EBOOK LIV:

PRÁTICAS PARA APROXIMAR

PROFESSORES E ALUNOS
Olá!
O objetivo desta publicação não é fornecer um manual de instruções, tampouco dar receitas de
como um professor deve agir em sua prática. O principal foco é trazer inspiração para que cada
um, a seu modo, possa complementar sua atividade docente. Acreditamos que o tema se faz
pertinente diante de inúmeros relatos de educadores que encontram, em seu cotidiano escolar,
dificuldades para incentivar seus alunos em seu desenvolvimento socioemocional.

Nesse sentido, partimos do princípio de que habilidades como perseverança, colaboração,

criatividade, comunicação, pensamento crítico e outras podem se desenvolver com mais
facilidade em ambientes onde existe troca de ideias e escuta empática, nos quais os estudantes
sintam-se seguros para se expressar e se conectar com as pessoas a sua volta.

Por isso, reunimos aqui algumas reflexões e técnicas complementares que podem ajudar
docentes de qualquer disciplina a aproximar-se aos poucos da turma. As atividades sugeridas
não se encerram em si e devem ser complementadas pela prática pedagógica de cada um. Elas
trazem ideias de como lidar com situações difíceis ou delicadas em sala de aula, mostrando que
esses casos podem ser revertidos em momentos valiosos de crescimento, conexão e
aprendizado.

Os conteúdos foram escritos com base em ideias trabalhadas durante formações para docentes
oferecidas pelo programa de educação socioemocional do Laboratório Inteligência de Vida (LIV),
mas podem ser usadas por professores de qualquer escola, com ou sem vínculo com o
programa, e levadas para todas as disciplinas e etapas de ensino, considerando os efeitos
positivos desse aprendizado tanto para os educandos quanto para os educadores.

Com isso, esperamos disseminar a cultura da educação socioemocional e ampliar seus efeitos
positivos nas escolas por meio da troca de experiências, fornecendo um material que possa
servir como ponto de partida para pensar a prática do dia a dia na sala de aula.

Boa leitura!
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ÍNDICE:
Boas práticas para professores 4

Observação ativa e técnicas complementares 6

Como lidar com situações difíceis 11

Busque seu próprio desenvolvimento emocional 13

O que é LIV? 15
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BOAS PRÁTICAS PARA PROFESSORES
Como dissemos no início deste material, nosso intuito não é
traçar regras, mas sim apresentar alguns fatores que
favorecem a relação professor/aluno de acordo com
pesquisas nacionais e internacionais e também com a prática
promovida pelos especialistas do LIV, assim como apresentar
posturas e atitudes positivas que podem ser usadas durante
uma aula.
Ressaltamos que os alunos são, acima de tudo, seres
humanos com qualidades e defeitos. Por isso, assim como
qualquer outra relação humana, o contato entre o estudante e
seus professores demanda disponibilidade de ambas as
partes. Ou seja, para se aproximar do aluno o professor tem
que querer, de fato, abrir-se à oportunidade. E vice-versa.
Embora haja sugestões práticas para inspirar essa
aproximação, reiteramos que ela depende sobretudo de
sensibilidade de cada um – não de técnicas prontas.
Nesse sentido, estar atento às necessidades dos alunos e
criar um canal de diálogo aberto são algumas das ações que
ajudam o professor a conhecer sua turma e a se conectar
com as dificuldades e expectativas do grupo. Além disso,
mostra aos alunos que eles podem ajudar a direcionar seu
próprio aprendizado ao longo do ano letivo.
Fazer uso de atividades que tornem o ambiente mais
acolhedor também é um recurso válido na busca pela
proximidade e melhora das relações. Você pode, por exemplo,
pedir para que os alunos compartilhem suas experiências em
momentos propícios durante a aula, como no início da
semana ou do dia, no retorno de férias e feriados, e sempre
que surgir a oportunidade. Pense em perguntas e monte uma
dinâmica para que cada aluno responda quando se sentir
confortável. Outra alternativa é organizar a turma em duplas
ou trios e circular pela sala durante a atividade, escutando um
pouco do que cada grupo tem a dizer.
Confira na página a seguir três propostas simples que fazem
toda a diferença:
OLHAR NOS VERIFICAR
OLHOS SUA POSTURA
ACOLHER OS NÃO FICAR
DIFERENTES PARADO NA
TIPOS DE ALUNOS MESMA POSIÇÃO
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Valorizar a comunicação não verbal:
A comunicação se dá de diversas
formas e vai muito além daquilo que
falamos às pessoas a nossa volta.
Pesquisas indicam que nos
comunicamos 55% por meio da
linguagem do corpo, 38% por meio do
tom de voz e apenas 7% por meio das
palavras. Nesse sentido, você já parou
para pensar no que seu aluno expressa
quando está em silêncio, ou como você
se comunica com sua turma quando
está em sala, mesmo sem dizer nada?
Será que sua atitude demonstra
abertura para uma aproximação ou seus
gestos e tom de voz acabam repelindo o
aluno?
AMPLIANDO OS LAÇOS
Exercitar a escuta ativa:
A escuta ativa é uma técnica de
comunicação que busca estabelecer um
diálogo eficiente entre o ouvinte e o
interlocutor, de forma que ambas as partes
estejam ativas no momento do diálogo – e
não apenas de corpo presente. Significa
ouvir o outro atentamente, evitando julgar
ou rotular, respeitando suas emoções,
sentimentos e experiências. Não significa,
contudo, que o interlocutor deva ser
passivo na hora da conversa: o professor
pode sim oferecer feedback, mas baseado
em uma compreensão empática do seu
aluno, trazendo o reconhecimento da
pluralidade de respostas existentes, sem
esperar comportamentos padronizados ou
idealizados.
Faça boas perguntas:
Fazer perguntas que não tenham
uma resposta predeterminada
permite uma maior variedade de
respostas, além de estimular o
raciocínio crítico do aluno,
aumentando seu grau de
comprometimento com a atividade.
Ao tentar estabelecer o vínculo com
um estudante, pense em perguntas
que possam avançar para além de
respostas monossilábicas como
“sim”, “não” e “talvez”, sempre
oferecendo ao outro a chance de
explicitar melhor seus
pensamentos.
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OBSERVAÇÃO ATIVA E TÉCNICAS COMPLEMENTARES

Um professor normalmente está observando o
comportamento de seus alunos, mesmo que de forma
inconsciente. Porém, ao tornar essa uma prática intencional e
reservar momentos de aula para ativamente observá-los, você
terá a chance de aprender muito sobre quem eles são
enquanto indivíduos e enquanto grupo.
Esse olhar aprofundado e cuidadoso para individualidade de
cada aluno se provará extremamente útil na medida em que
você passar a construir suas aulas em torno do que foi
observado e registrado, planejando melhor a forma como está
engajando todos os alunos no aprendizado.
Para favorecer esse momento de observação ativa,
selecionamos a seguir algumas técnicas complementares
que podem contribuir para que você, como docente, se
aproxime mais de sua turma e passe a levar as
características de cada um em conta na sua preparação de
aulas.
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Momento extraclasse Importante ressaltar que esses momentos não precisam ser
forçados. A ideia é que você participe da comunidade escolar
A vida do aluno fora da escola afeta diretamente seu junto com os alunos e os demais funcionários da escola,
comportamento e até mesmo seu desempenho em sala de entendendo como você e eles são indivíduos fora do contexto
aula. Por isso, conhecer a turma de forma mais abrangente, da sala. É claro que você não precisa saber de tudo o que
tanto do ponto de vista acadêmico quanto do ponto de vista acontece com seus alunos ou suas particularidades, muito
pessoal, contribui para o estabelecimento de uma relação de menos tentar se tornar um amigo. A ideia aqui é demonstrar
empatia e respeito mútuo. que você está aberto para o diálogo, não interessado em seus
Para isso, você pode convidar, com uma frequência quinzenal segredos ou confidências.
ou semanal, um ou dois alunos para conversar ao final da
aula. Aproveite esse momento para perguntar sobre seus
interesses, suas opiniões a respeito de diferentes temas e
ouvir atentamente o que têm a dizer. Não se esqueça de
compartilhar com eles algo sobre a sua vida que possa
contribuir com esse momento.
Outra forma de interagir e conhecer os estudantes fora da
sala de aula é circulando pelas áreas comuns da escola na
hora do intervalo, um hábito que acaba sendo deixado de lado
por conta da correria do dia a dia. Nesses momentos, tente
conversar com eles, lanchar juntos, participar das
brincadeiras ou até mesmo jogar uma partida de futebol. A
ideia é interagir também fora do ambiente mais controlado da
sala de aula.
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Perguntas abertas Essas perguntas podem ser retomadas no transcorrer da

atividade. Nesse caso, reveja a lista de perguntas com os
Essa é uma técnica complementar para mapear perguntas, alunos e selecione algumas para serem discutidas por eles
questionamentos e reflexões e pode ser usada no começo, no enquanto a atividade é realizada. Ao final da aula também é
meio ou ao final da aula para despertar a curiosidade dos possível convidá-los a pensar em quais novas ideias ou
alunos e para que ganhem uma percepção da abrangência e conceitos eles adquiriram com essa experiência.
complexidade de um tópico debatido em aula,
compreendendo como abordá-lo de maneira mais profunda. Sempre que possível reserve alguns minutos da sua aula para
que os alunos falem abertamente. Muitas vezes, as tarefas ou
Peça aos alunos que listem perguntas sobre o conceito ou
exposições de conteúdo tomam a maior parte do tempo e o
assunto que foi ou será debatido na aula, principalmente
momento de debate acaba sendo restrito. Por isso,
aquelas que possam levá-los a refletir mais sobre suas
programe-se para que eles tenham tempo de construir um
habilidades socioemocionais e sobre sua participação social
raciocínio mais amplo. Isso não precisa ser em todas as
na escola e fora dela. Em seguida, eles devem eleger aquelas
aulas, mas pode permear a rotina escolar. O ideal é que não
que acharem mais interessantes. Caso tenham dificuldades
seja uma atividade solta e pontual, mas sim um espaço
de pensar nas perguntas, sugira que façam algumas que
constante de fala.
comecem como nos exemplos abaixo:
● Por que...?
● Qual o propósito de...?
● O que mudaria se...?
● E se...?
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Manchete de jornal
Você pode usar essa técnica ao final de uma aula ou de uma
discussão para estabelecer uma conclusão sobre
determinado assunto e para que os alunos aprendam a
capturar a essência de um assunto debatido, resumi-lo e
estabelecer conclusões.
Peça a eles que se imaginem como redatores de um jornal
que precisam redigir uma manchete para a matéria de capa e
que trata do assunto estudado em sala. Lembre-os de que
essa manchete deve mencionar os aspectos ou conceitos
mais importantes vistos na aula de forma clara e sucinta. Isso
irá ajudá-los a ampliar seu repertório de comunicação e a
capacidade de transmitir ideias a outras pessoas com mais
clareza.
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PREPARAÇÃO DAS AULAS E EXPECTATIVAS
Prepare suas aulas com antecedência sempre considerando
as habilidades socioemocionais que podem ser
desenvolvidas em cada momento. Há atividades que
promovem mais a colaboração, outras que promovem o
pensamento crítico ou a criatividade, e assim por diante. Você
pode incluir o conceito na sua disciplina ou criar atividades
que desenvolvam essas habilidades intencionalmente. Esse é
um cuidado importante para que tudo aconteça da melhor
maneira possível.
Esteja preparado para mudar os planos no meio do caminho,
pois nenhuma turma é igual a outra e, por mais que você se
planeje, a realidade pode ser diferente. Portanto, dependendo
da disposição e abertura do grupo, pode ser interessante
estender ou encurtar suas atividades planejadas.
Aproximar-se dos alunos envolve um forte trabalho de
empatia e, principalmente, de escuta. Por isso, favoreça um
ambiente no qual os alunos sintam-se à vontade para falarem
e compartilharem suas experiências e sentimentos, sem
julgamentos prévios e interrupções constantes.
Ainda nesse sentido, não force ninguém a falar ou agir de
maneira predeterminada, pois é preciso respeitar o tempo e o
espaço de cada um. Não é porque você proporcionou um
momento de escuta ativa que seu aluno vai começar a falar
abertamente. A conversa genuína e a abertura para
desenvolver habilidades socioemocionais precisa ser
cativada e isso pode levar mais de uma aula.
Sempre que possível, incentive e estimule pais e responsáveis
a participarem do processo, oferecendo ideias de atividades
que possam ser realizadas em casa com a participação deles
e que também visam desenvolver as habilidades
socioemocionais. Clique aqui para conferir algumas ideias.
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COMO LIDAR COM SITUAÇÕES DIFÍCEIS
No livro O Cérebro da Criança, o psiquiatra Daniel Siegel
afirma que o uso integrado, coordenado e balanceado das
diferentes áreas do cérebro pode promover uma melhora
significativa na forma como lidamos com nossas emoções.
Isso pode levar ao êxito com relação à resolução de questões
e, portanto, a uma vida mais saudável.
Nesse sentido, o papel do educador é auxiliar crianças e
adolescentes a conciliarem o lado impulsivo e emocional com
o lado analítico e racional. Dessa forma, eles se tornam
capazes de agir de forma equilibrada, pois aprendem a
modular o que sentem e se relacionar com os outros ao seu
redor.
Muitas vezes, porém, o professor se depara com situações
delicadas ou difíceis no dia a dia em sala de aula. Assim, para
tornar a abordagem ao(s) aluno(s) envolvido(s) mais saudável
e adequada, tente dividir a intervenção em dois momentos:
Conectar
Procure acessar o aluno primeiramente pelo lado emocional,
conectando-se com a situação que está sendo vivida por ele.
Olhe e escute com atenção, sem ideias preconcebidas. Nesse
momento, caso ele se mostre abalado, não peça que pare de
chorar ou reclamar. Refraseie o que está sendo dito por ele e,
se possível, use o espelhamento para se conectar e
aproximar. Fale algo como: “Entendo o que está sentindo e
confesso que isso já aconteceu comigo” ou “Isso nunca
aconteceu comigo, mas imagino como você possa estar se
sentindo nessa situação”. Peça também que conte o que
aconteceu para deixá-lo de tal maneira, já que a construção
da narrativa pode ajudar a criança ou o adolescente a
processar e racionalizar o ocorrido.
DEMONSTRE EMPATIA AO TENTAR
ENTENDER UM PROBLEMA DO SEU
ALUNO, SEM JULGAMENTOS INICIAIS.
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Redirecionar
Ao perceber a criança ou o adolescente mais calmo,
conectado e receptivo, passe a redirecionar a conversa
procurando acessar seu lado racional. Nesse momento, é
importante ajudá-lo a compreender os sentimentos e as
emoções presentes. Discuta como o outro lado envolvido na
situação pode ter sido afetado e sugira alternativas ou
pratique cenários hipotéticos para ajudá-lo a construir uma
solução mais elaborada para a dificuldade que está
vivenciando no momento.
COMPARTILHE COM OS ALUNOS UMA
SITUAÇÃO VIVENCIADA EM QUE VOCÊ
PODERIA TER AGIDO DE FORMA
DIFERENTE.
Vale lembrar que uma abordagem bem-sucedida em
momentos de dificuldade requer aproximação e engajamento
contínuos do professor durante todo o ano letivo,
estabelecendo uma conexão real e construindo uma relação
de empatia e respeito. Desenvolvida através do apego
emocional a outros seres humanos, a empatia é a nossa
capacidade de reconhecer, sentir e responder às
necessidades e aos sofrimentos de outras pessoas.
Com essa conexão prévia assegurada, o aluno se mostra
mais receptivo e se sente mais à vontade para expor seus
sentimentos e ouvir as colocações do professor ao
protagonizar situações que demandem abordagens
especiais.
Essa conexão perene pode ser construída a partir dos três
fatores citados abaixo, os quais você pode desenvolver e
fortalecer.
Liderança
O professor é percebido como uma figura de grande
influência positiva entre os alunos e outros professores.
Empatia
O professor é visto como alguém que se importa com os
alunos e está a par do que acontece em suas vidas tanto
pessoal quanto acadêmica.
Conhecimento
O professor é visto como uma figura de referência, detentor
de amplo entendimento e experiência no assunto lecionado.
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BUSQUE SEU PRÓPRIO DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL

Professores atenciosos estabelecem as bases para um
relacionamento forte e solidário entre si e seus alunos, e

66%
essas relações são fundamentais para o desenvolvimento
saudável de ambos os lados. Contudo, a dinâmica da
educação hoje, permeada por estresse e cobrança, acaba por
prejudicar essa relação, afetando emocionalmente tanto
estudantes quanto educadores.
Pesquisa realizada em 2018 pela Associação Nova Escola
das professoras e
com mais de cinco mil educadores identificou que 66% das
professoras e professores já precisaram se afastar do
professores já precisaram
trabalho por questões de saúde. O levantamento mostrou
ainda que 87% dos participantes acreditam que seu problema
se afastar do trabalho por
é ocasionado ou intensificado pelo trabalho. Entre os
problemas que apareceram com maior frequência estão a
questões de saúde
ansiedade, que afeta 68% dos educadores; casos de estresse
e dores de cabeça (63%); insônia (39%); dores nos membros
(38%) e alergias (38%). Além disso, 28% deles afirmaram que
sofrem ou já sofreram de depressão.
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A pesquisa apresenta o que muitos educadores sabem na
prática: a saúde emocional e física estão conectadas e
precisam ser alvo de cuidados constantes. Sem isso, a
atividade docente pode ser comprometida e dificilmente a
aproximação com os alunos se dará da maneira desejada.
Nesse sentido, quando os professores conseguem
desenvolver seus próprios aspectos socioemocionais, eles
também sentem-se mais aptos para incentivar esses
aspectos em seus estudantes, conforme mostra um estudo
internacional de 2016.
De acordo com essa pesquisa, as habilidades
socioemocionais dos docentes estão associadas
positivamente ao desempenho acadêmico de seus alunos, a
suas realizações pessoais e educacionais, ao envolvimento
com a escola e à motivação para aprender. Na contramão,
quando ambos os lados apresentam dificuldades
socioemocionais, há impactos como problemas
comportamentais e abandono da escola.
Outras pesquisas sobre esse tema realizadas na última
década mostram ainda que relacionamentos interpessoais
positivos refletem também na segurança emocional e,
portanto, não apenas desempenham um papel importante
para os alunos, mas parecem funcionar como antecedente do
bem-estar emocional dos professores. Os dados analisados
mostram, por exemplo, que professores que se sentem
conectados com seus alunos são mais propensos a relatar o
sentimento de alegria e com menos frequência ansiedade e
raiva. Esses resultados levam à ideia de que a capacidade
dos educadores de se conectar bem com seus alunos pode
ser considerada importante para seu próprio
desenvolvimento profissional e pessoal.
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O QUE É O LIV?
O Laboratório Inteligência de Vida (LIV) é um programa que oferece uma
diversidade de ferramentas e materiais para a construção de um pilar
socioemocional pelas escolas que o adotam, tendo como premissa a
perspectiva de que a criança e o adolescente são muito mais do que
armazenadores de informações e acreditando na escola como lugar de
formação de cidadãos e cidadãs, valorizando suas singularidades e
diferenças, compreendidas em um contexto sociocultural e histórico.
O programa se propõe a potencializar os espaços educacionais através
do investimento na relação entre alunos, família e escola com tudo o que
ela engloba: aprendizagem, dificuldades, sentimentos, frustrações e,
principalmente, interações com o outro, com valores e ideias diferentes.
Atualmente, o LIV tem parceria com mais de 230 escolas, atingindo
centenas de educadores e mais de 170 mil estudantes.
Caso você se interesse em ter o LIV na sua escola ou tenha outras
sugestões de boas práticas para sala de aula que deseje compartilhar
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