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Edilton Meireles
Pós-doutor em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Doutor em Direito pela PUC-SP. Professor de Direito Processual Civil na UFBA.
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Resumo: No presente artigo tratamos da vincu- Resumen: En este trabajo nos ocupamos de la
lação das decisões proferidas pelo STJ conforme vinculación de las resoluciones dictadas por
as regras postas no CPC de 2015. Destacamos a el STJ como las reglas puestas en CPC 2015.
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da Corte Suprema. Também se sustenta a vin- en lo relativo a la STF y siempre que no exista
culação de todo e qualquer juiz ou tribunal às precedente de la Corte Suprema. También admite
decisões do STJ em matéria infraconstitucional la vinculación de cualquier juez o tribunal
não trabalhista e não eleitoral. a las decisiones del STJ en materia de infra
constitucional no laboral y no electoral.
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Meireles, Edilton. Vinculação do STF e das Justiças Eleitoral e do Trabalho às decisões do STJ.
Revista de Processo. vol. 243. ano 40. p. 393-407. São Paulo: Ed. RT, maio 2015.
Revista de Processo: RePro, v. 40, n. 243, maio 2015.
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1. Introdução
O novel CPC, preocupado com o princípio da igualdade, segurança jurí-
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dica e proteção a confiança, em boa hora, positivou a vinculação de diversos
precedentes judiciais. O que já era para ser natural, procura implantar pela via
expressa diante da resistência e da cultura jurídica brasileira.
Contudo, ao estabelecer as regras de vinculação, o legislador agiu forma
tímida e, pior, sem se ater ao processo civil como um todo.
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processo judicial não criminal. Logo, o CPC deveria ter sido pensado enquanto
Código de Processo Civil Não Criminal. E em algumas partes, a bem da ver-
dade, enquanto verdadeiro Código de Processo (inclusive de processo penal).
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cesso penal, a exemplo, neste último caso, em relação aos recursos especiais e
extraordinários.
Vejam o exemplo do recurso extraordinário que é um recurso constitucio-
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Meireles, Edilton. Vinculação do STF e das Justiças Eleitoral e do Trabalho às decisões do STJ.
Revista de Processo. vol. 243. ano 40. p. 393-407. São Paulo: Ed. RT, maio 2015.
Revista de Processo: RePro, v. 40, n. 243, maio 2015.
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cláusula, ela deixa dúvida quanto ao âmbito de aplicação ou da vinculação ali
disciplinada.
No presente trabalho, pois, procuraremos tratar justamente desta vincula-
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ção, em sua abrangência e limites.
de demandas repetitivas;
b) em julgamento de recursos especial repetitivos;
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do STJ.
Algumas ressalvas, porém, devem ser postas em relação ao conteúdo da
decisão que vincula.
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tais casos.
O legislador, porém, não foi expresso em relação a essa limitação quando
se referiu as decisões proferidas em incidente de assunção de competência, em
incidente de resolução de demandas repetitivas, em julgamento de recursos
especial repetitivos e quanto às orientações do Plenário ou do Órgão Especial
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do STJ.
Parece-nos, entretanto, que a mesma limitação deva existir e pelas mesmas
razões que afastaram a vinculação dos enunciados das súmulas do STJ em ma-
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téria constitucional.
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Meireles, Edilton. Vinculação do STF e das Justiças Eleitoral e do Trabalho às decisões do STJ.
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Assim, caso o precedente extraído das decisões proferidas em incidente de
assunção de competência, em incidente de resolução de demandas repetitivas
(originário ou em grau de recurso especial), em julgamento de recursos espe-
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cial repetitivos e pelo Plenário ou do Órgão Especial do STJ cuidarem de maté-
ria constitucional, as mesmas não serão vinculantes. Abaixo, porém, apresento
algumas ressalvas.
Tal desvinculação, portanto, decorre do fato de o STJ não ser o órgão judi-
cial que profere a última decisão quanto a matéria constitucional. Logo, pela
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1. Cf., entre outros, Perelman Chaïm, Ética e direito, p. 3-253, e Andrés Ollero, Igualdad
en la aplicación de la ley y precedente judicial.
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Revista de Processo: RePro, v. 40, n. 243, maio 2015.
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Dou um exemplo para demonstrar a necessidade dessa vinculação. O STJ
é competente para dirimir o conflito de competência envolvendo juízes e/ou
tribunais regionais e estaduais, inclusive trabalhistas. Nesta hipótese, o STJ
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decide, mais das vezes, questão que envolve regra constitucional de reparti-
ção de competência. De sua decisão, por sua vez, cabe recurso extraordinário
para o STF. Sói acontecer, no entanto, do STF não se pronunciar a respeito da
matéria decidida por falta de provocação da parte. Cito como exemplo, dentre
diversas outras, a Súmula do STJ 363, extraída a partir dos conflitos surgidos
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Tal matéria ainda não foi apreciada pelo STF, que pode até chegar a conclu-
são diversa a partir da interpretação do inc. I do art. 114 da CF. Aqui, então,
se se adotar a literalidade do texto normativo posto no inc. IV do art. 926 do
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que tais decisões sejam observadas pelos demais juízes e tribunais, salvo, evi-
dentemente, o STF, a quem cabe, eventualmente, rever a questão.
Atenta, assim, contra o sistema implantado pelo novo CPC admitir que
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Mais outra ressalva deve ser posta. É que o STJ não é o único tribunal su-
perior a decidir, em última instância, quanto a matéria infraconstitucional.
No processo civil (não criminal) brasileiro, o TST e o TSE também têm essa
mesma competência.
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admitir a vinculação, seguindo o mesmo raciocínio acima lançado, quando
não haja precedente do TST ou do TSE a respeito da mesma matéria e até que
venha a ser proferida decisão sobre idêntica questão por estes outros tribunais
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superiores em relação aos temas de suas competências constitucionais.
Tal conclusão, por sua vez, decorre do princípio fundante da vinculação,
que é justamente o princípio da igualdade, aliada a regra de competência para
tratar da matéria em última instância.
Neste sentido, se cabe ao TST, por exemplo, em última instância, decidir
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sobre a matéria trabalhista, não tem sentido vincular a decisão do STJ. Se for
para vincular, há de ser, neste caso, a decisão do TST em relação a todos juízes
e tribunais (tratamos dessa matéria adiante). Isso para que todos sejam trata-
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dos de forma isonômica tendo como paradigma a decisão proferida pelo órgão
judicial competente para decidir a matéria em última instância. E se não for
assim, o instituto do precedente estará seriamente arranhado, já que o mesmo
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até sumular a respeito dessas matérias. E aqui, então, fica a pergunta, diante do
princípio da igualdade, da segurança jurídica e da proteção da confiança, qual
dos precedentes deve ser respeitado?
A resposta deve ser dada a partir do critério da competência para decidir
sobre a matéria em última instância. E, no caso, a competência é do TST, já
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Assim, parece-nos, tendo em vista o princípio da igualdade e da competên-
cia jurisdicional, que a vinculação aos precedentes do STJ deva se restringir a
matéria infraconstitucional não trabalhista (direito e processo do trabalho) e
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não eleitoral (direito e processo judicial eleitoral).
Mas essa questão não se resolve tão facilmente assim. Isso porque existem
matérias as quais, constitucionalmente, as competências para decidir em últi-
ma instância são concorrentes. Veja o exemplo da cobrança das contribuições
previdenciárias, dentre muitas outras que podem ser lembradas na divisão de
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VIII do art. 114 da CF). Logo, em tal situação, tanto o STJ, em recurso especial,
como o TST, em recurso de revista (§ 10 do art. 896 da CLT), pode decidir a
matéria infraconstitucional relativa a incidência das contribuições previdenci-
árias.
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superiores possuem essa mesma atribuição. O ideal, para situações como estas,
seria o legislador, a semelhança da turma de uniformização da jurisprudência
junto aos Juizados Especiais (§ 2.º do art. 14 da Lei 10.259/2001), ter criado
um órgão, composto por Ministros dos diversos Tribunais Superiores, incum-
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balho, neste caso, é excepcional (mais especial em relação à Justiça Federal) e,
ainda assim, para uma situação específica (quando “decorrentes das sentenças
que proferir”).
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Logo, neste caso, ainda que o TST possa, constitucionalmente, decidir so-
bre a incidência e cobrança das contribuições previdenciárias, ele o faz no
exercício de uma competência que lhe é assegurado de forma excepcional. A
regra de competência ordinária da Justiça do Trabalho sãs as questões traba-
lhistas e sindicais.
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Assim, ainda que o TST diga, por exemplo, que não “é admissível a oposi-
ção de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do com-
promisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro”,
cabe ter como vinculante a decisão do STJ em sentido oposto (Súmula 84).
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Isso porque aqui estamos diante de uma questão de direito processual civil
de natureza infraconstitucional, cuja competência, em última instância, para
decidir é do STJ, enquanto regra de competência ordinária.
Cabe, porém, por fim, neste ponto, fazer a mesma ressalva já posta acima
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Desse modo, neste ponto podemos concluir que são vinculantes as deci-
sões do STJ mencionadas no arts. 927 e 987, § 2.º, do CPC/2015 em matéria
infraconstitucional, inclusive de natureza processual, salvo quando se trata de
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questão cuja competência para decidir em última instância seja do TST ou do
TSE, respectivamente, em matéria restritamente trabalhista (direito e proces-
so) e eleitoral (direito e processo judicial eleitoral).
Da mesma forma, seriam vinculantes as decisões do STJ em matéria consti-
tucional, salvo perante a Corte Maior, desde que não haja decisão do STF a res-
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peito e até que esta Corte Máxima do Judiciário se pronuncie sobre a matéria.
Por fim, seriam vinculantes as decisões do STJ em matéria infraconstitu-
cional trabalhista e eleitoral, salvo em relação ao TST e ao TSE, desde que não
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3. Órgãos vinculados
Outra questão a ser dirimida especificamente sobre essa questão da vincula-
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ção é em relação aos órgãos que devem seguir a orientação adotadas pelo STJ.
Diga-se, de passagem, essa problemática se agrava nos incidentes de resolu-
ção de demandas repetitivas. Tudo isso porque o legislador do CPC não pensou
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curso nas Justiças Federais e Estadual, no STJ e no STF. Pensou que a legisla-
ção constitucional ou infraconstitucional somente fosse objeto de apreciação
por estes órgãos. E, pior, pensou que as razões que justificam a vinculação
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aos precedentes estão dirigidas aos mencionados juízos e tribunais e não para
proteger o jurisdicionado contra decisões discriminatórias (não isonômicas).
Mas, aqui, neste ponto, quanto aos órgãos vinculados às decisões do STJ,
inicialmente, cabe ser resolvida a questão quanto a interpretação a ser dada ao
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Logo, não se tem porque limitar a vinculação somente aos Ministros e demais
órgãos fracionados do STJ quando diante da “orientação do plenário ou do
órgão especial” desta Corte Superior.
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Aqui, entretanto, a vinculação não deve se limitar aos órgãos judiciais cujas
decisões estão sujeitas à jurisdição do STJ (“estiverem vinculados”), incluindo
aqui as Varas e Tribunais Regionais do Trabalho e Varas e Tribunais Regionais
Eleitorais relação aos acórdãos proferidos em conflito de competência (art.
105, I, d, da CF). Em verdade, para se manter a coerência do sistema e o res-
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do trabalho, o precedente do STJ pode não ser vinculante para os juízes e tri-
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bunais trabalhistas. Mas se a regra de direito material ou processual é a mesma,
aplicável por um ou outro juiz ou tribunal, o que justifica a não vinculação dos
juízes do trabalho ou eleitoral aos precedentes do STJ na matéria infraconsti-
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tucional de sua competência?
O mesmo se diga em relação ao STF, a quem cabe também respeitar as de-
cisões vinculantes do STJ. Aqui, inclusive, não cabe alegar que essa vinculação
seria descabida em face da posição hierárquica superior do STF em relação
ao STJ. A regra a ser observada, no entanto, não é de hierarquia, mas, sim, de
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competência.
O STJ é quem tem a competência constitucional para interpretar a norma
infraconstitucional não trabalhista e não eleitoral. Logo, na matéria respectiva,
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Disso decorre que, ao certo, provavelmente haverá uma resistência a esta in-
terpretação mais ampla, o que acarretará a violação a todos os princípios que
justificam a vinculação. O legislador processualista, assim, perdeu uma grande
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oportunidade de ter sido mais técnico, já que deveria deixar clara essa vincu-
lação ampla.
Da mesma forma, perdeu-se uma grande oportunidade para também deixar
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Revista de Processo. vol. 243. ano 40. p. 393-407. São Paulo: Ed. RT, maio 2015.
Revista de Processo: RePro, v. 40, n. 243, maio 2015.
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tando a norma infraconstitucional pertinente, não se tem porque o juiz fede-
ral, numa ação proposta pela Caixa Econômica Federal contra o empregador,
cobrando o FGTS não depositado na conta vinculada do trabalhador, decidir
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que não cabe a referida incidência. Vejam que, neste exemplo, se se admitir as
decisões contraditórias, chegaremos ao ponto de o Estado-juiz tratar desigual-
mente a mesma pessoa do empregador. No exemplo, a Justiça do Trabalho diria
que não é devido e a Justiça Federal diria ao mesmo empregador que ele deve!
E aqui cabe uma digressão. Na realidade, a maior causa das decisões diver-
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causa (e o novo CPC segue essa mesma lógica autoritária). Mas numa socie-
dade na qual se respeita a igualdade, quem decide é o Estado-juiz. E como o
Estado é único, a decisão deve ser única para todos, em igualdade. Daí porque
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palavra final).
Tivéssemos essa cultura democrática há tempo, ao certo não haveria tantas
decisões divergentes a reclamar regras expressas de vinculação. O que deveria
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cabe a esse mesmo Estado-juiz, por todos os seus órgãos, aplicar essa norma,
ao invés de procurar fazer valer outras normas (outras interpretações dadas
ao mesmo texto normativo). O respeito ao precedente, assim, é a aplicação da
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norma vigente (texto normativo interpretado em última instância pelo órgão
constitucionalmente competente).
E quando falamos em decisão do Estado-juiz, devemos ter em mente que
nossa Constituição estabeleceu um procedimento judicial e diversas instância
a serem percorridas para se alcançar a palavra final (interpretação final) quando
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fosse resolvida de modo a ser aplicada igualmente para todos. A própria lógica
dos recursos aos Tribunais Superiores visa a justamente obter essa norma/
orientação única (precedente), a ser aplicada a todos igualmente.
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Destaque-se, ainda, que toda essa problemática acima mencionada pode ser
agravada em relação ao incidente de resolução de demandas repetitivas, dado
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de direito processual (cf. parte final do § 4.º do art. 976 do CPC/2015), pode
afetar os feitos em curso na Justiça do Trabalho e Eleitoral. A não suspensão dos
feitos trabalhistas e, eventualmente, eleitorais, assim, pode conduzir a decisões
contraditórias. Esta, porém, é uma questão a ser abordada em outro trabalho.
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Vale frisar, por fim, que ao longo deste trabalho apenas cuidamos do
processo civil, não se referindo ao processo penal, conquanto, de um modo
geral, o aqui sustentado se aplicaria a este outro ramo do direito processual.
4. Conclusões
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Meireles, Edilton. Vinculação do STF e das Justiças Eleitoral e do Trabalho às decisões do STJ.
Revista de Processo. vol. 243. ano 40. p. 393-407. São Paulo: Ed. RT, maio 2015.
Revista de Processo: RePro, v. 40, n. 243, maio 2015.
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nal constitucionalmente competente para proferir a última decisão a respeito
da matéria;
b) enquanto tribunal constitucionalmente competente para proferir decisão
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em matéria infraconstitucional não trabalhista ou não eleitoral, as decisões do
STJ vinculam todos os juízes e tribunais, inclusive o STF;
c) a vinculação deve ocorrer tendo em vista a competência do órgão julga-
dor para apreciar da matéria em última instância;
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d) os precedentes do STJ em matéria constitucional, nas hipóteses previstas
no art. 927 e no § 2.º do art. 987 do CPC/2015, vincula os juízes e tribunais,
salvo a Corte Suprema, desde que não haja decisão do STF a respeito da mesma
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matéria;
e) os precedentes do STJ em matéria infraconstitucional não trabalhista
e não eleitoral, nas hipóteses previstas no art. 927 e no § 2.º do art. 987 do
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vincula todos juízes e tribunais, inclusive o STF, exceto o TST e o TSE, desde
que não haja decisão destas últimas Cortes Superiores a respeito da mesma
matéria trabalhista ou eleitoral, respectivamente;
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5. Referências
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Meireles, Edilton. Vinculação do STF e das Justiças Eleitoral e do Trabalho às decisões do STJ.
Revista de Processo. vol. 243. ano 40. p. 393-407. São Paulo: Ed. RT, maio 2015.
Revista de Processo: RePro, v. 40, n. 243, maio 2015.
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Pesquisas do Editorial
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Veja também Doutrina
• A preferência constitucional pelo controle concentrado de constitucionalidade e os
precedentes judiciais vinculantes no novo CPC, de Peter Panutto – RePro 242/359
(DTR\2015\3686);
• Elementos normativos para a compreensão do sistema de precedentes judiciais no proces-
E
so civil brasileiro, de Alexandre Freire e Alonso Freire – RT 950/199 (DTR\2014\19788); e
• O precedente judicial em paralelo a súmula vinculante, de Aline Hadad Ladeira e Ale-
xandre Melo Franco Bahia – RePro 234/275 (DTR\2014\8862).
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Revista de Processo. vol. 243. ano 40. p. 393-407. São Paulo: Ed. RT, maio 2015.
Revista de Processo: RePro, v. 40, n. 243, maio 2015.