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Anexo

Biblioteca Informa
nº 2048

Regularização Fundiária na
Amazônia – A Nova MP
nº 458
1 de março – 7 de março, 2009

Autores • Luciano Garcia Rossi

• Gustavo Santos Freitas

Sócio e Associado da Área Empresarial de Pinheiro Neto Advogados

1. Foi publicada em 10 de fevereiro de 2009, a Medida Provisória nº 458/2009 (“MP


458”), que estabelece uma série de medidas para tornar mais célere o processo de
regularização fundiária de ocupações de áreas de propriedade da União, localizadas na
Amazônia Legal, compreendendo os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso,
Rondônia, Roraima, Tocantins, Pará e oeste do Maranhão.

2. A necessidade de uma simplificação normativa vem sendo sentida desde os anos 80,
uma vez que as ações de destinação de terras até então exercidas pelo Governo Federal na
Amazônia Legal foram interrompidas, intensificando um ambiente de grande instabilidade
jurídica, propiciando a grilagem de terras, o acirramento dos conflitos agrários e o avanço do
desmatamento.

3. Não obstante os avanços realizados pelo Governo Federal nos últimos anos para
constituição de projetos de assentamentos da reforma agrária, unidades de conservação
ambiental e terras indígenas, a União ainda detém aproximadamente 67 milhões de hectares
não destinados na Amazônia Legal, ou seja, cerca de 13,42% da área total da região.

4. Nesse cenário, a MP 458 traz uma série de medidas para tornar possível a
implantação de uma política de regularização fundiária, reduzindo os conflitos e garantindo
segurança jurídica, além de permitir aos ocupantes o acesso ao crédito, mediante a outorga
de títulos. A MP 458 permitirá ainda a regularização fundiária de ocupações incidentes em
áreas urbanas consolidadas e de expansão urbana, sendo que dentre estas, existem 172
municípios da Amazônia Legal que possuem a totalidade de seu perímetro urbano em áreas
que carecem de tal regularização.

Compilado para uso exclusivo dos integrantes do escritório. Cópias dos atos noticiados neste boletim podem
ser solicitadas à Biblioteca. Orientação legal será dada exclusivamente pelos advogados — © 2009. Direitos
autorais reservados a Pinheiro Neto Advogados.
Regularização Fundiária na Amazônia – A
Nova MP nº 458

1 de março – 7 de março, 2009

5. Uma das principais novidades trazidas pela MP 458 consiste na possibilidade de


doação, alienação e/ou concessão de direito real de uso de imóveis rurais de propriedade da
União que sejam ocupados irregularmente por particulares, sendo dispensada a licitação no
caso de imóveis com áreas inferiores a 15 módulos fiscais, limitados a 1.500 hectares (que se
caracterizam como média propriedade no país).

6. Por conseqüência, a MP 458 alterou o rol de hipóteses de dispensa de licitação para


alienação de imóveis de propriedade da União, modificando o artigo 17 da Lei nº 8.666/93
(Lei de Licitações).

7. Em vista das dimensões dos imóveis rurais a serem regularizados, a MP estabelece o


seguinte:

(i) para imóveis com até 1 módulo fiscal (medida em hectares definida no âmbito
municipal), a alienação ou concessão de direito real de uso se dará de forma gratuita,
dispensada a licitação;
(ii) para imóveis de 1 a 15 módulos fiscais, desde que inferior a 1.500 hectares, a alienação
ou a concessão de direito real de uso se dará de forma onerosa, dispensada a licitação;
(iii) para imóveis com área superior a 15 módulos fiscais, ou que não cumpram com a
totalidade dos requisitos mencionados abaixo, a alienação somente poderá ocorrer por
meio de processo licitatório, nos termos da Lei nº 8.666/93.

8. Para que seja efetivada a regularização, o posseiro deve cumprir alguns requisitos,
como (a) prática de cultura efetiva e o exercício de ocupação e exploração direta, mansa e
pacífica do imóvel rural anterior a 1º de dezembro de 2004; (b) ser brasileiro nato ou
naturalizado; (c) não ser proprietário de imóvel rural no Brasil; (d) não ter sido beneficiado
por programas de reforma agrária ou regularização fundiária anteriormente; (e) ter sua
principal atividade econômica advinda da exploração do imóvel; e (f) não exercer cargo ou
emprego público.

9. A MP 458 estabeleceu ainda a imposição de determinadas restrições aos títulos


outorgados durante o processo de regularização fundiária, os quais deverão conter cláusulas
resolutivas pelo prazo de 10 anos, determinando (a) a impossibilidade de negociação do
título; (b) o aproveitamento racional e adequado da área; (c) a utilização adequada dos
recursos naturais e preservação do meio ambiente; (d) a averbação de reserva legal; (e)
identificação de áreas de preservação permanente e recuperação de áreas eventualmente
degradadas; (f) observância das disposições trabalhistas; e (g) as condições e forma de

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Regularização Fundiária na Amazônia – A
Nova MP nº 458

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pagamento do preço, que poderá ser financiado em até 20 anos.

10. Além da impossibilidade de negociação do título por 10 anos, o imóvel regularizado


nos termos da MP 458 também não poderá ser objeto de qualquer direito real, salvo nas
operações de crédito rural.

11. Outro ponto que merece destaque na MP 458 consiste na impossibilidade de aplicação
das novas regras de regularização fundiária para imóveis rurais ocupados por pessoas
jurídicas. Tendo em vista as razões que objetivaram a edição da medida provisória, tal
restrição é imposta para que seja priorizada a regularização fundiária da pequena e média
propriedade, ocupada pelo trabalhador rural de baixa renda que a explora para sustento
próprio. Assim, a alienação de imóveis de propriedade da União a pessoas jurídicas continua
sujeita ao procedimento de licitação disposto na Lei 8.666/93.

12. A MP 458 dispõe ainda, entre outros assuntos, sobre a regularização fundiária de
áreas urbanas arrecadadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(INCRA), consistentes em terras de propriedade da União localizadas em terrenos de várzea,
leitos de rios, aterros, ilhas fluviais e costeiras que tenham sido incorporadas a áreas urbanas
consolidadas ou de expansão urbana. Tal regularização poderá ocorrer mediante doação ou
concessão real de direito de uso aos respectivos Municípios.

13. Ressaltamos, finalmente, que, como recentemente noticiado, a MP 458 deverá sofrer
emendas, especialmente no que se refere aos requisitos de preservação ambiental para
regularização fundiária.

14. De qualquer forma, ainda que a MP 458 não sane todos os problemas, vícios e
possíveis ilegalidades relacionados a imóveis localizadas na Amazônia Legal, é possível
verificar os primeiros passos visando à diminuição da insegurança jurídica com relação à
propriedade dessas áreas, o que, com certeza, possibilitará a atração de novos investimentos
e o conseqüente crescimento da região.

São Paulo, 6 de março de 2009.

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