A TODOS OS ESTABELECIMENTOS

ASSOCIADOS

Lisboa, 24 de Novembro de 2010

Ref.ª 001/003/001/367

Assunto: ALTERAÇÃO AO ESTATUTO DO ENSINO PARTICULAR E COOPERATIVO –

PONTO DE SITUAÇÃO

Caros Associados,
A AEEP foi ontem recebida em audiência pela Sra. Ministra da Educação com vista a apresentar
a sua posição quanto à alteração ao Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo que foi
aprovado em Conselho de Ministros.

A AEEP reafirmou claramente que não está em causa o corte necessário no orçamento do
Ministério da Educação. Este corte estava, e está, em negociação entre o Ministério e a AEEP.

A principal preocupação da AEEP, a questão de fundo que não é negociável, é a alteração ao

Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo recentemente aprovada pelo Governo que revoga
direitos fundamentais das famílias portuguesas no que concerne à liberdade de escolha de escola.

O diploma do governo:
• revoga os artigos programáticos da lei da gratuitidade do ensino obrigatório
(DL 35/90) que estabelece que o ensino obrigatório deve ser gratuito no ensino
privado ainda que essa gratuitidade dependa das disponibilidades do Estado;

• precariza todas as modalidades contratuais com o ensino privado, tornando

todos os contratos anuais, sem renovação automática, dependentes da
vontade política/administrativa de novo contrato no ano seguinte;

• revoga todos os despachos de financiamento dos contratos simples e dos

contratos de associação;

• revoga o artigo 22.º do Estatuto do Ensino do Ensino Particular e Cooperativo,

impedindo que em situação de manifesta necessidade possa haver qualquer
transferência de urgência para um estabelecimento de ensino privado;

• revoga a obrigação do Estado de considerar o ensino privado no

redimensionamento da rede escolar (DL 108/88);

Direcção Nacional
Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo
Avenida Defensores de Chaves, 32-1º Esq. – 1000-119 LISBOA
Tel: (351) 217 955 390/ 217 990 810 Fax: (351) 217 964 075
aeep@aeep.pt / www.aeep.pt
 • revoga a obrigação de indemnização por cessação não culposa do contrato de
associação (DL 108/88).
A Sra. Ministra foi receptiva aos argumentos da AEEP contra cada um destes pontos.
Esclareceu contudo que o diploma foi aprovado e enviado para promulgação pelo Sr. Presidente
da República pelo que agora o Governo apenas está disponível para negociar os termos de
regulamentação deste novo figurino.

A AEEP reafirmou que:

(i) está disponível para negociar o corte financeiro necessário para acomodar as dificuldades
orçamentais do país, em linha com o corte do orçamento do ME;

(ii) está disponível para negociar a alteração do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo nos
termos do documento que existe no Conselho Nacional de Educação e que resulta de longos
trabalhos realizados no âmbito do extinto Conselho Coordenador do Ensino Particular e
Cooperativo.

Mas, a AEEP não está disponível para negociar O ABATE DA LIBERDADE DE

APRENDER E ENSINAR.

O ensino obrigatório tem de ser gratuito, também no privado, começando pelos mais
desfavorecidos.

Os projectos educativos não são anuais. Não aceitamos que o apoio às famílias fique anualmente
dependente de uma vontade discricionária.

Entretanto, neste momento, aguardamos proposta do Ministério quanto ao financiamento dos

contratos.

Para discutir a situação e decidir as novas medidas a desenvolver, convocamos todos os

associados para uma reunião geral de associados no dia 2 de Dezembro, às 10:30h, no auditório
do Centro de Estudos de Fátima, em Fátima.

A ocasião é grave. Vivemos o maior ataque ao privado desde a regularização democrática,

disfarçado de inevitabilidade financeira. Estaremos todos nesta luta.

Com os melhores cumprimentos,

João Alvarenga
Presidente da Direcção Nacional

Direcção Nacional
Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo
Avenida Defensores de Chaves, 32-1º Esq. – 1000-119 LISBOA
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