Sunteți pe pagina 1din 20

DIP

Blanco de Morais 2018/2019

O direito das gentes consiste na parte do direito romano que regula as relações entre estrangeiros
e cidadãos romanos, sendo, assim, um direito universal e privado. Gaio definiu como “razão natural
estabelecida entre os homens”. A definição de Ulpiano para o direito das gentes foi a primeira a
aproximar-se da mais atual efinição de DIP. Surge como a ordem juridica da comunidade
internacional que regula as relações entre os povos que compõem aquela comunidade (inter gentes).
Numa primeira fase foi definido como o conjunto de normas que regulam as relações entre os
estados soberanos, mas tal caiu em desuso por via do surgimento de entidades revestidas de
personalidade juridica internacional como o individuo. Atribui-se uma 2º definição, sendo normas
reguladoras das relaçõs entre sujeitos de direito internacional, não sendo também aceite.
É, assim, definido como “conjunto de normas que regem a comunidade internacional”. Atenção
que o professor Blanco apenas designa por comunidade se for usada no sentido impróprio do
conceito, dado preferir a expressão “sociedade internacional” como referem os autores André
Gonçalves.
As relações juridicas que se estabalecem entre os estados podem ser de:
 Coordenação que satisfazem um conjunto de interesses comuns nos vários dominios.
 Subordinação na qual há limitação da soberania dos Estados
 Reciprocidade mediante os tratados bilaterais celebrados entre estados e tratados
multilaterais.
A generalização da expressão “direito internacional” apenas vai ocorrer com Bentham (XVIII)
designando por “International Law” mas que levantou problemas a nivel da demarcação entre Estado
e Nação (pois na altura Nação correspondia ao fenómeno juridico do Estado). No DIP o que é
internacional é o processo de produção juridica, no Direito Int. Privado o que é internacional é o
objeto da norma.
Ter em atenção que o Direito Internacional realiza a imputaçõ da sanção ao ato ilícito, apenas o
verdadeiro problema reside na aplicabilidade dessas sanções.

Antecedentes históricos:
1. Formação do DIP: contributo romano—Ius gentium e ius fetiale (aspiração religiosa pelo
qual os romanos regulavam as suas relações internacionais.
2. Os tratados de Vestefália reconhecem o princípio da soberania como princípio de
independência dos Estados europeus entre si e de exclusão de qualquer poder que lhes seja superior.
Há um equilíbrio de facto, baseado na força militar; mas torna-seimprescindível defini-lo em cada
momento por formas mais ou menos solenes e vinculativas. Ao mesmo tempo, vão-se multiplicando,
até por causa da proximida de geográfica e de inelutáveis factores económicos, relações políticas e
relações comerciais, celebram-se tratados, quase sempre bilaterais, e vão surgindo normas
consuetudinárias em áreas tão vitais como os poderes dos Estados sobre os limites terrestre e
marítimo, dos seus territórios, as representações diplomáticas e a própria guerra.
3. As grandes revoluções do século XVIII, a americana e a francesa, determinam sensíveis
alterações. Elas marcam uma nova fase, que irá coincidir com o liberalismo burguês, com o
nacionalismo romântico e com o apogeu do poderio europeu.Com a independência dos Estados
Unidos, pela primeira vez um Estado geograficamente não europeu, embora o seja cultural e
politicamente, entra para o campo dos Estados reconhecidos como sujeitos de Direito Internacional.
4. O Congresso de Viena neste marco histórico do Direito Internacional clássico,assinala
tanto o triunfo dos reis como a consciência da necessidade de reforçar oequilíbrio, o concerto europeu,
através de conferências diplomáticas. A Santa Aliança é uma expressão temporária deste triunfo. Mas
não consegue impedir, na América, as independências das colónias espanholas e do Brasil e, na Europa,
a da Bélgica, nem sucessivas revoluções liberais e os movimentos que conduziriam à unificação italiana
e à alemã.

Correntes doutrinárias:
1- A corrente maioritária passa a ser do positivismo voluntarista. A teoria precursora de
Vattel sobre o papel central do estado como intérprete soberano do direito adquire contornos
mais precisos com o método do positivismo. O positivismo tende a definir o Direito através
da estadualidade e da coercibilidade; e dele não se fasta. Não havendo na ordem
internacional «nem legislador, nem juiz, nem policia o direito internacional ou não seria
verdadeiro direito ou , a sê-lo, não passaria de um direito estatal externo.
2- No séc. XX prevalecem na doutrinas posições não voluntaristas, as teses que
explicam a obrigatoriedade jurídica ou a necessidade de cumprimento das normas de Direito
Internacional à margem ou para além da vontade estatal.Entre estas teses:
 -Teses normativistas –reconduzem o sistema de Direito internacional não à vontade,
mas a uma norma. Kelsen.
 -Teses solidarista –fundamentam o Direito internacional na solidariedade entre os
indivíduos.
 -Teses institucionalistas- Direito Internacional o ordenamento da comunidade
internacional tomada estacomo uma instituição.
 -Teses jusnaturalistas –assenta em valores suprapositivos, em critérios éticos de
obrigatoriedade.
Para as posições não voluntaristas, o Direito Internacional não se funda num acto de vontade
interna e subjectiva dos Estados mas num elemento exterior e superior aos Estados. Uma
importante versão das posições não voluntaristas remonta à escola do direito natural
racionalista, teorizada pelo jurista holandês Hugo Grócio. Grócio, autor da obra Do Direito da
Guerra e da Paz, defendia que os poderes soberanos estavam obrigados a aceitar a ideia de uma
sociedade regida pelo direito natural, segundo princípios da razão moral preexistentes que
reflectiriam um propósito de correcção moral.

Fontes (enquanto modo de formação de normas juridicas)


-- as fontes formais do direito são os processos de elaboração do direito, as diversas técnicas que
autorizam a considerar que uma regra pertence ao Direito positivo. As fontes materiais constituem os
fundamentos sociológicos das normas internacionais.
 Hierarquia de fontes
A admissão de um DI imperativo (ius cogens)representa a aceitação de um principio que a
comunidade internacional assenta em “valores fundamentais” que comõem a ordem publica
internacional e que, dessa forma, obrigam todos os sujeitos, limitando inclusivamente a liberdade
dos estados e das Organizações Internacionais quer na conclusão de tratados, quer na prática de atos
unilaterais. Artigo 53º e 64º. No acórdão das atividades militares na Nicaragua, O tribunal admitiu a
existência de direito cogente regional (o 53º admite, à partida, que seja geral e no seu conjunto). Na
verdade, nao é necessário que todos aceitem o ius cogens geral, mas sim que haja aceitação
generalizada da parte desses Estados. A sanção para qualquer norma que ofende ius cogens é sujeito
a nulidade.
 O direito imperativo: principios e normas covemcionais de aceitação geral que estribam a
ordem publica internacional e constituem parametro de validade sobre as restantes. Relaçoes
hierarquicas entre normas convencionais no quadro das organizações internacionais: caso do
primado da Carta das NU e Pacto do Atlantico Norte sobre convencções celebradas pelos
respetivos Estados Membros. A superioridad hierarquica das convenções internacionais de
caráter principal sobre os “acordos administrativos” que as desenvolvem. A superioridade dos
tratados institutivos de organizações internacionais sobre atos juridicos normativos unilaterais
de direito derivado emitidos ao seu abrigo. Das relações entre normas no quadro dos
principios da cronologia e especialidade.
 Codificação do DI: conversão do direito consuetudinário num corposistemático de regras
escritas. Introduz certeza quanto à regra do direito. Dá oportunidade dos novos Estados de
participarem na reelaboração do DI clássico. Uso do método de declaração: constatar por
escrito o direito vigente sem força obrigatória e método de convenção: incorporar numa
convenção aberta à aceitação dos estados.
Convocação pela ONU da codificação do direito do Mar, CDI com a aplicação quse
exclusivamente do método da convenção, Convenção de Viena sobre relações diplomáticas,
etc.
Quanto às convenções de codificação que ainda não estão em vigor apenas por não obterem
o numero de ratificações ou de adesões exigido, põe-se o problema de saber se o seu
cumprimento não pode ser exigido, inclusive aos estados que ainda não a ratificaram ou não
aderiram. André Gonçalves defende que pode. Pois não se retira natureza consuetudinária às
regras codificadas. Obrigam todos os estados que se encontravam vinculados a esse costume,
independentemente de ratificarem ou não a convenção de codificação. Portugal, não obstante
não ser parte da CV, está obrigado a cumprir na medida em que esteja vinculado às regras
costumeiras nela codificadas.

 Artigo 38º do Estatuto do Tribunal Internacional de Justiça (dá uma definição de costume) e não
prevê hierarquia de fontes. Tratado e costume encontram-se no mesmo plano hierárquico, embora haja
preferência aplicativa de algumas normas como o ius cogens. Ora o artigo 38.º do Estatuto é oponível a
todos os sujeitos de Direito Internacional e pode ser invocado por eles. O artigo 38.º pode ser, porém,
criticado: é ambíguo nalgumas das suas formulações e sobretudo não fornece uma lista exaustiva das
fontes formais do Direito Internacional contemporâneo. Não foram referidas fontes importantes, tais
como os atos unilaterais dos Estados e as decisões das organizações internacionais.
 O facto de as fontes formais não seres hierarquizadas não leva a concluir que não exista
hierarquia entre as normas jurídicas. Esta hierarquia não poderá evidentemente deduzir-se do
fundamento destas normas, porque se trata de normas formais. Mas pode ser resultante de
outras características: o grau relativo de generalidade das regras em causa.
 Atos unilaterais, que se traduzem como manifestações da vontade emitidos pelos estados
que produzem efeitos juridicos na esfera internacional (ex: notificação, reconhecimento)
 Atos autónomos e não autónomos (ex: costume e decisões de organizações)
 Atos autonormativos e heteronormativos (aplica-se regra de hierarquia das normas, sendo
que os heteronormativos impõem obrigações aos outros Estados)
 Ora o artigo 38.º do Estatuto é oponível a todos os sujeitos de Direito Internacional e pode
ser invocado por eles. Com efeito, todos os Estados membros das Nações Unidas são, ipso facto,
partes do Estatuto do Tribunal e ligados por ele. Os raros Estados que não são membros da
Organização das Nações Unidas aceitaram-no quase todos expressamente, com vista a serem
autorizados a recorrer ao Tribunal nos conflitos em que estão implicados. O seu campo de
aplicação é mesmo, de facto, mais amplo do que o Estatuto, na medida em que os termos do
artigo 38.º são retomados noutros tratados sobre a resolução pacífica dos conflitos, ou lhes
servem de referência, não se conhece precedente em que uma das organizações internacionais
tenha posto em dúvida o caráter de fontes formais das que foram enumeradas no artigo 38.º. O
artigo 38.º pode ser, porém, criticado: é ambíguo nalgumas das suas formulações e sobretudo
não fornece uma lista exaustiva das fontes formais do Direito Internacional contemporâneo. Não
foram referidas fontes importantes, tais como os atos unilaterais dos Estados e as decisões das
organizações internacionais.
 Normas jurídicas internacionais e as fontes formais do Direito Internacional. Por normas,
entendemos o conteúdo, a substância de uma regra elaborada segundo as exigências “processuais”
desta ou daquela fonte formal. Uma mesma norma pode provir de numerosas fontes diferentes: assim,
podem ter um fundamento convencional para certos Estados e um fundamento costumeiro para
outros.
 Convenção internacional: O artigo 38º ETIJ, no seu nº1, refere as “convenções
internacionais”, mas outras disposições do estatuto usam a expressão “tratadou ou convenção”. A
Convenção de Viena define o tratado como “acordo internacional”. A doutrina jusinternacionalista
define o tratado como “acordo concluido entre 2 ou mais sujeitos do direito internacional, destinado
a produzir efeitos juridicos e regido pelo direito internacional”.
 Da noção de convenção, faz parte integrante a ideia fundamental de um acordo vinculativo
para as partes que se submetem ao império do principio pacta sunt servanda.
 Tratados multilaterais e bilaterais. Podem ainda ser “tratados sob forma solene” e “acordos
sob forma simplificada”.
 Doutrina e jurisprudência: não sendo fontes imediatas de direito, mas meras fontes
mediatas. A doutrina desempenha um papel de grande relevo na interpretação de outras
fontes. Importância do Tribunal de Justiça das Comunidade Europeias por ser jurisdição
obrigatória e porque funciona a regra do precedente. A equidade atenua a aplicação do
direito, completa o direito e afasta o mesmo (38º) embora seja necessários as partes
preverem expressamente essa possibilidade. Não é fonte porque apenas aplica o sentimento
ideal de justiça nos casos concretos.
 Principios do DI como fonte de formação espontânea
Fontes materiais precetivas. Principios gerais comuns ao DIP e ordenamento estaduais: boa
fé (pacta sunt servanda), proporcionalidade, respeito pelo caso julgado, abuso de direito,
ónus de prova, segurança juridica, enriquecimento sem causa, faculdade dos tribunais
internacionais definirem o âmbito das suas competências.
Principios originários do DIP: respeito pela integridade territorial e soberania dos estados;
não agressão, não interferência nos assuntos internos de outros estados, coexistência
pacífica, autodeterminação dos povos sob ocupação estrangeira ou dominio colonial,
principio de especialidade nas organizações internacionais.
 Os actos jurídicos unilaterais: Os únicos actos jurídicos unilaterais que cabem no
âmbito das fontes de Dt. Internacional são os actos normativos de organizações internacionais,
as decisões de conteúdo geral e abstracto ou de conteúdo geral e concreto dos seus órgãos.As
decisões não normativas dessas organizações e os clássicos actos jurídicos unilaterais dos estados
porque não assumem tal conteúdo, não devem ser integrados nessa categoria.A grande
contraposição dá-se entre actos unilaterais autónomos e actos unilaterais não autónomos, ou
seja, entra actos que aparecem à margem de quaisquer outros actos, válidos e eficazes por si
e actos que se inserem em processos ou procedimentos de formação de outros ou que
decorrem directa imediatamente de outros actos de DIP.Os primeiros são o reconhecimento, o
protesto, a notificação, a promessa e a renúncia. Entre os segundos, contam-se a assinatura, a
ratificação, a adesão, as reservas, a aceitação, a objecção e a revogação de reservas, a denúncia,
etc.Os primeiros tanto produzem efeitos directos e imediatos nas relações com outros sujeitos
como efeitos enquanto se inserem na prática dos Estados e contribuem para a formação ou
para a revelação de costume internacional.
 -Reconhecimento –declaração unilateral de um estado pela qual considera que certo
facto ou certa situação está em conformidade com as regras jurídicas ou satisfaz os
requisitos por elas prescritos.
 -Protesto –declaração de sentido contrário, a declaração segundo a qual certo facto
ou certa situação não respeita o Dt. Internacional.
 -Notificação –declaração relativa a certo facto ou certa situação, presente ou futura,
levada ao conhecimento de outro sujeito de Dt. Internacional.
 -Promessa –declaração unilateral de vontade pela qual certo sujeito compromete a
agir ou não de certo modo.
 -Renúncia –acto jurídico unilateral pelo qual certo sujeito declara não exercer ou,
eventualmente mesmo, quer deixar na sua esfera jurídica certo direito.
Os actos jurídicos unilaterais autónomos ou principais apresentam as seguintes característica
comuns:
a) Provêm de um só sujeito de Direito internacional.
b) Expressão da própria capacidade internacional dos sujeitos, são também expressão de
autovinculação de acordo com o princípio da boa fé e, por conseguinte, irrevogáveis
logo que se tornam definitivos.
c) Não estão dependentes de nenhum requisito formal –designadamente, não têm de
revestir forma escrita e não estão sujeitos ao ónus de registo junto do Secretário-
Geral das Nações Unidas.
Atos autonormativos e heteronormativos
 Os primeiros são decisões juridicas normativas que têm como destinatário imediato dos seus
efeito so sujeito que as emitiu (promessa e renúncia)
 Os heteronormativos são decisões que têm como destinatários imediatos dos seus efeitos,
outros sujeitos de DIP diversos do que as aprovou (reconhecimento e protesto).
 Decisões e deliberações das organizações são atos juridicos unilaterais análogos aos dos estados,
de eficácia interna, externa ou mista.
 Costume internacional: definido como a prática reiterada com convicção de
obrigatoriedade por parte dos sujeitos de DIP. Torna-se vinculativo quando uma opinião é repetida
durante um longo periodo de tempo (opinion iuris). Outro requisito da prática é a consistência, quanto
à prática geral dos Estados (têm de ser consistentes), não podem num dia apoiar a norma costumeira
e no dia seguinte adoptarem condutas desconforme a essa, nem alegar a norma costumeira quando
lhes convêm e rejeitar a sua aplicação nos outros casos. Ex: Devido a isto é que o princípio do equilíbrio
de poderes nunca se converterá numa norma costumeira em grande medida, porque embora apoiado
por uma prática estadual, pública, geral e reiterada, esta nunca tem sido consistente.
 Possui como elemento material o uso e elemento psicológico a convicção de
obrigatoriedade. Qual o fundamento da obrigatoriedade do costume?
Pressupostos (para que seja uma prática)
1. Estadualidade
 Cabe aos Estados criar o DIP costumeiro, logo, apenas os atos praticados por Estados
podem relevar neste sentido
Outros atores internacionais que podem dar o seu contributo material:
 Organizações internacionais: na realidade, formalmente, os autores da prática costumeira
são os Estados membros dessas organizações e não as organizações ou os seus órgãos em si
mesmos
 Jurisprudência internacional e doutrina: se as suas opiniões forem além do que o Direito
Costumeiro estipula, o papel determinante cabe, em último lugar, aos Estados que, se
adoptarem estas opiniões, formarão prática costumeira

2. Publicidade
 Transparência
 Apenas podem constituir prática costumeira os atos praticados pelos Estados de
forma pública, assumindo-os abertamente
 Excluídos: atos dissimulados

Composição
 Atos materiais: comportamentos físicos e praticados abertamente
 Outros atos jurídico-internacionais: reservas, declarações interpretativas, denúncias ou
recessos, resoluções, protestos, reconhecimentos, silêncio, etc.
 Normas convencionais: muitas vezes cristalizam/ codificam a prática costumeira!
Requisitos (para que seja uma norma costumeira)
1) Generalidade (art.º 38º/1, alínea b) ETIJ)
 A prática tem de ser geral, isto é, tem de ter o concurso de vários Estados (pode bastar que uns
adoptem uma certa prática e os demais aceitem ou se limitem a não a condenar)
 Quantidade e qualidade dos Estados: elemento essencial da generalidade não é a quantidade
mas a qualidade dos Estados que praticam determinado comportamento internacionalmente
(contrariamente à formação dos Tratados, no caso do Costume, nem todos os Estados estão
numa posição de igualdade)
 Os Estados mais interessados e também mais poderosos quer em termos
económicos quer em termos políticos têm papel acrescido
 Países desenvolvidos VS PED
 Países com maior poder internacional: membros permanentes do Conselho de
Segurança da ONU (EUA, França, Reino Unido, Rússia, China)- elemento qualitativo!
 A alegada regra do objetor persistente: segundo esta, um Estado poderia escapar-se à
obrigatoriedade de uma norma costumeira sob condição de a ter rejeitado de forma
persistente e consistente desde o seu período de formação
 Assim, o DIP seria geral, mas não universal: haveria Estados vinculados à norma
costumeira e outros, os objetores persistentes, não vinculados
 Violaria a igualdade entre Estados
 Novos Estados independentes: teriam período para escolherem estar ou não
vinculados às normas costumeiras anteriores, o que viola claramente a igualdade
(teorias voluntaristas)
 Estar-se-ia a relativizar a obrigatoriedade do DIP Costumeiro
 EM SUMA, a regra do objetor persistente implica uma violação da igualdade,
relativiza a ordem jurídica internacional e não tem qualquer base efetiva na prática
dos Estados: deve por isso ser rejeitada

2) Reiteração
 A prática costumeira deve ser reiterada
 É a reiteração que permite a generalização da prática: testa o grau de adesão à prática
 É impossível determinar em abstrato o nível de reiteração exigido e o período de tempo que
tal implica: basta que seja tempo suficiente ara mostrar a consistência do costume

3) Consistência (= coerência)
 Os Estado apoiantes devem ser coerentes na sua adesão (não podem, verbalmente,
apoiar a norma costumeira e, na prática, terem atos que a contrariam, tal como também
não podem invocar a norma costumeira apenas quando lhes convém)
 Necessidade que a generalidade dos Estados seja coerente
 ≠ reiteração: é preciso reiteração para testar a consistência, mas pode haver reiteração
sem consistência

A opinio iuris
A opinio iuris consiste, basicamente, na vontade do Estado ficar vinculado à norma costumeira, ou
seja, é a convicção de obrigatoriedade da mesma.
A jurisprudência presume a existência desta opinio iuris sempre que estejamos perante uma prática
pública que seja:
i) Geral
ii) Reiterada
iii) Consistente

Espécies de costume
1. Universal: vincula todos os sujeitos de DIP ou com capacidade para cumprir o costume ou
violá-lo
 Ao rejeitarmos a regra do objetor persistente, somos forçados a concluir que estas
normas costumeiras vinculam todos os Estados existentes e que, se se mantiverem
em vigor, vincularão os futuros Estados
2. Não universal: isto sucede quando não houve apoio numa prática generalizada, reiterada e
consistente a nível universal, contudo, a nível regional tais requisitos foram respeitados pelos
Estados que integram a região
 Costumes regionais: “região” deve aqui ser entendido enquanto conceito cultural
(cultura jurídica), embora possa também ter relevância o elemento geográfico (ex.
pode haver um costume regional que abranja países da UE e os EUA, embora não
tendo relevância geográfica, neste costume há a partilha da mesma cultura jurídica
= “região”)
 Também quanto a costumes regionais se rejeita a teoria do objetor persistente: a
única diferença relativamente às regras dos costumes universais é o seu âmbito, a
natureza é exatamente igual, assim como a sua vinculatividade
 Face a Estados terceiros? A regra é a sua não vinculatividade; exceções:
i) Regras regionais quanto à utilização de certos espaços comuns (ex. exercício
do direito de passagem inofensiva pelo mar territorial que atribuam direitos
especiais aos Estados costeiros- podem invocá-los perante Estados terceiros)
ii) Direitos territoriais atribuídos pelo DIP costumeiro
 Conceção voluntarista, encontra no costume os mesmos elementos que caraterizam o
tratado internacional e assenta na soberania do estado. Não se exige a intervenção de todos os
estados na formação do costume, trazendo consequências (liberdade dos mares). A norma só
pode existir como manifestação da vontade dos estados: expressa se for um tratado e tácita se
for um costume. Não pode ser imposto a um estado se da sua prática não fosse possível deduzir
a aceitaçao em regra como juridica. A aceitação do estado estaria claramente afastada no caso de
existir da sua parte uma oposição expressa e reiterada.
Motivos para desconsiderar esta conceção: 1- uma norma costumeira pode vincular um estado
mesmo na ausência da sua participação ou aceitação e 2- a formação do costume não depende da
manifestação da vontade por parte dos órgãos internos competentes no processo de vinculação
internacional, sendo de aplicação direta a todos os estados, mesmo os recém-formados.
 Conceção antivoluntarista, em que o costume é uma forma espontãnea de criação do direito
pela prática (não atribui um papel de destaque à vontade). Subordina a vontade dos estados e
demais sujeitos internacionais. As duas correntes convergem na exigência dos dois elementos do
costume (material e psicológico). Doutrina maioritária.
 Costume não é a prova de existência de uma norma juridica mas o próprio modo de formação
da norma. Não exige a intervenção de todos os Estados na formação do costume. O direito
internacional impõem-se como direito comum, quando a convicção da sua obrigatoriedade existir
na grande maioria dos Estados. No entanto, sempre se reconhece que o DI se impõe a todos os
estados, quer tenham ou não participado na sua elaboração, ao contrário dos tratados, que só
pode vincular os estados que o aprovaram e não cria direitos ou obrigações por parte dos estados
terceiros.
 A formação do costume exige a intervenção dos dois elementos: prática continuada e a
conviccção de obrigatoriedade juridica de certos comportamentos ou atitudes que foram
adotados. No caso LÓTUS, o TPJI indagou sobre a existência de uma norma de direito internacional
que proibira um estado de submeter à sua jurisdição penal um oficial de marinha de um navio
estrangeiro. O TPJI analisou a prática dos dois estados para concluir que os precedentes invocados
eram raros e não uniformes. Os atos repetidos e habituais que não são adotados como juridicos,
o Tij exemplifica como práticas de cerimonial diplomático. O elemento psicológico é requerido e
no caso de Lótus, o TPJI afirmou que “só se a abstenção for motivada pela consciência do dever
de se abster é que se pode falar do costume internacional”
 No âmbito do direito do mar, o TIJ reconheceu a extensão máxima do mar territorial ou sobre
a ZEE, na sequência da prática unilateral dos estados.
 Teoria do objetor persistente: a objeção reiterada por parte de um estado pode não ser
suficiente para impedir a formação do costume mas garante a sua não vinculação. A objeção
reiterada de um conjunto significativo de estados constituiria já um entrave à formação do
costume. Se a oposição for permanente por parte do estado direta ou particularmente
interessado, tal impede a formação da norma de DI ou permite o aparecimento da norma
costumeira que não vincula o objetor persistente: caso das pescas entre o reino unido e noruega
(acórdão de 1951). O caráter imperativo da norma reconhecida fundamenta uma obrigação erga
omnes, pelo que o estado objetor não pode invocar o precedente de 1951, pois só opera antes
da formação da norma costumeira. Já existindo norma existe violação (atividades militares na
nicarágua).
 Foi no caso do direito de passagem sobre o território indiano, de Portugal contra a republica
da india, que se formou o costume bilateral.
 1.º Parece impor-se uma solução quando o Estado pôs objeção à criação da regra
consuetudinária, sem conseguir fazer valer o seu ponto de vista: a regra costumeira é-lhe
inoponível. Evidentemente, devemos pôr em prática o princípio segundo o qual um Estado não
pode opor-se à aplicação de uma regra imperativa (ius cogens): todos os Estados estão vinculados
por uma regra costumeira que apresenta esta qualidade.
 2.º Podem os Estados novos escapar à aplicação de regras costumeiras estabelecidas antes
do seu acesso à independência? Em princípio não; o que os obriga – em caso de desacordo sobre
o fundo – a abrir um novo processo de elaboração do Direito costumeiro ou convencional, de
maneira a escapar ao domínio da regra antiga senão mesmo a suprimi-la. No período de transição
que resulta desta diligência, torna-se difícil determinar o alcance exato – portanto a oponibilidade
– da norma consuetudinária antiga, sobretudo se esta “contestação” provém de um grande
número de Estados e acaba na coexistência de uma norma consuetudinária antiga e de uma
norma convencional ou consuetudinária nova.
 As normas costumeiras podem ser imperativas (como por exemplo as normas de ius cogens=
são o núcleo do DIP, apesar de não serem necessariamente hierarquicamente superiores às
restantes, não podem ser validamente afastadas por outro acto juridico internacional dado
tutelarem interesses fundamentais dos Estados/ da ordem pública internacional; as normas
costumeiras imperativas de ius cogens incidem em normas de direitos humanos, conflitos
armados e relativas a regras extraterrestres; segundo o artigo 53º da CVDT os tratados
contrários a normas de ius cogens são nulos; não é permitida a derrogação de normas de ius
cogens; em principio as normas de ius cogens geram obrigações erga omnes ( a todos os
estados), mas podem também gerar obrigações bilaterais ( nos tratados bilaterais, só
vinculam 2 estados não terceiros)).
 As normas costumeiras podem ser dispositivas, podendo ser validamente afastadas pelas
partes quando celebram tratados, dado não tutelaram interesses tão fundamentais como as
normas costumeiras imperativas.
 As normas costumeiras podem também ser inderrogáveis (estão relacionadas com a
natureza das coisas).

 Cessação do costume: ocorre com a existência de uma prática contrária, tratado que o dite
ou desuso.

 Tratados internacionais: Definido pela CV como “acordo internacional concluido por escrito
entre estados e regido pelo direito internacional”.
Este conceito envolve:
1. -Um acordo de vontades por escrito
2. -A necessidade das partes serem todas sujeitos de direito internacional e de
agirem nessa qualidade.
3. -A regulamentação pelo Dt. Internacional.
4. -A produção de efeitos com relevância nas relações internacionais.
A Convenção só se aplica aos tratados celebrados entre Estados, mas isso não significa qu enão
haja tratados em que são partes sujeitos do DI que não os estados, como as organizações
internacionais e a santa sé. Além deste nome, e o de Convenção, são ainda usados o pacto para a
Sociedade das Nações, a carta para o ONU, estatuto para o tribunal internacional de Justiça..
Convenção é utilizado quando há acordo em que uma das partes seja uma Organização Internacional.
Distinção de realidades afins. Dos tratados internacionais distinguem-se:
1. -Os feixes de actos unilaterais –emitidos simultaneamente por diferentes Estados com
conteúdo idêntico, sob forma de declaração.
2. -Os acordos estritamente políticos (em si sem produzir efeitos jurídicos, mas a que se
sucedem verdadeiros tratados).
3. -Os acordos informais ou gentlemen’s agreements (não imediatamente vinculativos a
nível jurídico).
4. -Os comunicados de reuniões e conferências diplomáticas.
É possível a existência de tratados concluídos entre Estados e pessoas privadas estrangeiras
(Convenção do Banco Mundial sobre a resolução dos diferendos relativos aos investimentos
entre estados e nacionais- caso agip vs congo). Mas serão tratados internacionais? Estão sim
sujeitos ao direito escolhido pelas partes ou na qual o direito tenha mais conexão. Podem ser
contratos de direito privado (civis ou comerciais) ou como direito público (administrativos).
 Classificações
1)Tratados normativos ou tratados-leis e tratados não normativos ou tratados-
contratos.No primeiro estabelece-se comandos de carácter geral e abstracto ou
geral e concreto. No segundo estipula-se prestações recíprocas e os tratados
esgotam-se com a sua realização.
2)Tratados bilaterais e tratados multilaterais.Os primeiros só com duas partes
em que se entremostra a reciprocidade dos interesses, os segundos com uma
pluralidade de partes em que avultam interesses comuns. Estes podem ser
restritos ou gerais (aqui há uma tendencial coincidência com a totalidade dos
Estados com acesso à comunidade internacional).
3)Tratados solenes e tratados não solenes. Os primeiros exigem o acto de
ratificação. Os segundo o processo termina quando à aprovação ou em alguns
casos assinatura. Dentro dos segundos, as convenções simplificadas pode-se
distinguir acordos em forma simplificada e acordos em forma ultra-simplificada.
Os últimos caracterizam-se por a vinculação ocorrer não aquando da ratificação
ou aprovação, mas aquando da assinatura e dispensam quer a ratificação que
a própria assinatura.
4)Tratados abertos e tratados fechados.Os primeiros admitem e os segundos
não, a assinatura, a ratificação ou a adesão de sujeitos que não participaram
originariamente da celebração ou da entrada em vigor. Por definição os tratados
multilaterais gerais são tratados abertos.
5)Tratados institucionais e tratados não institucionais. Conforme crie ou não
uma organização internacional e entidades afins.
6)Tratados exequíveis por si mesmo e tratados não exequíveis por si mesmo.
Consoante obtêm plena efectividade só por si ou carecem de outro tratado ou
lei de complementação.
7)Tratados perpétuos e tratados temporários. Consoante sejam de duração
indefinida ou de duração sujeita a termo final.
8)Tratados principais e tratados acessórios. Sendo estes tratados subsequentes
aos primeiros, destes dependentes e destinados a conferir-lhe concretização.
9)Tratados públicos e tratados secretos. Conforme o conhecimento do seu
conteúdo seja revelado ou fique reservado a quem interveio na sua conclusão.
 Limites à liberdade convencional. Os tratados pressupõem liberdade não só de
celebração mas também de estipulação das partes contratantes. Todavia essa liberdade não é
completa e tem vindo a reduzir-se. Acha-se sujeita a limites, uns de Dt.interno e outros de
direitos internacional. Limites de direito internos que procedem de cada Estado. Limites de
direito internacional são:
1. -Princípios de jus cogens.
2. -Derivados de tratados principais.
3. -Derivados de tratados constitutivos de organizações internacionais.
4. -Decorrentes de normas emanadas de organizações internacionais.De salientar art. 103.º
da Carta das Nações Unidas.
 A regulamentação das formas de vinculação interna dos Estados. A regulamentação
das formas de vinculação internacional tem carácter misto; consta tanto de normas de direito
internacional como de normas de direito interno. Em princípio deveriam ser normas
internacionais a disciplinar o processo de conclusão de tratados. Todavia afora algumas regras
da Convenção de Viena sobre o dt dos tratados é principalmente o direito interno que regula,
por razões de deficiente estrutura ou institucionalização e por haver uma grande variedade de
regimes e sistemas de governo.
 Quanto às fases dos tratados: O procedimento internacional de conclusão dos tratados
encontra-se regulado nas Convenções de Viena sobre o Direito dos Tratados de 1969 e de 1986. A 1º
fase é a negociação da forma e conteúdo do tratado, matéria que não é sujeita a regras rígidas, ficando
em larga medida entregue á liberdade política dos Estados, com excepção para alguns limites jurídicos
(respeito do principio da boa-fé, no artigo 52º da Convenção de Viena proíbe-se a coacção entre
estados visando a celebração de tratados; regras de ius cogens são também aplicáveis em matérias
que envolvam direitos humanos, direitos relativos a espaços comuns, à proibição do uso da força,
regras ambientais,etc..) A iniciativa do tratado depende da espécie de tratado em causa ( tratados
bilaterais/multilaterais restritos=iniciativa informal; tratados multilaterais gerais dado reunirem
grande nº de entidades em regra geral decorrem em conferência internacional/no âmbito de uma
organização internacional=iniciativa em regra dos órgãos de organizações internacionais). Os
plenipotenciários (quem tem legitimidade para representar o Estado/Organização internacional ou
outra entidade na negociação de 1 tratado), segundo o artigo 7º da Convenção de Viena há 3 orgãos
que gozam de uma regra de presunção de competência para tal que são os Chefe de Estado, o
Governo e os Ministros dos Negócios Estrangeiros de cada Estado (têm dispensa total de
apresentação de plenos poderes=à luz da CRP tal não é possível), e podem passar carta de delegação
de tais poderes a outros órgãos como chefes de missão diplomática/diplomatas. A Fase que põe termo
à negociação dos tratados é a adopção do texto: tem efeitos vinculativos em relação à sua
forma/natureza de acto jurídico, e segundo o artigo 9º nº1 CVDT (Convenção Viena sobre Dto
Tratados) consagra-se uma regra de unanimidade para a adopção dos textos, porém há uma excepção
apresentada pelo mesmo artigo no seu nº2 em que na adopção do texto, na votação final global e
votação parcelar de cada artigo/norma durante a negociação de tratados multilaterais gerais,(reunião
de 10 ou + estados que intervém cada um enquanto sujeito DIP individualizado) em conferências
internacionais dá-se por uma maioria de 2/3 das entidades representadas, a menos que por maioria
2/3 os participantes estabeleçam outra regra para a adopção do texto.
 A Autenticação dos tratados é a fase do procedimento da conclusão dos tratados pela qual
o texto destes, já adoptado é formalmente reconhecido e tido como definitivo pelos participantes na
negociação, resumindo atesta que o texto está correcto. A Rubrica tem efeito de autenticação e
traduz-se no acto mais simples e com efeitos mais reduzidos relativamente às outras formas de
autenticação, excepção feita da situação do art.12ºnº2 alínea a) CVDT em que a rubrica por acordo das
partes tem todos os efeitos da assinatura formal, mas na generalidade dos casos (na falta de acordo)
apenas autentica o texto. A Assinatura ad referendum tem efeito de autenticação, e pode ter os
restantes efeitos normais da assinatura formal mediante confirmação, sendo que a confirmação tem
carácter retroactivo. Assim sendo se 1 estado depois de o seu representante assinar ad referendum,
ratifica o tratado, a assinatura passará a produzir todos os normais efeitos da assinatura formal. A
assinatura formal tem efeitos de autenticação, marca data e local do tratado, confere direito de
rectificação do tratado à parte assinante, vincula unicamente em acordos em forma simplificada
(artigo 12º) tirando esse caso nunca vincula, segundo o artigo 18º impõe também um dever de boa-fé
de não praticar actos que possam destruir o fim e objecto do tratado (os princípios fundamentais do
tratado). No silêncio do tratado sobre prazo de assinatura, este pode ser assinado a qualquer altura. A
assinatura sob reserva só faz sentido nos acordos em forma simplificada, dado nestes a mera
assinatura vincular imediatamente as partes, por isso um estado pode recorrer por exigências da sua
constituição/motivos políticos à assinatura sob reserva, sendo assim necessário um acto posterior para
existir vinculação (+ comum= assinatura sob reserva de ratificação ou de aprovação). A assinatura sob
reserva de vinculação não faz sentido em quaisquer outros tratados, dado que no silêncio do
tratado/das partes a assinatura não vincula, excepto no caso enunciado anterior.

A negociação: A negociação de qualquer tratado cabe a cada Estado, às pessoas


investidas de plenos poderes como seus representantes, mas a representação do Estado pode
resultar da prática dos Estados interessados ou de outras circunstâncias (artigo. 7º, n.º 1 CV).
São considerados representantes do Estado –artigo. 7º, n.º 2 CV, os chefes de estado e de governo,
chefes de missão diplomática e os representantes acreditados dos estados a uma conferência
internacional. Tem de tal apresentar plenos poderes apropriados ou quando resulta da prática dos
estados interessados.
Um acto relativo à conclusão de um tratado praticado por pessoas que não possam ser
consideradas autorizadas a representar o Estado não produz efeitos jurídicos a não ser que seja
anteriormente confirmado pelo Estado (artigo. 8º CV). Pode ser efetuada ou pela via diplomática
ordinária ou conferência diplomática. Exigência de maioria de 2/3 para aprovação.
Em Portugal cabe ao governo negociar convenções internacionais (200º) e cabe ao Ministério dos
Negócios estrangeiros a “condução das negociações”. A rubrica de qualquer tratado carece de prévia
autorizaçao expressa por parte do Conselho de Ministros. Artigo 229º confere a possibilidade das
Regiões Autónomas participarem nas negociações.
A assinatura: À adopção segue-se a autenticação do texto –assinatura ad
referendum (art. 10.º). Rere-se à fixação e certificação do texto definido do tratado por acordo dos
plenipotenciários. A assinatura não é formalidade requerida pela convenção para todos os casos.
Há tratados abertos que prevêem assinatura diferida. Fixado o Texto, os Estados-partes ficam
adstritos por imperativos de boa-fé a abster-se de actos que privem o tratado do seu objecto
ou do seu fim (art. 18º CV). No tratado solene a assinatura não significa ainda a vinculação do Estado
ao tratado, embora gere uma multiplicidade de efeitos (produz o direito de ratificar o contrato e faz
surgir o dever para os estados signatários de se absterem de ações ou omissões que privem o tratado.
Nos acordos em formma simplificada a assinatura pode vincular imediatamente os estados cujos
plenipotenciários assinarem (24º/4 CV). Os plenos poderes podem não conferir ao plenipotenciário a
faculdade de assinar. Se assim suceder, este ou se limita a opor, ou assina ad referum, ficando a
definitiva para mais tarde.
A negociação e a assinatura. A negociação de qualquer tratado cabe a cada Estado,
às pessoas investidas de plenos poderes como seus representantes, mas a representação do
Estadopode resultar da prática dos Estados interessados ou de outras circunstâncias (artigo. 7º,
n.º 1 CV). São considerados representantes do Estado –artigo. 7º, n.º 2 CV. Um acto relativo
à conclusão de um tratado praticado por pessoas que não possam ser consideradas autorizadas
a representar o Estado não produz efeitos jurídicos a não ser que seja ulteriormente confirmado
pelo Estado (artigo. 8º CV). A adopção do texto do tratado efectiva-se através do consentimento
de todos os Estados que participam na sua elaboração (art. 9.º, n.º1 CV). Realizando-se uma
conferência internacional com essa finalidade, efectua-se pela maioria de dois terços dos Estados
presentes e votantes a não ser que os Estados decidam, pela mesma maioria, aplicar regra
diversa (artigo. 9º, n.º 2 CV). Á adopção segue-se a autenticação do texto –assinatura ad
referendum (art. 10.º). A assinatura não é formalidade requerida pela convenção para todos os
casos. Há tratados abertos que prevêem assinatura diferida. Fixado o Texto, os Estados-partes
ficam adstritos por imperativos de boa-fé a abster-se de actos que privem o tratado do seu
objecto ou do seu fim (art. 18º CV).
Ratificação: Tirando os tratados sob forma ultra-simplificada, todos os tratados
requerem aprovação pelo órgão interno competente. Pelo contrário, nem todos requerem
ratificação. A ratificação nunca é um acto obrigatório para quem tenha de a emitir. É sempre
um acto livre. Nos tratados solenes não é a assinatura que vincula o estado mas tão somente a
ratificação e a subsequente troca de ratificações. É um ato juridico unilateral e solene pelo qual o órgão
competente do estado afirma a vontade deste se vincular ao tratado, realizado pelo chefe de estado.
É livre, salvo a rara hipótese, de o dever de ratificar derivar de um tratado anteriormente concluído.
Logo um estado não viola o DI se não ratificar um tratado que anteriormente assinou (caso da
plataforma continental)
Motivos de recusa da ratificação: recusa pelo Parlamento da aprovação do tratado, declaração de
inconstitucionalidade, veto politico ou inconveniência do tratado.
Há a possibilidade das ratificações tardias e a possibilidade da recusa da ratificação (Presidente
Wilson perante a recusa do Senado Americano de ratificar o Pacto das SDN ou a recusa da Dinamarca
de ratificar o Tratado da UE.
Com o estabelecimento da divisão de poderes, surge o poder executivo que negoceia o tratado e
o poder legislativo cuja aprovação é requerida para que se dê a ratificação. É a retificação que vincula
o estado ao tratado.
Nos sistemas representativos os efeitos da ratificação apenas podem produzir-se pelo futuro.
Na monarquia absoluta os efeitos retroagiam ao momento da assinatura. No caso PORTUGUÊS,
é o Presidente da República quem vincula o Estado na ordem internacional através de tratados
internacionais solenes. Ato de ratificação é objeto de um decreto autónomo do PR (decreto
presidencial de ratificação). Mas o PR só pode ratificar um tratado precedendo aprovação deste pela
AR( resolução) ou governo (decreto)- 164º e 200º, podendo ainda pedir a fiscalização preventiva da
sua constitucionalidade 278º. Após ratificado, cabe ao PR emitir a carta de ratificação.
Violação das regras constitucionais sobre conclusão dos Tratados.Quais as consequências
de violação de regras de Dt. Interno à composição e à forma de conclusão de tratados? Equivale
essa violação a um vício de que determina invalidade? Art. 46.º Convenção de Viena –contemplou
o problema estabelecendo uma solução intermédia e equilibrada; o chamado protocolo das
ratificações imperfeitas. São dois os requisitos de invocabilidade:
1.º -Que se tenha infringido uma regra interna de importância de fundo.
2.º -Que a violação seja manifesta. Subjacente as regras estão o princípio da boa fé e as
exigências de segurança jurídica.
A ratificação foi, durante muito tempo, a formalidade pela qual os Estados se vinculavam aos
tratados. Ou seja, todos os tratados revestiam a natureza de tratados solenes. Mas com o
desenvolvimento das relações internacionais, os Estados sentiram a necessidade de se vincularem aos
contratos negociados. Surgiu aqui os acordos de forma simplificada, designados por dispensarem a
ratificação e os Estados ficarem a eles ligados pela sua mera assinatura.
Como se sabe se se trata de um tratado solene ou mero acordo de forma simplificada? A
Convenção terá que o especificar e, no caso de não acontecer, a Comissão de Direito Internacional
afirma que “se a forma do tratado ou circunstâncias que o rodearam indicam a intenção de se
dispensar a ratificação, o tratado vincula pela assinatura, salvo estipulação em contrário”. Mas tal regra
foi motivo de divergências, ainda por mais porque a CV não se pronunciou sobre este tema. Embora
se tenha sentido uma generalização dos acordos de forma simplificada.
Uma especificidade do sistema constitucional português reside no facto de os acordos de forma
simplificado não vincularem o estado portugues com a sua mera assinatura mas apenas com a sua
aprovação- 8º e 200º. Mas face ao artigo 12º CV caso portugal não ressalve expressamente no acordo
que só se vinculará a ele depois da sua aprovação pelo orgão nacional competente, ficará vinculado ao
acordo no plano internacional pela sua mera assinatura.
Caso das ratificações imperfeitas: no caso de no respeitar os requisitos formais. Em que medida
esta irregularidade do tratado afeta a validade de vinculação do Estado no plano internacional? 1) uma
doutrina não admitia a validade internacional da ratifificação pelo estado, pelo facto do DI remeter
para o direito interno e, portanto, deve ser o direito intenro o padrão de validade da ratificação no
plano internacional. Uma outra corrente sustentava que a validade internacional do tratado, apesar
da ratificação imperfeita, pois a manifestação externa da vontade de um órgão do Estado competente
para o representar no plano internacionaal bastava para efetuar a vinculação internacional do Estado.
Vinculação: Como expressão definitiva de consentimento do estado em relação aos
tratados. Formas de vinculação nos tratados solenes: ratificação como regra, aceitação e aprovação.
Formas de vinculação nos acordos sob forma simplificada: assinatura e a sua dupla natureza juridica.
Ratificações imperfeitas: o valor juridico internacional das convenções viciadas internamente
quanto ao seu processo de conclusão. Soluções do artigo 46º da CV.
Eficácia: a entrada em vigor nos termos do artigo 24º da CV. Registo no Secretariado das
Nações Unidas e publicação nos jornais oficiais das partes (artigo 102º da Carta das Nações Unidas).

Particularidades dos tratados multilaterais


A elaboração do texto multilateral dá-se quer numa conferência internacional , quer numa
Organização internacional, podendo até ser aprovado por uma resolução. A conseuqência principal
disso é que o texto poderá resultar então, não de um acordo unânime, mas de uma votação
maioritária para a qual exige a maioria de 2/3. Não há portanto lugar à assinatura, e portanto usa-se
o termo “adoção”. A participação dos Estados pode dar-se pela forma clássica: assinatura e
ratificação. Mas este pode estar aberto a estados que não participaram na sua negociação,
designando-se de tratado aberto. O próprio mecanismo de participação dos estados num tratado
internacional pode traduzir-se numa restrição a essa participação, quando for exigida a unanimidade
dos estados partes para a aceitação de um novo estado como parte (Pacto Atlântico Norte ou CEE)
A participação de estados num tratado multilateral pode ter lugar através de assinatura
diferida ou de adesão. No 1º caso, ou tendo participado e não o quis assinar no momento de adoção,
ou não participou sequer e assina o tratado durante o periodo em que ele fica aberto à assinatura
dos estados que não participaram.
Na adesão o Estado que não participou na negociação o tratado exprime o seu consetimento
definitivo quando ao seu texto e vincula-se a ele- 11º e 15º CV.
As ratificações não são trocados, mas depositados junto de uma entidade que é escolhida
como depositária, sendo geralmente o Secretário Geral respetivo da Organização internacional. O
caso da Carta das Nações Unidas, cuja entrada em vigor dependia das ratificações das 5 grandes
potências, exigindo-se um certo numero de ratificações.
No tratados multilaterais faz-se depender a participação dos estados não da adesão, ou da
ratificação, mas da aceitação.
A adoção do texto (artigo 9º CV): a regra geral da unanimidade; a maioria de 2/3 para a
adoção em conferência internacional e a possibilidade de por essa maioria os estados
convencionarem outra regra distinta de votação; a possibilidade de o tratado institutivo de
organização internacional fixar uma maioria especifica para a adoção de convenção pelos seus órgãos
competentes.
Depositário enquanto custódio do tratado e correspondente processo de ratificações (artigo
76º CV).
A adesão é a forma mais vulgar de participação dos estados num tratado multilateral. Para
tal está sujeito a condições: 1- que não seja um tratado fechado (caso de tratados bilaterais e
questões politicas como tratados de paz e aliança militar) e 2- nenhum estado ter o direito de se
tornar parte num tratado originariamente concluido por 2 ou mais estados. Deve sujeitar- se ao
regime imposto e o processo de adesão previsto.

Entrada em vigor: Os tratados bilaterais entram em vigor, consoante o caso, na data da troca
dos dois instrumentos de ratificação (ou de aceitação ou de aprovação), do estabelecimento
do processo-verbal que comprove aquela troca ou da segunda notificação da ratificação Para
dar tempo aos Estados de organizar e preparar esta entrada em vigor, o tratado prevê, por
vezes, um prazo consecutivo à troca dos instrumentos de ratificação. Só depois de este prazo
expirar, é o que tratado entra em vigor.
Quanto aos tratados multilaterais, requer-se, por vezes, a unanimidade das
ratificações pelos signatários como condição da sua entrada em vigor.
Reservas: ato juridico unilateral não autónomo pelo qual um estado, no momento de
assinatura, adesão ou outra forma de vinculação a um tratado, pretende excluir ou modificar os
efeitos juridicos de algumas das normas deste na respetiva esfera juridica.Só existe nos tratados
multilaterais, pois deriva muitas vezes do facto de o estado ter sido colocado em minoria na votação
final de uma determinada disposição. Exemplo de uma reserva: normas de um tratado que PT
celebrou conflituam com a CRP na medida em que tratado implica a extradição de terroristas, e PT
para celebrar este tratado vai ter que fazer reserva quanto à pena de morte e tortura entre outros,
porque a CRP proíbe a extradição de portugueses.

Em que condições são aceites?


A posição tradicional ia no sentido de recusar a possibilidade de introdução de reservas nos
tratados sempre que com isso afectasse “integridade” das regras substanciais (Convenção de
Mondego Bay de 1982) embora a regra consiste na aceitação de reservas aos tratados.A prática
da SDN tentava conciliar aquela aceitação com a invocabilidade da soberania aos outros estados
partes na convenção: só sendo admissiveis quando aceites, ao menos tacitamente, por todos os
estados vinculados à convenção, embora posteriormente se foi registando uma tendência para
tornar mais flexivel a admissão.
A CV abandona como principio geral a regra da unanimidade, que a CDI tinha adotado em
1951. Criou disposições de caráter supletivo, desinadas a valer no silêncio dos tratados, ao
mesmo tempo que se formulava o voto de que em todos os tratados se inserissem disposições
relativas às condições de admissão de reservas. Assim, num número restrito de Estados vale a
regra da unanimidade; nos tratados entre grande número de estados, as reservas só são
admissíveis se compatíveis com os fins dos tratados e quanto aos tratados que instituem
Organizações Internacionais caberá aos órgãos da própria Organização a admissão da reserva.
Principio segundo a qual cada tratado pode estipular livremente a admissibilidade, critérios
de proibição e limitações à formulação de reservas (19º CV)
A formulação de reservas em tratados dilentes (19º CV): proibição de reservas incompatíveis
como o objeto e fins do tratado (caso Belios de 1988) .
Desta figura distinguem-se:-
 As rectificações do texto.-
 As declarações interpretativas.-
 As disposições transitórias e as cláusulas de exclusão.
A emissão de reserva está sujeita a limites materiais, temporais e formais.
a) Os limites materiais podem ser expressos –proibição de reservas pelo Tratado –e tácitas
(artigo 19º, al. a), b) e c) CV)–incompatibilidade da reserva com o objecto ou o fim do
Tratado. Há tratados que não consentem reservas: Carta das nações Unidas, Estatuto do
Tribunal Internacional de Justiça.
b) Os limites temporais traduzem-se na exigência de a reserva coincidir com qualquer fase
do processo de vinculação ao Tratado, não depois: a reserva tem de ser formulada no
momento da assinatura, da ratificação, da aceitação (artigo 19º CV).
c) Os limites formais consistem na necessidade de reserva ser formulada por escrito e
comunicada aos Estados (artigo. 23º CV).

 Declarações interpretativas: posicionamento formal e uniltaeral de um estado quanto ao


sentido que confere a determinadas normas de um tratado por ele adotado ao qual ele se
vinculou; critérios distintivos em relação às reservas; reservas simuladas.
 Declarações politicas: pronunciamentos politicos desprovidos de efeitos jurídicos.
 Cláusulas de “opting out”: critérios de exclusão da vinculção de um estado a certas normas
de um tratado que, não sendo formalmente aceites por todos os Estados-parte, têm efeitos
idênticos aos das reservas.
 Forma: escrita e dever de comunicação aos Estados contraentes e a outros que tenham o
direito de aderir ao tratado (23º/1 CV)
 Requisitos circunstanciais: formulação nos momentos de assinatura, ratificação, aceitação,
aprovação ou adesão (19º CV); requisitos de reserva formulada sob condição (23º/2 CV)
Relativamente ao caso das Convenções Internacionais do Trabalho, nos termos do artigo 19º, quando
uma convenção é aprovada na Conferência por maioria de dois terços, o Governo de cada um dos
Estados membros deve, no periodo de 12 meses, submeter o texto à autoridade interna competente,
e se conseguir o consentimento dessa autoridade, promove a ratificação da Convenção. Se não
consegue comunica ao Diretor Geral da Organização, de modo a evitar que os Estdos possam, com
base na separação de poderes não transpor a convenção para o seu direito interno. E portanto não
admitem reservas.
Regime de aceitação e objeção às reservas (20º e 23º CV): A dispensa de aceitação se a
reserva for, sem outro condicionamento, expressamente utilizada pelo tratado. Limite temporal de
12 meses contados da data de notificação de uma reserva para a formulação de uma objeção,
podendo esta última ser simples ou qualificada.
Efeitos juridicos das reservas e correspondentes objeções (20º e 21º CV): formulação da
reserva e respetiva aceitação aplicando-se o mesmo entre as partes de acordo com o sentido das
reservas formuladas; formulação de reserva e objeção simples: normas objeto daa reserva não se
aplicam entre o estado que as formulou e os Estados que objetaram. Formulação de reserva e
objeção qualificada ou inequívoca: tratado naõ se aplica na totalidade entre o Estado que formulou
a reserva e os estados que a ela objetaram. E finalmente, revogação das reservas e objeção às
mesmas reservas (22º CV) dando-se liberdade convencional de revogação e havendo obrigação de
notificação como requisito para a produção de efeitos revogatórios.
A aceitação da reserva pode ser tácita (artigo. 20º, n.º 5 CV). As reservas podem ser
revogadas –mas não modificadas –a todo o tempo (art. 22.º, n.º1). E também a objecção a
uma reserva pode em qualquer momento ser revogada (art. 22.º, n.º2). Já não a aceitação.
A nível interno dos Estados a competência para emitir e para revogar reservas ou para aceitar
ou objectar a reservas depende das normas constitucionais relativas à aprovação de tratados.
A aceitação da reserva pode ser tácita (artigo. 20º, n.º 5 CV). As reservas podem ser
revogadas –mas não modificadas –a todo o tempo (art. 22.º, n.º1). E também a objecção a
uma reserva pode em qualquer momento ser revogada (art. 22.º, n.º2). A nível interno dos
Estados a competência para emitir e para revogar reservas ou para aceitar ou objectar a
reservas depende das normas constitucionais relativas à aprovação de tratados.
As reservas têm certos limites: por exemplo as reservas não se aplicam ao Direito Internacional
costumeiro geral pois este é universal ( Exemplo: Estado faz reserva ao principio pacta sunt
servanda, esta reserva é inútil tal como é expressado no art.27º da CVDT a constituição própria de
um estado não é um limite ao cumprimento do tratado, pelo menos na parte em que não conflitue
com esta, logo o principio costumeiro tem de ser cumprido e a reserva não tem utilidade, é como se
não existisse). Uma reserva contrária ao ius cogens é também nula, sendo assim o Estado fica
vinculado como se não houvesse reserva alguma.
 Efeitos das reservas em relação a disposições que impõem obrigações bilaterais: este
regime está previsto no artigo 21º CVDT onde vigora o princípio da reciprocidade em matéria
de reservas (há exigência de igualdade entre estado que fez reserva e estado aceitante
dessa), é aplicável a tratados bilaterais (obrigações bilaterais) e às disposições que imponham
obrigações bilaterais nos tratados multilaterais gerais. Exemplo: Se Estado A faz uma reserva
a um tratado que prevê uma descida de 10% dos impostos aduaneiros sobre produto x no
sentido de apenas se vincular a descer 5%, e se as partes aceitarem tacitamente ou
expressamente ou tenham feito uma mera objecção simples à reserva, estas partes estão
apenas obrigadas em relação ao Estado A a descer os mesmos 5% e não os 10% previstos no
tratados. Já entre si continuarão a descer os 10%. Concluindo assim, a reserva apenas afecta
as relações entre o sujeito autor desta e as outras partes, mas não as relações entre estas
últimas=relatividade dos efeitos de reserva.
 Efeitos das reservas em relação a disposições que impõem obrigações erga omnes: nestes
casos não se aplica o princípio da reciprocidade ( artigo 21º não é aplicável). As obrigações
erga omnes tutelam interesses comuns e não interesses puramente estaduais, vinculando
cada estado em relação a cada um dos outros vinculados igualmente. Perante disposições
que impõe obrigações erga omnes , o facto de 1/alguns estados aceitarem ou objectarem
reservas ou de aceitarem o estado autor da reserva como parte no que lhes diz respeito não
tem qualquer efeito relevante, não existindo meio de desencorajar as reservas. Os Estados
que formulam reservas a estas disposições sabem que somente têm a ganhar com isso, sem
sofrerem qualquer limitação efectiva para lá de não poderem protestar pela violação da
disposição objecto da sua reserva. Exemplo: Estado A faz uma reserva a uma disposição do
Pacto dos Direitos Civis e Políticos com o sentido de não ficar obrigado a não puder condenar
com penas de prisão pessoas incapazes de cumprir uma obrigação contratual (art.11º). O
Estado B faz uma objecção simples a esta reserva, não será por força desta que poderá passar
a condenar a penas de prisão os cidadãos do Estado A que se encontrem nessa situação no
seu território e muito menos os seus próprios cidadãos (ou seja não vigora o princípio da
reciprocidade como nas obrigações bilaterais dado se estar perante obrigações erga omnes).
O Estado B encontra-se vinculado a cumprir a disposição objecto da reserva em relação a
todas as restantes partes. O Estado A perde o direito de protestar quando aquela disposição
for violada pelo Estado B.

O depósito dos tratados
Nos tratados multilaterais existe o instituto do depósito, também previsto na CV (artigo.
76º e 77º).

REGISTO E PUBLICAÇÃO DE TRATADOS


Nos termos do 18º Pacto da SDN: “todos os tratados concluídos no futuro por um membro
da sociedade deverão ser imediatamente registados pelo Secretariado e por ele publicados”, e senão
registados não eram nulos, mas sim inoponíveis.
A determinação da norma contida do tratado faz-se, como em todo o ato juridico voluntário,
pela sua interpretação. O objeto da interpretação consiste na averiguação da vontade real das partes
contraentes e a principal regra é a de boa fé, segundo a qual os tratados são negócios bona fide e
devem ser interpretados: efeito útil, exclui que o traatdo possa ser interpretado por forma a privá-lo
de efeito prático; interpretação não pode conduzir ao absurdo; efeitos ímplicos dos tratados, de
harmonia como o qual deve entender-se que foi querido não só o que expressamente se estipulou
mas ainda aquilo que for indespensável para a realização de estipulação e pode ser vista como
princípio de boa fé a regra da interpretação teleológica.
Uso dos elementos sistemático, lógico, histórico e teleológico. Artigos 31º a 33º da CV.
Entrada em vigor- Qualquer Tratado entra em vigor segundo as modalidades e nas
datas fixados pelas suas disposições ou convencionados por acordo dos Estados que tenham
participado na negociações (art. 24.º, n.º1). Na falta de disposição no tratado ou de acordo,
o Tratado entra em vigor logo que o consentimento a ficar por ele vinculado seja manifestado
por todos os estados que tenham participado na negociação (art. 24.º, n.º2). As cláusulas dos
tratados não têm aplicação retroactiva (artigo. 28º CV).
Principio Pacta Sunt Servanda e o Principio da Boa-Fé: Uma vez entrado em vigor, um tratado
adquire eficácia jurídica, tornando-se obrigatório, sendo assim como diz este principio
costumeiro os tratados devem ser respeitados/cumpridos (de boa-fé). Julga-se que este
princípio é a base do tratado. A exigência da boa-fé subjectiva no cumprimento do tratado dá-
se pela necessidade de abstenção da prática de actos de que se tem natureza de serem
antijurídicos, por outro lado a boa-fé objectiva impõe a cada sujeito internacional o respeito
pelas expectativas legitimamente surgidas em outros sujeitos internacionais por força da sua
actuação (respeito pela confiança legitima). O princípio da boa-fé encontra-se presente no
princípio pact sunt servanda, na tutela preventiva do objecto e fim do tratado antes da sua
entrada em vigor (artigo 18 CVDT) e na interpretação dos tratados (artigo 31º nº1 CVDT).

EFEITOS DOS TRATADOS


O tratado, apenas em casos excecionais, pode produzir efeitos na esfera juridica de terceiros,
ainda que só com o consentimento destes- 34º CV. O que pdoe variar é a forma de consentimento
do terceiro Estado- o artigo 36º exige o consentimento expresso e o 35º impõe que o consentimento
deste revista necessariamente a forma não só expressa mas também escrita. Assim, a produção de
efeitos depende do consentimento de terceiros.
Não se confunde a produção de efeitos obrigacionais dos tratados para com terceiros para a
sua oponibilidade erga omnes.

Violação das regras constitucionais sobre conclusão dos Tratados


Quais as consequências de violação de regras de Dt. Internoà composição e à forma
de conclusão de tratados? Equivale essa violação a um vício de que determina invalidade?Art.
46.º Convenção de Viena –contemplou o problema estabelecendo uma solução intermédia e
equilibrada; o chamado protocolo das ratificações imperfeitas. São dois os requisitos de
invocabilidade:1.º -Que se tenha infringido uma regra interna de importância de fundo.2.º -
Que a violação seja manifesta. Subjacente as regras estão o princípio da boa fé e as exigências
de segurança jurídica.
Invalidade enquanto valor jurídico traduzido na inaptidão de tratados portadores de vícios
nos seus pressupostos e elementos para produzirem a totalidade dos efeitos jurídicos tipicamente
lhes corresponderiam. Condições de validade: capacidade dos sujeitos, perfeição da vontade e
licitudo do objeto.
A principal linha de força do actual Direito dos tratados é a salvaguarda da subsistência
dos tratados. Daí resultam quatro regras básicas:-A validade de um Tratado só podeser
contestada por aplicação da convenção de Viena (art. 42.º, n.º1).-A nulidade de um Tratado
não afecta o dever do estado de cumprir todas as obrigações constantes do Tratado (artigo
43º).
Uma causa de nulidade de um Tratado somente pode ser invocada em relação ao
conjunto do Tratado (art. 44.º, n.º2).
Um Estado não pode alegar uma causa de nulidade de um Tratado quando depois de
haver tomado conhecimento dos factos esse Estado tiver aceitado considerar que ele era
válido (art. 45.º). O regime de invalidade dos tratados assenta na distinção entre violação de
regras internas de composição, vícios de consentimento ou na formação da vontade interna
e desconformidade material.
FUNDAMENTOS DA INVALIDADE 64
 Vícios relativos à capacidade: dos sujeitos de DIP para celebrar contratos e insuscetibilidade
de qualificação de uma entidade como sujeito de DIP (caso Red Line).
 Vícios de consentimento e da vontade:
Expressão do consentimento com violação de parâmetros de direito interno (artigo
46º da cv): discrepâncias doutrinárias anteriores à entrada em vigor da CV; relevância
da natureza orgânica, grave e manifesta do vício (caso da delimitação maritima e
questões territoriais entre o Katar e Barém).
Desrespeito às restrições fixadas ao plenipotenciário para vincular o Estado a um
tratado (47º CV): violação de restrições ao mandato, necessidade de notificação aos
outros Estados contraentes do teor do mandato como requisito para a relevância
jurídica da invocação do vício no consentimento.
Erro sobre o objeto (artigo 48º CV): Falta de correspondência entre o conhecimento
e a vontade; erro de facto; essencialidade do erro; fundamentos de exclusão do erro
com o fundamento do vicio no consentimento (caso “Highlands” no Tratado de Paris
de 1783)
Dolo (artigo 49º CV): intenção fraudulenta de induzir em erros as restantes partes;
intencionalidade e conhecimento da ilicitude; ininvocabilidade pelo Estado que deu
origem à conduta dolosa (Acordo de Munique de 1938)
Corrupção do representante de Estado (artigo 50º CV): ato deliberado de atribuição
de uma vantagem significativa ao plenipotenciário de outro Estado de forma a
induzi-lo a vincular esse mesmo Estado ao tratado; diferença entre benefícios com
relevo significativo e actos de cortesia; assimilação ao dolo
Coação sobre representante do Estado (artigo 51º CV): uso da força, ameaça ou uso
da força, bem como outros atos graves de ameaça sobre representante de Estado
tendo em vista impelir o mesmo representante a vincular o respetivo Estado a um
tratado (os casos do Tratado de Madrid de 1526)
Coação sobre o estado (artigo 52º): uso da força ou ameaça do seu uso sobre um
estado como forma de o compelir a vincular-se a um Tratado; doutrina Stimson de
1932; a não relevância da pressão económica para o efeito do artigo 52º da CV
(Aminoil vs Kuwait).
 Ilicitude do objeto
Tratados, moralidade e orem pública internacional
Consagração do primado de direito mperativo (ius cogens) na Convenção de Viena:
qualificação, formação e determinação de normas de direito imperativo
Tipos de ilicitude decorrentes da violação do direito imperativo: violação originária
do direito imperativo (artigo 53º CV), violação superveniente de direito imperativo
(artigo 64º CV) e violação de tratados de hierarquia superior: lacuna.
 Nulidade dos tratados inválidos
Nulidades absolutas e relativas e nulidades mistas: entendimento da doutrina
tradicional e as suas objeções às nulidades absolutas e nulidade absoluta e relativa
na CV:
Nulidade relativa: vícios no consentimento por violação do direito interno e
restrições a mandato do plenipotenciário, erro, dolo, corrupção, ilicitude do objeto
fundado da violação do tratado de hierarquia superior mas de direito não cogente
(com veracidade). Invocabilide: regras específicas, restrições e eclusão da invocação
por vicio por parte do Estado que tenha contribuido. Efeitos: dualismo de regimes
dos artigo 69º CV com efeitos sancionatórios mais rigorosos para o dolo e corrupção.
Divisibilidade: artigo 44º e os regimes específicos da nulidade fundada em dolo e
corrupção; pressupostos das invalidades parciais; particularidades dos tratados
multilaterais.
Nulidade absoluta: ilicitude do objeto e coação, extensão implícita do vício da
incapacidade absoluta das partes. Invocabilidade: príncipio da absolutidade fundada
na ordem pública internacional em caso de vício de coação e violação originária do
direito imperativo. Alguma diversidade de efeitos no regime da nulidade que
sancionava a violação de normas de direito imperativo (artigo 71º) e coação (51º e
69º/3). Divisibilidade: invalidae total da convenção (44º/5)
Violação superveniente de direito imperativo como invalidade mista: convenção que
sendo nula cessa também vigência (64º/2 e 71º)
Causas de Extinção dos Tratados (art.54º a 64º=atenção que alguns artigos apenas tratam da
suspensão da aplicação de um tratado que não é uma causa de extinção deste): Regra geral os
tratados extinguem-se por caducidade, podendo isto se reportar por 3 tipos de situação: é
estabelecido que tratado tem prazo de vigor de 5 anos, no fim destes caduca, ou o tratado tem uma
condição de para o seu vigor, como por exemplo um tratado que estabeleça que se aplica unicamente
durante conflitos armados, sendo assim este caduca em período de paz. Outra situação de
caducidade pode-se dar nos tratados multilaterais quando estes forem perdendo partes, até ao
ponto em que fica só uma parte vinculada ao tratado, devido a essas circunstâncias o tratado
caduca/extingue-se. A impossibilidade superveniente pode ser também uma causa de extinção de
um tratado, presente no art.61º, esta estabelece que a impossibilidade que seja definitiva de
cumprir/executar um tratado, não sendo possível a sua reconstituição pode fazer cessar a sua
vigência. Segundo o professor o art.63º e um conflito armado podem ser também razões para se
invocar a impossibilidade superveniente. A denúncia(em relação aos tratados bilaterais) e o recesso
( nos tratados multilaterais) presente no art.56º é outra possível causa de extinção de um tratado,
e são actos discricionários livres dos Estados. A renúncia e o recesso são admissíveis mesmo que um
tratado nada diga sobre isso mas tal possa ser deduzido da sua natureza (excepções: se tratados de
direitos humanos não os permitir expressamente neste caso não há possibilidade de serem
admissíveis quer a denúncia quer o recesso=nesta matéria não se admite que se possa depreender
tal coisa da natureza do tratado, estes mecanismos neste caso só são possíveis caso o tratado o
estabeleça expressamente; caso tratado esteja sujeito a prazo não é admissível a denúncia e o
recesso então). O recesso e a denúncia são sempre admissíveis em tratados aplicáveis a titulo
provisório ( art.25º). O art. 59º apresenta a cessação de vigência de tratado por revogação, tratado
posterior revoga tratado anterior (ambos mesma matéria normalmente=incompatibilidade). A
última causa de extinção de tratados destacada pelo prof. Foi a referente ao art.60º onde se dá a
excepção do não cumprimento(aplica-se apenas a violações do mesmo tratado), ou seja dando-se
uma violação substancial de um tratado bilateral por uma parte outra fica autorizada a invocar essa
violação para cessar vigência do próprio tratado/suspender(reciprocidade); violação substancial de
tratado multilateral por uma parte, autoriza outras partes agindo de comum acordo a
suspender/cessar vigência do tratado em causa, quer nas relações entre as partes e o estado autor
da violação quer entre todas as partes. Segundo o nº2 alínea c) deste artigo nos tratados multilaterais
que imponham obrigações erga omnes, um estado(sem ser o estado autor da violação) para
suspender o tratado com fundamento na violação é necessário que a violação substancial das
disposições por uma parte modifique radicalmente a situação de cada uma das partes quanto ao
cumprimento posterior das suas obrigações emergentes do tratado. O nº3 revela que a violação dos
princípios fundamentais do tratado e a rejeição do tratado não autorizada pela presente convenção
constituem violação substancial de um tratado. O nº5 revela que a excepção do não cumprimento
não se aplica aos tratados humanitários e tratados de direitos humanos. O art.64º trata de uma
situação em que um tratado quando entra em vigor é válido, mas sobreveio uma norma de ius cogens
incompatível com esse tratado fazendo cessar o tratado, logo o tratado extingue-se por
superveniência de norma de ius cogens.

Vicissitudes da Vigência das Convenções


Modificação:
Antes de 1945 qualquer Tratado só poderia ser modificado de acordo com a vontade de
todos os estados que o tivessem estipulado. Porém quando as relações internacionais se
tornam cada vez mais multilaterais e quando tendem a institucionalizar-se, exigir o acordo de
todos as partes seria criar uma excessiva rigidez. Daí vir-se a admitir a possibilidade de
modificação de Tratados multilaterais, não por unanimidade, mas por maiorias agravadas. Por
outro lado, há Tratados que se declaram insusceptíveis de revisão durante o tempo. Na
Convenção de Viena consagram-se duas regras procedimentais básicas:-Acordo entre as partes
(art. 39.º).-Possibilidade de cada Tratado regular as suas próprias modificações: por acordo
explicito sendo regra de natureza supletiva (art. 39.º, segunda parte, e 40.º) de onde o carácter
supletivo das normas da convenção.O procedimento de revisão dos Tratados multilaterais é
mais complexo do que os bilaterais (art. 40.º).
Especialidade dos tratados multilaterais:
 Tratado silentes quanto ao regime de alteração (40º): não vinculação pelos Estado que já são
partes do tratado e que não participaram no acordo de modificação.
 Acordos que alterem tratados multilaterais apenas nas relações estabelecidas entre algumas
partes (41º); autorização ou não proibição do acordo modificativo pelo tratado; não violação
dos fins e objeto do tratado; não ofensa aos direito de partes terceiras.

Cessação de Vigência dos tratados (André Gonçalves)


1. Cessação da vigência por acordo entre as partes: Artigo 54º traduzindo-se na ab-rogação do
tratado, na celebração de um tratado que põe termo ao primeiro. Pode ser tácita se as partes
celebram um tratado que regula a mesma matéria por forma incompatível com o primeiro.
O primeiro cessa por novatio (59º). Ou ainda cessação por termo final mediante condição
resolutiva ou fixação de tempo. Ou ainda mediante o desuso mediante costume contrário
(ATENÇÃO que é segundo a corrente voluntarista). Se não for este o caso, integra-se nas
circustâncias exteriores à vontade das partes.
2. Cessação de vigência por vontade unilateral de uma das partes: Caso da denúncia que exige
a intervenção posterior e individual da parte do Estado denunciante. A denúncia não prevista
pelo tratado não opera a cessação da vigência deste, e , sendo ato ilícito, acarreta a
possibilidade do Estado no plano internacional. Segundo o artigo 56º um tratado que não
contenha disposições relativas à sua extinção, e não preveja que as partes possam denunciá-
lo, não é suscetível de denúncia ou recesso, exceto se as partes notificaram a intenção para
tal, feita com 12 meses de antecedência. Pode tal denúncia acarretar a extinção do tratado,
se se tratar de tratado multilateral (recesso).
3. Cessação da vigência por circunstâncias exteriores à vontade das partes: Problema da
caducidade dos tratados. Por desaparecimento ou alteração territorial de um dos Estados:
tratados bilaterais. Por impossibilidade superveniente do seu cumprimento (61º)- cláusula .
A guerra, com exceção dos tratados que expressamente prevejam a sua vigência em tempo
de guerra ou que criem situações territoriais objetivas (SÓ nos casos bilaterais). Artigo 75º
deixa claro que a abertura de hostilidades é irrelevante para relações contratuais.

Ligado à questão da caducidade do tratado por impossibilidade superveniente do seu cumprimento


está o problema da admissibilidade da caducidade do tratado por alteração fundamental das
circusntâncias em que foi celebrado: rebuc sic standibus. Tal como no direito interno, também no
Direito Internacional dos tratados se alega, a favor da admissão da cláusula rebus, que permite
realizar a verdadeira vontade das partes e repor a proporção entre as obrigações recíprocas, evitando
uma alteração fundamental ou substancial das circunstâncias, venha impor a qualquer delas
sacrificios não previstos. O artigo 62º da CV aceita que seja invocada, e para se pôr fim a um tratado
bilateral, para o recesso de um tratado multilateral ou para a parte interessada suspender a vigência
do tratado. Excetuam-se os tratados de delimitação de fronteiras que não é atendível a cláusula
rebus.

O que é uma norma de ius cogens? São normas imperativas de direito internacional, de criação
costumeira que tutelam interesses colectivos fundamentais e não precisão de ser conhecidas de
modo unânime pelos estados, basta prática da maioria. As normas de ius cogens impõem obrigações
erga omnes, sendo que quando uma norma de ius cogens é violada todos os estados podem e devem
protestar. As normas de ius cogens são normas que incidem sobre espaços colectivos (normas
relativas à tutela do ambiente, do alto mar, dos fundos marinhos, dos corpos celestes, etc..=Ex:
norma de ius cogens que proíbe apropriação de zonas de alto mar), são também normas de ius
cogens as normas de direitos humanos e de natureza humanitária, dado estas também imporem
obrigações erga omnes pelo que todos os estados devem/podem protestar perante violação de
normas de natureza humanitária.As normas de ius cogens são inderrogáveis e só podem ser
modificadas por nova norma de ius cogens sobre mesma matéria. Concluindo, para o professor para
uma norma ser de ius cogens há 2 requisitos: tem de impor obrigações erga omnes e todos os estados
podem e devem protestar perante essa norma.

S-ar putea să vă placă și