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- Ao tratar sobre modernidade, o autor se volta a Dussel (1995) para trazer o conceito
de transmodernidade: “A constituição do ego individual diferenciado é a novidade
que ocorre com a América e é a marca da modernidade, mas tem lugar em toda
Europa, mas em todo mundo que se configura a partir da América.”
“Um dos exemplos mais claros desta tragédia de equívocos na América Latina é a
história da chamada questão nacional. Dito de outro modo, do problema do moderno
Estado-nação na América Latina.”
- Quijano acredita que um Estado-Nação implica uma certa democracia política, uma
relativa democratização do acesso ao controle do poder. Isso daria aos membros ao
em comum, porém diferentemente do pensamento desenvolvido por Benedict
Anderson, em Comunidades Imaginadas, esse algo em comum não é imaginado, é
concreto.
- O autor acredita que o processo de nacionalização de uma sociedade só se dá num
espaço e em um tempo determinado. Este espaço deve ter um poder político estável
e centralizado
- Ao falar sobre os exemplos de Estados-nações, Aníbal Quijano nos traz três
exemplos, sendo o primeiro deles o dos Estados Unidos da América. O sociólogo
afirma que a Revolução Americana é um exemplo de democratização da vida
política e do acesso ao controle de poder, mesmo que tenham sido altamente
restringida aos brancos, esta democratização foi forte o suficiente para serem
reclamadas pelos não-brancos.
- Sobre os países do cone-sul, Quijano afirma:
“E os dominantes dos novos países do Cone Sul consideraram, como no caso dos
Estados Unidos, necessária a conquista do território que os índios povoavam e o
extermínio destes como forma rápida de homogeneizar a população nacional e, desse
modo, facilitar o processo de constituição de um Estado-nação moderno, à européia.
Na Argentina e no Uruguai isso foi feito no século XIX. E no Chile durante as três
primeiras décadas do século XX.”
“Por outro lado, nas outras sociedades ibero-americanas, a pequena minoria branca
no controle dos Estados independentes e das sociedades coloniais não podia ter tido
nem sentido nenhum interesse social comum com os índios, negros e mestiços. Ao
contrário, seus interesses sociais eram explicitamente antagônicos com relação aos
dos servos índios e os escravos negros, dado que seus privilégios compunham-se
precisamente do domínio/exploração dessas gentes.”
O que estas comprovações indicam é que há, sem dúvida, um elemento que impede
radicalmente o desenvolvimento e a culminação da nacionalização da sociedade e do
Estado, na mesma medida em que impede sua democratização, já que não se
encontra nenhum exemplo histórico de modernos Estado-nação que não sejam o
resultado dessa democratização social e política.