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GENÉTICA E CÂNCER

Estudos abrangendo inúmeras áreas possibilitaram uma


compreensão fundamental das bases genéticas do câncer.
Embora fatores ambientais e dietários indubitavelmente
contribuem para o câncer, aceita-se que os cânceres se originam
através de um processo de passos múltiplos conduzidos por
alterações de genes celulares e seleção clonal da progênie
variante, que vai adquirindo um comportamento
progressivamente mais agressivo. Estas mutações ocorrem em
três classes de genes celulares: oncogenes, genes supressores
de tumor e genes de reparo de DNA. A grande maioria das
mutações em câncer é somática, e presente apenas nas células
tumorais. Uma quantidade relativamente pequena dessas
mutações pode estar presente na linhagem germinativa dos
indivíduos e predispo-los a vários tipos de câncer.
Considera-se que a proliferação de células normais seja
regulada por proto-oncogenes promotores de crescimento
contrabalançada por genes supressores de tumor, que
restringem o crescimento. Mutações que potenciam as
atividades dos proto-oncogenes, convertem-nos em oncogenes,
que forçam o crescimento de células tumorais. Inversamente,
lesões genéticas que inativam genes supressores, liberam as
células da repressão imposta por estes genes, permitindo o
crescimento irrestrito de células cancerosas.

ONCOGENES

Proto-ooncogenes são genes normais no organismo, envolvidos


na proliferação celular. Um proto-oncogene pode ser convertido
de um gene celular normal em um oncogene por uma variedade
de eventos submicroscópicos, incluindo mutações puntuais,
pequenas deleções e inserções e justaposição a outras
sequências cromossômicas. Este último evento pode ser
visualizado citogeneticamente como uma translocação ou
inversão. Além disso, a amplificação gênica também pode levar
à produção exagerada de produtos oncogênicos.

QUEBRAS ORIGINANDO FUSÕES GÊNICAS

A leucemia mielóide crônica (CML) foi a primeira doença


neoplásica a ser associada com uma anormalidade
cromossômica, o cromossomo Philadelphia (Ph1), um
cromossomo marcador do grupo G que ocorre na medula óssea
de 90% dos pacientes com CML. O rearranjo específico desse
cromossomo mostrou ser o resultado da translocação t(9;22)
(q34;q11).

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A clonagem desses pontos de quebra mostrou que o oncogene
Abelson (ABL) estava translocado de sua localização normal no
cromossomo 9 para o cromossomo 22 (Ph1). O gene localizado
no ponto de quebra do cromossomo 22, que foi chamado BCR
(“breakpoint cluster region”), tem pontos de quebra em muitas
neoplasias. A justaposição desses genes leva à formação de um
RNAm quimérico de 8,5 kb, maior do que o RNAm normal do
ABL . Este RNAm é traduzido em uma proteina quimérica ABL
(210 kDa), com atividade tirosina quinase aumentada.

Mapa da fusão gênica BCR-ABL em Leucemia Mielóide Crônica. (Forma-se um


DNA quimérico que dará origem a uma proteína quimérica de 210 kDa).

Pacientes com leucemia linfoblástica aguda (ALL), cujas células


tinham um cromossomo Ph1 resultante da translocação
cromossômica típica foram estudados, com a utilização das
mesmas sondas. Tanto CML quanto ALL tem o mesmo ponto de
quebra ABL entre os exons 1 e 2, mas em BCR, o ponto de
quebra para ALL está ao menos 50 kb 5’ do ponto de quebra
para CML. O RNAm em ALL é menor que em CML (70 kb) e a
proteina quimérica ABL é também menor (190 kDa) . Nestes
casos a proteína está alterada.

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Mapa da fusào gênica BCR-ABL em Leucemia Linfoblastica Aguda. (Forma-se
um DNA quimérico que dará origem a uma proteína quimérica de 190 kDa).

Entre as condições em que a concentração da proteína é


afetada está o linfoma de Burkitt, cuja principal alteração é a
translocação recíproca t(8;14) (q24;q32) . O ponto no qual o
cromossomo 14 se quebra está situado entre os genes que
codificam as regiões variável e constante da cadeia pesada da
molécula de anticorpo (às vezes a tranlocação envolve os
cromossomos 2 ou 22 em vez do 14, em regiões que também
estão envolvidas na produção de anticorpos). O oncogene c-MYC
se localiza no pequeno segmento do cromossomo 8, que
consistentemente se transloca para o cromossomo 14. A
proteina c-MYC é qualitativamente a mesma, tanto nas células
normais quanto nas do linfoma de Burkitt, porém o rearranjo
ativa o oncogene por causa de sua justaposição a sequências
“enhancer” que são ativas no tipo celular do qual o tumor se
origina. O oncogene c-MYC é então expresso na mesma
intensidade em que os genes da imunoglobulina são expressos
numa célula B normal. Ele se torna parte da função
especializada da célula e sua proteína é expressa em níveis
anormalmente altos .

Translocação recíproca entre os cromossomos 8 e 14 origina a maior parte


dos casos de Linfoma de Burkitt, uma malignidade das células B do sistema
imune humano. Um segmento do cromossomo 8 se quebra e se move para o
cromossomo 14 e reciprocamente um segmento do cromossomo 14 se move
para o cromossomo 8. Essa translocação recíproca coloca um oncogene do
cromossomo 8 próximo a um gene no cromossomo 14 que codifica parte da
produção da molécula de anticorpo. Um mecanismo que ativa a produção de
anticorpos em células B normais, ativa então o oncogene.

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Esses rearranjos apresentam duas conseqüências potenciais: 1)
ativação de genes chave no controle da proliferação celular e
diferenciação; 2) o rearranjo rompe genes não relacionados,
posicionados em cada um dos pontos de quebra cromossômicos
que então se fundem num gene quimérico. Pelo menos um dos
genes afetados tende a codificar um fator de transcrição
quimérico. Quando expresso, o produto da fusão
freqüentemente retém a especificidade de ligação ao DNA de um
dos genes parentais, ativando inapropriadamente a transcrição.
Diversos outros casos desses rearranjos já foram descritos
detalhadamente, tanto em análise citogenética, quanto
molecular. Todos os seus produtos quiméricos tem atividade
transformante.

ONCOGENES IDENTIFICADOS POR AMPLIFICAÇÃO DE DNA

Diversos alelos oncogênicos foram identificados porque eles


estão contidos em sequências de DNA amplificadas em células
tumorais. Em vários casos, as sequências de DNA amplificadas
foram primeiramente reveladas em análises cariotípicas como
elementos extracromossômicos denominados double-minutes e
regiões homogeneamente coradas.
Double minutes (dmin) e regiões homogeneamente coradas
(HSRs), que ocorrem em muitos tipos tumorais, são
amplificações genicas e correspondem a uma concentração
imprópria de oncogenes. Double minutes são estruturas
extracromossômicas de DNA circular, consistindo de 1 a 2
milhões de pares de bases que replicam de maneira autonoma,
aproximadamente uma vez por ciclo celular, e segregam ao
acaso para as células filhas, devido à ausência de centrômeros.
HSRs são estruturas amplificadas intracromossomicas que não
estão necessariamente localizadas no locus nativo do gene.
Ambos contém genes que dão uma vantagem seletiva de
proliferação às células tumorais onde eles ocorrem. Há uma
hipótese de que regiões de DNA são excisadas do cromossomo
como resultado de eventos de recombinação na forquilha de
replicação. Dependendo de seu tamanho, estas estruturas
amplificadas podem conter alguns genes cromossomicos e
resultariam numa deleção desses genes dos loci
correspondentes. Este modelo ainda prediz que os epissomos
multimerizam para formar estruturas circulares maiores, os
dmin, que podem ser detectados citologicamente.
Subsequentemente à sua formação, estes elementos de DNA
extracromossômicos podem se integrar ao cromossomo,
resultando em HSR.
Acredita-se que a seleção biológica para a geração e
manutenção de sequências amplificadas de DNA em células
tumorais seja dirigida pelo número de cópias aumentadas e
expressão aumentada de genes alvo ou genes dentro de uma
região maior de DNA amplificado.

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GENES SUPRESSORES DE TUMOR

Por uma definição operacional, os genes supressores de tumor


são elementos genéticos cuja perda ou inativação permite à
célula apresentar algum dos vários fenótipos da transformação
neoplásica. Neoplasias como retinoblastoma, tumor de Wilms,
meningioma, neurinoma de acustico etc., podem ter uma perda
genética de ambos os alelos de um dado gene. A ação recessiva
de alelos mutantes de genes supressores de tumor permite que
os efeitos resultantes sejam retardados por longos períodos de
tempo após a concepção. O retinoblastoma é um tumor da
infância e em 20-30% dos casos, ambos os olhos são afetados.
Todos esses casos bilaterais e 15% dos casos unilaterais são
herdados como um caráter autossômico dominante. O
retinoblastoma forneceu a primeira sugestão de que a
inativação de um gene específico poderia ser importante para o
desenvolvimento do câncer humano; o gene RB está localizado
no braço longo do cromossomo 13 (13q14) e em tecido tumoral,
o RNA mensageiro e o produto proteico deste gene estão
ausentes. O envolvimento da região 13q14 na etiologia de RB foi
primeiro inferida pela observação de deleções constitucionais
intersticiais de 13q14 em pacientes apresentando
retinoblastoma e anomalias congenitas. Tanto as formas
hereditárias quanto as esporádicas de retinoblastoma envolvem
anormalidades nesta região. Utilizando-se retinoblastoma como
modelo, postulou -se que ele é desencadeado por 2 lesões
sucessivas no genoma celular. No retinoblastoma esporádico,
ambas as lesões ocorreriam na linhagem de células da retina
como mutações somáticas ocorrendo de novo, mas bem depois
da concepção. No retinoblastoma familial, uma das duas
mutações seria herdada de um dos pais ou se originaria durante
a gametogênese; a segunda mutação requerida ocorreria então
como um evento somático. O primeiro passo seria a inativação
de um gene supressor de tumor e o segundo passo seria a
inativação de seu alelo. Esta inativação poderia ser qualquer
disfunção (ex. metilação) ou ausência (monossomia, deleção)
do gene.

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Modelo do desenvolvimento de retinoblastoma. Na parte superior, à
esquerda, 2 cromossomos 13 normais são representados. A formação de um
tumor pode resultar de um cromossomo com um único gene mutado (RB).
(Esta já é a constituição de um indivíduo com a forma hereditária de
retinoblastoma). A segunda alteração é a inativação de seu alelo.

Os produtos dos genes supressores de tumor são componentes


das vias de sinalização intercelular que permitem à célula
receber e processar sinais inibidores do seu redor. Quando a
célula perde componentes críticos desta rede de sinalização, ela
perde a capacidade de responder a certos sinais extracelulares
inibidores da proliferação, mesmo que estes sinais ainda
estejam presentes no meio ambiente.
A parada do crescimento é geralmente conseguida através de
três respostas alternativas. Uma célula em crescimento
exponencial pode parar em diferentes fases de seu ciclo celular.
Uma parada no final da fase G1, justamente antes da síntese de
DNA ocorre frequentemente. Alternativamente, as células
podem ser induzidas a sofrer um estágio terminal, a
diferenciação pós-mitótica. Isto representa um
comprometimento irreversível e serve mais uma vez para limitar
a proliferação celular. Mais drástico é o comprometimento da
célula para sofrer senescência ou apoptose. Juntas, estas
respostas definem a área de ação dos genes supressores e das
proteínas por eles codificadas.

A descoberta de que o mesmo tipo de genes está mutado em


muitos tumores levou à conclusão de que o câncer é atingido
através de múltiplos passos. O número de mutações requeridas
para cada caso determinado de câncer varia de acordo com os
diferentes tipos celulares. Um exemplo de relevância para o
fenômeno de múltiplos passos é o dos tumores colo-retais.
Esses tumores parecem ser iniciados por mutações no gene
supressor de tumor APC (5q). Ainda não está claro se o segundo
passo é uma mutação no alelo APC remanescente, resultando na
ausência total do produto gênico funcional ou alguma mutação
em outro gene ainda não identificado. Mutações no APC podem
ocorrer da mesma maneira que no gene RB, na linhagem

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somática ou germinativa. Mutação de APC leva à proliferação
anormal de células. A hipometilação do DNA é então associada à
conversão de uma das células deste epitélio proliferativo em um
pequeno tumor benigno (adenoma). Ativação do gene RAS (12p)
frequentemente ocorre numa dessas células do tumor benigno,
levando a um crescimento seletivo, resultando num tumor maior
e pior (embora ainda benigno). Em seguida, uma mutação no
gene DCC (18q) pode fornecer a uma das células deste adenoma
já em progressão, a capacidade de proliferar ainda mais
anormalmente, originando um adenoma displástico que por sua
vez, atinge o estágio carcinomatoso. A transição de adenoma
avançado para carcinoma é frequentemente acompanhada, e
talvez dirigida, por mutações no gene p53 (17p). Isto também
poderia levar à capacidade de invasão, ou outras alterações
seriam necessárias para o processo metastático ser atingido
Nenhum estágio da tumorigênese é estático, incluindo o estágio
maligno; mutações adicionais ocorrem, dando origem a
pequenas subpopulações que podem permanecer como subtipos
clonais; estes representam as maiores dificuldades em
oncologia clínica, pois são reservatórios de células
geneticamente heterogêneas com capacidades variadas de
proliferação, diferenciação e metástases, e diferentes
sensibilidades a drogas, radiação e ataque imune.

Em muitos tumores, mutações em um gene específico parecem


preceder as mutações em outros. Pelo fato de os oncogenes e
genes supressores de tumor controlarem diferentes circuitos de
crescimento, talvez a ordem na qual os circuitos são
interrompidos não seja importante, mas sim que um número
suficiente de vias críticas tenha uma disfunção para que o
crescimento do tumor ocorra. Os achados citogenéticos em
muitos tumores sugerem que somente um conjunto de vias
genéticas pode iniciar os processos tumorigenicos em tipos
celulares particulares, e que a mutação em alguns genes
confere uma vantagem de crescimento seletivo somente em
estágios tardios do desenvolvimento tumoral.

Modelo de evolução cromossômica em neoplasias colo-retais

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GENES DE REPARO DE DNA

Mutações que modifiquem a sequência de nucleotídeos na


cadeia original de DNA, como transição ou transversão,
acarretam um pareamento inadequado das bases nucleotídicas,
promovendo distorções na configuração da dupla hélice de
DNA .
Inativação dos genes de reparo do DNA provavelmente não
afeta diretamente os passos normais do controle do
crescimento. Em vez disso, sua inativação parece resultar em
uma taxa aumentada de mutações numa variedade de genes
celulares, incluindo proto-oncogenes e genes supressores de
tumor.

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METILAÇÃO

O fenômeno epigenético pode ser definido como mudança no


material genético (especialmente no DNA e na cromatina) que
altera a regulação da expressão gênica de maneira que esta é
passada para as células filhas dentro das células somáticas),
porém não é caracterizada como mutação, pois não envolve
mudança na seqüência de DNA. Tem como principais
mecanismos de repressão transcricional a metilação do DNA e a
acetilação das histonas. A modificação no padrão de metilação
do DNA é a alteração epigenômica mais bem estudada
atualmente.

A metilação do DNA corresponde à adição de um grupo metil ao


carbono na posição 5 da citosina.

Ocorre quase que exclusivamente nas citosinas que são


seguidas imediatamente por uma guanina (dinucleotídeos CpG).
A maior parte do genoma mostra uma clara depleção desses
dinucleotídeos e os que estão presentes estão quase sempre
metilados.
Metilação de DNA é o mecanismo que permite que determinados
genes (e não outros) se manifestem dentro de células normais
especializadas, visto que todas as células do corpo trazem a

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mesma carga genética. O que as diferencia é a manifestação de
um ou de outro gene durante o desenvolvimento e em toda a
sua vida para desativar genes desnecessários.
Em contraste, pequenas porções de DNA, chamadas ilhas CpG,
são comparativamente ricas em nucleotídeos CpG e quase
sempre estão livres de metilação. Estas ilhas CpG estão
freqüentemente localizadas na região promotora dos genes
humanos e a metilação dentro das ilhas está associada à
inativação da transcrição do gene correspondente.
O mecanismo molecular responsável pela manutenção do estado
de metilação livre das ilhas CpG ainda é desconhecido, mas, em
células embrionárias, parece servir como local de ligação de
proteínas específicas que impedem a metilação de novo . Essa
associação se faz necessária uma vez que a metilação do DNA
em regiões ricas em CG resulta em uma profunda inibição da
expressão gênica.
Em células cancerígenas, metilação anormal de DNA desativa
genes que normalmente evitariam divisões celulares impróprias.
Em outras palavras, o processo elimina um dos melhores
mecanismos do corpo para prevenir o dano a uma célula,
evitando que a mesma se torne cancerosa.
Na realidade, mais de 10% dos genes em alguns tipos de tumor
são inativados por metilação. A resistência à quimioterapia está,
na maioria dos casos, ligada ao grau de metilações anormais em
alguns tumores.
As alterações de metilação do DNA em células tumorais incluem
a perda da metilação em sequências normalmente metiladas
(hipometilação) e o ganho de seqüências metiladas em locais
geralmente não metilados (hipermetilação).

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