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CURSO DE PSICOLOGIA
PROJETO DE INTERVENÇÃO
GRUPO SOCIODRAMÁTICO PARA OS RESPONSÁVEIS
DAS CRIANÇAS EM PSICOTERAPIA
Porto Alegre
2017
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
A Associação dos Moradores da Vila Parque Santa Anita foi fundada no mês de junho
de 1981, com a objetivo de defender os interesses e carências da comunidade, e de seus
habitantes. Localizada no bairro Nonoai, no município de Porto Alegre, a entidade se propõe
a ser um suporte às vulnerabilidades da região, que de longa data é uma região com tráfico de
drogas, sendo o envolvimento dos mais jovens como um dos fatores mais preocupantes.
Em 1999, foi inaugurada a creche comunitária, à pedido dos moradores, que atende
cerca de 100 crianças em turno integral. Busca-se, na associação, atender e desenvolver
atividades para todos os públicos, como crianças, adolescentes e adultos. No entanto, as
atividades ofertadas ao público adulto são, quantitativamente, inferiores às outras faixas
etárias, sendo assim insuficientes. O atendimento individual é disponibilizado à toda a
comunidade, mas essa abertura não está tão clara, impossibilitando, assim, que atinjam os
adultos. A instituição parece não incentivar muito este tipo de atendimento, assim como
também não se posiciona quanto aos abusos (sexuais e morais) revelados em sessão. Mesmo
se propondo a atuar na comunidade como um todo, já que objetivo sempre foi construir um
espaço para desenvolver atividades e atender todas as demandas.
Em 2003, iniciou-se o trabalho com o Projeto Trabalho Educativo, para jovens de 14 a
18 anos de idade, caracterizado como atividade profissionalizante, para o desenvolvimento
em técnicas de informática e oficinas culturais, como street dance, capoeira e a construção de
um jornal anual. No ano de 2004, deu-se início ao SASE, que atende, de 6 a 14 anos, no turno
inverso à escola. Atualmente está aliado ao Serviço de Convivência Fortalecimento de
Vínculo (SCFV). Este é um serviço de Proteção Social Básica do SUAS, que é ofertado de
forma complementar ao trabalho social com famílias, e se propõe realizar atendimentos em
grupos, bem como atividades artísticas, culturais, de lazer e esportivas, com o objetivo de
fortalecer as relações familiares e comunitárias, possibilitando a interação e a troca de
experiências entre participantes, e valorizando o sentido de vida coletiva. Segundo o site do
Ministério do Desenvolvimento Social:
“Atender crianças e adolescentes de 0 a 18 anos e seus
respectivos familiares, visando o desenvolvimento dos
potenciais individuais e coletivos em termos psicossociais,
incluindo a inserção no mercado de trabalho, bem como
melhorar as condições de infraestrutura do bairro, buscando a
auto-gestão.”
JUSTIFICATIVA
Visto que a Associação se propõe desenvolver as potências individuais, e também as
coletivas, o que vai ao encontro do que o SCFV propõe para o fortalecimento das relações
familiares e comunitárias, para conseguirmos valorizar o sentido de vida coletiva é necessário
a contribuição de uma parte fundamental: a própria família. Pode-se observar que, no
contexto da Santa Anita, as famílias estão muito distantes da entidade. Os serviços prestados
acabam tendo enfoque no público infanto-juvenil e perdendo o laço com as famílias, como
um todo. Podemos perceber que o contexto social da região, flagrante no atendimento às
próprias crianças, perpetua uma enorme violência, tanto física como psicológica. Dentro
deste contexto, estão os familiares e responsáveis que também passam por diversas violações
de direitos, e pouco amparados dentro da comunidade. Sem uma orientação adequada, as
crianças passam a ser apenas reprodutores da violência, vivida no ambiente familiar e
comunitário. Para isso, se faz importante um espaço que dê suporte aos pais para “plantar” a
saúde nos vínculos. Propor formas de construções relacionais menos cristalizadas, menos
baseadas nas conservas culturais.
Nos grupos de psicodrama, as crianças manifestam um comportamento violento com
relação ao outro. Também no atendimento individual, trazem papéis muito rígidos, e
cristalizados, de abusos de autoridade, assim como, também, agressões físicas e verbais. Há
muita dificuldade na criação dos papéis e interação com o outro. Falta empatia e formas mais
saudáveis de expressar a raiva, que não necessariamente precisam ferir o outro. Há uma
necessidade de centrar-se no seu próprio desejo, reflexo da parcela narcisista do sujeito
pós-moderno, como também a falta de reconhecimento do igual, do respeito ao outro.
Contudo, é na família, a matriz de nossa identidade, onde a criança cria suas primeiras
relações e vai se construindo como sujeito, desenvolvendo o psiquismo. É fundamental que
as relações, enquanto cristalizadas e aprendidas durante a vida pelo contexto, tenham no olhar
dos responsáveis um fator determinante nesta questão. Favorecendo o ambiente relacional
interno e externo das crianças, fortalecemos as potencialidades de cada criança. Sempre será
útil ajudarmos crianças, mas ineficiente sem um trabalho em conjunto com seu ambiente, ou
seja, sua família.
Entendemos que uma intervenção com os familiares, para aliar o tratamento
psicoterapêutico, pode diminuir os comportamentos agressivos dos pais, que muitas vezes só
são violentos porque também não aprenderam a expressar sua raiva, assim como outras
emoções, de uma maneira mais reflexiva.
OBJETIVOS
Geral
Contribuir para o processo terapêutico das crianças com o auxílio da família, sendo
incluída como um facilitador do processo terapêutico.
Específico
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para ajudar na forma que as relações se estabelecem é necessário no tratamento o
estabelecimento relacional sincero, honesto com o respeito ao outro. Pois é na construção da
relação que nos tornamos sujeitos, a partir das relações que viramos Eu e construímos o Tu.
Segundo Zimerman, desde do início da vida fazemos parte de grupos, passamos por
diversos grupos durante a nossa existência, e na maior parte do tempo, somos membros de
grupos. O individual e o social se fundem da mesma forma que o interior com o exterior,
dessa maneira surgindo no grupo as nossas projeções que muitas vezes fazem parte dos
outros também. Por isso é interessante tratar sobre as formas que se estabelece as relações no
ambiente grupal.
PÚBLICO BENEFICIADO
METODOLOGIA
RESULTADOS
CRONOGRAMA
Construção do vínculo X
Habituação com o grupo (fase caótico
indiferenciado) X
Fechamento do grupo X
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
http://mds.gov.br/assistencia-social-suas/servicos-e-programas/servicos-de-convivencia-e-fo
rtalecimento-de-vinculos
__Disponível em www.scielo.br/paideia____________________________________ A
Família e a Escola como contextos de desenvolvimento humano Maria Auxiliadora Dessen
Ana da Costa Polonia Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil