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1) Definições
a) Planta Medicinal: Espécie vegetal cultivada ou não, contendo substância(s) com ação farmacológica,
utilizada com propósitos terapêuticos. Pode ser planta fresca, no qual é coletada no momento do uso
(extemporâneo = infuso) ou seca, que é a planta fresca estabilizada por secagem, tornando-se droga
vegetal.
b) Droga Vegetal: Planta vegetal que contém substância(s) com ação terapêutica, coletadas, secas para
estabilização (eliminação de água para evitar crescimento microbiológico e ação enzimática),
apresentando-se na forma íntegra ou rasurada, triturada ou pulverizada.
c) Produtos de Extração: “São soluções e podem ser utilizados na administração dos princípios ativos
vegetais”. São obtidos a partir da planta fresca ou da droga vegetal (seca): tinturas, extratos, decoctos e
infusos.
d) Medicamento: Estado final de apresentação dos princípios ativos farmacêuticos após operações
farmacêuticas com ou sem a adição de excipientes, o que facilita a administração para obtenção do efeito
terapêutico desejado. Medicamento fitoterápico = Manipulado / Industrializado
LÍQUIDAS: gotas, xarope e elixir (oral)
SEMISSÓLIDAS: gel e creme (tópico)
SÓLIDAS: cápsulas, comprimidos, drágeas, comprimidos revestidos (oral)
e) Fitoterapia: Utilização de plantas medicinais in natura (planta fresca), de drogas vegetais (planta seca),
derivados de drogas vegetais (produto de extração) e medicamentos fitoterápicos (manipulado ou
industrializado) para prevenção, controle e tratamento de uma doença.
f) Fitoterápico: Produto obtido de planta medicinal (fresca ou seca) ou derivados, exceto substâncias
isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa.
- Coleta (local, solo, clima, temperatura, altitude, latitude, época do ano (composição química do ativo)
- Seleção das partes da planta (folha, semente, fruto, raiz, flores);
- Secagem (estabilização inativação de enzimas, inibição do crescimento de microrganismos);
- Trituração: aumento da área superficial de extração;
- Escolha do método de extração: maceração, percolação, destilação, infusão, decocção
- Preparação intermediária: extrato (líquido, mole e seco); tintura; alcoolaturas; alcoóleos e alcolatos
- Princípio ativo (Marcador) (alcalóides, flavonóides, glicosídeos, essências, ácidos graxos)
- Atividade farmacológica e Toxicidade em cultura de células ou tecidos isolados; Etapas feitas caso
- Teste in vivo em animais (farmacológica e toxicológica); seja descoberto um
- Testes pré-clínicos e clínicos em humanos (farmacológica e toxicológica); novo princípio ativo
- Medicamento: Líquida (gotas, xarope, elixir); sólidas (comprimidos e cápsulas)
a) Tinturas
- Definição: Soluções extrativas alcoólicas ou hidroalcoólicas (70% de álcool) obtidas por maceração ou
percolação a partir de droga vegetal (seca)
- Características: Ricas em PA coloridos (taninos, clorofila, flavonóides, caroteno)
- Vantagens: Alta concentração de PA; excelente conservação devido ao álcool e facilidade de ajuste
posológico da dose (líquidas).
- Usos: direto (gotas diluídas em água) ou indireto (utilizadas para o preparo de xaropes e elixires)
- Preparação: 10 mL de tintura corresponde aos PA contidos em 1 g da droga seca (heroica=alta potência);
10 mL de Tintura corresponde aos PA contidos em 2 g da droga seca (baixa potência) (20%).
- Métodos de extração mais utilizado: Maceração (droga vegetal + solvente / estático) e Percolação (droga
vegetal + solvente / dinâmico).
- Tinturas x Extratos: Extratos são mais concentrados que a tintura. Pode-se preparar tinturas a partir de
extratos, basta diluir 1:5 de extrato e obtém a tintura.
Maceração Percolação
- Utilização: Droga é permeável ao solvente extrator - Extração dinâmica: líquido extrator está em
(folhas, cascas, pós, grânulos); PA é termolábil ou movimento, atravessando a droga em único sentido,
volátil; Evita que substâncias indesejáveis sejam pelo movimento descendente, dissolvendo o PA de
extraídas com o calor. interesse até ficar saturado
- Droga é pulverizada, seca (pó fino);
- Líquido extrator: água, álcool, solução
- Umedecimento do pó: 50% do peso do pó com líquido
hidroalcoólica
extrator;
- Proporção: 20g droga/100mL do solvente - Maceração (6 horas);
- Tempo de extração: 1-10dias - Acondicionamento percolador;
- Temperatura: ambiente (método de extração a - Adição de mais solvente;
frio) - Maceração;
- Percolação: após regular o fluxo do solvente (gotas/
min)
- Exemplos: Tintura de beladona, cantáridas, dedaleira.
- Exemplos de Tintura:
TINTURA DE Achillea millefolium L.
NOMENCLATURA POPULAR Mil-folhas e mil-em-rama.
FÓRMULA
Componentes Quantidade
partes aéreas secas 20 g
álcool 70% p/p q.s.p. 100 mL
PREPARO: Estabilizar o material vegetal submetendo à secagem em estufa a 40 oC por 48 horas e extrair por percolação.
INDICAÇÕES: Antidispéptico e anti-inflamatório
MODO DE USAR: uso interno, tomar 5 mL da tintura diluídos em meio copo de água, três vezes ao dia, entre as refeições
ADVERTÊNCIAS Não usar em gestantes, em lactantes, lactentes, crianças menores de 12 anos, alcoolistas, diabéticos, pacientes
com úlceras gastroduodenais, ou oclusão das vias biliares. Não usar em caso de tratamento com anticoagulantes e anti-
hipertensivos.
b) Alcoolaturas
- Definição: Soluções extrativas obtidas à frio por maceração da PLANTA VEGETAL FRESCA com etanol a 70%
na proporção de 1:1.
-Preparações líquidas extraídas a frio por MACERAÇÃO da droga fresca com o álcool.
- Drogas frescas não podem sofrer secagem em estufa e estabilização porque perdem a sua atividade.
c) Infusos
- Definição: Soluções extrativas aquosas EXTEMPORÂNEAS obtidas por infusão.
- INFUSÃO: pela adição de água fervente (100º C) sobre a droga vegetal e, subsequente fechamento do
recipiente (abafamento) por tempo determinado.
- Método indicado para partes delicadas das drogas vegetais como folhas, flores, inflorescências e frutos, ou
que contenham substâncias ativas hidrossolúveis e/ou voláteis.
- Infusão é o método de preparo do INFUSO = CHÁ
- Exemplo
d) Decocto
- Definição: Soluções extrativas aquosas EXTEMPORÂNEAS obtidas por decocção.
- DECOCÇÃO é a ebulição da droga vegetal em água potável por tempo determinado = FERVURA.
- Decocção: método indicado para partes de drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas,
raízes, rizomas, caules e sementes.
- Exemplo
Arctium lappa L.
NOMENCLATURA POPULAR: Bardana.
FÓRMULA Componentes Quantidade
raízes secas 2,5 g
água q.s.p. 150 mL
PREPARO: Decocção considerando a proporção indicada na fórmula por 30 minutos.
INDICAÇÕES: Antidispéptico, diurético e antiinflamatório.
MODO DE USAR Uso interno. Acima de 12 anos: tomar 150 mL do decocto, logo após o preparo, duas a três vezes ao dia.
ADVERTÊNCIA: Doses excessivas podem interferir na terapia com hipoglicemiantes. Deve ser evitado o uso durante a gravidez e
lactação.
e) Extratos
- Definição: É a preparação de consistência líquida ou sólida dependendo do teor de água, obtida por
percolação da droga vegetal com etanol, solução hidroalcoólica ou outro solvente adequado.
- Solução obtida após percolação sofre EVAPORAÇÃO do solvente até a formação do respectivo extrato
líquido concentrado.
- 1 mL de extrato líquido corresponde aos PA contidos em 1 g da droga seca.
- Extrato líquido pode ser utilizado para o preparo de tinturas a 20%, soluções, xaropes e elixires.
Extratos Líquidos
- Soluções (gotas): tinturas à 20%
- Elixir: solução hidroalcoólica açucarada
- Xaropes: solução açucarada ou diet (adoçante artificial)
- Xarope x Elixir: Xarope é feito basicamente de água e açúcar, pode ser preparado, de preferência, a partir
de extratos, pois por ser mais concentrado, precisa de uma dose menor (5gts), comparado à tintura (20 gts).
O elixir é feito de água, açúcar e álcool (co-solvente, ↑ capacidade de dissolver componentes apolares).
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1- Coleta e secagem(pós secos): Feito através de estufa de ar quente (secagem em leito fixo/ prateleiras),
leito fluidizado ou secador por micro-ondas
2- Divisão da droga (moagem ou trituração): Feito por Moinhos (bolas, facas, martelos ou pinos)
3- Métodos de extração: Extração dinâmica: solvente extrator está em movimento, atravessando a droga
em único sentido, pelo movimento descendente, dissolvendo o PA de interesse (esgotamento da droga).
PROCESSO DE EXTRAÇÃO PERCOLAÇÃO:
4- Concentração:
-Eliminação do solvente extrator
- Métodos: Estufa de ar quente; rota-vapor; spray-drier (utilizado em escala industrial); liofilização (PA
termolábeis e voláteis)
5- Controle de Qualidade: testes organolépticos, físico-qúimicos e microbiológicos.
Testes de autenticidade
- Evita falsificação.
- Caracterização organoléptica: cor, odor, sabor.
- Identificação macroscópica e microscópica.
5) Considerações Gerais
a) Cápsulas Gelatinosas Duras
Definição: FF sólida que consiste da encapsulação de pós (EXTRATO SECO) ou granulados em invólucro
gelatinoso duro. Boldo: usado para problemas hepáticos e da vesícula biliar Extrato seco com 0,25% de
boldina. Alcachofra: usado para estimular a secreção da bile.
PÓS
Definição: Pó é uma forma farmacêutica sólida, finamente dividida e seca que pode ser obtida
mecanicamente (ex: triturada) a partir de um sólido de origem naturais (mineral, vegetal e animal) ou
sintéticas.
1) Usos
a) Administração direta ou intermediário de processo (preparação de outras formas farmacêuticas):
- Sólidas: grânulos, cápsulas e comprimidos.
- Semi-sólidas: pomadas, pastas, supositórios e óvulos.
- Líquidas: soluções e suspensões.
b) Uso externo administração tópica (aplicados na superfície da pele e mucosas)
- Antiséptico: Tênis pé Baruel, Polvilho antisséptico Granado
- Antimicrobiano: Sulfas (sulfadiazina de prata) (feridas e queimaduras), Vodol® (pó) (micoses) – a FF
depende do local: creme para o rosto ou solução hidroalcoólica para as unhas.
- Secante: Talco
- Aftas: Albicon® (solução); Oralbase (semi-sólido) – obs: pasta: creme c/ partículas.
c) Uso interno
Via gastrointestinal (deglutidos após reconstituição com água):
- Antiácidos: Bicarbonato de sódio, Sal de fruta (Eno®), Estomazil® (Tempo de vida maior para comprimidos,
sache tem menor área de superfície, tendo menor tempo de vida)
- Laxante: Cáscara sagrada (fitoterápico)
- Suplemento alimentar: aminoácidos e carboidratos (aumento da massa muscular)
- Pós para inalação: administração pulmonar (dispositivos que permitem a inalação de partículas do fármaco,
partículas < 2m alcançam alvéolos). Em momentos de crise asmática, usa-se bombinha (líquido- gotículas
gás propelente), para uso crônicos, utiliza-se pós secos (dispositivos sem gás propelente- inspiração de
partículas)
- Insulina inalável: diabetes
2) Liberação Pulmonar
Rota: faringe, laringe, traqueia, bronquíolos, alvéolos.
Alvéolos: mucosa fina (única camada), úmida, ricamente vascularizada (permite respiração).
Administração pulmonar
a) Tratamento de doenças das vias aéreas (ação tópica ou local)
- Exemplos: Asma brônquica, Fibrose pulmonar
- Vantagens: rapidez de início de ação; redução de doses (redução de efeitos sistêmicos, redução de custos);
resolução de problemas de absorção oral; redução do efeito de 1ª passagem (metabolismo hepático que
reduz biodisponibilidade).
c) Formas farmacêuticas:
- Pós secos: dispositivos sem gás propelente (inspiração de gotículas). => Uso crônico
- Gotículas líquidas: dispositivos com gás propelente – bombinhas de asma => Crise asmática
Inaladores gotículas
- Broncodilatadores para asma (bombinhas)
- Usado para crises de asma
- Gotículas líquidas: dispositivos com gás propelente
- Ex: Albuterol Proventil Agonista beta-adrenérgico
Brometo de ipratrópio Atrovent Agente anticolinérgico
Sulfato de terbutalina Azmacort corticóide
Nebulizadores
- Sistema de ultrassom capaz de dispersar a solução do fármaco na forma de gotículas no ar que são
aspiradas.
- Gotículas < 2 m podem alcançar os pulmões, provocando broncodilatação.
Absorção pulmonar
- Deposição das partículas nas vias aéreas.
- Eficácia dos aerossóis: dispersões líquidas-ar ou sólidas/ar.
- Depende da capacidade das partículas alcançarem os alvéolos: tamanho < 2 μm para exclusiva deposição
alveolar.
- Mecanismos de deposição das partículas: Sedimentação gravitacional; Impacto (partículas > 2 μm):
depositam por impactação na traquéia e brônquios; Difusão Browniana: da região mais para a menos
concentrada em partículas.
- Padrão de inspiração: regular, irregular, paciente doente/ pode gerar doses não homogêneas
- Compostos hidrofóbicos: absorção dependente de coeficiente de partilha o/a
- Compostos hidrofílicos: absorção dependente de dimensão molecular; forma não ionizada mais permeável.
- Influência da formulação: absorção mais rápida em soluções ou pós de sais aquosos e mais lentas em
suspensões, pós ou sais menos solúveis.
- Clearance das partículas inaladas do fármaco: Deposição nas vias aéreasciliadas (eliminação em 24 horas e
passagem do muco com as partículas para o TGI) e partículas insolúveis que penetrem até aos alvéolos
(remoção mais lenta devido a profundidade).
4) Desvantagens
- Pós: grande área superficial de exposição
- Hidrólise (AAS); Higroscopia, Sublimação (iodo, cânfora, mentol)
- Oxidação (hidroquinona), Fotólise (Vit A, E e D) e Intensificação de sabor e odor desagradável.
5) Classificação
De acordo com:
a) Composição: pó simples ou compostos (mistura de pós)
b) Tamanho:
7) Mistura de Pós
a) Pós Compostos: mistura de pós simples previamente pulverizados (tem densidades diferentes, tendendo a segregação)
- Sequência lógica de operações: trituração, tamisação, pesagem e mistura dos pós.
- No processo de mistura, os pós devem ser semelhantes quanto ao tamanho, forma e densidade das
partículas para evitar segregação (separação das partículas em camadas diferentes).
- Problemas de segregação são resolvidos pela granulação.
- Almeja-se: Mistura de pós homogêneo e de fluxo livre (tem que cair na matriz a mesma quantidade de pó),
ou seja, se tiver problema de fluxo, tem que alterar o peso médio, mas se o problema for na homogeneidade,
tem que alterar o teor (ideal 90-110). Quando não se consegue obter uma mistura homogênea dos pós, tem
que usar granulado (melhor propriedade de fluxo livre). Mistura-se os pós geralmente para obter cápsulas.
Misturas Coradas
- Sais de Prata (Ag) + NaCl (cor escura)
b) Coesão e Fluxo
- Quando as partículas têm muita afinidade uma com as outras: ↑Força de Coesão ↓Fluxo
- Forças de atração entre partículas são fortes os pós apresentam fluxo ruim.
- Forças são fracas os pós tem fluxo bom e regular.
- Propriedade de fluxo interfere no enchimento de cápsulas e compactação de comprimidos.
- Pós com bom fluxo produzem cápsulas e comprimidos com peso uniforme (O fluxo interfere no peso médio
das partículas)
a) Físicas
- Sabor e odor (aumentados devido ao aumento da área). ↓Partícula ↑área ↑sabor
- Cor (aumento do brilho).
- Velocidade de dissolução (aumentada) (equação Noyes- Whitney): descrita acima
- Volume aparente (pode aumentar ou diminuir)- inverso da densidade:
Determinação do volume aparente:
Pós leves: ↓densidade e ↑ volume aparente (mais ar adsorvido, partículas maiores).
Pós pesados: ↑densidade e ↓volume aparente.
Obs: A trituração altera a densidade, pois alterando o tamanho, altera o volume: ↓Vaparente ↑densidade.
Determina-se o Vap a partir de uma proveta de 10mL, coloca nela 1 g de material e bate sobre uma superfície
para compactar as partículas.
b) Químicas
-Na trituração há produção de calor que pode provocar: hidrólise. Por exemplo do AAS
11) Grânulos
a) Grânulos
- Características: tamanho de 0,2 a 4mm; possuem fluxo livre melhor; podem ser revestidas; não gera
segregação.
- Medicamento: administração de fármacos.
- Intermediários de processo (comprimidos ou cápsulas).
b) Vantagens:
Melhor estabilidade que os pós (menor área).
Melhor fluidez e compressibilidade do que os pós (comprimidos com melhor qualidade).
Possibilidade de revestimento (vantagens: mascara sabor e odor desagradável, proteção com melhor ;
; estabilidade).
c) Processos de granulação:
Via úmida:
1-Mistura dos pós
2-Adição da SOLUÇÃO DO AGLUTINANTE na mistura de pós: formação de uma massa úmida e coesas
(Exemplos: álcool, xarope, solução aquosa de gelatina, de amido, de PVP); Massa úmida é granulada em
tamis para formação dos grânulos úmidos; Secagem (40-45 ˚C); Calibração do tamanho dos grânulos em
Tamiz.
e) Grânulos efervescentes:
Fármaco + Excipientes + Bicarbonato de sódio (base) + Ácido cítrico (ácido)
- Efervescência: Base e ácido reagem liberando gás (CO2), que produz efervescência que mascara sabor
desagradável de fármacos. Os grânulos efervescentes têm rápida dissolução do fármaco que irá ser
absorvido no trato gastrintestinal (a liberação de CO2 favorece a dissolução do fármaco).
COMPRIMIDOS
Definição: Formas farmacêuticas sólidas obtidas por compactação ou compressão de pós ou grânulados
utilizando matriz e punções (da matriz ou molde). Podem variar de acordo com: tamanho, forma, espessura,
coloração (identificação), dureza, desintegração e liberação (imediata, retardada, repetida, sustentada)
1) Classificação
a) Tipo
1- Liberação imediata
Deglutição com água e desintegração no estômago, para liberação das partículas do fármaco que sofrem
dissolução nos fluídos do TGI e posterior absorção no intestino. Tem início de ação rápido. Ex.: Aspirina, ASS,
Anador.
2- Dispresíveis
O comprimido é colocado num copo com água sofrendo desintegração e posteriormente a solução
formada é deglutida. Indicação: problemas de dores estomacais e gastrite. Crianças e idosos que tem
dificuldade de deglutir cp. Ex.: Biofenac dispersível, Cataflam D.
3- Mastigáveis
Administrados na cavidade bucal sendo a desintegração rápida devido ao ato da mastigação. Indicação:
crianças e idosos com dificuldade de deglutição. Morde-se ou chupa-se para desintegrar, tem que ter sabor
agradável. Ex.: Polivitamínicos e Vernífugos (desintegração e dissolução bucal e ação intestinal ou sistêmica)
e antiácidos (desintegração bucal e ação estomacal).
4- Bucal ou Pastilhas
O comprimido sofre desintegração lenta, o fármaco é liberado lentamente para ação na cavidade bucal.
Parece um cristal, é obtida por fusão e solidificação em molde. Indicação: administração local (tópica). Ex.:
nistatina para tratamento de candidíase bucal; anestésicos e antibióticos para amidalites.
5- Sublingual
O comprimido é colocado na mucosa abaixo da língua e sofre desintegração imediata para a liberação do
fármaco. A mucosa sublingual é muito úmida, fina e ricamente vascularizada. Indicação para ação cardíaca:
após absorção o fármaco vai direto para o coração. Ex.: nitroglicerina para tratamento da angina.
6- Intravaginal
Administração de fármacos na mucosa vaginal. Ex.: Naxogin® (nistatina, nimizarol, cloranfenicol).
7- Efervescentes
Apresentam um sistema ácido-base (ácido cítrico- bicarbonato) que ao contato com água produz gás
(CO2) que facilita a desintegração do comprimido e a dissolução do fármaco (início de ação mais rápido). Ex.:
Paracetamol, Aspirina efervescente, Antiácidos (Sonrisal®).
9- Revestidos
Obtidos por compressão, depois recebem uma camada de revestimento externo a base de açúcar
(drágea- açúcar e água), polímero (comprimidos peliculados), gelatina (gelcap). Razões para o revestimento:
proteção do fármaco (luz, calor, unidade), mascarar gosto e odor desagradável). Possui maior tempo de
desintegração, comparado à drágea e à líquidos. Ex.: Neosaldina®.
2) Vantagens
- Formas farmacêuticas sólidas sendo mais estáveis que as líquidas,
- Excelente conservação (baixo teor de unidade inibe crescimento microbiano)
- Fáceis de serem produzidos em larga escala o que torna o produto barato,
- Doses precisas quando bem produzidos,
- Possibilidade de revestimento para proteção do fármaco, liberação modificada (retardada ou repetida),
- Facilidade de transporte (comprimidos têm dimensões pequenas),
- Administração simples, conveniente, segura (pode ser feita pelo paciente).
- Desvantagem: fármacos pouco solúveis apresentam baixa absorção; desintegração pode causar problemas
de irritação gástrica.
3) Produção de Comprimidos
Obtidos por compactação ou compressão de pós e grânulos utilizando matriz e punções
- Fluidez: escoamento livre do alimentador para a matriz da máquina de compressão (pode ser melhorada
pela adição de DESLIZANTES);
- Compressibilidade: pós ou grânulos devem formar uma unidade compacta após compressão (pode ser
melhorada pela adição de AGLUTINANTES seco ou úmido), não devem desfarelar e sim ficar friável.
O equipamento que determina a densidade bruta do pó é o volumetro de compressão.
𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑡𝑖𝑑𝑎
Fator de House= 𝐷𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑡𝑖𝑑𝑎 Fator: 1,25
Índice de compressibilidade: Tem que ser menor que 15% para pós compressíveis.
- Grânulos: têm melhor fluidez e compressibilidade do que pós e por isso são utilizados na obtenção de
comprimidos.
4) Métodos de Preparação
2- Desintegrantes: Promovem a desintegração dos comprimidos (uso de 2-10 %). Eles absorvem água
(intumescem), expandem volume e rompem o comprimido. São exemplos: amido, glicolato de amido
sódico, celulose, carboximetilcelulose sódica, polivinilpirrolidona, polivinilpirrolidona de cadeia cruzada
(Crospovidona®).
Além disso, eles podem ser adicionados na mistura de pés para o preparo do granulado (desintegrante
intragranular) e no granulado pronto antes da compressão (desintegrante extragranulares).
Comprimido (Desintegra) Granulado (Desagrega) Partícula
4- Lubrificantes: Reduzem o atrito entre a superfície do comprimido e a matriz metálica da matriz e das
punções facilitando a ejeção do comprimido (Concentração de 0,1-1%). Exemplos: ácido esteárico,
estearato de magnésio, parafina líquida. Cuidado a superfície dos comprimidos podem ficar coberta com
lubrificantes que são hidrofóbicos (evitar o excesso) retardando a desintegração. Tensoativos.
5- Deslizantes: Melhoram as propriedades de fluxo dos pós ou grânulos do alimentador para a matriz da
máquina de compressão (concentração de 0,1-1%). Exemplo: Óxido de sílica coloidal (Aerosil®).
OBS: O lubrificante é gorduroso, e o deslizante tem efeito secante sobre o pó.
b) Capeamento ou “Capping”
Comprimidos quebrados e lascados. As possíveis causas são força de compressão excessiva, ar adsorvido,
falta de aglutinante (estrutura frágil do comprimido), secagem exagerada do granulado, matriz e punções
sujos. Soluções possíveis incluem o ajuste da força de compressão, a deaeração do material, o aumento do
aglutinante e a limpeza do sistema da matriz e das punções.
6) Avaliação de Comprimidos
Avalia-se a espessura pelo diâmetro da matriz, esse parâmetro é controlado pela força de compressão. A
uniformidade de peso é feita pela determinação do peso médio de n=20 comprimidos (média e desvio
padrão), dessa maneira, para o peso do comprimido menor que 80 mg, admite-se uma porcentagem de
desvio padrão de 10 %, de 80-250 mg, 7,5 % de desvio padrão e maior que 250 mg, 5% de desvio padrão.
dureza é avaliada pela resistência a ruptura radial usando o equipamento durômetro, os comprimidos muito
duros apresentam dificuldade de desintegração produzindo alteração na liberação do fármaco. Além disso,
a dure também é interferida pela força de compressão, quantidade de aglutinante e a natureza do
excipiente. Também se avalia a friabilidade através do equipamento friabilômetro, os comprimidos friáveis
desprendem partículas da sua superfície perdendo peso constantemente (constante erosão mecânica).
Permite-se perdas de peso até 1%, a friabilidade então está relacionada com a força de compressão e com
a quantidade de aglutinante.
Na uniformidade de dose coleta-se um n=10 comprimidos e analisa o teor do fármaco (individualmente),
respeitando a média e o desvio padrão. A quantificação é feita em HPLC, Espectrofotômetro e Fluorímetro.
A uniformidade de dose é interferida por misturas não-homogêneas. A desintegração é avaliada pelo
equipamento desintegrador, que promove agitação meio aquoso em uma temperatura de 37°C, onde há a
simulação do movimento do T.G.I., onde a desintegração deve ocorrer em 15 min (se não desintegrar terá
alta dureza), aqueles que tem revestimento gastro-resistentes não podem desintegrar em menos de 30
minutos.
A dissolução mede a proporção do fármaco dissolvido em tempo estabelecido sob condições
padronizadas. São tidos como parâmetros importantes a temperatura, o meio de dissolução, o aparato de
agitação (pá, cesto) e a velocidade de agitação. É utilizado o equipamento dissolutor para simular essa
desintegração e a dissolução do comprimido no estômago. .; Pá (comprimido afunda) ou cesta (comp. boia).
7) Acondicionamento
Feita em frascos de vidro âmbar (boca larga) hermeticamente fechados com tampa ou blister.
COMPRIMIDOS REVESTIDOS
Definição: REVESTIMENTO é aplicação de um material na superfície do comprimido com o objetivo de
agregar valores e conferir propriedades especiais.
1) Vantagens
- Proteção do fármaco contra agressões do meio ambiente (oxidação, hidrólise, fotólise) melhorando a estabilidade
química e aumentando o seu prazo de validade;
- Mascara sabor e odor desagradável;
- Facilita deglutição (superfície lisa sem arestas);
- Melhoria do aspecto visual (cor, brilho);
- Facilidade de identificação (diferenciação pela coloração);
- Possibilidade de revestimento funcional para liberação modificada (gastroresistência);
- Proteção do núcleo do comprimido contra atrito e queda (aumento da resistência);
- Proteção contra contaminação cruzada do comprimido para o paciente (finasterida para gestantes, droga potente
capaz de permear a pele e causar problemas ao feto);
2) Desvantagens
- O custo do processo é alto, considerando: Aquisição de equipamentos; obedecer a protocolos de segurança
estipulados pela ANVISA; contratação de Técnicos Farmacêuticos especializados. Comprimido revestido (agrega
valores) é mais caro do que a forma não revestida.
3) Tipos de revestimento
a) Revestimento com Açúcar (Drageamento)
- Processo clássico. Envolve o rolamento da drágea pela drageadeira, processo facilitado pela panela giratória
que possui um eixo de inclinação de 40º, há os ciclos de aspersão (bico atomizador) do material revestidor
e secagem (turbina de ar) com ar quente e seco. Tem que haver a secagem completa para evitar aderências
entre as drágeas.
- No processo de drageamento, com revestimento a base de açúcar, o revestimento é impermeabilizante
(solução alcoólica de cera- camada fina) e com xarope espesso (açúcar, gelatina e água); há a adição de
açúcar (espessamento da parede), de xarope (alisamento), xarope corado (açúcar+ corante+água) e de cera
para polimento e talco para brilho.
- Características do processo: Demorado, com múltiplos estágios e alteração da forma e peso do comprimido.
- Características ideais das drágeas: borda arrendondada, superfície lisa e regular, cor uniforme e brilho
intenso.
- Defeitos: Rachadura do revestimento por secagem deficiente ou alisamento insuficiente (superfície
parecida com casca de laranja).
b) Revestimento com Película
- Revestimento fino, feito através de leito fluidizado
- Tipos de revestimento peliculado: a base de água ou de solvente orgânico
- Vantagens: Processo rápido com economia de tempo, custo, material e mão-de-obra; alteração discreta do
tamanho, forma e peso dos comprimidos; dispensa impermeabilização; ótima durabilidade e resistência a rupturas; e
excelente aparência.
- Equipamentos utilizados: Drageadeira ou leito fluidizado (automatizado)
CÁPSULAS
Definição: Forma Farmacêutica sólida destinada a encapsulação de fármacos sólidos, semi-sólidos e líquidos
em invólucro gelatinoso puro. São destinadas ao encapsulamento de líquidos (não aquosos) ou pós. São
administradas pela via oral. O invólucro é hidrossolúvel e rompe para liberação do fármaco.
1) Classificação
a) Tipo: Cápsulas de gelatina Dura ou Mole; (dura mais para pós e mole mais para líquidos, que não
dissolvam a gelatina)
b) Natureza do material a ser encapsulado: sólidos (pós, granulados ou comprimidos), semi-sólidos (pastas)
e líquidos (suspensões e soluções oleosas);
c) Tamanho: cápsulas, microcápsulas ou nanocápsulas (nanotecnologia)
d) Liberação: imediata ou modificada (retardada, repetida ou prolongada)
2) Vantagens e Desvantagens
- Forma farmacêutica com excelente estabilidade e conservação
- Possibilidade de ajuste de dose quanto a peso e idade,
- Mascara sabor e odor desagradável de fármacos,
- Melhor proteção do fármaco contra oxidações, fotólise e hidrólise,
- Facilidade de administração e conveniência para o paciente.
- Desvantagem: Idosos e Crianças têm dificuldade de engolir preparações sólidas.
Lubrificantes: reduzem atrito entre pós ou grânulos e as superfícies metálicas (concentração 0,1-1%).
Exemplos: ácido esteárico e estearato de magnésio.
Deslizantes: reduzem atrito entre as partículas e melhoram as propriedades de fluxo dos pós e grânulos
facilitando o enchimento das cápsulas. (Concentração de 0,1-1%) Exemplo: Óxido de sílica coloidal.
Melhora o desvio padrão do peso médio das cápsulas (melhor fluxo – capsulas om melhor qualidade).
c) Tamização (ajuste da granulometria): “Uniformização do tamanho das partículas evita segregação dos
pós”.
d) Pesagem e Mistura dos Componentes: Feito com gral e pistilo (farmácia) ou com misturador em V
(indústria).
a) Tipos
- Cápsulas para administração oral: após deglutida a parede sofre dissolução, rompe e libera o fármaco,
- Cápsulas mastigáveis: parede aromatizada com sabor agradável, liberação imediata na boca
- Cápsulas de dissolução bucal: liberação lenta do fármaco na boca,
- Cápsulas com lacre descartável (Twist-off softgels): administração de medicamento via oral (uso
pediátrico). Quebra o lacre e administra o conteúdo.
b) Vantagens: Grande capacidade industrial; atraentes e facilmente deglutidas; excelente estabilidade (fármaco
protegido pela matriz e cápsula) e melhor biodisponibilidade para alguns fármacos.
c) Produção (operações): Primeira etapa destinada a preparação das fitas de gelatina mole, a segunda a
injeção da formulação entre as fitas, a terceira inclui o corte e lacre, e a quarta e última etapa é a de
ejeção, lavagem e secagem da cápsula.
5) Comparações
a) Capsulas de gelatina Mole x Soluções: “Praticidade e conveniência com a mesma efetividade terapêutica”
b) Capsulas de gelatina Mole x Dura x Comprimidos
- Problemas circulatórios
INCOMPATIBILIDADES FARMACÊUTICAS
Definição: São alterações degradativas de uma preparação farmacêutica, que podem ser provocadas por
interação entre dois ou mais componentes. Podem prejudicar a atividade, impedir a dosificação exata do
medicamento e influir no aspecto da formulação (estética).
Fatores que aceleram: Concentração dos componentes incompatíveis, temperature, pH, constante dielétrica
do solvente.
Ocorrência: Entre princípios ativos, os adjuvantes (excipientes); princípio ativo e excipiente; contaminantes
(p.a. ou exc.); ou até mesmo embalagem.
Classificações:
Quanto as manifestações:
a) Visual: Mudança de cor / Mudança de aspecto / Desprendimento de gases / na dosificação
b) Larvárias: Alterações não reconhecidas visualmente. Só observadas pelos ensaios de controle de
qualidade.
1) Físicas: Manifestam-se apenas por modificações no estado dos corpos entre si e quando
associados.
a) Liquefação: substâncias misturadas entre si, se liquefazem. Ex: antipirina e cloral / cânfora e mentol /
cânfora e naftol / cânfora e timol / cânfora e resorcina / fenol e acetanilide. - (misturas eutéticas).
b) Volatização: subst. com baixa pressão de vapor e de baixo ponto de ebulição. Ex: Licor de Hoffmann.
c) Decantação: líquidos com polaridades diferentes tendem a se separarem. Ex: óleo e água.
d) Precipitação: Por diferença de polaridade como tinturas de plantas resinosas precipitam ou turvam em
veículo aquoso. Ex: tintura de benjoim e bálsamo de Tolú.
e) Viscosidade e consistência:
- Influência dos álcoois: Etanol com CMC-Na, MC, dextrina: diminui a viscosidade em altas concentrações e
aumenta em médias concentrações; Ác. Glicólico em creme lanete (conc. > 5%): diminui a viscosidade; Uréia
em cremes: diminui a viscosidade.
- Influência do pH: Goma arábica (aniônica) em pH ácido: diminui a viscosidade; Carbopol® (gel) pH ácido:
diminui a viscosidade.
- Influência dos eletrólitos: destroem a rede coloidal provocando a queda da viscosidade dos
hidrocoloides. Sais em altas concentrações: diminuem a viscosidade com precipitação de subst.
macromolecular. Ex: Sol. de álcool polivinílico com metais: queda da viscosidade com precipitação; Sais de
alumínio e citrato de sódio diminuem a viscosidade da solução de MC; K, NH4 com MC: queda da
viscosidade; Al, Fe, Cr, Ag, Hg, Zn, Pb: queda da viscosidade ou precipitação em pequenas concentrações.
f) Influência de tensoativos catiônicos: Cloreto de cetilpiridíneo: queda da viscosidade com precipitação de
CMC-Na, Ágar, Pectina, bentonita, alginato, etc. Conservantes fenólicos com os tensoativos não iônicos
(larvária): Parabenos são inativados por complexação com Tweens.
g) Perturbação ou destruição do estado disperso das emulsões: Formações de sais ou presença de álcoois:
quebra. Ex: Emulsionante aniônico com p. a. catiônico / Usar extratos e não tinturas.
h) Polimorfismo (mudanças na forma dos cristais): Modificações de propriedades físicas: solubilidade,
densidade, aumento e diminuição do PF, etc. Ex: Sulfatiazol metaestável: PF = 200°C, sol. = 63,4 mg;
Sulfatiazol estável: PF = 175°C, sol. = 36 mg; Cloranfenicol amorfo: absorção oral; Cloranfenicol cristalino:
sem absorção oral.
2) Químicas
- Formas que se manifestam em turvação ou precipitação ou sob a forma larvária.
- A associação de subst. quimicamente incompatíveis pode causar acidentes (ex: explosões, vapores tóxicos),
formar produtos tóxicos ou acarretar a inativação total ou parcial da atividade farmacológica.
- As incompatibilidades químicas podem levar a:
b) Formação de complexos
- Moléculas do ativo interagem reversivelmente com excipiente formando complexos, com propriedade
físico-química diferente da subst. origem.
- Ocorre com íons multivalentes: Ca, Mg, Fe, Al. Ex: Tetraciclina + íons multivalentes: inativação; Penicilina +
PEG: inativação
c) Reação de Adição
- Após aquecimento a altas temperaturas de formas sólidas. Ex: Grupos aldeídicos da glicose + aminas 1a e
2a (aminoácidos, fluoxetina): produtos cor marrom.
d) Reações de esterificação
- Detectados analiticamente após certo tempo de armazenamento (veloc. reação lenta). Ex: Prednisolona
(base) + AAS: acetato de prednisolona; Cloridrato de procaína + glicose: Flicosídeo de procaína (sem
atividade anestésica).
e) Interação com Antioxidante:
-bOrigina produtos finais sulfonados de baixa atividade fisiológica. Ex: Bissulfito + Fenol, tetracaína, procaína,
adrenalina.
f) Reação de oxidação
- São prejudiciais e causam problemas de estabilidade ao medicamento; Envolve a perda de elétrons de um
átomo ou de uma molécula.
- Fármacos suscetíveis à oxidação: Catecolaminas (Ex: epinefrina); Substâncias fenólicas (ex: fenilefrina,
morfina); Fenotiazínicos (ex: clorpromazina, prometazina); Esteróides; Oleofinas (alcenos): compostos
alifáticos com duplas ligações; Substâncias com grupo sulfidrila (R-SH) (ex: captopril); Anfotericina B,
nitrofurantoína, tetraciclina, furosemida, ergotamina, sulfacetamida e outros.
- Fatores que afetam a velocidade de oxidação: Presença de oxigênio; Luz; Presença de íons de metais
pesados; Temperatura; pH (frequentemente o alcalino); Presença de outras substâncias que podem atuar
como agentes oxidantes; Ex: Óxido de cromo + etanol; Ác. Salicílico, enxofre, vitamina C: incompatíveis com
ferro.
- Estratégias para proteger as substâncias ou formulações: Uso de gás inerte de nitrogênio; Uso de
embalagens menores e completamente cheias; Embalagens fotorresistentes, como frasco de vidro âmbar;
Uso de agentes sequestrantes (ex: EDTA).
Adição de antioxidants; Sist. Oleosos: BHT, BHA, acetato de tocoferol (vit. E), palmitato de ascorbila; Sist.
Aquosos: ác. ascórbico (vit. C), bissulfito de sódio, metabissulfito de sódio, tissulfato de sódio => Controlar
temperatura de armazenamento; Produto sensível deve ser estocado sob refrigeração; Monitoramento do
pH no final da manipulação e efetuar os ajustes, se necessário.
Adição em separado das substâncias que são facilmente oxidadas das facilmente reduzidas. (Ex:
Cianocobalamina tem compatibilidade limitada com vit. C (24h), tiamina e niacinamida).
g) Reações de hidrólise
- Interação do fármaco com a água, decompondo-o. Ex: AAS + água: Hidrólise e formação de acético.
- Fármacos suscetíveis à hidrólise: Ésteres (ex: anestésicos locais, AAS, alcalóides da beladona, subst. com
anéis lactonas); Amidas com anel do tipo lactâmico (ex: penicilina); Imidas (ex: barbituratos); Tioésteres.
- Fatores que afetam a velocidade de hidrólise: Presença de água no veículo, excipiente ou fármaco; pH;
Presença de ácidos e bases usados como tampões (citratos, acetatos, fosfatos); Concentração da droga;
Temperatura; Presença de outros componentes catalizadores da hidrólise (ex: dextrose).
- Estratégias para manipulação: Uso de recipientes hermeticamente fechados e de dessecantes; Checar o
pH de todas as soluções que serão combinadas e do produto final, ajustando o pH, se necessário; Verificar
possíveis efeitos negativos de ácidos e bases em geral sobre os fármacos. Se estes fatores acelerarem a
hidrólise, evitar o uso de tampões; Armazenar produtos sensíveis sob refrigeração.
3) Farmacológicas
ERROS MÉDICOS:
- Nas prescrições: erros de escrita
- Nas unidades: g por mg e mL por L
- Fármaco incorreto: nomes similares dificulta decifrar receitas. (ex: alfadem, supr. mineral x alfalim, vit. A);
- Fármacos contra-indicados: checar com o médico (ex: fármacos que neutralizam outros, provocam alergia
ou potencializam efeito);
- Nas decimais (localização das vírgulas);
- Overdose: excesso de p.a.;
- Underdosagem: dosagem baixa;
- Combinações aditivas e combinações sinérgicas: desejável se houver redução no efeito colateral ou
aumento de atividade. (ex: neomicina + eritromicina – maior espectro de ação)
- Combinações antagônicas: checar com o médico se é intensional ou se é engano. (ex: cafeína, excitante +
cloral, deprime).