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Indice
Introdução...........................................................................02
1. A Torá no tempo do Mashiach ......................................04
2. O Mashiach e Torat Moshê..............................................11
3. O Mashiach e a tradição religiosa...................................18
4. O Mashiach e a Torá na derashá al Haar [do monte].....25
5. O Mashiach e o Shabat...................................................32
6. A Morte do Mashiach e a Torá......................................39
7. Mashiach, o objetivo da Torá...........................................46
8. A Torá e a Lei do Mashiach.............................................53
9. O Mashiach, a Torá e a HaBesorá..................................60
10. O Mashiach, a Torá e as alianças..................................67
11. Os Emissários e a Torá..................................................74
12. A congregação do Mashiach e a Torá.........................81
13. O Reino do Maschiach e a Torá......................................88
Glossário.............................................................................95
2 O Mashiach e a Torá
Introdução
Torá e o amor
“Desde o início do grande conflito no Céu, tem sido o intento de Ha-satan subverter
a Torá dada pelo Eterno” (O Grande Conflito, p. 582 Adaptado).
Por quê? Porque a Torá, como fundamento do governo de HaShem, expressa a inte-
gridade moral do Universo, e destruir a Torá seria arruinar a ordem moral da própria criação.
Se não existisse nenhum deus, e não existisse vida, o Universo seria amoral.
Não imoral, como tendo mau comportamento, mas amoral, não tendo moralidade,
porque nada nele, como as rochas sem vida se deslocando pelo Universo, poderia mani-
festar qualidades morais.
No entanto, D-s existe, e os seres humanos também, e fomos criados como seres
morais com a capacidade de dar e receber amor. No entanto, para que esse amor exista, a
liberdade moral deve existir, porque o amor é um conceito moral que não poderia surgir em
um Universo amoral, composto de apenas rochas e espaço frio.
Moralidade significa a capacidade de escolher o certo ou errado, o bom ou mau.
Para que o Universo seja moral, para que seja possível a existência do bem ou do mal, do
certo ou errado, só existe uma forma: a existência de uma lei [Torá] que defina o certo e o
errado.
É pecado ter cabelo vermelho? Não. Por que não? Porque a Torá não proíbe cabelo
vermelho. Moralidade sem a Torá é tão impossível quanto o pensamento sem mente.
O amor não pode existir sem liberdade moral. E a liberdade moral não pode existir
sem Torá. A base do amor é a liberdade, e a base da liberdade é a Torá. Assim, a essência
do governo de D-s, o fundamento desse governo de amor, é Sua Torá. Por isso, Ha-satan
deseja “subverter a Torá dada pelo Eterno.” O ataque à Torá é um ataque ao caráter do
Mashiach e à ordem moral da criação.
A ligação entre nosso D-s amoroso e a observância de Suas Mitzvot é muito forte (I João
5:3). Pelo menos para os seres criados, a moralidade se fundamenta na Torá moral de
HaShem.
O Autor das lições deste trimestre é Keith Augustus Burton, professor na Universida-
de Oakwood, USA.
Notas:
1. Este guia de estudo é uma versão adaptada das lições da Escola Sabatina
ao contexto judaico-adventista. É usada pelos membros da Beth Bnei Tsion de Flo-
rianópolis [Congregação judaico-adventista] como auxiliar ao estudo semanal. Visa
apenas tornar a linguagem mais acessível a esse contexto. Nenhuma mudança no
conteúdo é realizada. Apenas adaptações linguísticas.
2. A versão bíblica adotada nesta lição adaptada é a Bíblia Judaica Completa.
3. Nos rodapés de cada dia encontram-se referências para leituras de estudo
para as Parashiot, leitura anual da Bíblia e RPSP. Não referem-se ao tema da lição
Beth Midrash.
4. O horário de acendimento das velas, pôr do sol e Havdalá tem por referên-
cia Florianópolis, SC.
5. As indicações para festas encontram-se junto aos cabeçalhos.
VERSO PARA MEMORIZAR: “Pois todas as vezes que os gentios, que não tem a
Torá, fazem naturalmente o que a Torá requer, esses apesar de não terem a torá, são
a Torá para si mesmos!” Romanos 2:14
Leituras da semana: Lucas 2:1-15, Heb. 10:28, Devarim [Deut.] 17:2-6, Vayikrá [Lev.]
1:1-9, Lucas 14:1-6, Tiago 2:8-12
4 O Mashiach e a Torá
domingo, 30 de março [ יום ראשוןYom Rishon 28 Sivan 5774]
Lei Romana
1. Leia Lucas 2:1-5. De que forma Yosef e Myriam interagiram com o poder político?
Que lições podemos aprender com isso?
2. Leia Mateus 26:59-61; Hebreus 10:28; Devarim 17:2-6. Que princípio importante é
visto nesses textos? O que isso nos diz a respeito dos conceitos bíblicos de justiça e igual-
dade?
Leia algumas leis civis encontradas nos primeiros livros da Bíblia. Algumas des-
sas leis não nos parecem estranhas? Veja, por exemplo, Devarim 21. Considerando que
HaShem é o autor dessas leis, o que isso nos diz sobre a confiança que devemos ter nEle
em todas as coisas, principalmente naquilo que não compreendemos completamente?
6 O Mashiach e a Torá
terça, 1 de abril [ יום שלישיYom Shlishi 1 de Nissan 5774]
Além das leis civis de Yisra’el, havia também o que é geralmente chamado de “lei
cerimonial” Torat Moshê: corbanot Essa lei estava centralizada no Mishcan e em seus ri-
tuais, os quais foram projetados para ensinar aos filhos de Yisra’el o plano da salvação e
apontar para eles o Mashiach que viria. Nas passagens da Torá acima, por duas vezes é
mencionado que a Kaparah seria feita por intermédio dessas cerimônias. Essas leis foram
consideradas “miniprofecias” do Mashiach e Sua obra expiatória pelos pecados do povo.
“A Torat Moshê: Corbanot foi dada pelo Mashiach. Mesmo depois que ela não mais
devia ser observada, Sha’ul a apresentou aos judeus em sua verdadeira posição e valor,
mostrando seu lugar no plano da redenção e sua relação com a obra do Mashiach. E o
grande emissário declara gloriosa essa lei, digna de seu divino Autor. O serviço solene
do Mishcan tipificava as grandiosas verdades que seriam reveladas durante gerações su-
cessivas. [ ... ] Assim, através de séculos e séculos de trevas e apostasia, a confiança se
conservou viva no coração dos homens até chegar o tempo para o advento do Mashiach
prometido” (Patriarcas e Profetas, p. 367 adaptado).
Instituído por Yeshua, o sistema de corbanot foi concebido para funcionar apenas
como um tipo, um símbolo de uma realidade futura: a vinda de Yeshua, Sua morte e minis-
tério como Cohen. Uma vez que Ele completasse Sua obra na Terra, esse antigo sistema,
com seus Corbanot, rituais já não seria necessário (Hebreus 9:9-12).
Embora já não observemos os corbanot da torat Moshê, ao estudá-la, podemos reu-
nir ideias sobre o plano da salvação.
No centro do serviço do Mishcan santuário estava o corban, que apontava para a
morte de Yeshua. Por que nossa salvação depende da Sua morte em nosso favor? O que
isso diz sobre o custo do pecado?
Halachá
Além da Torat Moshê, os judeus da época de Yeshua também estavam familiariza-
dos com a lei dos rabanim. Estes eram o braço acadêmico dos p’rushim, e assumiam a
responsabilidade de garantir que a Torat Moshê permanecesse relevante para o povo. Os
rabanim contaram 613 mitzvot na Torá (incluindo 39 relacionadas ao shabat). Eles usavam
essas mitzvot como base para sua legislação e complementavam as Torá escrita com uma
Torá oral que consistia em interpretações dos principais rabanim.
A torá oral é conhecida como halachá, que significa “caminhar”. Os rabanim consi-
deravam que, se o povo seguisse suas numerosas halachoth, eles iriam andar no caminho
das 613 principais mitzvot. Embora tenham surgido como Torá oral, as halachoth rabínicas
foram organizadas e registradas em forma de livro. Algumas das interpretações da época
de Yeshua sobreviveram em comentários conhecidos como Midrash, enquanto outras es-
tão registradas em uma coleção de leis chamada Mishná.
4. Leia Lucas 14:1-6; João 9. Embora Yeshua tenha sido acusado de transgredir o
shabat com Seus milagres de cura, será que o Tanach considerava pecado curar no dia
de shabat? Como podemos evitar os erros de interpretação enquanto procuramos “andar
fielmente no caminho”?
Embora seja fácil ridicularizar muitas dessas mitzvot contidas na torá oral, especial-
mente porque elas foram usadas contra Yeshua, a falha estava mais na atitude dos líderes,
não nas mitzvot. Ainda que cumpridas, muitas vezes, de maneira legalista, as halakoth fo-
ram feitas para ser muito espirituais, infundindo um elemento espiritual nas atividades mais
rotineiras, dando-lhes um significado religioso.
Como podemos dar um significado religioso às mais corriqueiras atividadesde nossa vida?
8 O Mashiach e a Torá
quinta, 3 de abril [ יום חמישיYom Ḥamishi 3 Nissan 5774]
Os escritores da HaBesora da B´rit Hadashá reconheciam o propósito dos Asseret
Hadibrot para o Povo de Deus. Algumas das lições deste trimestre falarão sobre a maneira
pela qual O Mashiach interagiu com outros sistemas de leis do Seu tempo. No entanto, a
ênfase principal será Sua relação com Asseret Hadibrot, conhecidos como dez mandamen-
tos, a “lei moral”.
Estudo adicional
Leia de Ellen White,TI, v. 1, p. 201-204: “Prestar Juramento.”
“Se Adam não tivesse transgredido a mitzvá dada por D-s, nunca teria sido instituída
a Torat Moshê. HaBesorá foi primeiramente dado a Adam na declaração que lhe foi feita, de
que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente; e foi transmitido através de sucessi-
vas gerações a Noach, Avraham e Moshê. O conhecimento da Torá dada pelo Eterno e do
plano da salvação foi comunicado a Adam e Havah pelo próprio Mashiach. Entesouraram
cuidadosamente a importante lição, transmitindo-a verbalmente aos filhos e aos filhos dos
filhos. Assim foi preservado o conhecimento da Torá” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 230
Adaptado).
1. Antes de Moshê escrever a Torá, os egípcios e babilônios tinham leis civis que
eram, em alguns casos, semelhantes às leis de Deus. Até mesmo as sociedades ateístas
têm leis que protegem o povo e as propriedades. A lei geralmente é fundamentada em
conceitos morais; a lei deve levar as pessoas a evitar o mal e a praticar o bem. Onde as
sociedades obtêm esse senso do bem e do mal?
3. Falamos sobre diversas leis: Lei da gravidade, lei do movimento, leis internacio-
nais, Constituição Federal e legislação tributária. O que todas essas leis têm em comum?
No que elas diferem? Quais são as consequências da violação dessas leis? Quais são os
benefícios de se cooperar com elas? Como os princípios dessas leis nos ajudam a enten-
der o propósito do Asseret Hadibrot em relação à vida daqueles que aceitam Yeshua como
Mashiach?
4. Como evitar, em nossos dias, sobrecarregar a Torá com regras que não foram
planejadas por HaShem? Por que é fácil cometer esse erro, ainda que estejamos bem-in-
tencionados?
10 O Mashiach e a Torá
Lição 2 6 a 12 de abril [6 a 12 Nissan]
Leituras da semana: Lucas 2:21-24; Shemot 13:2, 12; Lucas 2:41-52; Mateus 17:24-
27; João 8:1-11; Devarim 22:23-24
A Bíblia é clara ao dizer que Myriam era virgem quando foi escolhida para ser a
mãe de Yeshua (Lucas 1:27). Então, Yeshua foi o primeiro filho que “abriu seu ventre”. De
acordo com Shemot 13, todo primogênito entre os filhos de Yisra’el (de animal ou humano)
devia ser dedicado[Hanucá] ao Eterno. A lei também determinava em Vayikrá 12:2-5 que,
após o nascimento de um menino, a mulher ficava impura por 40 dias (80 dias se fosse
menina). No fim desse período, ela devia se apresentar ao Cohen e oferecer um Corban.
Como judeus piedosos, Myriam e Yosef cumpriram meticulosamente as obrigações da Torá
e garantiram que o Filho de D-s levasse as marcas da aliança.
12 O Mashiach e a Torá
segunda, 7 de abril [ יום שניYom Sheni 7 Nissan 5774]
2. Quantas vezes Yeshua celebrou a Pêssach? Lucas 2:41-43; João 2:13-23; Matti-
tyachu [Mateus] 26:17-20
Cinquenta dias após a Pêssach ocorre Shavuot, muitas vezes referida pelo seu nome gre-
go, Pentecostes. Embora as Escrituras não apresentem uma razão para o Shavuot os raba-
nim acreditavam que o festival comemora a entrega da Torá a Moshê. Não há registro nos
relatos dos livros da HaBesorá de que Yeshua Celebrou Shavuot. No entanto, antes de Sua
ascensão Ele aconselhou Seus Talmidim a esperar em Yerushalayim para serem imersos
pelo Ruach Elohim (Atos 1:4, 5). Esse evento realmente ocorreu em Shavuot (Atos 2:1-4).
O último período de festas do ano civil judaico é o Sucot e o Yom Kipur. O Yom Kipur
representava o dia em que o pecado era purificado do acampamento e o povo estava em
harmonia com o Eterno. Sucot comemora o tempo em que Yisra’el teve que viver em tendas
no deserto.
Além das festas da Torá, temos dois festivais que comemoram a intervenção histó-
rica de HaShem. O primeiro é Purim, que marca o livramento do povo judeu do genocídio,
quando Ester apelou ao rei persa. O segundo é Hanucá, também conhecido como a Festa
da Dedicação (João 10:22), que celebra a vitória dos macabeus sobre os gregos em 164
(aec)
Os Corbanot das festas bíblicas foram eliminadas há muito tempo, pois encontraram
seu cumprimento no Mashiach. Ainda comemoramos as festas e podemos aprender muito
ao estudá-las e considerar as mensagens que elas contêm, porque todas elas ensinam
lições sobre a divina graça salvadora e Seu poder para libertar.
O que podemos fazer para manter diante de nós a realidade de HaShem, o que Ele
fez por nós e o que Ele nos pede?
e. Por quantos dias os pais de Yeshua não conseguiram encontrá-Lo? Que lembran-
ça isso traz a você?
d. Embora Yeshua fosse uma criança obediente, Sua resposta aos pais parece ter
sido quase uma repreensão. Que ponto importante essa resposta contém? O que isso nos
diz sobre o que deve ter prioridade em nossa vida?
Leia Lucas 2:51. O que significa a submissão de Yeshua? Como esse verso nos dá
ainda mais compreensão sobre a condescendência de HaShem para nossa salvação? O
que isso nos ensina sobre a necessidade de submissão na hora e no lugar certos?
14 O Mashiach e a Torá
quarta, 9 de abril [ יום רביעיYom Reviʻi 9 Nissan 5774]
4. Leia Mateus 17:24-27. O que Yeshua quis dizer quando declarou: “[ ... ] para que
não os escandalizemos”? Qual princípio contido nessas palavras devemos aplicar em nos-
sa vida?
Parece que os coletores de impostos do Beit HaMiqdash viajavam por todas as pro-
víncias para assegurar que todo homem cumprisse sua obrigação legal. A resposta inicial
de Kefa aos cobradores de impostos dá a impressão de que Yeshua pagava regularmente
Seus impostos (Mateus 17:24, 25). No entanto, como Filho de D-s, Yeshua parece ques-
tionar a cobrança do imposto para a manutenção da casa de Seu Pai. Ele não deveria ser
isento?
“Se Yeshua houvesse pago o tributo sem protestar, teria, virtualmente, reconhecido a
justiça da reivindicação [de que Ele devia pagar], tendo assim negado Sua divindade. Mas
ao passo que viu ser bom satisfazer à exigência, negou o direito sobre o qual ela estava
fundamentada. Provendo o necessário para pagamento do tributo, Ele deu o testemunho
de Seu caráter divino. Foi demonstrado que Ele era um com o Eterno e, portanto, não Se
achava sob tributo, como um simples súdito do reino” (O Desejado de Todas as Nações, p.
434 adaptado).
No entanto, Yeshua escolheu sujeitar-Se às autoridades e ordenou que Kefa tirasse
a moeda para o imposto da boca do primeiro peixe que ele pegasse. O sido na boca do
peixe foi suficiente para pagar o imposto de Yeshua e Kefa.
Yeshua pagou o imposto do Beit HaMiqdash, mesmo sabendo que aquela magnífica
estrutura em breve seria destruída (Mateus 24:1, 2). O que isso deve nos dizer sobre nossa
obrigação de ser fiel nos dízimos e ofertas, independentemente dos problemas que cremos
que existam?
5. Como, então, devemos entender João 8:1-11 e Mateus 19:1-9, à luz de Devarim
22:23, 24 e 24:1-4?
Alguns dos p’rushim estavam sempre tentando expor Yeshua como um transgressor
da Torá (leia, por exemplo, João 8:6). Quando apresentaram a Ele a mulher apanhada no
ato de adultério, colocaram a seguinte questão: “A Torá nos mandou que tais mulheres se-
jam apedrejadas; Tu, pois, que dizes?” (João 8:5). Curiosamente, Yeshua não respondeu
diretamente à pergunta. Na verdade, Ele confirmou a Torá com Sua resposta: “Aquele que
dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra” (João 8:7). Ele não disse
que ela não deveria ser apedrejada, mas simplesmente obrigou esses homens a pensar
em suas próprias transgressões da torá. Mesmo a liberação da mulher estava em harmonia
com a Torát Moshê, porque ninguém ficou para apontar um dedo acusador, e pelo menos
duas testemunhas eram necessárias para administrar a justiça (Devarim17:6).
No incidente sobre divórcio e novo casamento, Yeshua parece contradizer a Torá
com Sua insistência em afirmar que originalmente não havia fundamento para o divór-
cio (Mateus 19:4-6). Quando os p’rushim mencionaram a Mitzvah de Moshê em Devarim
24:1-4, Yeshua colocou tudo na devida perspectiva. Em nenhuma parte Moshê ordenou o
divórcio. No entanto, por causa da obstinação do povo, Moshê estabeleceu uma “tolerân-
cia” para o divórcio (Mateus 19:8). Assim, vemos que, mesmo quando Yeshua avaliou uma
mitzvá de Moshê, Ele não a desprezou. Yeshua era um judeu fiel em todos os sentidos,
obedecendo à Torat Moshê.
Como podemos equilibrar justiça e graça para os que caem em pecado? Se é inevi-
tável errar, seria melhor errar ao lado da justiça ou da misericórdia? Por quê?
16 O Mashiach e a Torá
sexta, 11 de abril [ יום שישיYom Shishi 11 Nissan 5774]
Estudo adicional
Leia, O Desejado de Todas as Nações, p. 447-454: “Na Festa dos Tabernáculos”; p.
455-462: “Por Entre Laços”
“Três vezes por ano era exigido dos judeus que se reunissem em Yerushalayim
para fins religiosos. Envolto na coluna de nuvem, o invisível Guia de Yisra’el havia dado
instruções quanto a essas reuniões. Durante o cativeiro dos judeus, elas não puderam ser
observadas; [ ... ] Era desígnio de D-s que esses aniversários O trouxessem à mente do
povo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 447).
“Era natural que os pais de Yeshua O considerassem seu filho, pois Ele estava dia-
riamente com eles. Em muitos aspectos, Sua vida era como a das outras crianças. Era
difícil para os pais compreender que Ele era o Filho de D-s. Estavam em risco de deixar de
reconhecer a benção concedida a eles pela presença do Redentor do mundo. A aflição de
sua separação dEle, e a branda reprovação contida em Suas palavras, tinham o objetivo de
impressioná-los quanto à santidade do que lhes fora confiado” (Ellen G. White, O Desejado
de Todas as Nações, p. 81).
1. Embora Yeshua tivesse estabelecido essas mitzvot, quando Ele assumiu a huma-
nidade, submeteu-Se a elas. O que isso nos diz sobre o caráter de HaShem?
2. Tente se colocar no lugar de Yosef e Myriam. É de admirar que eles não entendes-
sem plenamente todos os aspectos que envolviam Yeshua? Não há muitas coisas sobre
Yeshua que nós também não entendemos? Como podemos aprender a confiar e a obede-
cer, apesar das muitas coisas que não entendemos?
VERSO PARA MEMORIZAR: “ Essas pessoas me honram com seus lábios, mas seu
coração está muito longe de mim. O fato de me adorarem é inútil; porque ensinam
regras inventadas por homens como se fossem minhas.” (Mateus 15:8-9).
Leituras da semana: Mat. 23:1-7, Mat. 15:1-6, Isa. 29:13, Mat. 5:17-20, Rom. 10:3.
Pêssach [PÁSCOA JUDAICA]
Parashá 30 םישדקKEDOSHIM [SANTOS]: Vayikra 19.1 - 20.27
Haftará: Amós 9.7-15; Ez 22.1-19
B’rit Hadashá: Mt. 5.33-37; 5.43-48; 15.1-11; 19.16-30; 22.33-40; Marcos 7.1-23;
12.28-34; Lucas 10.25-39; Romanos 13.8-10; Gálatas 5.13-26; Tg 2.1-9; 1Pe. 1.13-21;
Hb 9.11-28
Tehilim [Salmo] 15
John Wesley, sugeriu que uma pessoa religiosa é influenciada por quatro fatores:
confiança, razão, Escrituras e tradição. No entanto, Ele não quis dizer que todos os quatro
aspectos tenham igual autoridade. Ele reconheceu que a Bíblia é fundamental, mas tam-
bém reconheceu que a confiança, a capacidade de raciocinar e a tradição religiosa afetam
a maneira pela qual a Bíblia é interpretada.
Muitos teólogos modernos dão mais valor à razão, à tradição ou à opinião pessoal
do que ao claro ensino das Escrituras.
A lição desta semana estuda as tradições religiosas sobre as quais os Soferim e
p’rushim fundamentavam muitos dos seus ensinamentos. Os sábios rabanim que original-
mente escreveram essas tradições respeitavam muito as Escrituras e não tinham intenção
de que essas tradições fossem elevadas à condição de Palavra de D-s.
No entanto, alguns de seus zelosos discípulos confundiram o método com a mensa-
gem e, com isso, deslocaram o foco da divina revelação escrita para a tradição humana.
18 O Mashiach e a Torá
domingo, 13 de abril [ יום ראשוןYom Rishon 13 Nissan 5774]
Cadeira de Moshê
Embora os Soferim e p’rushim pareçam ser dois grupos distintos, que simplesmente
foram colocados no mesmo conjunto, os Soferim provavelmente fossem um subgrupo dos
p’rushim (Atos 23:9). Os p’rushim se tornaram um grupo notável durante o tempo do Impé-
rio Grego. Acredita-se que fossem os remanescentes de uma seita judaica piedosa, conhe-
cida como Chasidim, que ajudaram a combater na revolta dos Macabeus contra a Grécia.
O título p’rush [fariseu] é derivado do hebraico paras, que significa “separar”. Numa
época em que muitos judeus haviam se tornado muito influenciados pelas culturas pagãs,
os p’rushim entenderam que seu dever era garantir que a lei fosse ensinada a todos os ho-
mens judeus. Para realizar essa tarefa, eles estabeleceram a função do rabbi, que significa
literalmente “meu grande” ou “meu professor”.
Ao dizer que “na cadeira de Moshê, se assentaram os Soferim e os p’rushim”, Yeshua
reconheceu a posição deles como mestres do povo (Mateus 23:2, 3). Afinal, pelo menos
eles tinham assumido a responsabilidade de assegurar que o povo fosse instruído no cami-
nho da torá.
1. Leia Matityahu [Mateus] 23:1-7. Qual foi um dos maiores problemas de Yeshua
com os Soferim e p’rushim?
A maioria das referências aos Soferim e p’rushim na B’rit Hadashá é negativa. Con-
siderando a cumplicidade que muitos deles tiveram na morte de Yeshua e na perseguição
aos Seus talmidim, esse negativismo foi bem merecido Membros desses grupos pareciam
estar à espreita nas esquinas e se escondendo atrás das árvores, esperando que as pes-
soas cometessem erros, para que eles pudessem aplicar a torá contra elas. Essa imagem
do p’rushim é tão frequente nas Escrituras que essa palavra geralmente é usada como
sinónimo de legalista. Ao considerar atentamente esse texto, descobrimos que o grande
problema de Yeshua com os p’rushim não era seu desejo de que os outros guardassem a
Torat Moshê, mas o fato de que eles não a estavam guardando. Eles eram hipócritas, pois
diziam uma coisa, mas faziam outra, e até mesmo quando faziam as coisas certas, faziam
isso pelas razões erradas.
Leia novamente o que Yeshua disse sobre os Soferim e p’rushim. Será que temos as
mesmas atitudes dos p’rushim? O que precisamos mudar?
2. Leia Mateus 15:1-6. Qual foi a controvérsia nesse episódio? Qual erro Yeshua
procurou corrigir?
Na lição um, aprendemos que a leis rabínicas eram chamadas halachá, cujo signifi-
cado é “caminhar”. Os rabanim consideravam que, se uma pessoa andasse nos caminhos
das leis menores, acabariam cumprindo as leis mais importantes.
No entanto, em algum lugar ao longo do caminho, as leis menores começaram a assumir
maior status, e depois de um tempo ficou difícil distinguir o que era tradicional do que era
bíblico.
Não parece que Yeshua tivesse problema com a existência das regras dos p’rushim.
Para Yeshua, o problema era a elevação dessas regras à condição de “doutrina”. Nenhum
ser humano tem o poder de criar restrições religiosas e elevá-las ao nível de mitzvá de
HaShem. Mas isso não quer dizer que os que acreditam que Yeshua é o Mashiach estejam
proibidos de criar regulamentos que ajudem a governar o comportamento da comunidade.
A instrução prática poderia ajudar muito as pessoas na observância da Torá. No en-
tanto, jamais se deve permitir que a instrução assuma o lugar da própria Torá.
Quais regras, tradições e costumes da nossa congregação nos ajudam a viver com
mais fidelidade e obediência à Torá? Anote-os e comente na Beth Midrash LeShabat. Qual
é o papel dessas regras na sua comunidade de fé?
20 O Mashiach e a Torá
terça, 15 de abril [ יום שלישיYom Shlishi 15 Nissan 5774]
3. Leia novamente Mateus 15:1, 2. Em qual texto da Torá essa tradição estava fun-
damentada? Que lição podemos aprender com isso? Leia também Marcos 7:3, 4; Mt 15:11
Somos levados a procurar um texto bíblico que ordene: “Tu deves realizar o n´tila-
t-yadayim antes de comer”. No entanto, essa ordem não teria surpreendido os Soferim e
p’rushim quando alguns confrontaram Yeshua, porque eles deixaram claro que os talmidim
não estavam transgredindo a Torá, mas a “tradição dos sábios”. A intensidade com que eles
fizeram a pergunta faz parecer que, para os p’rushim, essa era uma grave transgressão
religiosa.
Os profissionais de saúde e os pais provavelmente gostariam de dar uma justificativa
higiênica ou psicológica para a aparente compulsão obsessiva dos p’rushim com o ato de
lavar as mãos. No entanto, estudiosos acreditam que a questão fosse realmente a impu-
reza cerimonial de não fazer a b´rachá do n´tilat-yadayim. Aparentemente, a preocupação
dos p’rushim era que, enquanto as pessoas realizavam suas tarefas diárias, tocariam em
coisas que haviam sido contaminadas. Consequentemente, se comessem sem lavar as
mãos, seriam contaminadas cerimonialmente ao tocar no alimento.
Visto que eles acusaram os talmidim de Yeshua, podemos concluir que o próprio
Yeshua não transgrediu essa bem conhecida tradição (Marcos 7:3). No entanto, Ele sabia
muito bem que a maior preocupação dos p’rushim estava nas coisas secundárias.
Leia Yesha’yahu [Isaías] 29:13. Que princípios bíblicos importantes são revelados
nessa passagem? Por que é tão importante nos lembrarmos deles?
22 O Mashiach e a Torá
quinta, 17 de abril [ יום חמישיYom Ḥamishi 17 Nissan 5774]
Se lido isoladamente, Mateus 5:20 poderia ser visto como um convite para exceder
o zelo de alguns p’rushim, isto é, fazer o que eles faziam, de modo mais intenso.
Mas era isso que Yeshua estava dizendo? Felizmente, a resposta a essa pergunta
está ao nosso alcance. A lição de ontem mostrou que era comum os Soferim e p’rushim ele-
varem as regras da tradição acima da Torá. Yeshua precisou dizer-lhes que as suas ações
na realidade invalidavam a clara Palavra de HaShem. A lição de segunda-feira também
mencionou que, embora os Soferim e p’rushim provavelmente tivessem bom conteúdo em
seu ensino, muitos deles viviam de maneira hipócrita.
Nesse cenário, não é difícil perceber o verdadeiro sentimento por trás da declaração
de Yeshua. Ele poderia muito bem estar se referindo àquilo sobre o que havia advertido
em outra ocasião: “Portanto quem desobedecer à menor dessas mitzvot e ensinar outras
pessoas a agirem da mesma forma será chamado ‘menor’ no Olam Habá.” (Mt 5:19). Os
p’rushim estavam tão concentrados nas mitzvot de origem humana que transgrediam aber-
tamente as mitzvot de D-s. A justiça deles estava fundamentada em seus próprios esforços
e, como tal, era defeituosa. Muito tempo antes, Yesha’yahu havia declarado que a justiça
humana não passa de “trapos de menstruação [trapo da imundícia]” (Yesha’yahu [Isaías]
64:6).
O tipo de justiça que Yeshua promove começa no coração. No incidente relacionado
à tradição de fazer n´tilat-yadayim, Ele apontou o erro dos p’rushim citando Yesha’yahu
[Isaías] 29:13: “Essas pessoas [ ... ] se aproximam de mim com palavras vazias, a honra
que me conferem não é verdadeira; pois, de fato, mantêm o coração longe de mim.” A jus-
tiça que D-s procura é mais profunda do que a ação visível.
Yeshua pede uma justiça que exceda aquela que os p’rushim julgavam possuir. A
justiça que conta não é obtida mediante a execução de cada item de uma lista de tare-
fas. Podemos alcançá-la somente quando exercemos confiança em Yeshua HaMashiach
e suplicamos Sua justiça sobre nós. É uma justiça que provém de uma entrega total de si
mesmo e da intensa percepção de que precisamos de Yeshua como nosso Substituto e
Exemplo.
Leia Romanos 10:3. Como esse texto nos ajuda a ver o que significa a verdadeira
justiça?
3. Pense na ordem do Sidur no Shacharit da Beth Bnei Tsion [BBTs]. Por que ela
adota essa ordem específica? Qual é o significado de cada item na liturgia (por exemplo,
MaTovu, Barechu, Keriat Shemá, etc.)? Que aspectos do Shacharit revelam quanto a tra-
dição está entrelaçada à nossa fé? Pelo simples fato de ser tradição, significa que algo é
ruim?
24 O Mashiach e a Torá
Lição 4 20 a 26 de abril [18 a 25 Nissan]
VERSO PARA MEMORIZAR: “Não pensem que vim abolir a Torá ou os profetas. Não
vim abolir, mas completar. Sim, é verdade! Digo a vocês: até que os céus e a terra
passem, nem mesmo um [ יYod] ou um traço da Torá passará - não até que todas as
coisas que precisam acontecer tenham ocorrido.” (Mateus 5:17, 18).
Leituras da semana: Mat. 5:17-20, Lucas 16:16, Mat. 5:21-32, Rom. 7:24, Mat. 5:33-
37, 5:38-48.
Quando a maioria das pessoas pensa sobre a Derashá al Haar, pensa automatica-
mente nas “bem-aventuranças” (Mateus 5:1-12). No entanto, a Derashá al Haar abrange
três capítulos, que foram divididos em quatro seções. As “bem-aventuranças” constituem
apenas a primeira seção. Na segunda seção, Yeshua compara os religiosos à luz e ao sal
(Mateus 5:13-16). Na terceira, Mateus 5:17-48, Yeshua nos dá uma nova e mais profunda
perspectiva sobre a Torá. A quarta seção é a mais longa, Mateus 6:1-7:23, na qual Yeshua
apresenta um claro ensino sobre o comportamento religioso. A Derashá al Haar termina
com a midrash [parábola] dos dois construtores, um sábio e outro tolo (Mt 7:24-27), que
enfatiza a importância da obediência ao que D-s nos chama a fazer.
Nesta semana, examinaremos a terceira seção, Mateus 5:17-48, para descobrir o
que ela nos ensina sobre a Torá.
Yeshua começou essa seção afirmando que não veio para abolir “a Torá ou Neviim”
(Mateus 5:17). Embora não haja nenhuma referência a isso, muitos veem essa expressão
como uma fórmula convencionada para representar todo o Tanach (leia também Mateus
7:12; 11:13; 22:40; Lucas 16:16; At 13:15; 24:14; Rm 3:21).
A despeito do que Seus adversários alegavam, Yeshua não atacou o próprio livro
que revelava a vontade de Seu Pai. Em vez disso, Seu objetivo era “completar [cumprir]” a
Torá e a Neviim, não revogá-los.
A palavra usada para “cumprir” (plero) significa literalmente “encher completamente”
ou “completar”. Ela tem o sentido de “encher até a borda”. Há duas maneiras de entender a
palavra “completar”. Uma delas é colocar a ênfase em Yeshua como sendo o cumprimento
das Escrituras (por exemplo, Lucas 24:25-27; João 5:39). No entanto, a chave para com-
preender esse texto está no contexto imediato, que mostra que Yeshua não veio para abolir
as Escrituras, mas para revelar sua essência interior.
Tendo estabelecido Seu propósito mais amplo, Yeshua mudou a ênfase do Tanach,
em geral, para a Torá, em particular. Quase como se soubesse que as pessoas um dia O
acusariam de abolir a torá, Ele advertiu que, enquanto o céu e a Terra permanecerem, a
torá continuará existindo, “até que todas as coisas que precisam acontecer tenham ocorri-
do.” (Mateus 5:18). Com essa declaração, Yeshua confirmou a perpetuidade da Torá.
Na verdade, a Torá é tão importante que todo aquele que transgredir seus preceitos
“será chamado o menor no Olam Habá” (Mateus 5:19). Essa é apenas uma forma de dizer
que ele não estará no reino. Por outro lado, aquele que permanecer fiel à torá estará no
reino. Yeshua não hesitou em apontar que Ele não estava promovendo a justiça vazia dos
Soferim e p’rushim, mas uma justiça que brotava de um coração que ama a HaShem e pro-
cura cumprir Sua vontade.
26 O Mashiach e a Torá
segunda, 21 de abril [ יום שניYom Sheni 21 Nissan 5774]
2. Leia Mateus 5:22. O que Yeshua comparou ao assassinato? Como I João 3:15
enfatiza esse ponto? Qual foi a verdadeira questão que Yeshua apontou, e o que isso nos
diz sobre o alcance da Torá dada pelo Eterno?
Embora a Bíblia frequentemente fale sobre o poder das palavras, Yeshua levou a
questão para um nível mais profundo. Muitas vezes, o único propósito das palavras ásperas
ou xingamentos é despertar sentimentos negativos na vítima. A lição de Yeshua foi muita
clara. Não apenas aqueles que executam o crime são culpados de assassinato, mas tam-
bém os que falam palavras rudes para os outros ou alimentam pensamentos homicidas. Ele
aconselhou os que abrigam tais pensamentos a se reconciliarem com suas vítimas antes
de ir para o altar (Mateus 5:23-26).
Pense na implicação das palavras de Yeshua no texto da lição de hoje. Quais pala-
vras você tem falado aos semelhantes? O que esse elevado padrão ensina sobre a neces-
sidade de ser coberto pela justiça do Mashiach?
3. Leia Mateus 5:29, 30. Yeshua poderia ter sido mais firme ao descrever o perigo do
pecado? Depois de considerar esse texto, leia Romanos 7:24. Que verdades importantes
são encontradas ali?
Yeshua ofereceu uma solução instantânea para aqueles pecados que foram expos-
tos. A solução não é seguir com o pecado, mas fazer uma autocirurgia radical. Com metáfo-
ras fortes, Yeshua aconselhou a pessoa que tem o problema a fazer o que é necessário se
ela deseja entrar no Olam Habá. Isso pode significar tomar um caminho diferente para ir ao
trabalho ou terminar uma amizade querida, mas o ganho eterno supera em grande medida
as paixões do momento.
Como vimos antes, Moshê permitiu o divórcio, embora soubesse que isso não fosse
parte do plano original de D-s. Depois de advertir os homens casados contra seus olhares
impuros e admoestá-los a controlar seus impulsos, Yeshua incentivou a fidelidade no casa-
mento.
“A entrega da vontade é representada como arrancar o olho ou cortar a mão. Parece-
nos muitas vezes que, sujeitar a vontade a HaShem é o mesmo que consentir em passar
pela vida mutilado ou aleijado. Porém, como Mashiach disse, é melhor que o eu seja muti-
lado, ferido e aleijado, desde que entremos na vida. Aquilo que consideramos um desastre,
é a porta para um mais elevado bem” (Ellen G. White, O MDC, p. 61 adaptado).
Que implicações as palavras da citação acima têm para você?
28 O Mashiach e a Torá
quarta, 23 de abril [ יום רביעיYom Reviʻi 23 Nissan 5774]
4. Leia Vayikrá 19:11-13. Que pontos específicos são destacados nesse texto?
Leia também Shemot 20:7.
A Torat Moshê específica, citada por Yeshua, está listada em uma seção de Vayikrá
que condena uma série de práticas enganosas. Nesse contexto, também é evidente que a
preocupação de Yeshua é com as intenções. Qualquer pessoa que faz uma promessa sem
intenção de cumpri-la toma uma decisão consciente de pecar.
Embora a mitzvá contra o falso juramento (Vayikrá 19:11-13) esteja relacionado a
promessas feitas a outras pessoas, o segundo dito [mandamento] (Shemot 20:7) diz res-
peito a promessas feitas a HaShem.
5. Leia Devarim 23:21-23. De que forma esses versos se relacionam com as pala-
vras de Yeshua em Mateus 5:33-37? Leia também Atos 5:1-11.
Ao contrário da pessoa culpada de falso juramento, aquela que faz um compromis-
so financeiro com D-s não está necessariamente com intenção de enganar. No entanto,
Yeshua conhece a natureza humana e adverte para que não façamos promessas das quais
possamos nos arrepen-der mais tarde. A história de Hananyah e Shappirah, que fizeram
uma promessa a HaShem com toda a intenção de cumpri-la, mas mudaram de ideia e
receberam de D-s o juízo fatal, é um poderoso exemplo da maneira pela qual o Eterno vê
esse pecado. Em lugar de fazer promessas que o indivíduo pode não conseguir cumprir, o
religioso deve ser uma pessoa de integridade, cujo “sim” signifique “sim” e cujo “não” signi-
fique “não’’.
Pense em um momento no qual você fez uma promessa (a uma pessoa ou a HaShem)
que você pretendia cumprir, mas não cumpriu. Como você pode evitar esse problema? E
quanto às promessas feitas a si mesmo, as quais você renegou?
Leitura Parashat Kedoshim, 4ª Alyá (Levítico 19:33-19:37)
Tehilim [Salmos] 108-112 - Leitura Reavivados por sua palavra: Isaías 57
Leitura Anual: M’lakhim Bet [II Reis] 6-8
6. Leia Mateus 5:44, 45. Qual é a mensagem de Yeshua nessa passagem? De que
forma você pode aplicar esse ensinamento na própria vida em relação a alguém que o te-
nha prejudicado?
30 O Mashiach e a Torá
sexta, 25 de abril [ יום שישיYom Shishi 25 Nissan 5774]
1. Yeshua disse: “Ouvistes que foi dito aos nossos pais” (Mateus 5:21). Em seguida,
disse: “Mas eu lhes digo [...]” Depois, apresentava as antíteses. Note que alguns dos ditos
“aos pais” foram citações diretas da Torá ou tiradas dos ensinamentos do Tanach. Assim,
o problema não estava com as referências, mas com a maneira pela qual elas haviam sido
interpretadas. Consideramos as coisas de modo muito superficial, ignorando o significado
mais profundo?
O Mashiach e o Shabat
VERSO PARA MEMORIZAR: “O Shabat foi feito para o ser humano, mas não o ser
humano para o Shabat. Portanto o filho do homem é Senhor até mesmo do Shabat.”
(Marcos 2:27, 28).
Leituras da semana: Bereshit [Gen.] 2:1-3, Heb. 1:1-3, Atos 13:14, Marcos 2:23-
28, João 5:1-9, Isa. 65:17.
32 O Mashiach e a Torá
domingo, 27 de abril [ יום ראשוןYom Rishon 27 Nissan 5774]
1. Compare os dois textos que citam a mitzvá do shabat, Shemot 20:8-11 e Devarim
5:12-15. Qual é a relação entre esses textos e a teoria de que o shabat é apenas para os
judeus?
A diferença mais notável entre os dois textos sobre a mitzvá do shabat é a razão para
a observância desse dia. Shemot faz uma referência direta a Bereshit 2:3, ao realçar o fato
de que D-s “abençoou” e “separou como santo” o dia de shabat.
Por outro lado, Devarim 5:15 aponta para o livramento de Yisra’el da escravidão no
Egito como sendo uma razão para a guarda do shabat. Com base no texto de Devarim,
muitos acreditam que o shabat seja apenas para os judeus. No entanto, esse argumento
ignora completamente o fato de que o texto de Shemot aponta para a criação, quando o
Eterno estabeleceu o shabat para toda a humanidade.
Além disso, a referência de Devarim 5:15 à libertação do Egito é um símbolo da
salvação que temos no Mashiach. Por isso, o shabat é um símbolo não apenas da criação,
mas também da redenção; dois temas interligados na Bíblia (Hebreus 1:1-3; Colossenses
1:13-20; Jo 1:1-14). Unicamente pelo fato de Yeshua HaMashiach ser nosso Criador, Ele
pode também ser nosso Redentor, e o shabat é o símbolo de Sua obra nesses dois aspec-
tos.
Qualquer pessoa pode alegar que está descansando no Mashiach. Em sua experi-
ência, como a observância do shabat o ajuda a encontrar esse descanso?
2. O que os seguintes textos nos informam sobre a guarda do shabat entre os pri-
meiros crentes em Yeshua como Mashiach? O que isso nos diz sobre a afirmação de que o
shabat foi mudado para o domingo em honra à ressurreição? At 13:14, 42, 44; 16:13; 17:2;
18:4; Hb4:9
Levando em conta suas raízes judaicas, era natural que os primeiros crentes em Yeshua
Hamashiach adorassem no dia prescrito no Tanach. No entanto, quase vinte anos após a
ascensão de Yeshua, ainda era “costume” de Sha’ul frequentar uma sinagoga aos shabatot
(Atos 17:2). Assim, nenhuma evidência bíblica mostra que os primeiros crentes em Yeshua
guardassem o domingo em lugar do shabat.
34 O Mashiach e a Torá
terça, 29 de abril [ יום שלישיYom Shlishi 29 Nissan 5774]
3. Leia atentamente Marcos 2:23-28. Por que os talmidim colheram grãos? Será que
o texto indica que Yeshua participou com os talmidim? Alguma mitzvá bíblica foi transgredi-
da?
Quais são algumas das coisas que você pode fazer com mais facilidade no shabat do que
em outros dias da semana, por causa das obrigações de sua rotina? Comente na Beth Mi-
drash Leshabat.
Os erros desses líderes mostram como os preconceitos podem nos cegar até mes-
mo para verdades óbvias. Alguma verdade foi obscurecida em nossa mente por causa dos
preconceitos?
36 O Mashiach e a Torá
quinta, 1 de maio [ יום חמישיYom Ḥamishi 1 Iyar 5774]
Revelação 21:1:___________________________________________________________
2Corintios5:17:______________________________________________________________
Revelação 21:5:___________________________________________________________
O shabat” declara que Aquele que criou todas as coisas no Céu e na Terra, e por
quem todas as coisas se mantêm unidas, é a cabeça da congregação, e que por Seu poder
somos reconciliados com D-s. [ ... ] o shabat é um sinal do poder do Mashiach para nos
fazer santos. E é dado a todos quantos O Mashiach santifica. Como sinal de Seu poder
santificador, o shabat é dado a todos quantos, por meio do Mashiach, se tornam parte do
Yisra’el de D-s” (O Desejado de Todas as Nações, p. 288 adaptado).
Na prática, o que você pode fazer para permitir que o poder de HaShem o santifi-
que? Que escolhas diárias podem ajudar ou atrapalhar esse processo de recriação em sua
vida?
2. Nos textos seguintes (Marcos 3:2; Lucas 13:14; João 5:18; 9:16) Yeshua foi acu-
sado de transgre-dir o shabat. Leia também Shemot 20:8-11 e responda: O que você diria
aos que afirmam que essas passagens seriam evidências de que Yeshua tivesse transgre-
dido o shabat?
3. Quais atividades você pretende fazer aos shabatot com a família e com a congre-
gação, aproveitando mais os benefícios desse dia especial?
38 O Mashiach e a Torá
Lição 6 4 a 10 de maio [4 a 10 Iyar]
VERSO PARA MEMORIZAR: “Assim meus irmãos, vocês foram mortos em relação
à Torá por meio do corpo do Mashiach, para que possam pertencer a outra pessoa,
isto é, àquele que foi ressuscitado dentre os mortos, a fim de darmos fruto para D-s.”
(Romanos 7:4).
Leituras da semana: Rom. 7:1-6; 8:5-8; Rom. 7:7-13; Rom. 4:15; Atos 13:38-39; Gal.
3:10.
Parashá 32 בהרBAHAR [NO MONTE]: Vayikrá [Lev.] 25.1 - 26.2
Haftará: Jr 32.6-27
B’rit Hadashá: Lucas 4:16-21; I Coríntios 7.21-24; Gálatas 6.7-10; Lc 4.16-21
Tehilim [Salmo] 112
40 O Mashiach e a Torá
segunda, 5 de maio [ יום שניYom Sheni 5 Iyar 5774]
A função da torá depende da pessoa com a qual ela está associada. A mesma faca,
por exemplo, pode ser utilizada por um cirurgião para curar ou por um assassino para ma-
tar. Da mesma forma, um ladrão que transgride uma lei para roubar a bolsa de alguém esta-
rá em um relacionamento diferente com a lei em comparação com aquele a quem a lei deve
proteger (o dono da bolsa). A própria torá, às vezes, pode ser descrita como santa, justa e
boa (Romanos 7:12), ou como a “lei do pecado e da morte” (Romanos 8:2). No entanto, da
mesma forma que a vingança retributiva de HaShem não o impede de ser um D-s de amor,
a função da torá como reveladora do pecado e da morte não a torna pecaminosa.
De acordo com Romanos 8:5-8, a torá é um instrumento do “pecado e da morte” para
aquele que “tem a mente voltada para as coisas relativas a ela [velha natureza]” (Romanos
8:5). Isso descreve a pessoa que ainda está casada com o “velha natureza” e não tem ne-
nhum desejo aparente de romper esse relacionamento e unir-se ao Mashiach ressuscitado.
Como resultado dessa união pecaminosa, a pessoa se encontra em “inimizade contra o
Eterno” e Sua torá, uma vez que estão em lados opostos (Romanos 8:7).
Então, Sha’ul enfatiza que é impossível para “a mentalidade da carne” se submeter
à torá, e “agradar a D-s” (Romanos 8:7, 8, NVI). Obviamente, isso não é uma referência
ao indivíduo que luta em Romanos 7:13-25, uma vez que esse alguém serve à torá “com
a mente” (Romanos 7:25). Sha’ul provavelmente estivesse se referindo aos que, por sua
maldade, “suprimem a verdade” (Romanos 1:18). É para esses que se rebelam contra a so-
berania de D-s que a torá se torna um instrumento de pecado e de morte (Romanos 2:12).
Cada instrumento tem seu propósito. Assim como uma chave é utilizada para abrir
uma fechadura ou uma faca é usada para cortar, a torá é utilizada para definir o pecado.
Se não fosse pela torá, não haveria nenhum método absoluto para saber quais ações são
aceitáveis ou inaceitáveis diante dEle. Embora o pecado não possa existir sem a torá,
Sha’ul deixa claro que a torá não é parceira do pecado: “Então algo bom se tornou em fonte
de morte para mim? D-s não o permita! Ao contrário, o pecado operou a morte em mim por
meio do que era bom para que pudesse ser claramente exposto como pecado, de forma
que o pecado, por meio do mandamento, pudesse ser experimentado como algo sobrema-
neira pecaminoso.” (Romanos 7:13).
Quando foi a última vez que alguém pecou contra você, isto é, transgrediu a torá de
uma forma que o prejudicou? Como essa experiência o ajuda a entender o grande erro da
afirmação de que a torá foi abolida depois da morte do Mashiach?
42 O Mashiach e a Torá
quarta, 7 de maio[ יום רביעיYom Reviʻi 7 Iyar 5774]
5. Leia Atos 13:38, 39; Romanos 8:3; Gálatas 3:21. O que esses textos nos dizem
sobre a torá e a salvação?
Apesar das muitas promessas de poder para obedecer à ltorá dada pelo Eterno, por
que essa obediência não é suficiente para garantir nossa salvação? Considere sua obser-
vância da torá. Se sua salvação dependesse de sua obediência, quanta esperança você
teria?
Com exceção do Mashiach, todos os seres humanos têm uma experiência comum, visto
que todos foram infectados pelo pecado de Adam. Consequentemente, nenhum ser huma-
no comum jamais pode alegar ser totalmente tzadik. Há alguns, como Eliyahu e Hanokh,
que viveram excepcionalmente perto de D-s, mas nenhum deles foi capaz de viver de modo
completamente irrepreensível. Na verdade, foi com essa realidade em mente que Sha’ul
declarou: ‘Pois todo aquele que confia na guarda legalista dos mandamentos da Torá vive
sob maldição, porque está escrito: “Maldito quem não persistir em praticar todas as coisas
escritas no rolo da Torá” (Gálatas 3:10). A verdade é que a torá exige total e completa obe-
diência. Quem, a não ser Yeshua, algum dia já prestou essa obediência?
7. Como o texto de Romanos 6:23 ajuda a definir o que significa a “maldição da torá?
Leia também Bereshit 2:17; Ez. 18:4.
Todos estão naturalmente sob a maldição da torá. Porque a torá não tem margem
nenhuma para erro, é impossível que uma pessoa corrija um pecado passado. Consequen-
temente, a morte é o destino do indivíduo. Tiago pinta um quadro ainda mais sombrio ao
nos lembrar de que a transgressão em um ponto da torá é tão pecaminosa quanto a trans-
gressão em todos os pontos (Tiago 2:10). “O salário do pecado é a morte”, mas a morte não
é proporcional. Ela é total.
Quando reconhecemos a condição desamparada daqueles que estão sob a maldi-
ção, é mais fácil avaliar a extensão do amor de HaShem: “D-s, porém, demonstra seu amor
por nós no fato de o Mashiach ter morrido por nós enquanto ainda éramos pecadores”
(Romanos 5:8). Mediante Sua morte, “o Mashiach nos redimiu da maldição pronunciada na
torá, ao se tornar amaldiçoado em nosso lugar” (Gálatas 3:13).
Pense no que Sha’ul disse: “Os que se apoiam na prática da torá estão debaixo de
maldição” (Gálatas 3:10). Por isso, a torá não pode nos salvar. Assim, somos amaldiçoados
com a morte. Como o reconhecimento dessa verdade nos ajuda a valorizar o que recebe-
mos em Yeshua? De que forma manifestamos essa valorização em nossa vida? Leia 1João
5:3.
44 O Mashiach e a Torá
sexta,9 de maio [ יום שישיYom Shishi 9 Iyar 5774]
1. Muitas religiões ensinam que, no fim da vida D-s compara as boas ações com as
más ações, antes de determinar qual será a recompensa da pessoa. O que está errado com
esse pensamento?
3. Por que é falsa a ideia de que a torá foi abolida depois da morte do Mashiach?
Quando as pessoas defendem esse pensamento, o que elas realmente querem dizer que
foi abolido? Qual mitzvá as pessoas alegam que foi abolido?
Uma revista bem conhecida publicou um anúncio de página inteira com um título que
dizia: “Alcance a imortalidade! (não estamos brincando).” Em certo sentido, eles estavam
brincando, porque o anúncio continuava dizendo: “Para descobrir como deixar um legado
de caridade que faça doações em seu nome para sempre, contate-nos e solicite nosso livro
gratuito”.
Escritores, estudiosos, filósofos e teólogos, ao longo dos séculos, têm lutado com a
questão da morte e do que a morte faz com o sentido da nossa vida. Por isso, o anúncio
foi uma forma inteligente de ajudar as pessoas a lidar com sua mortalidade, ainda que, no
fim das contas, essa estratégia se mostrasse infrutífera. Em contrapartida, a B´rit Hadashá
mostra a única maneira de alcançar a imortalidade, e esta é por intermédio da confiança
em Yeshua. Não é pela observância da torá, ainda que devamos guardar a torá. De fato,
a obediência à torá não está em conflito com a graça. Ao contrário, como resultado de ter
recebido a graça, devemos obedecer à torá.
Nesta semana continuaremos estudando a torá e a graça.
46 O Mashiach e a Torá
domingo, 11 de maio [ יום ראשוןYom Rishon 11 Iyar 5774]
A graça e a torá não são contrárias. Elas não negam uma à outra. Em vez disso, são
fortemente ligadas. A torá, uma vez que não pode nos salvar, mostra por que precisamos da
graça. A graça não se opõe à torá, mas à morte. Nosso problema não é a torá em si, mas a
morte eterna, que resultou da transgressão da torá. Sha’ul advertiu os crentes em Yeshua
para que fossem cuidadosos em não usar o prometido dom da graça para desculpar o
pecado (Romanos 6:12, 15). Porque o pecado é definido por intermédio da torá, quando
Sha’ul orienta os crentes em Yeshua a não pecar, está basicamente dizendo-lhes: Guardem
a torá, obedeçam às mitzvot!
“Sha’ul sempre exaltou a torá dada pelo Eterno. Ele havia mostrado que não há
poder na torá para salvar os homens da penalidade da desobediência; que os pecadores
precisam arrepender-se de seus pecados, e humilhar-se perante o Eterno, em cuja justa ira
incorreram pela transgressão de Sua torá, e precisam também exercer confiança no sacri-
fício do Mashiach como o único meio de perdão” (Atos dos Apóstolos, p. 393 adaptado).
Por que é tão fácil ser enganado pelo pensamento de que, se não somos salvos pela
torá, já não temos que obedecê-la?
48 O Mashiach e a Torá
terça, 13 de maio [ יום שלישיYom Shlish 13 Iyar 5774]
Existem semelhanças entre os versos bíblicos para hoje e sua experiência com o
Eterno? Apesar de suas lutas, como você pode experimentar a mesma esperança que
Sha’ul expressou?
4. Leia Romanos 9:30-10:4. De que modo a salvação é pela confiança e não pela
torá?
Assim como acontece com o restante da carta aos Romanos, o propósito de Sha’ul
nesses versos era demonstrar a verdadeira fonte da justiça. A torá é um indicador de justi-
ça, mas é impotente para tornar justas as pessoas. Por isso, Sha’ul retratou um paradoxo:
os Goyim, que nem sequer se esforçavam pela justiça, a obtiveram, enquanto Yisra’el,
que se esforçava para observar a justa torá, não a obteve. Sha’ul não estava excluindo os
judeus da justiça, nem estava dizendo que todos os Goyim eram tzadikim. Ele estava sim-
plesmente dizendo que a torá não traz justiça a um pecador, seja judeu ou Goy.
Muitos judeus eram sinceros em seu desejo de justiça, mas sua busca foi em vão
(Romanos 10:2). Eles eram zelosos em servir a HaShem, mas queriam fazer isso do seu
jeito. Eles haviam tomado um objeto da revelação o Eterno (a torá) e confundido com a
fonte de sua salvação. Por mais que a torá seja boa, não é boa o suficiente para salvar
alguém. Na verdade, em lugar de tornar justa uma pessoa, a torá destaca a pecaminosi-
dade dessa pessoa. Ela aumenta a necessidade de justiça. Por isso, Sha’ul descreveu o
Mashiach como o “objetivo” da torá. Ele não é o “objetivo” no sentido de acabar com a torá,
mas no sentido de ser a “finalidade” da torá, Aquele para quem a torá aponta. A torá conduz
o pecador ao Mashiach quando aquele se arrepende e olha para o Salvador em busca de
salvação. A torá lembra a todos os religiosos de que o Mashiach é a nossa justiça (Roma-
nos 10:4).
As pessoas que encaram a torá seriamente estão sempre em perigo de cair no le-
galismo e de procurar “estabelecer a sua própria” justiça (Romanos 70:3). A medida que
procuramos obedecer à torá, como evitar cair nessa armadilha sutil?
50 O Mashiach e a Torá
quinta, 15 de maio [ יום חמישיYom Ḥamishi 15 Iyar 5774]
5. Leia Gálatas 3:23, 24. Que imagens Sha’ul usou para descrever o propósito da
torá? Qual é o significado dessas imagens?
6. À luz da explicação do papel do tutor, qual é o propósito da torá para alguém que
recebeu a salvação no Mashiach?
Embora o tutor não mais tivesse autoridade sobre o filho adulto, esperava-se que as
lições que o filho havia aprendido o habilitassem a tomar decisões maduras. Da mesma for-
ma, ainda que o crente em Yeshua como Mashiach não esteja sob o poder de condenação
da torá, como alguém que alcançou a maturidade, ele deve governar suas ações de acordo
com os princípios da torá.
Além de seu papel como tutor, a torá também funcionava como guardião que pro-
tegia o crente até que “viesse a confiança” (Galatás 3:23). Aqui, novamente, vemos que o
Mashiach é o “objetivo” ou finalidade, da torá. Sha’ul apresentou esse ponto explicitamente,
quando disse que a torá nos conduziu a o Mashiach, “ser declarados tzadikim com base na
confiança e na fidelidade.” (v. 24).
Leia atentamente Gálatas 3:21. Quais palavras deveriam acabar com a ideia de que
podemos ser salvos pela obediência à torá? Por que isso é uma notícia tão boa? Comente
na Beth Midrash LeShabat.
52 O Mashiach e a Torá
Lição 8 18 a 24 de maio [18 a 24 Iyar]
Leituras da semana: Matt. 19:16-22; John 13:34-35; Gal. 6:1-5; Acts 17:31; John
5:30.
Parashá 34 במדברBAMIDBAR [NO DESERTO]: Bamidbar [Nm] 1.1 - 4.20
Haftará:Os 2.1-22
B’rit Hadashá: Lucas 2:1-7; I Cor. 12:12-31; 1 Co 12.12-20
Tehilim [Salmo] 122
Na maioria das nações existe uma hierarquia de leis. No topo estão as leis que vêm
do governo nacional, obrigatórias para todos os que residem no país. Depois, há leis es-
taduais que dizem respeito aos habitantes de determinados territórios. Finalmente, as leis
municipais, que governam territórios ainda menores, as cidades e distritos. Embora seja
permitido que as diferentes divisões de um país façam leis relevantes para seus cidadãos,
ninguém pode fazer uma lei que contradiga a lei da nação. Ainda que as circunstâncias de-
terminem que certa lei seja aplicada de diferentes formas, a aplicação não pode se afastar
do espírito da lei.
Como supremo governante do Universo, o D-s criador estabeleceu leis para todas
as Suas criaturas. Quando Yeshua HaMashiach voluntariamente Se tornou humano, Ele Se
entregou a uma vida de obediência ao Pai (Filipenses 2:5-11) e aos Suas mitzvot. Assim,
tudo o que Yeshua ensinou, Sua perspectiva sobre a torá e até mesmo a “nova” mitzvá que
Ele deu, estavam sempre em plena harmonia com a torá de HaShem.
Ainda que existam centenas de mitzvot que HaShem revelou em Sua Palavra, as
Asseret Hadibrot apresentam princípios sólidos que podem ser aplicados à todas as outras
mitzvot. Por isso, Yeshua mencionou cinco delas ao falar com o jovem rico. Encontramos
um resumo ainda mais convincente da Torá em Devarim 6:5 e Vayikrá 19:18, que é amar
ao Eterno e amar o próximo. Yeshua declarou: “Toda a Torá e os Neviim são dependentes
destas duas mitzvot.” (Mat. 22:40). Por fim, Yeshua e o Pai são unidos em propósito quando
exortam Suas criaturas a amar do modo pelo qual elas foram amadas. Nesse sentido, a
obediência à Torá é uma forma fundamental de expressar esse amor.
54 O Mashiach e a Torá
segunda, 19 de maio [ יום שניYom Sheni 19 Iyar 5774]
2. Leia João 13:34, 35. O que Yeshua quis dizer com a expressão “nova mitzvá”?
Yeshua entendia que existe relação entre a observância das mitzvot e o amor. Em-
bora não estejamos acostumados a falar sobre “regras” do amor, pode-se dizer que, na
realidade, as Asseret Hadibrot são essas regras. Eles nos mostram como HaShem deseja
que expressemos nosso amor por Ele e pelos outros.
D-s é amor (l João 4:16). Por isso, ao apresentar Sua mitzvá aos talmidim (João
13:34, 35), Yeshua estava simplesmente ampliando a torá do amor que se originou com
Seu Pai (João 3:16). Agora, porém, mais do que apenas amar uns aos outros como a nós
mesmos, devemos amar como Yeshua nos amou.
“Ao tempo em que essas palavras foram pronunciadas, os talmidim não as puderam
compreender; mas depois de haverem testemunhado os sofrimentos de o Mashiach, depois
de Sua morte, ressurreição e ascensão ao Céu, e após haver o Ruach Elohim repousado
sobre eles no Shavuot, tiveram mais clara compreensão do amor de HaShem, e da nature-
za desse amor que deviam ter uns pelos outros” (Atos dos Apóstolos, p. 547 adaptado).
Com a lição de hoje em mente, leia 7 João 3:16. Como podemos ter esse tipo de
amor? Como podemos morrer para o eu, a fim de expressarmos esse amor?
O desejo de HaShem é que todas as pessoas aceitem Seu dom de vida eterna e
se tornem cidadãs de Olam Habá. Em 1 Coríntios 9, Sha’ul revelou seu método de atrair
pessoas para o reino de D-s. Ele entendia que existem barreiras culturais que as impedem
de tomar uma decisão pela HaBesorá. Sha’ul estava disposto a adaptar-se à cultura das
pessoas para as quais ele testemunhava com o único propósito de vê-las salvas.
No fim, todos os que se tornam parte do reino do Eterno se sujeitam à Sua Torá.
Consequentemente, os que ministram em nome do Eterno também devem estar em har-
monia com a vontade de HaShem. Sha’ul não hesitou em afirmar que, embora ele usasse
métodos inovadores para alcançar as pessoas, ele sempre tinha o cuidado de permanecer
submisso aos preceitos da torá. Seu desejo de salvá-las não permitia que ele comprome-
tesse às mitzvot ao qual elas eram convidadas a servir. Ele podia se adaptar às leis cultu-
rais, desde que não houvesse conflito com a lei suprema. O princípio que regia seu método
era a “lei do Mashiach” (lCorintios 9:21).
Podemos também entender a referência de Sha’ul à “lei do Mashiach” como o mé-
todo que o Mashiach usou. Era um método fundamentado no amor para todas as pessoas
e não apenas para alguns escolhidos. Sha’ul não pretendia que a lei do Mashiach fosse
vista como alternativa à torá dada pelo Eterno. As duas trabalham harmoniosamente juntas
quando a lei de amor do Mashiach é usada para apresentar aos salvos pela graça a torá.
Na verdade, toda a seção, na qual Sha’ul explica abertamente tudo que ele estava disposto
a fazer para alcançar os perdidos, é um perfeito exemplo do tipo de amor abnegado reve-
lado na “lei do Mashiach”.
Até que ponto você está disposto a negar a si mesmo a fim de alcançar outros para o
Mashiach? Até que ponto você já se negou para alcançá-los? Você segue a “lei do Mashia-
ch”?
56 O Mashiach e a Torá
quarta,21 de maio [ יום רביעיYom Reviʻi 21 Iyar 5774]
4. De acordo com Gálatas 6:1-5, de que forma podemos manifestar a “lei do Mashia-
ch”?
É importante lembrar que todos são sujeitos à tentação e podem cair em pecado nos
momentos de fraqueza. Com esse reconhecimento, condenar imediatamente uma pessoa
que caiu é uma atitude insensível. Até mesmo Yeshua, que nunca pecou, estava disposto
a ajudar os que haviam sido vencidos pelo pecado. Ellen G. White escreveu sobre Yeshua:
Ele “não censurava a fraqueza humana” (O Desejado de Todas as Nações, p. 353). Sha’ul
exortou os crentes em Yeshua como Mashiach a oferecer auxílio com a finalidade de res-
tauração (Gálatas. 6:1). Em outras palavras, a pessoa que houvesse pecado devia ser
incentivada novamente a viver de acordo com os preceitos da Torá.
A lei do Mashiach é dirigida pela misericórdia. Se não fosse por Sua morte sacrifical,
não haveria razão para guardar a torá. No entanto, porque o Mashiach tornou possível a
vida eterna, há um incentivo para que os fiéis prossigam observando a torá depois de mo-
mentos de fraqueza. Todo aquele que cre em Yeshua deve usar a lei do Mashiach como um
veículo para conduzir o pecador arrependido de volta para o caminho da divina lei do amor.
Pense em um momento em que você errou e recebeu graça, ainda que não mere-
cesse isso (afinal, se merecesse, não seria graça). Você se lembrará da graça recebida na
próxima vez que for necessário demonstrá-la a alguém?
5. Em Revelação 14:7, o primeiro anjo proclama o juízo de D-s, ainda que outros
textos falem do julgamento do Mashiach (Atos 17:31; 2 Timóteo 4:1; 2Coríntios 5:10). Como
João 5:30 nos ajuda a compreender o papel de Yeshua no julgamento?
Embora o Mashiach tenha deixado de lado Sua natureza divina quando Se tornou
humano (Filipenses 2:5-11), Ele ainda tinha um relacionamento especial com o Avinu Malke-
inu. Quando os líderes religiosos O acusaram de blasfêmia, Ele informou Seus acusadores
de que HaShem Lhe tinha dado autoridade para cumprir tarefas divinas específicas (João
5:19-30), uma das quais era o julgamento. O fato de ter o Mashiach recebido a responsa-
bilidade do julgamento demonstra a misericórdia de D-s. Visto que o Mashiach Se uniu à
humanidade, está em posição de julgar com imparcialidade. Por causa da Sua familiaridade
com a experiência humana, Ele não condenaria uma pessoa injustamente. Na verdade, o
Mashiach sugere que a condenação não provém dEle, mas o pecador impenitente condena
a si mesmo quando se recusa a atender à ordem de HaShem (João 12:48).
Muitos estão familiarizados com o conteúdo da Torá, mas não sabem como guardá
-la. A torá não é uma lista de verificação que usamos para ver se estamos perto do reino.
Em vez disso, é um instrumento que expressa vários princípios do amor. Cumprir a Torá
não se limita a obedecer à torá a fim de obter o favor de HaShem, mas chama o religioso
a compartilhar o amor de HaShem com aqueles que dele necessitam. Como padrão de jul-
gamento, a Torá serve para medir o nível de amor que o indivíduo tem para com D-s e com
a humanidade. Quando Mashiach presidir o julgamento final, usará a imutável lei do amor
como padrão para julgar (Tiago 2:12).
58 O Mashiach e a Torá
sexta, 23 de maio [ יום שישיYom Shishi 23 Iyar 5774]
1. Reflita sobre a citação acima. Por que é tão importante que ofereçamos graça aos
que pecam?
VERSO PARA MEMORIZAR: “Porque a Torá foi dada por intermédio de Moshê; a gra-
ça e a verdade vieram por intermédio de Yeshua, o Mashiach” (João 1:17).
Leituras da semana: Rom. 7:7-12; Deut. 30:15-20; Matt. 7:24-27; Acts 10:34-35; John
15:10; Eph. 2:1.
Parashá 35 אשנNASSO [LEVANTA]: Bamidbar [Num] 4.21 - 7.89
Haftará:Jz 13.2-25
B’rit Hadashá: João 7.53-8.11; Atos 21.17-32 At 21.17-26
Tehilim [Salmo] 67
Um século antes da era comum, o poeta romano Lucrécio escreveu um famoso poe-
ma que se perdeu na história até a Idade Média, chamado “Sobre a Natureza das Coisas”.
Embora geralmente acusado de ser ateu, em seu poema Lucrécio não negou a existência
dos deuses. Apenas argumentou que, em virtude de serem deuses, eles não teriam ne-
nhum interesse nas questões humanas.
Em contraste com isso, a Bíblia afirma que “Adonai Echad” e que Ele está muito
interessado no que acontece aqui. Duas manifestações desse interesse apaixonado pela
humanidade são encontradas na Torá (que deve orientar nossa maneira de viver) e em Sua
graça (Seu meio de nos salvar, mesmo que tenhamos transgredido a torá). Ainda que sejam
muitas vezes consideradas como contraditórias entre si, a torá e a graça estão necessaria-
mente ligadas. Seus métodos de operação podem ser diferentes, mas juntas elas revelam
que a justiça deve triunfar sobre o pecado. As manifestações da Torá e a graça do Eterno
oferecem forte evidência de Seu amor pela humanidade e de Seu desejo de nos salvar para
Olam Habá.
60 O Mashiach e a Torá
domingo, 25 de maio [ יום ראשוןYom Rishon 25 Iyar 5774]
Sha’ul relacionou a torá e o pecado de modo tão estreito que fez a pergunta retórica:
“É a torá pecaminosa?” A resposta, certamente, é não. Ao contrário, no fim da seção,
ele disse: “Assim, a torá é santa; e o mandamento, santo, justo e bom” (Romanos 7:12).
O “assim” mostra a conclusão de seu argumento: longe de ser pecado, a torá é, de fato,
santa e boa.
O que Sha’ul diz aqui é semelhante à relação entre a lei criminal e o crime. Algo só
é criminoso se uma lei o retrata como tal. Você pode ir para a cadeia em um país por fazer
algo que em outro país é lícito. Por quê? Um país tem uma lei que proíbe essa ação, o outro
não. É a mesma ação, mas com duas consequências diferentes. O que faz a diferença? A
lei.
Um ponto crucial a ser lembrado é que, simplesmente porque uma coisa é lei não
significa que seja boa. No início da América, a lei exigia que as pessoas devolvessem es-
cravos fugitivos aos seus senhores. Era a lei. No entanto, estava longe de ser uma lei justa.
Porém, no caso da torá, sabemos que ela reflete o caráter de amoroso de D-s. Por isso,
temos as palavras de Sha’ul de que a torá é santa e boa. O que mais ela poderia ser, con-
siderando quem a criou?
2. Que significado existe na mitzvá que Sha’ul menciona em Romanos 7:7 para
provar seu ensinamento sobre a torá? Por que ele não escolheu outra mitzvá, como “Não
furtarás”?
Talvez Sha’ul tenha usado essa mitzvá específica, em lugar de alguns dos outros,
porque não parece tão óbvio que a cobiça seja pecado. Muitas pessoas podem não acredi-
tar que a cobiça seja um erro. Homicídio e furto, sim. Geralmente, nem precisamos das As-
seret Hadibrot para saber isso. Mas, e a cobiça? Assim, essa mitzvá é um exemplo perfeito
para revelar que é a torá que nos mostra o pecado. Caso contrário, não poderíamos saber
que a cobiça é algo errado.
O Eterno escolheu Yisra’el para ser Seu representante. Yisra’el seria o povo por
meio do qual as nações da Terra receberiam as bênçãos prometidas a Avraham, Yitzak
e Yako’ov. No entanto, as bênçãos não eram automáticas. Sendo uma nação escolhida,
Yisra’el precisava andar em harmonia com a vontade do Eterno. Moshê deixou claro que a
vida e a prosperidade sobreviriam ao povo somente se ele observasse suas mitzvot, regu-
lamentos e regras de HaShem (Shemot [Deut.] 30:15, 16).
Dados os inúmeros relatos de rebelião que mancharam a história de Yisra’el, a na-
ção não conseguiu viver de acordo com as condições da aliança. No entanto, não devemos
esquecer que “todos pecaram e não são capazes de receber o louvor de D-s” (Rom. 3:23).
Nenhuma nação na Terra cumpriu a vontade do Eterno. Mesmo na história recente, nações
que professam acreditar em D-s têm representado mal a causa do Eterno com guerras,
preconceitos e opressão.
62 O Mashiach e a Torá
terça, 27 de maio [ יום שלישיYom Shlish 27 Iyar 5774]
Apesar dos erros de Yisra’el, O Eterno não deixou os Goyim sem uma testemunha.
Aqueles que não tiveram o privilégio de receber a revelação escrita de HaShem recebeam
mensagens divinas por intermédio das páginas da revelação natural (Rom. 1:20). O divino
livro da natureza contém informações suficientes para conduzir pessoas a Ele.
O Eterno inspirou também uma medida de desejo espiritual em cada ser humano.
De acordo com Sha’ul, aqueles que sentem a presença do Ruach Elohim se envolvem
numa busca para encontrá-Lo (Atos 17:27). Muitas pessoas sentem um vazio no coração
que não pode ser preenchido pelas coisas que o mundo oferece: fama, poder, dinheiro,
sexo ou qualquer outra coisa. Na sua essência, essa foi a mensagem do livro de Kohelet
[Eclesiastes]. Esse vazio, essa insatisfação muitas vezes leva as pessoas a uma busca
por algo além, algo que transcenda a rotina da existência. Elas são atraídas para a verda-
de revelada, num desejo de acabar com os anseios e o vazio da alma. Seja a vontade de
HaShem revelada por meio de documentos escritos ou pela natureza, a pessoa que recebe
a revelação tem a responsabilidade de vivê-la. A verdade é a verdade, independentemente
do veículo que a transmite, e os que detêm a verdade experimentarão a ira do Eterno (Rm
1:18). Consequentemente, embora muitas pessoas possam não ter conhecido a Bíblia nem
os Asseret Hadibrot, D-s ainda as considera responsáveis pelas porções de verdade que
elas recolheram. Em última análise, todos serão julgados, e o padrão de julgamento será
a torá: seja a torá que D-s revelou claramente por meio de Moshê, ou, para os que não
conhecem a torá escrita, a lei da consciência, que se desenvolve quando ouvimos a voz do
Eterno na natureza.
Você já enfrentou decepções que mostraram que este mundo é inseguro e insatisfa-
tório? O que aprendeu com essas experiências sobre o que é realmente importante?
5. Que exemplo de vida Yeshua nos deixou? Filipenses 2:8; João 15:10; Mateus
26:39
6. Qual é a natureza da graça de Yeshua? Como Ele concedeu graça aos seres hu-
manos? Rom 6:23; Efésios 2:8
Graça também pode significar “dom” e está relacionada ao termo para alegria. O dom que
Yeshua dá à humanidade é a vida eterna. Além disso, a graça se manifesta como a presen-
ça interior do Mashiach, que habilita o indivíduo a participar da justiça que a torá promove.
Sha’ul afirmou que, ao condenar o pecado na carne, Yeshua tornou possível “que a justa
exigência da torá fosse plenamente cumprida em nós” (Romanos 8:4). A graça não apenas
nos livra da condenação da torá, mas nos capacita a guardar a torá da maneira que somos
chamados a fazer.
64 O Mashiach e a Torá
quinta, 29 de maio [ יום חמישיYom Ḥamishi 29 Iyar 5774]
7. Qual é o efeito do pecado em nossa vida? Romanos 6:23; 7:24; Efésios 2:1
Muitas pessoas acreditam que a vida não tem sentido, porque sempre termina em
morte. Então, em longo prazo, nada do que fazemos terá importância. É difícil contestar
essa lógica, não é mesmo? Se tudo que fazemos e cada pessoa que influenciamos serão
destruídos e esquecidos para sempre, qual seria o sentido da vida?
1. Embora o Eterno tivesse dado a Torá a Yisra’el por intermédio de Moshê, a Bíblia
sugere que Ele usa outros métodos para revelar Sua vontade a pessoas que podem não ter
acesso à revelação escrita (por exemplo, Romanos 1:20; 2:14; Atos 17:26, 27). Se HaShem
fala a todas as pessoas, qual é o propósito dos que levam as boas novas a outros?
2. João 1:17 afirma que “a graça e a verdade vieram por meio de Yeshua HaMashia-
ch”. Usando esse texto, muitas pessoas colocam a torá em oposição à graça e à verdade.
Por que essa é uma falsa dicotomia? De que forma a torá, a graça e a verdade trabalham
juntas para r''evelar-nos o caráter de HaShem, visto no plano da salvação?
3 O escritor russo Fiódor Dostoiévski criou um personagem que desejava estudar por que
mais pessoas não se matavam. Como ateu, ele não conseguia entender por que as pesso-
as desejariam viver uma vida sem sentido e tão cheia de sofrimento.
66 O Mashiach e a Torá
Lição 10 1 a 7 de junho [3 a 9 Sivan]
VERSO PARA MEMORIZAR: “Por causa desta morte, ele é o mediador da B´rit Ha-
daschá [nova aliança] visto que a morte liberta as pessoas das transgressões come-
tidas sob a primeira aliança - os que tem sido chamados podem receber a prometida
herança eterna” (Hebreus 9:15).
Leituras da semana: : Gen. 9:12-17, 17:2-12, Gal. 3:15-28, Deut. 9:9, Heb. 10:11-18,
Heb. 9:15-28.
Parashá 36 בהעלתךBEHAALOTECHA [AO COLOCARES]: Bamidbar
[Num] 8.1 - 12.16
Haftará: Zc 2.14 - 4.7
B’rit Hadashá: João 19.31-37; Hebreus 3.1-6; 1Co 10.6-13
Tehilim [Salmo] 68
A eterna decisão divina de salvar a humanidade foi revelada ao longo dos séculos
por meio das alianças. Embora a Bíblia fale de alianças no plural (Romanos 9:4; Gálatas
4:24; Efésios 2:12), na realidade, só existe a aliança da graça, na qual a salvação é dada
aos pecadores, com base não em seus méritos, mas nos méritos de Yeshua, oferecidos a
todos os que clamam esses méritos pela confiança. O plural, alianças, significa simples-
mente que HaShem antecipou Seus propósitos de salvação ao reafirmar a aliança de várias
formas, a fim de atender às necessidades de Seu povo em diferentes épocas e contextos.
No entanto, é sempre a mesma aliança, a eterna aliança da graça salvadora de HaShem.
A essência dessa aliança é o constante e fiel amor do Eterno (Devarim [Dt] 7:9; l Reis
8:23; Daniel 9:4). Como parte dessa aliança, HaShem chama Seu povo a obedecer Sua
Torá, não como meio de salvação, mas como fruto dela. A Torá e a graça unidas sempre
foram centrais para a aliança eterna de D-s.
Em Bereshit [Gênesis] 9:9, HaShem fez uma aliança com a criação, estabelecendo que
Ele jamais destruiria a Terra novamente com água. Sempre que um arco-íris aparece no
Céu, todos devem se lembrar da promessa de D-s. O mesmo se pode dizer da marca da
B’rit Mila, que deve fazer todo judeu para lembrar do papel de Seu povo em abençoar Kol
Goyim. A primeira aliança foi feita com toda a humanidade, a outra especificamente com a
nação de Yisra’el. Além disso, na aliança feita com a humanidade depois do Dilúvio, as pes-
soas não tinham que fazer nada. A promessa estava ali, independentemente do que elas
fizessem. A situação foi diferente com a segunda aliança, feita com Yisra’el: o povo tinha
que fazer a sua parte no acordo.
68 O Mashiach e a Torá
segunda, 2 de junho [ יום שניYom Sheni 4 Sivan 5774]
2. Quais são as implicações mais amplas da aliança com Avraham Avinu? Gálatas
3:15-28
Em toda a Bíblia, D-s fez várias alianças universais nas quais Ele fez promessas
relevantes para toda a humanidade. Reconhecendo que toda a Terra tinha sido afetada
pelo Dilúvio, HaShem prometeu não permitir que Sua criação fosse devastada novamente
pela água. No caso de Avraham, HaShem viu a necessidade humana de justiça e prometeu
abençoar todas as nações mediante a descendência de Avraham (Bereshit [Gên.] 22:18).
Embora HaShem tenha feito a aliança do Sinai com uma nação específica, ela tam-
bém tem alcance universal. O Eterno foi muito claro ao declarar que qualquer estrangeiro
podia fazer parte do povo escolhido (por exemplo, Shemot [Êx.] 12:48, 49), e que a missão
de Yisra’el era ser uma luz para mostrar o Eterno para o mundo (Shemot [Êx.] 19:5, 6).
Como você entende seu relacionamento de aliança com HaShem? O que D-s pro-
meteu a você, e o que Ele lhe pediu em retribuição por essas promessas?
Omer Dia 49
As Tábuas da Aliança
Embora uma aliança seja alicerçada em promessas, geralmente há condições a
serem satisfeitas antes que as promessas sejam cumpridas. A aliança com Avraham envol-
via fazer a B’rit Milá em todos os homens nascidos na casa dele, ou seus descendentes.
Quando o Eterno fez uma aliança com Yisra’el, Ele pessoalmente gravou os requisitos para
o relacionamento em tábuas de pedra (Devarim [Dt] 9:8-11). Esses requisitos, preservados
nos Asseret Hadibrot, deviam formar a base da aliança eterna de HaShem com todos os
seres humanos.
Uma vez que eles detalham certos termos da aliança, os Asseret Hadibrot são, mui-
tas vezes, chamados de “tábuas da aliança” (Dt 9:9). Os Asseret Hadibrot não foram plane-
jados para ser um obstáculo em nosso caminho, dificultando a vida dos que firmaram uma
aliança com HaShem. Ao contrário, como expressão do amor de HaShem, as mitzvot foram
dados para benefício dos que entraram em um relacionamento de aliança com HaShem.
O que significa ter a torá escrita no coração? Isso é diferente de entender a torá ape-
nas como um código de obediência?
70 O Mashiach e a Torá
quarta, 4 de junho [ יום רביעיYom Reviʻi 6 Sivan 5774]
Shavuot
A Aliança e HaBesorá (Heb. 9:15-22)
Havia fortes consequências para a violação de certas alianças bíblicas. O Eterno
advertiu Avraham de que todo homem não circuncidado seria eliminado do povo escolhido
(Bereshit [Gn] 17:14), e uma série de maldições foi dirigida aos que se recusassem a cum-
prir os termos da aliança em Horevi (Devarim [Dt] 27:11-26). Os que violassem os termos
da aliança seriam punidos com a morte (Ez 18:4). O mesmo é verdade em relação à B’rit
Hadashá: aqueles que se recusam a obedecer a Torá dada pelo Eterno não podem ter
acesso à vida eterna (Romanos 6:23).
O próprio Eterno, na pessoa de Yeshua, tomou sobre Si a punição por nossos peca-
dos, para livrar-nos da merecida condenação. O que isso diz sobre o caráter de HaShem?
Por que podemos confiar nEle, não importando nossa situação?
Shavuot
Benefícios da Aliança
Em muitos casos, as pessoas podem experimentar as promessas de uma aliança
antes mesmo do cumprimento de todos os termos. Por exemplo, uma pessoa que com-
pra um imóvel tem a oportunidade de viver nele antes do fim do pagamento. Um cidadão
desfruta dos serviços públicos oferecidos pelo governo antes mesmo de começar a pagar
impostos. Os que entram em aliança com D-s podem também começar a experimentar os
benefícios dessa aliança antes do cumprimento das promessas no futuro.
Considerando os Asseret Hadibrot, pense na dor e no sofrimento que as pessoas po-
deriam evitar se simplesmente os obedecessem. Quem já não experimentou o sofrimento
causado pela transgressão dessas mitzvot? E ainda pior, esse sofrimento nem sempre se
limita à pessoa que viola a torá. Muitas vezes, outros, mesmo os mais próximos do pecador,
também sofrem.
2 Coríntios 4:16-18:________________________________________________________
1 João 5:11-13:____________________________________________________________
Filipenses:6:______________________________________________________________
João 5:24:_______________________________________________________________
Nas Boas-Novas de João, Yeshua usa uma linguagem muito forte quando declara
que aquele que O aceita “já passou da morte para a vida” (João 5:24, NVI). Tão confiante
é o crente em sua salvação que, embora confinado à Terra, ele pode afirmar que Yeshua
HaMashiach nos fez sentar com Ele no céu” (Efésios 2:6).
Se alguém lhe perguntasse: “O que significa estar sentado com Yeshua no Céu?”
(Efésios 2:6), O que você responderia, e por quê?
72 O Mashiach e a Torá
sexta, 6 de junho [ יום שישיYom Shishi 8 Sivan 5774]
Estudo adicional
Leia, A Maravilhosa Graça de D-s [MM 1974], p. 129-135: Meditações sobre a “Aliança da Graça”.
“Esta mesma aliança foi renovada a Avraham, na promessa: ‘Em tua semente serão benditas Kol
Goyim’ (Bereshit [Gn] 22:18). Essa promessa apontava para o Mashiach. Assim Avraham a compreendeu
(Gálatas 3:8, 16), e confiou no Mashiach para o perdão dos pecados. Foi essa fé que lhe foi atribuída como
justiça.
“A aliança com Avraham mantinha também a autoridade da Torá dada pelo Eterno [ ... ] “A aliança
com Avraham foi ratificada pelo sacrifício do Mashiach, e é chamada a ‘segunda’, ou ‘B’rit’ Hadashá, porque o
sacrifício pelo qual foi selada foi vertido depois do sangue da primeira aliança.” (Patriarcas e Profetas, p. 371
adaptado).
“A aliança da graça não é uma verdade nova, porque desde a eternidade existira na mente de
HaShem” (Signs of the Times, 24 de agosto de 1891 adaptado).
1. O que Shemot [Êxodo] 31:16 e Isaías 56:4-6 sugerem sobre a importância do shabat para a alian-
ça? Leia também Ezequiel 20.
2. Muitos pensam que a aliança feita com Avraham era de obras, em contraste com a B’rit Hadashá,
que é pela graça. Por que essa ideia é errada? Quais versos da Bíblia provam que a aliança sempre foi esta-
belecida na graça?
3. Embora Efésios 1 não use a expressão “aliança eterna”, a ideia da aliança aparece (v. 4, 10, 14,
21). Que significado existe na expressão “aliança eterna”’?
4. D-s prometeu que jamais destruiria novamente o mundo com um Dilúvio. Essa promessa foi sim-
bolizada pelo arco-íris. Se o Dilúvio tivesse sido apenas local, como alguns sugerem, o que aconteceria com
a promessa de D-s? Por que a ideia de que o Dilúvio não foi global é um grande ataque à verdade bíblica?
Se o Dilúvio tivesse sido apenas local, o que as inundações locais, desde então, fariam com a promessa da
aliança de D-s’?
Os Emissários e a Torá
Leituras da semana: Rom. 3:31, 6:15, Acts 10:9-14, John 15:1-11, James 2:1-26,
Heb. 3:7-19, Jude 5-7.
Parashá 37 חלש- ךלSHELACH LECHA [ENVIA]: Bamidbar [Nm] 13.1 - 15.41
Haftará: Js 2.1-24
B’rit Hadashá: Hebreus 3.7-19 Hb 3.7-19
Tehilim [Salmo] 64
Com tanta evidência para a contínua validade da Torá, por que muitos argumen-
tam contra ela? Em primeiro lugar, alguns (como vimos) consideram certos textos da B´rit
Hadashá que condenam uma falsa compreensão da função da torá, mas concluem que o
problema está com a própria torá. Como resultado, alegam que as Asseret Hadibrot não
são obrigatórios para os que estão na B’rit Hadashá.
Em segundo lugar, outros são tão convencidos de que o shabat não é obrigatório
para os crentes em Yeshua que, para justificar essa posição, afirmam que todos as mitzvot
perderam valor com o sacrifício do Mashiach.
Em terceiro lugar, alguns argumentam que os outros nove mitzvot das Asseret Hadi-
brot estão em vigor, mas o quarto, a mitzvá do shabat, foi substituído pelo domingo, obser-
vado em homenagem à ressurreição de Yeshua.
Existem inúmeros problemas com todas essas posições. Nesta semana, examina-
remos a atitude dos emissários do Mashiach acerca da torá, porque certamente, se a torá
tivesse sido anulada ou modificada após a morte do Mashiach, os emissários saberiam algo
sobre isso.
74 O Mashiach e a Torá
domingo, 8 de junho[ יום ראשוןYom Rishon 10 Sivan 5774]
Sha’ul e a Torá
Dizem que Sha’ul foi o verdadeiro fundador das comunidades dos crentes em Yeshua
HaMashiach. Isso está errado, é claro. Embora Sha’ul tenha contribuído muito para nossa
compreensão religiosa da doutrina dos crentes em Yeshua, incluindo 14 dos 27 livros da
B´rit Hadashá, praticamente todos os ensinamentos de seus escritos podem ser encontra-
dos em outras partes das Escrituras. A principal razão pela qual alguns alegam que Sha’ul
iniciou uma “nova” religião é o conceito errado acerca do seu ensinamento sobre torá e
graça.
1. Considere os seguintes textos: Romanos 3:28; 6:14; 7:4; Gálatas 3:24, 25. À pri-
meira vista, por qual razão, com base nesses versos, alguns pensam que eles anulam a
torá?
Lidos isoladamente, esses textos certamente dão a impressão de que a torá não
mais é relevante para o crente em Yeshua HaMashiach. No entanto, todos esses versos
pertencem a um contexto mais amplo que precisamos considerar para entender o que
Sha’ul está realmente dizendo.
3. O que Atos 10:9-14 nos diz sobre a fidelidade de Kefa à Halachá depois da ascen-
são de Yeshua? Se Kefa pensava dessa maneira sobre mitzvot relacionadas à alimenta-
ção, qual era sua visão sobre a perpetuidade dos Asseret Hadibrot?
Kefa recebeu a visão alguns anos após a ascensão de Yeshua. Como resultado da derashá
dos talmidim, milhares de judeus já tinham aceitado Yeshua como Mashiach. Não há nada
no registro bíblico sugerindo que o conteúdo da mensagem incluísse instruções que levas-
sem à rejeição da torá. De maneira poderosa, o incidente em Atos 10 demonstra que os
primeiros crentes em Yeshua como Mashiach se identificavam totalmente com suas raízes
judaicas.
4. Compare 1Pedro 2:9 com Shemot [Êxodo] 19:6. Qual é o contexto de Shemot
[Êxodo] 19:6?
Quando Kefa se referiu aos seus leitores como “os Cohanim do Rei, nação santa”, eles
devem ter se lembrado da ocasião em que a Torá foi entregue em Horev. Como herdeiros
de Yisra’el, deviam continuar cumprindo os termos da aliança revelados na Torá dada pelo
Eterno. Então, logo depois de lembrar às pessoas a condição delas, Kefa as exortou a ter
uma vida de justiça (l Pe 2:11, 12). Ele também alertou seu público a ter cuidado com os
falsos rabbanim que promoviam uma HaBesorá sem Torá (2 Pedro 2:21; 3:2).
Lembre-se das vezes em que Kefa errou. Ainda assim, considere a graça estendida
a ele. Como podemos aprender (1) a estender esse tipo de graça aos outros e (2) a aceitar
a graça para nós mesmos quando erramos?
76 O Mashiach e a Torá
terça, 10 de junho [ יום שלישיYom Shlish 12 Sivan 5774]
João e a Torá
Depois de Sha’ul, Yochanan é o segundo em número de livros escritos da B’rit Ha-
dashá. Esse é o mesmo Yochanan que escreveu a HaBesorá, três cartas e o livro Revela-
ção. Como Kefa, ele estava entre os primeiros talmidim que Yeshua escolheu, e também
tinha um relacionamento especial com Yeshua. Por causa de sua proximidade com Yeshua,
ele é muitas vezes mencionado como “Yochanan, o amado”. A julgar pela conclusão da
HaBesorá escrita por ele (João 21:25), Yochanan conhecia muitas informações pessoais
sobre Yeshua. Certamente, alguém tão próximo de Yeshua como Yochanan saberia se
Yeshua tivesse anulado a Tora dada pelo Eterno.
5. Leia Yochanan 15:1-11 e 1 Yochanan 2:3-6. O que esses versos dizem sobre a
relação que devemos ter com as “mitzvot” de HaShem?
Perto do fim de Sua vida terrena, Yeshua pôde testemunhar aos Seus talmidim que
Ele havia sido fiel às Mitzvot de Seu Pai e, como resultado, havia permanecido no amor do
Pai (João 15:10). Yeshua não via as mitzvot como obstáculos a serem rejeitados ou descar-
tados, mas como diretrizes para um relacionamento amoroso com Ele e com outras pesso-
as. Quando Yochanan, o emissário amado, lembra os religiosos de sua obrigação para com
HaShem, ele usa a mesma linguagem do amor e unidade que Yeshua usa na HaBesorá. Na
verdade, Yochanan compreendeu que o amor sempre foi a essência da Torá (por exemplo,
2 João 6). Uma pessoa não pode alegar que está guardando a Torá se ela não se envolve
em relacionamento amoroso com HaShem e com outras pessoas.
“A torá requer que amemos aos outros assim como amamos a nós mesmos. Então,
toda faculdade e ação da mente devem ser exercidas para esse fim - realizar a maior quan-
tidade de bem. [ ... ] Quão agradável é ao Doador que empreguemos os dons reais da alma,
a fim de que possam produzir efeito poderoso sobre outros! São eles o elo entre HaShem
e os seres humanos, e revelam o Espírito do Mashiach e os atributos do Céu. O poder da
santidade, que pode ser visto, embora não seja ostentado, fala com mais eloquência do que
as derashot mais bem preparados. Fala de D-s e expõe diante de homens e mulheres o seu
dever mais poderosamente do que o podem fazer meras palavras” (Manuscript Releases,
v. 20, p. 138; o Mashiach Triunfante [MM 2002], p. 210 adaptado).
Você consegue ligar a Torá ao amor? Qual é a função da Torá dada pelo Eterno na
expressão do nosso amor?
Tiago[Ya’acov] e a Torá
“Não são eles que insultam o bom nome daquele a quem vocês pertencem? Se
vocês de fato mantiverem o objetivo da torá do Reino, em conformidade com a mitzvá
da passagem que diz: Veahavta lereacha kamôcha. [Amarás o teu próximo como a ti
mesmo] Estarás agindo bem. Mas se demonstrarem favoritismo, suas ações consti-
tuirão pecado e serão condenados pela torá como transgressores.” (Tiago 2:7-9).
Há apenas um livro na B´rit Hadashá atribuído a Tiago . Embora o autor não estipule
qual Tiago ele é, geralmente se aceita que essa carta foi escrita por Tiago, irmão de Yeshua.
Ainda que, talvez, a princípio ele tenha sido cético sobre a messianidade de Yeshua (Jo
7:5), posteriormente, Tiago foi elevado a uma influente posição de liderança na congrega-
ção da B´rit Hadashá (Atos 15:13; Gálatas 1:19). Portanto, se Yeshua tivesse a intenção de
anular a torá, Seu irmão certamente saberia.
6. Qual é a mensagem básica de Tiago 2:1-26? Por que Tiago resumiria a torá nos
versos 7-9, só para falar logo depois sobre guardar todas as mitzvot? Como esses versos
mostram a ligação entre amor e obediência à Torá?
78 O Mashiach e a Torá
quinta, 12 de junho [ יום חמישיYom Ḥamishi 14 Sivan 5774]
7. Leia Judas 4. Que afirmação nesse verso é relevante para nossa discussão?
A simples menção da graça exige a existência da torá, porque a graça não seria ne-
cessária se não houvesse pecado (Rm 5:18-6:15). A influência desses falsos mestres era
tão má que Judas a equiparou à negação do próprio Eterno.
8. Como Hebreus 3:7-19 ajuda a lançar luz sobre Judas 5-7? Como esses versos
juntos nos mostram a relação entre obediência e confiança?
Em seu estilo diplomático, Judas lembra ao seu público a experiência dos Hebreus,
que tinham sido libertados da escravidão do Egito. D-s havia revelado para eles a Sua for-
ça e lhes havia concedido Sua torá, mas, quando se tornaram infiéis, enfrentaram terríveis
consequências causadas pela separação entre eles e D-s.
Judas deixa muito claro que as pessoas podem, de fato, abandonar a confiança, e aque-
les que o fazem, enfrentarão o juízo. Judas é tão claro quanto o restante das Escrituras a
respeito de um ponto: todos os que afirmam confiarem e mm D-s devem estar dispostos a
expressar essa confiança mediante uma vida obediente.
Leia o livro de Judas. Em meio a todas as suas fortes advertências, que promessas
você pode
descobrir nele?
Estudo adicional
Leia Signs of the Times, 5 de agosto de 1886: “The Law in the Christian Age”; disponível em:
https://egwwritings.org/singleframe.php.
“Por que os emissários deviam ensinar arrependimento para com HaShem? Porque o pe-
cador está em conflito com Avinu Malkeinu. Ele transgrediu a torá. Deve perceber seu peca-
do e se arrepender. Em seguida, qual é a sua tarefa? Olhar para Yeshua, cujo unicamente o
sacrifício pode nos purificar de todo o pecado. A confiança no Mashiach é necessária, pois
não há qualidade salvífica na torá. A torá condena, mas não pode perdoar o transgressor.
O pecador deve depender dos méritos do sacrifício do Mashiach [ .. .]” (Signs of the Times,
5 de agosto de 1886 adaptado).
2. Como a negação da torá, até mesmo de apenas uma mitzvá, é usada por Ha-sa-
tan em sua pretensão de “destruir” a torá dada pelo Eterno?
80 O Mashiach e a Torá
Lição 12 15 a 21 de junho [17 a 23 Sivan]
Leituras da semana: Bereshit [Gen] 2:16-3:7, cap. 6, cap. 12, Deut. 7:6-12, Gal.
3:6-16, Rev. 12:17, 14:6-12.
Parashá 38 קרחKORACH [KORACH]: Bamidbar [Num] 16.1 - 18.32
Haftará: 1Sm 11.14 - 12.22
B’rit Hadashá: 2 Timóteo 2.8-21; Y’hudah 1-25; Rm 13.1-7
Tehilim [Salmo] 5
de Adam a Noach
Em certo sentido, podemos falar de uma “congregação do Mashiach” apenas a partir
da época da B´rit Hadashá, quando os crentes primeiro testemunharam a vida, morte e
ressurreição de Yeshua. No entanto, podemos ver a “congregação do Mashiach” em um
contexto mais amplo. Em cada geração D-s “chamou” um povo para refletir Sua vontade
por meio de uma vida de fidelidade, confiança, amor e obediência.
1. Leia Bereshit [Gênesis] 2:16-3:7. Qual foi o teste dado a Adam e Havah? Por que
seres perfeitos necessitariam de tal teste?
A fim de serem capazes de amar, Adam e Havah tiveram que ser criados como seres
moralmente livres. Eles tinham que ter a capacidade e a liberdade de fazer o mal, mesmo
que não tivessem nenhuma razão válida para fazê-lo. O teste da árvore era um teste moral:
De que maneira eles usariam a liberdade moral que HaSHem lhes havia concedido?
Nós sabemos a resposta.
No centro da moralidade está a Torá dada pelo Eterno, que define para nós o bem
e o mal. Observe que a árvore foi chamada de árvore do conhecimento do “bem e do mal”.
Qual seria o propósito de uma mitzvá que proibisse mentir, furtar e matar se, no início,
esses seres fossem impedidos de fazer qualquer uma dessas coisas? A própria Torá seria
sem sentido em um universo de autômatos, seres capazes de fazer somente o bem. Po-
rém, não foi assim que HaShem nos criou. Ele não podia fazer isso se quisesse pessoas
capazes de amar. Embora após a queda Adam e Havah devessem “passar o bastão” para a
próxima geração, a espiral descendente no aspecto moral foi rápida e sórdida. De seus dois
primeiros filhos, somente Hevel escolheu se unir à congregação do Eterno, enquanto Kayim
se tornou possuído pelo espírito de cobiça, mentira, homicídio e desrespeito aos pais. As
coisas iam de mal a pior até que o mal ofuscou o bem, e no tempo do Dilúvio apenas Noach
e sua família podiam afirmar que eram membros da congregação do Mashiach.
Quantas vezes nas últimas 24 horas você fez escolhas, usando a liberdade que lhe
foi dada desde o Éden? Suas escolhas estavam em harmonia com as mitzvot das Asseret
Hadibrot?
82 O Mashiach e a Torá
segunda,16 junho [ יום שניYom Sheni 18 Sivan 5774]
e. Quais foram algumas das coisas que essas pessoas fizeram que desagradaram
ao Eterno? Essas coisas estão relacionadas com a Sua Torá?
d. Considere a descrição de Noach em Bereshit [Gênesis] 6. Que tipo de homem
ele era, especialmente em um mundo tão corrompido? Ao mesmo tempo, por que Noach
necessitava de “graça” aos olhos do Eterno? O que isso nos diz sobre a relação entre a
confiança e a Torá dada pelo Eterno, mesmo naquela época?
De Avraham a Moshê
Depois do Dilúvio, Noach e seus filhos tinham a responsabilidade de ensinar aos
seus descendentes a vontade de HaShem. A família de Noach sabia que a destruição glo-
bal havia ocorrido no mundo como resultado da recusa da humanidade em obedecer às
mitzvot dadas pelo Eterno e, tendo experimentado a graça de D-s, eles poderiam fazer algo
para ajudar a desenvolver uma geração mais fiel. Infelizmente, não muito tempo depois do
Dilúvio, os habitantes da Terra novamente se rebelaram (Bereshit 11:1-9). “Muitos deles
negavam a existência de HaShem, e atribuíam o Dilúvio à operação de causas naturais.
Outros criam em um Ser supremo, e que fora Ele que destruíra o mundo antediluviano; e
seu coração, como o de Kayim, ergueu-se em rebelião contra aquele Ser” (Patriarcas e
Profetas, p. 119 adaptado).
HaShem chamou Avraham, descendente de Shem, e fez uma aliança de bênção com
ele (Bereshit 12:1-3). A Bíblia não apresenta nenhum critério para o chamado de Avraham.
Ele não parece ter tido o perfil justo de Noach. De fato, logo após o chamado, ele provou
ser covarde e enganador Bereshit 12:11-13), violando as Mitzvot dadas pelo Eterno. Apesar
disso, Avraham era um homem de fé verdadeira e, pela graça de HaShem, essa confiança
lhe foi creditada como justiça. Embora ele não fosse perfeito, estava disposto a ouvir a voz
de HaShem, mesmo que isso significasse confiar em D-s para coisas que pareciam quase
impossíveis do ponto de vista humano.
Avraham não estava sozinho entre os que estavam dispostos a ouvir a voz de
HaShem e obedecer aos Suas mitzvot. O Faraó (Bereshit 12:10-20), os dois Avimelek e
Yosef estavam bem conscientes de que HaShem não aprovava o adultério e a mentira.
O segundo Avimelek até mesmo repreendeu Yitzak por expor o povo à tentação (Bereshit
26:10). Ainda que D-s tivesse escolhido Avraham para uma tarefa específica, havia pes-
soas em muitas nações diferentes que O temiam. Na verdade, depois que Avraham e sua
aliança militar derrotaram Quedorlaomer e sua coalizão, Avraham foi abençoado pelo Rei
Melquisedeque, que era “Cohen do El-Elyion” (Bereshit 14:18). Essa é mais uma evidência
de que existia o conhecimento de D-s no mundo nessa época, antes mesmo da obra e mi-
nistério de Moshê.
84 O Mashiach e a Torá
quarta, 18 de junho [ יום רביעיYom Reviʻi 20 Sivan 5774]
De Moshê a Yeshua
Embora os antigos códigos de leis, encontrados no Egito e na Mesopotâmia, também
apresentem evidência de um amplo conhecimento dos princípios e preceitos encontrados
na Torá dada pelo Eterno, nenhum deles é completo. De fato, muitos desses códigos tam-
bém incluem leis que promovem idolatria e outras práticas que HaShem mais tarde conde-
nou. Então, D-s escolheu um povo para ser guardião de Sua verdadeira torá. Esse povo foi
a nação hebraica, os descendentes de Avraham e herdeiros da promessa da aliança feita
com ele muitos séculos antes, uma promessa cujo cumprimento final ocorreu somente em
Yeshua.
4. Leia Devarim 7:6-12. Como essa passagem revela a estreita relação entre a torá
e a graça?
Quando HaShem escolheu Yisra’el para ser o depositário de Sua Torá, Ele sabia que
esse povo era imperfeito. No entanto, confiou-lhes a tarefa de ensinar Sua vontade a outras
pessoas imperfeitas. A própria designação “reino de Cohanim e nação santa” (Shemot 19:6)
mostra que os Hebreus deviam ser Cohanim do Eterno, mediadores em favor do mundo
inteiro. Eles foram escolhidos para transmitir a verdade sobre a vontade de HaShem para
as nações confusas. Apesar dos erros, fracassos e, às vezes, franca rebelião de Yisra’el,
foi no meio desse povo que o Mashiach nasceu, viveu, ministrou e morreu, cumprindo a
promessa da aliança feita a Avraham muitos séculos antes.
Imagine todas as longas eras que se passaram desde o tempo em que Avraham
recebeu a promessa da aliança até o tempo do Mashiach. O que isso nos diz sobre a ne-
cessidade de paciência quando se trata de confiar em HaShem?
De Yeshua ao remanecente
Desde o Éden, o povo de D-s sempre foi cheia de pessoas falíveis. A própria insti-
tuição que devia ser testemunha da justiça de D-s necessitava dessa mesma justiça. En-
quanto “o bastão” passava de geração em geração, nenhum corredor foi digno o suficiente
para cruzar a linha de chegada. Nenhum dos que receberam a Torá foi capaz de atingir o
seu nível de justiça. A humanidade, ao que parecia, estava presa em um ciclo de futilidade
na busca pela aprovação de HaShem.
No entanto, quando parecia que toda a esperança havia acabado, O Eterno enviou
Seu Filho “para receber o bastão”. Como o segundo Adam, Yeshua veio sem pecado a
este mundo, e mediante constante devoção ao Pai conseguiu manter Sua obediência até
a sua morte. Com Sua ressurreição, Yeshua cruzou a linha de chegada, pois Ele quebrou
a cadeia da morte. Agora, por intermédio do poder do Ruach Elohim, o Mashiach ressusci-
tado partilha Sua justiça com cada crente. Essa mensagem, que sempre esteve no centro
da promessa da aliança, foi mais claramente entendida depois que Yeshua completou Seu
ministério terrestre, e a congregação da B´rit Hadashá se iniciou.
Infelizmente, o povo que creu ser Yehua o Mashiach, mesmo com toda essa luz, por
vezes mostrou-se menos fiel à aliança do que o antigo Yisra’el havia sido, e profunda apos-
tasia logo dominou quase todos os lugares. Muitos se levantaram e no século XVI, come-
çaram a reverter essa tendência, mas não foi completa, e muitas doutrinas e ensinamentos
falsos permaneceram entre os que criam ser Yeshua HaMashiach, incluindo concepções
erradas sobre o papel e a finalidade da Torá na vida do povo da B’rit Hadashá. HaShem
chamaria um povo remanescente para restaurar muitas verdades perdidas.
6. Leia Revelação 12:17 e 14:6-12. Como esses versos revelam tanto a torá quanto
a graça na mensagem de advertência final de HaShem para o mundo?
Guardar “as mitzvot do Eterno” é a maneira indicada para manifestar o amor verda-
deiro. Poderíamos obedecer exteriormente aos mandamentos, mas não manifestar amor?
Podemos guardar verdadeiramente as mitzvot se não mostramos amor?
86 O Mashiach e a Torá
sexta, 20 de junho [ יום שישיYom Shishi 22 Sivan 5774]
Estudo adicional
“Os três anjos de Revelação 14 representam o povo que aceita a luz das mensagens
de HaShem, e vão como agentes Seus fazer soar a advertência por toda a extensão e lar-
gura da Terra. o Mashiach declara a Seus seguidores: “Vocês são a luz do mundo” (Mateus
5:14). A toda pessoa que aceita a Yeshua, seu sacrifício diz: ‘Vede o valor da alma’; ‘Ide por
todo o mundo, anunciem a HaBesorá a toda criatura’ (Marcos 16:15). Não se deve permitir
que coisa alguma impeça esta obra. É a obra mais importante para este tempo; deve ser
de tão vasto alcance como a eternidade. O amor que Yeshua manifestou pelas pessoas no
sacrifício feito por sua redenção, impulsionará todos os Seus talmidim” (Ellen G. White, TI,
v. 5, p. 455, 456 adaptado).
“O tema da maior importância é a mensagem do terceiro anjo, que abrange as men-
sagens do primeiro e do segundo anjos” (Ellen G. White, Ev, p. 196 adaptado).
2. Leia Romanos 4:3, Gálatas 3:6 e Tiago 2:23, dentro de cada contexto. Como es-
ses versos nos ajudam a compreender a salvação por meio da confiança?
3. Note que na mensagem do primeiro anjo, que começa com as “boas-novas eter-
nas’’, há também uma proclamação de que “é chegada a hora do Seu juízo”. Assim, a Ha-
Besorá, a torá e o juízo aparecem juntos nas mensagens dos três anjos. Qual é o papel da
torá e da graça no juízo? Como todos eles se encaixam?
VERSO PARA MEMORIZAR: “‘Pois esta é a Aliaça que farei com a casa de Yisra’el
depois daqueles dias’, diz Adonai; ‘porei minha Torá dentro deles e a escreverei em
seu coração; serei o D-s deles, e eles serão meu povo’” (Yiermeyahu [Jeremias]31:
32(33)).
Leituras da semana: Matt. 4:8-9; Dan. 2:44; 1 Pet. 2:11; 1 Cor. 6:9-11; Rev. 22:14-15;
1 Cor. 15:26.
Parashá 27 תקחCHUKAT [PRESCRIÇÃO]: Bamidbar [Num.] 19.1 - 22.1
Haftará:Jz 11.1-33
B’rit Hadashá: João 3.9-21;4.3-30;12.27-50; Jo 3.10-21
Tehilim [Salmo] 95
Em 2011, morreu Steve Jobs, fundador da Apple. Ele estava com 56 anos. Alguns
anos antes, depois de uma luta contra o câncer, ele declarou que a morte era “a melhor
invenção da vida”, porque ela nos obriga a alcançar o melhor que podemos aqui. Em outras
palavras, visto que o nosso tempo é tão limitado, enquanto temos tempo, devemos tentar
ser tão bem-sucedidos quanto possível. No entanto, Steve Jobs entendeu a questão de
modo equivocado. A morte, ou o fato de que ela é inevitável, o levava a buscar maior suces-
so neste mundo, quando, na verdade, deveria ter revelado a ele a futilidade de criar raízes
muito duradouras no solo superficial deste planeta. É verdade que Jobs realizou muitas coi-
sas, mas, em contraste com um milhão de anos ou com a eternidade, o que isso importa?
Na verdade, temos a promessa de que este mundo será destruído, e HaShem esta-
belecerá um Olam Habá novo e eterno, no qual o pecado e a morte (resultados da trans-
gressão da Torá dada pelo Eterno) nunca existirão. Nesta semana, consideraremos a ques-
tão de Olam Habá eterna de HaShem e o papel da Torá em relação a ele.
88 O Mashiach e a Torá
domingo, 22 de junho [ יום ראשוןYom Rishon 24 Sivan 5774]
O Reino de D-s
Quando D-s criou os primeiros seres humanos, deu-lhes domínio sobre todas as
coisas. Adam devia governar o mundo. No entanto, pela transgressão da mitzvá dada pelo
Eterno, ele perdeu o direito à soberania terrena, e o domínio passou para o argui-inimigo,
Ha-satan. Quando os representantes de outros mundos se reuniram diante de HaShem
durante o tempo dos patriarcas, foi Ha-satan quem apareceu como “delegado” da Terra (Jó
1:6).
1. Leia Efésios 2:2; 2 Coríntios 4:4; Mateus 4:8, 9. O que esses textos dizem sobre o poder
de Ha-satan neste mundo?
Todos os reinos descritos em Daniel 2 cumpriram todas as predições a respeito deles, in-
cluindo a contínua desunião na Europa, simbolizada pela mistura do ferro com o barro nos
pés da estátua. Por que esses fatos devem nos ajudar a confiar na promessa do último
reino, aquele que “subsistirá para sempre’’?
Cidadãos do Reino
Em alguns casos, pessoas que passam a viver em outro país, têm que renunciar
toda a lealdade à sua terra natal, se quiserem a cidadania em sua nova pátria. No entanto,
alguns países permitem que uma pessoa mantenha dupla cidadania, ou seja, podem jurar
lealdade a ambos os lugares.
No entanto, no grande conflito, não existe algo parecido com dupla cidadania. Es-
tamos de um lado ou do outro. O reino do mal tem lutado contra o reino da justiça durante
milênios. É impossível que uma pessoa seja fiel aos dois lados ao mesmo tempo. Temos
que escolher qual reino terá a nossa lealdade.
2. Leia 1Pedro 2:11, Hebreus 11:13, Efésios 2:12, Colossenses 1:13, Devarim 30:19
e Mateus 6:24. O que esses textos dizem sobre a impossibilidade de “dupla cidadania” no
grande conflito entre o Mashiach e Ha-satan? Qual é o papel da observância da Torá em
mostrar o que é a nossa cidadania? Revelação 14:12
Quando as pessoas tomam a decisão de seguir a o Mashiach, decidem virar as costas para
o reino de Há-Satan e passam a fazer parte de outro reino, o de Yeshua HaMashiach. Como
resultado, agora obedecem às Suas regras e às Suas mitzvot, em lugar das ordens de Ha-
satan. Porém, a obediência delas não é universalmente apreciada. Certamente, Há-Satan
não fica feliz com a escolha delas. Ele está ansioso para reconquistá-las. A fidelidade dos
seguidores do Mashiach também não é apreciada pelos incrédulos, que tendem a descon-
fiar dos “forasteiros e peregrinos” entre eles. Apesar desses obstáculos, HaShem tem um
povo cuja lealdade é voltada para Ele, não para “o governante deste mundo” (João 12:31).
Muitas vezes, estrangeiros se destacam porque são diferentes das pessoas nasci-
das em um país. Sendo “estrangeiros e peregrinos no mundo’: como devemos nos desta-
car? Devemos ser iguais em algum aspecto?
90 O Mashiach e a Torá
terça, 24 de junho [ יום שלישיYom Shlish 26 Sivan 5774]
Confiança e a Torá
O tema dominante nas Escrituras é simples: D-s é amor. O amor de HaShem é de-
monstrado de modo mais poderoso em Sua graça. Com Seu poder ilimitado, Ele poderia
facilmente ter varrido a humanidade da face da Terra, mas em vez disso escolheu exercer
paciência e dar a todos a oportunidade de experimentar a plenitude da vida em Olam Habá.
Além disso, Seu amor é revelado no preço que Ele pagou com sua morte.
O amor de HaShem também está diretamente relacionado com Sua justiça. Tendo
provido inúmeras oportunidades para que as pessoas escolhessem seu destino, o D-s de
amor não irá forçá-las a entrar num reino que elas rejeitaram. Quando os perversos esti-
verem diante do trono de D-s no julgamento, serão condenados pelo próprio testemunho.
Ninguém que estiver diante do trono poderá dizer sinceramente que não tinha conhecimen-
to dos requisitos divinos. Quer pela revelação escrita ou natural, todos serão expostos aos
princípios básicos da Torá dada pelo Eterno. (Romanos 1:19, 20; 2:12-16).
3. Leia 1 Coríntios 6:9-11 e Revelação 22:14, 15. Quem entra e quem fica de fora de
Olam Habá? Por quê? Qual é o papel da Torá nessa questão? Observe o forte contraste
entre os dois grupos!
É fascinante que, ao combinar 1Coríntios 6:11 com Revelação 22:14, você encontra
fiéis justificados no nome de Yeshua HaMashiach, isto é, eles são justificados pela confian-
ça, “independentemente das obras da Torái” (Romanos 3:28). No entanto, eles também
guardam essa Torá.
“Não é um decreto arbitrário da parte de D-s que veda o Céu aos ímpios; estes são
excluídos por sua própria inaptidão para dele participar. A glória de HaShem lhes seria
um fogo consumidor. Prefeririam a destruição, para ser escondidos da face dAquele que
morreu para os redimir” (Ellen G. White, CC, p. 18). Como essas palavras nos ajudam a
entender o assunto doloroso do destino dos perdidos?
4. Com base em Daniel 7:27, João 3:16 e Revelação 21:4, responda: O mal se le-
vantará de novo? Qual é o significado do termo eterno?
5. Leia Jeremias 31:31-34. Que princípio vemos nesse texto que esclarece por que
o mal não surgirá novamente?
O reino messiânico será formado por pessoas que permaneceram leais a HaShem
durante toda a sua experiência religiosa. Em face de perseguição e conflitos pessoais, eles
escolheram o caminho da obediência e demonstraram vontade de ter uma vida dedicada ao
serviço divino. O Eterno promete inscrever Sua Torá no coração delas para que elas façam
naturalmente as coisas agradáveis a Ele. Olam Habá, no reino do Mashiach, o pecado será
totalmente superado, e a justiça reinará suprema.
92 O Mashiach e a Torá
quinta, 26 de junho [ יום חמישיYom Ḥamishi 28 Sivan 5774]
A Torá no Reino
Entre as duras consequências do pecado, a morte tem sido a mais persistente. O
pecado pode ser vencido, Ha-satan pode ser resistido, mas, com apenas duas exceções
conhecidas dentre bilhões de pessoas (Enoque e Elias), quem escapou da morte? Um an-
tigo filósofo escreveu: “Quando se trata da morte, nós seres humanos vivemos todos em
uma cidade sem muros”.
Com o poder atribuído à morte, não é de admirar que pouco antes do Mashiach es-
tabelecer o reino messiânico na Terra, Ele destruirá totalmente a morte.
Não há dúvida de que morte está relacionada com o pecado, o que significa que ela
também está relacionada com a Torá dada pelo Eterno, porque o pecado é a transgressão
da Torá dada pelo Eterno. Consequentemente, não pode haver pecado sem a torá. Embora
o pecado dependa da torá, ela é independente do pecado. Ou seja, a torá pode existir sem
o pecado. Na verdade, isso ocorreu durante todas as eras até que heilel ben-shachar se
rebelou no Céu.
“Quando Ha-satan se rebelou contra a lei do Eterno, a ideia de que existia uma lei
ocorreu aos anjos quase como o despertar para uma coisa em que não se havia pensado.
Em seu ministério, os anjos não são como servos, mas como filhos. Existe perfeita unidade
entre eles e seu Criador” (Ellen G. White, OMDC, p. 109 adaptado).
Com isso em mente, a ausência da morte e do pecado no Olam Habá não exige a
ausência da torá. Assim como a lei da gravidade é necessária para a interação harmoniosa
entre os elementos físicos do Universo, a torá moral de D-s é necessária para governar a
justa interação entre os santos. Quando D-s inscreve Sua torá no coração dos redimidos,
Seu único propósito é selar a decisão deles de andar no caminho da justiça pela eternidade.
Consequentemente, Sua torá se torna a própria essência do Seu reino. Então, temos todas
as razões para acreditar que os princípios da torá moral de HaShem existirão no reino eter-
no de D-s. A diferença é que esses princípios jamais serão violados ali, como aconteceu no
mundo de pecado.
Tente imaginar o ambiente perfeito do Céu: sem natureza caída, sem Há-Satan para
nos tentar, sem pecado e sem morte. Medite: O que em sua vida e em seu caráter não se
ajusta a esse ambiente eterno?
Estudo adicional
Leia, de Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 307-319: “Diante do Supremo Tribu-
nal”.
“Ha-satan havia declarado que era impossível ao homem obedecer às Mitzvot do
Eterno; e é verdade que por nossa própria força não lhes podemos obedecer. o Mashiach,
porém, veio na forma humana, e por Sua perfeita obediência provou que a humanidade e a
divindade combinadas podem obedecer a todos os preceitos de HaShem [ ... ]
“A vida do Mashiach na Terra foi uma expressão perfeita da Torá dada pelo Eterno, e
quando os que professam ser Seus filhos se tornarem semelhantes a o Mashiach no cará-
ter, obedecerão às mitzvot de D-s. Então o Eterno acreditará que eles fazem parte do grupo
que formará a família do Céu. Trajados com as vestes gloriosas da justiça do Mashiach,
participarão da ceia do Rei. [ ... ]” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 314, 315 adapta-
do).
1. De que forma tanto a torá quanto a graça são reveladas na citação acima? Por
que é importante entender as duas juntas? O que acontece quando esses conceitos são
ensinados de modo isolado?
2. Steve Jobs afirmou que o espectro da morte deve nos levar a realizar tudo o que
pudermos enquanto estamos no mundo. Embora haja alguma verdade nessa ideia, ela não
é suficiente, porque não resolve o problema da morte e seus efeitos sobre o sentido da
vida. De fato, após a morte de Jobs, a capa da revista The New Yorker retratou Pedro, com
um iPad na mão, registrando a entrada de Steve Jobs pelas portas de pérola. Embora isso
possa ser simpático, que lição podemos aprender com o fato de que no Céu não haverá
iPads nem qualquer coisa que Steve Jobs tenha criado aqui na Terra?
3. Quais coisas estão na Terra e durarão para sempre? Quais coisas deixarão de
existir? Por que é importante saber a diferença entre elas?
94 O Mashiach e a Torá
Glossário
Adam: (do hebraico )םָדָאAdam, Ādām, Adão; masc. Homem
Amoni: amonitas
Antes da era comum (aec): Referido ao período usualmente chamado de antes de Cristo
(a.C.).
Avinu: Pai
Beit’zata: Betesda
B´rit Hadashá: Nova Aliança. Também usado para referir-se aos livros sagrados ou perío-
do do novo testamento.
Cohen: Sacerdote
Cohanim: Sacerdotes
Corbanot: plural Holocaustos, Sacrifícios; é o nome dado aos diversos tipos de sacríficios
e ofertas.
Chasidim: Piedosos
Chumash: ou Humash (do hebraico שמוחvindo do termo chamesh (fem.)/ chamisha (mas.),
cinco. E também Pentateuco. Faz alusão aos cinco livros atribuídos a Moisés)
D-s: forma respeitosa de escrever o nome de Deus sem citar seu nome completo. Também
escrito como D-us ou D’us.
Era comum (ec): refere-se ao período comumente chamado de Anno Domini (AD) ou de-
pois de Cristo (dC).
Emissário(s): Apóstolo(s)
Eliyahu: Elias
Goy: (Hebrew: גוי, regular plural goyim )גויםNação, gentil, não judeu.
HaBesorá: (do hebraico )הָרֹוׂשְּבַהA palavra Besorá significa novidades, notícias, mensa-
gem, um comunicado que recebeu, sentido do grego Evangelion. Boas Novas. Normalmen-
te referente às boas novas de Yeshua Hamashiach.
Hanokh: Enoque
96 O Mashiach e a Torá
Glossário [continuação]
HaShem: (do hebraico )השם, significando O Nome. É uma forma para designar D-s dentro
do judaísmo, fora do contexto da reza ou da leitura pública do texto bíblico.
Havah: Eva
Hevel: Abel
Igueret: (carta em Hebraico) a palavra Epístola vem do latim epistula e do Grego epistolé.
Kaparah: expiação
Kayim: Caim
Kefa: Pedro
Keneh: canônico
Lavan: Labão
Mishcan: santuário
Mashiach: (do hebraico mashiah, moshiah, mashiach, or moshiach”) que significa o ungi-
do. O Messias e traduzido para o grego como Χριστός (Khristós - Cristo)
Mitzvá: [em hebraico: ]הווצמ: “mandamento”; plural, mitzvos ou mitzvot; de הוצ, tzavá, “co-
mando”).
Moa’vi: moabi-tas
Moshê: Moisés
Noach: Noé
Neviim: (do hebraico )םיאיבנou Profetas; é o nome de uma das três seções do Tanakh,
estando entre a Torá e Kethuvim.
P’rush: Fariseu
P’rushim: Fariseus
Rabbanim: Rabinos
Sanhedrin: Sinédrio
Soferim: Escribas
Shacharit: (em hebraico: )תִרֲחַשé a Tefilá (oração) diária da manhã do povo judeu, um dos
três momentos de oração de cada dia. É o maior serviço diário, incluindo várias orações,
mais do que os outros serviços do dia; culto, liturgia
Shekel: (em hebraico: ;שקלplural: shekels, sheqels, sheqalim, em hebraico: שקלים), ou si-
clo em português, refere-se a uma das mais antigas unidades de peso, utilizada posterior-
98 O Mashiach e a Torá
Glossário [continuação]
mente como nome da moeda corrente do povo israelita. Este shekel possuía cerca de (11,4
gramas).
Tanach: ou Tanakh (em hebraico )תנ״ךé um acrônimo utilizado para denominar seu con-
junto de livros sagrados equivalente ao Antigo Testamento
Tehilim: Salmo
Torá: (do hebraico הָרֹוּת, Torah significando lei, instrução, apontamento). Lei de Deus. É o
nome dado aos cinco primeiros livros do Tanach (também chamados de Hamisha Humshei
Torah, הרות ישמוח השמח- as cinco partes da Torá) Chamada também de Lei de Moisés (To-
rat Moshê, )הֶׁשֹמ־תַרֹוּת, por vezes o termo “Torá”
Tzadikim: justos
Vayikrá: Levíticos
Yishma’el: Ismael
Yerushalayim: Jerusalém
Yesha’yahu: Isaías
Yeshua: Jesus, O nome hebraico Yeshua ( ַ י ֵׁשּוע/ )ישועé uma forma alternativa de Yehoshua,
Josué, e é o nome completo de Jesus (transliterado ao grego Yeshua fica: Ιησου’α, “Iesu-
a”/”Ieshua” [também Ιησου’ς, “Iesu’ “/”Ieshu’ “/”Iesus”]; Yehoshua [ ַ י ְהֹושֻ ׁע/יהושוע] O nome
“Yeshua” deriva-se de uma raiz hebraica formada por quatro letras – ( ישועYod, Shin, Vav e
Yibum: levirato
Yitzak: Isaque
Yochanan: João