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ATIRA-TE

Jesus vinha de um retiro espiritual tremendo. Diríamos modernamente um


super-acampamento. Ou ainda, numa linguagem "gedoziana" um pós-encontro.

Quarenta dias orando e jejuando, jejuando e orando. Só? não, melhor do


que isso. Ele e o Pai. Exagerando na dose pentecostal que me vem à alma:
"Poder puro! Fogão! Só poder! Oh Glória!"

Foram dias e noites gastos a sós com seu Pai que tudo via e que o
acompanhava em secreto. Logo mais adiante Ele mesmo irá confirmar este lugar
secreto chamado por Jesus carinhosamente de "quarto". Este a sós com Deus em
meio ao deserto/secreto.

Logo aparece uma necessidade. A fome. Atrás da necessidade ele, nosso


arquiinimigo, o próprio. Começava Jesus a ser tentado no deserto não mais tão
secreto como anteriormente, agora descoberto por mais alguém.

O diálogo começa. Palavras vêm, palavras voltam. Desafios vão,


respostas vem. Olhares meio que desconfiados, arredios, sem muita comunhão,
nem intimidade. A segurança do mestre na sua própria palavra se destaca,
principalmente a certeza de ter ouvido um pouco antes em seu batismo a voz do
Pai que dizia que Ele, Jesus, era o Filho amado, verdadeiramente amado.

O tentador convida o mestre para uma volta até a cidade. Não qualquer
cidade, mas a santa. Chegando a cidade não perde tempo, vai logo para o templo.
Não a qualquer lugar do templo, mas para o pináculo, o lugar mais alto. Olha para
Jesus cheio do Espírito, estando no lugar em que todo aquele que esta cheio
deste Espírito gostaria de estar, e lhe desafia a pular:

"Atira-te! Vamos, Atira-te!" - "Ah... (pensaríamos em voz baixa) agora é o


melhor momento para mostrar o que um homem cheio do Espírito é capaz de
fazer. Agora é a hora. Ou vai, ou racha! Vou mostrar a este derrotado de uma vez
por todas o que sou capaz de fazer. Sou mais que vencedor! Posso todas as
coisas! etc., etc. e etc.". Repetiríamos como papagaios inúmeras passagens
bíblicas como meras frases de efeito. Graças a Deus Ele não pensou como nós.
Seria uma verdadeira tragédia.

Uma tragédia tão grande quanto a que estamos assistindo nestes últimos
dias. Homens de Deus, cheios do Espírito Santo, sendo tentados a voar. Ícaros
destemidos atrás da ingênua tentação de atingir lugares, os quais não são para
homens e sim para pássaros ou ingênuos de plantão momentaneamente
enganados. Sim, momentaneamente, pois logo descobrem que lhes faltam o chão
e aí despencam e caem. Suas asas, como a de Ícaro, logo se desfazem,
desmancham, são frágeis ao calor do sol, sensíveis a quentura dos holofotes, e aí,
caem, feito meninos tentando andar pela primeira vez.

Nosso rival conhece os lugares que desejamos estar. Muitos deles


bonitos, pomposos e terrivelmente "espirituais". Estes lugares de tremenda
espiritualidade, podem se transformar rapidamente em trampolins. Levando-nos a
desejar e a experimentar apenas uma "puladinha" rápida ao sucesso, que, em
troca compromete valores, princípios, ética, etc. Chegar ao lugar alto exige
renúncia, preparo, um monstruoso desejo de servir aqui na terra, mais do que o de
aparecer voando com anjos nas alturas. Chegando lá devemos resistir a tentação
do poder, caminhando em direção a cruz tão esquecida em nossos dias.

Que Deus nos ajude a resistirmos a tentação dos lugares altos junto ao
templo e que Ele nos livre de pularmos na incerta espiritualidade de nossos
tempos/templos.

Ricardo Bitun,
Pastor da Igreja Evangélica Manaim

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