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I – SÍNTESE FÁTICA
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foi criado na década de 1960 para proteger o trabalhador, como sucedâneo
da antiga estabilidade decenal. É constituído por valores depositados pelas
empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador
forme um patrimônio.
Entre 1991 e 2012, tudo que foi corrigido pela TR ficou abaixo do índice de
inflação. Somente nos anos de 1992, 1994, 1995, 1996, 1997 e 1998, a TR
ficou acima dos índices de inflação. Isso causou uma perda na conta do
FGTS do autor.
Ano Diferença
1999 -2,49%
2000 -3,02%
2001 -6,54%
2002 -10,40%
2003 -5,20%
2004 -4,07%
2005 -2,11%
2006 -0,75%
2007 -3,53%
2008 -4,55%
2009 -3,27%
2010 -5,43%
2011 -4,59%
2012 -5,56%
Sendo assim, o autor tem tido prejuízo, o qual deve ser recomposto pelo
Judiciário.
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II - PRELIMINARMENTE
III – DO DIREITO
III.I - O FGTS e a TR
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A Taxa Referencial (TR) foi instituída na economia brasileira no bojo da Lei
Nº 8.177, de 31/03/1991 - que ficou conhecida como Plano Collor II – e teve
como objetivo estabelecer regras para a desindexação da economia. À
época, foi extinto um conjunto de indexadores que corrigiam os valores de
contratos, fundos financeiros, fundos públicos, bem como as dívidas com a
União, entre outros.
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remuneração dos ativos financeiros praticados por instituições bancárias
conforme previsto na nova metodologia de determinação da TR.
GRÁFICO 1
Relação entre TR e TBF – média anual
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Fonte: Bacen
Elaboração DIEESE
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OTN e BTN) que eram vinculados à variação dos níveis gerais de preços,
pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.
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passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constituição
Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional,
sem qualquer distinção entre lei de direito público e lei de
direito privado, ou entre lei de ordem pública e lei
dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorrência, no caso, de
violação de direito adquirido. A taxa referencial (TR) não
é índice de correção monetária, pois, refletindo as variações
do custo primário da captação dos depósitos a prazo fixo,
não constitui índice que reflita a variação do poder aquisitivo
da moeda. Por isso, não há necessidade de se examinar
a questão de saber se as normas que alteram índice de
correção monetária se aplicam imediatamente, alcançando,
pois, as prestações futuras de contratos celebrados no
passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI,
da Carta Magna.- Também ofendem o ato jurídico perfeito os
dispositivos impugnados que alteram o critério de reajuste
das prestações nos contratos já celebrados pelo sistema do
Plano de Equivalência Salarial por Categoria Profissional
(PES/CP). Ação direta de inconstitucionalidade julgada
procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos
artigos 18, "caput" e parágrafos 1 e 4; 20; 21 e parágrafo
único; 23 e parágrafos; e 24 e parágrafos, todos da Lei
n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min.
Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-
09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-
00143-03 PP-00724)
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INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADOÇÃO DO INPC.
PRECEDENTES.
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Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp
140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p.
112) (grifamos)
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Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de divergência
a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro
TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em
19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)
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valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orientação
de Procedimento de Cálculos aprovado pelo Conselho da
Justiça Federal que, não havendo decisão judicial em
contrário, "os índices negativos de correção monetária
(deflação) serão considerados no cálculo de atualização",
com a ressalva de que, se, no cálculo final, 'a atualização
implicar redução do principal, deve prevalecer o valor
nominal'" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min.
TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da
Corte Especial, mencionado na decisão agravada, ficou
expressamente consignado que se, na atualização da dívida,
houver redução do principal, deve prevalecer o valor
nominal, em respeito ao princípio da irredutibilidade de
vencimentos,previsto nos arts. 7º, VI e 37, XV, da
Constituição Federal.3. A compreensão no sentido de que
não há violação ao princípio da irredutibilidade dos
vencimentos, quando preservado o valor nominal da
obrigação, encontra respaldo na jurisprudência do STF e do
STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp
1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)
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Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento
em dinheiro, serão pagas com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos,
abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem
prejuízo da pena convencional.
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IPCA, sempre andaram próximos. Em outras palavras, imperava a
razoabilidade nos índices da TR para que pudessem atingir a finalidade de
correção do valor do capital.
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da Caixa Econômica Federal, está confiscando os rendimentos dos
trabalhadores, para subsidiar políticas públicas, sem a menor possibilidade
de ingerência destes trabalhadores.
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Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os
acessórios dela embora não mencionados, salvo se o
contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
GRÁFICO 6
Evolução da arrecadação Real do FGTS (R$ bilhões de 2012)
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O significativo desempenho financeiro do FGTS também pode ser visto
através da evolução do Patrimônio Líquido registrado no período de 1999 a
2012, como mostra o Quadro 1, no qual se observa que o crescimento
apresentado em seu valor real, que foi de 164% , no período.
QUADRO 1
FGTS: Patrimônio Líquido(*)
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retorno recebido pelo FGTS e retorno pago aos cotistas, entre 2000 e 2011
(Quadro 2).
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DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
CONSTITUCIONAL. “ÍNDICE OFICIAL DE REMUNERAÇÃO
BÁSICA DA CADERNETA DE POUPANÇA”:
INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSÃO. ACÓRDÃO
RECORRIDO DISSONANTE DA JURISPRUDÊNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ÍNDICE DE CORREÇÃO
MONETÁRIA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. Relatório 1. Recurso
extraordinário interposto com base na alínea a do inc.
III do art. 102 da Constituição da República contra
julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que
decidiu: “AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO.
EXECUÇÃO. PRECATÓRIO/RPV COMPLEMENTAR. EC N.
62/2009. ART. 100, § 12, DA CF. CONSTITUCIONALIDADE.
INCIDÊNCIA IMEDIATA. 1. O § 12 do artigo 100 da
Constituição Federal, introduzido pela EC n. 62, de
09/11/2009 (publicada em 10/12/2009), tem aplicação
imediata aos feitos de natureza previdenciária, sendo
constitucional. 2. Entendimento firmado no sentido de
que a TR mostra-se válida como índice de correção
monetária. 3. Nada impede o legislador constitucional
ou infraconstitucional de dispor sobre correção
monetária e taxa de juros e, em se tratando de relação
de direito público, não há óbice a incidência imediata
da lei, desde que respeitado período anterior à vigência
da nova norma (vedação à retroatividade), pois não
existe direito adquirido a regime jurídico” (fl. 68). 2. O
Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado
os arts. 1º, inc. III, 5º, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37,
caput, da Constituição da República. Argumenta que: “A
EC n. 62/2009, em seu art. 1º, § 12, instituiu que ‘A
partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a
atualização de valores de requisitórios , após sua
expedição, até o efetivo pagamento,
independentemente de sua natureza, será feita pelo
índice oficial de remuneração básica da caderneta de
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poupança, e, para fins de compensação da mora,
incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
indecentes sobre a caderneta de poupança, ficando
excluída a incidência de juros compensatórios’. Como
se sabe, o índice de remuneração básico da poupança é
a Taxa Referencial – TR, índice controlado pelo Estado, e
utilizado como instrumento de controle da economia –
vide os sucessivos índices mensais zerados, a fim de
controle de aporte de capital nas poupanças. Tanto a TR
não se presta como índice de correção monetária, que o
STF já decidiu nesse sentido: ‘A taxa referencial (TR)
não é índice de correção monetária (...) não
constitui índice que reflita a variação do poder
aquisitivo da moeda’ (ADI 493-0/DF, Relator Min.
Moreira Alves, Plenário, DJ 4.9.1992). (...) Assim sendo,
texto tão danoso ao cidadão não poderá ser tolerado
pelo Judiciário, merecendo a declaração de
inconstitucionalidade do § 12 do artigo 100 da
Constituição Federal, adicionado pela EC n. 62/2009.
(...) Assim, declarada a inconstitucionalidade do índice
aplicado ao precatório pago nos autos, deve ser tomado
como vigente e aplicado ao caso concreto o índice IPCA-
E” (fls. 72-73). Apreciada a matéria trazida na espécie,
DECIDO. 3. Razão jurídica assiste, em parte, ao
Recorrente. O Desembargador Relator no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região afirmou: “Quando da
análise do pedido de efeito suspensivo, foi proferida a
seguinte decisão: ‘(...) Firmou-se na 3ª Seção deste
Tribunal o entendimento de que a Lei n. 11.960, de
29/06/2009 (publicada em 30/06/2009), que alterou o
art. 1º-F da Lei n. 9.494/97, determinando a incidência
nos débitos da Fazenda Pública, para fins de atualização
monetária, remuneração do capital e compensação da
mora, uma única vez, até o efetivo pagamento, dos
índices oficiais de remuneração básica e juros da
caderneta de poupança, aplica-se imediatamente aos
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feitos de natureza previdenciária, sendo constitucional.
Não há razão para tratamento diferenciado em relação
ao § 12 do artigo 100 da Constituição Federal,
introduzido pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada em
10/12/2009), que trata especificamente da situação a
atualização de valores de requisitórios, após sua
expedição, até o efetivo pagamento. A Taxa Referencial,
segundo entendeu o Superior Tribunal de Justiça, pode
ser utilizada como índice de correção monetária. O que
não se mostra possível é sua substituição em pactos já
firmados, de modo a violar o direito adquirido e o ato
jurídico perfeito. A Súmula n. 295 do Superior Tribunal
de Justiça, a propósito, enuncia: A Taxa Referencial (TR)
é indexador válido para contratos posteriores à Lei n.
8.177/91, desde que pactuada. Colhe-se da
jurisprudência desta Corte: (...). A situação dos autos é
um pouco diversa, pois se discute sobre a incidência
imediata de norma que dispôs sobre os acréscimos
aplicáveis aos débitos previdenciários. Apropriada,
contudo, a aplicação do entendimento de que a TR
mostra-se válida como índice de correção monetária.
Por outro lado, nada impede o legislador constitucional
ou infraconstitucional de dispor sobre correção
monetária e taxa de juros. Em se tratando de relação
de direito público, nada obsta a incidência imediata da
lei, desde que respeitado período anterior à vigência da
nova norma (vedação à retroatividade), pois não existe
direito adquirido a regime jurídico. Assim, tratando-se
de norma nova que dispôs, para o futuro, sobre os
acréscimos aplicáveis a créditos previdenciários, não se
cogita de violação à cláusula constitucional que
assegura o direito de propriedade (art. 5º, XXII, CF), ou
mesmo àquela que protege o direito adquirido e o ato
jurídico perfeito (art. 5º, XXXVI, CF). Como não se cogita
de violação do princípio da isonomia, certo que
situações díspares podem receber tratamento
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diferenciado, de modo que a utilização de indexadores
diversos, mas idôneos, para atualização de créditos de
naturezas diversas, não contraria o artigo 5º, caput, da
Constituição Federal. Da mesma forma, como a norma
produz efeitos para o futuro, não está a ofender a coisa
julgada (art. 5º, inciso XXXVI CF), certo que a coisa
julgada somente incide em relação às situações
especificamente na decisão judicial, de modo que a
definição do índice de correção monetária referente a
período posterior não está forrada ao advento de
mudança normativa. Consigno, por fim, que a norma
que validamente dispõe sobre os acréscimos aplicáveis
a débito do poder público evidentemente não está a
violar os princípios da moralidade e da eficiência (art.
37 da CF). Oportuna a referência a precedentes do
Superior Tribunal de Justiça: (...). Segue em sentido
assemelhado precedente do Supremo Tribunal Federal
que espelha a posição daquela Corte: ‘Agravo
regimental em agravo de instrumento. 2. Execução
contra a Fazenda Pública. Juros de mora. Art. 1º-F da Lei
n. 9.494/97, com redação dada pela MP n. 2.180-
35/2001. 3. Entendimento pacífico desta Corte no
sentido de que a MP n. 2.180-35/2001 tem natureza
processual. Aplicação imediata aos processos em curso.
4. Agravo regimental a que se nega provimento’ (AgR
no AI n. 776.497. Relator: Min. GILMAR MENDES
Julgamento: 15/02/2011. Órgão Julgador: Segunda
Turma STF). Diante de todo o exposto, defiro o pedido
de efeito suspensivo’. Não havendo novos elementos a
ensejar a alteração do entendimento acima esboçado,
deve o mesmo ser mantido por seus próprios
fundamentos, dada a sua adequação ao caso concreto”
(fls. 66-67 v. - grifos nossos). O acórdão recorrido
destoa da jurisprudência deste Supremo Tribunal, que
declarou a inconstitucionalidade da expressão “índice
oficial de remuneração básica da caderneta de
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poupança”, constante do § 12 do art. 100 da
Constituição da República (acrescentado pela Emenda
Constitucional n. 62/2009): “o Tribunal julgou
procedente a ação para declarar a inconstitucionalidade
da expressão ‘na data de expedição do precatório’,
contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e das expressões ‘índice
oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança’ e ‘independentemente de sua natureza’,
constantes do § 12, todos dispositivos do art. 100 da
CF, com a redação dada pela EC n. 62/2009, vencidos
os Ministros Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Dias
Toffoli. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa”
(ADI 4.357, Relator o Ministro Luiz Fux, Plenário, DJe n.
59/2013, de 2.4.2013 – grifos nossos). 4. Quanto à
determinação do índice a ser aplicado na correção
monetária do precatório, trata-se de matéria a ser
decidida com base em norma infralegal (Resolução n.
122/2010 do Conselho da Justiça Federal), não afeta a
este Supremo Tribunal: “AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. PRECATÓRIO.
ATUALIZAÇÃO. ÍNDICE DE CORREÇÃO. A REPERCUSSÃO
GERAL NÃO DISPENSA O PREENCHIMENTO DOS DEMAIS
REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS. ART.
323 DO RISTF C.C. ART. 102, III, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA
REFLEXA. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL. INVIABILIDADE DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. (...). 3. Deveras, entendimento
diverso do adotado pelo acórdão recorrido – como
deseja o recorrente – quanto ao índice de correção
monetária adequado para a atualização do valor do
presente precatório, demandaria a análise da legislação
infraconstitucional que disciplina a espécie (Resolução
n. 115/2010, do CNJ), bem como o reexame do contexto
fático-probatório engendrado nos autos, o que
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inviabiliza o extraordinário, a teor do Enunciado da
Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal, que
interdita a esta Corte, em sede de recurso
extraordinário, sindicar matéria fática, ‘verbis’: (...).
(Precedentes: RE n 404.801-AgR, Relator o Ministro
Cezar Peluso, 1ª Turma, Dj de 04.03.05; AI n. 466.584-
AgR, Relator o Ministro Nelson Jobim, 2ª Turma, DJ de
21.05.04, entre outros). 4. ‘In casu’, o acórdão
originariamente recorrido assentou: ‘AGRAVO DE
INSTRUMENTO – PRECATÓRIO – NÃO INCIDÊNCIA DE
JUROS DE MORA – INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 17, DO
STF – ATUALIZAÇÃO – ÍNDICE DE REMUNERAÇÃO DA
CADERNETA DE POUPANÇA – RECURSO PARCIALMENTE
PROVIDO. 1) É vedada a incidência de juros no cálculo
da atualização dos valores de precatórios, exceto se
houver mora no seu pagamento (STF: Súmula
Vinculante n. 17). 2) Após o advento da emenda
Constitucional n. 62/2009, a atualização de valores de
precatórios, após sua expedição, até o efetivo
pagamento, independentemente de sua natureza,
passou a ser feita pelo índice oficial de remuneração
básica da caderneta de poupança (CF/88: art. 100, §
12º). 3) Recurso conhecido e parcialmente provido’. 5.
Agravo regimental a que se nega provimento” (RE
684.571-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira
Turma, DJe 30.10.2012 – grifos nossos). 5. Pelo exposto,
dou parcial provimento a este recurso extraordinário
(art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, §
2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal)
para reafirmar a inconstitucionalidade da expressão
“índice oficial de remuneração básica da caderneta de
poupança”, constante do § 12 do art. 100 da
Constituição da República e determinar que o Tribunal
de origem julgue como de direito quanto à aplicação de
outro índice que não a taxa referencial (TR). Publique-
se. Brasília, 13 de junho de 2013. Ministra CÁRMEN
24
LÚCIA Relatora
25
No cálculo do quantum debeatur foram mantidos os
critérios empregados na conta elaborada pela União e
homologada na decisão de fls. 40-43 dos embargos,
quais sejam:
" Incidência de juros de mora no percentual de 0,5% ao
mês, até
o trânsito em julgado dos embargos, ocorrido em
agosto/2011;
" Correção monetária pelo IPCA-E/IBGE.
Destaque-se que estendeu-se a utilização do IPCA-E
para atualização da conta até a data corrente, tendo
em vista ter sido esse o índice empregado na conta
homologada e, ainda, porque o Supremo Tribunal
Federal, no julgamento da ADI 4357, acórdão pendente
de publicação, julgou parcialmente inconstitucional o §
12 no tocante às expressões "índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança" e
"independentemente de sua natureza" e, por
arrastamento, essas mesmas expressões constantes no
art. 1°-F da lei n. 9.494/1997, alterado pelo art. 5° da lei
n. 11.960/2009 (Ata n° 5, de 14/3/2013, publicada no
DJe n. 59, de 1/4/2013), excluindo, desse modo, a Taxa
Referencial - TR como fator de atualização das
condenações impostas à Fazenda Pública.
Registre-se, ainda, que nessa ADI também foi declarada
a inconstitucionalidade dos §§ 9° e 10 do art. 100 da
Constituição Federal, que tratam da compensação de
débitos dos beneficiários de precatórios junto á Fazenda
Pública devedora.
Diante do exposto, submetemos estes autos à
consideração de Vossa Excelência com a proposição de
que sejam intimadas as partes para se manifestarem
sobre o cálculo atualizado por esta Unidade para
expedição do respectivo precatório (e-STJ fl. 343).
Instadas, as partes manifestaram-se. A exequente
aprovou os cálculos (e-STJ fl. 352), enquanto a União
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discordou no ponto em que "foi considerada a variação
do IPCA-e para correção monetária para todo o período
quanto o correto seria aplicar a variação da TR a partir
de julho de 2009, nos termos da Lei 11.960/2009 e
Manual de Cálculos da Justiça Federal" (e-STJ fl. 355).
É o relatório. Decido.
Corretos são os cálculos apresentados pela CEJU,
porquanto, além de ter sido o IPCA-E o índice
empregado na conta homologada, olvida-se a União de
que o Supremo Tribunal Federal, na ADI 4.357/DF, em
14.3.2013, declarou a inconstitucionalidade, por
arrasto, das expressões "independentemente de sua
natureza" (para efeito de correção monetária) e "índices
oficiais de remuneração básica", contidos no art. 1º F
da Lei 9.494/97, com a redação da Lei 11.960/2009.
Significa dizer que, no tocante à correção monetária,
mesmo a partir de julho/2009, continuará sendo
adotado o IPCA-E/IBGE, e não mais o índice previsto no
Manual de Orientação de Procedimentos para os
Cálculos na Justiça Federal.
Ante o exposto, expeça o precatório nos termos da
planilha de cálculos elaborada pela CEJU às e-STJ fls.
343-344.
Publique-se. Intime-se.
Brasília, 27 de maio de 2013.
Ministro Castro Meira
Presidente da Seção
(Ministro CASTRO MEIRA, 31/05/2013)
IV - CONCLUSÕES
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Zero, como tem sido nos últimos meses, pois afronta flagrantemente o
artigo 2º da Lei nº 8.036/90, que garante atualização monetária aos
depósitos feitos no FGTS.
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Se o Governo Brasileiro remunerasse os investidores
internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria
um fuga em massa dos investimentos no País, e certamente estaríamos
experimentando uma tsunami econômica e não uma simples “marolinha”.
VI - DOS PEDIDOS
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Requer a citação da CEF - Caixa Econômica Federal, no endereço de sua
sede, para responder no prazo legal, querendo, a presente
ação.
ADVOGADO
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