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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

A Mídia e o seu lugar da História


Por
xxxxxxxxxxxxxxxxxx

Fichamento sobre o texto “A mídia e seu lugar da


História”, de Ana Paula Goulart Ribeiro, a ser entregue ao
professor Fabiano Lacombe na disciplina de História da
Comunicação, oferecido ao curso de Comunicação Social.

UFRJ
2019/2
FICHAMENTO SOBRE O TEXTO “A MÍDIA E O SEU LUGAR DA HISTÓRIA”

- “A tendência do senso comum, assim como a dos dicionários e de alguns livros didáticos, é
pensar a História como a ciência que estuda os fatos do passado. Entretanto, a História não
estuda todos os fatos ocorridos no passado, mas apenas os fatos históricos”. (p.63)

- “Qualquer manifestação da vida social do homem pode, em princípio, ser um fato histórico.
O termo não se refere apenas a acontecimentos particulares da vida ("os grandes
acontecimentos", como costumava a eles se referir a historiografia tradicional), mas a
qualquer categoria de fenômenos: um acontecimento singular (alguma coisa que aconteceu
alguma vez), um processo (no qual se manifestam certas regularidades), uma instituição, um
produto da cultura, um costume, uma crença, etc.”. (p.63)

- “Um fato, para ser considerado histórico, deve estabelecer inúmeras relações com outros
eventos, considerados num encadeamento causal”. (p.64)

- “Nenhum fato é em essência histórico, porque nenhum traz consigo um sentido já dado”.
(p.64)

- “Não existe fato histórico "bruto". Ele é sempre produto de algum tipo de elaboração teórica,
que o promove à categoria de histórico. Pressupõe um sistema de referência e uma teoria, nos
quadros dos quais operam-se a seleção e a valorização dos acontecimentos e processos.
Selecionar, relacionar e valorizar são operações de construção de sentido, impossíveis sem a
intervenção dos sujeitos – no caso da ciência histórica, os historiadores”. (p.64)

- “História é a ciência que estuda os fatos do passado. [...] mas somente daqueles que, através
de certos investimentos de sentido, foram elevados à categoria de históricos”. (p.66)

- “A separação entre o tempo passado e o presente não é tão simples quanto parece à primeira
vista. Mesmo porque o presente não pode limitar-se a um instante, a um ponto (Le Goff,
1994, p. 204). O presente é definido, pela operação histórica (e pela consciência comum),
como atualidade. Esta só toma forma – presentificando uma situação vivida – quando se
distingue de seu outro (o passado) em relação ao qual marca uma certa distância, não
meramente cronológica. E o que possibilita isso é a noção de mudança, de transformação”.
(p.67)
- “História deve ser definida como a ciência que estuda o processo de transformação da
realidade social”. (p.67)

- “A distinção entre passado-presente-futuro é, portanto, maleável e está sujeita a múltiplas


manipulações”. (p.67)

- “Fernand Braudel distingue três níveis de temporalidade histórica: o da longa, o da média e


o da curta duração. O tempo da longa duração é o das estruturas, o da história quase imóvel,
lenta no transcorrer e lenta no transformar-se. O das conjunturas é o tempo da média duração,
o da história social dos grupos e dos agrupamentos. E a história ocorrencial, dos eventos,
constitui a curta duração, a do tempo breve, rápido e instantâneo. Braudel assinala um
diferencial ainda maior: o próprio tempo estrutural é também múltiplo. As estruturas
econômicas, sociais e mentais possuem velocidades distintas de evolução. As mentalidades se
transformam muito lentamente; a economia é, das três, a que apresenta maior dinamismo
(Braudel, 1978) ”. (p.67-68)

- “A memória não é, entretanto, exclusividade da disciplina História. Exatamente por estar


intrinsecamente ligada às representações coletivas, a memória social funciona e se constitui
como instrumento de poder. O seu processo de estruturação (processo, em última instância, de
produção de sentidos) é um dos mais sensíveis às disputas e aos confrontos dos diferentes
grupos sociais. "Tornarem-se senhores da memória e do esquecimento é uma das grandes
preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominaram e dominam as
sociedades históricas", já o afirmou Jacques Le Goff (1994) ”. (p.68)

- “No século XVI, por exemplo, período em que iniciou a formalização de um conjunto de
técnicas de crítica dos testemunhos históricos (chamado erudição), a História desempenhou
um papel fundamental na legitimação do poder do Estado e na consolidação de uma
identidade nacional”. (p.69)

- “O comprometimento direto da História com o poder de Estado manteve-se até o início do


século XIX, quando, sob a influência do positivismo, o relato histórico deixou de confundir-se
com mera genealogia. Mas demorou ainda um bom tempo para que a História reduzisse os
contatos com o mundo do poder. Se foi no século passado que a disciplina entrou para a
universidade, tornando-se acadêmica, foi somente no século XX (mais especificamente depois
da década de 30) que, sob a influência do marxismo e da Escola dos Annales, ela procurou
práticas mais autônomas”. (p.69)

- “Acreditamos, no entanto, que a História foi perdendo esse papel central na construção da
memória oficial com a inserção das tecnologias de comunicação no tecido das sociedades
industriais. Hoje, cada vez mais, são os meios de comunicação o locus principal em que se
realiza o trabalho sobre as representações sociais. A mídia é o principal lugar de memória
e/ou de história das sociedades contemporâneas”. (p.69)

- “Os meios de comunicação, neste século, passaram a ocupar uma posição institucional que
lhes confere o direito de produzir enunciados em relação à realidade social aceitos como
verdadeiros pelo consenso da sociedade. A História passou a ser aquilo que aparece nos meios
de comunicação de massa, que detêm o poder de elevar os acontecimentos à condição de
históricos. O que passa ao largo da mídia é considerado, pelo conjunto da sociedade, como
sem importância”. (p.70)

- “O desenvolvimento dos jornais-empresa impôs como necessidade a generalização de


procedimentos técnicos em relação às normas de redação, à produção gráfica e à composição
tipográfica”. (p.70)

- “Se antes, o jornalismo havia sido o lugar do comentário sobre as questões sociais, da
polêmica de idéias, das críticas mundanas e da produção literária (Buitoni, 1990, p. 177),
agora, ele passa a ser o "espelho" da realidade. [...] O jornalista é definido, nesse contexto,
como um puro mediador, como um observador neutro, desinteressado”. (p.71)

- “O mito da objetividade [...] é um dos grandes responsáveis pela acolhida que o jornalismo
tem. Ainda hoje, o seu discurso se reveste de uma aura de fidelidade aos fatos que nos leva a
acreditar que o que "deu no jornal" é a verdade”. (p.71)

- “No jornalismo não costuma haver deformação ou mentira em relação aos fatos concretos.
Geralmente nomes, datas e acontecimentos não são criados ou inventados, mas possuem uma
realidade palpável que pode ser corroborada por uma comparação entre os diferentes jornais:
certamente todos trazem mais ou menos as mesmas informações. Mas, apesar de eles
remeterem aos mesmos fatos concretos, constroem universos de entendimento diversos”.
(p.71)

- “O jornalismo exerce um papel crucial na produção de uma idéia de história, não só porque
indica aqueles que, dentre todos os fatos da realidade, devem ser memoráveis no futuro (ou
seja, aqueles que teriam relevância histórica), mas também porque se constitui ele mesmo em
um dos principais registros "objetivos" do seu tempo”. (p.72)

- “Nesse mesmo livro, o capítulo sobre o descobrimento do Brasil apresenta, referindo-se à


carta de Pero Vaz de Caminha, o seguinte subtítulo: "A primeira reportagem sobre o Brasil".
Isso demonstra uma certa "confusão" (ou fusão) entre o que seria o jornalismo e o testemunho
histórico em geral”. (p.73)
- “Sabemos, entretanto, que nenhum registro é ingênuo ou descomprometido. Nenhum
registro apenas registra. Todo ele pressupõe o trabalho da linguagem, pressupõe uma tomada
de posição dos sujeitos sociais. Todo registro é discurso e possui, assim, um mecanismo
ideológico próprio, uma forma de funcionamento particular”. (p. 73-74)

O jornal como fonte histórica

- “Até quase a metade do século XX, os historiadores assumiam em relação à utilização de


textos jornalísticos como fonte duas posições distintas: ou os aceitavam de uma forma acrítica
ou os rejeitavam totalmente”. (p.74)

- “Se antes eram considerados válidos apenas os documentos escritos que o historiador
pudesse, através da crítica interna e externa, certificar-se da sua autenticidade ou da sua
sinceridade e exatidão, agora, qualquer documento – falso ou verdadeiro, sincero ou não – é
passível de tornar-se uma fonte histórica”. (p.74)

- “Os historiadores, hoje, admitem que o fato não é um elemento objetivo, observável através
dos documentos, mas sim um produto de práticas significantes, entendida como práticas
sociais”. (p.74)

- “Um fato já está, no próprio ato de sua realização, impregnado de linguagem e de


significações. Já é, antes mesmo de ser relatado, discurso. De qualquer forma, nas sociedades
contemporâneas, a distância que separava o ato e o seu relato, o acontecimento e o seu
testemunho, praticamente desapareceu devido à intervenção dos discursos jornalísticos”.
(p.75)

- “O resgate do jornalismo como fonte histórica deve-se à mudança do estatuto do fato


histórico. Quando se admite que ele é produzido e não dado, o mais importante deixa de ser o
fato "em si" e passa a ser a forma pela qual os sujeitos tomam consciência dele e o relatam,
assumindo certas posições. Mesmo porque, como já dissemos, o fato "em si" é pura
abstração”. (p.76)

- “Uma página de jornal é um reflexo vivo das contradições da realidade social no corte de um
dia”. (p.77)

- “Não existe discurso da classe dominante ("burguesa", como a professora chama) que não
seja permeado por contradições. Na fala dos dominadores sempre está presente, de alguma
forma, a do seu outro, a dos dominados. Da mesma forma, a fala do operário é permeada pela
fala do patrão. Não existe discurso puro, monológico, seja burguês ou popular. O discurso é
uma zona tensional, na qual o sentido não é nunca dado”. (p.77)

- “Cada órgão de comunicação (seja da grande imprensa ou da dita nanica) possui um


mecanismo ideológico próprio (entendendo ideológico não como conteúdo mas como forma
de funcionamento discursivo). Cada um possui uma economia discursiva própria e produz um
campo de efeito discursivo também específico. Mas, apesar de cada veículo construir um
"real" diferente, é bom não esquecer que há neles um fundo comum de referência. A
coerência da mídia é exatamente o que lhes dá credibilidade e aceitação”.

- “Como se atribui sentido aos fatos? Através de quais operações se constrói uma idéia de
história no discurso jornalístico? Quais as diferenças relativas aos veículos? Estas são
algumas das perguntas que o historiador deve ter em mente ao se arriscar na fascinante
aventura que é ler a história através dos jornais. E para respondê-las, a semiologia, sem
dúvida, poderia ser-lhe de grande valia”.

COMENTÁRIOS:

A autora nos mostra como, através do tempo, ocorreu a evolução da História em


paralelo com o jornalismo. Passando não só pela evolução da função e conceito de História,
mas também a quem essa ciência serviu durante seu processo de construção. Ao mesmo
tempo que se confundia os relatos históricos com notícias jornalísticas, a História se utilizava
do jornal.
A discussão começa com a definição e produção de um fato histórico, que está a cargo
do historiador. Onde qualquer fato pode vir a ser considerado histórico, levando em
consideração todos os elementos de um contexto que elevem este sentido de histórico, como
personalidades marcantes, fenômenos de grande escala, uma ação com grandes, uma
anormalidade, etc., mas, principalmente, fatores pessoais biológicos, sociais e
psicossomáticos individuais do sujeito que caracteriza e “produz” o fato histórico.
Depois de se estabelecer o debate sobre fato histórico, a autora nos leva a entender as
definições e construções de tempo presente-passado-futuro. Onde a História passa a perder
seu papel na construção da memória oficial para a as mídias mais tecnológicas das sociedades
contemporâneas.
A partir disso o Jornalismo assume o papel de produzir enunciados da realidade social,
produtor de notícias vistas agora como produções verdadeiras por um consenso da sociedade.
Onde isso se deve ao mito da neutralidade e imparcialidade que surge no séc. XIX. Tendo
como consequência desse processo a construção de grandes conglomerados jornalísticos que
se desenvolveram como jornais-empresa.
O que a autora demonstra é que mesmo que o jornalismo trabalhe com fatos concretos,
conseguem construir universos de entendimentos diversos que estariam baseados na ideologia
ou interesses de alguém ou algum grupo. A construção de qualquer fato histórico ou
jornalístico estará complexamente influenciado por diversos fatores humanos (pessoais),
econômicos, políticos, ideológicos, etc.

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