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20 de Fevereiro de 2017

Bens Públicos e suas formas de cessão e alienação

RESUMO

O tema Bens Públicos é de suma importância para toda a sociedade.
Desta feita, o objetivo deste trabalho é apresentar a conceituação de
bens públicos, bem como diferenciar as pessoas públicas a que eles
pertencem, como a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Territórios, os Municípios, as Autarquias (inclusive as associações
públicas) e as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Objetivamos também despertar no leitor uma atitude proativa na
defesa do patrimônio público. Foi elaborado através de pesquisa
bibliográfica. Os bens públicos são classificados referentes à sua
titularidade, à sua destinação e à sua disponibilidade, e suas
características são a inalienabilidade, a impenhorabilidade, a
imprescritibilidade e a não onerabilidade. São bastante diversificadas
as formas de cessão e alienação dos bens públicos, as quais, para serem
realizadas devem ser observadas as formalidades legais, haja vista que
o patrimônio público, por existir para suprir a demanda estatal e
populacional, deve ter uma proteção mais rígida, visando impedir
abusos sobre os mesmos.

Palavras­chave: Direito Administrativo. Bens públicos. Cessão.
Alienação.

INTRODUÇÃO

Discorrer sobre bens públicos é sobremodo importante, pois que é de
interesse de toda a sociedade conhecer sobre o seu patrimônio, haja
vista que os bens públicos, sendo públicos, são do povo, e este precisa
saber melhor o que é seu, para, desta feita, valorizar, exigir cuidados e
fazer sua parte na preservação dos mesmos.

Desta feita, objetivamos esclarecer, de modo geral, este tema,
enfatizando e conceituando o que são os bens públicos e,
especificamente, trazer à lume suas formas de cessão e alienação, de
forma a facilitar e expandir o conhecimento deste assunto.

Abordamos este tema da forma mais didática possível, para que a
maioria das pessoas que tiverem contato com este trabalho possam
compreender facilmente o assunto e discorrer sobre o mesmo, diante
da problemática apresentada quanto as formas de cessão e alienação
dos bens públicos, de como estão sendo feitas e se as regras legais têm
sido seguidas.

Despertar o cidadão para conhecer o que é seu e, assim, cuidar melhor
e exigir o devido tratamento dos bens públicos a quem é de direito, é
um dos nossos objetivos principais neste trabalho.

O tema em questão trata especificamente sobre bens públicos e suas
formas de cessão e alienação, sendo que o método utilizado para a sua
confecção foram o dedutivo e o dialético, realizado através de pesquisa
bibliográfica. Preliminarmente, na área do direito administrativo,
levando em conta especificamente o tema em questão.

Na sequência foi realizado pesquisas em diversos sites, buscando por
artigos científicos e matérias publicadas. Além disso, pesquisamos em
estudos doutrinários, jurisprudenciais e na norma legal em vigor, tudo
objetivando apresentar um entendimento melhor sobre o assunto em
tela.

1 CONCEITO DE BENS PÚBLICOS

Bens Públicos nos remete à ideia de que os entes públicos possuem
bens, sejam móveis, imóveis ou semoventes, sejam corpóreos ou
incorpóreos, como, neste caso, obras literárias ou artísticas. E é isso
mesmo.

Muitos gestores públicos, por não conhecerem a fundo este tema,
acabam por perder bens públicos, deixam de adquiri­los ou de lhes dar
a devida destinação, o que se perfaz em prejuízos e inúmeros
problemas na sua administração. Desta forma, o conhecimento sobre
este tema é de grande importância para qualquer Administrador
Público.

O Código Civil dedica um Capítulo especialmente para tratar sobre
bens públicos (arts. 98 a 103). E no artigo 98, de forma simples e
direta, assim conceitua bens públicos: “São públicos os bens do
domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem.”

Por sua vez, o eminente autor José dos Santos Carvalho Filho assim
conceitua bens públicos:

Bens públicos são todos aqueles que, de qualquer natureza e a qualquer
título, pertençam às pessoas jurídicas de direito público, sejam elas
federativas, como a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios, sejam da Administração descentralizada, como as
autarquias, nestas incluindo­se as fundações de direito público e as
associações públicas (CARVALHO FILHO, 2014, p. 1157).

1.1 PESSOAS A QUE PERTENCEM OS BENS PÚBLICOS

As pessoas jurídicas a que pertencem os bens públicos estão
relacionadas no artigo 41 do nosso Código Civil. São elas: a União; os
Estados, o Distrito Federal e os Territórios; os Municípios; as
autarquias (inclusive as associações públicas); as demais entidades de
caráter público criadas por lei.
É importante frisar que os bens públicos pertencem às Pessoas
Jurídicas e não aos órgãos. Assim, por mais que um bem, por exemplo,
esteja registrado no nome da Assembleia Legislativa, o bem pertence
ao Estado­membro; se estiver registrado em nome da Câmara
Municipal, o bem pertence ao Município respectivo.

A classificação dos bens públicos da seguinte forma: quanto à
titularidade; quanto à destinação e quanto à disponibilidade. No que
compete à titularidade, os bens públicos, podem ser classificados em
bens federais, bens estaduais e bens municipais:

No que trata sobre os bens federais são também denominados de bens
da União, possuindo uma relação bastante extensa de bens, conforme
consta na nossa Constituição Federal ­ CF, art. 20, transcrito a seguir:

São bens da União:

I ­ os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser
atribuídos;

II ­ as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação
e à preservação ambiental, definidas em lei;

III ­ os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países;
as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas,
as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art.
26, II;
V ­ os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica
exclusiva;

VI ­ o mar territorial;

VII ­ os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII ­ os potenciais de energia hidráulica;

IX ­ os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X ­ as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré­
históricos;

XI ­ as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Igualmente, nossa Constituição Federal de 1988, no seu art. 26,
relaciona os bens dos Estados, quais sejam: as águas superficiais ou
subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, com a ressalva
daquelas que se originem de obras da União; as áreas, nas ilhas
oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio; as ilhas fluviais e
lacustres não pertencentes à União; as terras devolutas não
compreendidas entre as da União.

Essa relação não é taxativa, pois ao Estado também pertencem outros
bens, como os prédios estaduais, a dívida ativa, os valores depositados
judicialmente para a Fazenda Estadual entre outros.

Uma observação importante quanto ao Distrito Federal, é que todos os
bens inerentes aos Estados e aos Municípios, a ele pertencem, pois que
tem formação sui generis, reunindo ambas as competências.

Os Municípios não foram contemplados com a partilha constitucional
de bens públicos. Todavia, é claro que há vários desses bens que lhes
pertencem. Como regra, as ruas, praças, jardins públicos, os
logradouros públicos pertencem ao Município. Integram­se entre seus
bens, da mesma forma, os edifícios públicos e os vários imóveis que
compõem seu patrimônio. E, por fim, os dinheiros públicos municipais,
os títulos de crédito e a dívida ativa também são bens municipais
(CARVALHO FILHO, 2014, p. 1162).

Assim, o Município, sendo possuidor de bens, goza dos mesmos
direitos e obrigações dos demais entes federativos, quanto ao uso e
gozo dos mesmos. Ele exerce um papel fundamental na nossa
Federação, pois é nele, basicamente, que tudo ocorre. Logo, sua
importância não pode jamais ser desprezada.

Quanto à destinação dos bens públicos, temos três tipos: Bens de uso
comum do povo; Bens de uso especial e Bens dominicais. São bens de
uso geral, que podem ser utilizados livremente por todos os indivíduos.

Conforme o art. 99 de nosso Código Civil, bens comuns do povo são os
mares, as praias, os rios, as estradas, as ruas as praças, os logradouros
públicos. Embora sejam de uso comum do povo, é válido ressaltar que
o Poder Público pode impedir, restringir ou regulamentar o seu uso,
conforme a necessidade e sempre para que atinja o bem comum da
sociedade.

Enquanto que os Bens de uso especial são aqueles utilizados pelo
Estado, nos quais são prestados serviços públicos, e a população tem
acesso a eles conforme necessitem dos serviços ali oferecidos.

Segundo Carvalho Filho (2014, p. 1164), são bens de uso especial: os
edifícios públicos, como as escolas e universidades, os hospitais, os
prédios do Executivo, Legislativo e judiciário, os quartéis e os demais
onde se situem repartições públicas; os cemitérios públicos; os
aeroportos; os museus; os mercados públicos; as terras reservadas aos
indígenas etc. Estão, ainda, nessa categoria, os veículos oficiais, os
navios militares e todos os demais bens móveis necessários às
atividades gerais da Administração, nesta incluindo­se a administração
autárquica, como passou a constar do Código Civil em vigor, artigo 99,
II.
Os bens de uso comum do povo e os bens de uso especiais são afetados
e, portanto, possuem a característica da desalienabilidade. Logo, não
podem ser vendidos, penhorados ou dados em garantia de dívida. Para
que isso ocorra, devem ser desafetados, o que somente ocorre por meio
de uma lei própria.

Segundo nosso Código Civil, art. 99, III, os bens dominicais também
são bens públicos, os quais constituem o patrimônio das pessoas
jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de
cada uma dessas entidades. Estes bens podem ser vendidos, devendo­
se observar apenas os ditames legais a seu respeito (art. 101, CC).

Esclarecendo melhor o tema, Carvalho Filho (2014, p. 1165) ensina que
são bens dominicais as terras sem destinação pública específica (entre
elas, as terras devolutas), os prédios públicos desativados, os bens
móveis inservíveis e a dívida ativa. Esses é que constituem objeto de
direito real ou pessoal das pessoas jurídicas de direito público.

No que compete a questão da disponibilidade, destaca­se três tipos, os
Bens indisponíveis por natureza, que são bens que não podem ser
alienados pelo Poder Público, dada a sua natureza não patrimonial. Os
bens de uso comum do povo se encaixam, em geral, nessa categoria.

Os Bens patrimoniais indisponíveis, que são bens que, embora
patrimoniais, também não podem ser alienados, pois neles se prestam
serviços públicos, a exemplo dos hospitais públicos e universidades,
que são bens de uso especial (WIKIPEDIA. ORG, 2016).

E, por fim os Bens patrimoniais disponíveis, que são os bens
dominicais. Podem ser alienados, desde que obedecidas as
determinações legais.

1.2 CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS
As características dos bens públicos são inalienabilidade,
impenhorabilidade, imprescritibilidade e não onerabilidade. Neste
sentido, a compreensão sobre a Inalienabilidade, são bens que não
podem ser vendidos enquanto preservarem esta característica,
chamada afetação, que somente pode ser alterada por Lei (art. 100 do
CC). Daí surge que a inalienabilidade pode ser de dois tipos: absoluta e
relativa.

Vale ressaltar que os bens públicos dominicais podem ser alienados,
observando­se apenas as exigências da lei respectiva. Os Bens de
Impenhorabilidade, são considerados os bens públicos não se sujeitam
à penhora para o pagamento de dívidas, seja com particulares ou outro
ente público ou privado. A cobrança de dívidas com os entes públicos é
feita em caráter especial, e são pagos através de precatórios. O artigo
100, caput, da CF/88 diz assim:

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal,
Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária,
far­se­ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para este fim.

Assim, a Imprescritibilidade compreende que são bens que não podem
ser obtidos por um particular através de usucapião, não importa
quanto tempo o particular utilize o bem (art. 183, § 3º, e art. 191,
parágrafo único, ambos da CF).

Enquanto que a não onerabilidade, não podem servir de garantia a um
credor, como nos casos de hipoteca e anticrese. Este tipo de negócio
somente pode ocorrer com os bens que podem ser alienados. O art.
1420 do CC diz assim: “Só aquele que pode alienar poderá empenhar,
hipotecar ou dar em anticrese; só os bens que se podem alienar
poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.”

2 DA CESSÃO DOS BENS PÚBLICOS
Os bens públicos municipais de uso especial podem ser utilizados por
particulares, de acordo com o interesse da Administração Pública. A
esta forma de utilização chama­se cessão e é estabelecida através de
ato administrativo e tem caráter de exclusividade (BERNARDI, 2011, p.
75).

O cessionário, por não ser dono, não pode consumi­los, destruí­lo ou
inutilizá­los, mas apenas fazer uso do mesmo, de forma a não dilapidar
o patrimônio público. São diversas as formas de uso destes bens por
particulares, quais sejam: autorização, permissão, concessão, cessão de
uso e concessão de direito real de uso, e que pode se dá de forma
onerosa ou mesmo gratuita, por tempo certo ou indeterminado, por
simples ato ou contrato administrativo.

Desta feita quando se trata da Autorização de Uso, trata­se da forma
de utilização pelo particular de um bem público em caráter precário,
que é concedido pelo poder público em caráter unilateral e
discricionário. A maneira de Autorização não requer maiores
formalidades, uma vez que é transitória e não gera obrigações contra o
Poder Público e nem privilégio para quem a recebe.

Para que exista, basta uma simples autorização por escrito. Como no
exemplo citado pelo eminente professor BERNARDI (2011, p. 75): “a
associação de moradores solicita à diretora da escola que ceda o
auditório, em determinado dia e hora, para a realização de uma
reunião”. Esta, atendendo ao pedido, expedirá um documento de
Autorização de Uso, informando os detalhes da autorização, como data,
horário e formas de utilização e responsabilização pelo particular, caso
venham a danificar algum móvel ou imóvel público, durante sua
utilização.

A permissão de uso é um ato administrativo com caráter negocial,
pelo qual a administração consente que o particular utilize
privativamente bem público, podendo ser gratuita ou onerosa para o
particular, por tempo certo ou indeterminado. Também é um ato
unilateral, discricionário e precário. Não depende de autorização
legislativa e nem de licitação.
No entanto, segundo Carvalho Filho (2014, p. 1193), “a licitação deve
entender­se necessária sempre que for possível e houver mais de um
interessado na utilização do bem, evitando­se favorecimentos ou
preterições ilegítimas.”

É formalizada através de um ato próprio, que fixe as condições, que
deverão ser respeitadas pelo permissionário, caso contrário, o uso não
será permitido. Sendo um ato unilateral, a permissão pode ser
revogada a qualquer tempo pela administração, sem que gere
indenização.

No entanto, como é um ato negocial, que se encontra entre a
autorização e a concessão, ela pode gerar direitos subjetivos que
poderão ser reivindicados pelo permissionário na justiça. É possível
que a legislação própria fixe formas e critérios para que o
permissionário possa ceder sua permissão para terceiros. Como
exemplo temos os pontos de comércio ambulante, feiras livres, feiras
de artesanato, bancas de revistas etc (BERNARDI, 2011, p. 76).

Quando se trata de Concessão de uso, trata­se de um contrato
administrativo entre o ente público e o particular, para que este possa
utilizar um bem público de forma privativa e com finalidade específica.
Possui caráter contratual permanente e também pode ser gratuito ou
oneroso, por tempo certo ou indeterminado. Como exemplo temos as
lojas em mercados municipais, shoppings públicos, terminais
rodoviários, entre outros (BERNARDI, 2011, p. 76).

A Concessão de uso apresenta alguns elementos que claramente a
diferencia da permissão e da autorização de uso, como a forma
jurídica: a concessão de uso é formalizada por contrato administrativo,
ao passo que a autorização e a permissão se formalizam por atos
administrativos. Outro aspecto de diferenciação é a bilateralidade da
concessão, enquanto que na permissão e autorização remonta o
aspecto da unilateralidade (CARVALHO FILHO, 2014, p. 1195).
BERNARDI (2011, p. 77) salienta que deve haver uma Lei que
estabeleça as normas da concessão, na qual são expressas as formas e
os critérios para que o bem seja cedido a terceiros. A concessão não é
um contrato precário ou discricionário, pois obedece a regras fixas, que
geram direitos e obrigações entre as partes, devendo sempre o
interesse público prevalecer.

Cessão de Uso uma medida gratuita de colaboração entre os entes da
Administração Pública, e ocorre quando a posse de um bem público é
transmitida de forma gratuita de um para outro órgão público, da
mesma pessoa jurídica ou de pessoa jurídica diversa, por tempo certo
ou indeterminado, e a utilização do bem deve se dar de acordo com
condições preestabelecidas no termo próprio da Cessão (BERNARDI
2011, p. 77).

Quando a cessão ocorrer entre órgãos da mesma pessoa jurídica não
precisará de autorização legislativa, por exemplo: entre órgãos de um
Município. Mas quando acontecer entre órgãos de esferas diferentes,
por exemplo, entre Município e Estado ou entre Estado e União, será
necessária uma lei emanada pelo ente cedente, autorizando a cessão.
Como é de regra, apenas a posse do bem passa de um órgão para outro,
enquanto o domínio continua com o órgão cedente.

Concessão de Direito Real de Uso é o contrato administrativo pelo qual
o Poder Público confere ao particular o direito real resolúvel de uso de
terreno público ou sobre o espaço aéreo que o recobre, para os fins que,
prévia e determinadamente, o justificaram. Essa forma de concessão é
regulada expressamente pelo Decreto­lei nº 2271, de 28.2.1967
(CARVALHO FILHO, 2014, p. 1197)

Entre os objetivos do instituto, cujo caráter é eminentemente social,
estão: a construção de moradias, regularização fundiária,
aproveitamento sustentável das várzeas, fins comerciais, industriais,
educacionais e agrícolas; a preservação das comunidades tradicionais e
seus meios de subsistência, entre outros, conforme art. 7º do citado
Decreto.

O direito oriundo da Concessão é transmissível por ato inter vivos ou
causa mortis (sucessão), sendo que os fins da concessão continuarão
os mesmos, e pode reverter ao ente que fez a concessão, caso não sejam
cumpridas as finalidades estabelecidas no contrato de concessão. “O
instrumento de formalização pode ser escritura pública ou termo
administrativo, devendo o direito real ser inscrito no competente
Registro de Imóveis” (CARVALHO FILHO, 2014, p. 1199, apud
MEIRELLES, p. 439).

3 DA ALIENAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS

A idéia de Alienação é toda transferência da propriedade de um bem,
seja de forma remunerada ou não. Sobretudo, “alienação de bens
públicos é a transferência de sua propriedade a terceiros, quando há
interesse público na transferência e desde que observadas às normas
legais pertinentes"(CARVALHO FILHO, 2014, p. 1211)

BERNARDI (2011, p. 78), cita as seguintes formas de alienação de bens
públicos: “venda, doação, dação em pagamento, permuta, investidura
ou alienação por investidura, legitimação de posse ou concessão de
domínio”.

A respeito das quais o art. 481 do nosso Código Civil, vem tratando
sobre a questão da Venda, direcionando que “pelo contrato de compra
e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa
coisa, e o outro, a pagar lhe certo preço em dinheiro”.

Observa­se que quando a venda for de imóvel, deve haver uma lei
autorizando o negócio e a avaliação, e se perfazerá mediante licitação.
Quando a venda for de bens móveis, ela deve ser realizada mediante
leilão.
Importante salientar que a venda de certos bens deve ser antecedida de
desafetação, que se dá através de lei, pois passarão, a partir daí, a se
enquadrarem como dominicais, por isso poderão ser alienados.

Nos imóveis de utilização comum do povo e de uso especial, a venda só
é possível após a desafetação, isto é, após ser realizado um ato que irá
desfazer o vínculo jurídico e, portanto, determinar o fim do direito
anterior de uso comum ou especial, por meio de Lei (BERNARDI, 2011,
p. 79).

Nossa Lei Civil, em seu artigo 538, considera doação como o contrato
em que uma pessoa, por liberalidade, transfere o seu patrimônio, bens
ou vantagens para outra. Também é um contrato civil.

A doação está na categoria de um contrato civil, não possuindo caráter
administrativo, e ocorre por liberalidade do doador e deve, para se
concretizar, ser aceito pelo donatário.

O doador pode estabelecer encargos ao donatário para que a
transferência da propriedade ocorra. Nesse caso, não é necessária a
licitação, porém deve haver uma lei autorizatoria – quando se tratar de
imóveis – a qual fixará ou não a contrapartida do donatário
(BERNARDI, 2011, p. 79).

Segundo o artigo 555 do nosso Código Civil, “a doação pode ser
revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo”.
Isso pode ocorrer, por exemplo, quando um ente da federação doa
equipamentos, móveis ou veículos para entidades assistenciais, e
depois verifica­se que não estão cumprindo com os deveres de
donatários a que se incumbiram.

Por seu turno, a Dação em Pagamento, através da qual “o credor
pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.” Feito
isso, “as relações entre as partes regular­se­ão pelas normas do
contrato de compra e venda.” (art. 366 e 367 do CC).
Assim em outras palavras, Dação em Pagamento é quando o credor
recebe do devedor uma coisa diversa para a quitação de uma dívida. A
Administração Pública pode, em vez de pagar a um credor determinada
importância em moeda corrente, dar em pagamento um bem de sua
propriedade, que pode ser um veículo ou um imóvel.

Como os demais institutos, a dação em pagamento exige também
alguns requisitos para que possa surtir efeito, os quais são: autorização
legal; avaliação prévia do bem público a ser transferido e demonstração
de interesse público na celebração desse tipo de acordo. Pela
particularidade do ajuste, e tendo em vista a determinação prévia do
credor, é desnecessário a licitação, já que o regime de competição nesta
hipótese é inviável (CARVALHO FILHO, 2014, p. 1217).

Outra forma de alienação dos bens públicos é a permuta, que ocorre
quando as partes entregam e recebem bens entre si. Estes bens não
precisam, necessariamente, ter o mesmo valor, e se não tiverem o
mesmo valor, as partes podem convencionar que a que recebeu o bem
de valor inferior, receberá uma contrapartida em dinheiro, ou seja, o
troco (BERNARDI, 2011, p. 80).

Já a Investidura ou alienação por investidura ocorre quando é
feita a incorporação de imóvel público lindeiro e inconstruível, de área
remanescente ou resultante de obra pública, por imóvel particular (Lei
8.666/93, art. 17, § 3º, I).

Essa condição se estabelece quando uma pequena faixa de determinado
imóvel público não pode ser utilizada individualmente para a
construção de um prédio, seja pelo seu tamanho, seja pelo seu formato.
Nesse caso, a compra do imóvel público remanescente é um direito do
confinante, ou seja, do proprietário do terreno fronteiriço (BERNARDI,
2011, p. 80).

Pelas características do instituto da investidura, não é exigida licitação,
porém os seguintes requisitos devem ser preenchidos: avaliação prévia;
Autorização legal e interesse público justificado.
Além disso, tem um caráter social em seu cerne, na medida em que
abre a possibilidade para o particular se utilizar de uma terra pública, a
qual não teria nenhuma serventia para a Administração. Assim
fazendo, aquele terreno adquirido por conta do instituto da
investidura, passa a atender um fim social.

Outra forma de alienação de bens públicos é a legitimação de posse
ou concessão de domínio, que objetiva conceder àquele que ocupa
terras públicas em área agrícola, para fins de moradia e de trabalho, o
título de domínio.

A legitimação de posse tem caráter eminentemente social e visa a
atender as pessoas que exercem atividade agrícola em terras públicas,
não com fins especulativos, mas sim a título de moradia e de trabalho.
Assim, satisfeitas as condições legais, e decorrido o prazo da licença de
ocupação, o interessado recebe o título de domínio (CARVALHO
FILHO, 2014, p. 1221, apud DI PIETRO, 2004, p. 381­382).

Destaque­se para esta questão que o Poder Público, ao reconhecer a
posse legítima do requerente, e confirmando que este preenche os
requisitos fixados em lei, reconhece sua posse e transfere a ele a
propriedade da respectiva área, a qual era integrante do patrimônio
público.

Importante salientar que, além de prevista na nossa Constituição
Federal (art. 188), a legitimação de posse também se encontra na Lei
6.383/1976, a qual ordena que primeiramente seja concedido ao
particular uma licença de ocupação, por um prazo máximo de quatro
anos, obedecendo a determinados critérios, que são: a) a extensão
máxima de 100 (cem) hectares; b) que nela o posseiro tenha morada
permanente; c) que o posseiro explore diretamente o cultivo da área,
por meio do trabalho seu e de sua família; e d) não seja proprietário
rural.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se entende melhor o tema ora discorrido, nosso olhar começa a
ver mais longe, como, por exemplo, passamos a notar que há muito
abuso na ocupação dos bens públicos pelos particulares, haja vista que
nosso poder público geralmente fiscaliza muito mal, o que dá ensejo a
incontáveis invasões dos espaços públicos, como as calçadas nas áreas
comerciais, onde os comerciantes colocam mesas, cadeiras, carrinhos
de vendas etc., sem qualquer autorização ou permissão de uso pelo
poder público respectivo.

Por outro lado, sabemos que o mau uso dos espaços públicos ocorre
principalmente por culpa da própria administração, que não tem um
bom planejamento, principalmente para suprir a necessidade do
terceiro setor.

Na questão de moradia, muitos terrenos públicos são invadidos,
principalmente os bens dominicais, também por falta de planejamento,
pois não é destinado a tempo, áreas de terra em forma de loteamentos
para o povo construir suas casas e nelas morar.

E, quando o governo assim o faz, não supre a demanda. A bem da
verdade, a Administração Pública tem agido mais de forma a remediar
os conflitos e as necessidades de moradia da população, do que fazer
um trabalho preventivo, que é o correto. Esse é um grande e grave
problema social que enfrentamos no Brasil.

Os prédios públicos que prestam serviços à população, ou seja, os bens
de uso especial, muitas vezes são mal aparelhados, não concluídos
devidamente ou construídos com materiais de baixa qualidade, o que
redunda em desperdício do dinheiro público e também na
desvalorização do patrimônio público. Acrescente­se a isso que a
população geralmente não pode contar com o conforto de um ambiente
limpo e aprazível, na hora que precisa.

Nossas estradas, ruas, avenidas, por exemplo, que são bens de uso
comum do povo, geralmente são mal planejadas e construídas também
com materiais de péssima qualidade, que não oferecem durabilidade,
somente retratam a maneira irresponsável que muitos gestores lidam
com os bens públicos, que chega a ser sem precedentes e não coaduna
de forma alguma com os ditames constitucionais previstos no art. 37,
caput, de nossa Carta Magna, principalmente no quesito “eficiência”.

É necessário que haja um grande debate com os gestores públicos do
Brasil, principalmente com os Prefeitos, Governadores e a Presidência
da República, com objetivo de discutir boas práticas de administração
pública e também de conhecer a maneira como algumas
administrações tem lidado com esses problemas e os tem vencido, ou
seja, como eles tem conseguido ir na contramão dessa triste realidade
brasileira, e conseguiram fazer uma boa gestão pública.

Bons conhecimentos e soluções precisam ser compartilhados.
Necessário é, portanto, disseminar as boas práticas através da
promoção de Fóruns, Feiras de Boas Práticas e também de Debates.
Sempre tendo um olhar para suprir as necessidades do nosso povo,
destinatário final e o motivo da existência de todo o aparato estatal.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Civil. Lei nº 10.406/2002 ­ DOU de 11.01.2002.
Disponível em Acesso em 12.02.2016.

______. Código de Processo Civil. Lei nº 5.869 de 11.01.1973 ­ DOU
de 17.1.1973. Disponível em Acesso em 15.01.2016.

______. Código Penal. Decreto­lei nº 2.848 de 07.12.1940 ­ DOU de
31.12.1940. Disponível em Acesso em 03.01.2016.

______. Constituição Federal ­ DOU de 05.10.1988. Disponível em
Acesso em 10.02.2016.

______. Lei das Concessões e Permissões. Lei nº 8987, de
13.02.1995. Disponível em Acesso em 05.02.2016.

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