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Hipnose

Muito além do mito


Sobre o autor
Tiago Garcia é cineasta, mergulhador profissional, hipnólogo, especialista
em análise comportamental com amplo conhecimento em PNL. Já hipnotizou
celebridades como Bruna Marquezine, Camila Queiroz, Arthur Aguiar entre
outros.

• Certificação Nacional em Hipnose Clássica e Clínica, ministrado por Lucas


Naves.

• Certificação Nacional em Hipnose Avançada pelo ISEC pela Certificação


Nacional em Psicologia Clínica, ministrado pelo Dr. João Oliveira.

• Certificação Nacional em Hipnose na Saúde: Múltiplas Abordagens pelo ISEC,


ministrado pelo Dr. João Oliveira.

• Certificação Nacional em Análise Comportamental pelo ISEC, ministrado pelo


Dr. João Oliveira.

• Certificação Como tratar vícios pelo Hi-Brain Institute, ministrado por


Alberto Dell’isola.

• Certificação Master em Hipnose Clínica, ministrado por Lucas Naves.

• Redes Sociais: Facebook Tiago Garcia / Twitter @tiago_garcia / Instagram


@tiagogarcia77 / Youtube Canal Tiago Garcia

• Site: http://www.tiagogarcia.net/
Índice

CAPÍTULO 01..................... História da Hipnose

CAPÍTULO 02.............Como a mente funciona

CAPÍTULO 03............................... Definições e


Conceitos (O que é Hipnose e para que serve?)

CAPÍTULO 04.....................................Técnicas
de PNL e Hipnose Clássica

CAPÍTULO 05......................................Hipnose
Conversacional

CAPÍTULO 06............................Sintomatologia
do transe e fenômenos hipnóticos

CAPÍTULO 07.................................. Segurança


CAPÍTULO 01

História da Hipnose

Século XXX a.C.

No Egito, descobrimos através de papiros, que


sacerdotes induziam certo tipo de estado hipnótico. Nos
Templos do Sono, templos de Ísis, os altos sacerdotes
caldeus também faziam passes e eram tidos como capazes
de transmitir fluidos que curavam e colocavam em transe
os sofredores.

Século XVII a.C.


Na China, induzia-se certo tipo de transe hipnótico para
buscar a cura e a aproximação entre os pacientes e seus
antepassados.
Mitologia grega e romana
Filho de Apolo e Coronis, Asclépio (o Esculápio dos
romanos) aprendeu com o centauro Quíron um tipo de sono
especial que curava as pessoas. Muitos dormiam no templo
do deus, e durante a noite se dava a cura.
Índia e em todo oriente

Faquires e homens santos produzem fenômenos em


si mesmos um estado de transe (auto-hipnose), para as
mais variadas finalidades.

Século XI

Avicena

Abu Ali al-Husayn ibn Sina, (980-1037), sábio, filósofo e


médico iraniano, acreditava que a imaginação era capaz
de adoecer e curar as pessoas.
Século XVI

Paracelsus

Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von


Hohenheim (1493-1541), pai da medicina hermética,
acreditava na influência magnética das estrelas na cura de
pessoas doentes. Confeccionava talismãs com inscrições
planetárias e zodiacais.
Franz Anton Mesmer

Franz Anton Mesmer (1734–1815) acreditava que


existia uma forma magnética, ou fluido universal que
influenciava a saúde do corpo humano. A saúde e a
doença seriam frutos de desequilíbrios deste fluido.

Ele fez experiências com ímãs para alterar este campo


magnético e realizar curas. Por volta de 1774, ele concluiu
que os mesmos efeitos poderiam ser criados com
movimentos das mãos, a uma distância, na frente do
corpo do paciente, conhecido como fazer "passes
mesméricos".

A palavra mesmerizar se origina do nome de Franz


Anton Mesmer e foi intencionalmente utilizada para
separar seus utilizadores dos vários "fluidos" e teorias
"magnéticas" que eram utilizadas dentro da denominação
"magnetismo".
Em 1780, a pedido do rei francês Luís XVI, uma
Comissão de Inquérito iniciou investigações para confirmar
se existia mesmo um Magnetismo Animal. Entre os
membros da comissão estavam o pai da química moderna
Antoine Lavoisier, o cientista Benjamin Franklin e um
especialista em controle da dor Joseph-Ignace Guillotin.
Mesmer conseguia resultados espetaculares em muitos
casos nos quais os médicos convencionais não
conseguiam ajudar. Este fato já havia enfurecido a
comunidade médica que o forçou, nesta época, a sair de
Viena para Paris. Quando nenhuma evidência científica foi
encontrada para explicar essas curas, elas foram
proibidas.

O mesmerismo permitia induzir a estados alterados de


consciência e era possível até mesmo realizar cirurgias
sob anestesia hipnótica por esse método. Em Londres foi
fundado o Mesmeric Hospital, por John Elliotson,
discípulo de Mesmer.
James Braid

James Braid (1795-1860), iniciou a hipnose científica.


Criou em 1842, o termo hipnotismo (do grego hipnos =
sono) para significar o procedimento de indução ao estado
hipnótico. Mais tarde, ficou claro para Braid, que hipnose e
hipnotismo, eram termos inadequados (pois não se dorme
durante o processo). O uso do nome, porém, já estava
consagrado e não conseguiu mais modificá-lo,
permanecendo até hoje.

Século XIX

A escola de Nancy (de Liébeault, de Bernheim e de


Coué), considerava que o estado de transe era um estado
normal e não patológico. Foi proposto que a mudança
acontecia de uma forma não-consciente através da
intervenção da vontade e que a sugestão operava somente
quando encontrava um eco interno, uma auto sugestão.
James Esdaile

James Esdaile (1808-1868), utilizou como cirurgião a


hipnoanalgesia para realizar aproximadamente 3000
cirurgias sem a necessidade de anestésicos químicos.
Dentre elas, estão incluídas até mesmo extração de
apêndice e outros procedimentos de grande porte. Todas
as cirurgias estão devidamente catalogadas, mas o
método de Esdaile não teve maior projeção científica. Pois
na mesma época, foram descobertos os anestésicos
químicos (éter, clorofórmio e óxido nitroso) que passaram
a fazer parte dos procedimentos médicos da nobreza
européia. O curioso, é saber que os anestésicos químicos
mataram muito mais pessoas do que se imagina, dada à
ignorância das reações aos procedimentos. O que nunca
ocorreu com a utilização da hipnose por Esdaile.
Jean- Martin Charcot

Jean-Martin Charcot (1825-1893), conhecido como


médico da escola de Salpetriére na França, professor de
Freud, estudou os efeitos da hipnose em pacientes
histéricos. Charcot afirmava que apenas histéricos eram
hipnotizáveis, mas outros médicos contemporâneos
constataram que a hipnose é parte do funcionamento
normal do cérebro de qualquer pessoa. Muitos dos erros
cometidos por Charcot (e repetidos por Freud) levaram a
crer na ineficácia da hipnose, o que foi rebatido anos
depois.
Ivan Pavlov

Ivan Pavlov (1849-1936), famoso neurofisiologista


russo, conhecido por suas pesquisas sobre o
comportamento. Elas foram o ponto de partida para o
behaviorismo e o advento da psicologia científica do
comportamento. Estudou os efeitos da hipnose sobre o
córtex cerebral e a indicação terapêutica deste tipo de
intervenção.
Sigmund Freud

Sigmund Freud (1856-1939), médico neurologista,


autor da maior literatura acerca do inconsciente humano e
fundador da psicanálise. Aplicou a hipnose profunda no
começo de sua carreira, e acabou por abandoná-la, pois,
ele a utilizava para a obtenção de memórias reprimidas
(Freud não sabia que nem todas as pessoas alcançam
hipnose profunda com facilidade). Freud abandona a
hipnose porque a sugestão hipnótica dura algum tempo,
mas não é permanente e assim os sintomas tendiam a
voltar. Através da psicanálise, Freud faz o paciente dar-se
conta da causa de seus sintomas, tornando o motivo
inconsciente dos sintomas consciente e realizando assim
uma cura duradoura.
Dave Elman

Dave Elman, (1900–1967) é conhecido primeiramente


como um notório locutor de rádio, comediante e
compositor musical. Também ficou famoso no campo da
hipnose. Lecionou vários cursos para médicos e escreveu,
em 1964, o livro: “Findings in Hypnosis” (Descobertas na
Hipnose), que depois foi denominado Hypnotherapy.
Provavelmente, um dos aspectos mais importantes do
legado de Dave Elman foi o seu método de indução, que
originalmente foi construído para realizar a hipnose de um
modo rápido e depois adaptada para o uso de médicos.
Os seus discípulos rotineiramente obtinham estados
hipnóticos adequados para procedimentos médicos ou
cirúrgicos em menos de três minutos. Seu livro e suas
gravações deixaram muito mais que somente sua técnica
de indução rápida. A primeira cirurgia cardíaca de tórax
aberto utilizando somente hipnose no lugar de uma
anestesia (por causa de vários problemas severos do
paciente) foi conduzida por seus estudantes, tendo Dave
Elman como orientador na sala de cirurgia.
Milton Erickson

Milton Erickson (1901-1980), psiquiatra americano,


especializado em terapia familiar e hipnose, fundou a
American Society of Clinical Hypnosis e publicou vários
livros e artigos científicos na área. Entre as décadas de
1950 a 1970, se tornou o psiquiatra americano mais
inovador e um dos mais influentes psicoterapeutas dos
Estados Unidos. O seu trabalho influenciou novas
abordagens psicológicas, como a psicologia sistêmica, a
terapia familiar, a programação neurolinguística, e até as
teorias de comunicação e a cibernética.

Durante o curso de medicina, Erickson conheceu a


hipnose, ferramenta que ele usou em si mesmo por toda a
vida, e que o ajudou a superar as terríveis dores durante
as crises decorrentes da poliomielite que contraiu quando
era jovem.
Na década de 1960, Erickson popularizou um novo tipo
de terapia, conhecida como hipnose ericksoniana,
caracterizada principalmente por sugestão indireta,
metáforas, técnicas de confusão no lugar de uma indução
hipnótica clássica.

Enquanto a hipnose clássica é direta e autoritária,


algumas vezes encontra resistência do paciente, a forma
que Erickson apresentou é permissiva e indireta. Por
exemplo, se na hipnose clássica é utilizado indução
"quando eu contar até três você fecha seus olhos e entra
em um transe profundo”. Na hipnose ericksoniana a
indução seria utilizada na forma "você pode aprender, no
momento que achar melhor, como entrar em um transe
hipnótico". Desta forma, o paciente se sente mais aberto a
aceitar as sugestões com as quais se sente mais
confortável, no seu próprio tempo, e com consciência dos
benefícios. A pessoa a ser hipnotizada sabe que não está
sendo ordenada, tomando para si a responsabilidade e a
participação direta do processo de transe. Como a indução
se dá durante uma conversa normal, a hipnose
ericksoniana também é chamada de hipnose
conversacional.

Erickson insistia que não era possível instruir


conscientemente a mente subconsciente, e que
sugestões autoritárias seriam muito mais prováveis de
obter resistência. A mente subconsciente responderia a
aberturas, oportunidades, metáforas, símbolos e
contradições. A sugestão hipnótica eficaz, então, seria
vaga, deixando a oportunidade para que o hipnotizado
possa preencher as lacunas com seu próprio
entendimento que vem do seu subconsciente, mesmo que
ele não perceba conscientemente o que está
acontecendo. Um hipnoterapeuta habilidoso constrói es-
sas lacunas nos significados de modo que melhor se
adequa para cada indivíduo, de uma forma que tem a
maior probabilidade de produzir o estado de mudança
desejado.

Richard Bandler e John Grinder identificaram esse tipo


de linguagem "artisticamente vaga" como uma
característica do seu “modelo de hipnose”, como uma
tentativa sistemática de codificar os padrões de linguagem
de Erickson.

Século XX – Brasil

Em 1956 acontece no Brasil o primeiro curso de


hipnose. Na década de 60, a utilização da hipnose como
entretenimento foi proibida pelo decreto 51.009 de
22/07/1961, assinado pelo então Presidente da República
Jânio Quadros. O decreto proibia o uso da hipnose em
espetáculos de qualquer tipo ou forma, em clubes,
auditórios, palcos, ou estúdios de rádio e televisão. No
entanto ele foi revogado pelo ex-presidente Fernando
Collor através do decreto Número 11 de 19/01/1991.
CAPÍTULO 02

Como a mente funciona?

Podemos dividir nossa mente em três partes:

1- Mente Consciente
2- Mente Subconsciente
3- Mente Inconsciente

Sua mente consciente fala com você a todo momento,


dando a você opiniões não solicitadas e sobretudo,
oferecendo um fluxo constante de atitudes, opiniões,
reclamações, observações, autoflagelos e dúvidas. Na
maior parte do tempo você provavelmente está ouvindo
sua mente consciente.
Sua mente subconsciente lida com um conjunto
totalmente diferente de funções e ao contrário da mente
consciente, não sente a necessidade de relatá-las a você
o tempo todo. Ela pode falar com você através de seus
sentimentos ou sensações físicas, mas geralmente não
entra em contato. Portanto, você não presta muita atenção
a ela, e simplesmente a deixa trabalhar.

Sua mente inconsciente é responsável pelo seu


sistema imunológico e sistema nervoso autônomo e não
me aprofundarei nela.
A mente CONSCIENTE é onde passamos a maior
parte do tempo e ela é responsável por quatro funções:
1. Pensamento analítico
2. Pensamento racional
3. Memória funcional
4. Força de vontade
Pensamento analítico
Sua mente consciente é uma solucionadora de
problemas. Gosta de organizar as coisas em arquivos,
pastas. É necessária para o funcionamento diário e para a
resolução de problemas como: Quanto dinheiro preciso
para este mês? Quantas calorias tem esta refeição? Como
eu chego a uma loja onde nunca estive?
É claro que precisamos dessa função analítica da
mente. Muitas profissões são muito analíticas, e por boas
razões: Os médicos, por exemplo, precisam pensar em
procedimentos, analisando todos os fatores e resultados
para tratar um paciente adequadamente.
Pensamento racional

Todo ser humano deve racionalizar suas realidades.


Nossas mentes geram uma razão, ou explicação, para
tudo o que acontece conosco a fim de justificar nossa
realidade. Se perdermos essa capacidade de racionalizar,
ficamos loucos. Logo, nossa capacidade de racionalizar é
muito importante, porém nem sempre as racionalizações
que temos, são necessariamente verdadeiras. Em vez
disso, apenas inventamos coisas para fazer nosso mundo
fazer sentido ou nos sentirmos bem. É uma parte muito
egocêntrica da mente e que precisa ser examinada, pois
geralmente funciona tanto a favor, quanto contra nós.

Exemplo:
Ei Roberto, por que você bebeu quatro garrafas de
vinho?

Roberto: Porque meus filhos me perturbam e preciso


beber para relaxar.
As chances são grandes de que não é por isso que ele
bebeu tanto vinho, e que a verdadeira razão está
escondida bem no fundo do subconsciente do Roberto,
talvez como um vício químico, ou algum ferimento não
resolvido do seu passado. De qualquer maneira, essa
parte racional da mente consciente cria uma justificativa
para Roberto beber.

Força de vontade

É causadora de um grande desapontamento da mente


humana. Quantas pessoas já disseram ou escutaram de
pessoas próximas: "Se eu tivesse mais força de vontade
eu faria isso ou terminaria aquilo." Mas lembre-se: a mente
consciente controla só dez por cento do seu poder, ou
seja, no seu melhor dia, a força de vontade só exerce dez
por cento da sua força.

Então, por que temos força de vontade se ela é tão


fraca? Bem, ela é uma ferramenta especial que você pega
quando precisa mudar de rumo na vida, seja levantar do
sofá, ir à geladeira ou mudar de carreira. A força de
vontade é a energia de curto prazo que lhe dará força
para mudar de direção. Mas você deve ser programado
em um nível subconsciente para ter sucesso na nova
direção. A força de vontade não consegue fazer isso
sozinha.

Somos levados a acreditar que as pessoas de


sucesso, simplesmente têm uma força de vontade
excepcional. No entanto é muito fácil provar que o sucesso
criado ao longo do tempo, resulta de uma combinação de
muitos fatores, em minha opinião, não se pode ter sucesso
sem:

- Sistemas de crenças positivas


- Desejo Consistente
- Gestões de apoio desde a infância e do ambiente atual
- Uma forte imaginação
- Bons hábitos de trabalho

Algumas dessas coisas vem da mente subconsciente,


um lugar muito, muito mais profundo que a força de
vontade.

Memória funcional

Muitas vezes, gravamos as coisas por apenas alguns


segundos e depois as descartamos. Seja um endereço de
e-mail ou número de telefone necessário apenas naquele
momento. Às vezes, algumas pessoas se esforçam muito
para inserir as informações em nosso HD interno. Às
vezes, equivocadamente com repetições obstinadas,
como fazem algumas pessoas antes de uma prova. Muito
do nosso funcionamento em nossas vidas diárias é feito
com a memória de curto prazo, porque simplesmente não
precisamos armazenar todas as informações que
recebemos.

Este armazenamento de curto prazo funciona


principalmente na mente consciente. Os neurônios
disparam, mas geralmente não criam memórias de longo
prazo. As informações armazenadas para o longo prazo
são decididas por você, (você deseja armazená-las? Isso
é significativo para você? Você está disposto a repeti-lo?),
mas às vezes, seu cérebro toma essa decisão por você e
às vezes você faz isso decidindo conscientemente a se
lembrar de algo.

A MENTE SUBCONSCIENTE é a parte mais


importante para nós que estudamos e utilizamos a
hipnose. Nela encontramos:

1. Memória permanente
2. Emoções
3. Hábitos
4. Autopreservação
5. Ociosidade

No subconsciente se encontra toda a nossa


programação.
É como se fosse o software do nosso cérebro. É
nessa parte da mente que encontramos nosso verdadeiro
eu.
Memória permanente

Suas memórias permanentes fazem de você quem


você é. Em resposta às suas memórias, você cresce se
ajusta e toma novas decisões. Nossas memórias mais
poderosas moldam nossa psique e direcionam nosso
futuro.

Emoções

As emoções também estão na mente subconsciente.


Amor, tristeza, raiva, nojo, estão prontamente disponíveis
para ser extraídas do seu subconsciente. Ao entrar em
estado de profundo relaxamento, elas fluem facilmente
permitindo que você utilize ancoragens para gerar as
emoções que você deseja.

Hábitos
A mente subconsciente é uma máquina de
aprendizado. Aprendeu a andar, a falar, a escovar os
dentes. Você anda de bicicleta sem precisar pensar nisso
e quando a mente subconsciente aprende algo, ela
melhora, ficando melhor e melhor a cada repetição. Já
estudou uma língua estrangeira e finalmente começou a
pensar nessa língua ou ainda já sonhou falando este
idioma? É a mente subconsciente que continua
aprendendo enquanto você simplesmente relaxa e deixa
pra lá. Uma vez que a sua mente aprende as coisas, ela
vai para o piloto automático, e fica tão boa em certas
tarefas que pode acumular mais tarefas em cima da
primeira. É assim que desenvolvemos nossos hábitos.
A mente protetora

Ela garante que seus valores morais mais profundos


não sejam violados. Está protegendo você de ser ferido.
Também está fazendo o melhor que pode para curar você,
te guiando por maneiras sutis e não tão sutis para resolver
conflitos internos e levá-lo adiante em sua jornada
pessoal.
Esta parte da sua mente funciona automaticamente.
Quando você coloca a mão sobre o fogo, você não pensa:
Que cheiro de carne queimada! O que devo fazer? Sua
mente protetora simplesmente tira sua mão da chama.
Essa parte protetora de sua mente está tomando decisões
sobre o que você fará ou não. É profunda e está do seu
lado. Às vezes é chamada de intuição.

Ociosidade
Com programações instaladas a tanto tempo na sua
mente, uma das coisas que o subconsciente mais evita é
a mudança. Ele fará tudo que puder para que as coisas
continuem como sempre foram, porque é mais confortável
dessa forma. Aceitar sugestões positivas para mudança
exige um grande esforço, por outro lado, sugestões
negativas são aceitas com facilidade porque não requer
esforço. Tudo o que há na mente subconsciente é real
para você e para uma mudança efetivamente ocorrer, ela
precisa estar gravada no seu subconsciente.
CAPÍTULO 03
Definições e Conceitos
(O que é Hipnose e para que serve?)

Definição de hipnose

Definir o que é hipnose não é algo simples, se você fizer


uma busca por artigos científicos sobre o fenômeno
descobrirá que as definições variam muito. Alguns
cientistas dirão que a hipnose é um fenômeno que
envolve um estado alterado de consciência. Por outro
lado, alguns cientistas vão argumentar que a hipnose é
um fenômeno social.
Antes de tratar essas definições, vamos abordar o que é
a faculdade crítica da mente.
Sua mente consciente tem um mecanismo protetor a
faculdade crítica.
A faculdade crítica atua como um segurança, mantendo
tudo seguro em sua mente subconsciente e mantendo
fora coisas novas e indesejadas. A faculdade crítica está
trabalhando o tempo todo, e você está ciente disso, na
sua mente consciente. Aqui está um exercício para
demonstrá-lo: Quando você ler a próxima frase, observe
como sua mente reage a ela: O sol é muito quente.
Sentiu algo? Tem opiniões contrárias? Discorda? É
provável que você aceite “o sol é muito quente” sem
muita confusão mental. Essa frase mexe com o que
você já sabe. Agora role para baixo, leia a próxima frase
e observe como sua mente reage:

Você é um imbecil!

Alguma coisa passou pela sua cabeça? Talvez alguma


coisa como: “Que absurdo!” ou “Não é bem assim, isto não
é verdade” Se isto aconteceu, essa foi a sua faculdade
crítica rejeitando o que você leu. Sua faculdade crítica
está examinando todas as sugestões que são jogadas em
você. Está sempre presente, certificando-se de manter
intactas suas opiniões profundas e as programações já
instaladas em seu subconsciente, fazendo com que
pensamentos novos ou radicalmente diferentes sejam
rejeitados. Não é uma linha impenetrável, mas gosta de
defender suas opiniões e experiências. Em outras
palavras, de acordo com um dos maiores nomes da
história da hipnose, Dave Elman, a hipnose acontece
quando a faculdade crítica é contornada e há o
estabelecimento de um pensamento selecionado.

A palavra hipnose (do grego hipnos = sono e do latim


mosis = ação ou processo) se refere ao “estado
semelhante ao sono, gerado por um processo de indução,
no qual o indivíduo fica muito suscetível à sugestão do
hipnotizador” ou, ainda, “todo estado de passividade
semelhante ao do sono ou por meio da sugestão”. Hipnose,
segundo a Associação Americana de Psicologia, é um
estado de consciência que envolve atenção focada e
consciência periférica reduzida, caracterizado por uma
maior capacidade de resposta à sugestão.

Segundo Milton H. Erickson

É a “Suscetibilidade ampliada para sugestão, tendo


como efeito uma alteração das capacidades sensoriais e
motoras para iniciar um comportamento apropriado.”
Segundo James Tripp

É a “Alteração da experiência subjetiva de uma pessoa


através de meios de comunicação verbal e não-verbal”.

A utilidade da Hipnose

A hipnose é uma ferramenta que pode ser utilizada de


diversas maneiras, dentre elas:

- Para melhorar o desempenho esportivo de um atleta.


- Para alcançar um melhor desempenho cognitivo
durante uma prova ou concurso.
- Para ser mais assertivo, utilizando técnicas de
persuasão, este tipo de hipnose não coloca os outros em
um “transe”, mas é usado para permitir que as pessoas
desenvolvam uma relação mais rapidamente, a fim de
comunicar suas necessidades através da persuasão.

A hipnose para os atores irá deixá-lo mais em


contato com sua mente subconsciente. Isso irá ajudá-lo a
relaxar e confiar em sua mente para ajudá-lo com seu
desempenho. Através de ancoragens e gatilhos ajudando
a atingir o melhor estado de consciência para seu
desempenho em cena.

Hipnose no entretenimento

A hipnose de entretenimento muitas vezes conhecida


como “Hipnose de rua” ou “Hipnose de palco”, leva as
pessoas que participam do processo a uma experiência
única e muito divertida como esquecer o seu próprio
nome, ficar com as mãos coladas, ou até mesmo ter
alucinações. Importante lembrar que apesar de
espetacular, a pessoa que passa pelo processo hipnótico,
está consciente em todo o momento e não faz nada que
vá contra seus valores morais mesmo assim, toda esta
prática deve ser realizada com respeito e ética.

Hipnose Clínica

A hipnose pode ser usada como ferramenta


terapêutica, á chamada hipnoterapia. Utilizada em
consultório por médicos, psicólogos, fisioterapeutas e
dentistas, para o controle da dor e práticas anestésicas em
procedimentos cirúrgicos, assim como por hipnoterapeutas
nos tratamentos de diversos males como ansiedade,
fobias e até mesmo depressão.

Principais utilizações da hipnose em clínica:

1. Para o alívio da dor, produzindo anestesia ou analgesia.


2. Nos diferentes setores da clínica e cirurgia.
3. Como ferramenta para o alívio dos estados de
ansiedade a apreensão, qualquer que seja a sua causa.
4. Em qualquer condição na qual a psicoterapia possa ser
útil.
5. No controle de alguns hábitos (ex.: tabagismo).
Experimentalmente em qualquer pesquisa, no campo
psicológico e/ou neurofisiológico, entre outros.
Como a hipnose não deve ser usada:
1. Na remoção de sintomas, sem primeiro se saber a que
finalidade serve;
2. Em qualquer condição onde o estado emocional do
paciente não foi determinado;
3. Sem objetivo definido, apenas para satisfazer
insistentes pedidos do paciente;
4. Para abolir determinadas sensações, a fadiga, por
exemplo, o que pode levar o paciente a ir além dos limites
de sua capacidade física;
5. Em psicóticos, a hipnose só pode ser usada por um
psiquiatra experiente, tendo em conta que não constitui
uma boa indicação.

A Hipnose no mundo

Atualmente, existem várias sociedades, em todo o


mundo,que atuam na prática da hipnose:Society for
Clinical and Experimental Hypnosis; The American Society
of Clinical Hypnosis; International Society of Hypnosis; The
Australian Society of Hypnosis; Sociedade Brasileira de
Hipnose; Associazione Medica Italiana per lo Studio della
Ipnosi; The British Society of Medical and Dental Hypnosis
e várias outras.

Algumas instituições internacionais já se posicionaram


sobre a Hipnose Médica, reconhecendo-a como auxiliar
terapêutico útil na Medicina.
Associação Médica Americana

18 de setembro de 1958 - “A Hipnose é um auxiliar


terapêutico valioso e os que a empregam, devem
conhecer os seus fenômenos complexos, seus
ensinamentos são privativos de médicos e do odontólogo.
Quem a emprega deve conhecer suas indicações e
limitações. Não se deve aprender apenas a técnica”.

Associação Médica Britânica

23 de abril de 1955 - “A Hipnose é útil e pode em


certos casos, ser o tratamento de escolha dos
distúrbios psicossomáticos e das neuroses”.

Associação Psiquiátrica Americana

15 de fevereiro de 1961- “Reconhece-se o valor da


Hipnose como auxílio na pesquisa, diagnósticas e
terapêuticas tanto em psiquiatria, como em outras áreas
da prática médica”.

Organização Mundial da Saúde

Outubro de 1974 - “A Hipnose moderna é hoje o maior


avanço da Psiquiatria. Atua no campo terapêutico,
enquanto os estudos da bioquímica são os estudos das
etiologias”.
Revista Brasileira de Medicina

Julho de 1998 - “Menosprezar a importância de


Hipnose, hoje em dia, representa, além de opor-se aos
diversos relatórios elaborados por comissões
especializadas no mundo inteiro, fechar os olhos aos
recursos por ela oferecidos. Se existem (ou existiram)
hipnólogos ou hipniatras mal preparados, também existem
profissionais de baixa qualidade em quaisquer outras
especialidades”.
CAPÍTULO 04
Técnicas de PNL e Hipnose Clássica

Objetivo ao utilizar hipnose

É muito comum as pessoas traçarem metas e objetivos


em suas tarefas, tanto a curto, quanto a longo prazo.
Naturalmente, o ser humano sempre está em busca de
algo. Ninguém fará nada pelo simples fato de fazer, e na
hipnose não é diferente.

É muito importante no início do processo de hipnose, o


sujeito determinar seus objetivos. São os objetivos que
movem o indivíduo para seu estado de adequação da
consciência. Podemos afirmar que determinar os objetivos
pessoais é o princípio básico para que a pessoa que será
hipnotizada sinta vontade de acessar o estado alterado de
consciência.
O que?

Definir o que o sujeito quer, é metade do caminho para


se especificar um objetivo. Inicialmente, esta definição
pode ser algo como aumentar a concentração, diminuir a
ansiedade, mudar os hábitos, deixar de ser tímido, ou até
mesmo emagrecer. Os motivos são inúmeros. O
importante é definir uma meta, podendo ser algo mais
concreto, ou até mesmo abstrato, uma vez que a hipnose
trabalha no nível subconsciente.

O que vale é a mudança comportamental causada por


esse novo estado de consciência.

Basicamente, sem um objetivo traçado, a hipnose fica


sem sentido e é possível que o transe seja mais demorado
ou não seja tão profundo quanto o hipnotista gostaria.

Com as metas determinadas, o transe ocorre com mais


facilidade e o hipnotista tem mais agilidade no processo da
hipnose. Como hipnotista você deve ser confiável e
demonstrar confiança. Para isso, algumas atitudes devem
ser tomadas em relação ao seu comportamento. Transmita
sinais de que sua linguagem corporal esteja aberta para
outra pessoa. Sem braços cruzados, e sim abertos uma
vez você que expõe o seu peito e transmite acolhimento,
enquanto que com os braços cruzados, pode dar uma
impressão de hostilidade e, muitas vezes, desinteresse.

Rapport

De acordo com a PNL, rapport é uma ligação


estabelecida de empatia entre duas pessoas e será
extremamente necessária quando você fizer o pre-talk
com a pessoa que você irá hipnotizar e será explicado
adiante.
Rapport não significa aceitar todas as opiniões da outra
pessoa, e sim ouvi-la e fazer com que ela veja que o seu
ponto de vista ou valores são compreendidos e
respeitados. É bastante comum que algumas pessoas
tentem "forçar" o rapport, com o objetivo de manipular o
outro. No entanto, quando a intenção não é ter uma
ligação genuína com essa pessoa, ela pode desconfiar e
reagir negativamente.
A linguagem corporal interfere em
praticamente tudo no estabelecimento de conexão
instantânea.

Sincronizar a sua linguagem corporal com a da outra


pessoa é o primeiro passo para a manutenção de um
rapport sólido. Uma vez estabelecida a comunicação,
devemos ter o cuidado de mantê-la. Para isso, quando for
conversar pela primeira vez com alguém, procure assuntos
genéricos e que instiguem uma resposta da outra pessoa.

Para muitas pessoas, o rapport é algo natural, sendo que


elas conseguem criar uma ligação de respeito e confiança
com outras pessoas sem terem que fazer um esforço
consciente.

Uma das formas mais rápidas de conseguir o rapport é


chamando a pessoa pelo nome. O nome é a característica
mais marcante de uma pessoa e, portanto, a mais forte. Se
a pessoa escuta o próprio nome durante a conversa, ela vai
se tornando mais aberta a sugestões, uma vez que ela vai
se sentindo mais à vontade.
Coerência e convencimento

Para aumentar suas chances de convencer alguém, é


importante ser coerente. Não apenas coerência nas
palavras, mas também na sua linguagem corporal, seu
tom de voz e seu comportamento. Tudo isso, deve estar
de acordo com suas palavras. Não adianta querer passar
uma mensagem de paz e tranquilidade se estiver gritando
e extremamente agitado. Concorda?

Sua atitude é a primeira coisa que alguém observa


durante a comunicação. Sua mente e seu corpo são um
sistema único e ao mudar um, o outro deve seguir a
mudança. Caso contrário, as pessoas perceberão que
existe algo errado, ficarão confusas e perderão o interesse.

Para se tornar mais persuasivo, você deve fazer


sempre contato visual, sorrir e se inclinar na direção da
pessoa.

Apresentações

Apresentações são importantes no processo de


comunicação. Uma apresentação correta auxilia na
obtenção do rapport e é a marca de um hipnotista
elegante.

A regra dos três segundos

De uma maneira prática, conte até três e apresente-se.


Não deixe que suas inibições atrapalhem uma
apresentação confiante. É preciso muita coragem para se
apresentar a um estranho e começar uma conversa. Em
street hipnose, essa situação ocorre com extrema frequên-
cia. Muitas vezes um hipnotista perde um bom sujeito
porque não soube se apresentar.

Encontre assuntos em comum

É muito importante, para a manutenção do rapport, que


a conversa se desenvolva e para que isso aconteça com
mais facilidade, é preciso que você encontre assuntos em
comum. Comece por assuntos genéricos, como o tempo, o
trânsito, o local que vocês se encontram. Ao longo da
conversa, os assuntos serão direcionados a outros mais
específicos. Você deve estar atento à linguagem corporal
do sujeito, para perceber possíveis sinais de aceitação ou
não de determinado assunto.

Qualquer pensamento que as pessoas têm se


transformam em micro movimentos ou micro expressões,
que são desenvolvidas inconscientemente e podem ser
percebidas com um mínimo de atenção e prática do
hipnotista.

Portanto, para se encontrar um assunto em comum é


necessário iniciar com um assunto genérico e ir
direcionando para assuntos de interesse, sempre
observando e analisando a linguagem corporal do sujeito.

• Tendo interesse genuíno na outra pessoa.

• Estando disposto a ver o mundo a partir do ponto de


vista da outra pessoa.
Técnica de Rapport

A técnica de rapport mais famosa é conhecida como


espelhamento. Nesta técnica, uma pessoa imita alguns
elementos da linguagem corporal da outra (como a
postura, gestos, expressões faciais, respiração, etc). No
entanto, é preciso ter cuidado, porque o espelhamento
deve ser gradual, ou seja, a imitação deve ser feita de um
elemento de cada vez, para que a outra pessoa não pense
que está sendo alvo de deboche.

• Sorriso.
É a chave universal do Rapport.

• Otimismo.
Transmite confiança e sensação de poder.

• Tratar a pessoa pelo nome.


Uma das coisas que as pessoas mais gostam de ouvir é o
seu nome pronunciado.

• Paciência.
Saiba ouvir, pois quando alguém fala é porque quer ser
escutado.

Esta técnica atinge um nível subconsciente, portanto


tem que ser feita com discrição, elegância e sutileza. Caso
contrário, acabará irritando seu interlocutor.
Comportamentos que podem ser espelhados

Movimentos Corporais

Escolha qualquer movimento do corpo que seja


constante e espelhe. Se a pessoa estiver apoiando seu
queixo com a mão, repita essa ação enquanto conversam,
ou se ela fizer algum movimento específico ao se
expressar, repita os mesmos movimentos.
O espelhamento criará uma maior empatia entre vocês
dois.

Respiração

Iguale sua respiração, no mesmo ritmo da respiração


do seu cliente.

Palavras

Use as palavras que ela usa, use também seus termos


preferidos, mesmo que estejam errados, mas é o que
interessa para seu interlocutor. Iguale a tonalidade,
volume, ritmo e velocidade da sua fala.

Expressões faciais

Sorrir, concordar mexendo a cabeça enquanto a pessoa


fala, piscar na mesma intensidade que a pessoa à sua
frente. Estes são alguns dos espelhamentos que podem
ser realizados de forma sutil, para que a técnica se torne
eficiente. A base fundamental do rapport é o
acompanhamento, ou seja, primeiro acompanhe para
depois conduzir, podemos dizer que é como uma dança,
primeiro você acompanha o seu par no ritmo da música e
logo depois ele que te acompanhará. Em um nível alto de
rapport é possível que a pessoa comece a te espelhar,
neste momento a pessoa aceita melhor a sugestão.

Portas de percepção
Nosso cérebro, filtra as informações que chegam até
ele através dos nossos sentidos, criando a percepção que
temos do mundo.

Isso permite a cada pessoa criar uma realidade única,


dependendo do canal sensorial mais utilizado, suas
experiências passadas, bem como suas crenças.

Estes filtros são importantes para a própria proteção do


indivíduo, de outra forma, o mesmo se distrairia com a
enxurrada de estímulos desnecessários para sua
sobrevivência.

Canais sensoriais preferenciais

Todos nós temos a experiência do mundo através dos


cinco sentidos: visão, audição, tato, olfato e o paladar. Para
a nossa finalidade, paladar e olfato serão classificados
como sensação, o que a PNL classifica como sinestesia.
Tendemos a usar mais alguns sentidos do que outros.
Neste caso, chamamos de sistemas representacionais
preferidos. As pessoas que percebem melhor o mundo de
forma visual são chamadas de visuais.
As pessoas que preferem usar a audição são
chamadas de auditivos. As pessoas que preferem sentir o
mundo com sentimentos e emoções são chamadas de
sinestésicos.

Excluindo pessoas com deficiência em algum sentido,


todos nós utilizamos todas as portas de percepção: visão,
audição e sinestesia.
Porém, alguns de nós preferimos utilizar uma ou duas
dessas portas de percepção.

Alguns até costumam não utilizar nenhuma delas, são


chamados de “neutros”. Esse tipo de pessoa utiliza a
dedução e princípios lógicos para enxergar o mundo. Não
é raro considerar um neutro como sinestésico, pois,
geralmente, eles são pegos conversando consigo
mesmos, independentemente de estímulos externos e
quando vão pensar em alguma coisa, acessam logo a pista
visual de olhar para baixo e para a direita.
Isso dá a impressão de que ele é sinestésico, é um erro
pensar dessa maneira. Normalmente, para estas pessoas,
não existe meio termo. Uma dica de algumas palavras que
ajudarão você a se comunicar melhor com as pessoas
neutras:

“Decidir, determinar, pensar, lembrar, saber, notar,


entender, estimar, alertar, processar, motivar, aprender,
mudar, consciência, capacidade, estatisticamente,
logicamente, entre outras.”

A figura abaixo mostra como as pessoas acessam


informações na memória, dependendo da região para onde
elas olham.
Estas pistas de acessos visuais podem dar uma ideia do
que a pessoa está pensando no momento que ela olha para
algum desses pontos. Esse esquema funciona com a
grande maioria das pessoas e você deve ter em mente
que ele só funciona para pessoas destras; pessoas
canhotas serão inversas é só trocar o lado racional, (ou
realista) com o criativo.

Para saber se uma pessoa é destra ou canhota é


necessário inverter as pistas de acesso do sujeito. Para
isso, faça algumas perguntas de controle nas quais você
já saiba a resposta e observe os olhos e lados. Pode-se
também pedir para a pessoa imaginar algo estranho, e
provavelmente ela irá olhar para o lado criativo do cérebro.
Dessa maneira, você já pode determinar o lado real e o
lado criativo da pessoa.

Se a pessoa olhar para cima, existe uma grande chance


de que ela seja visual. Para lidar com um visual, você
pode usar as seguintes palavras:

“Olhar, focar, imaginar, retratar, insight, brilhante,


visualizar, perspectiva, ver, prever, esclarecer, ilustrar,
revelar, ilusão, mostrar, visão, iluminar, etc.”

Caso a pessoa olhe para os lados, durante a conversa, é


grande a probabilidade de ela ser auditiva.

Portanto, você pode usar palavras como:

“Dizer, ênfase, ritmo, alto, tom, monótono, surdo, soar,


perguntar, falar, discutir, comentar, audível, ouvir, mudo,
gritar, dissonante, voz, harmonioso, timbre…”
Finalmente, se a pessoa olhar para baixo, a chance de ela
ser sinestésica é muito grande. Sendo assim, a
comunicação deve ser feita utilizando as palavras:

“Tocar, manusear, pressionar, apertado, quente, frio,


contato, tensão, pressão sólido, sentir, sensação, emoção,
sentimento, pesado, leve, plano, duro, amargo…”

Pré-Talk

O Pré Talk é uma das partes mais importantes da


sessão de hipnose. Esta é a oportunidade de ensinar o
sujeito sobre o que é hipnose e acabar com qualquer medo
que a pessoa possa ter.

O medo da hipnose, a falta de crença de que a hipnose é


real, ou uma crença de que uma pessoa em particular não
pode ser hipnotizada, podem interferir na hora da prática.
Equívocos sobre a hipnose podem levar uma pessoa a
acreditar que não foi hipnotizada, mesmo tendo sido.

É importante abordar estas questões antes de iniciar


uma sessão de hipnose. Aqui estão alguns pontos que
podem ser abordados durante o Pré-Talk:

- A hipnose é um estado que ocorre naturalmente e as


pessoas estão em transe várias vezes ao dia.

- O hipnotizador não controla a mente do sujeito.

- Ninguém faz o que não queira fazer.

- A hipnose é um estado de ampliado de consciência.


- O sujeito provavelmente vai sentir muito relaxado, e
apesar de fechar os olhos em algum momento, ele não
estará dormindo, sendo capaz de ouvir tudo o que é dito.

- A hipnose acessa o poder da mente subconsciente.

- O sujeito pode entrar em transe sentado, em pé, deitado,


com os olhos abertos com os olhos fechados, do jeito que
ele achar melhor.

Porém, o pré-talk não é apenas para tirar as dúvidas


do sujeito que será hipnotizado. Serve principalmente,
para o hipnotista conhecer um pouco mais sobre as
características da pessoa. Um dos principais fatores que
levam ao transe de qualidade é a capacidade de
reconhecer padrões de comportamento do sujeito.

Um exemplo disso seria saber qual o melhor tipo de


indução utilizar com cada pessoa. Cada mente funciona de
uma forma única, portanto é impossível definir o melhor
padrão de indução, isso vai depender da preferência de
cada um. Por exemplo, existem pessoas que são mais
auditivas, então, uma boa conversa (narrativa) pode ser
usada como forma de indução ao transe mais eficiente. Já
outras pessoas se assustam com mais facilidade, nesse
caso uma indução de choque pode ser mais eficiente.
Uma pessoa que se perde com facilidade no tempo e
espaço poderia ser induzida com uma confusão mental,
por exemplo. Não existe uma fórmula mágica para saber
deduzir qual o melhor tipo de indução, isso deverá ser
observado pelo hipnotista no pré-talk.

O Pré-Talk é uma conversa com o objetivo de preparar


a mente do sujeito para a hipnose, colocando a pessoa
num estado emocional adequado.

Yes Set

Esta técnica foi desenvolvida por Milton Erickson.


Consiste em afirmar um ou mais fatos irrefutáveis à
pessoa e, em seguida, outra afirmação na qual você cita o
que quer obter, mesmo que seja algo sem qualquer
conexão lógica com a primeira afirmativa. Ao interpretar as
primeiras afirmativas como sendo verdadeiras, existe uma
tendência natural do cérebro de aceitar a afirmação
seguinte.

A seguir, será apresentada uma lista com exemplos de


afirmativas simples que serão indiscutíveis, no caso de
uma hipnose de rua:

• Você está em pé / sentado agora, não está?


-Estou.

• Neste momento, nós estamos conversando sobre


hipnose, correto?
- Correto.

• Certamente, você está na rua. Não é verdade?


-É verdade.

• Você pode perceber que o sol está brilhando/está


nublado/está chovendo neste momento, não é mesmo?
-É mesmo

Além dessas afirmativas de observação podem-se inferir


outras mais complexas, como as que são apresentadas a
seguir:
• Você já se imaginou num emprego melhor, certo?

• Você quer uma qualidade de vida melhor, não quer?

E quem não quer, não é verdade? Neste caso, é


possível conseguir duas respostas sim de uma vez.
Durante a hipnose, pequenos comandos podem ser
executados, a fim de observar se o Yes Set foi alcançado.

• Como por exemplo:

• Junte seus pés.

• Dê um passo para frente.

• Estique os braços. Agora, abaixe o esquerdo.

Quando o sujeito responde a estes pequenos


comandos, a probabilidade de ele responder aos próximos
aumenta consideravelmente.

Indução Hipnótica

Indução em hipnose é forma pela qual o sujeito é


direcionado a um estado alterado de consciência. Pode
ser feita de várias formas diferentes, mas sempre é
utilizado o sistema sensorial, meio de acesso à estrutura
psicológica do sujeito.
Protocolos mais utilizados para indução ao transe

Pseudo-Hipnose

A pseudo-hipnose utiliza a imaginação para provocar


uma reação fisiológica automática. No entanto, o
hipnotista dá ao sujeito a impressão de que essa reação
não foi automática, mas fruto da sugestão.

Após passar pela experiência, o sujeito passa a


acreditar que a hipnose está acontecendo. Ao se
estabelecer no sujeito essa crença, ele fica mais
suscetível às novas sugestões, que provocam novas
reações fisiológicas e mantém o ciclo. Ao garantí-lo, é
possível provocar até mesmo alucinações, sem a
necessidade de se induzir o sujeito ao transe hipnótico
profundo.
Para que esse ciclo ocorra, é essencial que a
comunicação entre o hipnotista e o sujeito seja eficaz. No
entanto, ao comunicar-se verbalmente, há muito mais
envolvido do que apenas as palavras. O tom de voz, a mo-
dulação do timbre e até mesmo a linguagem corporal são
partes essenciais do processo. A seguir, teremos alguns
roteiros de pseudo-hipnose e de sugestões não hipnóticas.
Ainda que seja inviável transmitir plenamente todos esses
elementos em um texto escrito, vamos utilizar alguns
recursos para facilitar o entendimento de todas as
variáveis.

Pseudo-Hipnose é um conjunto de técnicas simples


usadas para simular uma hipnose legítima. Estas técnicas
incluem movimentos de respostas fisiológicas que dão a
impressão de estar funcionando devido a hipnose. A partir
destas respostas, o sujeito passar a acreditar mais no
poder da própria mente, aumentando a probabilidade de
sucesso da hipnose legítima.

A seguir, serão apresentadas algumas rotinas de


pseudo-hipnose

Dedos Magnéticos
Devido a uma questão de anatomia das mãos, a
maioria das pessoas vão sentir um pequeno desconforto
ao deixar somente os dedos indicadores separados,
enquanto todos os outros dedos estão entrelaçados.
Depois de um breve período com os indicadores
afastados, eles começarão a se atrair graças a fisiologia
das mãos. Por isso, essa pseudo-hipnose é muito
eficiente.

Exemplo:

Junte seus pés. Junte as mãos e entrelace os dedos.


Agora, levante os indicadores e separe-os, de forma ficar
um espaço entre eles.

Concentre-se apenas nesse espaço vazio e imagine uma


atração magnética extremamente poderosa entre seus
dedos. Como um ímã muito poderoso, que atraem os
dedos à medida que você relaxa.

Você percebe que seus dedos vão se aproximando à


medida que você relaxa. E quanto mais os dedos se
atraem, essa força se torna ainda maior.

Seus dedos vão se aproximando. Até que em algum


momento, eles podem querer se tocam e fica
completamente colada por essa enorme força magnética.

Nesse momento eu aproveito para juntar ainda mais os


dedos da pessoa e sugestiono que estão 10, 100, 1000
vezes mais colados. Em seguida dou o comando. Agora,
tenta soltar, mas não consegue! Tenta soltar, mas não
consegue! Depois que a pessoa tenta, mas não consegue
soltar seus dedos, eu costumo dizer. Vou contar até 3 e
estalar meus dedos e, assim que eu fizer isso, eles se
soltam completamente. Um, dois, três, podem soltar.

Mãos Coladas / Olhos Colados

Essa pseudo-hipnose também utiliza a fisiologia das


mãos para chegar ao resultado esperado. Algumas
pessoas podem estar com algum problema e estar
sentindo algum tipo de dor nas mãos, então, é necessário
que se pergunte se o sujeito se sente algum tipo de
desconforto nas mãos ou nos dedos antes de fazer esta
pseudo-hipnose.

Exemplo:
Junte seus pés. Levante os braços até ficarem na
altura dos olhos. Junte as mãos e entrelace os dedos.
Agora, posicione as mãos de forma as palmas ficarem
voltadas para fora. Agora, estique os braços. Estique bem
os braços.
Isso, muito bem. Agora, concentre-se apenas em um
ponto entre seus dedos. Imagine uma cola muito poderosa
escorrendo entre seus dedos. Enquanto você fixa o olhar
nesse ponto, a cola vai escorrendo em todos os dedos.

Perceba que quanto mais o braço estica, mais colado


fica. E agora, eu vou fazer uma contagem de 1 até 5 e,
somente no 5, você tenta soltar, mas não consegue.

1. Imagine uma super cola escorrendo entre os seus dedos


que vão ficando colando cada vez mais colados.

2. Agora imagine essa super cola secando e seus dedos


vão ficando ainda mais colados.

3. Nesse momento, imagine que seus dedos são como


galhos de árvores entrelaçados e completamente unidos,
impossível de soltar.

4. Agora estique ainda mais os braços e imagine que


estou jogando concreto em suas mãos que vão se
tornando uma peça única.

5. Nesse momento o concreto secou e suas mãos de


tornaram um bloco de concreto. Impossível de soltar.
Quando eu contar até três você tenta soltar, mas não
consegue! Um, dois, três tenta soltar,mas não consegue!

Isso pode parar de tentar. Nesse momento, você pode


aproveitar e transferir a cola das mãos para os pés da
pessoa e deixá-la presa no chão, depois transferir a cola
dos pés, para os olhos, fazendo com que a pessoa não
consiga mais abri-los.
Comande, agora tente abrir seus olhos, mas não
consegue! “E quando eu bater palmas, ou estalar os meus
dedos, seus olhos vão se abrir.”

Indução hipnótica

Indução em hipnose é forma pela qual o sujeito é


direcionado a um estado alterado de consciência. Pode
ser feita de várias formas diferentes, mas sempre é
utilizado o sistema sensorial como meio de acesso à
estrutura psicológica do sujeito.
Fixação do olhar

O método mais popular de todos graças ao famoso


reloginho de bolso. Consiste em fazer a pessoa olhar
fixamente para um ponto / objeto para aumentar sua
concentração e prevenir distrações, tornando mais fácil a
programação da mente.

Espiral Hipnótica
Exemplo:
Olhe fixamente para meu dedo. Ele vai começar a se
mover. Enquanto ele se move, deixe a cabeça quieta e
acompanhe apenas com seus olhos. Enquanto isso, você
vai ficando cada vez mais relaxado, seus olhos pesam e
você sente uma vontade irresistível de piscar. Seus olhos
piscam cada vez mais e cada vez que você pisca, eles
ficam cada vez mais pesados. Quando eu encostar o meu
dedo na sua testa vou falar a palavra durma e você fecha
os olhos e relaxa entrando em um transe muito profundo.

O falso aperto de mão de Richard Bandler

A rotina de Richard Bandler não envolve instruções


prévias. Após estabelecer o rapport com o sujeito, o
hipnotista o convida para participar de alguma rotina
hipnótica. Peço para que a pessoa se concentre apenas
em um ponto fixo na palma da sua mão.
Enquanto a pessoa se concentra nesse ponto,
sugestiono que seus olhos vão ficando cada vez mais
pesados até que sua mão encosta no seu rosto, e ela
fecham seus olhos e entra em um transe muito profundo,
muito relaxante. Quando você tocar a mão da pessoa na
testa dela também pode dizer a palavra durma para
aprofundar o transe.

Técnica do barquinho

Feche os olhos e imagine que você esteja em um


barquinho, balançando para frente e para trás, para um
lado e para o outro. Faça isso enquanto balança o sujeito.
E quanto mais você balança, mais relaxado você fica.
Quando perceber que a pessoa está completamente
relaxada, conte até três e dê o comando durma!
Utilize o desequilíbrio da pessoa para iniciar uma indução de
choque tornando-a mais eficaz.

Arm Pull

O Arm Pull é uma das técnicas mais utilizadas por


hipnotistas de todo o mundo. Porém, esta técnica não
deve ser feita com pessoas que tenham qualquer tipo de
problema na coluna ou nos membros superiores.

Eu peço para a pessoa juntar os pés antes de iniciar a


indução. Aviso que vou segurar sua mão e puxá-la três
vezes, e cada vez que puxo ela fica cada vez mais
relaxada, e com os olhos mais pesados, até que na
terceira vez ela vai fechar os olhos de vez e entrar em um
transe profundo. Durante este procedimento, eu peço para
que a pessoa olhe fixamente nos meus olhos. Na primeira
e na segunda vez que puxo seu braço e dou o comando
de relaxamento, olho para a pessoa com os olhos também
pesados, como se estivesse relaxando junto com ela, no
terceiro e último comando, eu abro bem os olhos, olhando
fixamente para os seus olhos e com autoridade dou o
comando: durma!

Hand Drop

Peça para que a pessoa fique sentada, enquanto você


senta ao lado dela. Se você sentar do lado direito do
sujeito, o seu joelho direito deve estar ao lado o joelho
esquerdo da pessoa.

Peça para que o sujeito pressione para baixo sua mão


enquanto olha fixamente um ponto. Quando perceber que a
pessoa está pressionando diga:
Pressione mais forte, mais forte, ainda mais forte…

Quando perceber que o sujeito está concentrado e


fazendo muita força, solte sua mão da mão dele ao
mesmo tempo e dê o comando durma!

Observação:
:

Tome cuidado ao retirar sua mão, algumas pessoas


relaxam tanto os músculos do corpo que podem pender
para frente ou para os lados, por isso é importante que
fique sempre atento à pessoa, assim que der o comando
durma!
Aprofundamento

Essa é uma etapa muito importante da indução


hipnótica. Praticamente todas as pessoas entram em
transe com as induções de choque, mas elas só
permanecem nesse estado por um curtíssimo período de
tempo – alguns até menos de um segundo. É exatamente
nessa hora que o hipnotista deve dar as sugestões para a
pessoa aprofundar no transe e, assim, permanecer nesse
estado por mais tempo. O aprofundamento deve ser
utilizado conforme cada caso. A seguir, serão
apresentadas algumas sugestões de aprofundamento para
o estado hipnótico. É importante que o tom de voz seja
natural. Não force um tom que não seja o seu, pois o
sujeito pode se incomodar com isso e acabar não
aprofundando.
Todos esses textos de aprofundamento são inspirados
nos protocolos do Dr. João Oliveira.

Contagem

“Apenas foque sua atenção na sua respiração. Permita


que cada expiração suave te aprofunde... e
profundamente relaxado. Em breve eu vou começar a
contar de 10 até 1.
Permita que cada número que eu digo ajude a sua mente
a ficar mais relaxada, de forma que, quando eu chegar no
número 1, você pode ficar ainda relaxado do que você está
agora. E quando isso acontecer, perceba como é bom”.
Conte de 10 a 1 dizendo cada número quando o cliente
estiver no topo de uma respiração. Depois de dizer o
número 6, diga. “Isso mesmo, permita que cada expiração
suave te leve mais profundo... profundamente relaxado.
(Em seguida continue a contar, dando sugestões de
aprofundamento, até chegar ao número 1). Isso mesmo.
Profundamente relaxado”.

Período de Silêncio

“Em breve eu vou te dar um período de silêncio.


Durante esse período de silencio, apenas foque sua
atenção na respiração, permitindo que cada expiração te
leve mais profundo ainda.
Inspire relaxamento. Expire tensão. O seu período de
silencio começa agora”.
Dê cerca de um minuto ao sujeito. No final do período,
diga: “Isso mesmo... Cada espiração suave te aprofunda
mais e mais”.
Olhos Abertos e Fechados - Fracionamento com Teste
Disfarçado

“Em breve eu vou contar de 1 até 3. Quando eu chegar


no número 3, e não antes, deixe que seus olhos se abram.
Mas quando eu tocar você na testa e disser, Durma mais
profundo‟, seus olhos imediatamente se fecham e você
entraram em um relaxamento muito mais profundo. Se
você entender isso, acene com a cabeça. OK, um, dois,
três, deixe seus olhos se abrirem”,
toque a testa do sujeito. “Durma mais profundo”.

Faça isso três vezes, em seguida, faça um teste


disfarçado. “Um, dois, dois e meio... três”. Deixe que seus
olhos se abram. Toque a testa do sujeito novamente.
“Durma mais profundamente”. Se os olhos do cliente
abrem quando você diz “dois e meio”, ele está antecipando
e, portanto, ainda não está profundo o suficiente.

Escadaria

“Agora, imagine que você está no topo de uma escada


que tem dez degraus. Em breve eu vou contar de 1 até 3
e, quando eu falar o número 3, comece a descer as
escadas na sua própria velocidade, relaxando mais e mais à
medida que você desce, de forma que, quando você
chegar ao fundo, você estará duas vezes mais relaxado do
que está agora. Quando você chegar no fundo, sinalize
com um dedo. Um... dois... três”.

Elevador

“Agora, imagine que está em um elevador em um prédio


de 10 andares. Imagine que você está no décimo andar e
em breve, o elevador vai começar a te levar até o subsolo,
onde você vai se sentir muito relaxado. A cada andar que
você passa, permita‐ se ficar mais e mais relaxado de
forma que quando você chegar no subsolo, você vai estar
muito mais relaxado do que está agora”.
“Certo, agora aperte o botão marcado “S” para subsolo
e o elevador vai descendo até o fim, tornando‐ se mais e
mais relaxado a cada andar que você passa”.
Conte regressivamente até o subsolo, dizendo um
número a cada vez que o sujeito atingir o ápice da sua
respiração.

Filtro de distrações

Em hipnose de rua, onde não há como controlar os


barulhos externos, tenha em mente que esses barulhos
podem distrair a pessoa a ser hipnotizada.
Utilize esses ruídos externos e outras distrações a seu
favor na hora de hipnotizar alguém:
“Escute apenas o som da minha voz e isso pode
sempre te ajudar a ficar cada vez mais e mais relaxado(a).
Você vai ouvir outros sons, o trânsito do lado de fora e as
vozes das pessoas, mas nenhum desses sons vai
perturbar ou atrapalhar você. Na verdade, você vai
descobrir que eles te ajudam a ficar ainda mais calmo e
relaxado”.

Efeito de ancoragem

O efeito de ancoragem é um viés cognitivo que


descreve a comum tendência humana para se basear de
forma intensa, ou de se "ancorar", a uma característica ou
parte da informação recebida, quando em processo de
tomada de decisão. Designa a dificuldade de alguém em
se afastar da influência de uma primeira impressão.
Em programação neolinguística, é um processo que
associa inconsciente e automaticamente uma reação
interna a um estímulo exterior.

Este efeito está relacionado ao pensamento humano


como um todo molda e lapida as opiniões das pessoas
através de suas vivências. Muitas vezes, o efeito
ancoragem se dá pelo subconsciente para realizar a
tomadas de decisões.

Para realizar a ancoragem, é preciso identificar o


estado emocional que desejamos ter. O desejo mais
comum é voltar para o estado de tranquilidade, bem-estar,
paz ou um estado de alegria e euforia.

Queremos mudar do negativo para o positivo. O


importante é se concentrar no que realmente queremos e
não no que não queremos. Se pensarmos “não quero ver
um gato amarelo”, certamente nosso cérebro cria a
imagem de um gato amarelo. Por exemplo, seria um erro
dizer não quero ficar nervoso, porque o cérebro não
identifica à negação e aceita a palavra nervosa. Mude a
negação para quero ficar calmo.

Na hipnose, o efeito de ancoragem significa a resposta a


um estímulo externo, muitas vezes sugerido pelo
hipnólogo.

Um exemplo disso poderia ser: “Toda vez que eu


disser a palavra durma e estalar os dedos, você volta para
este estado de relaxamento profundo”. Isto pode ser dito
durante o processo de indução, para que o sujeito acesse
o transe de forma rápida.
Todo e qualquer estímulo externo pode ser usado
como efeito de ancoragem para o hipnotizado, a fim de ele
realizar quaisquer sugestões previamente aceitas. Esta
técnica também é utilizada para o “presente hipnótico”
que, como exemplo, pode-se citar: “Toda vez que você
tocar com a mão esquerda no centro do peito, você sentirá
um forte sentimento de confiança tomando todo o seu ser”.

Signo-sinal

O signo-sinal é qualquer âncora que leve o sujeito à


recondução. Pode ser um estalar de dedos, ou bater
palmas, qualquer que seja o signo-sinal, deve ser
sugestionado ao sujeito durante o transe. Isso
economizará tempo na hipnose.

A instalação do signo-sinal é bem simples. Após o


aprofundamento, diga ao sujeito:
“Toda vez que eu estalar os dedos e disser a palavra
“durma”, você volta para este estado de relaxamento
profundo”. Como disse, qualquer sinal pode ser utilizado
para reindução ao transe. Claro que existem pessoas que
não aceitarão todos os tipos de signo-sinal. Caso algum
não funcione, tente outro.

Também não é necessário ficar instalando âncoras de


reindução no sujeito, uma vez que ele já está ciente do
processo e vai entrar em transe ao comando de relaxar ou
dormir.

De-hipnotização

É dever do hipnotizador retornar o sujeito sentindo-se


melhor do que quando ele entrou em estado hipnótico.
Aqui estão duas maneiras clássicas de fazer isto. Técnicas
de retornar são limitadas apenas pela sua imaginação.

Apenas certifique‐ se de sugerir sensações de bem-


estar. Certifique-se de que a pessoa voltou do estado de
transe de forma segura e tome cuidado para não haver
nenhuma reação inesperada durante o retorno. Quanto a
isso, leia atentamente o capítulo Segurança.

Contagem de Um a Cinco

“Em breve eu vou contar de um a cinco. Quando eu


chegar ao número cinco, os olhos se abrem e você se sente
muito bem. Muito melhor do que você esteve nas últimas
semanas.

1 ‐ Lentamente, de forma fácil e suave, sinta‐se retornando


à sua atenção plena.

2 ‐ A maravilhosa sensação de relaxamento e bem‐estar


passar através do ar para o seu corpo.

3 ‐ Essa sensação de paz e relaxamento começa a se


espalhar por todo o seu corpo e se torna mais profunda.
Você está realmente se sentindo bem agora.

4 ‐ Os seus olhos sob as pálpebras se tornam limpos


irrigados como se eles estivem sidos lavados em um
córrego cristalino de água pura.

5 - Olhos abertos. Respire fundo, perceba como você se


sente muito bem.
CAPÍTULO 05

Hipnose Conversacional

O que é hipnose conversacional?

A hipnose conversacional consiste em utilizar técnicas


desenvolvidas por Milton Erickson para promover e induzir
ao estado de transe, conduzindo o sujeito a uma conexão
mais profunda com a sua mente subconsciente. Desta
forma, soluções mais criativas e o acesso à memória ficam
ainda mais fáceis, tornando mais simples a resolução de
um problema.

Procura-se não introduzir qualquer conteúdo na


indução, de modo que o próprio sujeito tenha a liberdade
de escolher o tipo de experiência que quer ter. Desse
modo, o hipnólogo, não corre o risco de introduzir
sugestões que possam atrapalhar o aprofundamento do
transe e elimina qualquer possibilidade de resistência, já
que o paciente não se obriga a aceitar as sugestões.
Na hipnose tradicional, geralmente é sugerido um
conteúdo que pode se chocar com as opiniões e fobias do
sujeito. Como exemplo, com um cliente que tenha fobia
por água, quando você sugere que ele está mergulhando
em um lago, ele pode evocar o medo da água e sair do
estado alterado de consciência.

De acordo com Erickson, os pacientes já têm em seu


subconsciente todos os recursos necessários para
resolver seus problemas e o terapeuta tem apenas que
fazer com que eles entrem em contato com estes
recursos. Erickson também procurava não entrar em
choque com as crenças e opiniões do paciente. Ao
contrário, usava qualquer coisa trazida pelo cliente para
induzí-lo ao estado alterado de consciência.

Preocupava-se também em deixar opções ao paciente,


para que ele não se sentisse forçado a nada, o que é a
maior causa de resistência. Por isto, usava palavras de
permissão como, você pode e talvez. Ao invés de se dizer:
você está vendo um lago, usa-se você pode estar vendo
algum lugar muito relaxante. Desse modo, o sujeito não se
sente pressionado a adaptar sua experiência à sugestão
de um lago mas pode estar se vendo em um ambiente que
para ele em especial é muito relaxante.

A hipnose Ericksoniana, exige do hipnotista, treino na


observação das chamadas Pistas não verbais, como
pequenos movimentos dos olhos, posturas corporais,
expressões faciais entre outras. Dessa maneira, pode
adaptar sua linguagem, seus gestos e expressões,
conforme a postura particular do cliente, dando destaque
ao uso de palavras do canal sensorial preferencial dele
(Visual, Auditivo ou Sinestésico) e até imitar seus gestos e
posturas de modo sutil e sem que seu cliente perceba.
É o que chamamos de Acompanhamento e
Espelhamento. Podemos também acompanhar o ritmo
respiratório do cliente, falando quando ele inspira e
pausando a fala quando ele expira. O hipnólogo
permanece o tempo todo em sintonia com o cliente,
acompanhando suas reações, validando qualquer
experiência que esteja percebendo, e reforçando tudo que
observa. Importante sempre dar sugestões que tenha a
certeza de que não entrarão em choque com a experiência
de vida do sujeito.
Assim, só se fala em aprofundar o transe, quando é
possível perceber sinais não verbais de que ele está
entrando nele. Aqui estão as importantes estratégias
usadas baseadas no livro de William H. O’Hanlon
Hipnose centrada na solução de problemas.

Elementos da Indução

1. Permissão / validação / observação / utilização.


Qualquer reação, comportamento e experiência são
validados pelo terapeuta. Isto consiste em aceitar o cliente
como se apresenta e usar seus próprios sintomas, crenças
e até sua resistência à hipnose para fazê-lo entrar em
transe. Permissão significa dar opções ao paciente,
usando as palavras pode e talvez, ao invés da previsão:
acontecerá. Observação e incorporação das reações,
dizendo simplesmente o que observa para sugerir que isto
tudo pode levá-lo ao transe.
2. Evocação ao invés de Sugestão.
Fazer comparações entre hipnose e outros estados
que o paciente já experimentou antes ou lembrá-lo de
recursos que o terapeuta sabe que ele tem.

3. Pressuposições e implicações / dicas contextuais.


Como pressuposições verbais temos ilusão de alternativas
como: “você quer ser hipnotizado de olhos abertos ou
fechados”. Dando a ilusão de que o cliente pode escolher,
mas na verdade pressupõe-se que ele será hipnotizado de
qualquer forma.
Dicas contextuais são palavras colocadas no texto da
conversa que sugerem o transe, como: conforto, calmo,
relaxado, etc.

4. Sincronização.
Não verbal – Ritmo, posturas, qualidade da voz, ritmo
respiratório, observação do comportamento, são respostas
de espelho. Começa-se a indução copiando ou
"espelhando" o cliente em todos seus gestos, posturas,
ritmo respiratório, entre outros e depois, aos poucos
vamos modificando nosso comportamento e observando
se o paciente nos acompanha. Quando isto começa a
acontecer, é um sinal de que ele está entrando em estado
alterado de consciência.

5. Descrição.
Para ganhar credibilidade, descrevemos a cena que
vemos, mas tomando o cuidado de não tentar adivinhar a
experiência do cliente. Assim, só afirmamos o que temos
certeza. Por exemplo, podemos descrever:
“Enquanto você permanece aí sentado neste sofá, com a
perna direita cruzada sobre a esquerda, ouvindo minha
voz, com os olhos fechados e respirando tranquilamente,
você sente o peso de seu corpo sobre a cadeira, você
coça o nariz ...”

6. Palavras de permissão e de transferência de poder.


Podemos incluir alguma coisa que não estamos
observando, mas que tem grande possibilidade de estar
acontecendo. Para não correr riscos, devemos ser vagos,
evitando colocar conteúdo no que falamos, abusando das
alternativas. Podemos falar por exemplo: “ Você parece
estar se sentindo muito confortável, não está? “. A palavra
parece, nos livra da possibilidade do cliente achar que
estamos invadindo a experiência dele e a negação no
final, deixa-o livre para sentir-se ou não confortável.

7. Divisão.
Consciente / subconsciente; aqui / lá; presente / futuro;
dentro / fora. Pode ser também não verbal, utilizando-se
de gestos com as mãos ou com a cabeça enquanto
falamos. Quando estamos sugerindo ao paciente que ele
tem um lado consciente e outro subconsciente, podemos
virar a cabeça para a esquerda ao falar consciente e para
a direita quando falar subconsciente.
Ao fazer isto, toda vez que tombarmos a cabeça para
um lado, o paciente saberá com qual de suas partes
estamos falando. Isto se chama ancoragem. Este gesto de
cabeça era um modo muito utilizado por Erickson que
economizava muito seus gestos, talvez até devido à sua
deficiência física mas tornou-se um procedimento de
ancoragem visual muito difundido entre seus discípulos.
8. Ligação.

Artifício de linguagem que liga duas coisas que não


estavam ligadas. Quando ligamos duas frases que
necessariamente não tem relação de causa e efeito isto
soa verdadeiro. Pode-se também fazer várias afirmações
verdadeiras e no final, ligá-las a outra coisa que não tem
relação com o que foi dito e mesmo assim, a cliente aceita
como verdade. Na ligação verbal, podemos falar: Você
está sentado nesta cadeira e pode entrar em um estado
alterado de consciência. É claro que o fato de estar
sentado na cadeira não tem ligação com entrar nesse
estado, mas, colocado no contesto da indução, soa como
verdade. Pode-se falar também: "Quanto mais seu
consciente se distrair com os sons desta sala, tanto mais
facilmente você entrará em um estado alterado de
consciência."

9. Intercalar.
Esta é uma técnica poderosa porque fala diretamente
ao subconsciente e pode-se induzir um transe sem que a
pessoa perceba. Consiste em elaborar uma conversa
informal e intercalar sugestões na frase, dando ênfase
para palavras que interessam com mudanças na
entonação, ritmo e volume de nossa voz. No interior de
uma mensagem maior existe outra mensagem, um
subtexto. Como exemplo uma frase de William O‟Hanlon:

"Lembra-se daquele tempo quando nem tudo estava


pesando em suas costas e você podia relaxar? Ou se
sentir mais confortável? Mas, tenho certeza de que, no
passado você já tentou aliviar o "peso das suas costas"
com o relaxamento. Você já se sentiu relaxado e
confortável."
Costas, relaxar, confortável, costas, relaxamento,
relaxado e confortável. Esta é a mensagem embutida no
texto que entrará direto no subconsciente, fazendo com
que o paciente relaxe suas costas.
CAPÍTULO 06

Sintomatologia do transe e fenômenos


hipnóticos

Transe

Nós acessamos os recursos da nossa mente


subconsciente através do estado de transe. O transe é um
estado de foco interno de atenção, quando a mente está
voltada total ou parcialmente para o interior, dando menos
atenção ao mundo externo. Quanto mais profundo você
vai ao transe, mais intensamente você acessa o seu
subconsciente. Quando chega ao limite do transe, você
acaba entrando em sono fisiológico, isto é, dormindo.

O transe acontece, basicamente, quando a pessoa


está predominantemente prestando atenção no mundo
interno. O sono pode ser considerado o transe no seu
nível extremo, como se o mundo externo não existisse
mais, e o mundo dos sonhos parecesse ser completamente
real.

Existem diferentes escalas em relação aos níveis de


transe alcançados. Charcot dividiu em 3 estágios.
Liébeault acreditava em 5 níveis, já Bernheim em 9
estágios. Neste livro vamos utilizar a escala de Carreiro,
desenvolvida por Antonio Almeida Carreiro através de uma
pesquisa de campo realizada em Salvador, na Bahia.
1- Transe hipnoidal

Grande parte das pessoas, quando submetidas à


hipnose, se enquadra nesta fase. Ao iniciar o processo de
indução, mostram uma expressão de cansaço,
frequentemente tremores nas pálpebras e contrações
espasmódicas nos cantos da boca e nas mãos, podendo
ocorrer aumento de batimento cardíaco, ausência ou
retardo as sugestões pós-hipnóticas, apresentam midríase
moderada (pupilas dilatadas), não questionam ou criticam
sugestões (rapport) ocorre harmonia e interação entre o
hipnotista e o hipnotizável que é caracterizada por
evidências conscientes e inconscientes de cooperação e
entendimento.

Sintomas identificados:

1. Aumento de batimento cardíaco.

2. Fechamento espontâneo dos olhos.

3. Rapport, diminuição da crítica ao hipnotista.


4. Tremor das pálpebras.

5. Aparente sensação de peso no corpo inteiro.

6. Ausência de motricidade.

7. Contrações espasmódicas na boca e ou nas mãos.

8. Catalepsia parcial dos membros.

9. Midríase e catalepsia ocular.

10. Rigidez moderada nas pernas, braços e pescoço.

2- Transe leve

Uma boa parte das pessoas evoluem para esta fase.


Experimentam um estado de alheamento, embora ainda
conservem consciência de tudo que se passa ao redor.
Podem apresentar catalepsia ocular, catalepsia dos
membros e a rigidez cataléptica que se caracteriza pelo
enrijecimento de parte da musculatura do corpo, porém com
ausência de fadiga muscular durante e após o transe.

O hipnotizado mantém-se sério e imóvel, age como se


não estivesse criticamente afetado pelo que acontece no
ambiente, a respiração é mais lenta e mais profunda.
Nesta fase, o hipnotizado obedece às sugestões simples,
embora resista a sugestões complicadas. Apresenta
amnésia parcial acentuada, lembra apenas de parte dos
fatos que ocorreram durante o transe, porém declara que se
lembra de tudo. Também afirma que durante o transe
tentou mover-se em vão, aceita sugestões de alteração de
identidade; o hipnotizado assume ser a pessoa induzida
pelo hipnotista, como exemplo, um artista, escritor ou um
cantor famoso.
Alguns sintomas identificados nessa fase:

1. Até a saída do transe sem mover, falar ou agir.

2. Boca seca, respiração lenta e profunda.

3. Engrossamento de a veia jugular.

4. Temperatura alta na face e tórax resfria mãos e pés.

5. Sudorese excessiva nas mãos.

6. Aceita e reproduz sugestões pós-hipnóticas simples.

7. Aceita sugestões de troca de personalidade.

8. Alta rigidez muscular nas pernas e braços.

9. Após o transe, amnésia parcial é acentuada.

10. Após o transe apresenta conjuntiva vermelha.

3 – Transe médio

Cerca de 70% das pessoas se enquadraram nesta


fase. Frequentemente o hipnotizado fica com os olhos
entreabertos aparecendo a parte branca inferior da
conjuntiva.

A esta altura, acontece catalepsia completa dos


membros e do corpo inteiro, alucinações sinestésicas e
positivas dos sentidos; o hipnotizado vê e tem tato, ouve,
sente cheiro ou gustação de algo que não existe, ou
alucinações negativas quando os sentidos não respondem
aos estímulos. A isso pode ser acrescentada a anestesia e,
o que é mais importante: a anestesia pós-hipnótica.

São sintomas identificados nessa fase:

1. Presença de ilusões sinestésicas.

2. Ilusões do gosto e alucinações olfativas.

3. Hiperacuidade olfativas; auditivas e táteis.

4. Anestesia espontânea nos pés e mãos.

5. Analgesia em pontos sugeridos pelo hipnotista.

6. Anestesia pós-hipnótica.

7. Olhar fixo e esgazeado com midríase acentuada

8. Olhos parcialmente abertos e íris para cima.

9. Hiperestesia a proximidade do hipnotista.

10. Após o transe, amnésia provocada para esquecer


pessoas, coisas ou fatos.

4 –Transe profundo

Das pessoas que se enquadram nesta fase, ainda que


reaja com maior ou menor presteza às sugestões, a
aparência do hipnotizado é a de quem está em um sono
profundo. Apresenta uma expressão impressionantemente
fixa, com as pupilas visivelmente dilatadas ou com os olhos
abertos, mas não aparece a íris (olhos brancos).
Em alguns casos ocorre o fechamento dos olhos e o
movimento não coordenado dos globos oculares por
debaixo das pálpebras, movendo-se em todos os sentidos,
pode ocorrer regressão de idade: o hipnotizado revive com
absoluta precisão acontecimentos, sentimentos e
pensamentos passados como se fossem presentes,
mesmo que ocorridos na fase mais infantil.

São sintomas identificados nessa fase:

1. Alheamento a tudo que ocorre no ambiente.

2. Estrabismo, olhos convergentes.

3. Olhos abertos aparecem apenas á conjuntiva.

4. Olhos Fechados e apresentam movimento REM.

5. Hipermnésia: Responde a sugestão de lembrar


acontecimentos, sentimentos e pensamentos passados,
antes esquecidos.

6. Regressão de idade; lembrança clara de fatos


vivenciados mesmo que remotamente.

7. Sugestões pós-hipnóticas complexas; vê ou sente


situações ilusórias como a presença de animais, pessoas
conhecidas e até falecidas.

8. Ocorrência de forte hiperestesia dos sentidos.

9. Rigidez em todo corpo, contratura nas mãos, dedos, pés,


etc. (catalepsia).
10. Convulsões mesméricas; repetidos espasmos
musculares que vão se acentuando.
Convulsões mesméricas

Repetidos espasmos musculares que vão se


acentuando. É interessante lembrar que esses fenômenos
não necessariamente acontecem com todas as pessoas.
Sendo assim, é possível que alguém esteja em um transe
médio e, ainda assim, não consiga esquecer o nome, por
exemplo.

Fenômenos hipnóticos

As reações descritas anteriormente são consideradas


fenômenos hipnóticos, mas podem ser observadas todos os
dias, e você provavelmente já experimentou algumas delas,
mesmo não tendo sido hipnotizado.

Amnésia

Amnésia simplesmente significa que você esquece.


Isso ocorre com frequência, quando imergimos (entramos)
profundamente em uma experiência e, quando emergimos
(saímos) não conseguimos nos lembrar dos detalhes. Para
isso, é necessário voltar àquele estado alterado de
consciência.

Anestesia
Uma das maneiras que a anestesia ocorre é quando
estamos profundamente envolvidos em uma atividade. Já
percebeu que, quando você está jogando futebol com os
amigos e rala o joelho, só começa a arder depois que seu
amigo avisa que está sangrando? Por que não estava
ardendo antes?
Alucinação

Nós temos alucinações quando nuvens se tornam


figuras, quando sombras se tornam pessoas, quando
grunhidos se tornam vozes ou quando sentimos dor ao ver
alguém se machucando.

Também temos alucinações negativas quando não


vemos algo bem na nossa frente ou quando não ouvimos
alguém chamando nosso nome porque estamos focados em
alguma coisa.

Catalepsia

A catalepsia pode acontecer quando uma pessoa está


assistindo televisão e estica a mão para pegar uma bebida.
Se ela estiver extremamente concentrada no programa, é
possível que ela pegue a bebida e, ao leva-la até a boca e
não beber. O braço vai ficar parado lá até que a pessoa se
toque e beba um gole.

Regressão

A regressão ocorre quando agimos de forma infantil


sob influência de forte emoção. Também pode acontecer
quando alguém revive algum momento anterior, ou mesmo
de sua infância, relembrando todos os pensamentos e
emoções daquele momento.

Distorção temporal

A distorção temporal acontece com extrema frequência


em nosso cotidiano. Quando alguma situação é
entediante, maçante, chata, ela parece demorar muito
mais do que outra situação que seja empolgante, divertida
e legal. Essa diferença de percepção no passar do tempo
pode ser percebida quando comparamos uma aula chata a
um encontro com uma pessoa querida (ou um jogo de
videogame) minutos passam como horas ou horas
passam comominutos.

Negações

Deve-se ter cuidado ao usar negações. A mente não


compreende o uso da palavra “não”, por se tratar de algo
abstrato. Para não pensar em algo que foi sugerido,
primeiro ela deve pensar naquilo, só depois ela negará.
Por exemplo: “Não pense em um carro preto”.

Muito provavelmente você pensou em um carro preto


ao ler a frase acima, mas eu não mandei você fazer
exatamente o contrário? Eu mandei você não pensar.
Então, por que pensamos em algo que não queremos
pensar, mesmo forçando nossa mente a não pensar?
Simples: a mente não consegue entender a palavrão não.

Metáfora

Em PNL, metáfora é qualquer história ou figura de


linguagem que implique em comparação. Podem ser
simples comparações ou longas histórias ou parábolas. As
metáforas têm o objetivo de se comunicar indiretamente
com o subconsciente.

Metáforas simples fazem comparações simples tais


como: claro como o dia, burro como uma porta, pálido
como um cadáver. Metáforas complexas são histórias
com vários níveis de significado. O objetivo da história é
distrair a mente consciente, enquanto envia uma
mensagem indiretamente para o subconsciente, a procura
de significados e recursos.

A mente subconsciente trabalha com equivalências.


Para se criar uma boa metáfora, a história deve conter
elementos relacionados aos elementos da solução do
problema. Deve existir uma equivalência de elementos
entre a metáfora e o problema real.

Assim, a metáfora vai repercutir no subconsciente e


mobilizar recursos, fazendo a mente captar a mensagem e
começar a fazer as mudanças necessárias.

Da mesma forma que uma boa música, as metáforas


devem criar expectativa e em seguida, satisfazer essa
expectativa com o estilo da formulação da história.
Soluções que possuem algum tipo de lacuna não são
válidas. A mente não aceita lacunas, pois elas não têm
significados psicológicos.

Confusão mental

A confusão mental é uma das formas de se colocar


alguém em transe hipnótico. Assim que a mente
consciente recebe um overflow de memória, isto é, uma
sobrecarga de informações, não sendo possível processar
mais nenhum dado conscientemente, deixando a mente
subconsciente aberta para absorver as memórias e aliviar a
mente consciente. Este processo leva um determinado
tempo, que pode variar de pessoa para pessoa.
A confusão mental pode ser causada por várias
informações recebidas, como uma série de comandos que
tentam ser processados conscientemente ou, até mesmo,
uma única pergunta que não possua uma resposta
simples, na qual a mente consciente necessite acessar a
mente subconsciente em busca de memórias que levem à
alguma resposta.
CAPÍTULO 07

Segurança na Hipnose
O que não fazer durante a hipnose?

Existem certos cuidados que se deve tomar durante


uma hipnose na rua, no palco ou em qualquer lugar que se
esteja praticando a hipnose. A seguir, vou apresentar uma
lista do que eu acho importante não fazer durante a
hipnose:

• Alguns hipnotistas “colam” as pessoas na rua e


oferecem dinheiro para testar a capacidade de elas
“descolarem” os pés do chão. Aconselho não fazer isso. A
vontade de uma pessoa pegar o dinheiro pode ser mais
forte do que a “cola hipnótica”.

• Não dê sugestões que possam deixar a pessoa


constrangida ou ridicularizada.

• Não deixe ser desafiado. Por exemplo, não tente


hipnotizar uma pessoa porque ela falou que duvida que
você a hipnotize.
A pessoa pode querer entrar em uma “guerra de mentes”
e você vai acabar não conseguindo hipnotizar a pessoa.

• Durante uma indução, jamais deixe o sujeito


desamparado. Esteja sempre por perto para apoiar a
pessoa, caso ela venha a se desequilibrar. Você deve
sempre dizer que ela vai se manter em perfeito equilíbrio.

• Não dê nenhuma sugestão que vá machucar ou ferir, de


alguma forma, o sujeito. Caso você esteja na rua, nunca
deixe a pessoa se dirigir para uma pista ou avenida que
estejam circulando veículos. Obviamente, existem vários
outros cuidados que você, como hipnotista, deve observar.
Isso vai do bom senso de cada um. Então, fique sempre
alerta para não prejudicar ninguém durante a hipnose.

O que é Ab-Reação e como lidar com isso?

Quando se hipnotiza alguém, seu subconsciente é


acessado. O subconsciente é um lugar de mistérios,
podendo ser encontradas lembranças escondidas,
memórias reprimidas, e outras coisas que podem
desencadear um surto psicológico, por exemplo. Caso o
hipnotista não esteja preparado para lidar com essa
situação, ele pode se desesperar ao se deparar com essa
reação e acabar perdendo o controle da situação.

A situação descrita acima é conhecida na hipnose


como Ab-Reação, que nada mais é, que uma descarga
emocional decorrente da liberação de uma memória
reprimida. Isto pode variar desde soluços pequenos até
gritar e se debater. Muitas vezes, as pessoas vão guardar
fortes emoções de tristeza, pânico ou raiva e, quando em
transe, elas podem acabar liberando estas emoções.

Quando isso acontecer, mantenha a calma, evite


encostar na pessoa e calmamente diga esta frase:
“A cena desaparece, e você se concentra na sua
respiração”. Continue repetindo até que o sujeito se acalme
e a reação desapareça.

Não pergunte o que está errado ou tente fazer


qualquer terapia durante uma ab-reação. Apenas fale a
frase descrita acima e espere a ab-reação passar,
observando para não tocar no sujeito, uma vez que você
pode instalar âncoras de acesso à ab-reação.

Ressaca hipnótica

Algumas vezes, ao tirar uma pessoa do transe ela


pode se queixar de uma sensação de confusão, estar
distanciada, ainda hipnotizada ou, até mesmo com dor de
cabeça e náuseas. Isso é conhecido como ressaca
hipnótica e é fácil de corrigir. Basta dizer ao sujeito para
fechar os olhos e, em seguida, contar de 1 até 5
lentamente, dando sugestões para se sentir muito bem,
muito saudável e muito alerta. Caso persista, repita o
processo, fazendo uma contagem de 1 até 10. Enfatizando
sugestões de bem-estar, sentimentos bons e saudáveis.

Falha ao retornar do transe

A hipnose é um estado muito relaxante. Ocasionalmente,


um sujeito pode querer permanecer nesse estado, não
emergindo ao comando simples de retornar do transe. É
como se a pessoa passasse um dia inteiro trabalhando e,
de repente, surge um tempinho para ela descansar. Dessa
maneira, será muito difícil fazer com que ela se levante e
neste caso, o hipnotista deverá seguir um protocolo, que
funciona na maior parte das vezes que essa situação
ocorre.
O processo é simples, com apenas 3 passos você
pode fazer o sujeito retornar, já que não conseguiu
emergir quando foi instruído. Faça o seguinte:

1. Diga ao sujeito que agora é a hora de retornar. Dessa


vez, com mais autoridade.

2. Caso não dê certo, pergunte se ele pode ouvir você e


peça para ele sinalizar com o dedo. Caso ele sinalize,
pergunte o motivo de ele não ter retornado.

3. Se nenhuma das anteriores funcionar, provavelmente o


sujeito entrou num estado que se chama de Estado
Esdaile, ou coma hipnótico. Neste caso, você deve fazer a
seguinte afirmação. “Eu sei que você gosta muito deste
estado de relaxamento, mas agora, eu vou contar de 1 até
5, e no 5 você vai voltar, se sentindo muito bem, muito
tranquilo”.

E, inicie a contagem. A cada número que for dito, dê


sugestões para o sujeito despertar, se sentir cada vez
melhor. Em raríssimos casos, algumas pessoas demoram
a sair do transe mesmo depois dos comandos de de
hipnotização, nesse caso, a melhor coisa a se fazer é
deixar a pessoa deitada, em local confortável e deixá-la
em observação, o transe se transformará em um estado
de sono e algum momento a pessoa despertará.
Considerações Finais

Apesar de a hipnose ser um tema riquíssimo por ser


uma ferramenta extremamente eficaz para diversas
abordagens, acredito que o conteúdo desse livro possa ter
sido útil para desmitificar conceitos errados em relação ao
que paira sobre o senso comum. Muitas pessoas têm
medo de se submeter a um transe hipnótico achando que
vai cacarejar como uma galinha, ou que vão apagar suas
memórias e até mesmo roubar sua senha do banco. Fique
tranquilo mesmo em transe profundo, ninguém vai
descobrir seus segredos mais íntimos.

Muito menos ficará preso em um transe ou vai andar


por aí como um zumbi, fazendo coisas malucas.

Diante de tantos conceitos errados, talvez seja até


decepcionante descobrir que a hipnose é um estado
natural da mente que você deve entrar e sair várias vezes
por dia.

Por isso recomendo a todos que leram este livro a


aproveitar essa tendência natural da mente e se
aprofundar em um estado mais amplo de concentração e
usá-lo para seu benefício. Aproveite esse estado e torne-o
ainda mais profundo, mais prolongado, e enquanto você
está nele, ofereça sugestões para o seu subconsciente e
reprograme o software que está dentro da sua mente e
seja sua melhor versão com a ajuda de algum profissional
qualificado ou até mesmo através da auto – hipnose.
Este livro é gratuito e sua venda é proibida.
Mais informações sobre hipnose, PNL e desenvolvimento
pessoal em www.tiagogarcia.net
Referências

SIMÕES, MÁRIO. MARTO M. JOSÉ. (2013) Hipnose Clínica

OLIVEIRA, J (2012) Saiba quem está à sua frente

CARREIRO, A (2014)Hipnose:Mítica,filosofia, científica

CARNEGIE D. (1981) Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas

FEXEUS, H. (2017) A Arte de Ler Mentes

O‟HANLON, WILLIAN HUDSON (2002) Hipnose centrada na solução de


problemas

O‟CONNOR J., SEYMOUR J. (1995) Introdução à Programação


Neurolinguística

O‟CONNORJ. (2016)Manual de Programação Neuroliguística

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