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1.

EXAME FÍSICO

A dermatologia é uma especialidade visual, razão pela qual há necessidade de o examinador


contar além da visão direta, com uma lente de aumento e de uma lâmina de microscópio. O
exame necessita ser feito com boa iluminação, de preferência com a luz do dia ou em caso
contrário, que reproduza a luz solar. Às vezes, a iluminação lateral em um ambiente escurecido
também é útil para detectar lesões discretamente elevadas ou deprimidas.

A pele deve ser examinada desde a cabeça até os dedos dos pés, de forma sistemática e de modo
que todas as regiões do tegumento, inclusive as unhas e as mucosas, sejam avaliadas. Não é raro
que o médico encontre lesão da qual o paciente ainda não se apercebera. A distribuição da
afecção cutânea pode seguir um padrão nervoso ou vascular. Além disso, fatores relacionados à
condição médica geral do paciente também podem ser discernidos na pele pela observação de
sinais de envelhecimento, pigmentação, traumatismos, nutrição e higiene. Alterações de cor
relacionadas a condições sistêmicas subjacentes (icterícia, cianose, hiperpigmentação na doença
de Addison, palidez) são importantes para a avaliação.

Em cada região do corpo o exame físico inclui três manobras:

1. Observação dirigida para modificações de cor ou superfície.

2. Toque superficial ou um esfregar suave para perceber alterações de textura, calor e


umidade. A suavidade ou a aspereza da pele depende de fatores como uma queratina normal,
uma hidratação apropriada do estrato córneo e um fluxo sangüíneo cutâneo normal.

3. Palpação para determinar a consistência e a elasticidade da pele, esticando-se o


tegumento entre os dedos. A plasticidade depende da estrutura e da função normais do tecido
conjuntivo e da substância fundamental dérmica.

• As lesões quando necessário devem ser submetidas à limpeza prévia, para remoção de
restos de medicamentos, crostas e escamas.

2. COR DA PELE

A coloração da pele é dada por pigmentos e pelo sangue.

• Na pele normal é a melanina responsável pela tonalidade branca, morena ou preta.

• O sangue quando ocorrendo no interior dos vasos, dá formação à vermelhidão ou à


palidez.

3. LESÕES ELEMENTARES
São modificações do tegumento determinadas por processos inflamatórios, degenerativos,
circulatórios, por tumores, metabólicos ou defeitos de formação.

Classificam-se em:

• Primitivas: aparecem sem ser precedidas de outra alteração macroscópica;

• Secundárias: resultam da evolução de lesões primitivas. Esta diferença tem importância,


pois a lesão primitiva é a expressão original da dermatose e a base ou o ponto de partida para
diagnóstico.

I - Lesões elementares caracterizadas por modificação da cor da pele sem relevo ou


espessamento: manchas e máculas

Mancha e Mácula - É toda a mudança de cor da pele, sem relevo ou espessamento. Pode ser:
rósea ou vermelho-vivo (eritematosa), arroxeada, acastanhada, esbranquiçada, preta ou de outros
tons, na dependência de hiperemia arterial ou venosa, hemorragia cutânea, hiperplasia ou aplasia
vascular, discromia e depósito de substâncias corantes endógenas ou exógenas, nos tecidos
cutâneos. Convencionou-se denominar de Mácula, quando a lesão tem menos de 1 cm (um
centímetro) de diâmetro e de Mancha, quando a lesão tem mais de 1 cm (um centímetro) de
diâmetro.

Tendo em conta a natureza ou o mecanismo de produção:

• vásculo sanguíneas - resultam de alterações do sangue circulante ou dos vasos;

• pigmentares (por discromias) - dependem de pigmentos.

A - MANCHAS VÁSCULO SANGÜÍNEAS

• Manchas resultantes de modificações circulatórias puras

I. Mancha hiperêmica - Causada por vasodilatação em área limitada da pele. Subdivide-se


em:

Ativa ou arterial (eritema ativo): a pele assume coloração vermelho-claro ou rósea, que
desaparece com a pressão da lâmina do microscópio.

Passiva ou venosa: a pele torna-se vermelho-arroxeada (cianose).

II. Mancha isquêmica - Causada por vasoconstrição. Observada na moléstia de Raynaud, na


qual os dedos das mãos ou pés se tornam brancos, insensíveis e frios.
O eritema desaparece quando se faz pressão sobre a pele, o que se percebe mais nitidamente ao
comprimir a mancha com uma lâmina de vidro. Em oposição, as manchas pigmentares e as que
resultam de extravasamento sangüíneo (púrpuras) não desaparecem à vitreo pressão.

• Manchas por modificações circulatórias acompanhadas de inflamação:

Coloração - varia do róseo pálido ao vermelho escuro.

Dimensões e forma:

puntiformes, lenticulares, numulares - dimensões, respectivamente, de uma cabeça de


alfinete, lentilha e moeda;

placa - tamanho da palma da mão, excluindo os dedos;

placar - dimensão de toda a palma da mão;

lençol ou "en naipe" - quando é ainda mais extensa, ou até regional;

eritrodermia - quando o eritema é generalizado, acompanhado de descamação.

anular - quando esmaece no centro e assume forma de anel.

eritema - para indicar mancha hiperêmica de limites imprecisos. Exemplos: eritema em


área eczematosa, eritema da lepra lepromatosa, eritema na face em relação com lesões da
leishmaniose do nariz. É a lesão mais comum em dermatologia.

• Manchas por neoformação vascular

Podem ser:

congênitas - nevos vasculares (hemangiomas planos, estelares, rubis) e telangiectasia


hereditária hemorrágica de Osler;

adquiridas - telangiectasias isoladas ou na rosácea, rádio e radium-dermites. A mais


comum é o hemangioma plano, mancha vermelho-vivo ou eritematoso-arroxeado. As
telangiectasias, freqüente no nariz e vizinhanças, têm vasodilatação e sinuosidades de cor
vermelho-arroxeado ou arroxeado.

• Manchas por aplasia vascular

Resultam de aplasia ou diminuição do número de vasos cutâneos e ocorrem no nevo anêmico de


Voerner. São aparentemente hipocrômicas mas na realidade pálidas, que contrastam com a
coloração rósea da pele circundante. Fazendo vitreo pressão simultânea na mancha e na pele
circunvizinha, os vasos desta são comprimidos e reduzida a quantidade de sangue, assume
aspecto idêntico ao da lesão. Por outro lado, dando algumas palmadas no local das manchas, estas
se tornam mais visíveis em virtude de coloração rósea mais acentuada que a pele circunvizinha
adquire.
• Manchas por extravasamento sangüíneo (na derme) - púrpuras

equimose - aparece após traumatismo da pele, com aspecto de mancha numular ou maior
e regride, lentamente, passando por diversas tonalidades: vermelha, azulada, arroxeada,
esverdeada e amarelada têm tamanho de u’a moeda ou são maiores;

petéquias - quando punctiformes ou lenticulares;

víbices - quando lineares

Não desaparecem à vitreo pressão, pois ocorrido o extravasamento sangüíneo na derme, a


compressão não modifica a situação do sangue extravasado.

B - MANCHAS PIGMENTARES OU COM DISCROMIA

Dependem de pigmento melânico, aumentado ou diminuído, ou de outros, depositados na pele.


As manchas com discromia não desaparecem à vitreo pressão. Podem ser primitivas ou
secundárias: primitivas quando aparecem como primeira manifestação da dermatose e
secundárias quando constituem seqüela.

• Manchas produzidas por excesso de melanina

Possuem coloração acastanhada, escura, azulada ou preta, na dependência da quantidade de


pigmento e do plano em que se encontram na pele: superficial ou profundo.

manchas hipercrômicas ou hiperpigmentadas - quando são circunscritas;

melanodermias - quando difusas. As que resultam de redução, parcial ou total, da


melanina, denominam-se, respectivamente.

• Manchas produzidas por diminuição de melanina

Apresentam-se descoradas, diferenciando-se do nevo anêmico de Voerner pelos recursos antes


referidos.

manchas hipocrômicas - quando a redução é parcial;

acrômicas - quando a redução é total.

leucomelanodermia - presença de hiperpigmentação ao lado de acromia ou hipocromia


(observada no vitiligo).

Podem ser:

CONGÊNITAS (albinismo parcial ou completo, nevo acrômico).


ADQUIRIDAS: sífilis (leucoderma coli, colar de Vênus), lepra, pinta, pitiríase versicolor
dartro volante, pitiríase versicolor acromiante, acromia parasitária de Jeanselme, vitiligo,
leucoderma por agentes químicos (hidroquinona), pós inflamatória (psoríase).

• Manchas constituídas por outros pigmentos

Pigmento sangüíneo, hemossiderótico - depósito de hemossiderina nos histiócitos da


derme. Manchas acastanhadas ou castanho-escuras, de preferência, nos membros inferiores;

Pigmentos metálicos - argila, crisíase, bismutia, hidrargíria, linhas metálicas nas gengivas;

Pigmento carotênico - manchas amarelas nas regiões palmar e plantar e sulco naso-labial,
pelo depósito do pigmento nesses locais, em conseqüência da ingestão de grande quantidade de
alimentos contendo caroteno: cenoura, laranja, gema de ovo, abóbora;

Pigmentação devida a corpos estranhos - manchas artificiais (tatuagens);

Ocronose - pigmentação acastanhada da esclera, cartilagem da orelha e do nariz, e às


vezes da pele, por absorção do ácido homogentisínico;

Icterícia - a cor da pele é amarela e resulta da passagem de bilirrubina no sangue;

Xantoses ou xantocromias do diabetes e do não diabetes - por alteração do metabolismo


dos lipóides, evidenciando-se por manchas amareladas ou outras lesões. Exemplo: xantelasma.

II - Lesões elementares sólidas

• Pápulas - são elevações sólidas circunscritas, superficiais, não ultrapassando 1/2 cm de


diâmetro.

De acordo com o mecanismo de formação ou características histopatológicas, distinguem-se três


variedades de pápulas: epidérmica, dérmica e mista.

• Tubérculos - são elevações sólidas circunscritas, de diâmetro maior que 1/2 cm.

Formam-se na derme, em contraste com os nódulos, que se originam na hipoderme. Sua cor é a
da pele normal ou rosa, eritematosa, arroxeada, acastanhada ou amarelada e a consistência mais
ou menos firme ou mole.

• Nódulos, nodosidades e gomas - formações sólidas, localizam-se na hipoderme, sendo


muitas vezes mais palpáveis que visíveis. podem ter o volume de uma ervilha ou avelã, nódulos,
ou maior, nodosidades. Gomas são nodosidades que tendem ao amolecimento e ulceração,
eliminando substância necrótica. Na sua evolução descrevem-se as seguintes fases: crueza,
amolecimento, ulceração e reparação.
Os nódulos têm cor da pele normal ou são eritematosos ou arroxeados, de consistência firme,
elástica ou mole. Arredondados ou ovais, apresentam limites em geral imprecisos. Podem ou não,
ser espontaneamente dolorosos, isolados ou coalescentes.

• Lesões urticadas - observadas na urticária, estrófulo, moléstia de Duhring-Brocq,


apresentam-se sólidas, achatadas, em planalto, de forma variável: arredondadas, alongadas,
ovalares ou irregulares, com ou sem digitações: em certos casos eritematosas, em outros de
aspecto branco-porcelânico, róseo-claro no contorno, quase sempre pruriginosas. Prurido e
fugacidade das lesões, constituem elementos para sua caracterização. Resultam de edema da
derme.

• Ceratose - o exemplo mais conhecido é o calo. A queratose é modificação circunscrita ou


difusa da espessura da pele, que se torna mais consistente, dura, inelástica, dando ao toque,
sensação de aspereza e rugosidade. Decorre de espessamento mais ou menos pronunciado da
camada córnea. Quando este espessamento é muito acentuado, fala-se em hiperceratose
(exemplo: calosidades ou calos). A queratose da mucosa traduz-se pela lesão esbranquiçada, em
geral em partes mais sujeitas a traumatismos (leucoplasia).

• Vegetações - o exemplo clássico é o das verrugas. Denominam-se vegetações as lesões


sólidas, moles, salientes, cônicas, lobuladas, filiformes ou em couve-flor, com aspecto de
framboesa ou cogumelo (vegetações fungosas). Quando se acompanham de queratose chamam-
se verrucosas, tendo então consistência firme. Nas vegetações desnudas, a camada córnea que
reveste as vegetações tem aspecto normal ou está adelgaçada.

• Espessamento ou infiltração - traduz-se por aumento de consistência e espessura da pele,


que se mantém deprimida e sem acentuação das estrias que normalmente a sulcam; os limites são
imprecisos ou difusos, a cor normal, rósea ou eritematosa. O exemplo mais sugestivo é o
espessamento da lepra lepromatosa.

• Liquenificação - é espessamento da pele, com acentuação das finas estrias que a sulcam
normalmente, resultando quadriculado em rede, de malhas quadradas, losângicas ou poligonais,
de cor em geral acastanhada escura e de extensão variável. Encontra-se nos eczemas
liquenificados, neurodermites, prurigo simples crônico.

• Esclerose - evidencia-se por aumento da consistência da pele, que se apresenta mais


firme, aderente aos planos profundos, difícil de ser pregueada entre os dedos, plana ou
ligeiramente deprimida, com a pigmentação diminuída ou aumentada. É observada na
esclerodermia, dermatosclerose (freqüente no contorno de úlceras varicosas) e quelóide.

• Edema - consiste na distensão da pele que calcada sofre depressão, mais ou menos lenta a
se recompor; a cor da pele é normal, rósea ou esbranquiçada (exemplo:urticária gigante). O
edema pode constituir substrato único da afecção, na urticária e edema de Quincke. Acompanha
muitas outras lesões elementares: por exemplo o edema dos eczemas agudos, concomitante ao
eritema e vesiculação. Na erisipela constitui elemento dominante ao lado do eritema.

III - Lesões elementares de conteúdo líquido


• Vesículas - são coleções líquidas, habitualmente translúcidas, cujas dimensões não
ultrapassam 1/2 cm. Em geral hemisféricas, fazem saliência discreta ou pronunciada; outras vezes
ficam encastradas na pele, (exemplo: disidrose). São isoladas ou confluentes.

• Bolhas - são assim denominadas as elevações circunscritas de conteúdo líquido,


geralmente claro, às vezes turvo ou hemorrágico, que excedem 1/2 cm de diâmetro. Podem ser
muito volumosas, alcançando 2 ou 3 cm de diâmetro no eixo maior, tendo a superfície tensa ou
pregueada. A forma é arredondada ou ovalar. Acabam por romper-se dando vazão ao líquido
contido; muitas vezes persiste um retalho epidérmico de alguns milímetros no contorno da bolha
aberta e sob este retalho pode acumular-se líquido. As bolhas podem ser provocadas por agentes
físicos: frio, calor, luz solar; ou substâncias irritantes, vesicantes ou cáusticas; são observadas em
dermatoses por alergia a medicamentos, plantas, agentes químicos, nos pênfigos, dermatite
polimorfo-dolorosa, pênfigo sifilítico, epidermólise bolhosa e porfirias cutâneas.

• Pústulas - coleções superficiais de pus, têm sede folicular ou extra-folicular, cor amarelada
ou branco-amarelada. São punctiformes ou alcançam 1 a 2 cm de diâmetro. Quanto à forma, são
cônicas, acuminadas, arredondadas ou planas. Podem dar vazão ao conteúdo, que se concreta na
superfície, formando crosta amarelada que recobre uma erosão ou ulceração. Às vezes, o pus
desseca-se sem que a pústula se abra, vindo a eliminar-se ulteriormente. Ao sofrerem involução
deixam cicatriz quando a derme é atingida.

• Abscessos - são coleções purulentas mais ou menos proeminentes e circunscritas, de


tamanho variável, flutuantes, de localização dermo-hipodérmica ou subcutânea, acompanhando-
se freqüentemente de rubor, calor e de dor (abscessos quentes) ou não (abscessos frios).
Exemplos: abscessos múltiplos nos recém-nascidos, hidrosadenites, furúnculos, blastomicose,
actinomicose, abscessos dérmicos, hipodérmicos, linfangíticos ou ganglionares (adenite do cancro
mole).

IV - Soluções de continuidade

• Erosões ou exulcerações - consistem em perda superficial de substância da pele, atingindo


apenas a epiderme; por isso não deixam cicatriz.

As erosões podem ser:

Traumáticas: recebem o nome de escoriações: são quase sempre alongadas, no sentido do


traumatismo ocasionado, por exemplo, pelas unhas, na coçagem. Podem ser encontradas na
pediculose, escabiose, prurigos, eczemas, líquen plano.

Não traumáticas (erosões propriamente ditas) - secundária à rotura de vesículas, bolhas e


pústulas, pápulas (sifílides pápulo-erosivas), balanopostite, cancro sifilítico, monilíase interdigital.

• Ulcerações - são perdas de substância do tegumento, que atingem a derme e curam-se


deixando cicatriz. O nome úlcera é dado à ulceração crônica; fragedênica quando cresce muito em
extensão, e terebrante, em profundidade.
No estudo semiológico das úlceras devem-se considerar: forma, bordas, fundo, profundidade,
dimensões, cor do fundo e da borda, exsudato, consistência, repercussão ganglionar, sintomas
subjetivos; exames laboratoriais para completar a observação, em certas afecções.

• Fissuras ou rágades - denominam-se assim as perdas de substância lineares superficiais ou


profundas, situadas freqüentemente no fundo de dobra ou contorno de orifício natural. Exemplo:
sifílides radiadas peribucais ou rágades peribucais de Parrot, nas lesões com hiperceratoses ou
tilosas, fissuras na lepra.

• Fístulas - com este nome designam-se pertuitos cutâneos ligados a focos de supuração ou
caseosas, pelos quais escoa líquido purulento ou gomoso. Exemplo: fístulas dos micetomas, do
escrofuloderma.

V - Lesões elementares caducas

Denominam-se caducas porque se destacam da superfície cutânea.

1. Escamas - são lâminas epidérmicas secas, que tendem a desprender-se da superfície


cutânea, recordando o aspecto do farelo (escamas furfuráceas ou pitiriásicas), da madrepérola
(escamas psoriásicas), de fragmentos de papel (escamas laminares ou foliáceas) ou de luva e
sandália. Resultam de paraceratose ou queratose.

1. Crostas - resultam da concreção de líquidos (serosidade, pus, sangue), misturados ou não


com detritos celulares na superfície de escoriações, ulcerações, vesículas, bolhas, pústulas;
reproduzem, portanto, a forma destas. A cor é variável, dependendo do exsudato que lhes dá
origem; cor de mel (melicérica), amarelo-esverdeada, acastanhada. Podem ter espessura diferente
e resultar da superposição de várias camadas, assemelhando-se à casca da ostra (rúpia, observada
no ectima e na sífilis). A crosta tem valor semiológico, em geral, restrito, por ser lesão secundária;
deve ser removida para permitir observação completa, principalmente quando recobre
exulceração ou ulceração.

1. Escara ou esfacelo - é uma porção de tecido cutâneo atingido de necrose. O fragmento


mortificado é de cor negra, insensível e separado do tecido são por sulco profundo. Pode ter
dimensão de cabeça de alfinete (sifílides ou tubercúlides pápulo-necróticas) ou apresentar-se em
placa enorme (escaras por endarterite obliterante, cáusticos).

VI - Seqüelas

1. Atrofia - diminuição de espessura da pele, decorre da redução do número e volume dos


elementos constituintes, tornando-se delgada e pregueada. Reserva-se o nome de atrofia
cicatricial à seqüela de dermatose inflamatória que não chega à ulceração.
A atrofia é de origem:

1. biológica - atrofia senil;

1. mecânica - estrias atróficas ou víbices;

1. dependente da ação de agentes físicos - pele de marinheiro, de lavrador; radio-dermites e


radium-dermites.

1. Cicatriz - resulta da reparação conjuntiva e epitelial da pele ulcerada ou destruída, é lisa,


sem sulcos, poros, pêlos e saliências da pele normal; rósea, hipodrômica ou hiperpigmentada,
plana, saliente ou deprimida, móvel ou aderente e retrátil. Tem a forma da lesão da qual se
origina.

Pode assumir aspecto e cor da pele normal ou torna-se retraída, irregular, espessa, saliente e
consistente ao tato: cicatriz queloidiana.

VII - Nevos

São defeitos cutâneos vulgarmente conhecidos pelo nome de sinais, que podem estar presentes
ao nascer (nevos congênitos) ou surgir meses e até muitos anos depois, inclusive na velhice (nevos
tardios, nevos senis). Resultam de formações embrionárias que atingem graus diversos de
desenvolvimento, reproduzindo de modo complexo ou imaturo a estrutura de glândulas e vasos
da pele.

Conforme a natureza, distinguem-se os seguintes nevos:

1. NEVOS PIGMENTARES - São lesões pigmentares cuja cor varia do castanho-claro ao azul-
preto ou preto. Planas ou elevadas, assumem aspecto de mancha, pápula, nódulo pequeno ou
verrugoso. Comumente são pilosos (nevo pigmentar piloso).

1. NEVO ACRÔMICO - É mancha hipocrômica, de limite nítido, contorno freqüentemente


irregular, em geral única e numular. Localiza-se de preferência no tronco ou raiz dos membros, na
nádega. Na mancha, os pêlos conservam cor normal.

Distingue-se do vitiligo pela falta de hiperpigmentação periférica e por não ter nítida
acromia; das manchas despigmentadas da lepra, pela sensibilidade normal e prova da picada
completa. Do nevo anêmico de Voerner diferencia-se porque neste a prova da picada é
incompleta.

1. NEVOS VASCULARES - Resultam da neoformação de vasos, a partir de restos celulares


embrionários. São estudados no grupo dos tumores benignos de origem mesodérmica. Quando se
referem a vasos sanguíneos, chamam-se hemangiomas ou, simplesmente, angiomas; recebem o
nome de linfangiomas as neoformações de vasos linfáticos. Às vezes formam-se na mesma área:
hemolinfangiomas.
1. NEVOS EPITELIAIS - São formados de tecido epitelial, incluindo-se no grupo os nevos
verrucosos. A acroceratose verruciforme e a "dermatosis papulosa nigra" também têm sido
consideradas nevos epiteliais.

1. NEVOS DOS ANEXOS DA PELE

1. Nevo piloso - é comum a existência de pêlos nos nevos pigmentados, sendo, contudo,
raros os nevos pilosos puros, isto é, sem outra alteração da pele. São notados pelo contraste com
a pele vizinha.

1. Nevo comedônico - é também muito raro, é unilateral: dezenas ou centenas de comedões


dispõem-se em faixas de 2 ou mais cm de largura e vários (10 ou mais) de comprimento

1. NEVOS DA DERME E HIPODERME

1. Nevos fibromatosos (nevos moluscos) - constituídos de células e fibras conjuntivas, são


muito moles, não oferecendo resistência ao serem palpados.

1. fibroma ou molusco pêndulo - são sésseis ou pediculados aparecem em jovens porém são
mais freqüente em adultos de mais de 40 anos. Tem aspecto de pápula pequena (1 a 2 mm de
diâmetro) pigmentada ou de formação fina e curta (1 a 2 mm), implantada na pele, especialmente
do pescoço. A cor é normal ou um pouco escura.

1. Nevo neurofibromatoso - como o nome indica é constituído de tecido conjuntivo e de


elementos das fibras nervosas ou da bainha de Schwann. É descrito na neurofibromatose.

1. Nevo lipomatoso - é mole mas oferece certa resistência a compressão.

4. SEMIOLOGIA DOS ANEXOS (GLÂNDULAS SUDORÍPARAS, SEBÁCEAS E FÂNEROS)

I - Afecções das glândulas sudoríparas

Os distúrbios das glândulas sudoríparas exteriorizam-se por alterações, quantitativas ou


qualitativas, da secreção sudoral ou por lesões anatômicas bem definidas.

1. Hiperidrose - aumento da quantidade de suor.

1. Hipoidrose - diminuição da quantidade de suor.

1. Anidrose - ausência de secreção sudoral. Na prática só encontramos localizadamente, já


que a ausência generalizada de suor é incompatível com a vida.

1. Efidrose - aumento circunscrito de suor. Ex.: efidrose palmar, plantar, axilar, etc.

1. Cromidrose - modificação na cor do suor. Cianidrose (suor azul) no uso de azul de metileno
injetável; verde em trabalhadores que manuseiam o cobre; vermelho e amarelo por agentes
bacterianos.

1. Bromidrose - alteração no odor do suor. Suor fétido.


II - Afecções das glândulas sebáceas

As alterações funcionais de ordem quantitativa das glândulas sebáceas, decorrem do excesso de


atividade com aumento de excreção sebácea - seborréia ou esteatorréia - ou de sua diminuição,
determinando secura da pele. A seborréia é muito freqüente e também a acne, na qual se observa
excreção sebácea aumentada e fenômenos inflamatórios em torno da glândula e seu ducto. A
rosácea independe da seborréia.

Nas piodermites estafilocócicas, do comprometimento do folículo e da glândula sebácea, resulta o


furúnculo. Obstrução do folículo pilosebáceo ou a estase sebácea levam à formação de cistos
sebáceos e "milium". Os tumores mais comuns são os ateromas e os adenomas.

Do folículo pilo-sebáceo extrai-se, pela compressão, o chamado filamento seborréico,


esbranquiçado, vermiculado, constituído de gordura, células córneas e germes. Quando mais
espesso e consistente, chama-se comedão.

1. Acne juvenil - afecção das mais comuns em jovens, é muito freqüente na adolescência.

1. dermatológico - localizado preferencialmente na face e porção superior do tórax, a acne


distingui-se pelo polimorfismo: comedões, pápulas, pápulo-pústulas, cicatrizes e, em alguns casos,
nódulos, cistos e abscessos.

1. comedão ("cravo") - é punctiforme, escuro ou preto, freqüentemente fazendo saliência;


situado no folículo, obstrui-lhe a abertura, a modo de rolha, impedindo o escoamento do sebo,
que é gradualmente retido. Espremido entre os dedos é eliminado. É formação alongada, córnea
e sebácea, de cor amarelada e extremidade escura ou quase preta. No interior do comedão da
face encontra-se com muita freqüência, um ácaro, o "Demodex folliculorum".

1. A pápula é rósea ou da cor da pele, centrada ou não pelo comedão, e mede 1, 2 ou mais
mm de diâmetro. Com freqüência é encimada por pústula pequena de 1 a 3 mm.

1. No processo inflamatório profundo formam-se nódulos, abscessos e cistos.

1. Rosácea - Própria do adulto de mais de 30 anos, é mais freqüente em mulher. A sede é a


parte central da face: nariz, região malar, espaço inter-superciliar, mento e bochechas. A princípio
há eritema pouco intenso que pode regredir em algumas semanas, para reaparecer tempo depois,
persistir durante período maior e, por fim, tornar-se permanente. O eritema adquire tonalidade
violácea, surgem telangiectasias (couperose) e, ulteriormente, algumas pápulas e pápulo-pústulas,
hemisféricas ou um pouco acuminadas, de 2 a 4 mm de diâmetro. Espaças e geralmente pouco
numerosas, o número se eleva nos casos graves. O aspecto é, então, semelhante ao da acne, mas
não se observam comedões.

1. Rinofima - ocorre às vezes, em alcoólatras idosos. O nariz torna-se volumoso, vermelho-


arroxeado, com telangiectasias e pápulas apresentando poros bastante dilatados: aspecto de
"casca de laranja". O rinofima é irreversível e não sede com tratamento clínico.
III - Afecções dos fâneros

1. AFECÇÕES DOS PELOS - TRICOSES

Por tricoses entendem-se alterações não parasitárias, congênitas, hereditárias ou adquiridas,


circunscritas, difusas ou generalizadas - da forma, cor e número dos cabelos e pêlos.

A. ALTERAÇÕES NO NÚMERO DE PÊLOS

1. Hipotricose - é a diminuição do número de cabelos e pêlos, desde os primeiros anos de


vida, no couro cabeludo ou demais regiões do tegumento, assumindo graus diferentes de
intensidade.

Na ausência completa de pêlos e cabelos, fala-se em agenesia pilar, para distinguir das
hipotricoses propriamente ditas, em que os pêlos e cabelos existem em número reduzido e, em
geral, atrofiados. Quase sempre essa anomalia vem associada a outras do tegumento, dos dentes
e deformidades ósseas. Bastante rara, a hipotricose é considerada hereditária.

1. Hipertricose - consiste no aumento do número, espessura e cor dos pêlos em desacordo


com a região, idade, sexo.

1. Congênita - resulta da persistência dos pêlos fetais que se desenvolvem excessivamente,


tornando-se mais longos , corados e espessos que os pêlos normais. Localizada, circunscreve-se
a uma parte pequena da pele ou a uma região; generalizada, ocupa todo o tegumento, o que
sucede muito raramente. Essa anomalia, quando muito extensa - envolvendo face e pescoço -
confere aspectos bizarros e monstruosos, registrados na literatura médica (homem cão) ou
exibidos em espetáculos (mulheres barbadas).

Adquirida (hirsutismo) - há crescimento de pêlos, cujas dimensões e coloração excedem as


normais, em áreas que normalmente apresentam apenas lanugem. Ocorre antes da puberdade e
simultaneamente com o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários ou, ainda, na
menopausa. Reveste-se de especial gravidade na mulher, constituindo, pelo seu aspecto viril, sério
prejuízo estético. Os pêlos - longos, espessos e de coloração negra - surgem na face, pescoço,
aréolas mamárias, antebraço, coxas e pernas. Localizam-se, com maior freqüência, na face e
membros.

A hipertricose é, em alguns casos, devida a hipersuprarenalismo, tumores ovarianos viril,


síndrome de Stein-Lowenthal (aumento dos ovários, amenorréia, obesidade e esterilidade),
basofilia pituitária (moléstia de Cushing, acromegalia, distrofia adiposo-genital) ou a regressão
senil após a menopausa.

Alopecia - É a redução adquirida do número de cabelos e pêlos. Pode ser circunscrita,


regional, difusa ou generalizada e universal.
1. Alopecias de causa mecânica

a) dos lactentes - resulta da ação traumatizante do travesseiro sobre o couro cabeludo


dos bebês. Encontra-se com relativa freqüência nas regiões occipital e parietal, onde se dispõe em
faixa. Regride à medida que a criança passa a caminhar.

b) traumática - é encontrada em áreas expostas ao atrito demorado e repetido de vestes e


superfícies resistentes. É mais freqüente nas pernas de indivíduos que cavalgam, vaqueiros,
militares. Com a idade é comum a queda parcial ou total dos pêlos no terço inferior das pernas e
panturrilhas, áreas de contato com meias e calças.

c) limiar frontal - exclusiva da mulher, apresenta-se em faixas ou áreas alongadas de falta


de cabelo, nas regiões frontal, parietal e, mais raramente, occipital. Resulta de tração contínua,
para esticar, repuxar e alisar os cabelos. Na quase totalidade dos casos, trata-se de mulheres
negras ou mestiças e localiza-se na região parietal.

d) Tricotilomania - é o tique de arrancar os próprios cabelos. Paulatinamente formam-se grandes


áreas depiladas, que simulam verdadeiras alopecias. Menos freqüente é o arrancamento de
supercílios. Encontra-se em crianças e adultos neuróticos.

1. Alopecias infecciosas - no decurso de certas infecções ocorre queda de cabelos e pêlos,


principalmente dos primeiros. São encontradas no período secundário da sífilis e na lepra. Nesta
última é muito característica a rarefação dos supercílios completa ou limitada à cauda (madarose
superciliar total ou parcial).

1. Alopecia pós-infecciosa - sobrevém 60 a 75 dias depois do período febril de moléstia


infecciosa - tifo, pneumonia, meningite, escarlatina, gripe - em que febre superior a 38 graus
persistiu mais de 3 dias.

1. Alopecias por agentes físicos - certas doses de raios X têm ação depilatória determinando
alopecia transitória. Na super-dosagem, há radiodermite com alopecia definitiva.

1. Alopecias tóxicas - resultam de ação tóxica de certas substâncias químicas. Exemplo: sais
de tálio, heparina, mostarda nitrogenada e vitamina A.

1. Alopecias cicatriciais - diversas moléstias da pele deixam seqüelas atróficas ou cicatrizes


com perda definitiva de pêlos. O lúpus eritematoso, o favo, e, às vezes, lesões de "kerion Celsi"
determinam alopecia do couro cabeludo, de tipo atrófico-cicatricial. Furúnculos e foliculites de
tipo descalvado, lesões sifilíticas terciárias e blastomicóticas são responsáveis por alopecias
cicatriciais.

Alopecias devidas a distúrbios endócrinos - o desenvolvimento de pelos na face e a


disposição masculino no púbis constituem caracteres sexuais secundários. Não há calvície em
eunucos ou eunucóides. Rarefação ou queda de pêlos, principalmente pubianos e axilares, pode
ocorrer na moléstia de Addison e no hipotireoidismo, e alopecia superciliar da cauda no
hipopituitarismo.
Alopecia em caquéticos - doenças graves tipo AIDS, tuberculose avançada, tumores
malignos, eritematóides agudo, etc. e estado de enfraquecimento orgânico geral - chegam a
causar alopecia generalizada ou difusa, afetando mais intensamente o couro cabeludo.

Alopecia gravídica - na gravidez, e também no puerpério, pode ocorrer alopecia difusa do


couro cabeludo.

Alopecia emocional - há casos de choque emocional seguido de alopecia.

1. Calvície - É alopecia quase exclusiva do homem adulto e raríssima em mulher. Algumas


raças humanas parecem mais predispostas que outras, observando-se menor freqüência em
indivíduos de raças negra e amarela. Distinguem-se cronologicamente 2 tipos: a precoce e a senil.
Esta última inicia-se em geral, na terceira ou quarta década da vida, ao passo que a precoce
começa antes do 20 anos.

Alopecia seborréica - é devido a seborréia do couro cabeludo. Na sua forma seca constitui
o que o leigo denomina de “caspa”.

1. Alopecia areata (Pelada) - a alteração característica é a queda em área, dos cabelos e


pêlos, sem distúrbios subjetivos ou modificação inflamatória ou degenerativa da pele. Raramente
há ligeiro prurido ou ardor que não podem ser atribuídos à pelada. No couro cabeludo processa-se
em áreas circulares, bem regulares, de poucos milímetros a 10 cm de diâmetro ou mais, em
número variável. São patognomônicos os cabelos em ponto de exclamação, situados nas bordas
das áreas e que se apresentam mais corados e mais largos na porção superior.

Pseudo-pelada de Brocq - é alopecia atrofiante, rara, exclusiva do couro cabeludo, de


evolução lenta, incurável. Afeta homens e mulheres, em geral adultos.

B. ALTERAÇÕES DA COR DOS CABELOS E PÊLOS

1. Canície - é o embranquecimento difuso dos cabelos e pêlos. Em geral surge após a terceira
ou quarta década da vida, começando pelas regiões temporais, parietais e mentoniana (canície
senil). Em alguns casos (canície precoce) ocorre logo aos 20 anos, muito raramente antes, estando
aos 30 os cabelos e a barba inteiramente embranquecidos. Na canície precoce há predisposição
familiar.

1. Poliose - em algumas pessoas observam-se áreas ou faixas circunscritas de cabelos


brancos. A distribuição em faixa é mais comum, ocorrendo na região frontal e nuca. Essa anomalia
é hereditária.

1. Albinismo - no albinismo os cabelos apresentam-se inteiramente desprovidos de


pigmento, são finos, de cor clara, quase transparentes. No albinismo parcial as alterações são
circunscritas, ao passo que no albinismo total, cabelos e pêlos apresentam-se despigmentados em
todo o corpo.

1. "Pili annulati" ("leucothrichia annularis") - é anomalia bastante rara, de caráter familiar,


possivelmente hereditária. Caracteriza-se por segmentos de cor diferente, clara e escura,
dispostos alternadamente e com grande regularidade. Existe em todos os cabelos ou apenas nos
de uma região do couro cabeludo.

C. ALTERAÇÕES DA FORMA DOS CABELOS E PÊLOS

1. "Monilethrix” (aplasia moniliforme) - hereditário, é anomalia dos cabelos presente desde o


terceiro mês da vida, muito raramente surge na adolescência. Estreitamentos anulares dispõem-se
com intervalo regular, delimitando dilatações globosas que se alinham em "contas de rosário".

1. "Tricochorrhexis nodosa" - é afecção adquirida dos cabelos e pêlos, na qual estes


apresentam zonas de tumefação globosa que se rompe, dilacerando-se em fibras numerosas.
Admite-se que resulte de tratamento inadequado e repetido dos cabelos e pêlos com tinturas e
loções fixadoras.

1. "Trichonodosis" - consiste na formação de nós ou alças nos cabelos e pêlos. Em geral, em


cada fio forma-se um nó e, algumas vezes, 2 ou 3, resultando encurtamento considerável. A causa
é desconhecida, admitindo-se ações lesivas de agentes químicos ou traumáticos.

1. Tricoptilose ("fragilitas crinium") - é rara. Os cabelos são mais comumente lesados;


todavia, os pêlos das regiões axilar e pubiana também podem ser comprometidos. Apresentam-se
bifurcados na extremidade distal ou com fendilhamento múltiplo, em várias pontas, tendo aspecto
de pincel. A causa mais comum é a ação lesiva exercida pelas lavagens freqüente e repetidas com
água quente e sabonete.

1. "Trichokinesis" ("pili torti") - anomalia familiar, possivelmente hereditária, manifesta-se


desde a primeira infância. Consiste na torção da bainha do cabelo, em forma de parafuso ou
espiral, em torno do eixo longitudinal. Pode ser confundida com a aplasia moniliforme, à qual,
aliás, pode associar-se. Inicia-se entre o primeiro e o segundo ano de vida e chega a desaparecer
inteiramente na puberdade. Mais comum nos cabelos, principalmente da região occipital,
anomalia observada também na barba, cílios e supercílios.

1. "Pili incarnati" - bastante comum o "encravamento" dos pêlos, principalmente no pescoço;


em vez de saírem direta e imediatamente do óstio folicular, estendem-se sob a camada córnea em
trajeto mais ou menos longo, por vezes sinuoso, visível por transparência. Em geral determinam
reação inflamatória, originando foliculites.

1. "Trichostasis spinulosa" - é mais comum no adulto de mais de 40 anos. Localiza-se no


vértex, face, nuca e parte superior do tórax, onde se notam pequenos pontos escuros que, melhor
examinados, se revelam constituídos de grupos de 10 a 50 pêlos, em geral lanuginosos, reunidos
em massa por uma rolha córnea..

B. AFECÇÕES DAS UNHAS - ONICOSES


São afecções ou anomalias das unhas, congênitas ou adquiridas, que se manifestam por alterações
da espessura, extensão, relevo, forma, consistência, cor e adesão, de causa desconhecida ou
determinada por agentes diversos, em ação lesiva sobre a matriz, lâmina ou dobras ungueais. A
lesão das dobras ungueais é denominada paroníquia.

Os agentes determinantes são numerosos e de natureza diversa - químicos, físicos, mecânicos,


infecciosos, parasitários, tumores - e exercem ação isolada ou combinada sobre uma ou várias
partes das unhas. A alteração ungueal tem a expressão diferente conforme a parte afetada -
matriz, lâmina, dobra - e a natureza, modo e tempo de ação do agente lesivo. Isto explica a
diversidade de aspecto observada em conseqüência de ação lesiva do mesmo agente, assim como
a possibilidade de um mesmo tipo de lesão ser determinado por agente diferente.

Os nomes onicose ou onicopatia são dados a toda afecção ou anomalia das unhas; reservam-se os
de onixis (oníquias) às onicoses inflamatórias e de perionixis (paroníquia) a inflamações das dobras
ungueais.

A maioria das onicoses resulta do comprometimento direto da matriz, da própria lâmina ou das
dobras supra-ungueal e lateral.

1. Lesões da matriz - traduzem-se pelo aparecimento de alterações na lâmina ungueal.


Lesada apenas em um ponto e de modo temporário e recidivante, aparecem na lâmina depressões
punctiformes, dispostas em fila (depressões cupuliformes); se o processo é persistente, a lâmina
apresenta sulco longitudinal que pode até dividí-la.

Quando afetada em toda a extensão, de modo temporário e recidivante, aparecem sulcos


transversais (de Beau) na lâmina ungueal; persistindo o comprometimento mais de 6 ou 8 meses
pode observar-se o descolar da unha; outra aparece ao reiniciar-se a atividade geradora da matriz
(unhas em telha). A destruição total acarreta perda da unha, que não mais se renova.

A matriz lesada diminui ou interrompe sua função - determinando os processos distróficos


referidos - ou , ao contrário, entra em hiperfunção, observando-se em conseqüência,
espessamento da lâmina ungueal (escleroníquia) ou de hiperceratose sub-ungueal.

1. Lâmina ungueal - pode ser lesada, primitivamente, por traumatismos, agentes químicos e
infecciosos. Excluídas as alterações de origem traumáticas, as outras em geral começam pela
borda livre da unha.

1. Dobras ungueais - a patologia é semelhante à das pequenas dobras: são afetadas mais
freqüentemente por bactérias e fungos; secundariamente, matriz e lâmina ungueal podem ser
atingidas.

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