Sunteți pe pagina 1din 76

Conselho Missionário Diocesano de Petrópolis

Manual Missionário

Bispo Diocesano - Dom Gregório Paixão


Coordenador - Pe. Jovane da Rosa Carmo

EQUIPE COMIDI

Carlito Lopes de Oliveira Júnior


Daniel Saldanha Pieroni
Diácono Sérgio Aníbal Gonzalez Alonso
Elisabeth Gonçalves Gonzalez
Gabrielli Gomes de Souza
Irmã Adriana da Costa Guilherme – Irmãs Dulcianas
Seminarista Marcelo de Castro Alvarenga
Suzana Tereza Ferreira

“Diocese de Petrópolis em estado permanente de missão”


Produzido em abril de 2019
Apresentação
A missão de Jesus para alcançar toda a humanidade teve o seu ápice na sua morte
redentora e na sua gloriosa ressurreição. Como último legado de sua vida, antes de sua
ascensão, ele nos pediu. “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc
16,15). Desse modo, ele nos convocou para assumir e compartilhar as boas novas com todo o
mundo, a começar pela comunidade onde estamos inseridos.

É dentro desse espírito que o Papa Francisco afirmou: “É necessário que você diga
diariamente para si mesmo: eu sou uma missão nesta terra, e para isso estou neste mundo”.

A missão não é proselitismo ou mera estratégia. A missão é algo imprescindível para


quem escuta a voz do Espírito que sussurra “vem” e “vai”. Quem segue Cristo se torna
missionário e sabe que Jesus “caminha com ele, fala com ele e respira com ele” (EG 266).

O Manual Missionário que você está recebendo visa envolver toda a Diocese de
Petrópolis num grande espírito missionário, e você está sendo chamado para participar desse
momento de profunda alegria.

Como pastor de nossa amada Diocese convoco a todos – padres, diáconos, agentes de
pastoral, religiosos(as), consagrados(as), comunidades, movimentos, seminaristas e todo o
Povo de Deus – a se colocar em missão permanente, pois ser missionário é ter paixão por
Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, paixão pelas pessoas.

Lembro aos párocos que devem eleger e orientar os que vão passar o conteúdo
deste Manual, pois a eles caberá a formação dos missionários. Aqui estão contidos
modelos de fichas de missão, orações de bênção e as indicações das passagens bíblicas
que serão utilizadas nas missões.

Agradeço ao Pe. Jovane da Rosa Carmo pela elaboração desse Manual, assim como a
todos os membros do nosso Conselho Missionário Diocesano (COMIDI).

Confio a Nossa Senhora do Amor Divino, modelo de missionariedade, todos aqueles


que colaborarem com o anúncio do Evangelho de Jesus Cristo e, de coração, concedo a cada
um a bênção apostólica.

Dom Gregório Paixão, OSB


Bispo Diocesano
Sumário
Orientações ao Palestrante .................................................................................... 5
Oração Inicial ........................................................................................................ 6
Oração Final .......................................................................................................... 6
Primeiro Encontro ................................................................................................. 7
Segundo Encontro ............................................................................................... 15
Terceiro Encontro ................................................................................................ 24
Quarto Encontro .................................................................................................. 35
Quinto Encontro .................................................................................................. 40
Sexto Encontro .................................................................................................... 44
Sétimo Encontro .................................................................................................. 48
Anexo 1 - Parte Prática da Missão ...................................................................... 51
Anexo 2 - Orações e Bênçãos ............................................................................. 57
Anexo 3 - Modelo de Ficha para Cadastro Missionário ..................................... 65
Anexo 4 - Plano Missionário Diocesano............................................................. 66
Anexo 5 - Mês Extraordinário das Missões ........................................................ 67
Anexo 6 - Guia de Passagens Bíblicas ................................................................ 68
Anexo 7 - Estatuto do Conselho Missionário Paroquial (COMIPA).................. 74
Orientações ao Palestrante
O Manual do Missionário é como que um guia. Guia este para auxiliar-nos na
missão de fazer Nosso Senhor Jesus Cristo conhecido e amado. Com esse intuito, foi
preparado esse manual para ajudar o formador missionário para preparar aqueles que levarão
a Boa Nova ao próximo, sendo essa ação dever de todo o batizado e máxima ação de caridade.

FORMAÇÃO
Para uma boa vivência, é necessário que o formador escolhido tenha aprendido
o tema a ser ensinado, contido neste Manual, a fim de que seja como a semente que caiu em
solo fértil e germinou. Além disso, o formador pode se usar de outros instrumentos para
complementar o tema, no entanto deve se ater fielmente ao que crê, ensina e professa a Santa
Igreja Católica, sendo assim fiel ao seu fundador, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Os tópicos de cada encontro foram retirados de documentos da Igreja.

ORAÇÃO INICIAL E FINAL


Não há boa missão sem um verdadeiro diálogo com o bom Senhor. Para isso,
deve-se fazer uma oração antes e depois o encontro. O encontro deve começar com a oração
inicial invocando a Santíssima Trindade – em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo –
seguido de Pai Nosso, uma Ave Maria pedindo a intercessão de Nossa Mãe, a oração própria
deste Manual (página 6) e um Glória ao Pai no final.
Já o encerramento pode ser mais breve, findando com a invocação da Santíssima
Trindade, a oração própria deste Manual (página 6) e um Glória ao Pai. A oração própria pode
ser alterada de acordo com a necessidade de vivência do momento.

PARTILHA E PERGUNTAS
Ao fim da formação fica reservado um momento para partilha e perguntas para
nutrir a discussão sobre o assunto proposto e para fixação de conteúdo. Ao fim de cada
Documento Orientador foram separadas perguntas básicas para alimentar a discussão. É
importante salientar que essas perguntas visam tirar dúvidas dos nossos irmãos, sendo
também um momento aberto para as perguntas livres e partilha de testemunhos e
experiências.

5
Oração Inicial
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Pai Nosso. Ave Maria.

ORAÇÃO
Deus de infinita bondade, ouvindo o pedido do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus
Cristo, colocamo-nos em missão pelo Reino desse mesmo Rei. Suplicamos as vossas graças
para dilatar nossos corações e nossas mentes para compreender e amar todo conhecimento
necessário para fazer com que o nome de Nosso Senhor seja amado hoje e sempre, pois Ele é
o Rei de nossos corações e condutor de nossos passos. Ele que convosco vive e reina, na
unidade do Espírito Santo. Amém.

D: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.


R: Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Oração Final
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

ORAÇÃO
Deus de amor e de misericórdia, ao fim desse encontro, agradecemos por vossas
graças e por vosso amor, pedimos que a semente plantada germine e dê frutos de santidade,
caridade, fé e esperança, abandonando, Senhor, o passado de trevas para viver convosco na
Luz de vossa sabedoria e amor, sendo, também, sal da terra e luz do mundo. Por Nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

D: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.


R: Como era no princípio, agora e sempre. Amém

6
Primeiro Encontro
A Missão

(OBS: Cabe àquele que vai expor o tema que propusemos abaixo, fazê-lo por meio de um
esquema adaptado à compreensão dos futuros missionários. O texto que propomos serve
como orientação de conteúdo. Assim, o apresentador deve usar sua criatividade na
transmissão do conteúdo).

ORAÇÃO INICIAL (à página 6)

OBJETIVO DA MISSÃO POPULAR

Quando alguém se coloca a caminho pretende chegar a um lugar, aponta seus


esforços para uma meta concreta. Igualmente nós não podemos empreender todo um trabalho
se não sabemos aonde queremos chegar. É verdade que o fim é sempre o último a ser
atingido, mas deve ser o primeiro na intenção.

Não são duas fases que se desenvolvem uma após a outra, mas são como que as
duas faces de uma mesma moeda; são como que o rosto da Igreja para os nossos tempos, e
nessa tarefa estamos todos empenhados: bispo, padres, diáconos, religiosos e leigos.

O COMIDI pretende mostrar esse rosto da Igreja de Cristo, especialmente no


encontro de nossos fiéis com os irmãos batizados que estão afastados da Igreja. Por isso,
estamos todos decididos a levar Cristo às casas dos que se encontram longe. Ou melhor,
através de nós, Jesus pretende visitar todas as casas de nossas paróquias. Para isso, pensamos
numa estratégia que facilite a ida ao encontro de todos; esse é o sentido, por exemplo, da
setorização de toda a nossa paróquia, pois o que se pretende é chegar a todos, sem distinção.

Assim pensando, vejamos, em alguns tópicos, a identidade clara da missão.

O QUE É MISSÃO

7
Para levar adiante esta tarefa é preciso que a conheçamos em profundidade, saber
qual é a sua identidade, para não confundir com outras coisas que dificultariam sua realização
e sua eficácia.

a. Primeiramente ela é uma profunda experiência de Deus. É este encontro com a


Pessoa de Cristo que determina o ardor missionário e o sentido da missão. Ela se inspira na
própria missão de Jesus de Nazaré e pretende atualizar, no aqui e no agora, esta missão.

b. Ela é instrumento e não fim. Presta um serviço importante à Igreja de Cristo


com objetivos e propostas concretas.

c. É um tempo especial de evangelização e está marcada pelo testemunho e


anúncio do Evangelho. Pretende ajudar os católicos afastados a ver, conhecer, amar Jesus
Cristo, Caminho, Verdade e Vida.

d. É um tempo especial de Missão, feita por numerosos missionários e


missionárias, vindos de nossas próprias comunidades paroquiais, favorecendo assim uma
verdadeira consciência missionária em nosso povo.

e. É um tempo de especial vivência eclesial, favorecendo a identidade da própria


vocação cristã e o relacionamento mais fraterno entre os membros da Igreja.

f. É também um tempo forte para o encontro com as pessoas, estabelecendo, a


partir da experiência com Cristo, o combate à indiferença diante de tantas pessoas que nos
cercam, mostrando um rosto mais próximo de Cristo e da Igreja.

g. Encontrando as pessoas nas casas, ficamos interessados pela situação em que se


encontram e somos solidários com elas.

h. A Missão Popular é norteada por uma atenção aos católicos afastados e por um
amor especial aos mais pobres.

O QUE NÃO É MISSÃO

Será necessário, também, precaver-se de certas ideias que não têm nada a ver com
aquilo que se pretende, de fato, com as missões. A Missão, portanto:

a. Não é um trabalho paralelo, desligado das outras pastorais, movimentos e


grupos, nem um trabalho a mais a ser acrescentado às nossas agendas.

8
b. Não é uma simples pesquisa religiosa para saber como vão os números da vida
eclesial.

c. Não é solução mágica para os problemas pastorais e sociais.

d. Não é uma demonstração de poder e de força da Igreja Católica diante de


outros grupos, seitas e igrejas.

e. Não é mais uma campanha missionária realizada para colocar em atividade


alguns membros da Igreja.

A Missão, a Pessoa e a Espiritualidade


do Missionário

A MISSÃO

A História da Igreja está marcada pela Missão. Os grandes momentos da vida da


Igreja se destacam pelo dinamismo missionário, com figuras extraordinárias de missionários e
missionárias.

Com o Concílio Vaticano II um novo ardor missionário começou a soprar mais


forte na Igreja. Ali foi recordado o papel de todos dentro desta ação, quando se afirmou:
“Todos os fiéis, como membros de Cristo vivo, incorporados e identificados com Ele pelo
Batismo, pela Confirmação, pela Eucaristia, têm o dever de cooperar para a expansão e
dilatação de seu Corpo, para levá-lo quanto antes à plenitude” (cf. Ef 4,13).

Por isso, todos os filhos da Igreja devem ter viva consciência de sua
responsabilidade para com o mundo, devem fomentar em si mesmos o espírito
verdadeiramente católico e consagrar suas forças à obra da evangelização (Ad Gentes n.36).

O compromisso católico, portanto, é fruto da nossa adesão a Cristo e da recepção


dos sacramentos da Iniciação Cristã. Nasce daquilo que somos: chamados à santidade, a
formar um só corpo em Cristo e anunciadores do seu Reino.

O cristão que conhece profundamente sua fé sabe que deve anunciar a Boa Nova
do Evangelho de Jesus Cristo.

9
Na sua carta sobre o Início do Novo Milênio, João Paulo II advertia que hoje
estaríamos diante da necessidade de uma nova missionaridade caracterizada pela consciência
geral da Igreja de que o apelo missionário é para. Assim, todos estariam comprometidos com
a missão. O chamado missionário é para todos e para todas as idades: jovens, adultos, idosos.
Todos são chamados a partilhar seus dons, suas energias. Doentes também encontram aqui
seu espaço. A simples presença deles já é uma presença missionária: eles evangelizam quando
vivem a partir da fé o mistério de seu sofrimento unido ao de Cristo, convidando-nos assim a
darmos um sentido autêntico à vida.

Estamos tendo a oportunidade de um despertar para essa consciência, como


também a possibilidade de nos prepararmos melhor, a fim de sermos mais eficazes em nossa
ação missionária.

Assim convém recordar algumas características importantes acerca da pessoa do


missionário como também de sua espiritualidade. Logicamente são traços que a graça e o
tempo se encarregarão de amadurecer naqueles que se comprometem nessa missão.

A PESSOA DO MISSIONÁRIO

O missionário assume e atualiza a regra de vida dos primeiros missionários,


conforme vemos no evangelho segundo Lc 10,1-11, por isso são pessoas:

a. que vivem o encontro com a pessoa de Jesus hoje, vivo na Igreja:

b. de oração, de intimidade com o Pai (Lc 10,2);

c. que anunciam com coragem a Boa Nova do Evangelho em qualquer ambiente


em que vivem (Lc 10,3). Conhecem a realidade, não são ingênuas, porém, não vão como
lobos no meio dos cordeiros. Não usam métodos violentos; não se apoiam tanto na própria
força, mas na força do Evangelho e do amor para com todos;

d. que procuram viver um estilo de vida simples, despojada, sem confiar no poder
do dinheiro (Lc 10,4);

e. que sabem aproveitar bem o seu tempo, não se ocupando com outras coisas pelo
caminho. Organizam sua vida em função da missão de ir ao encontro dos afastados (Lc 10,4);

10
f. capazes de promover a paz, porque o Evangelho que testemunham é o anúncio
de Alguém que é apresentado como o Príncipe (o promotor) da Paz (Lc 10,6);

g. que visitam, que aceitam a acolhida com gratidão, sem fazer exigências. Não
andam de casa em casa atrás de uma vida cômoda, nem visam interesses pessoais (Lc 10,7);

h. que se dirigem aos afastados, aos desamparados, material e espiritualmente, e


lutam por reintegrá-los no convívio dos irmãos (LC 10,8-9);

i. que não se deixam envolver pelos critérios materialistas e hedonistas de nosso


tempo, contrários ao plano de Deus (Lc 10,10-11). Sabem sacudir a poeira, isto é, rejeitar e
denunciar tudo aquilo que se opõe aos valores do Evangelho;

j. dispostas a receber formação, estudar, assimilar os conteúdos das várias etapas


da Missão Popular. Capazes, ao mesmo tempo, de associarem fidelidade à criatividade;

k. com espírito de colaboração e serviço, são acolhedoras, obedientes às


orientações dadas e solidárias com os sofredores.

ESPIRITUALIDADE DO MISSIONÁRIO

a. O seguimento de Jesus Cristo é prioritário para a pessoa do missionário. Ele se


reconhece discípulo de Cristo. Traz consigo sua mesma paixão: “Devo anunciar a Boa Nova
do Reino de Deus também a outras cidades, porque é para isso que fui enviado” (Lc 4,43).

Portanto sabe que seu tempo, suas forças, seus dons devem estar a serviço da
missão. Não se acomoda, toma a iniciativa. Ele crê no serviço missionário e o realiza com
grande prazer, com gratuidade e humildade.

b. Não esquece sua situação concreta (homem, mulher, jovem, trabalhador,


empregado, desempregado, patrão, solteiro, casado...). É a partir de sua situação de vida que
ele busca ser missionário. Sente-se missionário no seu dia a dia, e não somente quando vai
trabalhar na Missão Popular.

c. É pessoa aberta aos relacionamentos. Procura conhecer as pessoas pelo nome,


preocupa-se por fazer amizade com elas.

11
d. Ama de modo especial aqueles que estão mais desamparados material e
espiritualmente. Aprende pouco a pouco a lidar com as pessoas como elas são, valorizando
tudo de bom que nelas encontra.

e. É capaz de dialogar, sabe escutar, sabe falar na hora certa. Fala de Jesus na hora
certa, para as pessoas certas sem agredir, sem impor.

f. Sabe que em seu trabalho missionário o primeiro anúncio é sempre aquele de


sua vida. Por isso, busca sintonizar sua vida cotidiana com aquela do Cristo e está sempre
atento ao ensinamento da Igreja, afim de que sua vida possa ser hoje uma reprodução da
imagem de Cristo para as pessoas com quem vai encontrar.

g. O missionário se esforça para romper barreiras. Gosta de abrir caminhos novos,


mas sem cair na superficialidade. Sabe tirar lições de vida do passado, vive intensamente o
presente e olha sempre para a frente.

h. O missionário procura ter uma leitura da realidade a partir do Evangelho,


sabendo descobrir e mostrar as ideologias que governam os sistemas de nosso tempo, tão
marcadamente atraídos pelo poder, pelo dinheiro e pelo prazer.

i. O missionário percebe que sem a santidade de vida, sem o desejo forte de uma
vida santa e fiel, cai no perigo do cansaço e até da traição do ideal. E sabe que não pode haver
santidade de vida sem ser discípulo humilde e fiel de Jesus Cristo. Por isso ele quer conhecer
mais de perto a pessoa de Jesus para amá-lo, segui-lo e testemunhá-lo.

j. Sente dentro de si o anseio do apóstolo: “Considero tudo uma perda, diante do


bem superior que é o conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo e
considero tudo como lixo, a fim de ganhar a Cristo e estar com ele” (Fl 3,8). Sente que a
Missão é questão de amor e não um peso.

k. O missionário se sabe responsável pela vida e o crescimento da Igreja. Por isso


dá prioridade às tarefas missionárias: as visitas a pessoas afastadas, a animação das
comunidades para que sejam lugares de verdadeiro encontro com Cristo e com os irmãos, a
ajuda na criação de outras pequenas comunidades. Sua responsabilidade com a Igreja faz com
que seu trabalho não se realize de modo isolado, mas tendo em conta o caráter missionário do
plano pastoral de sua paróquia.

12
l. O estilo de sua atividade é marcado pela alegria. Uma alegria que contagia o
gosto pelo Evangelho e a felicidade de ser cristão. Porque se alimenta da entrega aos outros;
sua alegria é diferente daquela que o mundo oferece.

m. Não se deixa arrastar pelos acontecimentos, ao contrário, procura vivenciá-los


com os critérios que retira da meditação do Evangelho. Pela missão é capaz de fazer renúncias
corajosas e exigentes.

n. O seu modo de agir gera o gosto e o interesse pela Missão da parte daqueles
que fizeram um contato mais prolongado com Jesus Cristo.

Caminhos da Missão
No evangelho segundo São Marcos 2,1-12, narra-se o episódio do paralítico
levado por quatro amigos ao encontro com Jesus, que o libertou definitivamente dos
obstáculos que tinha e que o impediam de viver uma vida plena. Os amigos do paralítico,
desafiados por dificuldades – por causa da numerosa multidão à porta da casa onde Jesus
estava – têm ideia para introduzir o deficiente diante da presença de Jesus.

Nós também temos uma tarefa árdua: tantas pessoas paralisadas na sua fé
precisam se encontrar com Cristo. Nós somos como esses amigos que devem carregá-las para
o encontro com Cristo.

Temos de descobrir os meios, estabelecê-los e colocá-los em prática. Os meios


são meros instrumentos, não são um fim em si mesmos, mas são necessários para facilitar a
realização de nossos objetivos. Todos os métodos devem possibilitar um encontro com Cristo,
e não o dificultar. Tendo presentes esses esclarecimentos, passemos a descrever elementos
que podem nos ajudar a estabelecer uma metodologia para a Missão Popular.

ONDE ACONTECE A MISSÃO

A paróquia sendo a organização mais elementar da Igreja, é o campo a ser


missionado. Por isso, na Missão Popular estão profundamente envolvidos e comprometidos: o
Pároco, o Vigário Paroquial (se houver), o Conselho Pastoral Paroquial e todas as forças vivas
da paróquia.

13
Os Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades participam com o próprio
carisma, colocando-se à disposição da Diocese, para desenvolverem um trabalho ligado à
paróquia.

Todos devem estar imbuídos de uma forte paixão missionária, sem isso é
impossível que a Missão aconteça. O envolvimento de todos favorece uma movimentação
eficaz, intensa, extensa e contagiante.

Para atingir a todos a paróquia deve se organizar em setores. Assim é mais fácil
realizar um trabalho descentralizado, personalizado, valorizando diversos dons que temos em
nossa Diocese. Não se trata de suspender as atividades da paróquia, mas tudo deve estar
impregnado do espírito da missão e as iniciativas próprias dela deverão ser prioritárias.

PARTILHA E PERGUNTAS
1. Como se portar quando o católico afastado teve uma má experiência na comunidade?

2. O que seria a missionaridade na prática?

3. Como deve ser a postura do missionário ao visitar irmãos que foram para outras
igrejas não católicas?

ORAÇÃO FINAL (à página 6)

14
Segundo Encontro
Novo Millennio Ineunte

A SANTIDADE

(OBS: Cabe àquele que vai expor o tema que propusemos abaixo, fazê-lo por meio de um
esquema adaptado à compreensão dos futuros missionários. O texto que propomos serve
como orientação de conteúdo. Assim, o apresentador deve usar sua criatividade na
transmissão do conteúdo).

ORAÇÃO INICIAL (à página 6)

DOCUMENTO ORIENTADOR
Os número 30 ao 41 da Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte do Papa São
João Paulo II orienta-nos sobre a santidade que se requer do cristão missionário. Deixemo-nos
inundar pelas orientações do Santo Padre:

30. Em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para que deve tender
todo o caminho pastoral é a santidade. Não era isso também o objetivo último da indulgência
jubilar, enquanto graça especial oferecida por Cristo para que a vida de cada batizado pudesse
purificar-se e renovar-se profundamente?

Espero que tenham sido tantos, dentre os que participaram no Jubileu, aqueles que
gozaram de tal graça, com plena consciência do seu carácter exigente. Terminado o Jubileu,
volta-se ao caminho ordinário, mas apontar a santidade permanece de forma mais evidente
uma urgência da pastoral.

Assim, é preciso redescobrir, em todo o seu valor programático, o capítulo V da


Constituição dogmática Lumen gentium, intitulado “vocação universal à santidade”. Se os
padres conciliares deram tanto relevo a esta temática, não foi para conferir um toque de

15
espiritualidade à eclesiologia, mas para fazer sobressair a sua dinâmica intrínseca e
qualificativa. A redescoberta da Igreja como “mistério”, ou seja, como “um povo unido pela
unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, não podia deixar de implicar um reencontro
com a sua “santidade”, entendida no seu sentido fundamental de pertença Àquele que é o
Santo por antonomásia, o “três vezes Santo” (cf. Is 6,3). Professar a Igreja como santa
significa apontar o seu rosto de Esposa de Cristo, que a amou entregando-Se por ela
precisamente para a santificar (cf. Ef 5,25-26). Este dom de santidade, por assim dizer, é
oferecido a cada batizado.

Mas, o dom gera, por sua vez, um dever, que há de moldar a existência cristã
inteira: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1 Ts 4,3). É um compromisso que
diz respeito não apenas a alguns, mas “os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados
à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”.

31. A recordação desta verdade elementar, para fazer dela o fundamento da


programação pastoral que nos ocupa ao início do novo milênio, poderia parecer, à primeira
vista, algo de pouco operativo. Pode-se porventura “programar” a santidade? Que pode
significar esta realidade na lógica de um plano pastoral?

Na verdade, colocar a programação pastoral sob o signo da santidade é uma opção


carregada de consequências. Significa exprimir a convicção de que, se o Batismo é um
verdadeiro ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu
Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre, pautada por uma ética
minimalista e uma religiosidade superficial. Perguntar a um catecúmeno: “Queres receber o
Batismo?” Significa ao mesmo tempo pedir-lhe: “Queres fazer-te santo?” Significa colocar na
sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: “Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai
Celeste” (Mt 5,48).

Os caminhos da santidade são variados e apropriados à vocação de cada um.


“Agradeço ao Senhor por me ter concedido, nestes anos, beatificar e canonizar muitos
cristãos, entre os quais numerosos leigos que se santificaram nas condições ordinárias da
vida.” É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta “medida alta” da vida cristã
ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta
direção. Mas é claro também que os percursos da santidade são pessoais e exigem uma
verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos;
deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda

16
pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos
reconhecidos pela Igreja.

A ORAÇÃO

32. Para esta pedagogia da santidade, há necessidade de um cristianismo que se


destaque principalmente pela arte da oração. O ano jubilar foi um ano de oração, pessoal e
comunitária, mais intensa. Mas a oração, como bem sabemos, não se pode dar por suposta; é
necessário aprender a rezar, voltando sempre de novo a conhecer esta arte dos próprios lábios
do divino Mestre, como os primeiros discípulos: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11,1). Na
oração, desenrola-se aquele diálogo com Jesus que faz de nós, seus amigos íntimos:
“Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós” (Jo 15,4). Esta reciprocidade constitui
precisamente a substância, a alma da vida cristã, e é condição de toda a vida pastoral
autêntica. Obra do Espírito Santo em nós, a oração abre-nos, por Cristo e em Cristo, à
contemplação do rosto do Pai. Aprender esta lógica trinitária da oração cristã, vivendo-a
plenamente, sobretudo, na liturgia, meta e fonte da vida eclesial, mas também na experiência
pessoal, é o segredo de um cristianismo verdadeiramente vital, sem motivos para temer o
futuro porque volta continuamente às fontes e aí se regenera.

33. Não será porventura um “sinal dos tempos” que se verifique hoje, não
obstante os vastos processos de secularização, uma generalizada exigência de espiritualidade,
que em grande parte se exprime precisamente numa renovada carência de oração? Também
as outras religiões, já largamente presentes nos países de antiga cristianização, oferecem as
suas respostas a tal necessidade, chegando às vezes a fazê-lo com modalidades cativantes.
Nós que temos a graça de acreditar em Cristo, revelador do Pai e Salvador do mundo, temos
obrigação de mostrar a profundidade a que pode levar o relacionamento com Ele.

A grande tradição mística da Igreja, tanto no Oriente como no Ocidente, é bem


elucidativa a tal respeito, mostrando como a oração pode progredir, sob a forma de um
verdadeiro e próprio diálogo de amor, até tornar a pessoa humana totalmente possuída pelo
Amante divino, sensível ao toque do Espírito, abandonada filialmente no coração do Pai.
Experimenta-se então ao vivo a promessa de Cristo: “Aquele que Me ama será amado por
meu Pai, e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele” (Jo 14,21). Trata-se de um caminho
sustentado completamente pela graça, que, no entanto, requer grande empenhamento
espiritual e conhece também dolorosas purificações (a já referida “noite escura”), mas

17
desemboca, de diversas formas possíveis, na alegria inexprimível vivida pelos místicos como
“união esponsal”. Como não mencionar aqui, entre tantos testemunhos luminosos, a doutrina
de S. João da Cruz e de S. Teresa de Ávila?

As nossas comunidades, amados irmãos e irmãs, devem tornar-se autênticas


“escolas” de oração, onde o encontro com Cristo não se exprima apenas em pedidos de
ajuda, mas também em ação de graças, louvor, adoração, contemplação, escuta, afetos de
alma, até se chegar a um coração verdadeiramente “apaixonado». Uma oração intensa, mas
sem se afastar do compromisso na história: ao abrir o coração ao amor de Deus, aquela o abre
também ao amor dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a história segundo o desígnio
de Deus.

34. Sem dúvida que são chamados de modo particular à oração os fiéis que
tiveram o dom da vocação a uma vida de especial consagração: esta, por sua natureza, torna-
os mais disponíveis para a experiência contemplativa, sendo importante que eles a cultivem
com generoso empenho. Mas seria errado pensar que o comum dos cristãos possa contentar-se
com uma oração superficial, incapaz de encher a sua vida. Sobretudo perante as numerosas
provas que o mundo atual põe à fé, eles seriam não apenas cristãos medíocres, mas “cristãos
em perigo”: com a sua fé cada vez mais debilitada, correriam o risco de acabar cedendo ao
fascínio de sucedâneos, aceitando propostas religiosas alternativas e acomodando-se até às
formas mais extravagantes de superstição.

Por isso, é preciso que a educação para a oração se torne de qualquer modo um
ponto qualificativo de toda a programação pastoral. Eu mesmo propus-me dedicar as
próximas catequeses das quartas-feiras à reflexão sobre os Salmos, começando pelos salmos
das Laudes, a oração pública com que a Igreja nos convida a consagrar e dar sentido aos
nossos dias.

Seria de grande proveito que se diligenciasse com maior empenho nas


comunidades não só religiosas, mas também paroquiais para que o clima fosse permeado de
oração, valorizando com o devido discernimento as formas populares, e, sobretudo, educando
para as formas litúrgicas. A ideia de um dia da comunidade cristã, em que se conjuguem, os
múltiplos compromissos pastorais e de testemunho no mundo, com a celebração eucarística e
mesmo com a reza de Laudes e Vésperas, é talvez mais “pensável” do que se crê. Demonstra-
o a experiência de tantos grupos cristãmente empenhados, mesmo com forte presença laical.

18
A EUCARISTIA DOMINICAL

35. Há de se pôr o máximo empenho na liturgia, “a meta para a qual se encaminha


a ação da Igreja e a fonte donde promana toda a sua força”. No século XX, sobretudo depois
do Concílio, a comunidade cristã cresceu muito no modo de celebrar os Sacramentos,
sobretudo a Eucaristia. É preciso prosseguir nesta direção, dando particular relevo
à Eucaristia dominical e ao próprio domingo, considerado um dia especial de festa, dia do
Senhor ressuscitado e do dom do Espírito, verdadeira Páscoa da semana. Há dois mil anos que
o tempo cristão é marcado pela recordação daquele “primeiro dia depois do sábado”
(Mc 16,2.9; Lc 24, 1; Jo 20,1), quando Cristo ressuscitado trouxe aos Apóstolos o dom da paz
e do Espírito (cf. Jo 20,19-23). A verdade da ressurreição de Cristo é o dado primordial, sobre
o qual se apoia a fé cristã (cf. 1Cor 15,14), um fato que está situado no centro do mistério do
tempo, e prefigura o último dia em que Jesus voltará glorioso. Não sabemos os
acontecimentos que nos reserva este milênio, mas temos a certeza de que ele permanecerá
firmemente nas mãos de Cristo, o “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19,16); e,
celebrando precisamente a sua Páscoa não só uma vez por ano mas todos os domingos, a
Igreja continuará a indicar a cada geração “o eixo fundamental da história, ao qual fazem
referência o mistério das origens e o do destino final do mundo”.

36. Por isso, desejo insistir, na linha do que disse na Carta apostólica Dies
Domini, em que a participação na Eucaristia seja verdadeiramente, para cada batizado, o
coração do domingo: um compromisso irrenunciável, abraçado não só para obedecer a um
preceito mas como necessidade para uma vida cristã verdadeiramente consciente e coerente.
Entramos num milênio caracterizado por uma profunda amálgama de culturas e religiões
mesmo nos países de antiga cristianização. Em muitas regiões, os cristãos são — ou vão-se
tornando — um “pequenino rebanho” (Lc 12,32). Isto coloca-os perante o desafio de
testemunharem com mais força, muitas vezes em condições de solidão e hostilidade, os
aspectos específicos que os identificam. Um deles é a obrigação de participar todos os
domingos na celebração eucarística. Ao congregar semanalmente os cristãos como família de
Deus à volta da mesa da Palavra e do Pão de vida, a Eucaristia dominical é também o antídoto
mais natural contra o isolamento; é o lugar privilegiado, onde a comunhão é constantemente
anunciada e fomentada. Precisamente através da participação eucarística, o dia do
Senhor torna-se também o dia da Igreja, a qual poderá assim desempenhar de modo eficaz a
sua missão de sacramento de unidade.

19
O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO

37. Solicito ainda uma renovada coragem pastoral para, na pedagogia quotidiana
das comunidades cristãs, se propor de forma persuasiva e eficaz a prática do sacramento da
Reconciliação. Em 1984, como recordareis, intervim sobre este tema através da Exortação
pós-sinodal Reconciliatio et paenitentia, na qual foram recolhidos os frutos da reflexão de
uma Assembleia do Sínodo dos Bispos dedicada a esta problemática. Lá, convidava a que se
fizesse todo o esforço para superar a crise do “sentido do pecado», que se verifica na cultura
contemporânea, e, mais ainda, que se voltasse a descobrir Cristo como mysterium pietatis, no
qual Deus nos mostra o seu coração compassivo e nos reconcilia plenamente Consigo. Tal é o
rosto de Cristo que importa fazer redescobrir também através do sacramento da Penitência,
que constitui, para um cristão, “a via ordinária para obter o perdão e a remissão dos seus
pecados graves cometidos depois do Batismo”. Quando o referido Sínodo se debruçou sobre o
tema, estava à vista de todos a crise deste Sacramento, sobretudo em algumas regiões do
mundo. E os motivos que a originaram, não desapareceram neste breve espaço de tempo. Mas
o ano jubilar, que foi caracterizado particularmente pelo recurso à Penitência sacramental,
ofereceu-nos uma estimulante mensagem que não deve ser perdida: se tantos fiéis – jovens
muitos deles – se aproximaram frutuosamente deste Sacramento, provavelmente é necessário
que os Pastores se armem de maior confiança, criatividade e perseverança para o
apresentarem e fazerem-no valorizar. Não devemos render-nos, queridos Irmãos no
sacerdócio, diante de crises temporâneas! Os dons do Senhor – e os Sacramentos contam-se
entre os mais preciosos deles – vêm d'Aquele que bem conhece o coração do homem e é o
Senhor da história.

O PRIMADO DA GRAÇA

38. No âmbito da programação que nos espera, apostar com a maior confiança
numa pastoral que contemple o devido espaço para a oração pessoal e comunitária significa
respeitar um princípio essencial da visão cristã da vida: o primado da graça. Há uma tentação
que sempre insidia qualquer caminho espiritual e também a ação pastoral: pensar que os
resultados dependem da nossa capacidade de agir e programar. É certo que Deus nos pede
uma real colaboração com a sua graça, convidando-nos por conseguinte a investir, no serviço
pela causa do Reino, todos os nossos recursos de inteligência e de ação; mas ai de nós, se
esquecermos que, “sem Cristo, nada podemos fazer” (cf. Jo 15,5).

20
É a oração que nos faz viver nesta verdade, recordando-nos constantemente o
primado de Cristo e, consequentemente, o primado da vida interior e da santidade. Quando
não se respeita este primado, não há que maravilhar-se se os projetos pastorais se destinam ao
falimento e deixam na alma um deprimente sentido de frustração. Repete-se então conosco
aquela experiência dos discípulos narrada no episódio evangélico da pesca miraculosa:
“Trabalhámos durante toda a noite e nada apanhamos” (Lc 5,5). Esse é o momento da fé, da
oração, do diálogo com Deus, para abrir o coração à onda da graça e deixar a palavra de
Cristo passar por nós com toda a sua força: Duc in altum! Na pesca de então, foi Pedro que
disse a palavra de fé: “À tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5). Neste início de milênio, seja
permitido ao Sucessor de Pedro convidar toda a Igreja a este ato de fé, que se exprime num
renovado compromisso de oração.

ESCUTA DA PALAVRA

39. Não há dúvida que este primado da santidade e da oração só é concebível a


partir de uma renovada escuta da palavra de Deus. Desde o Concílio Vaticano II, que
assinalou o papel proeminente da palavra divina na vida da Igreja, muito se avançou
certamente na escuta assídua e na leitura atenta da Sagrada Escritura. Foi-lhe garantido o
lugar de honra que merece na oração pública da Igreja. A ela recorrem já em larga medida os
indivíduos e as comunidades, e há muitos entre os próprios fiéis leigos que dela se ocupam,
habilitados com a ajuda preciosa de estudos teológicos e bíblicos. E sobretudo há a obra da
evangelização e da catequese que se tem revitalizado precisamente pela atenção à palavra de
Deus. É preciso, amados irmãos e irmãs, consolidar e aprofundar esta linha, inclusive com a
difusão do livro da Bíblia nas famílias. De modo particular é necessário que a escuta da
Palavra se torne um encontro vital, segundo a antiga e sempre válida tradição da lectio
divina: esta permite ler o texto bíblico como palavra viva que interpela, orienta, plasma a
existência.

ANÚNCIO DA PALAVRA

40. Alimentar-nos da Palavra para sermos “servos da Palavra” no trabalho da


evangelização: tal é, sem dúvida, uma prioridade da Igreja ao início do novo milênio. Deixou
de existir, mesmo nos países de antiga evangelização, a situação de “sociedade cristã” que,

21
não obstante as muitas fraquezas que sempre caracterizam tudo o que é humano, tinha
explicitamente como ponto de referência os valores evangélicos. Hoje tem-se de enfrentar
com coragem uma situação que se vai tornando cada vez mais variada e difícil com a
progressiva mistura de povos e culturas que caracteriza o novo contexto da globalização. Ao
longo destes anos, muitas vezes repeti o apelo à nova evangelização; e faço-o agora uma vez
mais para inculcar sobretudo que é preciso reacender em nós o zelo das origens, deixando-nos
invadir pelo ardor da pregação apostólica que se seguiu ao Pentecostes. Devemos reviver em
nós o sentimento ardente de Paulo que o levava a exclamar: “Ai de mim se não evangelizar!”
(1Cor 9,16).

Esta paixão não deixará de suscitar na Igreja uma nova missionariedade, que não
poderá ser delegada a um grupo de “especialistas”, mas deverá corresponsabilizar todos os
membros do povo de Deus. Quem verdadeiramente encontrou Cristo, não pode guardá-Lo
para si; tem de O anunciar. É preciso um novo ímpeto apostólico, vivido com o compromisso
diário das comunidades e grupos cristãos. Que isso se faça, porém, no devido respeito pelo
caminho próprio de cada pessoa e com atenção pelas diferentes culturas em que deve ser
semeada a mensagem cristã, para que os valores específicos de cada povo não sejam
renegados, mas purificados e levados à sua plenitude.

O cristianismo do terceiro milênio deverá responder cada vez melhor a


esta exigência de inculturação. Permanecendo o que é, na fidelidade total ao anúncio
evangélico e à tradição eclesial, o cristianismo assumirá também o rosto das diversas culturas
e dos vários povos onde for acolhido e se radicar. Ao longo do ano jubilar, pudemos saborear
de modo especial a beleza deste rosto pluriforme da Igreja. Talvez seja só um início, um ícone
apenas esboçado do futuro que o Espírito de Deus nos prepara.

Cristo há de ser proposto a todos com confiança. A proposta seja feita aos adultos,
às famílias, aos jovens, às crianças, sem nunca esconder as exigências mais radicais da
mensagem evangélica, mas adaptando-a, a nível de sensibilidade e linguagem, à situação de
cada um, segundo o exemplo de Paulo que afirmava: “Fiz-me tudo para todos, para salvar
alguns a todo o custo” (1Cor 9,22). Ao recomendar tudo isto, penso particularmente
à pastoral juvenil. Precisamente vindo dos jovens, o Jubileu, como acima recordei,
presenteou-nos com um testemunho de generosa disponibilidade. Temos de saber valorizar
resposta tão consoladora, investindo aquele entusiasmo como um novo talento (cf. Mt 25,15)
que o Senhor colocou nas nossas mãos para fazê-lo frutificar.

22
41. Nesta missionariedade confiante, empreendedora e criativa, sirva-nos de
estímulo e orientação o exemplo luminoso de tantas testemunhas da fé que o Jubileu nos fez
recordar. A Igreja encontrou sempre, nos seus mártires, uma semente de vida. “Sanguis
martyrum, semen christianorum»: esta célebre “lei” enunciada por Tertuliano, sujeita à prova
da história, sempre se mostrou verdadeira. Porque não haveria de o ser também neste século e
neste milênio? Talvez estivéssemos um pouco habituados a ver os mártires de longe, como se
se tratasse de uma categoria do passado associada especialmente com os primeiros séculos da
era cristã. A comemoração jubilar descerrou-nos um cenário surpreendente, mostrando o
nosso tempo particularmente rico de testemunhas, que souberam, ora de um modo ora doutro,
viver o Evangelho em situações de hostilidade e perseguição até darem muitas vezes a prova
suprema do sangue. Neles, a palavra de Deus, semeada em terra boa, produziu o cêntuplo
(cf. Mt 13,8.23). Com o seu exemplo, indicaram-nos e de certo modo aplanaram-nos a estrada
do futuro. A nós, resta-nos apenas seguir, com a graça de Deus, as suas pegadas.

PARTILHA E PERGUNTAS
1. Como viver verdadeiramente o chamado à santidade no meio familiar?

2. O que é a lectio divina?

3. Como deve ser a postura orante no trabalho e em outros meios sociais?

ORAÇÃO FINAL (à página 6)

23
Terceiro Encontro
Novo Millennio Ineunte

UMA ESPIRITUALIDADE DE COMUNHÃO

(OBS: Cabe àquele que vai expor o tema que propusemos abaixo, fazê-lo por meio de um
esquema adaptado à compreensão dos futuros missionários. O texto que propomos serve
como orientação de conteúdo. Assim o apresentador deve usar sua criatividade na
transmissão do conteúdo).

ORAÇÃO INICIAL (à página 6)

DOCUMENTO ORIENTADOR
Continuemos a exposição da Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, do Papa
São João Paulo II:

UMA ESPIRITUALIDADE DE COMUNHÃO

43. Fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão: eis o grande desafio que nos
espera, se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais
profundas do mundo.

Que significa isto em concreto? Também aqui o nosso pensamento poderia fixar-
se imediatamente na ação, mas seria errado deixar-nos levar por tal impulso. Antes de
programar iniciativas concretas, é preciso promover uma espiritualidade da comunhão,
elevando-a ao nível de princípio educativo em todos os lugares onde se plasma o homem e o

24
cristão, onde se educam os ministros do altar, os consagrados, os agentes pastorais, onde se
constroem as famílias e as comunidades.

Espiritualidade da comunhão significa em primeiro lugar ter o olhar do coração


voltado para o mistério da Trindade, que habita em nós e cuja luz há de ser percebida também
no rosto dos irmãos que estão ao nosso redor. Espiritualidade da comunhão significa também
a capacidade de sentir o irmão de fé na unidade profunda do Corpo místico, isto é, como “um
que faz parte de mim», para saber partilhar as suas alegrias e os seus sofrimentos, para intuir
os seus anseios e dar remédio às suas necessidades, para oferecer-lhe uma verdadeira e
profunda amizade. Espiritualidade da comunhão é ainda a capacidade de ver antes de mais
nada o que há de positivo no outro, para acolhê-lo e valorizá-lo como dom de Deus: um “dom
para mim», como o é para o irmão que diretamente o recebeu. Por fim, espiritualidade da
comunhão é saber “criar espaço” para o irmão, levando “os fardos uns dos outros” (Gl 6,2) e
rejeitando as tentações egoístas que sempre nos insidiam e que geram competição, arrivismo,
suspeitas, ciúmes. Não haja ilusões! Sem esta caminhada espiritual, de pouco servirão os
instrumentos exteriores da comunhão. Revelar-se-iam mais como estruturas sem alma,
máscaras de comunhão, do que como vias para a sua expressão e crescimento.

44. Posto isto, este século há de ver-nos empenhados mais intensamente na


valorização e desenvolvimento dos setores e instrumentos que, segundo as grandes diretrizes
do Concílio Vaticano II, servem para assegurar e garantir a comunhão. Como não pensar, em
primeiro lugar, a dois serviços específicos de comunhão que são o ministério petrino e,
intimamente ligada com ele, a colegialidade episcopal? Trata-se de duas realidades que têm o
seu fundamento e consistência no próprio desígnio de Cristo sobre a Igreja, mas por isso
mesmo necessitam de uma verificação contínua que assegure a sua autêntica inspiração
evangélica.

Depois do Concílio Vaticano II, já muito se fez nomeadamente quanto à reforma


da Cúria Romana, à organização dos Sínodos, ao funcionamento das Conferências Episcopais;
mas certamente há ainda muito que fazer para valorizar o melhor possível as potencialidades
destes instrumentos da comunhão, hoje particularmente necessários tendo em vista a
exigência de dar resposta pronta e eficaz aos problemas que a Igreja tem de enfrentar nas
rápidas mudanças do nosso tempo.

25
45. Os espaços da comunhão hão de ser aproveitados e promovidos dia a dia, a
todos os níveis, no tecido da vida de cada Igreja. Nesta, a comunhão deve resplandecer nas
relações entre Bispos, presbíteros e diáconos, entre Pastores e o conjunto do povo de Deus,
entre clero e religiosos, entre associações e movimentos eclesiais. Para isso, devem-se
valorizar cada vez mais os organismos de participação previstos no direito canônico, tais
como os Conselhos Presbiterais e Pastorais. Como se sabe, estes não se regem pelos critérios
da democracia parlamentar, porque operam por via consultiva, e não deliberativa; mas não é
por isso que perdem o seu sentido e importância. É que a teologia e a espiritualidade da
comunhão inspiram uma recíproca e eficaz escuta entre Pastores e fiéis, que por um lado os
mantém unidos a priori em tudo o que é essencial, e por outro fá-los confluir normalmente
para decisões ponderadas e compartilhadas mesmo naquilo que é opinável.

Com tal finalidade, é preciso assumir aquela antiga sabedoria que, sem prejudicar
em nada o papel categorizado dos Pastores, procurava incentivá-los à mais ampla escuta de
todo o povo de Deus. É significativo o que S. Bento lembra ao abade do mosteiro, ao convidá-
lo a consultar também os mais novos: “É frequente o Senhor inspirar a um mais jovem um
parecer melhor”. E São Paulino de Nola exorta: “Dependemos dos lábios de todos os fiéis,
porque, em cada fiel, sopra o Espírito de Deus”.

Desta forma, se a ciência jurídica, ao estabelecer normas precisas de participação,


manifesta a estrutura hierárquica da Igreja e esconjura tentações de arbítrio e injustificadas
pretensões, a espiritualidade da comunhão confere uma alma ao dado institucional, ao
aconselhar confiança e abertura que corresponde plenamente à dignidade e responsabilidade
de cada membro do povo de Deus.

A VARIEDADE DAS VOCAÇÕES

46. Esta perspectiva de comunhão está intimamente ligada à capacidade que tem a
comunidade cristã de dar espaço a todos os dons do Espírito. A unidade da Igreja não é
uniformidade, mas integração orgânica das legítimas diversidades; é a realidade de muitos
membros unidos num só corpo, o único Corpo de Cristo (cf. 1Cor 12,12). Por isso, é
necessário que a Igreja do terceiro milênio estimule todos os batizados e crismados a tomarem
consciência da sua própria e ativa responsabilidade na vida eclesial. Ao lado do ministério

26
ordenado, podem florescer outros ministérios — instituídos ou simplesmente reconhecidos —
em proveito de toda a comunidade ajudando-a nas suas diversas necessidades: desde a
catequese à animação litúrgica, desde a educação dos jovens às várias expressões da caridade.

Um generoso empenho certamente há de ser posto — sobretudo através de uma


oração insistente ao Senhor da messe (cf. Mt 9,38) — na promoção das vocações ao
sacerdócio e de especial consagração. Trata-se de um problema de grande importância para a
vida da Igreja em todo o mundo. Mas, em alguns países de antiga evangelização, tal problema
tornou-se dramático devido à alteração do contexto social e à aridez religiosa causada pelo
consumismo e secularismo. É necessário e urgente estruturar uma vasta e capilar pastoral das
vocações, que envolva as paróquias, os centros educativos, as famílias, suscitando uma
reflexão mais atenta sobre os valores essenciais da vida, cuja síntese decisiva está na resposta
que cada um é convidado a dar ao chamamento de Deus, especialmente quando esta pede a
total doação de si mesmo e das próprias forças à causa do Reino.

Neste contexto, aparece em todo o seu valor cada uma das restantes vocações,
radicadas na riqueza da vida nova recebida no sacramento do Batismo. Em particular, há que
descobrir cada vez melhor a vocação própria dos fiéis leigos, que são chamados, enquanto
tais, a “procurar o Reino de Deus, tratando das realidades temporais e ordenando-as segundo
Deus», e têm também “um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro povo de Deus,
na Igreja e no mundo [...], com a sua ação para evangelizar e santificar os homens”.

Nesta mesma linha, reveste uma grande importância para a comunhão o dever
de promover as várias realidades agregativas, que, tanto nas suas formas mais tradicionais
como nas mais recentes dos movimentos eclesiais, continuam a dar à Igreja uma grande
vitalidade que é dom de Deus e constitui uma autêntica “primavera do Espírito”. É, sem
dúvida, necessário que associações e movimentos, tanto a nível da Igreja universal como das
Igrejas particulares, atuem em plena sintonia eclesial e obediência às diretrizes autorizadas
dos Pastores. Mas, a todos é dirigida, de forma exigente e peremptória, a advertência do
Apóstolo: “Não extingais o Espírito, não desprezeis as profecias. Examinai tudo e retende o
que for bom” (1Ts 5,19-21).

47. Deve ser assegurada também uma especial atenção à pastoral da família,
ainda mais necessária na época atual, que registra uma crise generalizada e radical desta
instituição fundamental. Na visão cristã do matrimônio, a relação entre um homem e uma

27
mulher – relação recíproca e total, única e indissolúvel – corresponde ao desígnio originário
de Deus, o qual, ofuscado na história pela “dureza do coração», foi restaurado no seu
esplendor primordial por Cristo, mostrando o que Deus quis “ao princípio” (Mt 19,8). No
matrimônio elevado à dignidade de Sacramento, está expresso o “grande mistério” do amor
esponsal de Cristo pela sua Igreja (cf. Ef 5,32).

Sobre este ponto, a Igreja não pode ceder às pressões de determinada cultura,
ainda que generalizada e por vezes agressivas. Ao contrário, é preciso fazer com que, por
meio de uma educação evangélica sempre mais completa, as famílias cristãs ofereçam um
exemplo persuasivo da possibilidade de um matrimônio vivido de forma plenamente
congruente com o desígnio de Deus e com as verdadeiras exigências da pessoa humana – a
pessoa dos esposos e, sobretudo, a pessoa mais frágil dos filhos. As próprias famílias hão de
estar cada vez mais conscientes da atenção que é devida aos filhos, tornando-se sujeitos
ativos, na Igreja e na sociedade, com uma presença eficaz na defesa dos seus direitos.

O EMPENHO ECUMÊNICO

48. Depois, como não mencionar a urgência de fomentar a comunhão no âmbito


delicado do empenho ecumênico? Infelizmente, os tristes legados do passado vão
acompanhar-nos ainda para além do limiar do milênio. A celebração jubilar registou algum
sinal verdadeiramente profético e tocante, mas há ainda tanto caminho a percorrer!

Na realidade, o Grande Jubileu, levando-nos a fixar o olhar em Cristo, fez-nos


tomar mais viva consciência da Igreja como mistério de unidade. “Creio na Igreja uma”: isto
que afirmamos na profissão de fé, tem o seu fundamento último em Cristo, no Qual a Igreja
não está dividida (cf. 1Cor 1,11-13). Enquanto Corpo de Cristo, na unidade realizada pelo
dom do Espírito, a Igreja é indivisível. A realidade da divisão forma-se no terreno da história,
nas relações entre os filhos da Igreja, em consequência da fragilidade humana para acolher o
dom que continuamente dimana de Cristo-Cabeça para o seu Corpo místico. A oração de
Jesus no Cenáculo – “que todos sejam um; como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti, que
também eles estejam em Nós” (Jo 17,21) – é simultaneamente revelação e invocação. Revela-
nos a unidade de Cristo com o Pai, como lugar central da unidade da Igreja e dom perene que
ela receberá misteriosamente d'Ele até ao fim dos tempos. Esta unidade, que não deixa de

28
realizar-se concretamente na Igreja Católica, apesar dos limites próprios do ser humano,
manifesta-se também, em diversa medida, nos numerosos elementos de santificação e de
verdade que se encontram no seio das outras Igrejas e Comunidades eclesiais; tais elementos,
enquanto dons próprios da Igreja de Cristo, impele-as incessantemente para a unidade plena.

A oração de Jesus lembra-nos que este dom precisa de ser acolhido e fomentado
de maneira sempre mais profunda. A invocação “ut unum sint” é simultaneamente imperativo
que nos obriga, força que nos sustenta, salutar censura à nossa preguiça e mesquinhez de
coração. É sobre a oração de Jesus, não sobre as nossas capacidades, que assenta a confiança
de poder chegar, também na história, à comunhão plena e visível de todos os cristãos.

Nesta perspectiva de renovado caminho pós-jubilar, olho com grande esperança


para as Igrejas do Oriente, esperando que retorne plenamente aquela permuta de dons que
enriqueceu a Igreja do primeiro milênio. A lembrança do tempo em que a Igreja respirava
com “dois pulmões”, estimule os cristãos do Oriente e do Ocidente a caminharem juntos, na
unidade da fé e no respeito das legítimas diferenças, aceitando-se e ajudando-se uns aos
outros como membros do único Corpo de Cristo.

Com idêntico empenho há de ser cultivado o diálogo ecuménico com os irmãos e


irmãs da Comunhão Anglicana e das Comunidades eclesiais nascidas da Reforma. O
confronto teológico sobre pontos essenciais da fé e da moral cristã, a colaboração na caridade
e sobretudo o grande ecumenismo da santidade não deixarão, com a ajuda de Deus, de
produzir os seus frutos no futuro. Entretanto, prossigamos confiadamente pelo caminho,
suspirando pelo momento em que poderemos, com todos os discípulos de Cristo sem
excepção, cantar juntos com toda a nossa voz: “Como é bom e agradável viverem os irmãos
em harmonia!” (Sl 133-132,1).

A CARIDADE FRATERNA

49. Partindo da comunhão dentro da Igreja, a caridade abre-se, por sua natureza,
ao serviço universal, frutificando no compromisso de um amor ativo e concreto por cada ser
humano. Este âmbito qualifica de modo igualmente decisivo a vida cristã, o estilo eclesial e a
programação pastoral. É de se esperar que o século e o milênio que estão a começar hão de
ver a dedicação a que pode levar a caridade para com os mais pobres. Se verdadeiramente
29
partimos da contemplação de Cristo, devemos saber vê-Lo sobretudo no rosto daqueles com
quem Ele mesmo Se quis identificar: “Porque tive fome e destes-Me de comer, tive sede e
destes-Me de beber; era peregrino e recolhestes-Me; estava nu e destes-Me de vestir; adoeci e
visitastes-Me; estive na prisão e fostes ter Comigo” (Mt 25,35-36). Esta página não é um
mero convite à caridade, mas uma página de cristologia que projeta um feixe de luz sobre o
mistério de Cristo. Nesta página, não menos do que o faz com a vertente da ortodoxia, a Igreja
mede a sua fidelidade de Esposa de Cristo.

É certo que ninguém pode ser excluído do nosso amor, uma vez que, “pela sua
encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-Se de certo modo a cada homem»; mas, segundo as
palavras inequivocáveis do Evangelho que acabamos de referir, há na pessoa dos pobres uma
especial presença de Cristo, obrigando a Igreja a uma opção preferencial por eles. Através
desta opção, testemunha-se o estilo do amor de Deus, a sua providência, a sua misericórdia, e
de algum modo continua-se a semear na história aqueles gérmenes do Reino de Deus que
foram visíveis na vida terrena de Jesus, ao acolher a quantos recorriam a Ele para todas as
necessidades espirituais e materiais.

50. No nosso tempo, de fato, são muitas as necessidades que interpelam a


sensibilidade cristã. O nosso mundo começou o novo milênio, carregado com as contradições
de um crescimento econômico, cultural e tecnológico que oferece grandes possibilidades a
poucos afortunados e deixa milhões e milhões de pessoas não só à margem do progresso, mas
a braços com condições de vida muito inferiores ao mínimo que é devido à dignidade
humana. Como é possível que ainda haja, no nosso tempo, quem morra de fome, quem esteja
condenado ao analfabetismo, quem viva privado dos cuidados médicos mais elementares,
quem não tenha uma casa onde abrigar-se?

E o cenário da pobreza poderá ampliar-se indefinidamente, se às antigas pobrezas


acrescentarmos as novas que frequentemente atingem mesmo os ambientes e categorias
dotados de recursos econômicos, mas sujeitos ao desespero da falta de sentido, à tentação da
droga, à solidão na velhice ou na doença, à marginalização ou à discriminação social. O
cristão, que se debruça sobre este cenário, deve aprender a fazer o seu ato de fé em Cristo,
decifrando o apelo que Ele lança a partir deste mundo da pobreza. Trata-se de dar
continuidade a uma tradição de caridade, que já teve inumeráveis manifestações nos dois
milênios passados, mas que hoje requer, talvez, ainda maior capacidade inventiva. É hora de
uma nova “fantasia da caridade», que se manifeste não só nem sobretudo na eficácia dos
30
socorros prestados, mas na capacidade de pensar e ser solidário com quem sofre, de tal modo
que o gesto de ajuda seja sentido, não como esmola humilhante, mas como partilha fraterna.

Por isso, devemos procurar que os pobres se sintam, em cada comunidade cristã,
como “em sua casa”. Não seria, este estilo, a maior e mais eficaz apresentação da boa nova do
Reino? Sem esta forma de evangelização, realizada através da caridade e do testemunho da
pobreza cristã, o anúncio do Evangelho – e este anúncio é a primeira caridade – corre o risco
de não ser compreendido ou de afogar-se naquele mar de palavras que a atual sociedade da
comunicação diariamente nos apresenta. A caridade das obras garante uma força
inequivocável à caridade das palavras.

OS DESAFIOS DE HOJE

51. E como ficar indiferentes diante das perspectivas de um desequilíbrio


ecológico, que torna inabitáveis e hostis ao homem vastas áreas do planeta? Ou face
aos problemas da paz, frequentemente ameaçada com o íncubo de guerras catastróficas? Ou
frente ao vilipêndio dos direitos humanos fundamentais de tantas pessoas, especialmente das
crianças? Muitas são as urgências, a que o espírito cristão não pode ficar insensível.

Um especial empenho deve colocar-se em alguns aspectos da radicalidade


evangélica que frequentemente são menos compreendidos, chegando a tornar-se impopular a
intervenção da Igreja, mas isso não pode fazer com que estejam menos presentes na agenda
eclesial da caridade. Refiro-me à obrigação de se empenhar pelo respeito da vida de cada ser
humano, desde a concepção até ao seu ocaso natural. De igual modo, o serviço ao homem
obriga-nos a gritar, oportuna e inoportunamente, que todos os que lançam mão das novas
potencialidades da ciência, principalmente no âmbito das biotecnologias, não podem jamais
descurar as exigências fundamentais da ética, fazendo apelo a uma discutível solidariedade
que acaba por discriminar vidas entre si, com desprezo pela dignidade própria de cada ser
humano.

Para a eficácia do testemunho cristão, especialmente nestes âmbitos delicados e


controversos, é importante fazer um grande esforço para explicar adequadamente os motivos
da posição da Igreja, sublinhando sobretudo que não se trata de impor aos não crentes uma
perspectiva de fé, mas de interpretar e defender valores radicados na própria natureza do ser
31
humano. A caridade tomará então necessariamente a forma de serviço à cultura, à política, à
economia, à família, para que em toda a parte sejam respeitados os princípios fundamentais de
que depende o destino do ser humano e o futuro da civilização.

52. Tudo isto há de ser naturalmente realizado com um estilo especificamente


cristão: compete sobretudo aos leigos, no cumprimento da vocação que lhes é própria,
fazerem-se presentes nestas tarefas sem nunca ceder à tentação de reduzir as comunidades
cristãs a agências sociais. De modo particular, o relacionamento com a sociedade civil deverá
verificar-se no respeito da sua autonomia e competência, segundo os ensinamentos propostos
pela doutrina social da Igreja.

É conhecido o esforço que o Magistério eclesial tem realizado, sobretudo no


século XX, para ler a realidade social à luz do Evangelho e oferecer de forma cada vez mais
concreta e orgânica o seu contributo para a solução da questão social, hoje alargada à escala
planetária.

Esta vertente ético-social é uma dimensão imprescindível do testemunho cristão:


há que rejeitar a tentação de uma espiritualidade intimista e individualista, que dificilmente se
coaduna com as exigências da caridade, com a lógica da encarnação e, em última análise, com
a própria tensão escatológica do cristianismo. Se esta tensão nos torna conscientes do carácter
relativo da história, não o faz para nos desinteressarmos do dever de a construir. A tal
respeito, continua sempre atual o ensinamento do Concílio Vaticano II: “A mensagem cristã
não afasta os homens da tarefa de construir o mundo, nem os leva a desatender o bem dos
seus semelhantes, mas, antes, os obriga ainda mais a realizar essas atividades”.

UM SINAL CONCRETO

53. Para dar um sinal desta dimensão da caridade e da promoção humana, que se
funda nas exigências íntimas do Evangelho, quis que o ano jubilar, entre os numerosos frutos
de caridade que já produziu durante a sua realização – penso de modo particular à ajuda dada
a muitos irmãos mais pobres que lhes permitiu tomar parte no Jubileu – deixasse também uma
obra que de algum modo constituísse o fruto e o selo da caridade jubilar. Muitos peregrinos
deram, de diversos modos, a sua esmola e, com eles, também muitos protagonistas da
atividade econômica ofereceram apoios generosos, que serviram para garantir uma adequada
32
realização da ocorrência jubilar. Uma vez pagas as despesas que foi preciso fazer durante o
ano, o saldo que houver deverá ser destinado para fins de caridade.

54. Começamos o século e o milênio sob a luz de Cristo. Nem todos, porém, veem
esta luz. A nós cabe a tarefa maravilhosa e exigente de ser o seu “reflexo”. É o mysterium
lunae, tão querido à contemplação dos Santos Padres que usavam esta imagem para indicar
como a Igreja depende de Cristo: Ele é o Sol, cuja luz ela reflete. Era uma maneira de
exprimir o que Cristo disse quando se apresentou como “Luz do mundo” (Jo 8,12) e pediu
também aos seus discípulos para serem “a luz do mundo” (Mt 5,14).

Este é um encargo que nos faz tremer, quando olhamos para a fraqueza que
frequentemente nos torna opacos e cheios de sombras. Mas é uma missão possível, se,
expondo-nos à luz de Cristo, nos abrirmos à graça que nos faz homens novos.

55. Nesta perspectiva, coloca-se também o grande desafio do diálogo inter-


religioso, no qual temos de continuar a empenhar-nos no novo século, segundo a linha traçada
pelo Concílio Vaticano II. Nos anos de preparação para o Grande Jubileu, a Igreja tentou,
inclusive com encontros de notável relevo simbólico, delinear uma relação de abertura e
diálogo com expoentes doutras religiões. Na condição de um pluralismo cultural e religioso
mais acentuado, como se prevê na sociedade do novo milênio, isso é importante até para criar
uma segura premissa de paz e afastar o espectro funesto das guerras de religião que já
cobriram de sangue muitos períodos na história da humanidade. O nome do único Deus deve
tornar-se cada vez mais aquilo que é: um nome de paz, um imperativo de paz.

56. Mas, o diálogo não pode ser fundado sobre o indiferentismo religioso, e nós,
cristãos, temos a obrigação de realizá-lo, dando testemunho completo da esperança que há em
nós (cf. 1 Ped 3,15). Não devemos ter medo que possa constituir ofensa à identidade de
outrem aquilo que é, inversamente, anúncio jubiloso de um dom, que se destina a todos e, por
conseguinte, há de ser proposto a todos com o maior respeito da liberdade de cada um: o dom
da revelação do Deus Amor, que “amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu Filho único”
(Jo 3,16). Nada disto, como ainda recentemente foi sublinhado pela Declaração Dominus
Iesus, pode ser objeto de uma espécie de negociação dialogada, como se se tratasse de uma
simples opinião. Para nós, ao contrário, é graça que nos enche de alegria, é notícia que temos
o dever de anunciar.

33
A Igreja, portanto, não pode subtrair-se à atividade missionária junto dos povos, e
permanece tarefa prioritária da missio ad gentes o anúncio de que é em Cristo, “Caminho,
Verdade e Vida” (Jo 14,6), que os homens encontram a salvação. O diálogo inter-religioso
“não pode de forma alguma substituir o anúncio, mas permanece orientado para o
anúncio”. Por outro lado, o dever missionário não nos impede de entrar no
diálogo intimamente dispostos a ouvir. Com efeito, sabemos que a própria Igreja, diante do
mistério de graça infinitamente rico de dimensões e consequências para a vida e a história do
homem, jamais cessará de indagar, podendo contar com a ajuda do Paráclito, o Espírito da
Verdade (cf. Jo 14,17), ao Qual compete precisamente a missão de guiá-la para a “verdade
total” (Jo 16,13).

Este princípio está na base quer do inexaurível aprofundamento teológico da


verdade cristã, quer do diálogo cristão com as filosofias, as culturas, as religiões. Não é raro o
Espírito de Deus, que “sopra onde quer” (Jo 3,8), suscitar na experiência humana universal,
não obstante as suas múltiplas contradições, sinais da sua presença, que ajudam os próprios
discípulos de Cristo a compreenderem mais profundamente a mensagem de que são
portadores. Não foi porventura com esta abertura humilde e confiante que o Concílio
Vaticano II se empenhou a ler “os sinais dos tempos»? Apesar de ter efetuado um
discernimento diligente e cuidadoso para identificar os “verdadeiros sinais da presença ou da
vontade de Deus», a Igreja reconhece que não se limitou a dar, mas também “recebeu da
história e evolução do gênero humano». Esta atitude feita simultaneamente de abertura e de
atento discernimento, iniciou-a o Concílio também com as outras religiões. Compete-nos a
nós seguir fielmente o seu ensinamento pelo sulco aberto.

PARTILHA E PERGUNTAS
1. Qual seria o caminho para restaurar o sentimento de comunhão na sociedade atual?

2. Como desenvolver na comunidade uma noção de vocação de serviço paroquial?

3. Devemos persuadir os não católicos a abraçarem a fé católica?

ORAÇÃO FINAL (Orientações à página 6)

34
Quarto Encontro
Decreto Ad Gentes

OS MISSIONÁRIOS

(OBS: Cabe àquele que vai expor o tema que propusemos abaixo, fazê-lo por meio de um
esquema adaptado à compreensão dos futuros missionários. O texto que propomos serve
como orientação de conteúdo. Assim, o apresentador deve usar sua criatividade na
transmissão do conteúdo).

ORAÇÃO INICIAL (Orientações à página 6)

DOCUMENTO ORIENTADOR

Para bem orientar o trabalho dos missionários, servimo-nos do Decreto Ad Gentes, do


Concílio Vaticano II, dos números 23 ao 26. Vejamos:

A VOCAÇÃO MISSIONÁRIA

23. Embora a todo o discípulo de Cristo incumba a obrigação de difundir a fé


conforme as suas possibilidades, Cristo Senhor chama sempre dentre os discípulos os que Ele
quer para estarem com Ele e os enviar a evangelizar os povos. E assim, mediante o Espírito
Santo, que para utilidade comum reparte os carismas como quer, inspira no coração de cada
um a vocação missionária e ao mesmo tempo suscita na Igreja Institutos, que assumem, como
tarefa própria, o dever de evangelizar, que pertence a toda a Igreja.

De fato, são marcados com vocação especial aqueles que, dotados de índole
natural conveniente e das qualidades e talentos requeridos, estão prontos para empreender o
trabalho missionário, quer sejam nativos quer estrangeiros: sacerdotes, religiosos e leigos.

35
Enviados pela legítima autoridade, partem, movidos pela fé e obediência, para junto dos que
estão longe de Cristo, escolhidos para uma obra à qual foram destinados como ministros do
Evangelho, “a fim de que a oblação dos gentios seja aceite e santificada no Espírito Santo”
(Rom. 15,16).

ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA

24. Porém, ao chamamento de Deus, o homem deve responder de forma tal que,
sem se deixar guiar pela carne e sangue, todo ele se entregue à obra do Evangelho. Mas esta
resposta não pode ser dada senão por impulso e virtude do Espírito Santo. O enviado entra,
portanto, na vida e missão d'Aquele que “a si mesmo se aniquilou tomando a forma de servo”
(Fl 2,7). Por conseguinte, deve estar pronto a perseverar toda a vida na vocação, a renunciar a
si e a todas as suas coisas, e a fazer-se tudo para todos.

Anunciando o Evangelho aos povos, dê a conhecer confiadamente o mistério de


Cristo, do qual é legado, de maneira que ouse falar d'Ele como convém, não se
envergonhando do escândalo da cruz. Seguindo os passos do seu mestre, manso e humilde de
coração, mostre que o Seu jugo é suave e leve a Sua carga. Mediante uma vida
verdadeiramente evangélica, com muita paciência, longanimidade, suavidade, caridade
sincera, dê testemunho do seu Senhor até à efusão do sangue, se for necessário. Alcançará de
Deus virtude e força para descobrir a abundância de gozo que se encerra na grande prova da
tribulação e da pobreza absoluta.

Persuada-se que a obediência é a virtude peculiar do ministro de Cristo que, pela


Sua obediência, redimiu o gênero humano.

Os pregadores do Evangelho, para não negligenciar a graça que em si têm,


renovem continuamente o seu espírito. Por sua vez, os Ordinários e os Superiores reúnam os
missionários em tempos determinados, a fim de mais se robustecerem na esperança da
vocação e se renovarem no ministério apostólico, fundando até, para isso, casas apropriadas.

FORMAÇÃO ESPIRITUAL E MORAL

36
25. Para tão sublime ministério, necessário é o futuro missionário preparar-se com
esmerada formação espiritual e moral. Deve, com efeito, ser capaz de tomar iniciativas,
constante para levar a cabo as obras, perseverante nas dificuldades, suportando com paciência
e fortaleza a solidão, a fadiga, o trabalho infrutuoso. Com espírito aberto e coração dilatado,
irá ao encontro dos homens; abraçará de boa vontade os trabalhos que lhe confiarem; adaptar-
se-á também generosamente aos diversos costumes e variadas condições dos povos; com
ânimo concorde e mútua caridade colaborará com seus irmãos e com todos quantos se
consagram à mesma empresa, de maneira que, juntamente com os fiéis, imitando a
comunidade apostólica, tenham um só coração e uma só alma.

Estas disposições de espírito sejam diligentemente exercitadas, cuidadosamente


cultivadas, elevadas e alimentadas com a vida espiritual, já desde o tempo da formação. Cheio
de fé viva e esperança indefectível, o missionário seja homem de oração; arda no espírito de
fortaleza, de caridade e de temperança; aprenda a bastar-se com o que tem; pelo espírito de
sacrifício, leve em si o estado de morte de Jesus, a fim de que a vida de Jesus opere naqueles
aos quais é enviado; com verdadeiro zelo gaste tudo e desgaste-se a si mesmo pelo bem das
almas, de tal forma que “mediante o exercício diário do seu ministério, cresça no amor de
Deus e do próximo». Desta sorte, obedecendo com Cristo à vontade do Pai, continuará a Sua
missão sob a autoridade hierárquica da Igreja, e cooperará no mistério da salvação.

FORMAÇÃO DOUTRINAL E APOSTÓLICA

26. Os que forem enviados aos diversos povos, como bons ministros de Cristo,
devem ser alimentados “com a palavra da fé e da boa doutrina” (1Tm 4,6), a qual haurirão
primeiramente na Sagrada Escritura, perscrutando o mistério de Cristo, de quem serão arautos
e testemunhas.

E assim, todos os missionários – sacerdotes, irmãos, irmãs, leigos – sejam


preparados e formados, cada qual segundo a sua condição, de maneira a estarem à altura das
exigências do trabalho futuro. Já desde o começo, de tal modo se processe a sua formação
doutrinal, que abranja tanto a universalidade da Igreja como a diversidade das nações. E isto
vale tanto de todas as disciplinas, em que se formam para o desempenho do ministério, como
das disciplinas úteis para o conhecimento dos povos, das culturas, das religiões, com vistas

37
não só ao passado, mas também ao tempo presente. Aquele, pois, que é destinado a outra
nação, tenha em grande apreço o seu patrimônio, língua e costumes. Ao futuro missionário
importa sumamente que se aplique aos estudos missiológicos, isto é, a conhecer a doutrina e
as normas da Igreja em matéria de atividade missionária, a informar-se sobre os caminhos
percorridos pelos arautos do Evangelho, ao longo dos séculos, como também sobre a condição
presente das missões e sobre os métodos considerados hoje mais eficazes.

Embora toda a formação deva estar imbuída de solicitude pastoral, seja-lhes


ministrada, contudo, peculiar e bem orientada formação apostólica, quer teórica quer prática.

Forme-se o maior número possível de irmãos e de irmãs em catequética, para


darem maior colaboração no apostolado. Mesmo aqueles que se dedicam só por algum tempo
à ação missionária, devem adquirir a formação adequada à sua condição.

Estas diversas espécies de preparação, porém, devem ser completadas nas próprias
terras de missão, de modo que os missionários adquiram mais profundo conhecimento da
história, das estruturas sociais e dos costumes dos povos, e se inteirem da ordem moral e dos
preceitos religiosos, bem como do verdadeiro pensamento que esses povos, conforme suas
tradições sagradas, possuem acerca de Deus, do mundo e do homem. Quanto às línguas,
aprendam-nas de modo a usá-las com facilidade e elegância, e terem, assim, mais fácil acesso
à inteligência e ao coração dos homens. Finalmente, sejam devidamente iniciados nas
necessidades pastorais características da terra.

Haja também pessoal preparado de modo mais profundo em Institutos


missiológicos ou noutras Faculdades ou Universidades, que possa desempenhar cargos de
maior responsabilidade, e, com a sua ciência, auxiliar os outros missionários no exercício da
obra evangelizadora, que, na hora atual, apresenta tantas dificuldades e oportunidades. Além
disso, é muito para desejar que as Conferências episcopais regionais tenham à sua disposição
um bom número destes peritos e que, nas necessidades do próprio cargo, façam proveitoso
uso do seu saber e experiência. Nem falte igualmente quem saiba usar com perícia os
instrumentos técnicos e de comunicação social, cuja importância todos reconheçam
devidamente.

38
PARTILHA E PERGUNTAS

1. Como deve ser a vida de oração do missionário?

2. Onde a vida espiritual está inserida na missão?

3. Quais são as principais virtudes de um missionário?

ORAÇÃO FINAL (à página 6)

39
Quinto Encontro
Evangelii Gaudium

A TRANSFORMAÇÃO MISSIONÁRIA DA IGREJA

(OBS: Cabe àquele que vai expor o tema que propusemos abaixo, fazê-lo por meio de um
esquema adaptado à compreensão dos futuros missionários. O texto que propomos serve
como orientação de conteúdo. Assim, o apresentador deve usar sua criatividade na
transmissão do conteúdo).

ORAÇÃO INICIAL (à página 6)

DOCUMENTO ORIENTADOR
Desejamos nos orientar pela palavra do Papa Francisco, que nos presenteou com a
Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Vejamos o que nos ensina o Santo Padre:

19. A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: “Ide, pois, fazei


discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado” (Mt 28,19-20). Nestes versículos,
aparece o momento em que o Ressuscitado envia os seus a pregar o Evangelho em todos os
tempos e lugares, para que a fé n’Ele se estenda a todos os cantos da terra.

UMA IGREJA “EM SAÍDA”

20. Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de “saída», que


Deus quer provocar nos crentes. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra

40
(cf. Gn 12, 1-3). Moisés ouviu a chamada de Deus: “Vai; Eu te envio” (Ex 3,10), e fez sair o
povo para a terra prometida (cf. Ex 3,17). A Jeremias disse: “Irás aonde Eu te enviar” (Jr 1,7).
Naquele “ide” de Jesus, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão
evangelizadora da Igreja, e hoje todos somos chamados a esta nova “saída” missionária. Cada
cristão e cada comunidade há de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos
somos convidados a aceitar esta chamada: sair da própria comodidade e ter a coragem de
alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho.

21. A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é


uma alegria missionária. Experimentam-na os setenta e dois discípulos, que voltam da missão
cheios de alegria (cf. Lc 10,17). Vive-a Jesus, que exulta de alegria no Espírito Santo e louva
o Pai, porque a sua revelação chega aos pobres e aos pequeninos (cf. Lc 10,21). Sentem-na,
cheios de admiração, os primeiros que se convertem no Pentecostes, ao ouvir “cada um na sua
própria língua” (At 2,6) a pregação dos Apóstolos. Esta alegria é um sinal de que o

Evangelho foi anunciado e está a frutificar. Mas contém sempre a dinâmica do


êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais
além. O Senhor diz: “Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois
foi para isso que Eu vim” (Mc 1,38). Ele, depois de lançar a semente num lugar, não se
demora lá a explicar melhor ou a cumprir novos sinais, mas o Espírito leva-O a partir para
outras aldeias.

22. A Palavra possui, em si mesma, uma tal potencialidade, que não a podemos
prever. O Evangelho fala da semente que, uma vez lançada à terra, cresce por si mesma,
inclusive quando o agricultor dorme (cf. Mc 4,26-29). A Igreja deve aceitar esta liberdade
incontrolável da Palavra, que é eficaz a seu modo e sob formas tão variadas que muitas vezes
nos escapam, superando as nossas previsões e quebrando os nossos esquemas.

23. A intimidade da Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, e a comunhão


“reveste essencialmente a forma de comunhão missionária”. Fiel ao modelo do Mestre, é vital
que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as
ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo. A alegria do Evangelho é para todo o
povo, não se pode excluir ninguém; assim foi anunciada pelo anjo aos pastores de Belém:
“Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2,10). O
Apocalipse fala de “uma Boa Nova de valor eterno para anunciar aos habitantes da terra: a

41
todas as nações, tribos, línguas e povos” (Ap 14,6). “Primeirear”, envolver-se, acompanhar,
frutificar e festejar.

24. A Igreja “em saída” é a comunidade de discípulos missionários que


“primeireiam», que se envolvem, que acompanham, que frutificam e festejam. Primeireiam –
desculpai o neologismo –, tomam a iniciativa! A comunidade missionária experimenta que o
Senhor tomou a iniciativa, precedeu-a no amor (cf. 1Jo 4,10), e, por isso, ela sabe ir à frente,
sabe tomar a iniciativa sem medo, ir ao encontro, procurar os afastados e chegar às
encruzilhadas dos caminhos para convidar os excluídos. Vive um desejo inexaurível de
oferecer misericórdia, fruto de ter experimentado a misericórdia infinita do Pai e a sua força
difusiva. Ousemos um pouco mais no tomar a iniciativa! Como consequência, a Igreja sabe
“envolver-se». Jesus lavou os pés aos seus discípulos. O Senhor envolve-Se e envolve os
seus, pondo-Se de joelhos diante dos outros para os lavar; mas, logo a seguir, diz aos
discípulos: “Sereis felizes se o puserdes em prática” (Jo 13,17). Com obras e gestos, a
comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se – se
for necessário – até à humilhação e assume a vida humana, tocando a carne sofredora de
Cristo no povo.

Os evangelizadores contraem o “cheiro das ovelhas», e estas escutam a sua voz.


Em seguida, a comunidade evangelizadora dispõe-se a “acompanhar». Acompanha a
humanidade em todos os seus processos, por mais duros e demorados que sejam. Conhece as
longas esperas e a suportação apostólica. A evangelização patenteia muita paciência, e evita
deter-se a considerar as limitações. Fiel ao dom do Senhor, sabe também “frutificar».

A comunidade evangelizadora mantém-se atenta aos frutos, porque o Senhor a


quer fecunda. Cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio. O semeador, quando vê
surgir o joio no meio do trigo, não tem reações lastimosas ou alarmistas. Encontra o modo
para fazer com que a Palavra se encarne numa situação concreta e dê frutos de vida nova,
apesar de serem aparentemente imperfeitos ou defeituosos. O discípulo sabe oferecer a vida
inteira e jogá-la até ao martírio como testemunho de Jesus Cristo, mas o seu sonho não é estar
cheio de inimigos, mas antes que a Palavra seja acolhida e manifeste a sua força libertadora e
renovadora. Por fim, a comunidade evangelizadora jubilosa sabe sempre “festejar»: celebra e
festeja cada pequena vitória, cada passo em frente na evangelização.

42
No meio da exigência diária de fazer avançar o bem, a evangelização jubilosa
torna-se beleza na liturgia. A Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da liturgia, que é
também celebração da atividade evangelizadora e fonte de um renovado impulso para se dar.

PARTILHA E PERGUNTAS
1. Como bem viver a missão do “Ide” dentro da paróquia?

2. O que seria, na prática, uma Igreja em saída?

3. Como comunicar a Boa Nova cristã a um mundo tão secularizado?

ORAÇÃO FINAL (à página 6)

43
Sexto Encontro
Documento de Aparecida

MARIA DISCÍPULA E MISSIONÁRIA

(OBS: Cabe àquele que vai expor o tema que propusemos abaixo, fazê-lo por meio de um
esquema adaptado à compreensão dos futuros missionários. O texto que propomos serve
como orientação de conteúdo. Assim, o apresentador deve usar sua criatividade na
transmissão do conteúdo).

ORAÇÃO INICIAL (à página 6)

DOCUMENTO ORIENTADOR
Conhecendo bem a realidade da América Latina, os bispos do continente nos
deixaram a riqueza de um documento, conhecido como Documento de Aparecia, cuja leitura
dos números 266 ao 272 vai nortear nosso estudo de hoje. Nele, busquemos entender a missão
da Virgem Maria, discípula perfeita do Senhor, e peçamos a sua intercessão, para sermos,
como ela, discípulos missionários do Senhor.

266. A máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de “filhos


no Filho” nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf. Lc 1,450 e obediência à
vontade de Deus (cf. Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das
ações de Jesus (cf. Lc 2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em
seu projeto de enviar seu verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria chega a
ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora
no renascimento espiritual dos discípulos.

A figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada


para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé
como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem que fosse livrada da incompreensão e da

44
busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em
uma comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança.

267. Com ela, providencialmente unida à plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4) chega
o cumprimento da esperança dos pobres e do desejo de salvação. A Virgem de Nazaré teve
uma missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu filho
até seu sacrifício definitivo. Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos,
representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal
de Cristo: “E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 19,27).
Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o
nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica
profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a
reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma
família, a família de Deus. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o
Espírito Santo, assim como com os irmãos.

268. Como na família humana, a Igreja-família é gerada ao redor de uma mãe, que
confere “alma” e ternura à convivência familiar. Maria, Mãe da Igreja, além de modelo e
paradigma da humanidade, é artífice de comunhão. Um dos eventos fundamentais da Igreja é
quando o “sim” brotou de Maria. Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e sua Igreja,
como experimentamos muitas vezes nos santuários marianos. Por isso, como a Virgem Maria,
a Igreja é mãe. Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma Igreja meramente
funcional ou burocrática.

269. Maria é a grande missionária, continuadora da missão de seu Filho e


formadora de missionários. Ela, da mesma forma como deu à luz ao Salvador do mundo,
trouxe o Evangelho a nossa América. No acontecimento em Guadalupe, presidiu junto com o
humilde João Diego, o Pentecostes que nos abriu aos dons do Espírito. A partir desse
momento são incontáveis as comunidades que encontraram nela a inspiração mais próxima
para aprender como serem discípulos e missionários de Jesus. Com alegria constatamos que
ela tem feito parte do caminhar de cada um de nossos povos, entrando profundamente no
tecido de sua história e acolhendo as ações mais nobres e significativas de sua gente. Os
diversos nomes e os santuários espalhados por todo o Continente testemunham a presença de
Maria próxima às pessoas e, ao mesmo tempo, manifestam a fé e a confiança que os devotos
sentem por ela. Ela pertence a eles e eles a sentem como mãe e irmã.

45
270. Hoje, quando em nosso continente latino-americano e caribenho se quer
enfatizar o discipulado e a missão, é ela quem brilha diante de nossos olhos como imagem
acabada e fidelíssima do seguimento de Cristo. Esta é a hora da seguidora mais radical de
Cristo, de seu magistério discipular e missionário conforme nos envia o Papa Bento XVI:
Maria Santíssima, a Virgem pura e sem mancha é para nós escola de fé destinada a nos
conduzir e a nos fortalecer no caminho que conduz ao encontro com o Criador do céu e da
terra. O Papa veio a Aparecida com viva alegria para nos dizer em primeiro lugar:
“Permaneçam na escola de Maria. Inspirem-se em seus ensinamentos. Procurem acolher e
guardar dentro do coração as luzes que ela, por mandato divino, envia a vocês a partir do
alto”.

271. Ela, que “conservava todas estas recordações e meditava em seu coração”
(Lc 2,19; cf. 2,51), ensina-nos o primado da escuta da Palavra na vida do discípulo e
missionário. O Magnificat “está inteiramente tecido pelos fios da Sagrada Escritura, os fios
tomados da palavra de Deus. Assim, se revela que nela a Palavra de Deus se encontra de
verdade em sua casa, de onde sai e entra com naturalidade. Ela fala e pensa com a Palavra de
Deus; a Palavra de Deus se faz a sua palavra e sua palavra nasce da Palavra de Deus. Além
disso, assim se revela que seus pensamentos estão em sintonia com os pensamentos de Deus,
que seu querer é um querer junto com Deus. Estando intimamente penetrada pela Palavra de
Deus, Ela pode chegar a ser mãe da Palavra encarnada”. Esta familiaridade com o mistério de
Jesus é facilitada pela reza do Rosário, onde: “o povo cristão aprende de Maria a contemplar a
beleza do rosto de Cristo e a experimentar a profundidade de seu amor. Mediante o Rosário, o
cristão obtém abundantes graças, como as recebendo das próprias mãos da mãe do Redentor”.

272. Com os olhos postos em seus filhos e em suas necessidades, como em Caná
da Galiléia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de
gratuidade que devem distinguir os discípulos de seu Filho. Indica, além do mais, qual é a
pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, “sintam-se como em sua casa”.
Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em
atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado. Em nossas
comunidades, sua forte presença tem enriquecido e seguirá enriquecendo a dimensão materna
da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte em “casa e escola da comunhão” e em
espaço espiritual que prepara para a missão.

46
PARTILHA E PERGUNTAS
1. Qual é o lugar da Virgem Maria dentro do diálogo com os protestantes?

2. Como é a relação verdadeira entre a Virgem Maria e o missionário?

3. Quais são os principais exemplos da Virgem para o bom testemunho cristão?

ORAÇÃO FINAL (Orientações à página 6)

47
Sétimo Encontro
Documento de Aparecida

O CAMINHO DE FORMAÇÃO
DOS DÍSCIPULOS MISSIONÁRIOS

(OBS: Cabe àquele que vai expor o tema que propusemos abaixo, fazê-lo por meio de um
esquema adaptado à compreensão dos futuros missionários. O texto que propomos serve
como orientação de conteúdo. Assim, o apresentador deve usar sua criatividade na
transmissão do conteúdo).

ORAÇÃO INICIAL (Orientações à página 6)

DOCUMENTO ORIENTADOR
Continuemos a leitura do Documento de Aparecia, dos números 302 a 310, para
melhor entendermos as instâncias de nossa formação, junto à riqueza das instituições onde
expressamos a nossa fé..

A FAMÍLIA, PRIMEIRA ESCOLA DA FÉ

302. A família, “patrimônio da humanidade”, constitui um dos tesouros mais


valiosos dos povos latino-americanos. Ela tem sido e é o lugar e escola de comunhão, fonte de
valores humanos e cívicos, lar no qual a vida humana nasce e se acolhe generosa e
responsavelmente. Para que a família seja “escola de fé” e possa ajudar os pais a serem os
primeiros catequistas de seus filhos, a pastoral familiar deve oferecer espaços de formação,
materiais catequéticos, momentos celebrativos, que lhes permitam cumprir sua missão
educativa. A família é chamada a introduzir os filhos no caminho da iniciação cristã. A
família, pequena Igreja, deve ser, junto com a Paróquia, o primeiro lugar para a iniciação

48
cristã das crianças. Ela oferece aos filhos um sentido cristão de existência e os acompanha na
elaboração de seu projeto de vida, como discípulos missionários.

303. É, além disso, um dever dos pais, através especialmente através de seu
exemplo de vida, a educação dos filhos para o amor com dom de si mesmos e a ajuda que eles
prestam para descobrir sua vocação de serviço, seja na vida laica como na vida consagrada.
Deste modo, opera-se a formação dos filhos como discípulos de Jesus Cristo, nas experiências
da vida diária na família cristã. Os filhos têm o direito de poder contar com o pai e a mãe para
que cuidem deles e os acompanhem até a plenitude de vida. A “catequese familiar”,
implementada de diversas maneiras, tem-se revelado como uma ajuda eficiente à unidade das
famílias, oferecendo, além disso, uma possibilidade eficiente de formar os pais de família, os
jovens e as crianças, para que sejam testemunhas firmes da fé em suas respectivas
comunidades.

AS PARÓQUIAS

304. A dimensão comunitária é intrínseca ao mistério e à realidade da Igreja que


deve refletir a Santíssima Trindade. Esta dimensão especial tem sido vivida de diversas
maneiras ao longo dos séculos. A Igreja é comunhão. As Paróquias são células vivas da Igreja
e os lugares privilegiados em que a maioria dos fiéis tem uma experiência concreta de Cristo e
de sua Igreja. Encerram uma imensa riqueza comunitária porque nelas se encontra uma
imensa variedade de situações, de idades, de tarefas. Sobretudo hoje, quando as crises da vida
familiar afetam a tantas crianças e jovens, as Paróquias oferecem um espaço comunitário para
se formar na fé e crescer comunitariamente.

305. Portanto, deve se cultivar a formação comunitária especialmente na paróquia.


Com diversas celebrações e iniciativas, principalmente com a Eucaristia dominical, que é
“momento privilegiado do encontro das comunidades com o Senhor ressuscitado”, os fiéis
devem experimentar a paróquia como uma família na fé e na caridade, onde mutuamente se
acompanhem e se ajudem no seguimento de Cristo.

306. Se queremos que as paróquias sejam centros de irradiação missionária em


seus próprios territórios, elas devem ser também lugares de formação permanente. Isto requer
que se organizem nelas várias instâncias formativas que assegurem o acompanhamento e o
amadurecimento de todos os agentes pastorais e dos leigos inseridos no mundo. As paróquias
vizinhas também podem unir esforços neste sentido, sem desperdiçar as ofertas formativas da
Diocese e da Conferência Episcopal.

49
PEQUENAS COMUNIDADES ECLESIAIS

307. Constata-se que nos últimos anos está crescendo a espiritualidade de


comunhão e que, com diversas metodologias, não poucos esforços tem sido feitos para levar
os leigos a se integrar nas pequenas comunidades eclesiais, que vão mostrando frutos
abundantes. Nas pequenas comunidades eclesiais temos um meio privilegiado para chegar a
Nova Evangelização e para chegar a que os batizados vivam como autênticos discípulos e
missionários de Cristo.

308. Elas são um ambiente propício para se escutar a Palavra de Deus, para viver
a fraternidade, para animar na oração, para aprofundar processos de formação na fé e para
fortalecer o exigente compromisso de ser apóstolos na sociedade de hoje. Elas são lugares de
experiência cristã e evangelização que, em meio à situação cultural que nos afeta, secularizada
e hostil à Igreja, se fazem muito mais necessários.

309. Se desejamos pequenas comunidades vivas e dinâmicas, é necessário


despertar nelas uma espiritualidade sólida, baseada na Palavra de Deus, que as mantenham em
plena comunhão de vida e ideais com a Igreja local e, em particular, com a comunidade
paroquial. Por outro lado, conforme Há anos estamos propondo na América Latina, a
Paróquia chegará a ser “comunidade de comunidades”.

310. Destacamos que é preciso reanimar os processos de formação de pequenas


comunidades no Continente, pois nelas temos uma fonte segura de vocações ao sacerdócio, à
vida religiosa e à vida leiga com especial dedicação ao apostolado. Através das pequenas
comunidades, poder-se-ia também conseguir chegar aos afastados, aos indiferentes e aos que
alimentam descontentamento ou ressentimento em relação à Igreja.

PARTILHA E PERGUNTAS
1. O que é ser discípulo missionário?

2. Como resgatar no seio familiar a noção de Igreja doméstica?

3. Como tornar a paróquia uma grande família na relação entre os paroquianos?

ORAÇÃO FINAL (à página 6)

50
ANEXO 1

PARTE PRÁTICA DA MISSÃO

COMO DEVEM SER AS VISITAS?

Os missionários nunca devem ir sozinhos, mas em dupla ou com mais pessoas.


Devem anotar as solicitações das pessoas durante a visita, como a de alguém que deseja
regularizar a sua situação sacramental, ou que deseja um acompanhamento maior, etc. Tudo
isso ajudará no pastoreio pós-missão.
Em caso de casas fechadas, não sendo possível voltar depois, deve-se deixar um
convite e/ou panfleto. Em bares, lojas, escritórios, pode-se também deixar um convite ou um
panfleto.

SUGESTÃO DE ROTEIRO PARA AS VISITAS

1) Primeira visita

Os missionários designados para cada setor farão uma primeira visita às


residências, onde procurarão:

- Identificar-se e motivar as famílias para a missão que está acontecendo no lugar,


explicando-lhes o sentido da visita que pretendem fazer: é Jesus que nos visita e, com esse
trabalho, a Igreja deseja fazer-se próxima das pessoas que vivem naquele lugar e ajudá-las a
recuperar a consciência de que são membros dela;

- Explicar que a visita consistirá num momento de oração, escuta da Palavra de


Deus e bênção para a família;

51
- Agendar com as famílias a data da visita. Procurar um momento favorável para
que as pessoas da casa que desejarem, possam estar presentes;

- Escutar a família a fim de perceber a sua realidade e as suas necessidades;


jamais fazer uma pergunta inconveniente, motivada por curiosidade;

- Após a visita, fazer um pequeno relatório daquilo que a primeira visita despertou
nos missionários.

2) A visita missionária: “Acolher Jesus que visita nossa casa”

A seguir, damos sugestão para a visita e bênção das casas.

Recordamos que o mais importante não são as fórmulas – elas nos ajudam a rezar
com a família –, mas sim as atitudes das quais falamos anteriormente.

Não esqueçamos que a Igreja é Mãe que acolhe, em seu seio, todos os seus filhos.
Levamos às pessoas o carinho materno da Igreja, por isso convém reafirmar que as atitudes
acolhedoras são de grande importância.

As pessoas ficarão mais com nossos gestos do que com nossas palavras. Não
podemos jamais nos esquecer disso!

O ESQUEMA DA VISITA PODE SER O SEGUINTE:

1) Ao serem recebidos pela família os missionários saúdam a família de forma calorosa,


dizem que são enviados pelo pároco da paróquia. Explicam de novo o sentido daquela visita.
Procurarão criar clima de abertura e espontaneidade, de forma que todos fiquem bem à
vontade.

2) Saber acolher o que as pessoas da casa querem dizer ou perguntar, evitando todo tipo de
discussão sem utilidade.

3) O missionário leva a presença de Jesus às famílias, por isso deve criar um clima para
meditação de alguma passagem bíblica a fim de levar a Palavra de Deus para todos,
verificando a aceitação das pessoas.

52
4) Conduzir um momento de oração de acordo com a necessidade daquela família. Pode-se
usar as orações e bênçãos contidas nesse Manual (Anexo 2) ou aquilo que for suscitado no
momento, desde que seja oportuno e não invasivo.

5) Agradecer a acolhida e saudar a todos desejando a paz. Porém, em caso de rejeição,


agradecer, abençoar e seguir adiante.

O QUE LEVAR?

• Bíblia;
• Crucifixo;
• Havendo a possibilidade, utilizar camiseta com mensagem cristã, crucifixo, medalhas;
mas o que melhor nos identifica é a nossa atitude;
• Papel para anotações e caneta;
• O convite para ser entregue: Elaborar panfletos com horário de missa e atividades
paroquiais.

QUAL DEVE SER A POSTURA DO MISSIONÁRIO?

• Lembrar e transparecer que está em missão em nome de Jesus e enviado pela Igreja. O
testemunho é uma pregação silenciosa;
• As roupas devem ser coerentes com a atividade com a evangelização; evitar bermudas,
camisetas, minissaias, roupa decotada, roupa curta ou muito chamativa, etc...
• Deve ser alegre, mas discreto;
• Tudo o que ver e ouvir na visita é sigiloso e não pode ser motivo de comentários
posteriores;
• Diante das dificuldades, não desanimar; enfrentar com confiança no Senhor e animar os
demais;
• Mais do que falar, deve-se saber ouvir;
• Sempre agir com caridade;
• Evitar más palavras: gírias, palavrões, etc;
• Deve-se evitar fotografias e selfies, a não ser que o dono da casa peça. Nem todos gostam
de ser fotografados;

53
• Respeitar horários e atividades programadas;
• Não fazer comentários negativos, nem da visita nem de outro missionário;
• Evitar conversas estranhas à missão, principalmente na frente dos que estão sendo
visitados;
• Não abandonar a missão, a não ser por uma emergência, que deve ser comunicada aos
demais;
• Exercitar a generosidade do servir, do esquecer-se de si mesmo, da humildade, da
paciência e da caridade.

PÓS MISSÃO

Faz-se necessária uma presença mais próxima da Igreja junto às pessoas. Elas
deveriam poder encontrar uma presença da Igreja nos lugares onde elas vivem, trabalham,
estudam, etc. Não se trata mais de esperar que as pessoas venham até a Igreja, é preciso que a
Igreja vá ao encontro delas.

A Paróquia deve cada vez mais trabalhar, sob a ação do Espírito Santo, para ser
uma comunhão de comunidades.

O objetivo da missão é também fazer germinar sementes de novas pequenas


comunidades, que aproximem a Igreja das pessoas. Por isso, como fruto das visitas
missionárias, deve surgir nos diversos setores encontros, realizados nas casas ou outros
lugares, de tal modo que as pessoas daquele setor possam se reunir regularmente, sob a
orientação dos párocos, para a oração, a escuta da Palavra, a partilha da vida e uma melhor
preparação para celebrar a Eucaristia, que é o sacramento da unidade da Igreja. A frequência
dos encontros das pequenas comunidades pode ser semanal, quinzenal ou mensal, dependendo
da situação das pessoas. O importante é garantir encontros regulares e comunicação entre os
membros, para criar estreitos laços de oração, amizade e fraternidade.

A Diocese, ou a própria paróquia, criará materiais com conteúdo para reflexão,


oração e partilha. Os encontros podem ser realizados nas próprias, casas dos fiéis ou em
algum local na comunidade. Um dos missionários, ao fim da visita, deixa na família alguns
avisos importantes sobre horários e atividades da paróquia, de acordo com o combinado com
o pároco.

54
É bom aqui também avisar o lugar, horário e evento que acontecem naquele setor,
como lugar de encontro dos fiéis católicos ou, por exemplo, a casa onde se reunirão na
próxima semana para a oração do terço, grupo de oração ou círculo bíblico, para que as
pessoas que foram visitadas tenham um ponto de referência e possam encontrar um ponto de
apoio, quando assim precisarem.

É importante, ao fim da missão, preencher o Cadastro Missionário (o modelo


encontra-se na página 65) onde deverão ser relatadas as necessidades da família. Essa filha
deve ser entregue, posteriormente, ao pároco ou à pastoral e movimento responsável. Por
exemplo, à catequese, caso tenha criança e adolescente que precisem de formação.

O QUE SE FARÁ NESSES LUGARES DE ENCONTRO?

As iniciativas poderão ser diversas: por exemplo, no mês de maio com grupo do
terço, grupo de oração, círculo bíblico, etc. Sem esses pontos de referência, o trabalho
realizado pelos missionários correrá o risco de se dispersar com muita facilidade.
À medida que os grupos forem surgindo deve-se comunicar ao padre da paróquia.
Daí a importância de um encontro de todo o setor com o padre.
Nesta etapa da Pós-Missão será de grande valia poder contar com as diversas
riquezas que temos em nossa Diocese, para garantir às pessoas que estão retornando à fé uma
formação mais aprofundada: contato com as diversas pastorais, com Movimentos e Grupos,
Encontro de Casais com Cristo, Cursilhos de Cristandade, Pastoral Familiar, Catequese,
Cursos de Nova Evangelização, Acampamentos, Encontros para Adolescentes (ESC, JOAM,
FAC), Encontros para Jovens (Encontros Paroquiais, FIJ, CAMIS), etc.
“O missionário deve ser também uma pessoa livre, que vive sem nada de sua
propriedade. Não me canso de repetir que a comodidade, a preguiça e a mundanidade são
forças que impedem o missionário de ‘sair’, de ‘partir’ e de se colocar em caminho e de
compartilhar o dom do Evangelho. O missionário não pode colocar-se em caminho com o
coração repleto de coisas (comodidade), com o coração vazio (preguiça) ou em busca de
coisas alheias à glória de Deus (mundanidade). O missionário é uma pessoa livre de lastros e
correntes; uma pessoa que vive sem nada de sua propriedade; somente para o Senhor e o seu
Evangelho; uma pessoa que vive num caminho constante de conversão pessoal e trabalha
sem cessar para a conversão pastoral.”
55
Outra característica do missionário é ser uma pessoa habitada pelo Espírito
Santo e que tenha uma espiritualidade fundada em Cristo, na Palavra de Deus e na liturgia.
Por fim, o missionário deve ser um profeta da misericórdia, isto é, pessoa centralizada em
Deus e nos crucifixos deste mundo. “Deixem-se provocar pelo clamor de tantas situações de
dor e de sofrimento. Como profetas da misericórdia, anunciem o perdão e o abraço do Pai”
(Papa Francisco).

56
ANEXO 2

Orações e Bênçãos
BENÇÃO DA CASA

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

a) Leitura recomendadas, a ser escolhida

Lc 19, 1-10: Jesus visita Zaqueu: uma visita que comunica a salvação;

Lc 10, 38-42: Jesus visita Marta e Maria: uma visita que comunica a Palavra de Deus;

Mc 1, 29-31: Jesus visita a sogra de Pedro: uma visita que afasta o mal;

Mt 9,9-13: Jesus visita o publicano Mateus: uma visita que acolhe sem distinção de
pessoas;

Jo 3,1-8: Jesus encontra Nicodemos: uma visita que abre novos horizontes para a fé.

Após a leitura bíblica, deixar uma mensagem de esperança para a família, recordando
que a visita de Jesus não é algo do passado, mas um fato de hoje, já que o Senhor prometeu estar
presente quando dois ou três se reúnem em seu Nome.

Perguntar, também, se alguém da casa gostaria de falar algo sobre o que o texto lhe
disse.

Após a partilha da Palavra, reza-se espontaneamente, dando prioridade as pessoas da


casa, apresentando a Deus especialmente as necessidades da família.

DIRIGENTE: Como sinal da visita de Jesus a esta casa, apresento esta Cruz. Ela é
sinal da nossa fé, da salvação que Cristo realizou em nosso favor. Revela também o amor de
Deus por nós que, enviando seu Filho ao mundo, para nela morrer, salvou-nos
definitivamente do pecado. Deu-nos, assim, a possibilidade de sermos, para sempre, filhos de
Deus.

57
O sinal da cruz é o sinal da bênção de Deus derramada sobre todos aqueles que um
dia foram batizados e é também uma recordação do amor infinito de Deus por nós.

Ao passar esta Cruz em cada cômodo deste lar queremos suplicar a bênção de
Deus sobre esta família.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória ao Pai

b) Aspersão com água benta

Entoando um canto ou recitando Pai-Nosso ou Ave-Maria, asperge-se a casa e leva-se a


Cruz de Cristo para os cômodos da casa.

c) Conclusão

Ao terminar a aspersão e de passar com a cruz pela casa, reza a seguinte oração de
bênção, mantendo a cruz levantada diante das pessoas reunidas:

DIRIGENTE: Senhor, abençoa os membros desta família, esta casa e todos os seus
pertences, protegendo-os e livrando-os de todo perigo e tentação, animando-os no
compromisso familiar, tornando-os testemunhas da tua presença neste lugar.

O Senhor nos abençoe e nos guarde!

O Senhor nos mostre com bondade a sua face e tenha piedade de nós!

O Senhor nos conceda a sua Paz!

Amém.

BENÇÃO DA FAMÍLIA

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

BENÇÃO: Deus de misericórdia, criador e reparador do vosso povo, que fizestes da


família humana, constituída pela aliança nupcial, o sacramento de Cristo e da Igreja, derramai a

58
abundância das vossas bênçãos sobre esta família reunida em vosso Nome, para que aqueles que
nela vivem, unidos pelo amor sejam fervorosos no Espírito e assíduos na oração, solícitos uns pelos
outros e atentos às necessidades de todos, deem testemunho da fé pela palavra e pelo exemplo,
livrando-os de todos os males. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

OU: Nós vos bendizemos, Senhor, que, na vossa infinita misericórdia, quisestes que o
vosso Filho, feito homem, fizesse parte de uma família humana, crescendo no ambiente da
intimidade doméstica e conhecendo as suas preocupações e alegrias. Humildemente vos pedimos,
Senhor: guardai e protegei esta família, para que, fortalecida pela vossa graça, goze de
prosperidade, viva na concórdia e, como igreja doméstica, seja no mundo testemunha da vossa
glória. Por Cristo, nosso Senhor. R. Amém.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

Aspersão com água benta

Entoando um canto ou recitando Pai-Nosso ou Ave-Maria, asperge-se a casa.

Conclusão

O missionário conclui a celebração, dizendo:

Nosso Senhor Jesus Cristo, que viveu com a sua família em Nazaré, esteja sempre
presente na vossa família, a defenda de todo o mal e vos conceda a graça de serdes um só coração e
uma só alma. Amém.

BENÇÃO DE IDOSOS

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Comentário Opcional: O tempo da velhice é um dom de Deus, que deve ser recebido
com gratidão. Estes nossos irmãos, já avançados em idade, podem transmitir-nos as riquezas da

59
experiência e da vida cristã. Em união com eles, demos graças a Deus e imploremos para eles o
auxílio divino, para que se fortaleça a sua esperança e confiança.

BENÇÃO: Deus eterno e onipotente, em quem vivemos, nos movemos e existimos, nós
vos bendizemos e damos graças porque concedestes a estes vossos servos longos anos de vida, com
a perseverança na fé e nas boas obras. Concedei-lhes agora, Senhor, que, confortados pela caridade
fraterna, sejam alegres na saúde e não se deprimam na doença, de modo que, fortalecidos pela vossa
bênção, dediquem confiadamente ao vosso louvor o tempo da sua velhice. Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

Aspersão com água benta

Entoando um canto ou recitando Pai-Nosso ou Ave-Maria, asperge-se o idoso.

Conclusão

O missionário conclui a celebração, dizendo:

Nosso Senhor Jesus Cristo, que viveu com a sua família em Nazaré, esteja sempre
presente na vossa família, a defenda de todo o mal e vos conceda a graça de serdes um só coração e
uma só alma. Amém.

BENÇÃO DOS ENFERMOS

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Leitura recomendada:

2 Cor 1, 3-7: “Deus de toda a consolação”

Mt 11, 28-30: “Vinde a Mim e Eu vos aliviarei”

Mc 6, 53-56: “Colocavam os doentes nas praças públicas”

60
Focar na ação de Jesus, que também sofreu e tomou sobre si nossas dores e que nunca
nos deixa abandonados. Sofre conosco e tem misericórdia. Que Ele nos dê suas consolações.

BENÇÃO: Senhor nosso Deus, que enviastes ao mundo o vosso Filho para tomar sobre
si os nossos sofrimentos e suportar as nossas dores, nós vos suplicamos pelos nossos irmãos
doentes: fortalecei a sua paciência e reanimai a sua esperança, para que possam, com a vossa
bênção, superar a enfermidade e alcancem, com a vossa ajuda, um completo restabelecimento. Por
Cristo nosso Senhor. Amém.

OU: Pelo vosso amor infinito, salvai-nos, Senhor nosso Deus, que sempre velais
piedosamente pela obra das vossas mãos. Confortai com o vosso poder divino estes vossos servos
doentes, curai as suas enfermidades e fazei que alcancem felizmente a consolação que de vós
esperam. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

OU: Senhor, Pai Santo, Deus Eterno e Onipotente, que animais e fortaleceis com a
vossa bênção a nossa frágil condição humana, olhai com bondade para este vosso servo doente
(nome), de modo que, vencendo a enfermidade e recuperando a saúde, possa bendizer o vosso santo
nome com renovada alegria e gratidão. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Aspersão com água benta

Entoando um canto ou recitando Pai-Nosso ou Ave-Maria, asperge-se o enfermo.


Pode-se traçar o sinal da cruz na testa dos doentes.

Conclusão

Dirigente: Nosso Senhor Jesus Cristo, que passou fazendo o bem e curando todos os
doentes, nos guarde em boa saúde e nos dê a sua benção. Amém.

BENÇÃO DE COMÉRCIO OU AMBIENTES DE TRABALHO

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

61
Leitura recomendada:

Mc 6, 1-3: “Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria?”

1 Tes 4, 9-12: “Trabalhando com as próprias mãos”

Mt 6, 25-34: “Bem sabe o Pai celeste que precisais de tudo isso”

O Senhor quer santificar nosso trabalho e derramar sobre ele e nós suas bênçãos. Jesus
também trabalhou, também teve sua profissão e vem por isso santificar a nossa.

BENÇÃO: Deus, Pai Providentíssimo, que entregastes ao homem a terra e os seus frutos,
para que, com o seu trabalho, os bens criados estivessem ao alcance de todos, abençoai os que
utilizarem este local e fazei que, observando nas suas compras e vendas a justiça e a caridade, se
alegrem por contribuírem para o bem comum e o progresso da sociedade humana. Por Cristo nosso
Senhor. Amém.

Aspersão com água benta

Entoando um canto ou recitando Pai-Nosso ou Ave-Maria, asperge-se o local.

Conclusão

Dirigente: Deus, Pai de bondade, que nos mandou ajudarmo-nos em tudo como
verdadeiros irmãos, faça sentir a sua benignidade paterna sobre vós e sobre todos os que aqui
entrarem. Amém.

ORAÇÃO PELOS MÊS EXTRAORDINÁRIO DAS MISSÕES

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Pai nosso, o Teu filho unigênito Jesus Cristo, ressuscitado de entre os mortos, confiou
aos seus discípulos: “Ide e fazei discípulos todos os povos”.

62
Recorda-nos que, pelo batismo, tornamo-nos participantes da missão da Igreja. Pelos
dons do Espírito Santo concedei-nos a Graça de sermos testemunhas do Evangelho, corajosos e
vigilantes para que a missão confiada à Igreja, ainda longe de estar realizada, encontre novas e
eficazes expressões que levem vida e luz ao mundo.

Ajudai-nos, Pai Santo, a fazer com que todos os povos possam encontrar-se com o amor
e a misericórdia de Jesus Cristo, Ele que é Deus convosco, e vive e reina, na unidade do Espírito
Santo, agora e para sempre. Amém.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória ao Pai

ORAÇÃO DE BÊNÇÃO DE CRIANÇAS

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Senhor nosso Deus, que da boca das crianças recebestes o louvor do vosso nome, olhai
benignamente para esta(s) criança(s) que a fé da Igreja recomenda à vossa imensa piedade; e assim
como o vosso Filho, nascido da Virgem Maria, recebia de boa vontade as crianças, as abençoava e
abraçava e as propunha a todos como exemplo a imitar, assim também, Pai santo, derramai sobre
ela(s) a vossa bênção, para que, à medida que vai (vão) crescendo, por meio da sã convivência com
as pessoas maiores e com a assistência do Espírito Santo, se torne(m) testemunha(s) de Cristo no
mundo e seja(m) mensageira(s) e defensora(s) da fé que professa(m). Por nosso Senhor Jesus
Cristo. Amém.

Pai Nosso. Ave Maria.

ORAÇÃO CONTRA DEPRESSÃO

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Senhor, só tu conheces os corações, por isso, com fé e humildade, peço-te a graça de


aprender a lançar sobre ti as nossas ansiedades e preocupações. Que possamos nos abandonar em
teus braços, confiar e aguardar serenamente a tua ação em nossa vida! Guarda nossos pensamentos,

63
sentimentos e sentidos para que não tenhamos tanta preocupação. Ajuda-nos a manter nossa mente
centrada no que é bom para nós e para o teu Reino.
Santifica-nos, para que possamos ser pessoas cheias do Espírito Santo, irradiando
serenidade, calma e paz! Dá-nos forças para que possamos manter nossas emoções e pensamentos
firmes na confiança em Deus. Senhor, agradecemos porque sabemos que estás cuidando de nós.
Confiamos em ti e em tua Palavra. Entregamos em tuas mãos, para serem curadas, todas
as ansiedades depressões e preocupações daquele(a) pelo(a) qual oramos. Cura, Senhor, todas as
feridas e livra este vosso filho(a) da tristeza e depressão. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Pai Nosso. Ave Maria. Glória ao Pai

PEQUENO EXORCISMO DE SÃO MIGUEL

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate; cobri-nos com vosso escudo contra os
embustes e ciladas do demônio. Subjugue-o Deus, instantemente o pedimos, e vós, Príncipe da
milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos,
que andam pelo mundo para perder as almas. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

Pai Nosso. Ave Maria. Glória ao Pai.

64
ANEXO 3

Modelo de Ficha para Cadastro Missionário

65
ANEXO 4

Plano Missionário

No dia 20 de outubro de 2019, no Ginásio Jesus, Maria e José da Paróquia de Raiz da


Serra (Magé), acontecerá o Congresso Missionário Diocesano com o tema: “Batizados e enviados: a
Igreja de Cristo em missão no mundo”.

Haverá palestra, testemunhos, adoração ao Santíssimo, teatro missão, pocket show e


muito mais! Todos estão convidados: jovens, crianças, adultos, idosos e famílias!

Maiores informações em divulgações futuras, ou peça informações com a Equipe do


Conselho Missionário Diocesano.

66
ANEXO 5

Mês Extraordinário das Missões


Em 22 de outubro de 2017, Dia Mundial das Missões, o Papa Francisco durante o
Ângelus anunciou, publicamente, para toda Igreja, sua intenção de proclamar um Mês Missionário
Extraordinário em outubro de 2019, para celebrar o centenário da carta Apostólica Maximum Illud,
de seu predecessor o Papa Bento XV. Neste mesmo dia, o santo Padre enviou uma carta ao Cardeal
Fernando Filoni, prefeito da Congregação para Evangelização dos Povos e presidente do Comitê
Supremo das Pontifícias Obras Missionárias (POM), encomendando “a tarefa de preparar este
evento, especialmente através de ampla sensibilização das Igrejas particulares, dos Institutos de
Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, assim como, associações, movimentos,
comunidades e outras realidades eclesiais”.

Para reavivar a consciência batismal do Povo de Deus em relação à missão da Igreja, o


Papa Francisco escolheu para o Mês Missionário Extraordinário o tema “Batizados e enviados: a
Igreja de Cristo em missão no mundo”.

Despertar a consciência da missio ad gentes e retomar com novo impulso a


transformação missionária da vida e da pastoral é o objetivo deste mês, que está em sintonia com a
solicitude pastoral do Papa Bento XV em Maximum Illud e a vitalidade missionária expressada pelo
Papa Francisco, na Evangelii Gaudium: “A ação missionária é o paradigma de toda obra da
Igreja” (EG 15). Trata-se de “pôr a missão de Jesus no coração da Igreja, transformando-a em
critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de seu trabalho, a fecundidade de
seus ministros e a alegria que eles são capazes de suscitar. Porque sem alegria não se atrai
ninguém” (Reunião do Comitê diretivo do CELAM, Bogotá, 7 de setembro de 2017).

O compromisso com a conversão pessoal, comunitária e pastoral a Jesus Cristo


crucificado, ressuscitado e vivo em sua Igreja, renovará o ardor e paixão por testemunhar ao mundo,
através da proclamação e da experiência cristã, o Evangelho da vida e da alegria pascal (Lc 24,46-
49).

67
ANEXO 6

Guia de Passagens Bíblicas


Para meditar durante as missões

Nº Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo S. Mateus S. Marcos S. Lucas S. João


1 Prólogo 1, 1-14
Fatos Preliminares
2 Visão de Zacarias 1, 5-25
3 Anunciação do Anjo 1, 26-38
4 Encarnação do Verbo 1, 1-18
5 Visita de Maria a Isabel 1, 39-56
6 Nascimento de São João Batista 1, 57-80
7 Genealogia de Cristo 1, 18-25
8 Revelação a José em Sonhos 1, 18-25
Infância de Jesus Cristo
9 Nascimento de Jesus Cristo 2, 1-21
10 A Apresentação no Templo 2, 22-38
11 Adoração dos Reis Magos 2, 1-12
12 Fuga do Egito 2, 13-15
13 Matança dos Inocentes 2, 16-18
14 Regresso a Nazaré 2, 19-23 2, 39-40
15 Jesus em meio aos doutores 2, 41-50
16 Sua vida Oculta 2, 51-52
Preparação para a vida pública
17 Pregação do Precursor 3, 1-12 1, 1-8 3, 1-18
18 O Batismo de Jesus Cristo 3, 13-17 1, 9-11 3, 21-22
19 Jejum e tentações de Jesus 4, 1-11 1, 12-13 4, 1-13
20 João da Testemunho D’Ele 1, 19-34
21 Os Primeiros Discípulos 1, 35-51
22 As bodas de Caná 2, 1-11
23 Pregações em Carfanaum 2, 12
Vida Pública – Ano Primeiro
24 Expulsão dos mercadores 2,13-25
25 Nicodemos 3, 1-21
26 Jesus prega na Judéia 3, 22
27 Ultimo testemunho de Batista 3, 23-36
28 Prisão de Batista 14, 3-5 6, 17-20 3, 19-20
29 Jesus volta a Galileia 4, 12 1,14 4, 14 4, 1-3
30 A Samaritana 4, 4-42
31 Da Samaritana a Galileia 1, 14b-15 1, 14b-15
32 Pregação em Galileia 4, 15-30 4, 23-45

68
33 Cura do Filho do funcionário do Rei 4, 46-54
34 Foi para Carfanaum 4, 13-17 4, 31
35 Chama os primeiros discípulos 4, 18-22 1, 16-20
Vida Pública – Ano Primeiro
36 Cura de um possesso 1, 21-28 4, 31-37
37 Cura da sogra da Pedro 8, 14-17 1, 29-34 4, 38-41
38 Pregação em Galileia 4, 23 1, 35-39 4, 42-44
39 A pesca milagrosa 5, 1-11
40 Cura de um leproso 8, 1-4 1, 40-45 5, 12-16
41 Cura de um paralítico 9, 1-18 2, 1-12 5, 17-26
42 Vocação de São Mateus 9, 9 2, 14 5, 27-28
Vida Pública – Ano Segundo
43 Segunda Páscoa 5, 1
44 Paralítico na piscina 5, 2-47
45 Recolhem espigas no sábado 12, 1-8 2, 23-28 6, 1-5
46 Cura do homem da mão seca 12, 9-14 3, 1-16 6, 6-11
47 Várias curas 4, 24-25 3, 7-12 6, 17-19
48 Eleição dos apóstolos 10, 2-4 3, 13-19 6, 12-16
49 Sermão da Montanha 5, 1-7 6, 20-49
50 Generalidades 5, 1-7, 29 6, 12-16
Os ministros de Jesus 5, 13-16
Jesus e a Lei Mosaica 5, 17-48 6, 27-36
Esmola, oração e jejum 6, 1-18
Cristãos e bens terrenos 6, 19-34
Do injusto julgar 7, 1-6 6, 37-42
Últimas lições: epílogo 7, 7-29 6, 43-49
51 Servo do centurião 8, 5-13 7, 1-10
52 O filho da viúva de Naím 7, 11-17
53 Comitiva de João a Jesus 11, 2-19 7, 18-35
54 A pecadora casa de Simão 7, 38-50
55 Segunda pregação em Galileia 8, 1-13
56 O possesso, cego e mudo 12, 22-37 3, 20-30 11, 14-16
57 A mão e os irmãos de Jesus 12, 46-50 3, 31-35 8, 19-21
58 Parábolas do Reino 13, 1-58 4, 1-34 8, 4-18
O semeador 13, 1-23 4, 1-23 8, 4-18
A semente que cresce 4, 26-29
Espontaneamente
O joio 13, 24-30
O grão de mostarda e a levedura 13, 31-55 4, 30-34 13, 18-21
O tesouro, a pérola e a rede 13, 44-52
59 A tempestade acalmada 8, 23-27 4, 35-40 8, 22-25
60 Os possessos de Gerasa 8, 28-34 5, 1-20 8, 26-39
61 A filha de Jairo e Hemorroísa 9, 18-26 5, 21-43 8, 40-56
62 A cura de dois cegos 9, 27-31
63 Um possesso mudo 9, 32-34
64 Jesus outra vez rejeitado e Nazaré 13, 54-58 5, 1-6
65 Terceira pregação da Galileia 9, 35-58 6, 6

69
66 Missão dos Apóstolos 9, 39-10, 1 6, 7
67 Instruções
Primeira parte 10, 5-158 6, 7-11 9, 3-5
Segunda parte 10, 16-23
Terceira parte 10, 24-42
68 Martírio de João Batista 14, 1-12 6, 17-29 9, 7-9
69 Primeira multiplicação dos pães 14, 13-21 6, 30-48 9, 10-17 6, 1-13
70 Jesus caminha sobre as águas 14, 24-36 6, 45-52 6, 14-24
71 Discurso do Pão da Vida 22, 72
Vida Pública – Ano Terceiro
72 Os fariseus e as tradições 15, 1-20 7, 1-23
73 A mulher Cananéia 15, 21-28 7, 24-30
74 Várias curas 15, 29-31 7, 31-37
75 Segunda multiplicação dos pães 15, 32-39 8, 1-10
76 A levedura dos fariseus 16, 1-12 8, 11-21
77 O cego de Betsaida 8, 22-26
78 A confissão de Pedro 16, 13-20 8, 27-30 9, 18-21
79 Primeiro anúncio da Paixão 16, 21-28 8, 31-39 9, 22-27
80 A transfiguração 17, 1-13 9, 1-12 9, 28-36
81 A criação possessa 17, 14-20 9, 13-28 9, 37-44
82 Segundo anúncio da Paixão 17, 21-22 9, 29-31 9, 44-45
83 Jesus paga o tributo 17, 23-26
84 Diversas instruções
Quem será maior? 18, 1-15 9, 32-36 9, 46-48
Os filhos de Zebedeu 9, 37-40 9, 49-50
Evitar o escândalo 18, 6-9 9, 41-49
O preço das almas 18, 10-14
A correção fraterna 18, 15-20
O perdão das ofensas 18, 25-35
85 As cidades malditas 11, 20-24 10, 13-15
86 Ação de graças ao Pai 15, 25-30 10, 21-22
87 O Tabernáculo 7, 1-35
88 A mulher adúltera 8, 2-11
89 A missão divina de Jesus 8, 12-59
90 O cego de nascimento 9, 1-41
91 O Bom Pastor 10, 1-21
92 Má acolhida – Samaritanos 9, 51-56
93 Várias vocações 8, 19-22 9, 57-62
94 Missão dos 70 discípulos 10, 1-24
95 O Bom Samaritano 10, 25-37
96 Marta e Maria 10, 38-42
97 Jesus uno com o Pai 10, 22-39
98 Fuga de Jesus para o Jordão 10, 40-42
99 Oração dominical 11, 1-4
100 Parábola do amigo inoportuno 11, 5-13
101 Origem do poder sobre os demônios 11, 14-26
102 Jesus louva sua mãe 11, 27-28

70
103 Sinal de Jonas 12, 38-45 11, 29-36
104 A Luz de Cristo, Luz da Alma 11, 33-36
105 Repressão dos fariseus 11, 38-54
106 Advertência aos discípulos 12, 1-12
107 Cuidado com a avareza 12, 13-21
108 Confiança na providência 12, 22-34
109 Vigilância 12, 35-48
110 Por Jesus ou contra Jesus 12, 49-53
111 Sinais do tempo 12, 54-59
112 Galileus mortos, penitência 13, 1-9
113 Uma cura do sábado 13, 10-17
114 O grão da mostarda 13, 18-21
115 Segunda entrada em Jerusalém 13, 22
116 A porta estreita 13, 13-20
117 As insídias 13, 31-33
118 Ameaça contra Jerusalém 13, 34-35
119 Ressurreição de Lázaro 11, 1-53
120 Cura do hidrópico 14, 1-16
121 Convidados descorteses 14, 17-24
122 Necessidade de abnegação 14, 25-33
123 As parábolas da misericórdia
A ovelha perdida 15, 1-7
A dracma perdida 15, 8-10
O filho pródigo 15, 11-32
O administrador infiel 16, 1-13
124 Repressão dos fariseus 16, 14-18
125 O rico e o pobre 16, 19-31
126 O escândalo 17, 1-4
127 Fé e humildade 17, 5-10
128 Retirada para Efraim 11, 54
129 Terceira entrada a Jerusalém 19, 1-2 10, 1 17, 11
130 Os dez leprosos 17, 12-19
131 A vinda do Reino de Deus 17, 20-37
132 Parábola do juiz iníquo 18, 1-8
133 O fariseu e o publicano 18, 9-14
134 O divórcio 19, 3-12 10, 2-12
135 Jesus e as crianças 19, 13-15 10, 13-16 18, 15-17
136 O jovem rico 19, 16-30 10, 17-31 18, 18-30
137 Os obreiros enviados à vinha 20, 1-16
138 Terceiro anúncio da Paixão 20, 17-19 10, 32-34 18, 31-34
139 A mãe dos filhos de Zebedeu 20, 20-28 10, 35-45
140 O cego de Jericó 20, 29-34 10, 46-52 18, 35-43
141 Zaqueu 19, 1-10
142 Parábola das minas 19, 11-28
143 A unção de Betânia 26, 6-13 14, 3-9 12, 1-11
Semana Santa
144 Entrada triunfal em Jerusalém 21, 1-11 11, 1-11 19, 29-44 12, 12-19

71
145 A maldição da figueira 21, 18-19 11, 12-14
146 Expulsão dos vendedores 21, 12-17 11, 15-19 19, 45-48 2, 14-25
147 Os poderes de Jesus 21, 23-27 11, 27-33 20, 1-8
148 Parábolas
Dos dois filhos 21, 28-32
Dos vinhadores infiéis 21, 33-46 12, 1-12 20, 9-19
Convite para as bodas 22, 1-14
149 O triunfo de Cézar 22, 15-22 12, 13-17 20, 20-26
150 Ressurreição dos mortos 22, 23-53 12, 18-27 20, 27-40
151 O 1º mandamento da Lei 22, 34-40 12, 28-34
152 A origem do Messias 22, 41-46 12, 35-37 20, 41-44
153 Os escribas julgados por Jesus 23, 1-36 12, 38-40 20, 45-47
154 O julgamento sobre Jerusalém 23, 37-39 13, 34-35
155 O óbolo da viúva 13, 41-44 21, 1-4
156 Fim do mundo 24, 1-41 13, 1-31 21, 34-36
157 Vigilância 24, 36-51 13, 32-37 21, 34-36
158 Parábolas sobre o final
As dez virgens 25, 1-13
Dos talentos 15, 14-30
159 O juízo final 25, 31-46
160 Grego desejo de ver Jesus 12, 20-36
161 Incredulidade judia 12, 37-50
162 Conspiração contra Jesus 26, 1-5 14, 1-2 22, 1-2
163 A traição de Judas 26, 14-16 14, 10-11 22, 3-6
164 Preparação para a última ceia 26, 17-20 14, 12-16 22, 7-13
165 Lava pés 13, 1-20
166 A ceia Pascal 26, 20 14, 17 22, 14-18
167 Anúncio da Traição 26, 21-25 14, 18-21 22, 21-23 13, 21-30
168 Instituição da Eucaristia 26, 26-29 14, 22-25 22, 19-20
169 Jesus Cristo será julgado 13, 31-33
170 Lei do amor 13, 34-35
171 Questão da primazia 22, 24-30
172 Anúncio da traição de Pedro 26, 30-35 14, 26-31 22, 31-34 13, 36-38
173 A grande prova que se aproxima 22, 34-38
174 Reencontro próximo do Pai 14, -1-11
175 Promessa aos discípulos 14, 12-26
176 Despedida de Jesus 14, 27-31
177 No caminho ao Horto
A alegoria da Vida 15, 1-8
Os discípulos elevados a amigos 15, 9-17
Ódio do mundo contra Jesus e os
15, 18-27
discípulos
Anúncio da perseguição judia 16, 1-4
Promessa do Espírito Santo 16, 5-15
O gozo traz a tristeza 16, 16-24
Promessa de uma revelação 16, 25-33
Clara

72
Oração sacerdotal de Cristo 17, 1-2
178 Jesus no Getsêmani 26, 36-46 14, 32-42 22, 39-46 18, 1
179 O beijo de Judas 26, 47-56 14, 43-52 22, 47-53 18, 2-11
180 A casa de Anás 18, 12-14
181 Jesus ante Caifás 26, 57-66 14, 53-64 22, 54 18, 19-24
182 Negação de Pedro 26, 69-75 14, 53-72 22, 55-62 18, 15-27
183 Jesus ante o Sinédrio 26, 57-68 14, 53-65 22, 63-65
184 Cristo ante Pilatos Judas Desesperado 27, 1-10 15, 1 22, 66-71
185 Acusações ante Pilatos e Herodes 27, 11-14 15, 2-5 23, 1-10 18, 28-38
186 Barrabás e Jesus 27, 15-23 15, 6-14 23, 13-23 18, 39-40
187 Flagelação. Expediente para libertá-lo 27, 24-30 15, 15-19 23, 24-25 19, 1-16
188 Via Dolorosa e Crucificação 27, 31-38 15, 20-28 23, 26-34 19, 16-24
189 Injúrias e o bom ladrão 27, 39-44 15, 29-32 23, 35-43
190 Maria e João 19, 25-27
191 Morte de Jesus 27, 45-53 15, 33-38 23, 44-45 19, 28-30
192 O Centurião 27, 54-56 15, 39-41 23, 47-49
193 Sepultura e guarda no Sepulcro 27, 57-61 14, 42-47 23, 50-56 19, 38-42
Vida Gloriosa de Cristo
194 Sepulcro Vazio 28, 1-8 16, 1-8 24, 1-12 20, 1-10
195 Aparição da Maria Madalena 16, 9-11 20, 11-18
Aparição as mulheres, suborno aos
196 28, 9-10
guardas
197 Aparição Emaús e 10 apóstolos 16, 12-14 24, 13-43 20, 19-25
198 Aparição aos 11 20, 26-29
199 Aparição na Galileia e missão Universal 28, 16-18 16, 15-18 24, 44-49
200 Aparição à margem do mar 21, 1-14
201 Mandatos a palavra de Pedro 21, 15-23
202 Primeira Conclusão 20, 30-31
203 Segunda Conclusão 21, 24-25
204 Ascenção 18, 19-20 24, 50-53

73
ANEXO 7

Estatuto do COMIPA
Conselho Missionário Paroquial

A missão primordial da Igreja é ser missionária. Por isso, é necessária a criação e a


organização, em nossas paróquias, de um Conselho Missionário Paroquial que, com discernimento
evangélico, a partir do encontro com Jesus Cristo, avivará o espírito missionário de nossa ação
pastoral, promovendo “atitudes e iniciativas de autoavaliação e coragem para mudar o que é
necessário, visando a conversão pastoral e a renovação das paroquias” (DGAE, 46 e DAED, 9).

COMIPA

É um Conselho Missionário Paroquial que, sob a coordenação do pároco, tem o


compromisso de planejar e promover ações que mantenham viva a dimensão missionária da Igreja
nas comunidades (matriz e capelas). É um organismo que impulsiona de forma permanente a ação
missionária paroquial visando ao fortalecimento da fé, comunhão e participação eclesial dos
paroquianos.

OBJETIVOS

Geral

Promover a organização da ação missionária paroquial e a formação de discípulos


missionários para o trabalho de evangelização comunitária.

Específicos

74
a) Coordenar a ação missionária paroquial, promovendo a integração de todas as pastorais e
movimentos. Promover e gerar iniciativas de diálogo e crescimento da consciência missionária nas
lideranças de movimentos e pastorais;
b) Formar discípulos missionários para o trabalho de evangelização a domicílio;
c) Articular a dimensão missionária como prioridade junto ao Conselho de Pastoral e o Conselho
Econômico;
d) Identificar e estimular estratégias para animação missionária na comunidade paroquial a partir
de todas as pastorais, movimentos e atividades.

FINALIDADES

a) Integração dos agentes e unidade na ação missionária;


b) Desenvolvimento de uma consciência missionária no âmbito paroquial;
c) Reaproximação dos católicos afastados da Igreja;
d) Discernimento evangélico nas ações e promoções paroquiais e comunitárias para que sejam
ações de promoção de vida e de paz;
e) Fazer com que a dimensão missionária norteie as pastorais e movimentos, zelando para que
suas promoções comunitárias favoreçam sempre a transmissão de fé e deem testemunho da
vivência cristã;
f) Informar sobre o andamento das atividades da Ação Missionária da Diocese;
g) Animar a ação missionária paroquial em todas as comunidades de fé.

ATIVIDADES

a) Fazer o chamamento de voluntários para preparação e formação de missionários;


b) Promover retiros, encontros com foco missionário;
c) Acompanhar todas as pastorais e movimentos, subsidiando-os para manterem presente, em suas
atividades e promoções, a dimensão missionária da Igreja;
d) Manter reunião mensal dos missionários, partilhando as ações evangelizadoras e retirando
dúvidas que surgirem;
e) Mapear cada comunidade, identificando todos os setores por números e as ruas por nome e por
número de moradias;

75
f) Além da missão domiciliar, promover visitas a hospitais, orfanatos, asilos, entre outros.
Realizar campanhas criativas e reuniões de grupos e pastorais nas casas da irmãos afastados;
g) Elaborar cronograma de ação missionária em sintonia com o COMIDI;
h) Utilizar material de formação missionária diocesana e de sua divulgação;
i) Representar o COMIPA nos eventos do COMIDI e as Áreas Pastorais da Diocese;
j) Manter reuniões mensais de partilha de vivência missionária e atualização;
k) Promover junto com o pároco a criação de pequenas comunidades.

COMPOSIÇÃO

a) Principal responsável: Pároco;


b) Coordenador do Conselho Missionário;
c) Secretário;
d) Representante Religioso (caso tenha na paróquia);
e) Representante de cada pastoral e movimento (havendo a possibilidade);
f) Representante de cada comunidade (matriz e capelas).

OBSERVAÇÃO

Todos os missionários/agentes de pastoral, que já desenvolvem atividades missionária


de visitação domiciliar, devem continuar sua ação missionária. Deverão, todavia, atualizarem-se no
trabalho missionário pela formação a ser oferecida, aperfeiçoando suas condições de discípulo
missionário e incrementando as visitas com a bênção das casas e reuniões com grupos de famílias
para momentos de oração e encontros.

76

S-ar putea să vă placă și