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20 de Novembro de 2019
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ao se apontar como as capturas e ressonâncias do desejo de visibilidade,
desastrosamente mostraram-se funcionais à coesão e mobilização do ódio
por grupos autoritários [1].
Foucault
Foucault e Deleuze
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Na contramão dessas movimentações, recobrando e articulando autores
como Foucault e Deleuze (entre tantos outros), no abolicionismo penal
libertário, não passaram despercebidas as armadilhas, capturas e
limitações provenientes dessa crescente visibilidade frente aos controles,
que tanto atrai as forças progressistas. E que nas sociedades de controle
encaixa terrivelmente no desejo de participar, explorado pelas convocações
em prol da democracia representativa, assim abrangendo e mobilizando
amplas intenções de bradar e reafirmar as máscaras identitárias; pretensão
de ser absorvido nos fluxos acreditando perpetrar o contrário, o que possui
algumas ressonâncias supostamente interessantes (inclusive na afirmação
de si) [2], mas também consequências péssimas em nível molecular e
molar, rumo à inscrição em capturas que amplificam as ilusões de
resistência dos capturados, dentro dos fluxos instituídos e convocações
realizadas, direta ou indiretamente, com movimentações previsíveis ligadas
à noção de empoderamento (desprovidas de uma analítica e crítica radical
do poder).
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E um problema é que essa decisão, ou melhor, esse rumo, deságua
precisamente nas explicações do funcionamento e ativação da coesão das
forças autoritárias no país, que se articulam exatamente contra essas
imagens duras e previsíveis, sem velocidade e potência para se desfazerem,
sem inventividade, que desejam se confundir com a própria palavra
“resistência”, operando uma fusão que apenas simula o que se deseja,
acorrentando-se, e acorrentando as esquerdas.
Nessa esteira, as forças progressistas ávidas por essa visibilidade, e por essa
fusão, que desencadeia ainda mais controles e monitoramentos (enquanto
anula e mata a potência), são facilmente detectadas e instrumentalizadas na
produção de coesão energizada a partir da mobilização do ódio às imagens
assinaladas, o que se multiplica facilmente nas redes sociais.
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Deslizar perfurando a previsibilidade das bolhas e seus fluxos pré-
estabelecidas no presente, sem refazer o que se pretende abolir, com menos
policiamentos no âmbito micropolítico e mais potência no enfrentamento
macropolítico [5].
NOTAS:
Leia também:
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REFERÊNCIAS