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▪ INTRODUÇÃO

A obra Dos Delitos e Das Penas, de autoria do jurista italiano Cesare Beccaria, surge durante
o Iluminismo e sofre influência do humanismo da época, o que é notável de forma sintética
quanto ao registro de críticas às práticas desumanas de penalidade e à defesa da
proporcionalidade entre as leis e os crimes.

Nela, o autor faz referência a desigualdade generalizada na humanidade, ao reconhecer que


uma minoria acumula um maior número de privilégios em relação à maioria miserável e fraca.
Desta forma, Beccaria evidência tal realidade no tocante a legislação, sobretudo nos processos
penais, nos delitos e suas respectivas punições, que ele os reconhece como bárbaros,
desumanos, autoritários etc. Por isso Beccaria escreve a referida obra, declarando que “se, ao
sustentar os direitos do gênero humano e da verdade invencível, contribuí para salvar da
morte atroz algumas das trêmulas vítimas... Consolar-me-iam frente ao desprezo da
humanidade.” (p.)

▪ II até VII

O direito de punir, segundo o autor, encontra-se no coração humano, nos sentimentos dos
quais não se pode apagar, assim as leis são fundadas. No começo de tudo os homens eram
livres e independentes, porém ao verem suas liberdades ameaçadas, decidiram por se juntar
enquanto sociedade, para criar regras que regulem as relações entre eles, do contrário, estes
viveriam em estado de guerra contínua e em meio as incertezas da conservação de suas
liberdades. Em busca da paz social e da garantia de suas liberdades, formou-se a soberania da
nação onde consequentemente, a soma das porções seriam depositadas nas mãos do soberano.
No entanto, tal é a tendência do homem a usurpação que era preciso ter algo para punir os que
violassem as regras, dessa forma, foram criadas as penas. A reunião de todas as parcelas de
liberdades constitui o fundamento do direito de punir, e a ideia de punição foi além de só
proteger o depósito da salvação pública, assim, a liberdade de um, acaba quando começa a do
outro, e aos que fugissem a regra seriam punidos.

Beccaria afirma que, só as leis poderiam determinar a pena para cada crime, e que essas leis
são feitas pelo legislador, que representa toda a sociedade através do contrato social. O juiz
não poderia aplicar uma pena que não fosse prevista em lei e nem tão pouco aumenta-lá,
mesmo que esteja visando o bem social. Competiria ao soberano criar leis em que todos
deveriam se submeter e caberia ao juiz dizer se houve ou não crime. Para Beccaria, as penas
cruéis e bárbaras são inúteis e contrárias à justiça e ao contrato social. Dando continuidade,
relata sobre os possíveis desvios que ocorreram na interpretação da lei, das paixões e
convicções dos magistrados, do espírito social da época, do apelo popular ou as possíveis
relações com o acusado, tais desvios poderiam levar à tirania, ele também argumenta que as
leis devem ser claras e não interpretativas, digo, poder do cidadão de conhecê-las tornando-os
menos dependente ou subjugado ao magistrado. Segue falando a respeito das línguas das leis,
a língua comum e acessível facilita a aplicação e o conhecimento não só do direito, mas do
que não deveria ser feito. Ele inclusive a firma que diminuiria o número de delitos, já que em
latim a tradução não é precisa e implica em interpretação. E cita a importância da imprensa,
que pode tornar público o conhecimento das leis e suas sanções.

Posteriormente Beccaria explica que aos magistrados é dado o direito de segurança pessoal
que acaba sendo utilizado para prender arbitrariamente cidadãos por motivos fúteis, ele fala
que a lei deve deixar bem claro quais indícios de delitos podem configurar a prisão preventiva
de alguém. Também comenta da estigmatização pós-prisão, ainda que a inocência do acusado
seja privada, comparando como em Roma havia uma espécie de compensação por parte do
governo, e na sociedade que ele vivia o ex réu ficava “marcado” pelo povo, perpassando ainda
a visão dá pouparão sobre o ato da prisão como um suplício e não o modo de deter um
cidadão, além do sentimento de satisfação e poder sobre aquele e não de justiça, afirmando
que a prisão de um inocente não deve lesar sua dignidade.

Dando continuidade, ele aborda os indícios de delitos, afirmando que caso hajam várias
provas que são dependentes entre si e principalmente, da veracidade de uma delas, essas não
podem ser conclusivas ao caso. Mas se houver várias provas que são independentes entre si
que levem a um mesmo julgamento, é mais provável que o delito tenha de fato ocorrido. Com
isso, entende que toda certeza moral é uma probabilidade. Descreve as duas formas de
distinguir as provas de um delito, que são as provas imperfeitas: onde não excluem a
possibilidade de inocência do acusado e as perfeitas: que demonstram que é impossível que o
acusado seja inocente, bastando uma prova perfeita para ser autorizada a condenação do réu.
Tanto o julgamento quanto as provas deveria ser público e sugere ainda que, em casos difíceis
metade dos julgadores devem ser magistrados e a outra metade das classes dos cidadãos, para
que a opinião popular amenize à força e às paixões, e que com isso o povo se sinta realmente
defendido, gerando assim, um sentimento de segurança para todos.

▪ XVIII até XIV


No oitavo capítulo da obra “ Dos Delitos e das Penas” o autor aborda a temática das
testemunhas, nome que dá título a esse capítulo, sob sua perspectiva. Beccaria defende que, a
veracidade do testemunho deve ser avaliada de acordo com o papel e os interesses particulares
no processo. Isso impossibilitaria alguns grupos de pessoas de testemunhar, dando ênfase nos
condenados, que para benefício próprio poderiam distorcer o testemunho e prejudicar o
andamento do processo. O autor afirma que uma única testemunha não é suficiente, já que em
conflito de interesses com o acusado seria a palavra de um contra a do outro. O grau de
confiança depositado nas testemunhas deve ser determinado por lei, na concepção do autor.

No capítulo seguinte, ”Das acusações secretas”, o autor desenvolve sua análise sobre as penas
e acusações mantidas em sigilo. Na perspectiva de Beccaria, quando se mantém as penas e
acusações fora de domínio público, fica mais difícil refutar calunias. O principal motivador do
sigilo nas acusações e penas seria a fragilidade do governo, incapaz de lidar com agitação
exacerbada que o processo poderia causar na população, sendo considerada pelo autor como
uma atitude tirânica.

No décimo capítulo da obra, Beccaria trata da prática “dos interrogatórios sugestivos” que
recebe o mesmo nome do capítulo. Esse tipo de interrogatório não deve ocorrer, na visão do
autor, por proporcionar respostas que não refletem a realidade dos fatos, e dessa forma, uma
pessoa pode ser induzida a se incriminar. Ao decorrer do décimo capítulo, o autor defende a
punição de quem se nega a responder o interrogatório designado, excetuando apenas os
condenados, que não precisariam confessar sua culpa se o processo já tem o devido número
de provas. Ainda discorrendo sobre os condenados, o décimo primeiro capítulo, entitulado
como “ Dos juramentos”, Beccaria defende que obrigar um acusado a fazer juramento de que
fala apenas a verdade não faz sentido nem é proveitoso. Os preceitos morais e religiosos
seriam fracos para impedir que alguém faltasse com a verdade, na posição de acusado, sendo
então o juramento praticamente inútil.

No décimo segundo capítulo, de nome “Da tortura”, o autor faz uma análise acerca dessa
prática. Nessa análise, há uma desaprovação da tortura por ser considerada uma barbárie que
não extrai a verdade, mas a resistência física do acusado, abrindo uma margem considerável
para a ocorrência da impunidade. Beccaria ao longo desse capítulo ainda denuncia a falta de
humanidade e monstruosidade nesse ato de tentar obter os fatos, que não somente machuca
mas também não cumpre seus objetivos. Mudando um pouco o direcionamento do livro, o
décimo terceiro capítulo, cujo título é “Da duração do processo e da prescrição”, o autor vai
dar enfoque na fixação e prescrição das penas. A lei teria que ser a única responsável por essa
fixação, que deveria levar em conta as particularidades e natureza dos crimes, para a partir daí
decidir a quantidade de tempo necessária.

No capítulo seguinte, o décimo quarto, entitulado de “ Dos crimes começados; Dos


cúmplices; Da impunidade”, Beccaria aborda esses multiplos elementos presentes no título. O
autor questiona e é contrário a prática de tratar melhor o cúmplice do que o executor,
especialmente quando são oferecidos benefícios ao cúmplice que descrever de forma
detalhada o crime. Essa conduta teria sido adotada para conhecer de verdade o crime ocorrido.
No final desse capítulo, Beccaria faz uma reflexão sobre a falta de sensibilidade no processo
penal.

▪ XV até XXI:

Beccaria faz uma reavaliação do objetivo da penalidade que agora visa evitar que o individuo
retorne a prática e afastá-lo da criminalidade. Esta deve produzir a impressão de eficiência
concomitante a escolha de punições não tão severas, uma vez que, o exagero leva o culpado a
fugir das consequências do seu ato acumulando os crimes praticados. Dessa forma, é
necessário a escolha de punição proporcional ao delito, apesar da complexidade de encontrar
uma que seja correspondente.

Outrossim, traz o questionamento se a pena de morte é útil e justa perante a liberdade


concedida a sociedade, tal sociedade que condena o homicídio ao mesmo tempo que se torna
válida como forma de punição. Assim, a quem pertence a legitimidade do direito a vida? Esse
tipo de penalidade, segundo o autor, somente deve ser aplicado em caso de caos social e
quando um indivíduo que mesmo em reclusão se apresenta como um perigo a sociedade. Nas
diversas práticas criminosas, ressalta o autor, deve ser respondido com penas moderadas que
levem em consideração o efeito mais duradouro na população que gera maior impacto do que
qualquer ato rigoroso.

Não obstante, uma das formas de punição a prática da criminalidade é o banimento, porém
essa condição ainda permite o acusado provar sua inocência.

Com o banimento o acusado pode ter seus bens recolhidos de forma parcial ou total, esta
última corresponde a morte política do individuo diante a sociedade, uma vez cortado os laços
com a sociedade. Essa prática é desaprovada por Beccaria porque serve de meio para
culpabilizar um inocente e/ou torná-lo efetivamente um criminoso, além da família que
também se torna afetada pelo crime do seu chefe.
Referente à infâmia, ato de infamar alguém deve ser respondido com a lei baseada na moral
ou na opinião pública, uma vez que representa uma desonra patente a sociedade. A resolução
da infâmia não deve estar focalizada na rigorosidade da pena, mas na atenuação da desonra
produzindo a finalidade desejada.

No que se relaciona a pena, Beccaria afirma que deve ser útil e justa, caracterizada pela
presteza, uma vez que a restrição a liberdade já se torna uma forma de punição ao acusado
como forma de obstar a fuga e/ou ocultação de qualquer prova de crime. Esta também só deve
ser antecedente a condenação estabelecendo a maior agilidade possível entre seu intervalo,
fazendo ligação a ideia de crime e punição.

Como já enfatizado, uma punição moderada promove um efeito mais duradouro na sociedade,
afastando a ideia de impunidade perante o crime. A prática do soberano de conceder graça
diante tal ato representa segundo a perspectiva do autor uma contradição ao bem público, uma
vez que o direito de punição é pertencente as leis e não a uma pessoa específica, pondo em
xeque a segurança pública para efetuar uma aparente decisão de benevolência, além de se
tornar um meio de expressão da impunidade.

Quando questionado a utilidade e a justiça dos asilos, o autor traz a perspectiva desse método
como uma forma de escape da resposta ao crime, incentivando a permanência da prática e
encontrando um meio de formação de novas potências da sociedade, que divergem em lei.
Outrossim, afirma-se que a resposta ao crime deve limitar-se ao país em que se é cometida,
visto que é onde se encontra o local da reparação da prática, apesar da promoção da
intolerância contra criminalidade se tornaria um meio de atenuá-lo.

▪ XXII até XXVIII:

Beccaria alega que pôr a cabeça do criminoso a prêmio, armando os cidadãos para caçá-lo, os
incentivaria a cometer um assassinato. Ademais, diz que o governo que faz isso demonstra a
sua fraqueza, uma vez que se fosse forte não necessitaria da ajuda de outros.

Para o autor, é imprescindível que haja proporção entre a pena e o delito cometido pelo
criminoso. Assim, o legislador, para agir com sabedoria, deve estipular divisões na
distribuição das penas e, principalmente, não aplicar castigos ínfimos aos crimes mais graves.
Desse modo, a pena dos delitos deve ser correspondente ao dano causado à sociedade.
Segundo o iluminista, a gravidade do crime não depende da intenção de quem o faz e sim das
impressões que os objetos e disposições precedentes da alma causam ao acusado. Além disso,
sustenta que são crimes os atos nocivos à sociedade, os que atingem o cidadão em sua vida,
bens e honra, e as ações que violem o que está escrito na lei. Qualquer ato que não se encaixe
em alguma dessas classificações não pode ser compreendido como tal.

Os crimes de lesa-majestade são classificados como graves por causar terríveis danos à
sociedade. No entanto, os tiranos deram esse nome a delitos de diferentes naturezas, aplicando
penas duras a pequenos atos. Para ele, todo delito afeta negativamente a sociedade, porém
nem todos visam a sua destruição. Por isso, é preciso julgar as ações morais por seus efeitos
positivos considerando o tempo e o lugar. Outro ponto discutido na obra é a segurança dos
cidadãos, que é o fim de todas as sociedades humanas. Sendo assim, não se pode deixar de
punir com as penas mais graves aqueles que a violem.

Os atentados contra a vida e a liberdade são crimes cometidos não só por homens do povo,
mas também pela nobreza e pelos magistrados. Portanto, as penas devem ser as mesmas
independentemente da posição social. A respeito das injúrias pessoais, que são contrárias à
honra, Beccaria defende que elas devem ser punidas com a infâmia. A força da punição
advém da opinião pública, que evita danos que a lei não consegue. O fundamento das injúrias
é a honra, que é constituída de ideias simples e ideias complexas.

▪ XXIX até XXXV

No que concerne aos duelos, Beccaria traz consigo o pressuposto de que eles estão
intrinsecamente ligados a honra. Nesse sentindo, em virtude de protegê-la, levando em
consideração a insuficiência do direito ao exercer esse papel, surgem então as disputas. Sendo
assim, para dar fim a desordem social proporcionada por tal conflito, é necessário punir
aquele que iniciou o caos e inocentar aquele que, por motivo de defesa pessoal e da própria
horária, foi obrigado a submeter-se ao duelo.

Dando seguimento, agora se atendo as penas referentes ao roubo, ele afirma que os
aplicadores da justiça devem levar em consideração a natureza do delito, em outas palavras,
um roubo cometido sem violência deverá ter uma punição mais razoável em comparação com
aquele em que o transgressor empregou toda a crueldade possível. Dessa forma, no primeiro
caso, a pena mais viável seria a pecuniária, enquanto o segundo, o encarceramento juntamente
com castigos físicos seria o mais adequado. Ainda sob essa perspectiva, em caso em que o
delito for motivado pela miserabilidade do criminoso a punição mais plausível será submetê-
lo a uma espécie de escravidão temporária, tornando o corpo social o detentor de suas ações.

Em um outro momento, Beccaria dispõe a sua atenção ao contrabando, alegando que esse
delito ofende não só o soberano, mas também toda a nação. Consoante a esse aspecto, a pena
referente a esse delito deve ser branda, uma vez que a população não o considera nocivo aos
seus interesses. Além disso, outro ponto que merece destaque é que esse crime é consequência
das próprias leis, pois quanto mais elas se estendem, tanto maior serão as suas vantagens.

Seguindo a cronologia do livro, no capítulo XXX, Beccaria alega que é importante diferenciar
o falido fraudulento daquele que age de acordo com probidade. Assim, nesses casos, o
indivíduo que age de má-fé deve ser punido similarmente aos moedeiros falso e os que
possuem boa conduta devem ser tratado com menos rigor, em decorrência de que não seria
justo tirar desse cidadão o único bem que lhe restou, ou seja, a liberdade. Em contrapartida,
para os delitos que vão contra a tranquilidade pública é fundamental que as leis sejam as mais
claras possíveis, objetivando a obediência da sociedade.

Ademais, Beccaria, no capítulo seguinte, faz menção ao princípio da legalidade, afirmando


que somente as leis possuem liberdade suficiente para punir e classificar as espécies de
ociosidades existentes. Outrossim, no que tange a questão do suicídio, segundo o autor, esse
ato não proporciona um mal tamanho para a sociedade quanto a renúncia de um indivíduo à
sua pátria, e qualquer penalidade no campo material a esta ação seria inútil e injusto,
sobretudo se direcionada à família do suicída.

▪ XXXVI até XLII

Além das análises feitas anteriormente, Cesare Beccaria reconhece em Dos Delitos e Das
Penas a existência de crimes reincidentes, porém difíceis de serem comprovados como é o
caso do adultério, da pederastia e do infanticídio. Para ele, o primeiro é puramente instintivo,
pois é impulsionado pelas necesidades naturais do ser humano e que é o reflexo de certas
convensões matrimoniais adotadas à época (casamento arranjado etc.). Logo, o mais prudente
seria fortalecer a fidelidade conjugal via casamentos livres e numerosos do que a repressão
efetiva ao adultério, visto que, de forma genérica, não é aplicada pela incerteza do feito. No
entanto, os outros crimes citados configuram-se pelo desvio do pacto social e da moralidade
estabelecida, sendo que um deles é explicado pela submissão ao trabalho por jovens
(aprendizes), cuja rotina afeta o desfrutar da vida sexual dos mesmos. Na visão do autor, tais
crimes deveriam ter penas especiais e mais eficazes, porém desvinculadas do extremismo das
punições marcadas pela espetacularização.

Próxima a finalização de sua obra, Beccaria tece novas críticas ao sistema penal da época,
entendendo a ideia de utilidade das leis, fomentada pelos legisladores, como equivocada e
injusta, ao passo que é marcada pelo resultado oposto de sua proposta, a exemplo da lei de
desarmamento: o autor acredita que ao privar os cidadãos respeitáveis do uso de armas
contribui para o aumento de assassinatos e maior “autonomia” aos celerados quanto à prática
desviante. Assim também é entendido na criação de leis que produzem certos fatos
particulares, no qual o soberano não visa a prevenção de delitos, mas o reforço do medo, pois,
nesses casos, o autor adverte que o despota, por sua tirania, está sucetível ao desagrado dos
súditos e, desta forma, tornar-se “presa de males maiores do que os que ele causa” (p.).

Quanto a operação das leis por associação ao espírito da família, o autor percebe mais uma
fonte de injustiças, por simplesmente a legislação limitar seu alvo a particulares e não ao todo,
ou seja, desvincula-se dos princípios gerais, úteis à maioria e desconsidera a sociedade como
uma organização de cidadãos livres. Em uma sociedade cujas leis são pensandas para a
maioria, é possível a existência do que atualmente é conhecido por capacidade jurídica, o que
permite ao indivíduo responsabilizar-se pelos seus feitos e não subordinar-se ao chefe da
família enquanto em vida. Nela, a moral pública impulsiona o espírito nacionalista e de
conquista em seus componentes.

Beccaria desaprova, também, os abusos e a falta de imparcialidade da jurisprudência criminal


europeia quanto a análise dos processos, durante o século XVIII, pois segundo a lógica da
monetização das penas, em que os criminosos confessos pagavam mais à Coroa, o juíz não se
preocupava em apurar verdadeiramente os casos e trabalhar com a posibilidade de inocência
do acusado. Logo, para ele era mais interessante determinar a culpabilidade do réu antes da
formulação integral da sua defesa.

Conforme o penúltimo capítulo da obra, Becarria sugere, de forma esperançosa, meios de


prevenção dos crimes, pois o mesmo reforça a relevância do impedimento do delito em
comparação à reparação deste. O autor entende que ao eleborar leis mais simples e claras, que
impulsionem a reverência civil a elas, sobretudo para a garantia de sua defesa, como também,
a ausência de favorecimento particular a um grupo, o compromisso quanto a proteção
igualitária de cada cidadão etc., auxilia na prevenção dos crimes. Portanto, Cesare Beccaria
conclui seu escrito reafirmando as suas ideias centrais acerca das penas e se opondo a
violência contra o cidadão, principalmente em relação às punições dos delitos.

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