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Ausencia é “um estado de fato, em que a pessoa desaparece de seu domicilio, sem deixar
qualquer noticia”
Ausente é o individuo que desapareceu, consciente ou inconscientemente, voluntaria ou
involuntariamente.
No código civil de 1916, a ausência era tratada no âmbito da capacidade, sendo o ausente
considerado absolutamente incapaz.(ideia era proteger os interesses do ausente)
O art. 22CC de 2002 – o Juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do MINISTERIO
PUBLICO, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador, caso o desaparecido assim não o faça
antes de desaparecer, Mas caso tenha deixado um procurador esse não puder ou não quiser
exercer a tarefa, o juiz nomeara um procurador.
A primeira fase é a CURADORIA dos bens do ausente, que dura 1 ano – Assim o legislador
para de proteger somente os bens do ausente e passa a dividir essa proteção com os herdeiros
e credor.
A segunda fase, a sucessão provisória, que dura 10 anos. – A partir de então, o legislador
passa quase toda a proteção para os interesses dos herdeiros, mas ainda resguardando os
direitos do ausente caso aparece.
A terceira fase, a sucessão definitiva, quando o ausente é presumido morto. – O ausente só é
presumido morto com a abertura da sucessão definitiva, enquanto isso, seus direitos,
obrigações e sua capacidade permanecem como se vivo estivesse.
Sucessão Provisória
Após um ano da declaração da ausência, da arrecadação dos bens do ausente e da nomeação
de curador, sendo publicados em 6 editais, de 2 em 2 meses, convocando o ausente, e mesmo
assim ele não apareceu, então o CC, autoriza a abertura da sucessão provisória nos termos do
Art.26, CC
O CC elenca quais pessoas podem pedir a abertura da sucessão provisória do ausente.
Consideram-se interessados para tal: o cônjuge não separado judicialmente, os herdeiros
presumidos, legítimos ou testamentários, os que tiverem sobre os bens do ausente direito,
dependentes de sua morte e os credores de obrigações vencidas e não pagas.
O inciso 1° do art 28 CC determina que se após o prazo de 1 ou 3 anos, conforme o caso, não
houver interessados na sucessão provisória, ou mesmo tendo, e nenhum deles a requerer,
cabe ao ministério publico requere-la ao juiz competente, assim também caos haja herdeiros
interditos ou menor.
A sentença que determina a abertura de sucessão provisória so terá validade após 180 dias de
publicada pela imprensa. Após esse prazo como se morto estivesse o ausente, podendo então
fazer abertura de testamento, inventario e partilha de bens.
Se o ausente aparecer, mandar noticias ou se provar sua existência, cessarão logo as
vantagens dos sucessores provisórios.
Sucessão Definitiva
O art. 37 CC prevê o prazo de 10 anos após o transito e julgado da sentença que abriu a
sucessão provisória, assim o prazo real para que se declare a abertura a sucessão definitiva dos
bens do ausente não é menor que onze anos e meio do desaparecimento.
Vejamos então que a sucessão provisória se tornara em definitivo: quando houver certa da
morte do ausente, dez anos depois de passada a transitada e julgada a sentença de abertura
da sucessão provisória, ou quando o ausente contar 80 anos e houverem decorrido cinco
anos das ultimas noticias. (Art. 1.167 CPC)
Eficácia
A sentença que declara a morte presumida tem eficácia erga omnes, mas não faz coisa julgada,
podendo ser revista a qualquer tempo, desde que surjam novas provas. Portanto, se o
declarado morte regressar, ou se provar que ele sua existência com vida, a sentença perderá a
eficácia EX TUNC, terá direito aos bens na forma em que se acharem, ou o preço que os
herdeiros e demais interessados houverem recebidos pelos bens alienados, respeitando assim
os direitos de terceiros.
1-) Das fundações particulares – São criadas a partir de escritura publica ou testamento(Art62
do CC). Para sua criação pressupõem-se a existência dos seguintes elementos.
Afetação de bens livre, especificações dos fins, previsão do modo de administra-las e
elaboração de estatuto com base em seus objetivos e submetidos a apreciação do Ministério
Publico que os fiscalizara(esse requisito não é obrigatório mas facultativo no ato da instituição)
2-)Das Associações – “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem
para fins não econômicos”(Art. 53 do CC). Como exemplo de associações temos: Clubes
esportivos, típicos das cidades do interior do Brasil e algumas entidades de classe.
Não há, entre associados, direitos e obrigações recíprocos, uma vez que não há intuito de
lucro(art.53 ). Por outro lado, podem existir direitos e deveres entre associados e associação,
como o dever do associado de pagar a contribuição mensal.
Requisitos para elaboração dos estatutos da associação:
a-)A denominação da associação, e seus fins e o local da sua sede.
b-)Os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados.
c-)Os direitos e deveres dos associados.
d-)As fontes e recursos para manter a associação.
e-)O modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos.
f-)As condições para alterar as disposições estatutárias e para dissolver a associação
g-)A forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.
3-)Das sociedades- A finalidade lucrativa é o que distingue uma associação de uma sociedade,
ambas constituindo espécies de corporação (conjunto de pessoas), e se dividem em:
a-)Sociedades Empresariais – São as que visam a uma finalidade lucrativa, mediante exercício
de atividade empresaria.
b-)Sociedade Simples – São as que também visam o lucro, mediante exercício de atividade não
empresaria, são as antigas sociedades civis. Ex: grandes escritórios de advocacia, cooperativas.
4-)Das organizações religiosas e dos partidos políticos – “São livres a criação, a organização, a
estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder
publico negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu
funcionamento.” Já “os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme disposto
em lei especifica”
A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade
e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, pelo Judiciário,
da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos.
5-)Das empresas individuais de sociedade limitada (EIRELI) - “Art. 980-A. A empresa individual
de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior
salário mínimo vigente no País.
Como fica a situação das sociedades de fato, sem a existência de ato constitutivo?
A depender do tipo de sociedade e genericamente, os sócios respondem por seus atos de
forma ilimitada e o patrimônio das sociedades responde pelas obrigações contraídas,
primeiramente, afinal, via de regra, os sócios não respondem com seus bens pessoais.
Tese do patrimônio mínimo – a tese pode ser resumida da seguinte forma: deve-se assegurar
a uma pessoa o mínimo de direitos patrimoniais, a fim de que esta pessoa viva com dignidade.
Com isso o CC estabelece que é nulo a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou
renda suficiente para a subsistência do doador, esse artigo anula a doação universal.
As principais alterações da teoria do patrimônio mínimo terão seu alcance no que se refere a
proteção ao bem de família.
2-)Quanto a mobilidade
2.1-)Bens imóveis - não podem ser removidos sem a sua deterioração ou destruição. Podem
ser subdivididos em:
2.1.1-)Por natureza – são formados pelo solo e tudo aquilo que se incorpora a ele de forma
natural (o solo, subsolo, superfície, espaço aéreo e tudo que lhe for incorporado) Ex: arvore
2.1.2-)Por acessão física - industrial ou artificial – tudo que o homem incorporar
permanentemente ao solo, não podendo remover do solo sem a destruição, será bem imóvel.
Ex: plantações, construções.
2.3-)Por acessão física intelectual – tudo que for empregado intencionalmente para
exploração industrial, aformoseamento ou comodidade.
2.4-)Por disposição legal – são bens, a fim de dar maior proteção jurídica. Ex: direito a
sucessão aberta, direitos reais sobre imóveis (hipoteca) e penhor agrícola (excepcionalmente).
2.2-)Bens moveis – são os que podem ser transportados sem deteorização ou destruição,
sem alteração da substancia ou da destinação econômico-social daquele bem, podendo ser
transportados por força própria ou de terceiros. Os bens imóveis são subclassificados por:
2.2.1-)Por natureza – são os que podem ser transportados sem qualquer dano, por força
própria (semoventes) ou por força alheia.
2.2.2-)Por antecipação – são os bens que eram imóveis, mas que foram mobilizados por
uma atividade humana. Ex: colheita de uma plantação (é um bem móvel por antecipação).
2.2.3-)Por determinação legal – a lei estabelece que o bem é móvel.
Navios e aeronaves são tratados como bens imóveis pela lei, uma vez que exige um registro
especial deles e admite a instituição de hipoteca.
9-)Bem de família – o bem de família é o imóvel utilizado como residência familiar, e existem
duas formas de prever o bem de família, voluntario ou convencional e bem de família legal.
9.1-)O Bem de família é voluntario ou convencional quando pode ser instituído por alguém:
Pelo cônjuges, pela entidade familiar e por um terceiro.
Esta instituição de bem de família convencional se dará por escritura publica ou testamento,
mas não pode ultrapassar 1/3 do patrimônio liquido da pessoa que faz a instituição, este não
revoga o Bem de família legal, podendo inclusive conviverem.
Para que seja bem de família convencional, é necessário que o bem seja: Imovel, residencial
rural ou urbano, incluindo todos os acessórios que compõem este bem.
São consequências da instituição do bem de família convencional: Inalienabilidade do imóvel,
impenhorabilidade do imóvel e isenção de execução por dividas posteriores a instituição.
Há situações em que a despeito de o bem ser de família convencional, e ter tais
características, não prevalecera estas condições: Dividas anteriores a constituição do bem de
família, no caso de dividas posteriores relacionadas a tributos relacionados ao prédio, no
caso de divida de condomínio e no caso de fiança ou aval.
O STF já estabeleceu que o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também
o imóvel pertencente a solteiras, separadas e viúvas.
Constitui bem de família, insuscetível a penhora, o único imóvel residencial do devedor em
que resida seu familiar, ainda que o proprietário nele não habite, e também o imóvel
comercial, desde que sua renda seja revertida para custear a moradia num imóvel alugado.
O art. 3° da lei 8.009/90 estabelece que impenhorabilidade não é oponível aos seguintes
casos: • Titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição
do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
• Credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário
que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos
responderão pela dívida;
• Cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do
imóvel familiar;
• Execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela
entidade familiar. Esta exceção só se aplica se a hipoteca foi constituída por ambos os cônjuges
ou de toda a
entidade familiar.
• Imóvel ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal
condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
• Por obrigação decorrente de fiança contrato de locação.
O STF entende que a proteção da impenhorabilidade não pode prevalecer nos casos em que o
devedor age de má-fé.