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O aumento dos crimes raciais nos últimos anos é uma triste realidade, principalmente, no
meio virtual. De acordo com o Atlas da Violência 2017, a população negra também
corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem
vítimas de violência. Fato que nos faz despertar a preocupação em relação ao papel da Commented [VZdA1]: Espaçamento simples.
educação escolar na formação de cidadãos cientes de seus direitos, mas principalmente
de seus deveres. E nesse contexto social, verificar os reais impactos em que a Lei 10.639
está cumprindo junto à juventude estudantil e a sociedade como todo do nosso país. Uma
vez que o objetivo da Lei 10. 639, é o desenvolvimento de práticas pedagógicas nas
escolas sobre a história da África e a cultura afro-brasileira, com vistas a um maior
conhecimento histórico das origens da nação brasileira. Construindo assim, uma
consciência multiétnico/racial, respeito e aceitação das diferenças. Para desenvolvimento
desse trabalho de pesquisa, duas escolas foram tomadas como referencial. Onde
realizou-se duas pesquisas simultâneas. Uma sobre a real aplicabilidade da Lei 10639 e
seus impactos. E outra, sobre ações pedagógicas, projetos e trabalhos com o objetivo de
produzir conhecimentos, bem como atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos
quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir respeitando as
diferenças na identidade cultural brasileira.
Palavras – Chaves:
Lei 10.639 – Racismo - Ações - Aplicabilidade – Impactos Sociais.
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Introdução
O racismo é crime e está previsto em lei específica, a Lei 7.716/1989. Trata-se de Commented [VZdA2]: Utilize parágrafos.
crime contra a coletividade. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível. A pena de
reclusão vai de um a três anos e multa. Também é crime Injúria racial, conforme o artigo
140 do Código Penal, terceiro parágrafo. É quando se ofende uma ou mais vítimas, por
meio de “elementos referentes à raça, cor, etnia, religião e origem”. É um crime
inafiançável e a pena de reclusão é de um a três anos, mais multa.
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Estamos acostumados a valorizar o estereótipo de origem europeia, o que resulta
na negação do negro e até mesmo do índio, o nativo da terra. Ainda hoje, milhares de
brasileiros apresentam dificuldades de reconhecer-se como negro, porque o ideal
dominante é o branco europeu. Nessa confluência, que se dá sob a regência dos
portugueses, matrizes raciais díspares, tradições culturais distintas, formações sociais
defasadas se enfrentam e se fundem para dar lugar a um povo novo. (Ribeiro 1970),
O silêncio da escola sobre as dinâmicas das relações raciais tem permitido que se
transmita aos alunos uma pretensa superioridade branca, sem que haja
questionamento desse problema por parte dos profissionais da educação e
envolvendo o cotidiano escolar em práticas prejudiciais ao grupo negro. Silenciar –
se diante do problema não apaga magicamente as diferenças; ao contrário, permite
que cada um construa, a seu modo, um entendimento, muitas vezes estereotipado
do outro que lhe é diferente. Esse entendimento acaba sendo pautado pelas
vivências sociais de modo acrítico, conformando a divisão e a hierarquização
raciais. (ARANTES E SILVA, 2001. P. 22)
Por isso se faz necessário a busca através de estudos e pesquisas para que se
tenham parâmetros válidos dentro de um contexto histórico / Geográfico, a despeito da
nossa história rea,l do povo brasileiro. Como diz o escritor Nina Rodrigues em seu livro
“Africanos no Brasil” 1895:
Apenas nos preocupam aqui aqueles povos negros, que, pelo número de colonos
introduzidos, pela duração da sua imigração, ou pela capacidade e inteligência
reveladas, puderam exercer uma influência apreciável na constituição do povo
brasileiro. ( p. 205)
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2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo
oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática.
Nesse sentido foi desenvolvido um trabalho de pesquisa junto à duas escolas com
características diferenciadas. Sendo uma Escola Estadual pertencente à Regional do
Barreiro. Localizada a sudoeste de Belo Horizonte, a região do Barreiro faz limite com os
municípios de Contagem, Ibirité, Brumadinho e Nova Lima. É formada por 54 bairros e 18
vilas, com 70mil domicílios que abrigam aproximadamente 300 mil habitantes. Dados da
Prefeitura de Belo Horizonte. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/barreiro acesso
em 25/08/2018. E ainda outra escola de ensino particular da região metropolitana de Belo
Horizonte, com mais de 15 anos de existência e pertence ao maior grupo educacional
privado do Brasil.
Os resultados das pesquisas sobre temas referentes aos impactos da Lei 10.639 são os
que se seguem. Responderam aos questionários, 320 participantes, no geral.
Nas duas escolas alvos da pesquisa, o principal projeto referente à aplicabilidade da Lei
10.639 se resume na “Semana da consciência negra”, realizada semana do dia 20 de
Novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Zumbi é considerado símbolo
de resistência contra a escravidão. Nesta semana são realizados debates, apresentações
teatrais, musicais, danças, literatura e artes. São expostos vários murais representativos
da luta contra o racismo e a intolerância racial.
A segunda fase da Pesquisa: Foi direcionada especificamente aos alunos, num total de
290, na faixa etária de 11 a 17 anos. Alunos da escola pública e privada.
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“Você percebe elementos da cultura africana (indígena) em seu cotidiano, como na
música, palavras, alimentos, outros?”
51% responderam que sim. Número também considerado baixo diante o direcionamento
da própria pergunta (música, palavras, alimentos).
Conclusão
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Penso, por fim, na ambiguidade desta nossa história de que são vítimas os
negros, numa sociedade que os exclui dos benefícios da vida social, mas
que, no entanto, consome os deuses do candomblé, a música, a dança, a
comida, a festa, todas as festas de negros, esquecida de suas origens. E
penso também em como, em vez de registrar simplesmente o fracasso dos
negros frente às tantas e inumeráveis injustiças sofridas, esta história
termina por registrar a sua vitória e a sua vingança, em tudo o que eles
foram capazes de fazer para incorporar-se à cultura brasileira. Uma cultura
que guarda, através de sua história, um rastro profundo de negros africanos
e brasileiros, mulatos e cafuzos, construtores silenciosos de nossa
Identidade. E não se pode dizer que não houve afetividade ou cumplicidade
nessa relação. A mestiçagem é a maior prova dessa história de pura
sedução, da sedução suscitada pela diferença, que ameaça e atrai, mas
acaba sendo incorporada como convívio tenso e sedutor, em todos os
momentos da nossa vida. Tudo isso é memória. Tudo isso faz parte da
nossa história. Uma história escamoteada que já não poderá mais ficar
esquecida pela história oficial. (ARAUJO. 2007, p.5)
Sobre a importância de conhecer o passado como ponte para o futuro, o historiador Eric
Hobsbawm escreveu:
[...] passado, presente e futuro constituem um continuum.
Todos os seres humanos e sociedades estão enraizados no passado – o
de suas famílias, comunidades, nações ou outros grupos de referências,
ou mesmo de memória pessoal – e todos definem sua posição em
relação a ele, positiva ou negativamente. Tanto hoje como sempre:
somos quase tentados a dizer “hoje mais que nunca.” E mais, a maior
parte da ação humana consciente, baseada em aprendizado, memória
e experiência, constitui um vasto mecanismo para comparar
constantemente passado, presente e futuro. As pessoas não podem
evitar a tentativa de antever o futuro mediante alguma forma de
leitura do passado. Elas precisam fazer isto. Os processos comuns da vida
humana consciente, para não falar das políticas públicas, assim o exigem.
E é claro que as pessoas o fazem com base na suposição justificada de
que, em geral, o futuro está sistematicamente vinculado ao passado, que,
por sua vez, não é uma concatenação arbitrária
de circunstancias e eventos.
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A pesquisa nos mostra neste grupo alvo, 290 alunos de idade entre 11 e 17 anos,
estudantes de escola pública e privada. Ainda há um grande desconhecimento sobre a Commented [VZdA6]: Ainda
história da África e da cultura Afro-brasileira, com vistas a um maior entendimento
histórico das origens da nação brasileira. Pois conhecer o legado histórico nacional é o
primeiro passo para valorizar e preservar a cultura. E principalmente para desenvolver o
respeito pelas diferenças étnico/raciais. Entendendo que as diferenças podem e devem
somar e não subtrair do aspecto cultural do povo brasileiro.
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Referências Commented [VZdA7]: Ver n o manual como construir
essa seção. Faltam negritos nos títulos.
Ribeiro_darcy_Povo_brasileiro_formacao_e_o_sentido_do_Brasil
http://www.usp.br/cje/anexos/pierre/ribeiro_darcy_povo_brasileiro_formacao_e_o_sentid
o_do_b rasil.pdf
Dez anos da Lei 10.639: O que mudou nos livros didáticos de História? Uma
proposta de análise. Rubia Caroline Janz. Disponível em:
http://www.encontro2014.sc.anpuh.org/resources/anais/31/1405545780_ARQUIVO_trab
alhocompleto_RubiaCarolineJanz.pdf acesso em 20/08/2018
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. Ática: São Paulo: 2008.
ARAUJO, Emanoel. Viva Cultura, Viva o Povo Brasileiro. Museu Nacional: São Paulo,
2007
HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.