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V - mesa de diálogo;
VI - fórum interconselhos;
Os órgãos não são pessoas e não se distinguem do Estado, como bem disse
Celso Antônio Bandeira de Mello(Apontamentos sobre os agentes e órgãos públicos, pág. 69).
Significam círculos de atribuições, os feixes individuais de poderes funcionais repartidos no
interior da personalidade estatal e expressados através dos agentes neles providos.
Considera-se, pois, que a matéria enfocada, por essa medida e outraS, deveria
ter como fonte lei formal, oriunda do Poder Legislativo, mediante discussões, obedecidas as
regras regimentais existentes e ainda dentro das chamadas prioridades que forem e são
apresentadas ao Parlamento, não devendo vir por ato da Presidência da República. Diga-se
isso, dentre outros argumentos, a uma, que o Decreto enfocado não é um regulamento de
execução; a duas, que se for considerado um regulamento autônomo, não terá sobrevida
jurídica no sistema constitucional pátrio.
Já se viu que o Decreto emitido pelo Presidente da República não pode criar ou
extinguir cargos públicos, a par de, na organização e funcionamento da administração pública,
não implicar aumento de gastos públicos.
Ora, isso não ocorre com o Decreto 8.243/2014, que cria órgãos públicos,
como aqueles já trazidos à colação, no artigo 6º. Órgão público somente pode ser criado por
lei formal. Representando compartimentos internos da pessoa pública, os órgãos públicos não
podem ser livremente criados e extintos pela só vontade da Administração. Tanto a sua criação
como a extinção dependem de lei, como dispõe a Constituição, que pauta reservas legais para
a matéria, como se vê da disciplina do artigo 48, XI, da Constituição. Lembre-se que sobre o
poder de deflagrar o processo legislativo para a criação de órgãos públicos(iniciativa reservada
ou privativa) dois aspectos são levados em conta: de um lado é inconstitucional a lei sobre a
matéria que se tenha originado da iniciativa de outro órgão; se a iniciativa, por exemplo, é do
Presidente da República, o projeto de lei não pode ser apresentado por membro ou Comissão
do Congresso.
Ainda tal decreto, por sua forma e essência, não pode ser confundido com os
chamados regulamentos de urgência, que são encontrados na Itália. O que se tem por aqui são
as medidas provisórias que possuem a natureza de lei, nos termos dos ditames constitucionais.