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Negro é vítima maior de crime e polícia

Taxa de homicício entre negros é duas vezes maior que em brancos; violência policial também
atinge mais os pretos, aponta PNUD
Os negros são as maiores vítimas não só dos criminosos, mas também da polícia. É o que aponta o
Relatório de Desenvolvimento Humano Brasil 2005 — Racismo, pobreza e violência, pelo PNUD
no bairro de Capão Redondo, na periferia de São Paulo (SP). Três estudos citados na publicação —
feitos no Estado do Rio de Janeiro, na capital fluminense e na capital paulista — chegam mostram
que a proporção de pretos e pardos entre os mortos pela polícia é maior que na população.
“A probabilidade de negros morrerem em confrontos com a polícia é muito maior nas favelas, que
são os locais onde o número de mortos é maior. Mas a diferença entre brancos e negros continua
desproporcional quando consideradas outras áreas urbanas”, observa o coordenador da Unidade de
Direitos Humanos e Cidadania do PNUD, Guilherme de Almeida, um dos colaboradores do
relatório.
No Estado do Rio de Janeiro, os pretos compõem 11,1% da população, mas são 32,4% dos mortos
pela polícia. Entre os brancos o quadro se inverte: são 54,5% da população e 19,7% dos mortos pela
força policial. Já para os pardos, 34% da população do Rio de Janeiro, a incidência de mortes é de
21,8%, também acima da porcentagem registrada entre brancos. Os cálculos foram feitos a partir de
1.538 ocorrências envolvendo morte de opositores pela polícia, entre janeiro de 1998 e setembro de
2002. Os dados de população são do Censo de 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
“A proporção de pretos, entre as vítimas da violência policial, é três vezes a proporção desse grupo
na população como um todo”, destaca o relatório do PNUD. “O peso desproporcionalmente alto dos
negros entre as vítimas mortas nas ações policiais constitui claro indício da existência de viés
racista nos aparelhos de repressão”, alerta.
Os dados da pesquisa, feita com exclusividade para o estudo do PNUD, indicam um quadro
semelhante ao de um estudo coordenado pelo sociólogo Ignácio Cano. O pesquisador dedicou-se a
analisar os registros de pessoas mortas ou feridas por policiais na cidade do Rio de Janeiro, entre
janeiro de 1993 a julho de 1996: os brancos representavam 60% da população e 30% dos mortos
pela polícia; os negros eram 8% da população e 30% dos assassinados por policiais.
Em São Paulo, no mesmo período, uma amostra ocorrências envolvendo 203 mortos pela polícia
chegou a conclusões semelhantes: os brancos representavam 70% da população e apenas 53% dos
mortos em operações policiais.
Além de ser a maior vítima da violência policial, a população negra lidera também as estatísticas
gerais de assassinatos. Segundo o relatório do PNUD, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes
para a população negra (pretos e pardos) é de 46,3 (1,9 vez a dos brancos). Em relação aos brancos
e amarelos, a probabilidade de ser assassinado é quase o dobro para os pardos e 2,5 vezes maior
para os pretos.
Isso significa que a taxa dos pretos brasileiros são piores que as da população da Colômbia, país que
enfrenta uma longa guerra civil, num cenário agravado pela forte presença do narcotráfico. Para
chegar a essa conclusão, o relatório utilizou as estatísticas do sistema de saúde brasileiro, baseadas
nas declarações de óbito, e encontrou dados sobre a cor/raça das vítimas de homicídio em 20
unidades da Federação.
Entre pretos, as taxas mais elevadas são as de Roraima (138,2 homicídios por 100 mil habitantes),
Rondônia (120,7), Mato Grosso (96,8), Rio de Janeiro (96,2), Acre (88,5), Mato Grosso do Sul
(86,1) e São Paulo (83,1). Os negros são a maior parte das vítimas tanto em Estados com altas taxas
de homicídio quanto nos Estados em que os números são inferiores à média nacional. As
discrepâncias são maiores nas faixas etárias entre 15 e 39 anos – com destaque para aquela entre 20
e 24 anos, em que a taxa de homicídios dos homens de cor preta supera os 200 por 100 mil
habitantes.

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