da insinuantes , e até mesmo daqueles vendedores insistentes
morbidade perioperatória por conta do emagrecimento que no passado introduziam o pé no vão da porta, somente
parcial obtido, e preparo técnico e psicológico do paciente se retirando depois de concretizar algum negócio.
para o regime dietético restrito que necessitará seguir após Todos enfrentamos rotinas pesadas e múltiplas obriga-
a intervenção. Isto se coaduna com o bom-senso e encon- ções, dificilmente contando com tempo e recursos para tão
tra respaldo científico. extenuante empreitada. Mais ainda, não é lícito infringir a
É possível que outras considerações menos transparentes ética nem desrespeitar a dignidade do paciente. Como vis-
entrem em tela, como a habilidade nem sempre ideal dos to, porém, adesão ao tratamento não é guerra que se vença
serviços de cirurgia bariátrica em lidar nutricionalmente com em uma batalha. A vitória não nos sorri exceto aos
esta população , a inexistência de preparados comerciais pouquinhos, e cada minúsculo avanço deve ser festejado
direcionados para suas peculiaridades, e muito particularmen- como uma conquista.

1. Professor Associado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Editor Chefe; 2. Pediatra Nutrólogo; Doutor em Pediatria pela FMUSP, Editor Associado
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Referências bibliográficas
1. Wing RR. Behavioral approaches to the treatment of obesity. In: G.A. 3. Jamal MK, DeMaria EJ, Johnson JM, Carmody BJ, Wolfe LG, Kellum JM,
Bray and C. Bouchard, Editors, Handbook of obesity Clinical applications Meador JG. Insurance-mandated preoperative dietary counseling does
(2nd ed.), Marcel Dekker, New York (2004), pp. 147–176 not improve outcome and increases dropout rates in patients
2. Wadden TA, Osei S. The treatment of obesity. An overview. In: T.A. considering gastric bypass surgery for morbid obesity. Surg Obes Relat
Wadden and A.J. Stunkard, Editors, Handbook of obesity treatment, Dis 2006; 2: 122-27.
Guilford Press, New York (2002), pp. 229–248.

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