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MÚSICA NOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO:

Breve síntese

Luís Gustavo Dellagracia

O NAZISMO E A MÚSICA

O nazismo foi um regime totalitário que imperou sobre a Alemanha à


época da II Grande Guerra. Com a chegada desse regime, muitas foram as sansões
aplicadas à vida dos Judeus e outros grupos que não se encaixavam nos padrões
da “raça ariana”, defendida por Hitler. Essa regra não escapou ao aspecto musical.
Não importava a esfera musical a que pertencia o músico/compositor;
fosse ele judeu, seria subjugado e oprimido, tal qual os outros.
Inclusive, no início do regime, executar música nos campos de
concentração era proibido e passível de punição com morte. Porém se era
conhecido dos líderes nazistas aquele ditado “se não pode vencer o inimigo, junte-se
a ele”, fizeram bom uso, pois depois de um tempo a música foi um álibi usado a
favor do regime, visto que era uma maneira de mostrar “como se viva bem dentro
dos campos”.
No início do regime havia músicos que traziam seus instrumentos
desmontados e os colavam dentro dos campos.
Contudo, não era qualquer tipo de música que podia ser executado. A
música experimental foi banida, pois não contribuíam em nada para a propaganda
do governo. Nada de dissonâncias ou inovações.
A música foi usada também como um instrumento de nacionalização,
pois, por exemplo, o canto era usado para unir as pessoas e também como forma de
distração. E havia muito público para os concertos, visto que as pessoas buscavam
a música como válvula de escape, fosse dentro ou fora dos campos de
concentração.

THERESIENSTADT E AUSCHWITZ

Esses dois campos de concentração tiveram intensa atividade


artística, visto que muitos dos prisioneiros eram músicos, atores, cineastas.
Entre os detentos contavam Peter Deutsch (ex-regente da Orquestra
Real de Copenhague), o libretista Leo Strauss e compositores como Pavel Haas,
Viktor Ullmann e Hans Krása. Uma ópera infantil deste último, Brundibar, chegou a
ser utilizada pelos nazistas como instrumento de propaganda.
Em Theresienstadt, não apenas se executava música, como também
se compunha intensamente. Viktor Ullmann (Der Kaiser von Atlantis) lá produziu
muitas de suas obras, e o jovem e promissor pianista Gideon Klein completou
seu Trio de cordas apenas nove dias antes de ser deportado para Auschwitz.
Porém, como sendo o destino final o campo de Auschwitz, em 16 de
outubro de 1944, a música em Theresien foi silenciada quando o trem levando os
músicos partiu.

A VIDA MUSICAL EM AUSCHWITZ

Este campo, na Polônia, possuía uma orquestra feminina, com cerca


de 50 instrumentistas, entre 17 e 20 e poucos anos de idade, sob a regência de
Alma Rosé, além de outras dez, que copiavam as peças a mão.
Além de todos os motivos supracitados, a música também servia de
entretenimento aos oficiais nazistas, inclusive o médico Joseph Mengele, o anjo da
morte, muito apreciador da música, visto que mesmo em seu exílio na América do
Sul não deixou de freqüentar concertos.
As moças da orquestra tinham a árdua tarefa de, mesmo subnutridas e
em meio àquele caos, executar uma música de qualidade, que agradasse aos
oficiais, pois mesmo uma nota errada poderia ser punida com a morte e isso a
qualquer hora do dia ou da noite, a bel prazer dos oficiais. Outra tarefa incluía
acalmar os novatos que chegavam ao campo.
E Alma Rosé soube muito bem como manter o difícil equilíbrio entre o
rigor necessário à disciplina da orquestra e o calor humano indispensável à
sobrevivência mental de cada uma das mulheres sob a sua batuta. Até hoje,
algumas das musicistas de Auschwitz afirmam dever a vida a essa mulher.

MESSIAEN
Com a entrada da França na guerra em 1939, o compositor Oliver
Messiaen foi convocado a lutar. Pouco depois seu grupo foi capturado pelo exército
alemão e Messiaen foi destinado a um campo de concentração onde sobreviveu por
um ano. Lá compôs o Quatuor pour La fin Du temps, para violino, cello, clarineta e
piano. Foi estreado por Henri Akoka (clarinete), Jean le Boulaire (violino) e Étienne
Pasquier (violoncelo), nenhum dos três era músico profissional. O piano ficou a
cargo do próprio Messiaen. Foi estreado em um pátio gelado e tocado sob baixas
temperaturas em condições difíceis, porém com o apoio dos oficiais, pois eram
simpatizantes de música.

PROJETO PARA RESGATE DE OBRAS PERDIDAS

Um projeto, iniciado por um professor da Universidade do Texas,


Timothy Jackson, procura resgatar obras e compositores que tiveram seu trabalho
abafado pelo regime nazista.
Um desses compositores foi o polonês Paul Kletzky. Quando Hitler
chegou ao poder, em 1933, ele já era respeitado no cenário musical alemão.
Contudo, era judeu, motivo esse pelo qual foi perseguido pelo regime. Fugiu para
Itália, depois Rússia, depois Suiça, mas muito traumatizado com as atrocidades
nazistas parou de compor em 1942 e enterrou suas composições numa caixa.
Morreu sem poder ter ido ao local para desenterrar a caixa, que anos mais tarde foi
entregue ao professor Jackson, que gravou várias composições, inclusive uma das
gravações – a do concerto para piano- foi indicada ao Grammy de 2011.
Outro nome importante revelado pelas pesquisas foi o do músico
Reinhard Oppel. Jackson chegou a ele quando estava pesquisando sobre músicos
contemporâneos do famoso teórico de música Heinrich Schenker, de Viena, logo no
começou de seu projeto, no início dos anos 1990. Oppel e Schenker haviam sido
professores na Universidade de Kiel.
Oppel nunca escondeu sua insatisfação com o regime, tendo sido
chamado inclusive para uma inspeção militar, mesmo estando enfrentando graves
problemas cardíacos. Morreu em 1941.
Após a guerra, seu filho foi para a Alemanha Ocidental, deixando as
obras de Oppel enterradas em caixas de margarina.
O pesquisador Jackson também busca também detalhes da história de
sua própria família. Sua mãe foi uma artista e cresceu sob a sombra do Holocausto.
Por meio de suas buscas, ele espera descobrir mais "compositores perdidos". O
professor afirma que grande parte de suas descobertas acabam vindo à tona por
"acaso", dependendo de quanto os familiares pretendem resgatar de seus
ancestrais.
Conclui-se que muitas foram as perdas causadas pelo nazismo e que o
trabalho de resgate e preservação das obras compostas durante o período, seja
dentro ou fora dos campos de concentração é de exímia importância, pois além de
todo o aspecto histórico, existe toda uma aura sentimental ao executar uma obra
desse período, pois como a música mexeu com a emoção do compositor, assim o é
com quem a interpreta. A música é portanto, uma ferramenta de divulgação do
horror que reinou naquele período e presta-se também a conscientizar a todos de
que essas atrocidades não devem jamais ser repetidas.

REFERÊNCIAS

CHAGAS, Paulo. Universidade alemã estuda relação entre música e


ditadura. 27/02/2004 Disponível em: <https://www.dw.com/pt-br/universidade-
alem%C3%A3-estuda-rela%C3%A7%C3%A3o-entre-m%C3%BAsica-e-ditadura/a-
1125100> Acesso em 03/12/2019

VALENTE, Augusto. Theresienstadt e Auschwitz: música sob o


signo do Holocausto. 25/01/2005 Disponível em: <https://www.dw.com/pt-
br/theresienstadt-e-auschwitz-m%C3%BAsica-sob-o-signo-do-holocausto/a-
1468875> Acesso em 03/12/2019

BERGMANN, Christina. Projeto resgata obras de compositores


perseguidos pelo nazismo. 25/03/2011. Disponível em: <https://www.dw.com/pt-
br/projeto-resgata-obras-de-compositores-perseguidos-pelo-nazismo/a-14941773>
Acesso em 04/12/2019

________. Quatuor pour la fin du temps. In: WIKIPÉDIA, a


enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Quatuor_pour_la_fin_du_temps&oldid=41
255716>. Acesso em: 04/12/2019

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