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AULA 05 – PARTE 02

O QUE É A UMBANDA?
Trajetória de uma Religião,
História,
Fundamentação Científica Sobre Sua Origem e Naturalidade

O que é Umbanda ? É uma religião brasileira ?


Mas o que nos da base para fundamentar esta afirmação ?

Esta é a pergunta que não quer calar !

O que está na ponta da língua, é que a Umbanda é uma religião brasileira, sincrética, do índio,
do branco, do negro, enfim, é a manifestação do espírito para a caridade, Umbanda é coisa seria para
gente seria...
O que eu vejo na Umbanda ? As minhas respostas são formuladas a partir do que eu vejo e
estudo. O que é a religião de Umbanda ? A partir do que eu defino a religião de Umbanda ? É definida a
partir do seu ritual, da sua liturgia.
Liturgia é uma palavra que procura englobar tudo aquilo que faz parte do ritual da religião, no
caso da religião de Umbanda. O que é que tem a liturgia de Umbanda ? O que é que envolve o ritual de
Umbanda ?
O que eu encontro na Umbanda, na maioria das vezes (90, 95, 99% das vezes) é um altar
católico. No mínimo encontramos um quadro ou uma imagem de Cristo e na maioria das vezes
encontramos imagens de outros santos católicos. Imagens de santos católicos sincretizadas com Orixás
que tem origem na cultura africana Nagô, que fala a língua Yoruba. É assim que:

Cristo está sincretizado com Oxalá


Nossa Senhora da Conceição com Oxum
Nossa Senhora dos Navegantes com Iemanjá
São Sebastião com Oxossi
São Jorge com Ogum
São Lázaro com Obaluae
São Roque com Omulu
São Jerônimo com Xangô
Santa Sara com Egunitá
Santa Barbara com Iansã
Cosme e Damião com Ibeji

E assim temos um altar católico sincretizado com Orixás africanos. Uma manifestação
mediúnica, a própria palavra mediunidade é uma palavra cunhada por Allan Kardec. A manifestação
mediúnica umbandista é explicada e entendida à luz dos esclarecimentos do espiritismo. Os conceitos
filosóficos da Umbanda são demais voltados aos conceitos espíritas de Kardec: reencarnação,
evolução, mundo espiritual, mundo material, o que é o astral. Incorporação de espíritos na qualidade de
índio, índio brasileiro, Preto-Velho.
O Preto-Velho é um africano ? É o representante de uma cultura africana ? Sim, mas é um
Preto-Velho que define alguém que foi escravo no Brasil. O Preto-Velho é a figura do escravo batizado

Teologia de Umbanda Sagrada / Tutor: Alexandre Cumino Página 1


por que ele tem nome católico: pai João, pai Benedito, vô Joaquim, vó Maria. Magia, ocultismo,
espiritualismo, tudo isso presente dentro de uma religião chamada Umbanda, num lugar único no
espaço e no tempo no Brasil. No Brasil houve o encontro dessas culturas nessa condição, a Umbanda é
cantada em língua portuguesa, algo fundamental para o entendimento dela enquanto religião brasileira.
Academicamente, os estudos das religiões mediúnicas afro-indígena ou afro-brasileira começaram com
Nina Rodrigues e passam por Arthur Ramos.
Na década de 60, Roger Bastide ainda está tentando entender a Umbanda no conceito
acadêmico.

Por que estou falando de conceito acadêmico ?

Por que teologicamente, ou seja, religiosamente, o umbandista sempre entendeu que a sua
religião é brasileira.

Mas como defender essa tese, como defender esta idéia, como fundamentar ?

Então vamos ao encontro de verdadeiros estudiosos e pesquisadores. Na década de 60, Roger


Bastide teria dito:

“nos encontramos em presença de uma religião a pique de nascer,


mas que ainda não encontrou suas formas”.

Roger Bastide é que teve dificuldade de entender a Umbanda. Não é a Umbanda que ainda não
havia nascido ou estava aparecendo, ele que teve dificuldade de entendê-la como tal por que os
estudos de Roger Bastide eram todos voltados para o Candomblé, Culto de Nação.
Ele foi professor de sociologia, um francês, que se tornou cadeira de sociologia na USP, os
estudos dele eram voltados ao Candomblé, então quando ele começou a olhar a Umbanda foi a partir
de um ponto de vista de um estudioso de Candomblé. Quando ele voltou para a França, ele teria
mudado de opinião. Depois de Bastide, Diana Brown teria dito:

“Umbanda é uma religião heterodoxa”

Ou seja, multiforme. Lisias Nogueira Negrão, sociólogo também, publicou um livro pela editora
EDUSP chamado “Entre a Cruz e a Encruzilhada”, e teria dito:

“Umbanda é um sistema religioso estruturalmente aberto”

E o que isso quer dizer ? Que a Umbanda não tem dogma, não esta enlatada, não está fechada, a
Umbanda continua em evolução.

O fato da Umbanda estar em evolução, estar aberta a novos conhecimentos, a adaptações ao


tempo e a cultura, não quer dizer que ela ainda não está pronta. Ou a sua capacidade de adaptar-se,
mas ela já é uma religião. Patricia Birman, antropóloga, escreveu um livro chamado “O Que é
Umbanda” da coleção “Primeiros Passos” que diz:

“Umbanda é uma religião diversa na qual encontramos unidade e diversidade”

Teologia de Umbanda Sagrada / Tutor: Alexandre Cumino Página 2


Esta é uma afirmação de Patrícia Birman deste título citado e publicado em 1985. Embora eu
diga que esta é a afirmação dela para a Umbanda, podemos dizer que todas as religiões possuem certa
unidade e certa diversidade, como por exemplo o Cristianismo. Nós temos vários tipos de Cristianismo.
Todos são Cristianismo na sua unidade e são diferentes religiões na sua diversidade, ou seja: Igreja
Católica, Igreja Luterana, Igreja Batista, Igreja Pentecostal, Igreja Neopentecostal, todas elas
comungam da mesma unidade : Cristianismo. E são diversidades deste mesmo cristianismo. A religião
Católica em si mesma tem diferentes segmentos.
Hoje em dia nós vemos o movimento carismático dentro da Igreja Católica. Não são todos os
católicos que defendem o catolicismo carismático. Leonardo Boff, um dos maiores teólogos do Brasil, foi
convidado a retirar-se da igreja justamente pelas suas idéias revolucionarias de Teologia da Libertação.
A gente tem o Catolicismo Jesuíta, o Catolicismo Franciscano, Catolicismo Dominicano e são
diversidades de uma mesma unidade que é o Catolicismo.
Na Umbanda não seria diferente. A Umbanda existe enquanto unidade: uma religião brasileira.
Que guarda suas diversidades: a liberdade que cada tempo, centro, tenda, núcleo, terreiro tem de fazer
sua própria maneira de fazer a Umbanda. Com atabaque, sem atabaque, vestido de branco, com ou
sem altar católico.

Mas então o que é que define a Umbanda ?

O fato dela ser uma religião, de ter altar, na maioria das vezes católico, de ser uma religião de
manifestação mediúnica...Inclusive esta é a afirmação do também professor de sociologia Cândido
Procópio Ferreira de Camargo, que escreveu o livro “Umbanda e Kardecismo” também pela USP. Teria
afirmado:

“São religiões mediúnicas a Umbanda e o Kardecismo”

E nós podemos estender isso para Umbanda, Kardecismo e Candomblé. Ele chegou a dizer que
a Umbanda e o Kardecismo fazem parte de um continoum mediúnico, de um movimento continuado, um
continoum mediúnico. Esse continoum pode pegar essas três religiões: Kardecismo, Umbanda e
Candomblé, mas guardando semelhanças e diferenças para que eu possa dizer o que é cada uma
delas.
No entanto, é claro e definido que Umbanda é religião, e uma religião mediúnica, então eu tenho
um altar, um ritual, uma sessão mediúnica, uma religião no qual a mediunidade aparece a olhos vistos
na manifestação e essa manifestação é identificada com a manifestação de um índio, de um Preto-
Velho, de um Baiano, Boiadeiro, Cigano, Linha do Oriente. Mas a Umbanda tem um fundamento
próprio, sua base teológica, a sua explicação de como, quando, onde e por que tudo isso acontece e é
feito. Por que de que o ritual da Umbanda é feito dessa forma ? Por que ele bebeu de várias culturas e
deu um sentido próprio ao existir desses elementos ritualísticos, dentro dela mesmo, da Umbanda. E
aqui a gente vai chegando na definição de Renato Ortiz.

Ele teve aula com Roger Bastide na França e é quem afirma que quando Roger voltou para a
França, depois de escrever obras no Brasil, lá ele reconhece que Umbanda é uma religião brasileira.
Não é algo do qual nós desconhecemos ou não sabemos o que é, algo afro-brasileiro ou sincretismo,
Umbanda é uma religião brasileira.

Teologia de Umbanda Sagrada / Tutor: Alexandre Cumino Página 3


Na minha opinião, provavelmente a afirmação acadêmica mais importante sobre o que é
Umbanda é a afirmação de Renato Ortiz, que está no livro “A Morte Branca do Feiticeiro Negro”, a
afirmação é:

“Não nos encontramos mais na presença de um sincretismo afro-brasileiro,


mas diante de uma síntese brasileira.”

A Umbanda é uma religião brasileira porque ela é uma síntese brasileira, a Umbanda é um
espelho da cultura e da religiosidade brasileira na qual muitas outras culturas se encontraram para
formar esta cultura. Se o brasileiro tem uma identidade própria, que é a sua brasilidade, e essa
identidade do brasileiro foi formada a partir de muitas culturas e ainda assim ele é brasileiro, a Umbanda
também é brasileira com uma identidade formada por muitas culturas.
Renato Ortiz diz também que a Umbanda é brasileira e quer ser brasileira. O discurso dos
umbandistas é um discurso de religiosos brasileiros que tem orgulho de pertencer a uma religião
brasileira. Inclusive no contexto histórico, a Umbanda participa de um processo de identificação e
orgulho de nacionalidade. A Umbanda conviveu com os governos populistas, com o governo de Getulio
Vargas, ditadura militar, conviveu com as afirmações “Brasil, ame-o ou deixe-o”, que teve motivos
políticos que não cabem aqui agora, mas que a Umbanda e os umbandistas na década de 50, 60, 70,
tiveram sim um discurso forte de orgulho de ser brasileiro, de religião do índio, do negro, de religião
brasileira.
E é o umbandista que afirma se a religião dele é ou não é brasileira. E são acadêmicos que
reconhecem hoje por meio do método e do estudo, seja do estudo sociológico, seja do estudo
antropológico, seja do estudo etnológico: Umbanda é uma religião brasileira. Faltou aqui a antropóloga
Maria Helena Villas Boas Concone. Antropóloga que também desenvolveu uma tese na USP
chamada: “Umbanda: Uma Religião Brasileira”. É uma tese só para dizer que Umbanda é religião
brasileira.
Então eu me orgulho de pertencer a uma religião brasileira. É uma religião que para ser
compreendida é necessário muito estudo por que a Umbanda bebeu em fontes, culturas e informações,
como a africana por que o Orixá vem de uma parte da África.
No entanto, a Umbanda também tem influência Banto que vem de outra parte da África,
influência Jeje que vem de outra parte da África, a Umbanda também tem certa influência,
semelhanças, também com os Malês, com a religiosidade dos mandingas que são os africano-
muçulmanos que estiveram aqui no Brasil.
Eu creio que para entender a Umbanda é preciso estudar um pouco da cultura africana, do
Espiritismo, a obra de Kardec, cultura indígena e que possa compreender em que águas tudo isso
navega por um único sentido e esse sentido de ser e existir de uma religião brasileira chamada
Umbanda. No passado e por muitos ainda, a Umbanda é considerada uma religião de gente ignorante,
a Umbanda é e foi considerada macumba no sentido pejorativo da palavra, foi considerada como uma
religião de gente que não sabe o que está fazendo ou praticamente um folclore, um atraso
religioso...Pois eu digo que é justamente o contrário.
Umbanda é uma religião complexa e ao mesmo tempo simples. Simples porque fala de forma
simples ao homem simples e complexa porque também oferece respostas ao homem Intelectual ou
intelectualizado. Ela é complexa porque ela tem uma riqueza de informações e elementos muito vastos.
O homem racional e questionador que começa a perguntar o porquê de cada um dos infinitos
elementos que compõe a Umbanda, ele tem condições de começar um aprofundamento nessa riqueza
ritualística e litúrgica na religião de Umbanda e vai encontrar uma complexidade de elementos,

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informações e conhecimentos. Para entrar nessa complexidade sem abrir mão da simplicidade é que
estamos aqui estudando Teologia de Umbanda Sagrada. Eu costumo dizer que esse curso é o curso
dos “porques”, aonde o aluno pergunta

Por que bate cabeça ?


Por que bate palma ?
Por que canta ?
Por que um assentamento ?
Por que uma firmeza ?
Por que a roupa branca ?
Por que incorpora ?
Por que roda ?
Por que da sessão ?
Por que do Orixá ?
Por que do Santo ?
Por que do sincretismo ?
Por que de uma gira ?
Por que festa de Iemanjá ?
Por que festa de Ogum?
Por que fuma ?
Por que bebe ?
Por que tem ponto riscado ?
Por que tem vela ?
Por que tem bebida ?

A teologia é a busca em encontrar as respostas para cada um destes “porques” da religião de


Umbanda, por que fazer teologia é justamente a explicação do religioso, para cada um dos elementos
que compõe a sua religião. Estamos aqui pra isso.
É muito grande o meu prazer, a minha emoção...Agora mesmo no intervalo desta aula, quem
está atrás da câmera é o Rodrigo Queiroz (qualquer dia ele dará uma palavra), meu irmão de fé e na fé.
Nós conversamos sobre essa oportunidade da Umbanda alcançar, a princípio centenas de pessoas
mas é possível que venha alcançar milhares de pessoas, com essa ferramenta virtual.
É uma emoção proporcionar isso não do ego ou da vaidade em dizer que “EU estou fazendo”,
não. Uma emoção de que a minha religião tenha essa oportunidade. Uma emoção de que em algum
dia, algum momento, eu tive a oportunidade de aprender teologia, de me esclarecer sobre a minha
religião, de buscar e encontrar respostas que vieram sim do astral por meio de dezenas de obras
psicografadas e sabemos de quem eu estou falando, que trouxe esse conhecimento e essa informação.
É uma emoção ter a consciência de que nós estamos participando e fazendo nossa parte de que
não basta ir ao terreiro e incorporar. Muito você recebeu pela Umbanda ? Pois eu posso dizer “muito eu
recebi da Umbanda”, então eu sinto que muito eu devo dar pela Umbanda.
E aqui estamos participando, inclusive dando nosso testemunho, fazendo a nossa parte e de
forma ativa, de alguma maneira a gente participa do crescimento e da multiplicação da religião que é
uma religião encantadora, realmente mágica em todos os sentidos, e que é muito grande a emoção no
momento em que a gente pensa de que é possível ter esclarecimento, informação e conhecimento de
causa sobre esta religião chamada Umbanda.

Teologia de Umbanda Sagrada / Tutor: Alexandre Cumino Página 5


Eu sou agradecido a Deus, ao Orixás, ao Caboclo Pena Branca, ao Caboclo das Sete
Encruzilhadas, Caboclo Arranca-Toco...a todos esses Caboclos, Pretos-Velhos, Baianos, Boiadeiros...a
todas as entidades de Umbanda que nos permitam, estejam junto de nós, nos inspirem, nos amparem,
nos guiem e nos permitam participar dessa multiplicação da religião.

Muito obrigado
Axé, Axé, e Axé
Amém, amém, e amém
Sarava, Sarava e Sarava
E até nossa próxima aula !

Digitação: Danaíra S. M.
Aluna do Curso de Teologia de Umbanda Sagrada

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