MANUAL

Higiene e Limpeza
do Setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos

1
2
 Prefácio

A ABIHPEC, em parceria com o Sebrae e a ABDI, desenvolve diferenciadas

ações para execução do Programa de Desenvolvimento Setorial de
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (PDS/HPPC), com objetivo de
promover o avanço das empresas do segmento de forma sustentável,
por meio da gestão e difusão de conhecimento, acesso e adequação e
de avanços em tecnologia e inovação.

Nos últimos anos, tem sido um desafio e um compromisso para o

setor acompanhar o crescimento do mercado brasileiro, e atender às
expectativas de exportação com produtos de qualidade, eficazes,
seguros, competitivos e reconhecidos nos mercados nacional e
internacional.

O Manual de Higiene e Limpeza é o primeiro de uma série temática,

que visa disponibilizar para as indústrias de HPPC um valioso suporte
técnico, estruturado sob a forma de fascículos ou livreto, sobre temas
pontuais referentes às etapas, procedimentos, controles e/ou ações
pertinentes ao processo produtivo em conformidade aos requisitos
das Boa Práticas de Fabricação estabelecidas pela Resolução ANVISA
RDC Nº 48/13 e outras legislações pertinentes. Recomenda-se consultar
o Manual de Boas Práticas de Fabricação das Indústrias de Higiene
Pessoal, Cosméticos e Perfumes “Versão comentada – Resolução RDC
48/13” disponível no site da ABIHPEC.

Simplicidade e objetividade foram as premissas adotadas nas

recomendações que compõem cada um dos capítulos, condições para
aprimoramento dos processos existentes de modo que as indústrias
de HPPC avancem na qualificação de pessoas fabricando produtos sob
processos controlados e eficientes que resultem em produtos seguros,
eficazes com a qualidade requerida.

Todavia alertamos que a observância e o cumprimento das especificações

técnicas, normas de segurança, recomendações e instruções de cada
produto, equipamento, máquina e processo, são indispensáveis à
obtenção dos resultados pretendidos.

O Manual não pretende esgotar o assunto e temos a expectativa que

novas publicações seguirão no futuro.

João Carlos Basilio | Presidente

Renata Teixeira do Amaral | Gerente de Assuntos Regulatórios

3
 Sumário

1 07 INTRODUÇÃO
2 08 DEFINIÇÕES

3 09 HIGIENE, LIMPEZA E SANITIZAÇÃO NA INDÚSTRIA DE HPPC

4 10
11
NORMAS DE HIGIENE PESSOAL E SEGURANÇA

4.1 Técnica de lavagem das mãos

12 4.2 Paramentação

13 4.3 Equipamentos de proteção individual

5 14
14
LIMPEZA E SANITIZAÇÃO NO AMBIENTE INDUSTRIAL

5.1 Ambientes e instalações 24 5.4.7 Escadas

15 5.2 Equipamentos 24 5.4.8 Escovas de cerdas duras

e utensílios e cabo longo

16 5.3 Produtos de limpeza 24 5.4.9 Carro funcional

16 5.3.1 Detergentes 25 5.4.10 Placas de sinalização

19 5.3.2 Sanitizantes 25 5.4.11 Aspirador de pó

22 5.4 Materiais de limpeza 25 5.4.12 Lavadora de

alta pressão
22 5.4.1 Conjunto mop
26 5.5 Tipos de limpeza
22 5.4.2 Rodos
26 5.5.1 Limpeza manual
23 5.4.3 Panos de limpeza de pisos,
26 5.5.2 Limpeza a seco
bancadas e mobílias
23 5.4.4 Baldes 26 5.5.3 Limpeza por imersão

23 5.4.5 Pá coletora de lixo 26 5.5.4 Limpeza mecanizada

23 5.4.6 Material para limpeza 27 5.5.5 Limpeza automatizada de

de vidros equipamentos e linhas produtivas

4
Manual de Higiene e Limpeza da Indústria de HPPC

6 28
29
PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA E SANTIZAÇÃO

6.1 Procedimentos de limpeza de ambientes

e instalações

29 6.1.1 Limpeza de pisos: varrer ou aspirar

32 6.1.2 Limpeza de pisos: lavar

35 6.1.3 Limpeza de paredes

36 6.1.4 Limpeza de portas

37 6.1.5 Limpeza de janelas e vidros

38 6.1.6 Limpeza e desinfecção de sanitários

e vestiários

40 6.1.7 Limpeza de mesas, bancadas e prateleiras

40 6.1.8 Limpeza de ar condicionado

41 6.1.9 Limpeza de aparelhos telefônicos e Fax

41 6.1.10 Limpeza de cestos de lixo

42 6.1.11 Limpeza de ralos

43 6.2 Procedimentos de limpeza de equipamentos

e utensílios

44 6.2.1 Limpeza e sanitização de reservatórios

de matérias-primas

45 6.2.2 Limpeza e sanitização de bombas

e tubulações de transferência

46 6.2.3Limpeza e sanitização de misturadores,

reservatórios e tubulações de envase
de produtos semiacabados

47 6.2.4 Limpeza e sanitização de equipamentos

de envase

48 6.2.5 Limpeza de utensílios e equipamentos

de pesagem

48 6.2.6 Limpeza de pallets

7 49 FONTES E REFERÊNCIAS CONSULTADAS

5
1 Introdução
As instalações de uma indústria de produtos
de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos
(HPPC) devem ser localizadas, projetadas,
construídas e mantidas adequando-
se às operações a serem executadas,
possibilitando a limpeza e manutenção das
áreas, a fim de evitar o acúmulo de poeira,
sujidade ou qualquer efeito adverso que
possa afetar a qualidade dos produtos.
A correta higienização dos ambientes,
equipamentos e utensílios, utilizados nos
setores produtivos de uma indústria de HPPC,
aliada ao treinamento dos colaboradores
em Boas Práticas de Fabricação (BPF), são
grandes diferenciais para a garantia da
qualidade dos produtos fabricados.
Os produtos cosméticos, em sua grande
maioria, possuem alta concentração de
água, o que é um fator de risco para a
proliferação de microrganismos. Mesmo
utilizando matérias-primas e embalagens
de fornecedores que seguem normas de
qualidade, a manipulação inadequada ou
uma higienização não eficaz dos utensílios e
equipamentos, ou até mesmo do ambiente,
pode favorecer a contaminação.
Um processo de higienização é composto
por duas etapas bem definidas:
a limpeza e a sanitização.
Higienização =
Limpeza + Sanitização
A limpeza, se bem executada, pode
eliminar de 80 a 90% das partículas de
sujidades. A sanitização já busca reduzir
os microrganismos, ainda presentes na
superfície limpa, para níveis aceitáveis, além
de eliminar os microrganismos patogênicos.
Estes microrganismos podem ainda estar
presentes em resíduos imperceptíveis na
superfície após a limpeza.
Uma eficiente higienização é o resultado
de um conjunto de fatores químicos,
mecânicos, térmicos e do tempo de
contato usados no procedimento de
higienização. A otimização destes fatores
implicará numa maior eficiência do processo.
O fator químico refere-se ao poder de
limpar e retirar as sujidades por parte de
um agente detergente. O fator mecânico
refere-se a força aplicada sobre uma
superfície para retirar as sujidades. Esfregar,
aplicar jato de água, utilização de espumas
e géis, são exemplos de ação mecânica. O
fator térmico diz respeito à temperatura
de aplicação da água e soluções. O tempo
é o período necessário para a correta
eliminação das incrustações e eliminação
dos microrganismos indesejáveis.
Assim, na indústria de HPPC é de suma
importância a realização adequada da
limpeza técnica de cada ambiente da planta
(área de recebimento, pesagem, produção,
envase, rotulagem, armazenamento, áreas
comuns, entre outras), sanitizações de rotina
e outros procedimentos operacionais.
O presente manual tem como objetivo
orientar e subsidiar ações gerais de higiene,
limpeza e sanitização na indústria de HPPC.
7
 2 Definições

CIP: Cleaning in place POP: Procedimento Operacional Padrão

- procedimento escrito e aprovado que
Contaminação: introdução indesejada de
fornece instruções detalhadas para a
impurezas de natureza física, química e/ou
realização de atividades específicas.
microbiológica na matéria-prima, material de
embalagem/envase, produto intermediário Sanitização: processo utilizado para
e/ou produto acabado durante a fabricação. redução do número de microrganismos
viáveis, a níveis aceitáveis, em uma superfície
Contaminação cruzada: contaminação de
limpa. Caracteriza-se por representar um
uma matéria-prima, produto intermediário
conjunto de operações de natureza física e/
ou acabado com outra matéria-prima,
ou química com objetivo de reduzir o nível
produto intermediário ou acabado durante
de contaminação por microrganismos em
a fabricação.
instalações, equipamentos e utensílios.
ºGL = Gay-Lussac, ou, simplesmente, ºGL,
Sanitizante (Desinfetante): são
é a unidade que expressa a quantidade
formulações que têm na sua composição
de álcool em mililitros contida em 100
substâncias microbicidas e apresentam
mililitros de solução hidroalcóolica, isto é,
efeito letal para microrganismos não
a percentagem volumétrica de álcool na
esporulados.
solução.
Validação de limpeza: ação documentada,
Limpeza: é o processo de remoção de
conduzida para estabelecer e demonstrar
sujidades e detritos visando manter em
que um processo ou procedimento de
estado de asseio artigos, pisos, paredes,
limpeza conduz necessária e efetivamente
mobiliários, utensílios e equipamentos.
ao objetivo requerido.

8
 3 Higiene, Limpeza e Sanitização na Indústria De Hppc
As atividades de higiene, limpeza e sanitização de uma indústria de HPPC devem abranger
pessoal, instalações, equipamentos e utensílios, materiais de produção e recipientes,
produtos para limpeza e desinfecção e qualquer outro aspecto que possa constituir fonte de
contaminação para o produto. As fontes potenciais de contaminação devem ser eliminadas
através de um adequado programa de higiene, limpeza e sanitização. Todos os colaboradores
devem ser treinados nas práticas de higiene pessoal.

O objetivo não é abordar aspectos

Este manual tratará de
forma pormenorizada de
três aspectos essenciais:
Higiene pessoal
relacionados ao cumprimento das Boas
Práticas de Fabricação (BPF) e sim
servir como guia para a orientação dos
colaboradores da área de limpeza, ou que
desempenham atividades relacionadas à
limpeza e sanitização de áreas, utensílios
e equipamentos, sobre os procedimentos
adequados de higiene, limpeza e sanitização
a serem aplicados na indústria de HPPC.

Limpeza e sanitização
de ambientes e áreas
produtivas
Limpeza e sanitização
de utensílios e
equipamentos

9
 4 Normas de Higiene Pessoal e Segurança
Como norma de higiene pessoal e
segurança os colaboradores devem utilizar
paramentação adequada a cada área e
atividade executada dentro da indústria
de HPPC.
É proibido fumar, comer, beber, mascar ou
manter plantas, alimentos, bebidas, fumo
e medicamentos pessoais nas áreas de
produção, armazenamento e controle ou em
quaisquer outras áreas em que tais ações
possam influir adversamente na qualidade
do produto.

Os colaboradores devem:
• manter perfeita higiene pessoal: banho diário,
cabelos limpos, penteados e presos e unhas
limpas e aparadas;
• usar paramentação limpa e adequada para cada
tipo de atividade;
• usar equipamento de proteção individual (EPI),
quando recomendado;
• lavar as mãos com água e sabão após o uso
do sanitário, antes da alimentação, ao iniciar
e terminar as atividades.

10
4.1 Técnica de lavagem das mãos
A seguir é indicado o passo a passo para a correta lavagem das mãos.
01 02
04 05
08 09
Atenção: O uso de álcool em forma de gel não substitui a lavagem correta das mãos.
1. Enxaguar as mãos com água
corrente, evitando tocar na pia;
2. Colocar sabonete em quantidade
suficiente em ambas as mãos;
3. Ensaboar as palmas das mãos,
esfregando-as entre si;
4. Esfregar a palma de uma das mãos
contra o dorso da outra mão e vice-
versa, entrelaçando os dedos;
5. Esfregar todos os dedos,
entrelaçando-os e esfregando
o espaço entre eles;
6. Esfregar o dorso dos dedos de
uma mão com a palma da outra
mão e vice-versa;
03
06 07
10 11
7. Esfregar um polegar com a palma
da outra mão e vice-versa, utilizando
movimentos circulares;
8. Esfregar a palma de uma mão com
os dedos e as unhas da outra mão
fechada em concha e vice-versa,
através de movimentos circulares;
9. Esfregar os antebraços;​
10. Enxaguar bem as mãos novamente,
eliminando toda a sujeira, evitando
tocar com as mãos na torneira
(pode-se utilizar um papel toalha
para abrir a torneira);
11. Enxugar as mãos em uma toalha
de papel, começando pelas mãos
em direção aos punhos.
11
 4 Normas de Higiene Pessoal e Segurança
4.2 Paramentação
A empresa deve assegurar que os Estes acessórios deverão estar disponíveis
colaboradores utilizem paramentação nos pontos de acesso as áreas produtivas e
limpa e adequada a cada área e atividade, também em importantes áreas de circulação.
para garantir a proteção do produto contra
A utilização destes acessórios visa evitar
contaminações.
a contaminação dos produtos através da
Visitantes e pessoas não treinadas só saliva, cabelos ou de contato com resíduos
poderão acessar as áreas de produção trazidos da rua pelos colaboradores
após orientação sobre normas de higiene, ou visitantes.
estando paramentados e acompanhados
por profissional designado.

A paramentação básica na indústria de

HPPC compreende o uso de jaleco, touca,
máscara e botas descartáveis
(propé).

12
4.3 Equipamentos de Proteção Individual
Equipamento de Proteção Individual (EPI) é a projeção de partículas de pó e detritos
todo dispositivo de uso pessoal, destinado contra os olhos, ou mesmo o simples fato
a proteger a integridade física e a saúde de retirar um lixo, podem causar graves
do trabalhador. Os colaboradores de uma acidentes e até levar a óbito.
indústria de HPPC devem, de acordo com
Para os colaboradores que executam as
a função exercida, estar devidamente
atividades de limpeza diária é necessário,
paramentados com EPIs.
além da devida atenção, o uso dos EPIs
A limpeza traz diversos riscos que indicados a seguir:
normalmente não são notados ou não
recebem a importância devida. Produtos
químicos, pisos molhados ou escorregadios,
alturas sem o uso de proteção adequada,

Uniforme: Óculos:
utilizado para proteção utilizar na diluição
do corpo e identificação e aplicação de
do profissional. Deve sanitizantes e em outras
ser conservado em bom atividades que requeiram.
estado, sem rasgos, partes
descosturadas ou furos.

Avental impermeável: Luvas:

aplicável principalmente utilizar para a limpeza
quando a atividade propicia e manipulação de
a sujeira do uniforme ou que soluções sanitizantes.
se molhe.

Calçado impermeável: Protetor auricular:

usar durante todo o utilizar na limpeza
período de limpeza de de ambientes com
piso e recolhimento de alto nível de ruído.
lixo. Além de impermeável
deve possuir solado
antiderrapante.

Máscaras filtrantes: Em caso de limpeza

usar durante a utilização em altura:
de produtos de limpeza que cinto de segurança,
ofereçam risco para a saúde capacete e qualquer
pela inalação. outro equipamento
adequado.

13
 5 Limpeza e Sanitização no Ambiente Industrial

5.1 Ambientes e instalações

Na indústria de HPPC podemos destacar • Rotulagem.
os seguintes ambientes que se encontram
• Embalagem.
separados das instalações das áreas
produtivas e de controle: • Expedição.

• Sanitários. • Laboratórios de controle de qualidade

(físico químico e microbiológico).
• Vestiários.
• Garantia da qualidade.
• Administração (escritórios).
• Controle de processo.
• Cozinha.
• Centro técnico.
• Refeitório.

• Sala de descanso.
• Recepção.
Os setores produtivos e de controle estão
formados, geralmente, pelas seguintes
instalações:
• Áreas de recepção de matérias-
primas, embalagens, rótulos e outros
materiais.
• Áreas de quarentena.
• Almoxarifados de matérias-primas,
embalagens, rótulos e produtos
acabados.
• Pesagem.
• Produção.
• Envase.
O projeto destas áreas deve possibilitar a
limpeza e a manutenção, de modo a evitar
a contaminação cruzada, acúmulo de poeira
e sujeira.
A limpeza e/ou sanitização das áreas deve
ser realizada conforme procedimentos
adequados e devem ser mantidos os
registros correspondentes.
As instalações devem ser mantidas em bom
estado de conservação, higiene e limpeza.
Os arredores dos edifícios devem estar
limpos e em bom estado de conservação.
Os produtos de limpeza e os sanitizantes
devem ser utilizados de maneira a não
contaminar equipamentos, matérias-primas,
materiais de embalagem, materiais em
processo e os produtos acabados.

14
5.2 Equipamentos e utensílios
As empresas de HPPC devem dispor de
procedimentos escritos (POPs) para a
limpeza e sanitização dos equipamentos e
utensílios.
O projeto e a localização dos equipamentos
devem minimizar os riscos de contaminação
e permitir limpeza e manutenção adequadas
de maneira a evitar o acúmulo de poeira e
sujidade e, em geral, evitar todo efeito que
possa influir negativamente na qualidade e
segurança dos produtos.
Deve ser efetuada a limpeza dos
equipamentos após cada produto fabricado.
A elaboração sequencial de diversos lotes,
de um mesmo produto, sem a limpeza dos
equipamentos (produção em campanha)
somente poderá ser realizada de acordo
com procedimento escrito que determine os
controles lote a lote e o número máximo de
lotes sequenciais permitidos.
A empresa deve manter registros de uso,
limpeza, sanitização e manutenção dos
equipamentos e utensílios contendo a data,
o horário e o responsável pela realização da
atividade.
Para garantir a efetividade dos procedimentos
de limpeza, e minimizar riscos de acidentes,
alguns requisitos devem ser observados:
• Execução da limpeza somente
por colaboradores treinados.
• Utilização de EPIs adequados
à atividade a ser desenvolvida.
• Procedimentos escritos de limpeza
e sanitização, aprovados e validados.
• Definição do tempo limite que
o equipamento pode permanecer
sujo, e por quanto tempo pode
permanecer limpo, sem a necessidade
de repetição do processo de limpeza.
• Quais são os pontos críticos
do equipamento e o procedimento
adequado de limpeza destes pontos.
• Uso de etiqueta de identificação
explicitando o status de limpeza/
sanitização dos equipamentos
e acessórios.
A RDC No 48, de 25 de outubro de 2013,
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), que versa sobre as Boas Praticas
de Fabricação (BPF) de produtos cosméticos,
define que os procedimentos de limpeza
devem ser validados. Quando as validações
forem aplicáveis deve ser estabelecido um
protocolo de validação especificando como
o processo será conduzido. O protocolo deve
ser aprovado pela garantia da qualidade.
15
 5 Limpeza e Sanitização no Ambiente Industrial

5.3 Produtos de limpeza

5.3.1 Detergentes
Os detergentes são produtos destinados Além destas propriedades, um bom
exclusivamente para o processo de limpeza. detergente deve apresentar:
A grande maioria não possui ação sanitizante.
• ação específica de acordo com
A função dos detergentes é a remoção das
a sujidade a ser removida;
sujidades orgânicas ou minerais por meio
do processo de detergência (poder de • baixo custo;
remoção) provocado por seus tensoativos. • ser atóxico;
Os detergentes utilizados nos processos • pouco poluente;
de limpeza exercem sua função, de várias
maneiras, atuando com: • estabilidade durante
o armazenamento;
• poder dissolvente, principalmente
sobre resíduos minerais; • facilmente enxaguável;

• ação peptizante sobre resíduos • não corrosivo.

proteicos;
• ação saponificante e emulsificante
sobre resíduos gordurosos;
• ação sequestrante ou quelante,
principalmente sobre minerais (Ca, Mg);
• poder molhante, penetrante, de
suspensão, lavagem e dispersante,
propriedades conferidas aos
detergentes pelo uso de substâncias
tensoativas.
Com base nestas considerações, é evidente
que nenhum composto, isoladamente,
poderá preencher, em grau ótimo,
todas as características desejáveis acima
enumeradas. Por isso, os detergentes são
geralmente produtos industriais obtidos no
mercado de produtos de limpeza.

16
Em linhas gerais, os principais detergentes poderiam ser divididos nos seguintes grupos:

1. detergentes alcalinos fortes

com elevado poder dissolvente sobre resíduos orgânicos
sendo alta ou moderadamente irritantes, tóxicos e
corrosivos (Ex.: hidróxido de sódio, orto e sesquisilicatos de
sódio);
2. detergentes alcalinos suaves ou de uso geral
têm moderada ação dissolvente sobre resíduos orgânicos,
pouco irritantes e corrosivos (Ex.: formulações complexas
envolvendo o uso de sesquisilicatos, fosfato trissódico,
carbonato de sódio, tensoativos e sequestrantes);
3. detergentes neutros
não corrosivos, não irritantes, indicados para limpeza de
superfícies delicadas e com resíduos fracamente aderidos.
(Ex.: tensoativos, geralmente aniônicos, adicionados ou
não de polifosfatos);
4. detergentes ácidos suaves
moderados ou pouco corrosivos, pouco irritantes. Indicados
para remoção de resíduos inorgânicos e alguns orgânicos
(Ex.: ácidos orgânicos como hidroxiacético e inibidores
de corrosão);
5. detergentes ácidos fortes
tóxicos, corrosivos, indicados para limpeza mecânica de
equipamentos de aço inoxidável. Revelam elevado poder
dissolvente sobre resíduos minerais e alguns orgânicos. (Ex.:
ácido nítrico, fosfórico, clorídrico, cítrico acrescido
de inibidores de corrosão).

17
 5 Limpeza e Sanitização no Ambiente Industrial

Atualmente, já existem no mercado, II Período de contato do detergente

produtos detergentes com pH neutro
que possuem “força” e alto desempenho
e que conseguem substituir produtos,
principalmente alcalinos, na limpeza e
remoção de sujidades. Isto se deve à
combinação de vários agentes e substâncias
ativas que conferem ao produto um alto
poder desengordurante e desengraxante.
Independente do tipo de detergente, a ação
de limpeza se desenvolve numa série de
etapas que poderiam ser assim resumidas:
a. contato direto e intenso da solução
de detergente com o resíduo a ser
removido (ação molhante
ou penetrante);
b. deslocamento dos resíduos sólidos ou
líquidos da superfície a ser limpa (ação
saponificante, peptizante, dissolvente,
emulsificante, etc.);
c. dispersão completa do resíduo
na solução de limpeza (ação de
suspensão e dispersante);
d. prevenção da redeposição do
resíduo disperso na superfície do
equipamento (ação lavagem).
Inúmeros fatores afetam o desempenho
da solução de detergente aplicada a uma
superfície, os principais são enumerados
a seguir:
I Concentração das substâncias ativas:
com o resíduo:
em linhas gerais, a remoção dos resíduos
é aumentada com o aumento do tempo
de contato, até um limite a partir do qual o
benefício será mínimo.
III Temperatura da solução:
a eficiência é aumentada pelo aumento da
temperatura, devido à menor ligação dos
resíduos às superfícies, menor viscosidade
das soluções, maior solubilidade dos
resíduos e maior velocidade das reações.
IV Agitação:
assegura um melhor desempenho,
garantindo maior remoção dos resíduos.
Com o objetivo de garantir uma superfície
adequadamente limpa, a formulação ou
seleção de um detergente deve levar em
consideração os seguintes aspectos:
• natureza do resíduo a ser removido;
• tipo de material utilizado na
construção dos equipamentos,
utensílios
e superfícies a serem limpas;
• método a ser empregado na limpeza
(manual ou mecânico);
• características químicas,
principalmente dureza da água
utilizada no preparo das soluções
e na limpeza.

a eficiência aumenta com o aumento da

concentração, até um limite, acima do qual
a eficiência estaciona, com o aumento de
custo e efeito corrosivo.

18
5.3.2 Sanitizantes
Os sanitizantes são produtos que atuam
sobre os microrganismos presentes nas
superfícies a serem higienizadas.
Na escolha do sanitizante parâmetros
como solubilidade, pH, temperatura,
tipo de superfície a ser sanitizada e
incompatibilidades químicas devem ser
cuidadosamente avaliados.
A qualidade do sanitizante está relacionada
com:
• o seu espectro de ação;
• a capacidade do sanitizante
permanecer estável quando estocado;
• ter uma baixa toxicidade para o
homem e demais formas de vida;
• não reagir, não ser corrosivo;
• não ter efeito residual;
• ser compatível com outros agentes
químicos, entre outras características.
A seguir são apresentados alguns
compostos ativos (sanitizantes) que podem
ser utilizados na limpeza de ambientes,
utensílios e equipamentos da indústria
de HPPC.
É importante salientar que a preparação das
soluções sanitizantes deve ser realizada pelo
laboratório de controle de qualidade.

Sanitizantes à base de compostos de cloro

Vanta gens: eficazes na ação bactericida, esporicida, viricida
e fungicida, possuindo amplo espectro. Possuem baixo custo.

Desvantagens: perdem eficiência quando submetidos a altas temperaturas.

Ineficientes na presença de alguns compostos orgânicos. Corrosivos.

Toxicidade: quando concentrado é irritante para olhos, pele e trato

respiratório.

Aplicação: Podem ser aplicados em meio neutro e alcalino. Podem ser

aplicados sobre pisos, paredes e superfícies.

Exemplos: hipoclorito de sódio, cloroaminas orgânicas

e não orgânicas.

19
 5 Limpeza e Sanitização no Ambiente Industrial

Sanitizantes à base de compostos quaternário de amônia

Vantagens: eficazes na ação bactericida, esporicida, viricida e fungicida.

Baixa atividade corrosiva. Estáveis a mudanças
de temperatura.

Desvantagens: tende a permanecer na superfície exigindo um

enxague cuidadoso. Menos eficientes contra bactérias gram-negativas.
Formadores de espuma.

Toxicidade: baixo risco.

Aplicação: podem ser aplicados em meio neutro e alcalino. Podem ser

aplicados sobre superfície de aço inox, metais, pisos, paredes, PVC. Na
sanitização de sistemas por imersão, aspersão e manual.

Exemplos: cloreto de benzalcônio (Cloreto de alquil dimetil benzil amônio).

Sanitizantes à base de peróxido de hidrogênio

Vantagens: eficazes na ação bactericida e viricida. Não possui odor

irritante. Baixo efeito residual.

Desvantagens: presença de matéria orgânica reduz sua eficiência.

Toxicidade: baixo risco. Pode irritar a pele e olhos.

Aplicação: podem ser aplicados em qualquer superfície ou ambiente.

Sanitizantes à base de álcool (etílico ou propílico)

Vantagens: rápida ação em bactérias vegetativas (gram-positivas

e gram-negativas). Não deixa resíduo e não é corrosivo.

Desvantagens: ação limitada contra fungos. De ação limitada

por evaporar rapidamente.

Toxicidade: baixo risco e não agride o meio ambiente. Pode causar

irritação dos olhos e pele.

Aplicação: superfícies, pisos, utensílios, assepsia das mãos, superfícies

externas de equipamentos, etc.

20
Sanitizantes à base de ácido peracético

Vantagens: possui amplo espectro. Os produtos de decomposição

são seguros (ácido acético e oxigênio). É considerado um agente
biocida mais potente que o peróxido de hidrogênio, sendo esporocida,
bactericida, virucida e fungicida, mesmo em baixas concentrações.
Baixo tempo de contato para a sanitização.

Desvantagens: presença de matéria orgânica reduz sua eficiência.

Toxicidade: baixo risco e não agride o meio ambiente. Pode causar

irritação dos olhos e vias respiratórias.

Aplicação: superfícies, pisos, utensílios, assepsia das mãos, superfícies

externas de equipamentos, etc.

Sanitizantes à base de guanidinas

Vantagens: mais eficiente contra bactérias gram-negativas do

que compostos quaternários puros. Compatível com detergentes
não iônicos. Não deixa odor residual.

Desvantagens: não compatível com detergentes aniônicos ou álcalis.

Toxicidade: baixo risco. Irritante para os olhos e pele.

Aplicação: equipamentos, pisos, superfícies, paredes em sistemas

abertos ou CIP (clean-in-place)

Exemplos: Cloridrato de Poliexametileno Bisguanida (PHMB),

Poliexametileno guanidina hidroclorada (PHMG), Gluconato
de cloroexidina.

21
 5 Limpeza e Sanitização no Ambiente Industrial

5.4 Materiais de limpeza

5.4.1 Conjunto mop

A luva do tipo cabeleira plana (função úmida)

já é indicada para ser utilizada na técnica de
limpeza de pisos e paredes proporcionando
redução de tempo nas atividades. Apresenta
ação eficaz em atividades nas quais a ação
mecânica é necessária. São fabricadas em
microfibra, algodão, sintético (misto), nos
modelos ponta cortada ou ponta dobrada.

A luva tipo cabeleira plana (função pó) já

é indicada para a remoção de sujidade
e detritos que não estejam aderidos ao
piso. É recomendável que tenha a função
Há vários tipos de mops no mercado que
eletrostática para que não haja levantamento
atendem a diferentes necessidades no que
ou espalhamento de pó durante a limpeza.
diz respeito a procedimentos de limpeza.

O conjunto mop é formado por cabo,

armação ou haste ou suporte e luva ou refil.
5.4.2 Rodos
O cabo pode ser fabricado em alumínio, PVC
ou madeira. O adequado é que possua um
comprimento mínimo de 1,40 cm de forma
a garantir postura ergonomicamente correta
para o profissional.

As luvas, tipo cabeleira, podem ser fabricadas

em microfibra, algodão, TNT ou sintético
(misto), etc., nos modelos ponta cortada ou
ponta dobrada. São indicadas para ensaboar
superfícies.

A luva do tipo cabeleira deverá ser utilizada

somente para retenção e absorção de
Para uma maior abrangência da área a ser
líquidos. Não deverá ser utilizada na
limpa, possibilitando menor tempo e menor
realização de técnicas de limpeza que
desgaste físico do colaborador, os rodos
exigem ação mecânica, pois não demonstra
devem ser do tipo profissional, apresentando
eficácia nessas atividades. A durabilidade
cabos (mínimo 1,60cm) e base com lâmina
da cabeleira do mop dependerá da devida
de maior extensão (mínimo 0,60cm).
conservação, após utilização.

22
5.4.3 Panos de limpeza de pisos,
bancadas e mobílias
Os panos de limpeza devem ser exclusivos
do setor e separados para bancadas,
mobílias, piso e parede. Devem ser mantidos
limpos e alvejados.
5.4.4 Baldes
Recomenda-se o uso de baldes de
cores diferentes por áreas ou setores.
Devem ser utilizados, preferencialmente,
os confeccionados com materiais mais
resistentes e que não sofram ação corrosiva.
5.4.5 Pá coletora de lixo
Utilizada com vassoura para coleta de
sujidades soltas no piso.
5.4.6 Material para limpeza de vidros
São compostos por cabos metálicos
reguláveis com lâminas de borracha
substituíveis e cabos para lavagem com
luvas, também substituíveis. A luva do tipo
cabeleira plana (função úmida) ou rodo com
pano de limpeza de pisos pode executar a
mesma função.
23
 5 Limpeza e Sanitização no Ambiente Industrial

5.4.7 Escadas 5.4.9 Carro funcional

Para a segurança do colaborador devem Possibilita reunir, transportar e estar

possuir plataforma de apoio e dispositivos abastecido de materiais necessários à
laterais para suporte de materiais. limpeza e sanitização de áreas. O transporte
é realizado com segurança e praticidade.

Existem vários modelos no mercado.

5.4.8 Escovas de cerdas duras
Como exemplo tem-se os carros contendo
e cabo longo
espremedor para cabeleira dos mops,
estando adaptável a baldes (cores diferentes)
ou balde modular com divisor de águas.
Pode, ainda, possuir suporte para rodos,
conjunto MOP, placa de sinalização, pá
coletora e local para transporte de material
de limpeza necessário ao serviço.

Utilizadas para limpeza pesada de pisos de

banheiros. Deve apresentar cabo (mínimo
1,60 cm). É útil na retirada de sujidades, lodo
e crostas de azulejos.

24
5.4.10 Placas de sinalização
Placas que apresentam desenhos ou
inscrições que permitem aos transeuntes
identificar a situação da área delimitada (piso
escorregadio, área interditada e outros).
5.4.11 Aspirador de pó
Equipamentos destinados a sucção de
pó seco e partículas pequenas. O uso do
aspirador de pó deve ser restrito a áreas
administrativas.
5.4.12 Lavadora de alta pressão
Combina alta pressão e pouca vazão de
água. Responsável pela remoção da sujidade
aderida á superfície.
A escolha do equipamento adequado
garante uma limpeza eficiente, de acordo
com a superfície e tipo de sujidade a ser
removida.
25
 5 Limpeza e Sanitização no Ambiente Industrial
5.5 Tipos de limpeza
Para execução dos procedimentos de
limpeza podem ser aplicados diferentes
métodos: manuais, por imersão, mecânicos,
métodos de limpeza automatizados, limpeza
a seco, etc. Os processos são otimizados
pela utilização, racionalizada, dos agentes
de limpeza.
5.5.1 Limpeza manual
É o método de limpeza mais simples e
com maior risco de falta de uniformidade
em função da ação humana. Para a
limpeza manual são utilizados acessórios
básicos, como: escovas, rodos, vassouras,
mecanismos abrasivos, mangueiras, etc.,
além de água e detergente.
Em síntese a limpeza manual é a limpeza
realizada manualmente pelo ser humano
utilizando equipamentos e acessórios de
limpeza.
5.5.2 Limpeza a seco
Utilizada na remoção, sem água, de material
residual aderido à parede interna dos
equipamentos, linhas de envase, etc., antes
do início do processo de lavagem, o que
contribui para a diminuição do consumo
de água e agentes de limpeza. Podem ser
utilizados raspadores mecânicos ou manuais
e sistemas a vácuo para efetuar tal operação.
26
5.5.3 Limpeza por imersão
Este método de limpeza é aplicado
para utensílios, partes desmontáveis de
equipamentos e tubulações (válvulas,
conexões, pás, etc.). No processo de limpeza
os utensílios e equipamentos são imersos em
solução detergente, apropriada para o tipo
de sujidade que se quer remover, durante o
tempo recomendado. A imersão pode ser
realizada com ou sem agitação. Após este
tempo suas superfícies serão escovadas
e enxaguadas.
5.5.4 Limpeza mecanizada
Limpeza com jatos de água
pressurizada
Este é um exemplo de método de limpeza
mecanizada com o auxílio de máquinas
de lava jato (jateadores) de média ou alta
pressão para limpeza de equipamentos,
superfícies, etc.
Para aplicação do método é sempre
necessário colaboradores treinados, pois
o uso incorreto do equipamento pode
danificar partes elétricas e eletrônicas de
aparelhos ou instalações.
O método de limpeza manual consegue
limpar 0,1-0,2m2/min, enquanto que um
aparelho de alta pressão higieniza 0,5-1,0m2/
min. Um das desvantagens do método é
geralmente o alto consumo de água.
5.5.5 Limpeza automatizada de
equipamentos e linhas produtivas
Sistema CIP
Refere-se a sistemas automatizados de
limpeza de linhas produtivas, um exemplo, é
a limpeza automatizada mais conhecida pela
sigla CIP (cleaning in place), que se refere
à limpeza, executada sem o desmonte da
linha de produção.
Este sistema foi criado, justamente,
para evitar o desmonte dos tubos e
equipamentos de processo, para a limpeza,
permitindo, assim, a redução do tempo de
parada e, consequentemente, um aumento
da disponibilidade da unidade produtiva.
Possui a vantagem de diminuir o uso de mão
de obra, consumo de água, de soluções de
limpeza e energia.
Os sistemas são montados nos próprios
equipamentos produtivos e consistem
em tubulações para água e detergentes,
reservatórios de solução de limpeza e
bicos spray. Desta forma, o sistema CIP
tem como princípio o uso de um agente
químico de dissolução, que pode ser água
pura, a sua temperatura e o efeito mecânico
proporcionado sobre as superfícies a serem
limpas. Os produtos mais solúveis e de baixa
aderência podem ser removidos com água
quente. Já os mais viscosos, que possuem
a tendência de aderir nos equipamentos,
exigem a utilização de agentes químicos
adequados e indução de efeitos mecânicos
para a limpeza.
Limpeza de linhas utilizando PIG
O sistema de limpeza por arraste utilizando
PIG consiste em empurrar o produto
remanescente dentro das tubulações
utilizando uma peça de material atóxico e
flexível (PIG), com dimensões tais, que se
ajustam perfeitamente ao interior dos tubos.
Os PIGs são dispositivos de borracha, aço
revestido com poliuretano, nylon ou outro
material. Atuam como êmbolos mediante o
uso de ar comprimido. No caso da indústria
de cosméticos, o PIG permite a retirada
de produtos das paredes de tubulações
efetuando uma limpeza a seco.
Um sistema tradicional está conformado
por alguns elementos ou partes que são
indispensáveis para uma operação confiável,
repetitiva e com resultados aceitáveis de
limpeza ou remoção do produto de dentro
das tubulações.
O sistema deve ser formado no mínimo
por uma estação de lançamento do PIG,
um sistema de tubulações e uma estação
de recebimento e retirada do PIG. Os
investimentos para a sua instalação envolvem
a aquisição das estações e adaptação de
todas as tubulações, inclusive válvulas,
curvas, cotovelos e outros.
As tubulações devem ser o mais retas
possíveis e devem ter uma superfície interna
lisa e sem interrupções nem mudanças
bruscas de diâmetros, descontinuidades
ou derivações que possam comprometer o
deslizamento do PIG.
27
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
Um procedimento de limpeza e sanitização
envolve quatro etapas a serem seguidas:
A sujidade deve ser removida antes do
processo de sanitização, pois a presença de
sujidades macroscópicas podem impedir a
eficiência da ação do sanitizante impedindo
que este entre, efetivamente, em contato
com a superfície a ser desinfetada.

A escolha do procedimento e dos materiais

limpeza preliminar da
sujidade macroscópica
(detergente e sanitizante), a serem utilizados,
deve levar em consideração os seguintes
pontos:
• Ambiente onde será aplicado
o procedimento de limpeza
(Almoxarifado, vestiários, etc.).

• Tipo de sujidade a ser removida

(Orgânica, inorgânica, etc.).

• Grau de aderência da sujidade

à superfície.

Limpeza com • Compatibilidade do sanitizante com

detergente as condições térmicas e químicas
da superfície a ser sanitizada.

Enxague

Sanitização

28
6.1 Procedimentos de limpeza de ambientes e instalações

6.1.1 Limpeza de pisos: Varrer

ou aspirar A) Varredura
É uma operação de higiene que visa remover Materiais necessários:
a sujidade do chão. Esta operação só deve
ser feita com aspirador, onde houver tapete »» Vassoura
ou carpete, isto é, em locais de administração »» Carrinho coletor de lixo
(Exemplos: sala da diretoria e escritórios).
»» Saco de lixo
O uso de vassouras é indicado em áreas
»» Pá coletora de lixo
externas da indústria. Não deve ser utilizado
em áreas produtivas e laboratórios, pois »» Detergente multiuso
ao se usar vassoura levantam-se sujidades
»» EPIs
do ambiente (partículas, microrganismos),
podendo, assim, ocorrer contaminação de
matérias-primas, materiais de embalagem, Como proceder:
produto semiacabado e produto acabado, • Separar os materiais necessários.
ou ainda contaminação cruzada de matérias-
• Colocar o saco de lixo no
primas ou produtos semiacabados.
carrinho coletor.
Em área interna o indicado é realizar a
• Iniciar a varrição pelas laterais
limpeza com pano úmido (varredura úmida)
acumulando os detritos em
ou utilizando mop.
pequenos montes pelo caminho.

• Recolher os detritos com a pá

e despejar dentro do saco de
lixo.

• Ao termino do procedimento
limpar os materiais com pano
umedecido com detergente
multiuso.

• Guardar os materiais no local

apropriado.

29
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização

B) Varredura úmida
É a operação de limpeza que visa esfregar ou limpar uma área do chão com pano úmido.

Materiais necessários:

»» Placa sinalizadora • Torcer o pano e envolvê-lo

novamente no rodo.
»» Baldes
• Repetir a operação quantas vezes
»» Panos de limpeza
forem necessárias.
»» Rodo
• Enxaguar o piso mergulhando
»» Detergente/Sanitizante um pano limpo no balde contendo
»» EPIs apenas água limpa.

• Repetir a operação quantas vezes

forem necessárias.
Como proceder:
• Finalizar a varredura úmida passando
• Sinalizar e isolar a área com as
no piso, com um pano limpo,
placas sinalizadoras.
a solução do sanitizante apropriada
• Preparar dois baldes, um contendo para a área que esta sendo limpa.
uma solução detergente e outro
• Deixar o sanitizante agir pelo tempo
contendo água limpa.
recomendado pelo fornecedor.
• Levar o material para o local a ser
• Quando aplicável enxaguar o piso
limpo e sanitizado.
com pano limpo umedecido em
• Mergulhar o pano no balde com água.
a solução de limpeza, torcer o pano
• Secar o piso com um pano limpo.
e revestir o rodo.
• Retirar a placa de sinalização.
• Iniciar a varredura úmida pelos
cantos, do fundo para a porta da • Desprezar a água suja em local
frente, com movimentos firmes apropriado.
e contínuos, a fim de remover as
• Limpar os materiais após o uso
partículas maiores
e guardar no local adequado.
do piso.

• Recolher as partículas maiores.

• Mergulhar novamente o pano

de limpeza no balde contendo
a solução de limpeza.

30
C) Aspirar
Retirar partículas e resíduos depositados em carpetes e tapetes.

Materiais necessários:

»» Aspirador do tipo tanque

com acessórios

»» Extensões elétricas

»» Escova ou vassoura de cerdas

curtas

»» EPIs

Como proceder:

• Preparar o equipamento e • Liberar a área.

verificar as condições dos filtros
• Guardar e organizar todo o material.
(estado do filtro e volume de
sujidades no tanque). • Limpar a unidade de aspiração,
as mangueiras e o cordão elétrico
• Testar o aparelho antes de levá-lo
com pano levemente umedecido
para área a ser limpa.
com detergente neutro.
• Isolar e desobstruir a área,
• Esvaziar o filtro, quando este não for
quando possível.
descartável, descartando a sujeira
• Antes de ligar o aparelho verificar em lixeira com tampa.
se a voltagem elétrica do local
• No caso de filtro descartável, após
é condizente com o aparelho.
o trabalho, verificar se o mesmo não
• Aspirar a área em movimentos necessita de substituição.
retilíneos e uniformes (movimento
vai e vem).

• Iniciar o trabalho junto à parede

deixando o fio elétrico atrás do
operador, para não passar o
aparelho sobre o fio.

• Pentear as fibras do carpete ou

tapete com escova ou vassoura
de cerdas curtas.

31
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
6.1.2 Limpeza de pisos: Lavar

É uma operação de higiene que visa a remoção de detritos mediante o uso de água
e detergente. Inclui a remoção de detritos soltos, lavagem, enxague e secagem.

A) Lavar com escovão e mangueira

Materiais necessários: »» Panos de limpeza

»» Placa sinalizadora »» Rodo
»» Escovão »» Detergente
»» Mangueira »» Sanitizante
»» Baldes »» EPIs

Como proceder:

• Sinalizar e isolar a área com as • Remover a água com o auxílio

placas sinalizadoras. do rodo.

• Preparar a solução de limpeza • Secar a superfície com panos

(água e detergente) no balde. de limpezas.

• Conectar a mangueira na • Dependendo da área a ser

torneira. higienizada finalizar aplicando
no piso solução sanitizante de
• Molhar a superfície a ser lavada.
acordo com orientações do
• Molhar o escovão no balde fabricante.
contendo a solução detergente.
• Limpar os materiais após o uso
• Aplicar, com o escovão, e guardar no local adequado.
o detergente no piso e deixar agir
por dois minutos.

• Enxaguar com água limpa

utilizando a mangueira.

32
B) Lavar utilizando baldes
Materiais necessários:
»» Placas sinalizadoras
»» Baldes
»» Panos de limpeza
»» Rodo
Como proceder:
• Sinalizar e isolar a área com as
placas sinalizadoras.
• Preparar dois baldes, um com água
e detergente e o outro com água
limpa.
• Levar o material até a área a
ser limpa.
• Retirar os detritos soltos com
um pano úmido e limpo colocado
em volta de um rodo.
• Molhar o local a ser lavado com
a solução de água e detergente.
• Passar a máquina de lavar no chão,
com movimentos circulares
e movimentando para frente e para
trás. Na falta de tal máquina, utilizar
escovão para fricção mecânica.
»» Detergente
»» Sanitizante
»» Máquina lavadora ou escovão
»» EPIs
• Remover a solução suja com
o rodo.
• Repetir a operação se necessário.
• Passar o rodo com pano úmido
embebido em água limpa para
enxaguar o chão.
• Repetir o processo até que
o chão fique bem limpo.
• Passar o pano seco enrolado
no rodo para secar bem o chão.
• Dependendo da área a ser
higienizada finalizar aplicando no
piso solução sanitizante de acordo
com orientações do fabricante.
• Limpar e guardar todos
os acessórios.
Observação: Mudar a água
do balde sempre que necessário.
33
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
C) Lavar utilizando mop
Materiais necessários:
»» Placas sinalizadoras
»» Conjunto balde e espremedor
mop ou carrinho de mop (com
balde e espremedor ou dois
baldes e espremedor)
Como proceder:
• Sinalizar e isolar a área com
as placas sinalizadoras.
• Colocar no balde espremedor
a solução detergente.
• Montar o mop com cabo, garra
e cabeleira.
• Mergulhar a cabeleira do mop
no balde contendo a solução
detergente.
• Retirar o excesso de líquido da
cabeleira no espremedor. Ao
espremer o mop flexione os
joelhos protegendo suas costas.
• Aplicar o mop úmido no piso
a ser limpo.
• Iniciar a limpeza pelos cantos,
do fundo para a porta de
entrada, passando o mop em
movimento de “oito deitado” com
movimentos firmes e contínuos.
34
»» Cabo, garra e cabeleira
para mop
»» Detergente
»» Sanitizante
»» EPIs
• Enxaguar o mop em um segundo
balde (do sistema mop) contendo
água limpa para enxágue.
• Repetir a operação quantas vezes
forem necessárias (a água do balde
deve ser trocada sempre que
houver necessidade).
• Quando aplicável, finalizar
repetindo a operação utilizando
no balde espremedor solução
sanitizante devidamente preparada
adequada para o tipo de área ou
ambiente a ser limpo.
• Limpar e guardar todos os
acessórios. Os baldes e
espremedor devem ser lavados,
enxaguados, secos e guardados de
boca para baixo.
Convencionado internacionalmente,
embora não normatizado, que o
balde 1 é de cor azul (com solução)
e o balde 2 de cor vermelha (com
água), embora o fabricante possa
optar por outras cores.
6.1.3 Limpeza de paredes

A) Pintura lavável e revestimento cerâmico

Materiais necessários:

»» Placas sinalizadoras »» Escova macia

»» Baldes »» Detergente
»» Panos macios »» Sanitizante
»» Escada »» EPIs

Como proceder:

• Utilizar escada para limpeza. • Quando aplicável, finalizar

passando nas paredes um
• Umedecer um pano limpo em
pano umedecido na solução
água e passar na parede o rodo
sanitizante, previamente
envolto com pano úmido de cima
preparada. Deixar a solução
para baixo.
agir conforme orientações do
• Mergulhar outro pano na fabricante.
solução de limpeza, previamente Observação: a solução sanitizante
preparada, torcendo-o para retirar pode ser também aspergida,
o excesso. com ajuda de bomba, nas
porções superiores das paredes
• Passar o pano em linhas paralelas,
(aplicável, por exemplo, nas
sempre de cima para baixo.
áreas de produção, envase e
• Caso haja manchas na parede, manipulação).
utilizar escova macia com solução
• Limpar e guardar todos os
de limpeza no local.
acessórios. Os baldes devem
• Encher um balde com água limpa ser lavados, enxaguados, secos
para enxaguar, mergulhando e guardados de boca para baixo.
o pano na água, torcendo-o
para retirar o excesso. Realizar
o enxágue, com pano úmido, Atenção: para facilitar o trabalho,
repetindo a ação. e evitar longos movimentos
paralelos, dividir imaginariamente
• Repetir a operação com um
a parede ao meio, limpando
pano limpo, quase seco, com
primeiro a parte mais alta.
movimentos retos de cima para
baixo em toda a área, a fim
de secá-la.

35
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
6.1.4 Limpeza de portas
B) Limpar e desinfetar
paredes laváveis utilizando
mop Materiais necessários:

Materiais necessários: »» Baldes

»» Placas sinalizadoras »» Panos macios

»» Conjunto balde e espremedor »» Detergente/Sanitizante

»» Cabo com suporte e mop parede »» EPIs

»» Detergente/Sanitizante
Como proceder:
»» EPIs
• Realizar essa operação após
a limpeza das paredes.
Como proceder:
• Iniciar a operação com o material
• Sinalizar a área a ser limpa.
no local.
• Colocar a solução do detergente/
• Com auxilio de um pano
sanitizante, previamente
umedecido em água, remover
preparada, no balde com
o pó da porta em movimentos
o espremedor.
paralelos de cima
• Imergir o mop no balde com para abaixo.
a solução detergente/sanitizante
• Aplicar a solução de limpeza
e retirar o excesso.
com outro pano.
• Espalhar e esfregar em sentido
• Remover a solução de limpeza
único, de cima para baixo,
com
umedecendo a parede, evitando
o pano umedecido em água
escorrimento.
limpa.
• Esperar a solução agir pelo tempo
• Evitar aplicar produtos
recomendado pelo fabricante.
em dobradiças e fechaduras.
• Enxaguar e secar a superfície,
• Limpar e guardar todo material.
quando aplicável.

36
6.1.5 Limpeza de janelas e vidros

Materiais necessários:

»» Baldes
»» Escada
»» Panos macios
»» Detergente
»» Esponjas
»» Solução de álcool 70oGL.
»» Rodo
»» EPIs

Como proceder:

• Limpar a janela primeiramente • Remover os acessórios da janela

por fora com esponja e agente (telas protetoras) e escová-las.
de limpeza. Observação: as telas só poderão
ser removidas nos locais onde
• Comece a limpeza do alto
seja permitido realizar esta
a esquerda do vidro da janela
operação.
em direção a direita.
• Limpar o peitoril da janela por
• Quando alcançar o lado
dentro com pano úmido.
direito, volte para a esquerda,
ligeiramente abaixo e • Utilizar pano macio para
continuando a limpeza dessa secagem.
forma.
• Limpar e guardar todo material
• Limpar o peitoril da janela por
• Lavar os equipamentos de
fora com pano úmido.
proteção individual e guardá-los
• Ao terminar a limpeza externa de forma adequada.
inicie a limpeza interna da mesma
forma descrita acima.

• Finalizar passando sobre os

vidros solução de álcool 70oGL.

37
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
6.1.6 Limpeza e desinfecção de sanitários e vestiários

Materiais necessários:

»» Placa sinalizadora: “banheiro »» Solução detergente

interditado” »» Solução sanitizante
»» Baldes »» Solução desinfetante
»» Panos de limpeza (diferenciados »» Detergente para vidros
para usos em: piso, sanitários, pias
e espelhos) ou panos descartáveis »» Saco de lixo

»» Esponja »» Suprimentos: papel toalha,

sabonete líquido, papel
»» Escova para vaso sanitário higiênico, etc.
»» Vassoura »» EPIs
»» Rodo

A) Limpeza e desinfecção
dos vasos e mictórios
1. válvula de descarga;
Como proceder:
2. base externa da peça sanitária;
• Interditar o banheiro com placas
sinalizadoras. 3. junção peça/piso;
4. parte externa da tampa
• Retirar os sacos de lixo dos cestos
e em seguida a parte
e colocar diretamente em um saco de
interna do assento
lixo de 100L.
5. parte interna da borda
• Fechar o saco de lixo e descartar em da peça sanitária.
local apropriado.
• Esfregar o interior do vaso com
• Pulverizar detergente em uma esponja a escova, inclusive a área sob a borda.
e passar dentro dos cestos de lixo
• Enxaguar com água limpa, secar com
(parte interna e externa).
pano limpo o exterior do vaso, assento e
• Enxaguar e secar com pano dobradiça.
absorvente limpo e seco.
• Dar nova descarga.
• Encher um balde com água limpa
• Passar pano com solução sanitizante (ex.:
e outro com solução detergente.
hipoclorito de sódio) sobre
• Levantar a tampa dos vasos e puxar a o assento e a tampa do vaso.
descarga.
• Despejar pequenas quantidades
• Lavar o exterior do vaso, o assento de desinfetante dentro do vaso.
de ambos os lados, dobradiças
• Repor os produtos de higiene: papel
e partes próximas do chão com
higiênico, sabonete, papel toalha.
esponja de aço e solução detergente
na seguinte ordem: • Recolher, limpar e guardar o material.

38
B) Limpeza dos pisos C) Limpeza dos espelhos
Como proceder: Como proceder:

• Interditar o banheiro com placas • Passar um pano limpo

sinalizadoras. umedecido com detergente por
toda a face do espelho.
• Realizar a limpeza do chão
com solução detergente. • Enxaguar com pano limpo
umedecido em água.
• Esfregar com vassoura para
remoção das sujidades. • Vaporizar sobre a superfície
do espelho uma solução de
• Enxaguar o chão com água
limpa vidro, ou passar álcool gel
e auxílio de rodo.
com pano limpo.
• Finalizar o processo enxugando o
• Após o término da limpeza lavar
chão com um pano umedecido com
todos os materiais utilizados
solução sanitizante
e guardá-los no local
(ex: hipoclorito de sódio).
apropriado.
• Desinfetar ralos e saídas de esgoto
com solução sanitizante.

• Após o término da limpeza lavar

todos os materiais utilizados
e guardá-los no local apropriado.

D) Limpeza das pias, cubas e bancadas dos sanitários

Como proceder:
• Levar o material de limpeza para junto das pias.
• Retirar detritos da abertura do esgoto.
• Molhar um pano e torcer.
• Espalhar solução detergente sobre a superfície e esfregar.
• Esfregar a pia por dentro e por fora.
• Lavar as torneiras e encanamento sob o lavatório.
• Enxaguar a superfície e secar com um pano seco.
• Sanitizar com solução de hipoclorito de sódio.
• Lustrar o metal com pano seco.
• Recolher, limpar e guardar o material usado.

39
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização

E) Limpeza de armários, toalheiros, papeleiras e dispenser

Como proceder:

• Borrifar solução sanitizante (ex. hipoclorito de sódio) em um pano limpo

ou em uma esponja e passar nos locais a serem limpos.

• Deixar o produto agir por alguns minutos.

• Secar com pano limpo e seco.

6.1.7 Limpeza de mesas,

6.1.8 Limpeza de ar condicionado
bancadas e prateleiras.

Materiais necessários: Materiais necessários:

»» Panos macios »» Panos de limpeza

»» Detergente »» EPIs

»» Álcool 70oGL
Como proceder:
»» EPIs
• Retirar os filtros.

Como proceder: • Lavar os filtros com água e

sabão.
• Passar pano úmido com água
e detergente • Enxaguar em água corrente.

• Passar pano umedecido • Retirar o excesso de água e

em água para enxaguar. colocar para secar.

• Secar com pano limpo • Limpar com pano úmido

e seco. o aparelho.

• Passar pano umedecido em • Recolocar os filtros secos

álcool 70oGL (três aplicações). no aparelho.
Observação: consultar o
manual do equipamento para
orientações sobre como retirar
o filtro de ar.

40
6.1.9 Limpeza de aparelhos telefônicos e fax

Materiais necessários:

»» Panos de limpeza

»» Álcool 70oGL

»» EPIs

Como proceder:

• Limpar o aparelho com pano úmido

• Passar um pano umedecido com álcool 70º GL em todas as superfícies

do aparelho, incluindo os cabos

6.1.10 Limpeza de cestos de lixo.

Materiais necessários:

»» Esponja de limpeza »» Solução detergente

»» Pano de limpeza »» Sacos de lixos

»» EPIs

Como proceder:

• Fazer a coleta dos sacos de resíduos • Enxaguar com um pano

das lixeiras e colocar diretamente umedecido em água e secar com
em um saco de lixo de 100L. pano absorvente limpo e seco.

• Fechar o saco de lixo para evitar • Descartar o saco de lixo no

a possibilidade de que os resíduos ponto de descarte adequado.
entrem em contato com o ambiente.
• Realizar este procedimento
• Fazer a limpeza úmida das lixeiras diariamente.
pulverizando sobre a esponja
a solução detergente e passando-a
na parte externa e interna da lixeira.

41
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
6.1.11 Limpeza de ralos
Materiais necessários:
Os ralos na indústria de HPPC devem ser
sifonados, mantidos fechados e sanitizados »» Solução de hipoclorito
frequentemente. Devem ser rasos para de sódio 1%
facilitar a limpeza e sanitização. »» Gancho de ferro
O procedimento de limpeza visa manter »» Vassoura de vaso
os ralos livre de sujidades evitando
»» Baldes
o entupimento.
»» Detergente

»» EPIs

Como proceder:

• Levar o material de limpeza

para junto do ralo a ser
limpo.

• Retirar a tampa do ralo com

um gancho de ferro.

• Esfregar a parte interna

e bordas do ralo com a
vassoura de vaso
e água com detergente.

• Enxaguar com água.

• Repetir o procedimento
quantas vezes forem
necessárias.

• Jogar dentro do ralo

solução
de hipoclorito de sódio a
1% para sanitização.

Observação: Verificar
durante o procedimento se
existe algum entupimento
ou refluxo.

42
6.2 Procedimentos de limpeza de equipamentos e utensílios
São inúmeros e variados os utensílios e
equipamentos utilizados na fabricação
de cosméticos. Os mesmos variam em
capacidade e design. Desta forma, neste
item do manual, serão descritos apenas
alguns procedimentos de limpeza de
equipamentos e utensílios críticos no
processo de fabricação de produtos de
HPPC.
A RDC No 48, de 25 de outubro de 2013, da
ANVISA, determina que os procedimentos
de limpeza sejam validados. Entende-
se por validação a “ação documentada,
conduzida para estabelecer e demonstrar
que um processo ou procedimento conduz
efetivamente ao objetivo requerido”.
A validação, além de assegurar a efetividade
do processo de limpeza e sanitização,
também permite a economia de tempo
e recursos tais como: água, energia,
substâncias sanitizantes, detergentes, etc.
Um processo de limpeza, não validado,
raramente conduzirá ao objetivo requerido
sem o gasto desnecessário de tais recursos.
A validação de limpeza envolve a elaboração
de procedimentos escritos para a limpeza
de cada equipamento, detalhando os
pontos críticos dos equipamentos e a forma
adequada de limpeza, e um protocolo de
validação. Os procedimentos devem indicar
parâmetros como: tempo de contato,
quantidade de solvente, tipo de sanitizante,
detergente, etc.
A validação de processos ou procedimentos
de limpeza é um tema dentro das Boas
Práticas de Fabricação (BPF) de produtos
de HPPC. Recomenda-se consultar o
documento Boas Práticas de Fabricação das
Indústrias de Higiene Pessoal, Cosméticos e
Perfumes “Versão comentada – Resolução
RDC 48/13” disponível no site da ABIHPEC.
O referido documento detalha todas as
etapas de elaboração do protocolo de
validação dos procedimentos de limpeza.
43
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
6.2.1 Limpeza e sanitização de reservatórios de matérias-primas

Materiais necessários:

»» Lavadora de média pressão

»» Álcool 70oGL
»» Pano
»» EPIs

Como proceder:

• Lavar a parte externa do • Enxaguar com água em abundância

reservatório com auxílio de jato
de água.
• Abrir a válvula de saída do
reservatório e drenar todo
o restante da matéria-prima.
• Proceder a remoção do material
residual com o auxílio de jato
de água, realizando movimentos
unidirecionais, de cima para baixo.
Obs.: em algumas circunstâncias
poderá ser necessária a aplicação
de um agente antiespumante.
• Caso a matéria-prima armazenada
não seja solúvel em água, a
remoção deverá ser realizada
com pano e solvente apropriado,
geralmente álcool etílico.
e secar com um pano limpo.
• Aplicar solução de álcool 70ºGL,
para sanitização das paredes
internas do reservatório.
• Tampar o reservatório.
• Preencher a etiqueta de registro
da operação.
• Este procedimento deverá ser
repetido conforme previsto no
processo de validação.
• Este procedimento se aplica
a matérias-primas como: Lauril,
Quaternários de Amônio, Óleo
mineral, e outras matérias-primas
que constituem a base das linhas
de produtos.

• Esfregar as paredes do reservatório

e retirar todo excesso de matéria-
prima.

44
6.2.2 Limpeza e sanitização de bombas e tubulações de transferência

Materiais necessários:

»» Barricas »» Filme plástico

»» Solução sanitizante »» EPIs

Como proceder:

• Abastecer uma barrica com água • Na outra extremidade colocar uma

deionizada para a lavagem barrica vazia para coleta da solução.
(a quantidade deve ser determinada
• Ligar a bomba para proceder
no processo de validação).
a sanitização.
• Introduzir a extremidade da
• Deixar que o produto, após
mangueira de transferência na
bombeamento, permaneça em
barrica contendo água deionizada.
contato com o equipamento pelo
• Introduzir a outra extremidade tempo determinado pelo fabricante.
da mangueira, dentro de uma
• Abastecer a barrica com água
barrica vazia, para receber a água
deionizada (quantidade determinada
proveniente da lavagem.
na validação) e proceder a remoção
• Ligar a bomba para proceder da solução sanitizante.
a lavagem.
• Se o sistema não for utilizado,
• Efetuar limpeza externa da bomba imediatamente, vedar
e da mangueira. Obs.: se o sistema as extremidades da mangueira
não for utilizado, imediatamente, com filme plástico.
vedar as extremidades da mangueira
• Preencher a etiqueta de registro
com filme plástico.
da operação.
• Providenciar uma barrica para
• Este procedimento deve ser
o processo de sanitização.
realizado a cada transferência
• Introduzir a extremidade da de matéria-prima ou como
mangueira de transferência na determinado no processo
barrica, contendo solução sanitizante de validação.
em quantidade suficiente para
a operação (conforme determinado
no processo de validação).

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 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
6.2.3 Limpeza e sanitização de misturadores, reservatórios e tubulações
de envase de produtos semiacabados
Materiais necessários:
»» Lavadora de média pressão
»» Solução sanitizante
Como proceder:
• Lavar a parte externa do misturador ou
reservatório com auxílio de jato de água.
• Realizar o fechamento do registro,
do misturador ou reservatório, que
permite o escoamento do produto para
a envasadora.
• Abrir o registro de escoamento para
o sistema de coleta de efluentes.
• Utilizando jato de água de média
pressão, proceder à limpeza interna
do misturador ou reservatório com
movimentos unidirecionais, de cima
para baixo, até que toda a superfície
esteja completamente limpa. Obs.: caso
o produto manipulado ou armazenado
não seja solúvel em água, proceder a
remoção com álcool etílico ou outro
solvente apropriado para
a operação.
• Deixar que toda a água de lavagem seja
escoada do misturador (ou reservatório)
para o sistema de efluente e fechar
o registro.
• Abrir o registro de abastecimento de
água quente e abastecer o misturador,
ou reservatório, com água suficiente
para a limpeza da tubulação de envase
(conforme determinado na validação
do procedimento).
• Abrir o registro de escoamento para
a tubulação de envase.
• Conectar a mangueira da envasadora
na tubulação e abrir o registro
para descida da água de lavagem,
procedendo a limpeza da tubulação e
das mangueiras de envase.
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»» Filme plástico
»» Bomba de aspersão
»» EPIs
• Preparar a quantidade necessária
da solução sanitizante conforme
orientações do fabricante. Obs.:
a solução de sanitizante deve ser
preparada pelo laboratório de controle
de qualidade.
• Aplicar a solução sanitizante com
auxílio de uma bomba de aspersão
em todas as paredes, pás e tampas
do misturador (ou reservatório) e
deixar que a mesma permaneça em
contato com a superfície pelo período
recomendado pelo fabricante.
• Abrir o registro de escoamento e
deixar que a solução sanitizante
permaneça em contato, com a
tubulação de envase, pelo período
recomendado.
• Abrir o registro que possibilita a
descida da solução sanitizante e
drenagem de toda a tubulação de
envase.
• Remover o resíduo de sanitizante do
misturador, ou reservatório, com jato
de água deionizada de média pressão,
através da realização de movimentos
unidirecionais, de cima para baixo.
• Manter o registro do envase aberto
para possibilitar a descida da água
de lavagem, até que a mesma seja
totalmente escoada, eliminando
também os resíduos
da tubulação de envase.
• Vedar a tubulação com filme plástico
e colocar a tampa protetora.
• Identificar o misturador (ou
reservatório) e as tubulações com a
etiqueta de registro da operação.
6.2.4 Limpeza e sanitização de equipamentos de envase
Materiais necessários:
»» Solução sanitizante
»» Filme PVC
»» EPIs
Como proceder:
• Abastecer o misturador,
ou reservatório de produto
semiacabado, conectado à envasadora,
com água suficiente para a limpeza
(conforme determinado
na validação do procedimento).
• Abrir o registro do envase e acionar
a chave de funcionamento da
envasadora. A água deve entrar
em contato com todas as partes do
equipamento que entram em contato
com o produto no momento do
envase (mangueiras, bombas, bicos,
caixa de abastecimento, etc.). Obs.:
se o equipamento não for utilizado
imediatamente, vedar os bicos e as
extremidades da envasadora com filme
plástico para posterior sanitização.
• Reabastecer o misturador,
ou reservatório, com água suficiente
para o procedimento de sanitização
(conforme determinado na validação
do procedimento).
• Adicionar a solução sanitizante,
preparada de acordo às orientações
do fabricante (a preparação deve ser
realizada pelo laboratório de controle
de qualidade).
• Abrir o registro do envase e acionar
a chave de funcionamento
do equipamento de envase. A
solução deve entrar em contato com
todas as partes do equipamento
que entram em contato com o
produto. Deixar que a solução
permaneça em contato com o
equipamento e tubulações durante
o tempo recomendado pelo
fabricante.
• Abastecer o misturador,
ou reservatório, com água suficiente
para o enxague (conforme
determinado na validação).
• Proceder a remoção do sanitizante,
escoando a água de lavagem pela
tubulação e partes do equipamento.
• Efetuar a limpeza externa do
equipamento de envase utilizando
álcool à 70ºGL.
• Ao final, preencher a etiqueta
de controle de limpeza e sanitização
do equipamento.
• Este procedimento deverá ser
repetido a cada lote produzido
ou como determinado no processo
de validação.
47
 6 Procedimentos de Limpeza e Sanitização
6.2.5 Limpeza de utensílios
e equipamentos de pesagem 6.2.6 Limpeza de pallets

Materiais necessários:
Materiais necessários:
»» Lavadora de média pressão
»» Bomba borrifadora
»» Pincel
»» Escova »» Compressor de ar
»» Pano
»» Solução sanitizante
»» Álcool 70oGL
»» Detergente »» EPIs

»» Solução sanitizante Como proceder:

»» EPIs
• Retirar as matérias-primas que
Como proceder: estiverem em cima do pallet
a ser limpo transferindo-as para
• Retirar da balança todos os resíduos de
produtos com ajuda de um pincel. outro pallet devidamente limpo.

• Aplicar solução de álcool 70oGL para • Identificar o pallet com as

sanitização da superfície do prato matérias-primas transferidas.
da balança.
• Levar os pallets para o pátio
• Transferir os utensílios de pesagem para
externo e efetuar a limpeza
um tanque de dimensão apropriada
utilizando jato de ar com pressão
para a lavagem.
para retirar as sujidades.
• Executar a limpeza inicial com jato de
água para remoção da sujidade. Obs.: • Borrifar, levemente sobre o pallet,
caso o material não seja solúvel em água com a ajuda de uma bomba,
a remoção deverá ser realizada com a solução sanitizante previamente
solvente apropriado, geralmente álcool preparada.
etílico.
• Aguardar a secagem completa
• Lavar todos os utensílios de pesagem
do pallet.
com escova e detergente apropriado.
• Borrifar os utensílios de pesagem • Retornar com o pallet para o setor.
com solução sanitizante, deixando em • Retornar com as matérias-primas
contato pelo tempo recomendado pelo
para o pallet devidamente limpo
fabricante.
e sanitizado.
• Enxaguar os utensílios.
• Transferir os utensílios para área,
devidamente identificada,
para secagem.
• Ao final, preencher a etiqueta
de controle de limpeza e sanitização.

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 7 Fontes e Referências Consultadas
1. ABRALIMP. Associação Brasileira
do Mercado de Limpeza
Profissional. Manual de processos.
Gerenciamento de higiene e
limpeza. Em ambientes internos e
externos. 3 edição, 2014, 209p.
2. ANVISA – Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Definição
de conceitos de detergentes,
saneantes, desinfetantes, etc.
Disponível em: http://www.anvisa.gov.
br/saneantes/conceito.htm. Acesso
em: 18 de fevereiro de 2014.
3. ANVISA – Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Resolução - RDC
Nº 48, de 25 de outubro de 2013.
Aprova o Regulamento Técnico
de Boas Práticas de Fabricação
para Produtos de Higiene Pessoal,
Cosméticos e Perfumes, e dá outras
providências.
4. ANVISA – Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Segurança do
paciente no serviço de saúde:
limpeza e desinfecção
de superfícies. Brasília, 2010, 1a
Edição, 116 p.
7. Governo do Estado de São Paulo,
Secretaria do Meio Ambiente,
CETESB, ABIHPEC. Guia técnico
ambiental da indústria de higiene
pessoal, perfumaria e cosméticos.
Por uma produção mais limpa.
Disponível em: http://www.abihpec.
org.br/wp-content/uploads/2012/07/
higiene.pdf - Acesso em: 18 de
fevereiro de 2015.
8. Ministério do Trabalho e Emprego.
Norma Regulamentadora NR 6 –
Equipamentos de Proteção Individual
– EPI. Última atualização em 08 de
dezembro de 2010. Disponível em:
http://portal.mte.gov.br/legislacao/
normas-regulamentadoras-1.htm.
Acesso em: 18 de fevereiro de 2015.
9. SBARAI, C. Limpeza e sanitização.
Sociedade Brasileira de Controle de
Contaminação. 10p. Disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/62646140/
ABCC-Limpeza-Areas-Limpas#scribd –
Acesso em: 18 de fevereiro de 2015.
10. SILVA. G.; DUTRA, P. R. S.; CADIMA,
I. M. Higiene na indústria de
alimentos. UFPER/CODAI, 2010, 132p.

5. COELHO, N. R. A. Noções de
higienização na indústria de
alimentos. Universidade Católica
de Goiás. Curso de Engenharia de
Alimentos. 9p.

6. Fundação Osvaldo Cruz – FIOCRUZ.

Instituto de Pesquisa Clínica Evandro
Chagas. Manual de Limpeza. 20 p.
Última atualização em: 30 de maio
de 2003.

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 Créditos
Elaboração do Manual

Alexandre do Amaral Ferreira - Lapidum Assessoria Ltda-Me

Coordenação Editorial - ABIHPEC

Carla Camporini - Gerente de Comunicação e Marketing

Coordenação Técnica - ABIHPEC

Renata Amaral - Gerente de Assuntos Regulatórios

Rafaella Paiva - Analista de Assuntos Regulatórios

Apoio Gerencial e Coordenação do Projeto PDS HPPC

Eliene da Conceição - ABIHPEC

Parceiros no Projeto PDS HPPC

ABDI/ ABIHPEC/ SEBRAE

Design e Diagramação

Elemento Design

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