Sunteți pe pagina 1din 7

PUBLICIDADE

Letalidade policial no Brasil se iguala à de Venezuela e El


Salvador, diz estudo
Rio e SP apresentam proporção de 29% e 19% das mortes causadas por agentes de segurança
em relação ao total de homicídios dolosos

Elisa Martins
29/08/2019 - 11:25 / Atualizado em 29/08/2019 - 17:00

Policial participa de operação no acesso ao Morro Chapéu Mangueira, no Leme, no Rio. 6-12-2018 Foto: Márcio Alves / Agência
O Globo

SÃO PAULO - O Brasil se assemelha a países como Venezuela e El Salvador


no índice de homicídios provocados por policiais em serviço dentre
todos os assassinatos no país.
Em 2017, a proporção de mortes por armas de fogo causadas por
intervenções de agentes de segurança em comparação ao total de
homicídios dolosos no Brasil foi de 7,3%. Mas, detalhados estados como
São Paulo e Rio de Janeiro, esse número chega a 19% e 29%,
respectivamente. A Venezuela tem uma proporção de 25,8%, e El Salvador,
de 10,3%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Os dados são do documento "Monitor do uso da força letal na América


Latina: Um estudo comparativo de Brasil, Colômbia, El Salvador, México e
Venezuela", financiado pela rede Open Society Foundation e apresentado
nesta quinta-feira no México.

O objetivo do estudo foi tentar traçar padrões regionais de letalidade


policial ao analisar países com cenários similares em violência, e
estabelecer comparações entre eles — além de possíveis lições. A Colômbia
foi um exemplo em redução da violência e reformas na força policial. Na
observação de mortes causadas por policiais em serviço em relação ao
total de homicídios, o país apresentou uma proporção de 1,5%.

— Na comparação internacional, estamos diante de dados de modelo de


Estado e segurança pública que nos aproximam muito do que não
queremos ser — diz Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública — Isso revela também que o problema da letalidade
é muito grave no Sudeste brasileiro.

Samira assina a parte brasileira do relatório ao lado de Ignacio Cano e


Terine Husek, do Laboratório de Análise da Violência (LAV) da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), e David Marques, do
Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os pesquisadores brasileiros trabalharam com especialistas dos países


estudados sob três indicadores principais relacionados ao uso da força
policial: a proporção das mortes provocadas pela polícia em relação ao
total de homicídios em determinado território; a relação entre policiais
mortos e pessoas mortas por policiais em serviço; e o número de pessoas
mortas em relação ao número de pessoas feridas pelos agentes de
segurança.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Para facilitar a comparação, foram desconsiderados os índices de mortes


causadas por policiais fora de serviço. Embora esse número seja
importante para os estudos no Brasil, ele não é computado pelos outros
países estudados.

O relatório mostrou que, ao se aproximar de índices de letalidade policial


de países como Venezuela e El Salvador, o Brasil se distancia de países com
que sempre teve semelhanças em taxas de violência e dinâmica de crime
organizado, como Colômbia e México.

— No último ano, o Brasil tem começado a mostrar uma redução nas taxas
de homicídio . Mas o estudo mostra que, infelizmente, o país não encara a
redução do fenômeno da violência como um objetivo que deveria ser
perseguido por todos - diz Samira. — Ainda vemos muitas autoridades
reforçando a ideia de que "bandido bom é bandido morto". É como se
quando a polícia matasse não fosse violência. Isso foi o que Venezuela e El
Salvador fizeram com a ideia da guerra às drogas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Colômbia reforçou polícia

Samira lembra que a Colômbia fez uma grande reforma das polícias nos
anos 1990, muito motivada, ainda, pelo histórico de Pablo Escobar e do
tráfico de cocaína. O engajamento do Estado colombiano no tema, afirma,
se deu com uma reforma ampla da polícia e com a expulsão dos policiais
envolvidos com corrupção e cartéis do tráfico. O país tinha um contexto
parecido com o do Brasil, se esforçou em uma reforma e fez a lição de
casa, diz a especialista.

— No momento em que perdemos de vista a ideia de que a polícia é


aparato essencial para a manutenção da democracia e que justamente por
isso deveria ser a primeira organização a seguir a lei e os marcos do
Estado de direito e só usar força letal em último caso, vamos na contramão
do que a Colômbia fez desde nos anos 1990 — afirma Samira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

O alto índice de letalidade e a transformação das polícias em "pequenos


exércitos" é um dos fatores que chama a atenção quando se fala dos casos
de Venezuela e El Salvador — além de gerar alertas sobre o Brasil.
Segundo o relatório, a quantidade de civis mortos por intervenção da força
pública na Venezuela chegou a quase 26% dos homicídios do país em 2017
enquanto que, em 2010, não passava de 4%.

No caso de El Salvador, o estudo lembra que, em 2015, o então diretor da


Polícia Nacional Civil e atual ministro de Justiça e Segurança Pública,
Mauricio Ramírez Landaverde, incentivou todos os agentes policiais que,
"por motivos de trabalho, tenham que empregar arma de fogo contra um
delinquente”, a que o façam “com toda a confiança". A declaração foi
respaldada por altas instâncias de governo. E, desde então, a taxa de uso
de força letal por parte de agentes de segurança disparou em território
salvadorenho.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Os dados do México, ao contrário dos outros países na pesquisa, não são de


institutos oficiais e, por essa ausência, foram computados números com
base em relatos da imprensa. Com isso, a pesquisa indica que o México
teria uma proporção de 1,2% de mortes causadas pela polícia em
comparação ao total de homicídios. O número é considerado subestimado
por pesquisadores.

SAIBA MAIS

Mortes por policiais crescem em nove estados do país

No Rio, redução de homicídios é associada a investimentos

Em um ano, 21 estados e mais o DF reduziram número de mortes


Ceará: tecnologia e trégua pontual entre facções explicam a maior redução de
mortes no país

RECEBA NOSSAS NEWSLETTERS

Digite seu e-mail

Veja todas as newsletters

MAIS LIDAS NO GLOBO

1. PSL suspende Eduardo Bolsonaro por 1 ano e confirma punições a outros 17 deputados
Isabella Macedo, Naira Trindade e Bruno Góes

2. Em 4 meses, pente-fino no INSS suspendeu ou cancelou 261 mil benefícios


Geralda Doca

3. Líderes mundiais são filmados rindo de Donald Trump durante cúpula da Otan
O Globo e New York Times

4. Anvisa aprova venda em farmácia de remédios à base de maconha, mas rejeita cultivo
Paula Ferreira

5. Morte de sargento da PM instalou clima de tensão na favela de Paraisópolis


Dimitrus Dantas e Guilherme Caetano

MAIS DE BRASIL
VER MAIS

Esta matéria não aceita mais comentários


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que
viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal

PERGUNTAS MAIS FREQUENTES • TERMOS DE USO

COMENTÁRIOS

CARREGAR MAIS COMENTÁRIOS

Po r t a l d o Ass i n a n te • Agê n c i a O Gl o b o • Fa l e co n o s co • Ex p e d i e n te • An u n c i e co n o s co • Tra b a l h e co n o s co •


Po l í t i c a d e p r iva c i d a d e • Te r m o s d e u s o

© 1996 - 2019. Todos direitos reservados a Editora Globo S/A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído
sem autorização.

S-ar putea să vă placă și