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INTRODUÇÃO

Caros irmãos seminaristas, ao escrever esta obra gostaria de


em primeiro lugar relatar e refletir sobre as dificuldades que mais
vivenciamos na vida de seminário, em segundo lugar buscar os meios
mais fiéis e condizentes ao nosso estado de vida, no qual, apesar de
não sermos clérigos, devemos viver como tais e levarmos nossa vida
segundo a vontade de Deus. É claro que os meios aqui referidos não
serão únicos até porque falo segundo minha experiência de vida,
outros poderão encontrar outros meios, mas sinto que os que
evidencio são de grande valia. Em terceiro lugar evidenciar o fato de
que nós devemos ser antes de tudo exemplo para os fiéis leigos e
buscarmos no caminho que percorremos ao lado de Cristo, seguí-Lo
mais de perto.
Ouso escrever não por ser habilidoso ou por dissertar bem,
quem me conhece desde novo sabe disso, até por que a literatura
nunca foi meu forte e nunca pensei em escrever na minha vida.
Contudo, diante do interesse, no qual Cristo foi me introduzindo, em
saber cada vez mais sobre Sua vida, fez-me apaixonar por toda
História da Igreja e por tudo o que implica em conhecê-la cada vez
mais, colaborando para o crescimento do Reino de Deus e para a
santidade de seus filhos, por isso decidi assim escrever. Também pela
vida a qual optei por seguir mais junto a Cristo, que nos faz não só
aprendermos, mas também partilhar tudo o que aprendemos do
Mestre, pois é ele mesmo quem nos fala: “Permanecei em mim e eu
permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo se
não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco
dar fruto, se não permanecerdes em mim.” (Jo 15,4), por isso também
nós devemos dar frutos e esses frutos podem ser dez, cem, mil, ou
milhão, só depende de nós!
Espero que com esta obra colabore para a vida de cada um
de meus irmãos seminaristas de modo que possam enxergar a vida
do seminário não com os olhos humanos, mas com olhos
sobrenaturais, que divinizem cada um dos momentos vividos durante
este longo e árduo período de formação. Desejo que após ter lido
esta pequena obra você possa tirar bons propósitos para continuar
sua caminhada na vocação, sem desanimar e colocando de forma
prioritária que o seu maior formador é o Espírito Santo.

CAPÍTULO I
COMO DESCOBRIR NOSSA VOCAÇÃO

Não querendo desanimar, antes estimular cada vez mais o


relacionamento que devemos ter para com Deus, digo já de cara que
não existe uma regra ou fórmula que nos leve a conclusão de nossa
vocação. Sua descoberta é algo muito pessoal cada um é chamado
por Deus em um momento, em uma fase da vida, em um lugar e hora
específicos, até por que nosso Pai que nos criou nos conhece muito
mais que nós mesmos e sabe que somos filhos únicos. Ninguém
jamais poderá nos substituir.
Tomemos como exemplo a parábola do vinhateiro que
necessitando de operários para trabalhar em sua vinha convida
alguns trabalhadores pelo início do dia, outros pelo meio do dia e por
último chama uns no fim do dia. No momento de pagar os operários
ele começa pelos que foram chamados por último e paga-os tanto
quanto aos primeiros que foram chamados no início do dia. E assim,
como na parábola, Ele quer nos dar – aqui eu poderia dizer a
felicidade eterna – tanto quanto aos primeiros. Deus não faz distinção
pelo tempo de trabalho ou pela demora da resposta que demos ao
seu chamado, Ele sabe nos respeitar e espera o momento certo para
nos “fisgar”.
Mas uma coisa é importante, não deixemos para respondê-Lo
depois de velhos, afinal de contas queremos dar os ossos pela Igreja,
ou a vida? Pensemos como Santo Agostinho: “Tenho medo da graça
que passa sem que eu perceba”. Não deixemos a graça passar e
façamos como Mateus, que era cobrador de impostos, e Cristo o
vendo chama-o a seguir; Mateus não pensa duas vezes e o segue
(Mt. 9,9). Como Pedro e André, que largaram as redes e as barcas
para seguir ao Senhor, devemos nós também largar tudo que temos:
família, bens, profissão, e se necessário até mesmo amigos, sem
deixar de sê-lo.
Amor à primeira vista
Podemos dizer que o chamado ocorre como que um amor a
primeira vista entre dois jovens – um rapaz que ao contemplar a
beleza de uma jovem faz com que aconteça um esbarrão e oferece
para pegar seus objetos que caíram – quem nunca viu seja até
mesmo num filme uma situação dessas, somente para provocar um
encontro casual? Dessa mesma forma Deus faz-nos chamar a
atenção para Ele, seja numa missa, na hora da consagração, seja
pelo exemplo de um sacerdote bem dedicado, que é bem comum –
por isso meus irmãos, sejamos sacerdotes santos para atrairmos
mais jovens para Cristo – ou até mesmo por uma palestra, uma
pregação, um filme de um santo, enfim muitos são os caminhos pelos
quais Deus se utiliza para nos enamorarmos dEle.
Como todo chamado ocorre por meio de um diálogo, existe o
que chama – Deus – e o que responde a esse chamado – nós. E é
dentro desta resposta ao chamado que nos foi feito, que saberemos,
ou pelo menos suspeitaremos de nossa vocação.
O discernimento não se dará em um único fato, dificilmente
por um simples acontecimento definiremos nossa vocação. Seria uma
grande falta de prudência, se nos deixássemos levar por sentimentos
momentâneos que futuramente poderão se tornar motivos de
frustração.
Muitos são os sinais pelos quais Deus se utiliza para nos
mostrar seus planos, e poderíamos enumerar alguns, porque não
posso eu limitar a criatividade de Deus e muito menos os meios que
Ele se utiliza para tal. São eles: o medo de ter que deixar de fazer o
que queremos para seguí-Lo, este eu diria que representa um sinal
bem característico; a vontade de estar mais próximo de Deus; o
ambiente no qual fomos criados; nossas amizades; pessoas com
quem convivemos e que muitas vezes Deus nos fala através delas,
etc.
É de extrema importância, que ao suspeitarmos de que Deus
nos chama para seguí-Lo de uma forma mais específica,
aumentemos cada vez mais a intensidade de nossas orações, pois
será, muitas vezes, por meio do diálogo que teremos com Nosso
Senhor que Ele nos indicará o caminho a ser tomado; a freqüência na
participação dos sacramentos, principalmente a Santa Missa e a
Confissão, por meio dos quais, Deus se fará presente em nós por
meio da Eucaristia e pelo qual nos abrimos ainda mais para que Deus
possa entrar em nossos corações e nos falar no nosso mais íntimo.
Acredito que a nossa vocação seja fruto de um desenrolar de
uma história de vida, através da qual cada um vive e experimenta de
forma única e irrepetível. Nunca se justificaria uma vocação que fosse
investida por uma vontade da família, ou pela influência externa de
uma amizade com quem queremos partilhar dos mesmos momentos,
ou muito menos ainda, por uma visão de estabilidade financeira, por
uma comodidade, uma falsa “segurança”.

UM ANO DE ADAPTAÇÃO

Neste capítulo gostaria de partilhar um pouco – a partir da


minha experiência – sobre o primeiro ano de Seminário, do qual
chamamos de Propedêutico. Sem dúvida alguma a Igreja, sabendo
das necessidades formativas que um vocacionado ao sacerdócio
precisa para se moldar segundo a tradição católica, nos propõe a
viver por um ano a rotina do seminário sem os compromissos com os
estudos de Filosofia e Teologia, os quais requerem uma grande
dedicação.
Contudo, antes de relatar sobre este ano de 2009 – o qual
ingressei ao seminário – vale ressaltar o tempo de encontros
vocacionais que fiz.
Comecei os encontros em 2007 quando ainda terminava meu
último ano da faculdade de Medicina Veterinária. Formei-me, mas
achei por bem ainda não ingressar no seminário, pois queria trabalhar
e discernir melhor se essa realmente era a vontade de Deus para
minha vida. Fiz mais um ano de encontros em 2008 e no final deste
decidi entregar a Deus toda minha vida, porém – longe de achar que
já entregamos tudo e que estamos prontos para viver a vida de
comunidade – como o próprio Deus se revelou aos poucos, também a
nossa entrega se dá aos poucos, ainda que a decisão por segui-lo
pareça clara; por isso sempre teremos algo a mais para entregar.
Pelo fato de já ter me formado na faculdade, os formadores
daquele tempo diziam que haveria a possibilidade de entrar
diretamente no Curso de Filosofia, o que me deixou muito animado,
afinal de contas eu terminaria um ano mais cedo e junto com a turma
de meu primeiro ano de vocacionado. Porém, os planos de Deus para
mim não foram estes e agradeço a Ele por ter feito este ano de
experiência no propedêutico.
Esse ano foi de extrema importância para minha formação
pessoal. A convivência com diferentes pessoas de diferentes culturas,
educação, formação, enfim, aprendi um pouco a lidar com a
individualidade de cada um, todavia sei que ainda aprenderei muito.
Quando entramos no seminário muitas coisas à nossa volta
colaboram para uma entrega, em contrapartida outras nos impedem
de entregarmo-nos por inteiro à vontade de Deus. A primeira delas
creio que para uma grande maioria seja o desligamento da família, o
desapego do meio familiar, como poderíamos dizer popularmente: “o
cortar o cordão umbilical”. É como que nascermos de novo, assim
como uma criança que nasce é necessário cortar de vez este cordão
que a liga à mãe – também nós – devemos cortar nossos laços que
nos impedem de vivermos a vocação à qual fomos chamados.
Para mim, esta não foi a mais difícil, pois por graça de Deus
sempre recebi uma educação de meus pais de modo que eu
assumisse minhas responsabilidades, já que eles bem sabiam que
nem sempre os teria por perto. Minha mãe, por ser professora, sabia
que devia criar e educar os filhos para o mundo, e isso, ela sempre
soube fazer muito bem. No entanto, quanto aos sentimentos de
minha mãe, não diria o mesmo, visto que minha entrada no seminário
foi encarada como que uma perda, fazendo-a sofrer; aí então sofri um
pouco, nada que por alguns dias não fosse superado por ambos.
Alguns se perguntariam: mas tão rápido assim? – poderia
parecer por falta de amor, mas não, muito pelo contrário foi
exatamente por me amar que ela soube respeitar minha decisão e,
sabendo que, estando eu feliz, ela também estaria. E uma coisa
posso dizer, depois desse tempo, Deus nos congratula com a graça
de ver nossos pais orgulhosos de ter um filho chamado ao
sacerdócio.
A segunda – e assim digo de modo particular para os que já
tinham certa independência dos pais por trabalhar – é a entrega do
emprego, da segurança financeira que possuímos antes de entrar no
seminário. Às vezes achamos que será o mais fácil, mas digo que
para mim, foi o mais difícil. Ter que deixar oportunidades de emprego,
posições sociais e amizades do meio em que trabalhei. Tudo isso
pode nos custar e muito, mas devemos sempre ter os olhos voltados
para o alto e sabermos que se o fazemos é, em primeiro lugar, por
amor a Deus e depois por amor às almas que devem ser
aproximadas de Deus, que vendo o nosso desapego possam – não
deixar de ter as coisas materiais, pois também são dons de Deus –
mas para que não ponham nelas toda a finalidade de suas vidas.
No Seminário
Quando entrei no seminário, meus pais, juntamente com meu
irmão, foram me ajudar a levar o que tinha de pessoal e que me
serviria na nova casa em que eu acabara de me mudar. Meus pais à
princípio preferiram ficar no carro e meu irmão me ajudou a levar
meus pertences para o quarto onde me hospedaria. Lembro como se
fosse ontem o comentário feito por ele – “as pessoas aqui são um
bando de bicho-do-mato, ninguém vem para nos receber, não nos
cumprimentam.” – eu então o expliquei que o ambiente do seminário
é um pouco diferente do que tivemos a oportunidade de viver nos
centros da Opus Dei, nos quais recebemos formação doutrinal,
cultural e humana. Pedi que rezasse por mim, pois iria precisar. E de
fato, depois de entrar para o seminário o primeiro obstáculo que tive
foi o da convivência com pessoas tão diferentes, umas simples, as
quais eu me admirava, outras ignorantes e até mesmo sem
educação, que me assustavam.
Eu me perguntava, meu Deus como pode uma pessoa
dessas estar no seminário, mas depois que ouvi uma frase: “Deus
escolhe os fracos para confundir os fortes” São Paulo (Cor 1,27) e
pensando bem estou eu incluso nesses fracos. Noutra vez, um
seminarista me contou que Mons. Paulo, que fora o cura da Catedral
de Campos, dizia que Deus nos escolhe para o sacerdócio porque
não encontrou ninguém pior, de fato ele tinha razão.
Durante o ano todo de adaptação é essa luta de aprender a
conviver, a respeitar, a tolerar, a sofrer, rezar, enfim, o seminário é e
será sempre um tempo de formação contínua. Muitas vezes vamos
ter que suportar intrigas, calúnias, olhares que poderão ser para nós
motivo de desânimo, desistência, ou poderão ser bons meios de
santificação se soubermos levá-los em silêncio por amor a Deus ou
respondê-los com atitudes de quem sabe amar mesmo quando não
se é amado.
Aí, eu vos aconselho: quando sentir verdadeiramente todas
essas cruzes pesar sobre seus ombros é preciso lembrar-se da cruz
que Cristo carregou por cada um de nós. E para suportá-la foram
necessários intensos momentos de oração com o Pai. Assim, também
nós, devemos fazer: orar sem desfalecer, pois somente Deus é capaz
de nos dar a graça e a força necessária para suportá-las.
Quando iniciamos nossa vida de seminário, como já falei, os
primeiros obstáculos que encontramos são os nossos companheiros
de vocação e como dizia São Josemaría Escrivá: “serão estes os
santos sacerdotes com quem conviveremos”. Aos poucos vamos
compreendendo que as dificuldades desses irmãos existem para que
possam – tanto eles como nós – servirmos melhor a Deus,
principalmente, quando Ele permite que passemos pelas mesmas
dificuldades. É por isso que São Paulo nos disse: “O sacerdote é
retirado do meio do povo para que possa compreender as
dificuldades do povo”, para que compreendendo as dores do povo,
possa interceder melhor pelo povo – não foi à toa que o próprio Deus
assumiu a humanidade encarnando-se.
Em seguida passamos a ver problemas na estrutura do
seminário, a falta de condições materiais; as dependências que
pensamos que poderiam ser melhores, mais “adequadas”; a
alimentação, etc. Com isso passamos a focar todos os nossos
problemas, como que consequentes desses por menores, e
acabamos por esquecer o espírito de sacrifício que tínhamos quando
queríamos acompanhar a Cristo. Aos poucos vamos vendo que tais
condições que até contribuiriam para uma melhor vivência
comunitária são importantes. Contudo, passar por sacrifícios nos
ajudam a viver a cada dia o desprendimento dos bens materiais – não
por serem ruins, claro que não – mas por sabermos que mesmo
podendo tê-los, por amor a Deus e às almas eu aceito sobreviver sem
eles.
Em terceiro lugar podemos acabar caindo no erro de pensar
que os formadores e principalmente o reitor não fazem o máximo que
poderiam para dar uma boa formação, mesmo que estejamos
parcialmente certos de tal afirmação. Muitas vezes podemos nos
deparar com um formador distante, imaturo, que aos nossos olhos
parece não apresentar o perfil de formador, mas foi esse o formador
que Deus permitiu termos e que nos fosse confiado a nossa
formação.
Grande parte de nossa formação será por aprendermos mais
com os erros do que com os acertos. E é por isso que falei, no início
deste capítulo e insisto, que a formação do seminário tem como
primeiro protagonista o Espírito Santo, é Ele quem realmente irá nos
formar se estivermos abertos a sua graça, embora seja indispensável
uma boa equipe de formação. Quantas vezes ouvimos dizer que
Deus sabe retirar coisas boas de fatos que aos nossos olhos são
ruins? E são, principalmente, por meio desses acontecimentos – que
apesar de nos parecerem contraditórios a uma formação divina – é
que vamos nos formando e nos conduzindo por caminhos que não
compreendemos.
Poderíamos nos colocar como uma personagem no momento
em que Cristo fala para Pedro: “Haverá dias em que não mais te
cingirás, mas te cingirão e irás aonde não quereis ir.” Há momentos
em que parece que não estamos sendo formados como gostaríamos
de ser, mas é exatamente neste momento em que o Espírito Santo
age nos formando naquilo que realmente somos e necessitamos.
O nosso segundo protagonista nessa caminhada de formação
somos nós mesmos – para isso é preciso ter um autoconhecimento –
daí a importância de sermos sinceros em primeiro lugar conosco
mesmos e com Deus. Sem este autoconhecimento é impossível
sabermos onde devemos mudar nossa conduta.
É pela busca do autoconhecimento que conseguimos em
muitas ocasiões perceber os defeitos existentes em nós, que
anteriormente nos pareciam ocultos. Conhecer-se! Eis uma tarefa
difícil, pois os olhos pelos quais enxergamos os outros, não são os
mesmos que nos vemos. Nessas horas é de fundamental importância
contar com sinceros e verdadeiros amigos, dos quais devemos incluir
nosso diretor espiritual.
Em terceiro lugar estão os formadores, não desprezando
suas funções, mas muito pelo contrário, valorizando-os, eles são os
mediadores de nossa formação. Ao mesmo tempo, que nossa
formação está em suas mãos, ela está principalmente nas mãos de
Deus. É através do corpo formativo do seminário que o Senhor nos
fará enxergar o que devemos ser, mas também nos fará enxergar o
que não podemos jamais ser. Deus permite que enxerguemos as
falhas, as dificuldades dos formadores, para que cheguemos à
seguinte conclusão: “Verdadeiramente quem nos forma é o Espírito
Santo” e também vemos claramente que a Igreja é guiada pelo
Espírito Santo, pois se fosse diferente as misérias humanas já
haveriam destruído com ela.
Somente após firmarmos estas idéias em nossa formação
que estaremos dispostos a caminhar juntos de Cristo apesar de todas
as dificuldades deparadas durante nossa caminhada. Algo que
também pode nos ajudar é a atitude de irmos ao Bispo, que deve ser
encarado como nosso pai, e abrirmos o nosso coração e como um
pai ele saberá nos escutar e encontrar a melhor solução para não
desanimarmos. E também não sobrecarregar a comunidade com
responsabilidades que não nos cabem, se notamos situações que
aos nossos olhos precisam de mudança, é justo e necessário que as
devidas autoridades tomem consciência, não agindo como um “X9”
mas deixando que taus situações, que são obrigações dos
formadores, sejam devidamente solucionadas.

CAPÍTULO II
FILOSOFIA A BUSCA DA VERDADE

Após um longo ano de adaptação iniciam-se os três anos de


formação filosófica. Muitos conceitos que trazemos são quebrados e
muitos outros são formados e juntamente com a formação intelectual
vem a responsabilidade de não só adquirirmos o conhecimento, mas
de praticá-lo como bem ensina a Filosofia, pois esta não é feita de
teoria, mas também da prática. Torna-se ainda maior esse
compromisso pelo fato de sermos cristãos e sermos comprometidos
com a verdade.
O primeiro ano, podemos assim dizer, que compreende
também um tempo de adaptação, pois como disse anteriormente, os
conceitos que adquirimos nos ajudam a ter uma “luz“ sobre os fatos
cotidianos, passamos a ser mais críticos e, possivelmente, se não
tomarmos o devido cuidado fazemo-nos donos da verdade.
Nisto consiste um grande perigo à nossa formação, se não
estivermos tomados da certeza de que nosso maior e principal
formador é o Espírito Santo. E cujo principal alvo de críticas poderá
ser o reitor do Seminário, não digo que não haverá críticas a seu
respeito, até por que a sua humanidade se torna mais evidente com o
convívio constante, mas não podemos traduzir nossos estudos, ou
diria melhor, não podemos reduzir os nossos estudos a meros meios
de formulação de críticas.
Grandes são os desafios que enfrentamos na nossa
caminhada como cristãos e poderíamos utilizar de todo o nosso
intelecto para combater as falsas doutrinas, o ateísmo prático, as
“sofias” – segundo uma concepção platônica e socrática - que
querem muitas vezes desviar o foco da verdadeira Filosofia para
semear pensamentos individualistas e relativistas.
Porém mediante a tudo isso uma coisa eu vos digo não
deixeis os vossos valores se perderem por medo de se viver a
verdade, pois se nos ensinam que a Filosofia nos ajuda a
compreender melhor o mundo, ela também nos trará a tona
realidades que muitas vezes não gostaríamos de vivenciar e que por
obediência acabamos tendo que nos omitir de fatos que podem
colocar em risco a nossa vocação.
Para tais tipos de situação é preciso primeiramente tratar o
aspecto com serenidade para podermos enxergar um desígnio de
Deus e encará-lo com uma visão sobrenatural; em segundo lugar ter
a audácia de viver como o próprio Cristo nos ensina, mesmo que
venha a desagradar o reitor. Certa vez, em uma das convivências
oferecidas pela Opus Dei, ouvi um sacerdote dizer em sua homilia
que muitos seminaristas se preocupam em agradar ao reitor para que
no final de sua formação sejam apresentados com um currículo isento
de críticas e esquecem que um seminarista autêntico se faz na
medida em que nos preocupamos em agradar a Deus, somente a Ele
nos interessa ser fiel. Aí então eu me questionaria: que compromisso
com a verdade teria um seminarista que só pensasse em ficar bem
na “fita”? Será que esses é que são os verdadeiros discípulos de
Cristo?
Após uma interpretação errônea do Concílio Vaticano II,
muitos seminários sofreram a degradação de uma formação íntegra e
em comunhão com a Santa Igreja Universal Romana, de modo que
penetrou no seio dessas casas de formação um relativismo ocultado
por uma liberdade de expressão cultural.
Tem se tornado um grande desafio a tomada de decisões ou
correções em resposta às devidas atitudes erradas cometidos por
seminaristas e que em inúmeros casos, erros esses que perduram
por toda a vida, pelo simples fato dos formadores não agirem
corretivamente. É comum nos depararmos com atitude de respeitos
humanos, como o uso dos dizeres do próprio Cristo: “Atire a primeira
pedra quem não tem pecado.” De fato não somos nós que devemos
julgar aos outros, mas também não nos é lícito omitir ou até ser
conivente com o pecado. É preciso adotar a medida do amor fraterno
que deseja ser corrigido e que também corrige o irmão que cai.
A Igreja é muito clara quando ensina que devemos não odiar
o pecador, mas ao pecado e faz-se necessário tomar atitudes severas
quando se põe em risco a confiança da humanidade na Igreja de
Cristo. Nos últimos anos e mais especificamente no ano de 2010 a
Igreja foi severamente atacada pelos diversos casos de pedofilia que
n h chegaram à mídia e, por mais que queiramos justificar, que em
relação à sociedade é percentualmente pequeno o número de casos,
como o Papa Bento XVI1 falou em uma de suas cartas, ainda que
fosse um caso, a Igreja sofre com isso e deve-se combater na raiz
toda essa problemática e essa raiz são os seminários!
Bem sabemos que há pessoas que não querem se
comprometer com a verdade, que não estão dispostas a se
modelarem conforme a Igreja e não ao reitor, que querem muitas
vezes viver num comodismo que não se abala, mas que também não
se fazem incomodar. São Josemaría Escrivá escreve no ponto 416 do
Forja – “O Senhor necessita de almas fortes e audazes, que não
pactuem com a mediocridade e penetrem com passo firme em todos
os ambientes.” Talvez você estivesse a se perguntar, mas como ser
audaz mediante uma formação que se utiliza da repressão como
meio de nos obrigar a obedecer? Então é que digo, não há melhor
forma do que ser homem de caráter e utilizar das palavras do próprio
Cristo, não para agredir, mas sim como que quer deixar no ar um quê
de docilidade em um ambiente que pode nos parecer árido, lembre-se
Cristo sempre tinha as palavras certas nas horas mais difíceis, peça a
Deus que te ensine a ter a mesma perspicácia de alguém que
conhece a vida do Cristo, para isso é indispensável o contato diário
com o Santo Evangelho.

Obs: dificuldade nas tribulações ii cor 4,7


Controvérsias das palavras ii TIM 2, 14
1
Carta do Papa Bento à Irlanda

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