Sunteți pe pagina 1din 112

DSc.

Jefferson
de Souza Pinto

MATEMÁTICA
FINANCEIRA

2016
PREFÁCIO

Esta apostila foi elaborada por mim com o objetivo principal de apresentar aos alunos
conceitos que regem a Matemática Financeira e sua utilização na solução de diversos problemas que
envolvem o atual mercado financeiro brasileiro.

Gostaria de agradecer a todos os que me auxiliaram, direta ou indiretamente, na elaboração


desta apostila.

BOA SORTE EM SEUS ESTUDOS!!!

Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto


Doutor em Engenharia Mecânica - DEF/FEM/UNICAMP
Pós-doutor em Engenharia Mecânica - DEF/FEM/UNICAMP

Fevereiro/2016

Contato:
jeffsouzap@gmail.com

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 1


Sumário
Introdução........................................................................................................................................... 4
Considerações Sobre a Remuneração do Dinheiro ......................................................................... 4
Considerações sobre o Mercado ....................................................................................................... 9
CAPÍTULO 1.................................................................................................................................... 11
1 Juros Simples ou Capitalização Simples......................................................................................... 11
1.1 Juros Ordinários ........................................................................................................................... 11
1.1.1 Taxa e Tempo na mesma Unidade ............................................................................................ 12
1.1.2 Cálculo dos Juros ...................................................................................................................... 12
1.1.3 Cálculo do Valor Atual ............................................................................................................. 12
1.1.4 Cálculo da Taxa ........................................................................................................................ 13
1.1.5 Cálculo do Tempo ..................................................................................................................... 13
1.2 Taxa e Tempo em Unidades Diferentes ....................................................................................... 13
1.2.1 Cálculo dos Juros ...................................................................................................................... 14
1.2.2 Cálculo do Valor Atual ............................................................................................................. 14
1.2.3 Cálculo da Taxa ........................................................................................................................ 14
1.2.4 Cálculo do Tempo ..................................................................................................................... 15
1.3 Regra dos Banqueiros .................................................................................................................. 15
1.3.1 Cálculo dos Juros ...................................................................................................................... 15
1.3.2 Juros Exatos .............................................................................................................................. 16
1.3.2.1 Cálculo dos Juros ................................................................................................................... 16
1.3.2.2 Cálculo do Valor Atual .......................................................................................................... 16
1.3.2.3 Cálculo da Taxa ..................................................................................................................... 17
1.3.2.4 Cálculo do Tempo .................................................................................................................. 17
1.4 Valor Futuro ou Montante............................................................................................................ 17
1.4.1 Cálculo do Montante ................................................................................................................. 17
1.4.2 Cálculo do Valor Atual ............................................................................................................. 18
1.4.3 Cálculo da Taxa ........................................................................................................................ 18
1.4.4 Cálculo do Tempo ..................................................................................................................... 18
Exercícios – Capítulo 1 ...................................................................................................................... 20
CAPÍTULO 2.................................................................................................................................... 23
2 Juros Compostos ou Capitalização Composta ................................................................................ 23
2.1.Cálculo do Montante .................................................................................................................... 23
2.2 Cálculo do Valor Atual ................................................................................................................ 23
2.3 Cálculo do Tempo ........................................................................................................................ 24
2.4 Cálculo da Taxa ........................................................................................................................... 24
2.5 Cálculo dos Juros ......................................................................................................................... 25
2.6 Período Fracionário ...................................................................................................................... 25
2.6.1 Juros Compostos na Parte Fracionária ...................................................................................... 25
Exercícios – Capítulo 2 ...................................................................................................................... 28
CAPÍTULO 3.................................................................................................................................... 30
3. Taxas de Juros ................................................................................................................................ 30
3.1 Introdução .................................................................................................................................... 30
3.2 Taxa Proporcional ........................................................................................................................ 30
3.3 Taxa Efetiva ................................................................................................................................. 31
3.4 Taxa Equivalente.......................................................................................................................... 31
3.5 Taxa Nominal ............................................................................................................................... 35
Exercícios – Capítulo 3 ...................................................................................................................... 37
CAPÍTULO 4.................................................................................................................................... 39
4 Descontos ........................................................................................................................................ 39
4.1 Desconto Simples ......................................................................................................................... 40

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 2


4.1.1 Desconto Simples Por Fora ou Comercial ................................................................................ 40
4.1.2 Desconto Simples Por Dentro ou Racional ............................................................................... 41
4.2 Desconto Composto ..................................................................................................................... 42
4.2.1 Desconto Composto Por Fora ou Comercial............................................................................. 43
4.2.2 Desconto Composto Por Dentro ou Racional ........................................................................... 43
Exercícios – Capítulo 4 ...................................................................................................................... 44
CAPÍTULO 5.................................................................................................................................... 45
5 Amortização .................................................................................................................................... 45
5.1 Amortização (Empréstimos) ........................................................................................................ 45
5.1.1 Definições ................................................................................................................................. 45
5.2 Classificação das Modalidades de Amortização .......................................................................... 46
5.2.1 Sistema de Pagamento no Final ................................................................................................ 46
5.2.2 Sistema de Amortização Constante (SAC) ............................................................................... 46
5.2.3 Sistema Americano ................................................................................................................... 47
5.2.4 Sistema Francês (ou Sistema Price) .......................................................................................... 47
5.2.5 Sistema de Amortizações Variáveis .......................................................................................... 47
5.3 Sistema de Amortização com Pagamento no Final...................................................................... 48
5.4 Sistema de Amortização Constante (SAC) .................................................................................. 48
Exercícios – Capítulo 5 ...................................................................................................................... 49
CAPÍTULO 6.................................................................................................................................... 52
6 Planos com Prestações Uniformes (Sistema Price) e Planos de Capitalização............................... 52
6.1 Pagamentos Iguais - Sistema Price .............................................................................................. 52
6.2 Planos de Capitalização ............................................................................................................... 61
Exercícios – Capítulo 6 ...................................................................................................................... 63
CAPÍTULO 7.................................................................................................................................... 66
7 Inflação............................................................................................................................................ 66
7.1 Introdução .................................................................................................................................... 66
7.2 Indíces de Preços e Taxas dde Inflação ....................................................................................... 66
7.3 Inflatores e Deflatores .................................................................................................................. 71
7.4 O Juro e a Inflação ....................................................................................................................... 72
Exercício – Capítulo 7........................................................................................................................ 75
CAPÍTULO 8.................................................................................................................................... 79
8 Equivalência de Fluxos de Caixa .................................................................................................... 79
8.1 Introdução .................................................................................................................................... 79
8.2 Valor Atual em Fluxos de Caixa ou Valor Presente Líquido (VPL) ........................................... 79
8.3 VPL a Juros Simples e a Juros Compostos .................................................................................. 84
8.4 Equivalência de Fluxos de Caixa ................................................................................................. 86
8.5 Taxa Mínima de Atratividade (TMA) .......................................................................................... 88
Exercícios – Capítulo 8 ...................................................................................................................... 92
CAPÍTULO 9.................................................................................................................................... 96
9 Taxa Interna de Retorno (TIR)........................................................................................................ 96
Excercícios – Capítulo 9 .................................................................................................................... 99
Apêndice – Revisão de Porcentagem ............................................................................................ 101
Bibliografia ..................................................................................................................................... 111

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 3


INTRODUÇÃO

CONSIDERAÇÕES SOBRE A REMUNERAÇÃO DO DINHEIRO1


Não se pretende aqui apresentar um estudo completo sobre todos os aspectos históricos,
jurídicos e econômicos relativos ao instituto dos juros, mas apenas formular a justificativa da
cobrança do mesmo e analisar alguns de seus efeitos.
A cessão de bens de qualquer natureza para uso temporário por outra pessoa faz-se,
normalmente, mediante o pagamento de uma remuneração ou indenização ao cessionário. Os bens
cedidos podem ser representados por uma quantia em moeda ou capital circulante como também
por imóveis, máquinas, patentes, etc... No primeiro caso, a remuneração recebida é chamada de
juros e, nos outros casos, de aluguel, arrendamento, royalty. Para clareza de linguagem, são usadas
diferentes palavras para caracterizar a remuneração de cada uma dessas modalidades de cessão de
bens, mas do ponto de vista econômico não há diferença entre o empréstimo de capital circulante ou
de capital fixo; em um caso ou no outro, quem toma emprestado o faz para usufruir do bem cedido e
auferir lucro, benefícios ou vantagens decorrentes de seu uso durante um prazo convencionado.
Entretanto, por influência de certas doutrinas ou mesmo de princípios religiosos, as diferentes
formas de remunerar o empréstimo de bens têm sido encaradas ou conceituadas de maneiras
diversas. Enquanto o aluguel ou o arrendamento, e modernamente o royalty, foram sempre
admitidos como lícitos, a legitimidade da cobrança de juros foi contestada durante séculos.
A fim de pôr em evidência certas características da atividade produtiva que tornam o
empréstimo em dinheiro uma necessidade da produção, o que lhe dá o direito de participar
legitimamente dos frutos da mesma, suponhamos uma sociedade fechada, isto é, sem quaisquer
ligações com outras comunidades, cujas atividades se realizam e se esgotam dentro de seus limites.
Nessa sociedade, cada indivíduo ou grupo possui o monopólio de uma determinada categoria de
bens, com exclusão dos bens controlados pelos demais grupos. Podemos, assim, analisar ou dissecar
o comportamento ou a função de cada um desses grupos.
Evidentemente, na sociedade em que vivemos não ocorre essa divisão nítida em grupos, pois
cada pessoa ou empresa pode participar de mais de um deles. Tomemos, por exemplo, uma
empresa, estruturada verticalmente, que possua culturas de algodão, fiação, tecelagem, confecção de
roupas, lojas de venda ao público e, naturalmente, uma parcela de capital circulante. Tal empresa
exerce simultaneamente as funções de produtor primário, transformador e fornecedor de matérias-
primas, industrial, distribuidor de produtos acabados e vendedor de bens de consumo, ao mesmo
tempo que deverá alocar de maneira mais conveniente o seu próprio capital circulante. Embora a
empresa exerça simultaneamente todas essas funções, nem por isso deixará de participar ou sofrer
os problemas de cada uma delas. Para compreender e caracterizar a estrutura de cada uma dessas
funções vamos isolá-las e descrevê-las como se cada uma fosse exercida, obrigatoriamente, por um
grupo distinto de pessoas ou empresas, e teremos:

Grupo A que possui as terras agricultáveis ou jazidas de minérios. Para que esses bens produzam é
necessário utilizar trabalho, máquinas e/ou ferramentas, fertilizantes, etc...
Grupo B que possui as matérias-primas, isto é, materiais que, para serem consumidos ou utilizados,
necessitam de alguma forma de transformação ou beneficiamento.
Grupo C que possui máquinas ou equipamentos indispensáveis à transformação ou beneficiamento
das matérias-primas para que estas possam ser consumidas ou utilizadas.
Grupo D que possui e distribui bens em condições de serem consumidos ou utilizados, sejam bens
de consumo ou equipamentos acabados.
Grupo E que possui ou controla o estoque de dinheiro, moeda ou meios de pagamento necessários
à prática das demais funções.
1
Texto extraído do livro: JUER, Milton. Matemática Financeira: praticando e aplicando. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2003. p. 1.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 4
Grupo F que não possui qualquer dos bens acima enumerados, mas dispõe apenas de sua força e
capacidade de trabalho.

Analisando, esquematicamente, a forma de Intervenção no processo produtivo de cada um


desses grupos ou funções, que na vida comum são designados como produtores primários,
comerciantes atacadistas ou varejistas, industriais, capitalistas, operários, empregados, técnicos,
executivos, vemos que:

O Grupo A, possuidor de terras e jazidas minerais, para produzir necessita de insumos


(equipamentos) que comprará de D, grupo que possui bens em condições de serem consumidos ou
utilizados, e mão-de-obra que comprará de F; venderá seus produtos a B que os negociará como
matéria-prima, ou diretamente a C que os beneficiará ou industrializará.
O Grupo B, que controla as matérias-primas, comprará de A que as produz, para vender a C,
possuidor de máquinas e equipamentos necessários à transformação, beneficiamento, ou
industrialização dessas matérias-primas.
O Grupo C, que possui ou controla as máquinas e equipamentos, comprará as matérias-primas
de B que as possui ou controla, os equipamentos de D que controla ou monopoliza os bens em
condição de utilização, e a mão-de-obra de F que é o grupo dos que possuem apenas sua força de
trabalho. Venderá sua produção a D que se encarrega do controle, da venda ou da distribuição dos
bens prontos para o consumo ou para utilização.
O Grupo D, que controla e se encarrega da venda ou distribuição dos bens em condições de
serem consumidos ou utilizados, comprará de C, que em suas máquinas beneficiou ou
industrializou as matérias-primas adquiridas de B; venderá esses produtos prontos a C, quando eles
forem máquinas ou equipamentos e a F quando se tratar de bens de consumo.
O Grupo E, que possui o dinheiro ou controla os meios de pagamento, será solicitado a
participar ou Intervir, cedendo, sob a forma de empréstimo, os recursos necessários para as
operações de compra e venda de fatores de produção realizadas entre os demais grupos, ou sob a
forma de participação no capital da empresa, em caráter solidário ou por meio de subscrição de
ações, casos em que o capitalista passa a se confundir com o empresário componente de um dos
grupos A a D. Evidentemente, as expectativas de remuneração, de risco, ou de retorno, diferirão em
cada caso, segundo a forma adotada para cessão de recursos.
O Grupo F, que possui apenas sua força de trabalho, deverá vendê-la para sobreviver, e será
solicitado a fazê-lo, já que é força indispensável para a manipulação de máquinas e equipamentos,
para o transporte, bem como para a direção, o planejamento e para as decisões indispensáveis às
aplicações dos bens dos outros grupos. É, numericamente, a maioria da população que constitui a
classe consumidora ou compradora final da produção de todos os outros grupos.
Em todas as combinações de fatores há duas constantes: a utilização de mão-de-obra e a compra e
venda de valores: ambas exigem a presença de moeda, crédito ou meios de pagamento, os quais, na
sociedade fechada e esquemática que analisamos, são monopolizados ou controlados pelo Grupo E.
É paradoxal que essas duas componentes - força de trabalho e meios de pagamento -
Intrinsecamente imateriais - sejam as forças dinâmicas indispensáveis à combinação dos demais
fatores, e condição sine qua non para a formação do lucro.
Ocupar-nos-emos, a seguir, apenas de aspectos relativos à segunda das componentes acima
citadas, isto é, a cessão de meios de pagamento, dinheiro ou capital circulante, para a promoção da
produção.
O processo, do qual resulta o acréscimo de valor decorrente da combinação de vários fatores,
só se torna efetivo após algum tempo, depois de completado um ciclo produtivo, agrícola, industrial
ou comercial, da operação projetada.
Quem projeta essa operação, o empresário, necessita, sob sua responsabilidade e risco, adquirir
e pagar os fatores que pretende combinar para, no final, beneficiar-se do acréscimo de valor dela
resultante. Quando o empresário não possui os recursos suficientes para essas aquisições, ele deverá

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 5


recorrer a quem os possui (do Grupo E) e tomar emprestado o capital circulante de que carece.
Quando E, possuidor da moeda, crédito, ou meios de pagamento, cede ou empresta sua
mercadoria para uso de um empresário de qualquer dos outros grupos, essa cessão implica:
a) espera, para o retorno da quantia emprestada, por um prazo necessário ao processamento de um
ciclo produtivo;
b) risco, quanto ao retorno, da quantia emprestada acrescida dos juros convencionados;
c) expectativa, em fases inflacionárias, de perda do valor aquisitivo da quantia emprestada, durante
o prazo de retomo.

Quem cede ou empresta os recursos indispensáveis à realização de uma operação produtiva


participa, portanto, indireta e obrigatoriamente da mesma e, conseqüentemente, faz jus a uma
parcela do valor acrescido ou gerado - o lucro - e mais a uma compensação pelos riscos em que
incorreu e do necessário para garantir a reconstituição do valor aquisitivo das quantias que cedeu.
Eis aí a justificativa para o pagamento de uma indenização - juros e correção monetária - a
quem cede a outrem recursos monetários ou créditos indispensáveis para promover a junção de
fatores de produção que, convenientemente combinados, geram um maior valor. Ainda quando os
recursos são cedidos a F, o consumidor, para aquisição de bens de consumo, esta cessão não
contribui diretamente para a produção, mas estimula-a, indiretamente, garantindo seu escoamento e
consumo e, portanto todo o processo gerador dos lucros e de pagamento de salários.
Considerando que a moeda não se produz sozinha, nem tem valor, por si só, como bem de
consumo, é óbvio que os que a possuem são compelidos a cedê-la ou emprestá-la para utilização
reprodutiva pelos componentes dos demais grupos anteriormente descritos. Isto só ocorrerá à
medida que estes últimos o solicitarem e eles só o farão se houver condições para aplicar os
recursos tomados emprestados na aquisição de fatores que, convenientemente combinados,
produzam um valor maior do que o custo desses fatores e dos juros, somados.
Como ocorre com outras mercadorias, o "preço" do dinheiro emprestado, ou juros, será fixado
de acordo com a relação entre a oferta e a procura. Se, mantida constante a quantidade de dinheiro
disponível, os demais grupos econômicos tiverem maiores oportunidades para realizar operações
lucrativas, eles recorrerão em maior escala a quem detém os meios necessários para aquisição dos
fatores de produção (o Grupo E) e oferecerão maior participação nos lucros que esperam obter,
para conseguir a preferência dos recursos que se tenham tomado relativamente escassos. E estará
em condições de selecionar os pretendentes e escolher os que ofereçam maior rendimento, em
menor prazo e com menores riscos, ou seja, com maiores garantias.
Quando E eleva a taxa de juros, estimula a poupança e a acumulação bem como a oferta de
novos recursos; do que resultará elevação das quantidades de meios de pagamento disponíveis, cuja
abundância atuará no sentido da baixa das taxas.
Ao contrário, se, em conseqüência da redução de oportunidades para as demais atividades
produtivas, ocorrer, como é natural, uma queda na demanda de moeda ou meios de pagamento,
quem detiver esses fatores inaplicados tenderá a aplicar ou oferecer sua mercadoria mesmo em
condições menos vantajosas de rendimento e risco, para que não fique estagnada e improdutiva e
desde que a remuneração esperada cubra um mínimo de retribuição. Esta retribuição, pelo menos,
deve ultrapassar o limite de atratividade, decorrente do custo desses recursos e das possíveis
alternativas de aplicação.
O menor custo dos empréstimos torna viável a realização de operações que não o seriam a
taxas de juros mais altas, abrindo oportunidades para a atividade de novos empresários, em novas
linhas de produção. Em conseqüência, expandem-se as compras de fatores: mão-de-obra, matérias-
primas e equipamentos, além de crescer a procura de recursos disponíveis para o pagamento dessas
compras. A maior procura de meios de pagamento tenderá a restabelecer o equilíbrio com a oferta
dos mesmos, promovendo a elevação das taxas aos níveis anteriores.
Caracteriza-se, pois, uma estreita interação entre as atividades de todas as categorias ou grupos
em que, esquematicamente, dividimos a sociedade. Esta funciona, sob esse aspecto, como um
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 6
sistema de vasos comunicantes, que tende sempre para o equilíbrio, desde. que interferências
ocasionais ou estranhas ao sistema não provoquem um vazamento ou obstrução de um ou outro dos
vasos ou de condutos entre os mesmos.
Deduz-se, pois, que a fixação da remuneração para o empréstimo ou cessão de recursos para o
uso de outrem, por um certo tempo, ou seja, a taxa de juros, está condicionada a vários fatores, tais
como:
1) a quantidade de moeda ou meios de pagamento realmente disponíveis no mercado, em um
determinado momento, excluídos naturalmente os já alocados ou comprometidos com outros
investimentos;
2) a capacidade ou a expectativa de realização de operações econômicas lucrativas;
3) os riscos envolvidos, resultantes da confiança depositada no tomador e/ou no projeto;
4) a qualidade e o valor das garantias oferecidas;
5) a expectativa de perda do valor aquisitivo da moeda emprestada, do momento em que foi cedida
até seu efetivo retorno.

A avaliação de cada uma dessas condicionantes dependerá de informação, dados e julgamentos


específicos, alguns dos quais subjetivos e de difícil quantificação.
Evidentemente, nas sociedades modernas os fenômenos não se passam da forma esquemática
como apresentamos, uma vez que a extensão dos territórios, as transações internacionais, o volume
de população, a variedade de bens a produzir - sujeitos às mais diversas condições de produção, de
serviços, etc. - resultam em uma complexa estrutura nas mais variadas formas de atividades
econômicas, técnicas, industriais e comerciais.
Dentro desse quadro seria impossível às pessoas que classificamos como Grupo E (que
possuem moeda, recursos ou poupanças disponíveis) entrarem em contato com todas as de outros
grupos e ao mesmo tempo possuírem os conhecimentos necessários para avaliar, em cada
solicitação, se esta atende às melhores condições de rendimento e de risco que o mercado oferece.
Surgiu assim o Agente Financeiro, ou seja, o banco ou outras instituições análogas, nas quais são
centralizados, por um lado, os recursos disponíveis para empréstimo e, por outro, as solicitações dos
empreendedores dos demais grupos.
A condição de monopólio de cada um dos fatores também não ocorre. Cada um dos grupos
dissecados participa também de outros a que está ligado, e possui uma certa capacidade financeira
própria, acrescida da possibilidade de realizar suas compras a crédito, para pagamento em prazos
mais ou menos longos. Esta é uma forma disfarçada de empréstimo ou de transferência, para o
vendedor, do ônus de obter os recursos necessários para a espera do pagamento.
A interferência de fatores estranhos, como a possibilidade de realizar empréstimos no exterior e
a exportação da produção, introduz novas condições de taxas, prazos e oportunidades que atuam e
alteram as condições internas do mercado.
Em face desse complexo de condicionantes, que pode gerar situações de relativa abundância ou
de escassez de meios de pagamento, acarretando, num ou no outro caso, efeitos danosos para o
equilíbrio da economia, tomou-se necessário instituir uma Autoridade Monetária investida de
poderes para intervir e, tendo os instrumentos necessários para essa intervenção, ela visa a regular a
quantidade de meios de pagamento, disciplinar as taxas de remuneração e as formas de cessão de
recursos ou de sua obtenção em mercados externos, os prazos, as finalidades e demais condições
que podem estimular ou reduzir a atividade econômica e, ocasionalmente, resultar na obstrução ou
defeito no sistema de vasos comunicantes de que falamos.
Entre os instrumentos utilizados para esses fins, contam-se:
a) a fixação da taxa de redesconto e a regulamentação deste;
b) a obrigatoriedade de recolhimento compulsório de parcela dos depósitos à vista, inclusive a
autoridade para determinar a redução ou isenção da mesma, com o fim de incentivar aplicações

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 7


em áreas ou atividades prioritárias;
c) a obrigatoriedade de aplicação dos depósitos em atividades consideradas prioritárias, como as
rurais, ou a vinculação de certas formas de depósitos para atividades específicas, como a
habitacional, ou o financiamento de vendas ao consumidor final;
d) a intervenção, por meio de redesconto ou de repasses aos bancos, em condições ou taxas mais
favoráveis, com recursos recolhidos pelas Autoridades Monetárias, para reduzir: custo e
promover incentivos a atividades prioritárias como as rurais, à exportação, etc.;
e) a regulamentação e fiscalização de empréstimos obtidos no exterior;
f) a venda e compra de Títulos do Governo no Mercado Aberto e a taxas atrativas, de forma a
injetar ou retirar moeda em poder do sistema, a fim de regular ou compatibilizar o volume de
recursos disponíveis com as necessidades momentâneas da economia.

A complexidade das atividades econômicas atuais e a necessidade de atender a um grande


número de situações e exigências do mercado criaram formas sofisticadas de empréstimos e de
retomo em dinheiro, em ações, em debêntures, em dividendos, a prazos mais ou menos longos. A
correta avaliação dos benefícios de cada uma dessas operações, a comparação entre alternativas
possíveis e o nível de atratividade para o investidor - decorrente das oportunidades que se lhe
apresentam no momento, bem como da origem e dos custos dos recursos a serem alocados -
exigem, igualmente, sofisticados cálculos, após cuidadosa análise e definição das condições em
jogo.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 8


CONSIDERAÇÕES SOBRE O MERCADO2

O problema econômico decoRe da escassez, ou seja, do fato de que as necessidades das


pessoas são satisfeitas por bens e serviços cuja oferta é limitada. Ao longo do processo de
desenvolvimento das sociedades, o problema de satisfazer às necessidades foi solucionado através
da especialização e através do processo de troca de um bem por outro. Mais tarde surgiu um bem
intermediário para este processo de trocas que é a moeda. Assim, o preço passou a ser o
denominador comum de medida para o valor dos bens e a moeda um meio para acumular valor e
constituir riqueza ou capital.
Constatou-se que os bens poderiam ser consumidos ou guardados para consumo futuro. Caso o
bem fosse consumido ele desapareceria e, caso houvesse acumulação, o estoque de bens poderia
servir para gerar novos bens e/ou riqueza através do processo produtivo.
A noção de juro decoRe do fato de que a maioria das pessoas prefere consumir seus bens no
presente e não no futuro. Em outras palavras, havendo uma preferência temporal para consumir, as
pessoas querem uma recompensa pela abstinência. Este prêmio para que não haja consumo é o juro.
O juro também pode ser entendido como sendo o custo do crédito ou a remuneração do capital
aplicado. Isto é, o juro é o pagamento pelo uso de poder aquisitivo por um determinado período de
tempo. Associa-se então o juro à preferência temporal das pessoas, que é o desejo de efetuar o
consumo o mais cedo possível. Nestas condições, a taxa de juros mede o custo da unidade de capital
no período a que se refere a taxa.
Esta taxa é fixada no mercado de capitais pela interação entre as forças que regem a oferta de
fundos e a procura de créditos. Em um mercado ideal ou perfeito, basicamente influirão os
seguintes fatores:
- Oferta de fundos: nível de riqueza das pessoas, suas preferências temporais e o valor da
taxa de juros.
- Procura de fundos: a rentabilidade das aplicações existentes na economia e a preferência
temporal das pessoas.
No gráfico abaixo tem-se a oferta e a procura de fundos e a taxa pura de juros (io), que
corresponde à situação de equilíbrio em que o montante de capital procurado é Mo:

Diz-se que io é uma taxa de juros pura porque exclui o fator risco que está associado às
operações normais de mercado. O risco nas operações financeiras pode ser devido a causas
diversas: o fato de que o devedor pode não pagar o débito, o maior ou menor tempo de empréstimo
(as operações de curto prazo são menos arriscadas), o volume de capital emprestado etc.
Normalmente, o risco que acompanha as operações de empréstimo já é levado em conta na
própria taxa:

2
Texto extraído do livro: MATHIAS, Washington Franco; GOMES, José Maria. Matemática Financeira: com + de
600 exercícios resolvidos e propostos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 19.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 9
Pode-se associar ao acréscimo na taxa pelo maior risco, como sendo um seguro que o ofertante
de fundos cobra para assumi-lo. Por outro lado, dada a inexistência de informações perfeitas entre
tomadores e emprestadores de fundos, no mercado real de capitais, temos um intervalo de variação
para a taxa de juros ao invés de um valor único de equilíbrio. Além disto, as operações financeiras
têm um custo de efetivação referente aos contratos e à intermediação dos agentes envolvidos. Tais
custos são, geralmente, as comissões, impostos sobre operações financeiras (IOF), avais etc.
O custo real de um empréstimo, portanto, é obtido somando-se à taxa de juros pura, o custo
pelo risco e o custo de impostos e dos serviços de intermediação. Além disto, o problema da
inflação (ou seja, o fato de que o valor da moeda pode alterar-se ao longo do tempo) pode produzir
variações no custo real dos empréstimos.
Admitiremos a hipótese de mercado perfeito, consubstanciada no seguinte: - Qualquer valor
pode ser obtido ou aplicado à taxa de juros de equilíbrio. - As taxas consideradas são únicas e
estáveis ao longo do tempo.
Nas aplicações serão introduzidas as correções e ressalvas necessárias.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 10


CAPÍTULO 1

1 JUROS SIMPLES OU CAPITALIZAÇÃO SIMPLES

O principal conceito que orientará todo o nosso raciocínio ao longo desta disciplina é o
conceito do valor do dinheiro no tempo3. Empréstimos ou investimentos realizados no presente
terão seu valor aumentado no futuro. Inversamente, quantias disponíveis no futuro, se considerados
ou avaliados no presente, terão seus valores reduzidos.
Graficamente, podemos representar o conceito da variação do valor do dinheiro no tempo
conforme abaixo:

Para melhor compreensão do conceito acima, poderíamos pensar se preferimos receber R$


1.000.000,00 hoje ou esta mesma quantia no fim de, por exemplo, um ano. É claro que a resposta
seria receber hoje, mas entre R$ 1.000.000,00 hoje e, por exemplo, R$ 1.700.000,00 no fim de um
ano, a resposta poderia ser depende, isto é, depende das demais alternativas possíveis, de mesmo
risco e liquidez, no momento da decisão.
Assim, já se pode observar a existência das variáveis com as quais estaremos nos preocupando,
tais como: o valor aplicado, o valor resgatado, o prazo expresso em períodos de tempo - também
denominado de períodos financeiros ou horizonte financeiro - e a variação entre os valores investido
e resgatado.

Quando calculamos juros simples não podemos calcular juros ou rendimentos sobre os juros
ou rendimentos de períodos anteriores, pois se fizermos isto, estaremos calculando juros ou
capitalização composta.

1.1 JUROS ORDINÁRIOS

Neste caso consideramos a taxa para o ano comercial, ou seja, para 30 dias por mês ou 360
por ano.

3
Entenda-se como dinheiro recursos reais disponíveis para consumo ou investimento.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 11
1.1.1 TAXA E TEMPO NA MESMA UNIDADE

Começaremos calculando Juros ou Capitalização Simples, tendo a taxa e o tempo na mesma


unidade de tempo. Isto é, se a taxa está em meses o tempo também em meses, se a taxa estiver em
anos também o tempo em anos e assim por diante.

Para facilitar a compreensão do uso da calculadora HP 12C, a notação adotada segue o


teclado desta calculadora. Veja então a nomenclatura usada:

Nomenclaturas
INT ⇒ Juro = J
PV ⇒ Capital = C
FV ⇒ Montante = M
n ⇒ Período = n
i ⇒ Taxa = i

1.1.2 CÁLCULO DOS JUROS

Exemplo: Qual o valor dos juros do capital de R$ 800,00, aplicado a juros simples à taxa de 5%
a.m., durante 6 meses.
C = R$ 800,00
i = 5% a.m. = 0,05 a.m.
n = 6 meses
J = C.i.n J = 800,00 x 0,05 x 6 J = 240,00
f FIN f 2 Limpar os registros financeiros e estabelecer duas casas
decimais.
800 CHS PV -800,00 Valor aplicado negativo para o resultado ser positivo.
5 ENTER 12 x i 60,00 Sempre informar a taxa em percentual por ano.
6 ENTER 30 x n 180,00 O prazo deve ser informado sempre em dias.
f INT 240,00 Valor dos juros.

Somente podemos calcular o valor dos juros através das teclas financeiras na calculadora financeira
HP 12C.
O valor dos juros é R$ 240,00.

1.1.3 CÁLCULO DO VALOR ATUAL

Exemplo: Que valor, aplicado durante 6 meses, à taxa de 5% a.m., rendeu de juros o valor de R$
240,00.
C = R$ ?
i = 5% a.m. = 0,05 a.m.
n = 6 meses
J = R$ 240,00

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 12


J 240,00
C= C= C = 800,00
i.n 0,05 . 6
O valor aplicado foi R$ 800,00.

1.1.4 CÁLCULO DA TAXA

Exemplo: O valor de R$ 800,00 foi aplicado a juros simples durante 6 meses, rendendo de juros R$
240,00. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 800,00
i =?
n = 6 meses
J = R$ 240,00
J 240,00
i= i= i = 0,05 i = 5%
C.n 800,00 . 6
Como o tempo foi utilizado em meses, a taxa será ao mês. A taxa de juros foi 5% a.m.

1.1.5 CÁLCULO DO TEMPO

Exemplo: O valor de R$ 800,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 5% a.m., rendendo de juros
R$ 240,00. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 800,00
i = 5% a.m. = 0,05 a.m.
n =?
J = R$ 240,00
J 240,00
n= n= n=6
C.i 800,00 . 0,05
Como a taxa foi utilizada ao mês, o tempo será em meses. Ficou aplicado durante 6 meses.

1.2 TAXA E TEMPO EM UNIDADES DIFERENTES

Vamos ver como efetuamos os mesmos cálculos anteriores quando o tempo e a taxa não
estão na mesma unidade. Ou seja, quando temos, por exemplo, a taxa ao mês e o tempo em dias, ou
outra variação qualquer.
Observação: Quando temos tempo expressa em várias unidades, tipo meses e dias, anos, meses e
dias ou outra qualquer e vamos transformar tudo em dias, consideramos que o mês tem 30 dias e o
ano 360. Porém, se tivermos condições de afirmar exatamente quantos dias são por sabermos quais
são os meses, ou temos definidas as datas, então contaremos de acordo com o ano civil, ou seja, de
acordo com o calendário.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 13


1.2.1 CÁLCULO DOS JUROS

Exemplo: Qual o valor dos juros do capital de R$ 1.200,00, aplicado a juros simples à taxa de 3%
a.m., durante 8 meses e 20 dias.
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ ?
1.200,00 x 0,03 x 260
J = C.i.n J= J = 312,00
30
A calculadora financeira HP 12C permite este cálculo através dos registros financeiros.

Teclas utilizadas Visor Esclarecimentos


f FIN f 2 Limpar os registros financeiros e estabelecer duas casas
decimais.
1200 CHS C -1200,00 Valor aplicado negativo para o resultado ser positivo.
3 ENTER 12 x i 36,00 Sempre informar a taxa em percentual por ano.
260 n 260,00 O prazo deve ser informado sempre em dias.
f J 312,00 Valor dos juros.

Resposta: Rendeu de juros R$ 312,00.

1.2.2 CÁLCULO DO VALOR ATUAL

Exemplo: Que valor, aplicado durante 8 meses e 20 dias, à taxa de 3% a.m., rendeu de juros o valor
de R$ 312,00.
C = R$ ?
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 312,00
J 312,00
C= C= C = 1.200,00
i.n 0,03 . 260
30
Resposta: O valor aplicado foi R$ 1.200,00.

1.2.3 CÁLCULO DA TAXA

Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, rendendo
de juros R$ 312,00. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 1.200,00
i =?
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 312,00

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 14


J 312,00
i= i= i = 0,001 i = 0,1%
C.n 1.200,00 . 260

Observação: Como o tempo foi utilizado em dias, a taxa será ao dia.


Resposta: A taxa de juros foi 0,1% a.d.

Querendo saber a taxa ao mês, apenas multiplique por 30, que é a quantidade de dias que
tem o mês.

1.2.4 CÁLCULO DO TEMPO

Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 3% a.m., rendendo de juros
R$ 312,00. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n =?
J = R$ 312,00
J 312,00
n= n= n = 8,666667
C.i 1.200,00 . 0,03

Obs.: Como a taxa foi utilizada ao mês, o tempo será em meses.

1 mês → 30 dias 0,666667 . 30


χ= χ = 20
0,666667 meses → χ 1
Resposta: Ficou aplicado durante 8 meses e 20 dias.

1.3 REGRA DOS BANQUEIROS

Como mencionado acima, neste caso contamos os dias de acordo com o ano civil, ou seja,
de acordo com o calendário, porém consideramos a taxa para o ano comercial.

1.3.1 CÁLCULO DOS JUROS

Exemplo: O valor de R$ 1.500,00 foi aplicado a juros simples durante os meses de julho e agosto,
rendendo 3% a.m. de juros. Calcule o rendimento.
C = R$ 1.500,00
n = 62 dias (julho e agosto)
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
J = R$ ?
1.500,00 . 0,03 . 62
J = C.i n J= J = 93,00
30

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 15


Resposta: O rendimento é R$ 93,00.

1.3.2 JUROS EXATOS

Os juros exatos se diferenciam dos juros ordinários por considerar a taxa para o anos civil.

1.3.2.1 CÁLCULO DOS JUROS

Exemplo: Qual o valor dos juros exatos do capital de R$ 1.200,00, aplicado à taxa de 3% a.m.,
durante 8 meses e 20 dias.
* Os exenplos utilizam o ano com 365 dias, mas por convenção iremos adotar nos exercícios o ano com 360 dias –
ano comercial.
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m. = 0,36 a.a.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ ?
Obs.: Veja que a taxa que no problema estava ao mês foi transformada ao ano.

1.200,00 . 0,36 . 260


J = C.i .n J= J = 307,73
365
A calculadora financeira HP 12C permite este cálculo através dos registros financeiros.

Teclas utilizadas Visor Esclarecimentos


f FIN f 2 Limpar os registros financeiros e estabelecer duas casas
decimais.
1200 CHS PV -1.200,00 Valor aplicado negativo para o resultado ser positivo.
5 ENTER 12 x i 60,00 Sempre informar a taxa em percentual por ano.
8 ENTER 30 x 20 + n 260,00 O prazo deve ser informado sempre em dias.
f INT 312,00 Valor dos juros ordinários.
R↓ 1.200,00 Aparecerá o valor aplicado.
R↓ 307,73 Valor dos juros exatos.

Resposta: Rendeu de juros R$ 307,73.

1.3.2.2 CÁLCULO DO VALOR ATUAL

Exemplo: Que valor, aplicado durante 8 meses e 20 dias, à taxa de 3% a.m., rendeu de juros exatos
o valor de R$ 307,73.
C = R$ ?
i = 3% a.m. = 0,03 a.m. = 0,36 a.a.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 307,73
J 307,73
C= C= C = 1.200,02
i.n 0,36 . 260
365
Resposta: O valor aplicado foi R$ 1.200,02.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 16


1.3.2.3 CÁLCULO DA TAXA

Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples exatos durante 8 meses e 20 dias,
rendendo de juros R$ 307,73. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 1.200,00
i =?
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 307,73
J 307,73
i= i= i = 0,000986 i = 0,098631%
C.n 1.200,00 . 260

Obs.: Como o tempo foi utilizado em dias, a taxa será ao dia.


Para sabermos a taxa ao ano precisamos multiplicar o resultado por 365.
Resposta: A taxa de juros foi 0,098631% a.d., ou, 36,000465% a.a..

1.3.2.4 CÁLCULO DO TEMPO

Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples exatos, à taxa de 3% a.m., rendendo
de juros R$ 307,73. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m. = 0,36 a.a.
n =?
J = R$ 307,73
J 307,73
n= n= n = 0,712338
C.i 1.200,00 . 0,36

1 ano → 365 dias 0,712338 . 365


χ= χ = 260
0,712338 anos → χ 1
Resposta: Ficou aplicado durante 260 dias, ou, 8 meses e 20 dias.

1.4 VALOR FUTURO OU MONTANTE

O valor futuro ou montante é a soma do valor aplicado com o valor dos juros, dos
rendimentos.

1.4.1 CÁLCULO DO MONTANTE

Exemplo: O valor de R$ 1.200,00, foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, à taxa de
3% a.m.. Calcule o montante.
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 17
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
M = R$ ?
 0,03 . 260 
M = C . (1 + i . n) ⇒ M = 1.200,00 . 1 +  ⇒ M = 1.200,00 . (1 + 0,26 ) ⇒ M = 1.200,00 . 1,26 ⇒ M = 1.512,00
 30 

Resposta: O montante é R$ 1.512,00.

1.4.2 CÁLCULO DO VALOR ATUAL

Exemplo: Um valor foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, à taxa de 3% a.m.,
formando o montante de R$ 1.512,00. Calcule o valor aplicado.
C = R$ ?
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n = 8 meses e 20 dias
M = R$ 1.512,00
M 1.512,00 1.512,00
C= C= C= C = 1.200,00
1+ i .n 1+
0,03 . 260 1,26
30
Resposta: Foi aplicado R$ 1.200,00

1.4.3 CÁLCULO DA TAXA

Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, formando
o montante de R$ 1.512,00. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 1.200,00
i =?
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
M = R$ 1.512,00
J = R$ 1.512,00 - R$ 1.200,00 = R$ 312,00
J 312,00
i= i= i = 0,001 i = 0,1%
C.n 1.200,00 . 260

Obs.: Como o tempo foi utilizado em dias, a taxa será ao dia.


Resposta: A taxa de juros foi 0,1% a.d..
Obs.: Querendo saber a taxa ao mês, multiplique por 30 dias.

1.4.4 CÁLCULO DO TEMPO

Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 3% a.m., formando o
montante de R$ 1.512,00. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 18


n =?
M = R$ 1.512,00
J = R$ 1.512,00 - R$ 1.200,00 = R$ 312,00
J 312,00
n= n= n = 8,666667
C.i 1.200,00 . 0,03

Obs.: Como a taxa foi utilizada ao mês, o tempo será em meses.

1 mês → 30 dias 0,666667 . 30


x= χ = 20
0,666667 meses → x 1

Resposta: Ficou aplicado durante 8 meses e 20 dias.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 19


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 1

Em todos os casos quando possível representar as operações financeiras por meio do


Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC).

1) Uma pessoa aplicou o valor de R$ 460,00, a juros simples de 2% a.m., durante 3 anos, 4 meses
e 18 dias. Calcule o valor dos juros.
2) Um valor, aplicado a juros simples de 3% a.m., durante 4 meses e 5 dias, formou o montante de
R$ 437,56. Calcule o valor aplicado
3) O valor de R$ 768,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 2,4% a.m., rendendo de juros R$
88,47. Calcule quanto tempo ficou aplicado.
4) Uma pessoa aplicou o valor de R$ 640,00, a juros simples de 2% a.m., durante 4 anos e 3
meses. Calcule o valor dos juros.
5) Um valor, aplicado a juros simples de 3% a.m., durante 4 meses e 5 dias, rendeu de juros R$
437,56. Calcule o valor aplicado
6) O valor de R$ 876,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 2,4% a.m., rendendo de juros R$
89,00. Calcule quanto tempo ficou aplicado.
7) O valor de R$ 620,00 foi aplicado a juros simples durante 1 ano, 3 meses e 20 dias, formando o
montante de R$ 980,00. Calcule a taxa de juros.
8) O valor de R$ 620,00, aplicado a juros simples durante 3 ano, 1 meses e 20 dias, rendeu de
juros R$ 980,00. Calcule a taxa de juros.
9) O valor de R$ 1.230,00 foi aplicado, em determinada época, a juros simples de 210% ao
semestre, durante 6 meses e 17 dias. Calcule o montante.
10) O valor de R$ 1.320,00 foi aplicado, em determinada época, a juros simples de 210% a.a.,
durante 7 meses e 16 dias. Calcule o valor dos juros.
11) O valor de R$ 1.450,00 foi aplicado a juros simples de 140% ao semestre, durante 3 anos 7
meses e 21 dias. Calcule o valor dos juros.
12) O valor de R$ 1.540,00 foi aplicado a juros simples de 140% ao semestre, durante 7 anos 3
meses e 21 dias. Calcule o valor do montante.
13) Um valor, aplicado a juros simples durante 4 meses formou o montante de R$ 450,00. Sabendo
que, quando estiver aplicado durante 11 meses o saldo será de R$ 611,00. Calcule a taxa de
juros.
14) O valor de R$ 230,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 3% a.m., rendendo de juros R$
365,70. Quanto tempo ficou aplicado?
15) O valor de R$ 230,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 3% a.m., formando o montante de
R$ 368,69. Quanto tempo ficou aplicado?
16) O valor de R$ 450,00, aplicado a juros simples de 3,5% a.m., rendeu de juros R$ 225,76.
Quanto tempo ficou aplicado?
17) O valor de R$ 450,00 aplicado a juros simples de 3,5% a.m., rendeu de juros R$ 678,83. Quanto
tempo ficou aplicado?
18) Uma pessoa aplicou certo valor a juros simples durante 3 anos, 5 meses e 18 dias, a taxa de 12%
a.a., formando o montante de R$ 3.467,50. Calcule o valor aplicado.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 20
19) Um valor, aplicado a juros simples durante 4 meses formou o montante de R$ 450,00. Sabendo
que, quando estiver aplicado durante 11 meses o saldo será de R$ 611,00. Calcule o valor
aplicado.
20) Uma pessoa aplicou um valor a juros simples à taxa de 1,8% a.m., durante 4 meses e 11 dias,
recebendo de juros R$ 84,97. Calcule o valor aplicado.
21) Uma pessoa aplicou certo valor a juros simples durante 3 anos, 5 meses e 18 dias, a taxa de 12%
a.a., rendendo de juros R$ 3.467,50. Calcule o valor aplicado.
22) Uma pessoa aplicou o valor de R$ 830,00 a juros simples durante 4 meses e 11 dias, à taxa de
1,8% a.m.. Calcule o montante.
23) O valor de R$ 4.320,00, aplicado a juros simples durante 10 meses e 8 dias, rendeu de juros R$
873,56. Calcule a taxa.
24) O valor de R$ 4.230,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 10 dias, à taxa de 8% ao
semestre. Calcule o valor dos juros.
25) O valor de R$ 380,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 4% a.m., formando o montante de
R$ 505,15. Quanto tempo ficou aplicado?
26) O valor de R$ 380,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 4% a.m., rendendo de juros R$
749,59. Quanto tempo ficou aplicado?
27) O valor de R$ 540,00 foi aplicado a juros simples durante 4 anos 8 meses e 26 dias, rendeu de
juros R$ 650,00. Calcule a taxa de juros.
28) O valor de R$ 540,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 26 dias, formando o
montante de R$ 650,00. Calcule a taxa de juros.
29) Um valor aplicado a juros simples durante 8 meses, à taxa de 2% a.m., rendeu de juros R$
1.043,84. Calcule o valor aplicado.
30) O valor de R$ 1.043,00 foi aplicado durante 8 meses, rendendo de juros 191,14. Calcule a taxa
de juros.
31) O valor de R$ 840,00 foi aplicado a juros simples durante 1 ano 3 meses e 21 dias, à taxa de 3%
a.m.. Calcule o montante.
32) O valor de R$ 480,00 foi aplicado a juros simples de 12/04/1996 até 18/10/1996, à taxa de 3%
a.m.. Calcule os juros.
33) Um valor foi aplicado a juros simples à taxa de 3% a.m., durante 1 ano, 3 meses e 17 dias,
formando o montante de R$ 356,47. Calcule o valor aplicado.
34) Um valor foi aplicado a juros simples durante 3 anos 4 meses e 5 dias, à taxa de 4,5% a.m.,
rendendo de juros R$ 450,00. Calcule o valor aplicado.
35) Um valor aplicado a juros simples durante 1 ano, 3 meses e 6 dias, à taxa de 15% a.a., rendeu de
juros R$ 850,00. Que valor foi aplicado?
36) O valor de R$ 749,25 foi aplicado a juros simples à taxa de 3% a.m., formando o montante de
R$ 1.500,00. Quanto tempo ficou aplicado?
37) Um valor aplicado a juros simples durante 6 meses e 9 dias, à taxa de 3,5% a.m. formou o
montante de R$ 1.200,00. Calcule o valor aplicado.
38) O valor de R$ 850,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 31,5% a.a., durante 9 meses e 6
dias. Calcule o valor dos juros.
39) O valor de R$ 570,00 foi aplicado a juros simples durante 11 meses e 17 dias, rendendo de juros
R$ 300,00. Calcule a taxa.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 21


40) O valor de R$ 1.180,00 foi aplicado em 12/03/1996 e resgatado em 30/09/1996, recebendo juros
de 3% a.m.. Calcule o rendimento.
41) O valor de R$ 870,00 foi aplicado a juros simples durante 7 meses e 2 dias, rendendo de juros
R$ 109,62. Calcule a taxa.
42) O valor de R$ 3.270,00 foi aplicado a juros simples durante 4 meses, à taxa de 1,2% a.m..
Calcule o rendimento.
43) O valor de R$ 340,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 1,6% ao trimestre, rendendo de
juros R$ 43,52. Quanto tempo ficou aplicado?
44) O valor de R$ 720,00 foi aplicado em 16/04/1998, à taxa de 2,1% a.m., rendendo de juros R$
73,08. Quando foi resgatado?
45) O valor de R$ 1.430,00 foi aplicado a juros simples durante 1 ano, 4 meses e 13 dias, a uma taxa
de 3% a.m.. Calcule o valor dos juros.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 22


CAPÍTULO 2

2 JUROS OU CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA

Regime de Capitalização Composto é também conhecido como o regime dos juros sobre
juros4, caracteriza-se pela capitalização dos rendimentos, formando o novo valor para cálculo de
rendimentos no período seguinte.

2.1.CÁLCULO DO MONTANTE

Exemplo: Uma pessoa aplicou o valor de R$ 600,00 à taxa de 2% a.m. durante 5 meses,
capitalizado mensalmente. Calcule o montante.
C = R$ 600,00
i = 2% a.m. = 0,02 a.m.
n = 5 períodos de capitalização (meses)
M = R$ ?
M= C . (1 + i ) M = 600,00 . (1 + 0,02 )
n 5
M= 600,00 . 1,104081 M = 662,45
f FIN f 2 600 CHS PV 2 i 5 n FV

Resposta: Montante é R$ 662,45.

2.2 CÁLCULO DO VALOR ATUAL

Exemplo: Que valor, aplicado a juros compostos, à taxa de 2% a.m., capitalizada mensalmente
durante 5 meses, formou o montante de R$ 662,45?
C = R$ ?
i = 2% a.m. = 0,02 a.m.
n = 5 períodos de capitalização (meses)
M = R$ 662,45
M 662,45 662,45
C= C= C= C = 600,00
(1 + i )n (1 + 0,02)5 1,104081
f FIN f 2 662.45 CHS FV 2 i 5 n PV

4
Na Lei da Usura – Decreto 22.626/33, no artigo 4º.: É proibido contar juros dos juros.
Na mesma lei no artigo 13º.: é considerado delito de usura, toda simulação ou prática tendente a ocultar a verdadeira
taxa de juros ou fraudar os dispositivos dessa lei. Com pena de prisão e multa e no caso de reincidência, as penas são
em dobro.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 23
Resposta: Foi aplicado o valor de R$ 600,00.

2.3 CÁLCULO DO TEMPO

Exemplo: O valor de R$ 600,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa de 2% a.m., capitalizada
mensalmente, formando o montante de R$ 662,45. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 600,00
i = 2% a.m. = 0,02 a.m.
n =?
M = R$ 662,45

M
ln  
n=  
C
ln (1 + i )

M  662,45 
ln   ln 
n=   
C 600,00  ln 1,104083 0,099015
n= n= n= n = 5,000116
ln (1 + i ) ln (1 + 0,02 ) ln 1,02 0,019803

f FIN f 2 600 CHS PV 2 i 662.45 FV n

PMT O resultado deve ser 0 (zero), ou, bem próximo de 0 (zero).

Resposta: Ficou aplicado durante 5 meses.

2.4 CÁLCULO DA TAXA

Exemplo: O valor de R$ 600,00 aplicado a juros compostos, durante 5 meses, com capitalização
mensal, formou o montante de R$ 662,45. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 600,00
i =?
n = 5 períodos de capitalização (meses)
M = R$ 662,45
Por radiciação:

1
M  M n
i=n -1 ⇒ i =   −1
C C 

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 24


662,45
i=5 -1 i = 5 1,104083 - 1 i = 1,020000 - 1 i = 2,000047% a.m.
600,00

Por logaritmo.
M  662,45 
ln   ln  
C  600,00  ln 1,104083 0,099015

i =e n
-1 i=e 5
-1 i=e 5
-1 i=e 5
-1 i = e 0,019803 - 1 i = 2,000047% a.m.

f FIN f 2 600 CHS PV 5 n 662.45 FV i

Resposta: A taxa de juros é 2,000047% a.m.

2.5 CÁLCULO DOS JUROS

Exemplo: Quanto rendeu de juros o capital de R$ 600,00, aplicado a juros compostos durante 5
meses à taxa de 2% a.m., capitalizada mensalmente.
C = R$ 600,00
i = 2% a.m.
n = 5 períodos de capitalização (meses)
INT = R$ ?
[
J = C . (1 + i ) - 1
n
] [
J = 600,00 . (1 + 0,02 ) - 1
5
] J = 600,00 . 0,104081 J = 62,45
f FIN f 2 600 CHS PV 2 i 5 n FV RCL PV +

Resposta: O valor dos juros é R$ 62,45.

2.6 PERÍODO FRACIONÁRIO

Quando o tempo não corresponde a um número inteiro de períodos de capitalização.

2.6.1 JUROS COMPOSTOS NA PARTE FRACIONÁRIA

Exemplo: Uma pessoa aplicou o valor de R$ 1.500,00, a juros compostos, a taxa efetiva de 15%
a.a., capitalizada mensalmente, durante 8 meses e 21 dias, sendo a parte fracionária também
calculada a juros compostos. Calcule o montante.

C = R$ 1.500,00
i = 15% a.a. = 0,15 a.a.
n = 8 meses e 21 dias
M = R$ ?

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 25


nd

i e = (1 + i ) (1 + 1)n
nc
ie =
nc
-1 ou d
-1
1

ie = (1 + 0,015) - 1
12
⇒ ie = 1,171492%

f FIN f 6 100 CHS PV 100 ENTER 15 + FV 12 n i

Encontrada a taxa, vamos calcular o valor futuro após a quantidade inteira de períodos de
capitalização.

M = C . (1 + i ) M = 1.500,00 . (1 + 0,01171492 )
n 8
M = 1.500,00 . 1,097653 M = 1.646,48

Encontramos a taxa equivalente diária.


nd 1

i e = (1 + i ) i e = (1 + 0,001171492)
nc 30
-1 -1 i e = 0,038830%
f FIN f 6 100 + FV 100 CHS PV 30 n i

M = C . (1 + i ) M = 1.646,48 . (1 + 0,00038830 )
n 21
M = 1.646,48 . 1,008186 M = 1.659,96

Podemos também transformar os dias em meses.


21

M = PV . (1 + i ) ⇒ M = 1.646,48 . (1 + 0,01171492) ⇒ M = 1.646,48 .1,008186 ⇒ M = 1.659,96


n 30

f FIN f 6 100 CHS PV 100 ENTER 15 + FV 360 n i

f FIN f 2 i 1500 CHS PV 21 ENTER 30 ÷ 8 + 8.7 n FV

Obs.: Se na parte inferior do visor não estiver visível a letra “c”, pressione a seqüência de teclas:
STO EEX.
Podemos também fazer o cálculo direto.
21
8

M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.500,00 . (1 + 0,01171492)
n 30
⇒ M = 1.500,00 .1,106639 ⇒ M = 1.659,96

Resposta: O montante é R$ 1.659,96.

Exemplo: Uma pessoa aplicou o valor de R$ 1.500,00, a juros compostos, a taxa nominal de 15%
a.a., capitalizada mensalmente, durante 8 meses e 21 dias, sendo a parte fracionária também
calculada a juros compostos. Calcule o montante.
C = R$ 1.500,00
i = 15% a.a. = 0,15 a.a.
n = 8 meses e 21 dias
M = R$ ?

Começamos calculando a taxa mensal, através da proporcionalidade de taxas:


Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 26
i . nd 0,15 . 1
ip = ip = i p = 1,250000%
nc 12
Encontrada a taxa, vamos calcular o valor futuro após a quantidade inteira de períodos de
capitalização.
M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.500,00 . (1 + 0,0125) ⇒ M = 1.500,00 . 1,104486 ⇒ M = 1.656,73
n 8

Encontramos a taxa equivalente diária.


nd

i e = (1 + i ) (1 + 1)n
nc
ie =
nc
-1 ou d
-1
1

ie = (1 + 0,0125) - 1
30
⇒ ie = 0,041417%

f FIN f 6 100 CHS PV 100 ENTER 1.25 + FV 30 n i

M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.656,73 . (1 + 0,00041417 )
n 21
⇒ M = 1.656,73 . 1,008734 ⇒ M = 1.671,20

Podemos também transformar os dias em meses.


21

M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.656,73 . (1 + 0,0125) ⇒ M = 1.656,73 .1,008734 ⇒ M = 1.671,20


n 30

f FIN f 2 1.25 i 1500 CHS PV 21 ENTER 30 ÷ 8 + 8.7 n FV

Obs.: Se na parte inferior do visor não estiver visível a letra “C”, pressione a seqüência de teclas:
“STO” “EEX”.
Também podemos fazer:
21
8

M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.500,00 . (1 + 0,0125 )
n 30
⇒ M = 1.500,00 . 1,114132 ⇒ M = 1.671,20

Resposta: O montante é R$ 1.671,20.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 27


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 2

Em todos os casos quando possível representar as operações financeiras por meio do


Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC).

1) Uma empresa aplicou o valor de R$ 780,00 numa conta que paga juros a uma taxa efetiva de
23% a.a., ano comercial, capitalizada diariamente, durante 35 dias. Calcule o montante.
2) O valor de R$ 440,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa de 1,8% a.m., formando um
montante de R$ 488,55. Quanto tempo ficou aplicado.
3) O valor de R$ 890,00 foi aplicado em RDB, à taxa efetiva de 19% a.a., ano comercial, durante
36 dias, capitalizado diariamente. Calcule o montante.
4) O valor de R$ 670,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 1,7% a.m., capitalizado
mensalmente, rendendo de juros R$ 75,07. Quanto tempo ficou aplicado?
5) Uma empresa aplicou um valor numa conta que paga juros a uma taxa efetiva de 23% a.a., ano
comercial, capitalizada diariamente, durante 35 dias, que formou um montante de R$ 780,00.
Calcule o valor aplicado.
6) O valor de R$ 440,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa de 1,8% a.m., rendendo de juros R$
488,59. Quanto tempo ficou aplicado.
7) O valor de R$ 2.400,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 12% ao semestre,
capitalizado mensalmente, durante 2 anos. Calcule o valor dos juros.
8) O valor de R$ 1.280,00 foi aplicado a juros compostos, durante 3 anos e 2 meses, rendendo de
juros R$ 1.420,00. Calcule a taxa de juros.
9) O valor de R$ 2.400,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa nominal de 12% ao semestre,
capitalizado mensalmente, durante 2 anos. Calcule o valor dos juros.
10) O valor de R$ 1.280,00 foi aplicado a juros compostos, durante 2 anos e 3 meses, formando um
montante de R$ 4.420,00. Calcule a taxa de juros.
11) O valor de R$ 3.620,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 2,3% a.m. formando
um montante de 4.130,35. Quanto tempo ficou aplicado?
12) O valor de R$ 3.620,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 3,2% a.m. rendendo de
juros R$ 4.138,13. Quanto tempo ficou aplicado?
13) O valor de R$ 1.940,00 foi aplicado a juros compostos, a taxa nominal de 12% ao semestre,
capitalizado mensalmente, durante 1 ano, 8 meses e 18 dias, com juros compostos. Calcule o
montante.
14) Um valor aplicado a juros compostos, à taxa nominal de 18% a.a., capitalizada mensalmente,
rendeu de juros R$ 1.460,00, após a aplicação durante 2 anos. Calcule o valor aplicado.
15) Um valor aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 18% a.a., capitalizada mensalmente,
formou o montante de R$ 1.460,00, após a aplicação durante 2 anos. Calcule o valor aplicado.
16) Que valor, aplicado a juros compostos a taxa efetiva de 4% a.m., rendeu de juros o valor de R$
1.180,00, sabendo que ficou aplicação durante 9 meses.
17) O valor de R$ 1.750,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 2% a.m., capitalizada
mensalmente, durante 4 meses e 9 dias. Qual é o montante?

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 28


18) O valor de R$ 1.750,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 2% a.m., capitalizada
mensalmente, durante 9 meses e 4 dias. Qual é o montante?
19) Um valor, aplicado durante 5 meses formou o montante de R$ 700,00 e, quando estiver aplicado
durante 12 meses o montante será R$ 744,27. Calcule o valor aplicado.
20) O valor de R$ 670,00 foi aplicado em RDB durante 34 dias, a uma taxa efetiva de 13% a.a., ano
comercial, capitalizado diariamente. Calcule o montante.
21) O valor de R$ 230,00 foi aplicado a juros compostos durante 1 ano e 7 meses, formando o
montante de R$ 368,69. Calcule a taxa de juros.
22) O valor de R$ 230,00 foi aplicado a juros compostos durante 7 ano e 1 meses, formando o
montante de R$ 863,69. Calcule a taxa de juros.
23) O valor de R$ 820,00 foi aplicado durante 80 dias, a taxa efetiva de 2,3% a.m., capitalizada
diariamente. Calcule o montante.
24) O valor de R$ 820,00 foi aplicado durante 80 dias, a taxa nominal de 2,3% a.t., capitalizada
mensalmente, com juros compostos. Calcule o montante.
25) O valor de R$ 430,00 foi aplicado a juros compostos durante 36 dias, rendendo de juros R$
28,00. Qual foi a taxa de juros?
26) O valor de 370,00 foi aplicado à taxa nominal de 7% a.a., capitalizada mensalmente, durante 6
meses. Calcule o montante após este prazo.
27) O valor de R$ 1.500,00 foi aplicado em RDB a taxa efetiva de 18% a.a., ano comercial,
capitalizado diariamente durante 36 dias. Calcule o montante.
28) O valor de R$ 1.500,00 foi aplicado a taxa efetiva de 18% a.a., capitalizado mensalmente
durante 63 dias, com juros composto. Calcule o montante.
29) O valor de R$ 5.660,00 foi aplicado à taxa nominal de 15% a.a., capitalizado mensalmente
durante 3anos, 4 meses e 27 dias com juros compostos. Calcule o montante.
30) O valor de R$ 5.660,00 foi aplicado à taxa efetiva de 15% a.a., capitalizado mensalmente
durante 3anos, 4 meses e 27 dias com juros compostos. Calcule o montante.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 29


CAPÍTULO 3

3. TAXAS DE JUROS

No mercado financeiro brasileiro, mesmo entre os técnicos e executivos, reina muita confusão
quanto aos conceitos de taxas de juros, principalmente no que se refere às taxas nominal, efetiva e
real. O desconhecimento generalizado desses conceitos tem dificultado o fechamento de negócios
pela conseqüente falta de entendimento entre as partes.
Além das mencionadas, tem-se ainda a simples (ou linear), a composta (ou exponencial), a
equivalente, a proporcional, a aparente, a antecipada, etc., sem falar nas taxas de desconto “por
fora” (comercial ou bancário) e “por dentro” (ou racional), simples e compostos.
Neste capítulo iremos analisar as taxas com maior relevância para nossos estudos.

3.1 INTRODUÇÃO

Note que

Quantidade Período de Capitalização


Taxa Porcentual 5% a.m.
Taxa Unitária 0,05 a.m

lembre-se que: no período de capitalização é o tempo necessário para taxa capitalizar e prazo
corresponde ao
número n de períodos de capitalização5.

3.2 TAXA PROPORCIONAL

Taxas Proporcionais são aquelas que mantêm uma relação de proporcionalidade com as
unidades de tempo em que são informadas. Esta classificação é utilizada no Regime de Juros
Simples.

Exemplos:

1. Calcule a taxa mensal proporcional a taxa de 9% a.a.

i = 9% a.a. = 0,09 a.a.


ip =?
nc = 12 meses
nd = 1 mês

5
Na capitalização composta o juro é liberado após a capitalização, não ficando retido até o final do prazo como na
capitalização simples; assim, ao alternarmos o período de capitalização, estamos alterando o tempo de liberação do
dinheiro, ou seja, a liquidez.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 30
i . nd 0,09 . 1
ip = ip = i p = 0,75% a.m.
nc 12

A taxa proporcional é 0,75% a.m..

2. Qual é a taxa nominal anual proporcional a taxa efetiva de 0,15% a.d.

i = 0,15% a.d. = 0,0015 a.d.


ip =?
nc = 1 dia
nd = 360 dias

i . nd 0,0015 . 360
ip = ip = i p = 54% a.a.
nc 1

A taxa proporcional é 54% a.a..

3. 12% ao ano é uma taxa proporcional a 1% ao mês, porque é doze vezes maior, assim como o ano
é um período de tempo doze vezes superior ao mês.

3.3 TAXA EFETIVA

Taxa Efetiva é a que vimos trabalhando até agora em juros compostos, que coincide com o
período de capitalização, ou seja, para uma taxa de 5% a.m. fazemos capitalizações mensais, para
2% a.s. fazemos capitalizações semestrais, etc.

Assim a Taxa Efetiva é aquela usada para capitalizar pois incide sobre o capital (principal ou
montante do período anterior) para gerar juro.

Exemplo:

Um principal6 de R$ 5000,00 num prazo de um semestre, à taxa de 3% a.m. gera um montante


de:
i = 3% a.m. (r = 0,03 a.m.) 

C = 5000 n =6⇒ M=
prazo : um semestre 

3.4 TAXA EQUIVALENTE

Observe:
Calcule o montante acumulado no final de um ano, a partir de um principal de R$ 100,00 com
uma taxa de juros de:

a) 1% a.m.

6
Principal é o sinônimo de Capital (C).
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 31
b) 6,15% a.s.

Taxas P
Se Diferentes
com
e
geram
M
(1% a.m. e prazo iguais
6,15% a.s) iguais

Então 1% a.m. e 6,15% a.s são Taxas Equivalentes.

Taxas Equivalentes tem valores e períodos diferentes, mas proporcionam o mesmo


rendimento num mesmo prazo.

Exemplo:
Calcule as taxas equivalentes a 1% a.m. para os seguintes períodos de capitalização:

a) bimestral

b) trimestral

c) anual

d) diário7

Perguntas: as taxas calculadas acima são: - equivalentes a 6,15% a.s.? _______________________


- efetivas? _______________________

Uma generalização na álgebra:

Para uma aplicação de R$ 100 no prazo de um ano, termos as taxas “i” equivalentes a 1%
a.m. com diferentes períodos, gerando o mesmo montante:

100(1 + id)360 = 100(1 + im)12 = 100(1 + ib)6 = 100(1 + it)4 = 100(1 + is)2 = 100(1 + ia)1 = 112,688
360
∴ (1 + id) = (1 + im)12 = (1 + ib)6 = (1 + it)4 = (1 + is)2 = (1 + ia)1

7
Considere o ano contábil de 360 dias
8
O montante e o principal (Capital) são os mesmos em todos os casos e tornam-se desnecessários após igualarmos os
parentes.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 32
Interpretamos
2 capitalizações mensais
2 1 equivalem
(1 + im) = (1 + ib) ⇔
1 capitalização bimestral
pois comportam o mesmo prazo

complete com o expoente (adote um período de um semestre):

(1 + im)___ = (1 + is)___ , (1 + ib)___ = (1 + is)___ , (1 + is)___ = (1 + it)___

(1 + ia)___ = (1 + is)___ , (1 + ib)___ = (1 + it)___ , (1 + id)___ = (1 + im)___

na calculadora:

Calcule a taxa com capitalização semestral equivalente à taxa de 1% a.m.:


SOLUÇÃO:

1º. Estipular um prazo que gere n inteiros para ambas as taxas ____________________.
2º.

ou simplesmente:

na fórmula:

O cálculo da Taxa Equivalente também pode ser feito pela Fórmula Geral:

nd

i e = (1 + i d ) - 1 (1 + id )n
nc
ie =
nc
ou d
-1
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 33
onde:
ie = taxa de juros pedida (desejada)
id = taxa de juros dada (conhecida)
nd = período de tempo da taxa desejada
nc = período de tempo da taxa conhecida

Exemplos:

1. Calcule a taxa mensal equivalente a taxa efetiva de 9% a.a.


i = 9% a.a. = 0,09 a.a.
ie =?
nc = 12 meses
nd = 1 mês
nd 1

i e = (1 + i ) - 1 ⇒i e = (1 + 0,09 ) - 1
nc 12
⇒ i e = 0,720732%

A taxa equivalente mensal é 0,720732%.

2. Qual é a taxa efetiva anual equivalente à taxa efetiva de 0,15% a.d.

i = 0,15% a.a. = 0,0015 a.a.


ie =?
nc = 1 dia
nd = 360 dias

nd 360

i e = (1 + i ) - 1 ⇒ ie = (1 + 0,0015)
nc 1
-1 ⇒ i e = 71,531271%

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 34


A taxa equivalente anual é 71,531271%.

Obs.: Se na HP 12C não estiver visível na parte inferior do visor a letra "C", pressione a seqüência
de teclas "STO" "EEX".

OBSERVAÇÃO: A partir do momento em que tivermos uma Taxa Efetiva, jamais poderemos usar
novamente uma regra de três para encontrar uma Taxa Equivalente, mas, sim, a fórmula ou os
passos da HP.

3.5 TAXA NOMINAL

A caderneta de poupança oferece oficialmente uma taxa de juros de 6% a.a. Porém sua
capitalização ocorre mensalmente (liquidez mensal). Assim, para obter o rendimento mensal, faz-se
o calculo usando uma taxa efetiva de 0,5% a.m.

Calcule a taxa anual equivalente à taxa de 0,5% a.m.

Observe que a taxa equivalente também é efetiva.

Como você pôde perceber, a taxa de 6% a.a. serviu apenas como um referencial e em momento
algum incidiu sobre o capital. À ela, damos o nome de Taxa Nominal.

A Taxa Nominal é bastante fornecida no mercado, entretanto o seu valor não é usado nos
cálculos pois além de não coincidir com o período de capitalização desejado, não representa uma
taxa efetiva. Assim, para obtermos uma taxa efetiva, com o período desejado, a partir de uma taxa
nominal, fazemos:

taxa nominal i N = 6% a.a. 


 n = 12
período de capitalização mensal

i N 6%
taxa efetiva i ef = = = 0,50% a.m.
n 12

Genericamente, para uma taxa anual nominal (iN a.a.) fazemos:

Período de capitalização
Taxa Efetiva
Desejado
Diário iN / 360
Mensal iN / 12
Bimestral iN / 6
Trimestral iN / 4
Semestral iN / 2

Exemplos:

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 35


1. Num determinado país, a taxa de juros permitida em lei é de 12% a.a. Considerando-a nominal,
calcule a taxa efetiva diária.

2. Para uma taxa nominal de 24% a.a., calcule a taxa mensal efetiva.

3. Para uma taxa nominal de 36% a.a., calcule a taxa equivalente anual de uma taxa efetiva com
capitalização:

a) Semestral

b) Trimestral

c) Bimestral

d) Mensal

e) Diária

Comentários:

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 36


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 3

Taxa Equivalente
1)
a) Calcule o montante acumulado no final de 5 anos, a partir de um principal de R$ 2.000,00
com uma taxa de 2,50% a.m.
b) Calcule a taxa com capitalização anual para um principal de R$ 2.000,00 que no final de 5
anos gerou um montante de R$ 8.799,58.
c) O você tem a dizer das taxas dos itens a e b?

2) Obtenha as taxas, equivalentes à taxa anual de 12%, com períodos de capitalização:


a) Mensal;
b) Bimestral;
c) Trimestral;
d) Semestral;
e) Diária.

3) Ordene as taxas numa seqüência crescente:


i) a: 15% a.a. b: 1,3% a.m. c: 2,6% a.b. d: 0,3% a.d.
ii) a: 53% a.a. b: 4% a.m. c: 0,2% a.d. d: 26,53% a.s.
iii) a: 22,92% a.s. b: 12,49% a.t. c: 3,00% a.m. d: 33,49% a.a.
iv) a: 6,00% a.t. b: 12,90% a.s. c: 2,00% a.m. d: 24,90% a.a.

4) Quais as taxas anual, semestral, trimestral e diária equivalente à taxa de 3% a.m.?

Taxa Nominal
5) Qual a taxa bimestral efetiva de uma taxa nominal de 9% a.s.?

6) Calcule a taxa trimestral efetiva, equivalente a uma taxa mensal obtida de uma taxa nominal de
30% a.a.

7) Para uma taxa nominal de 12% a.a., calcule a taxa anual efetiva, equivalente a taxa obtida da
nominal com capitalização:
a) Semestral;
b) Trimestral;
c) Bimestral;

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 37


d) Mensal;
e) Diária.

Taxas
8) Um banco paga a taxa efetiva de 35% a.a. Qual a taxa equivalente num período de 135 dias?

9) Calcule a taxa para 50 dias equivalente à taxa de 14% a.m.

10) Calcule a taxa para 15 dias equivalente à taxa de 25% a.b.

11) Qual a taxa bimestral equivalente às taxas efetivas de:


a) 4% a.m.
b) 5% a.a.
c) 0,5% a.d.
d) 14% a.s.
e) 3% a.t.

12) Considerando o regime composto, conclua se é preferível aplicar R$ 1.500,00, num prazo de 2
anos, a 3% a.t. ou 13% a.a.

13) Uma loja de eletrodomésticos anuncia que na compra de geladeiras o cliente leva hoje e só paga
daqui a 3 meses. Porém, numa compra à vista é dado 25% de desconto. Calcule a taxa cobrada
pela loja no período: (a) trimestral; (b) mensal.

14) Uma empresa deverá pagar um montante de R$ 102.500,00 por um empréstimo de R$


100.000,00, 45 dias após o contrato. Calcule as taxas mensal e anual cobrada pelo banco.

15) Quanto se terá em dois anos se forem aplicados R$ 1.000,00 à taxa nominal de 24% a.a. com
capitalização mensal?

16) Qual seria o montante do exercício anterior se a capitalização fosse:


a) Semestral;
b) Diária;
c) Horária.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 38


CAPÍTULO 4

4 DESCONTOS

Ao contrair uma dívida para pagamento futuro, o devedor normalmente oferece um título que
comprova tal obrigação. De posse desse título, o credor poderá negociar o seu resgate antecipado,
junto às Instituições Financeiras.
É comum acontecer que uma pessoa, ao assumir uma dívida, entregue ao credor um documento
chamado título de crédito como comprovante da dívida. Esse documento tem uma data de
vencimento e um valor combinado a ser pago nessa data, no entanto, se o devedor resolver pagar a
dívida antes do prazo, recebe um abatimento chamado desconto.
Com os títulos de crédito pode ocorrer que
• o devedor queira efetuar o pagamento antes da data determinada – nesse caso ele faz jus a
um abatimento que corresponde ao juro que seria gerado por esse dinheiro no prazo que falta
para o vencimento;
• o credor necessite do dinheiro antes da data do vencimento – nesse caso ele pode negociar o
título com um terceiro que lhe pagará um valor menor que o fixado no título, valor esse que ,
se aplicado, renderia , no prazo que falta para o vencimento, um juro correspondente à
diferença entre o valor fixado e o que recebeu.
Nos dois casos há uma compensação definida pela diferença entre as duas quantidades – o valor
fixado e o valor recebido. Essa diferença é chamada desconto.
Títulos de Crédito normalmente negociados em operações de desconto junto a Instituições
Financeiras:

1. Notas Promissórias:
nota promissória é um comprovante de dívida, com vencimento pré-determinado, usado
entre pessoas físicas ou entre pessoa física e jurídica;

2. Duplicatas:
duplicata é um título emitido por pessoa jurídica para pagamento de bens ou serviços,
prestados a pessoas físicas ou jurídicas, segundo um contrato;

3. Letras de Câmbio:
letra de câmbio é um comprovante de aplicação de capital, com vencimento pré-
determinado, é um título ao portador emitido exclusivamente por instituição financeira.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 39


4. Cheques pré-datados.

D=M–C ou C = M – D onde D = Desconto

Outras nomenclaturas adotadas:

C = Valor Presente = Valor líquido = Valor Descontado = Valor Recebido


M = Valor Futuro = Valor nominal = Valor de Face

4.1 DESCONTO SIMPLES

A operação de se liquidar um título antes de seu vencimento envolve geralmente uma


recompensa, ou um desconto pelo pagamento antecipado. Desta maneira, desconto pode ser
entendido como a diferença entre o valor futuro de um título e o seu valor atual apurado n períodos
antes de seu vencimento.
Valor nominal – M − é o valor de face, o valor indicado no título a ser pago na data do
vencimento.
Valor atual − C − é o valor líquido resgatado antes da data do vencimento.
Desconto − D − é a diferença entre o valor nominal e o atual.
Prazo − n − período de tempo entre a data do desconto e a data do vencimento.
Taxa de juros − i − taxa calculada sobre o valor atual.
Taxa de descontos − d − taxa calculada sobre o valor nominal.
Existem dois modos de calcular o desconto simples que dão origem a dois tipos de desconto:
1. Desconto simples racional − Dr − também chamado desconto “por dentro” ou matemático,
é o desconto calculado aplicando uma taxa de juros simples sobre o valor atual do título,
considerando o prazo de antecipação do pagamento.
2. Desconto simples comercial − Dc.−
− também chamado desconto “por fora” ou bancário, é o
desconto calculado aplicando uma taxa de descontos simples sobre o valor nominal do
título, considerando o prazo de antecipação do pagamento.

4.1.1 DESCONTO SIMPLES POR FORA OU COMERCIAL

O desconto por fora incorpora os conceitos de juros simples, entretanto, diferentemente daquele,
apura os encargos sobre o valor futuro.

A modalidade de desconto “por fora“ é largamente utilizada no mercado, para financiamento de


capital de giro das empresas, através de crédito bancário ou comercial.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 40


M = Valor Futuro; Valor de face; Montante; Valor Nominal.
C = Valor Presente; Valor Líquido; Valor Recebido; Valor Descontado.

D = FV . i . n

Assim, o valor líquido poderá ser calculado através da seguinte expressão:

PV = FV – D PV ⇒ FV – FV . i . n ∴ PV = FV( 1 – i . n )

C = M (1− id .n )  C
1 − 
n=
M
id

M=
C  C
1 − 
(1 − id .n)
id = 
M
n
Exemplo:

Um título de R$ 6 500,00 é resgatado 4 meses antes de seu vencimento, utilizando a taxa de


juros simples de 2,3% ao mês. Quanto será pago na data do resgate e qual o valor do
desconto simples racional obtido?

Dados: M = 6500,00 ; n=4 m ; id=2,3%a.m. ; C = ?

logo C = M (1− id .n )

substituindo os dados: C = 6500,00 (1 − 0,023 . 4)

portanto C = 5902,00

4.1.2 DESCONTO SIMPLES POR DENTRO OU RACIONAL

Incorpora os conceitos de juros simples.


Obtido multiplicando-se o valor atual do título pela taxa de desconto, e este produto pelo prazo
a decorrer até o vencimento do título.
Como, na prática o valor atual do título é sempre uma incógnita, sendo conhecido o nominal, o
prazo e a taxa de desconto, utilizaremos as variáveis conhecidas para deduzir a fórmula que forneça
o valor do desconto simples, conforme segue:
O desconto racional também é conhecido como desconto por dentro porque a taxa de desconto
incide sobre o valor presente da operação.

D = C . i. n ⇒ D=M–C

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 41


M = C (1 + id . n) M 
 − 1
id = 
C 
n

C=
M M 
 − 1
1+ i d .n
n= 
C
i

Exemplo:

1) Um banco oferece empréstimos pessoais a uma taxa de descontos simples comercial de 2,3%
ao mês. Se fizer um empréstimo de R$ 6 500,00 para pagar ao fim de 4 meses, quanto
recebo realmente como empréstimo?

Dados: M=6 500,00 ; n=4 m ; i=2,3%a.m ; r=? ; Dr=?

da definição temos: M = C (1 + id . n)

substituindo os dados: 6500= C (1+0,023 . 4)

portanto: C = 5952,38 e Dr = 6500 – 5952,38 = 547,62

2) Uma pessoa necessita hoje R$ 3 800,00 para pagar daqui a 154 dias, a uma taxa de 3,2% ao
mês. Quanto irá pagar no vencimento, se usar desconto simples racional e se usar desconto
simples comercial?

Desconto Simples Racional Desconto Simples Comercial


C = 3800,00 C = 3800,00
n=154d n=154d
i = 3,2%a.m. D = 3,2%am.
M=? M=?
 0,032 ⋅ 154   0,032 ⋅ 154 
M = 3 800 1 +  3800 = M 1 − 
 30   30 

M=4424,21 M = 4546,90

4.2 DESCONTO COMPOSTO

Analogamente ao que acontece no “Desconto Simples”, tanto na modalidade de “Desconto


Racional” ou “Por Dentro”, como na modalidade de “Desconto por Fora”, “Comercial” ou
“Bancário”, que incorpora os conceitos de juros simples, o “Desconto Composto” caracteriza-se
pela incorporação dos conceitos de juros compostos, ou seja, cálculos exponenciais.
Por conseguinte, o Desconto Composto é basicamente utilizado em operações de longo prazo –
acima de 360 dias, enquanto o Desconto Simples para operações de curto prazo – prazo inferior a

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 42


360 dias.
Dessa forma, teremos dois tipos de Desconto Composto: o Desconto “Por Fora” ou
“Comercial”, que não possui nenhuma utilização prática conhecida no Brasil, sendo raramente
empregado no mercado e o Desconto Composto “Por Dentro” ou “Racional”, apresentando portanto
larga utilização prática.

4.2.1 DESCONTO COMPOSTO POR FORA OU COMERCIAL

Caracteriza-se pela incidência sucessiva da taxa de desconto sobre o valor nominal do título,
i.e., para “n” períodos unitários, a taxa de desconto incide, no primeiro período, sobre o valor futuro
do título; no segundo período, sobre o valor futuro do título menos o valor do desconto
correspondente ao primeiro período; no terceiro período, sobre o valor futuro do título menos valor
do desconto correspondente ao terceiro período, e assim sucessivamente até o último ou enésimo
período.
C = M – D onde D = FV. d ⇒ logo: PV = FV – FV. d PV = FV (1 – d)

C = M (1 − id ) C
n
M=
(1 − i d )n
1
C
C  C n ln
id = 1 − n ⇒ id = 1 −   n= M
M M  ln (1 − i d )

4.2.2 DESCONTO COMPOSTO POR DENTRO OU RACIONAL

Obtido em função de cálculos exponenciais, sendo dado pela diferença entre o valor futuro de
um título e seu valor atual, calculados com base no regime de capitalização composta.
D=M–C
M = C (1 + i d )
n
M
id = n −1
C

M M
C= ln
(1 + i d )n n= C
ln (1 + i d )

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 43


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 4
⇒ Os exercícios abaixo podem ser resolvidos pelo processo do Desconto Simples
Comercial e/ou Desconto Composto Comercial.
⇒ Em todos os casos quando possível representar as operações financeiras por meio do
Diagrama de Fluxo de Caixa (DFC).

1) Um título de R$ 10.000,00 com vencimento daqui a 3 meses e 8 dias, foi resgatado hoje. Qual
foi o desconto recebido se a taxa de juros contratada foi de 27% a.a.?
2) Calcular o valor do desconto de um título de R$ 10.000,00, com vencimento para 90 dias, à taxa
de 2,5% am.
3) Calcular o valor do desconto de um título de valor nominal de R$ 12.000,00, descontado 4
meses antes do seu vencimento, à taxa de 2,5% am.
4) Um título para ser pago daqui a 12 meses, foi descontado 5 meses antes do seu vencimento.
Sabendo-se que o valor nominal do título é de R$ 12.000,00 e a taxa de desconto utilizada é de
3,5% am., calcular o valor líquido liberado na operação.
5) Calcular a taxa mensal de desconto utilizada numa operação de 120 dias, cujo valor de resgate
do título é de R$ 10.000,00 e cujo valor atual é de R$ 8.800,00.
6) O desconto de um título foi de R$ 750,00, adotando-se uma taxa de desconto de 5% ao
bimestre. Quanto tempo faltaria para o vencimento do título, se o seu valor nominal fosse R$
20.000,00?
7) Uma nota promissória no valor de R$ 52.400,00 foi descontada à taxa de juros de 5 % ao
trimestre, faltando 4 meses e 20 dias para o seu vencimento. Qual o valor do desconto e o valor
recebido pela nota promissória?
8) Um título no valor de R$ 120.000,00 foi descontado por R$ 108.380,00, faltando 95 dias para o
seu vencimento. Qual a taxa de juros semestral utilizada?
9) Uma nota promissória foi descontada por R$ 25.000,00, à taxa de desconto de 15% ao semestre,
sabendo-se que o desconto foi de R$ 2.930,00. Quanto tempo antes do vencimento a nota
promissória foi descontada e qual o seu valor?
10) Uma nota promissória no valor de R$ 40.000,00 foi descontada faltando 129 dias para o seu
vencimento, à taxa de desconto de 10% ao bimestre. (a) Determine a taxa de juros simples
proporcional e a equivalente composta para o período de desconto. (b) calcule o valor recebido
pela nota na data do desconto.
11) Determinar o desconto por fora sofrido por uma letra de R$ 5.000,00 à taxa de 5% a.a.,
descontada 5 anos antes de seu vencimento.
12) Um título no valor de R$ 9.000,00 foi descontado 45 dias antes do seu vencimento, sofrendo um
desconto de R$ 135,00. Determinar a taxa mensal empregada na operação.
13) Descontou-se um título de R$ 24.000,00 à taxa de 12% a.a., tendo apresentado um desconto de
R$ 2.880,00. Determinar o tempo.
14) Em quantos meses uma letra de R$ 2.400,00 foi descontada, à taxa de 0,75% a.m., tendo um
desconto de R$ 90,00.
15) Uma duplicata descontada à taxa de 9% a.a., 90 dias antes de seu vencimento, reduziu-se a R$
5.865,00. Determinar o valor nominal.
16) A que taxa mensal se descontou por dentro uma letra de R$ 5.700,00, dois anos antes de seu
vencimento e que produziu o desconto de R$ 700,00?
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 44
CAPÍTULO 5

5 AMORTIZAÇÃO

5.1 AMORTIZAÇÃO (EMPRÉSTIMOS)

Em termos financeiros, a dívida surge quando uma dada importância é emprestada por um
certo prazo. Quem assume a dívida obriga-se a restituir o principal mais os juros devidos, no prazo
estipulado.
Segundo as práticas habituais, os empréstimos classificam-se em: de curto, de médio e de longo
prazo.
Os empréstimos de curto e de médio prazo caracterizam-se, normalmente, por serem saldados
em até 3 anos. Os problemas relacionados com tais tipos de empréstimos são aqueles já abordados
em anuidades e não serão vistos neste capítulo.
Os empréstimos de longo prazo sofrem um tratamento especial porque existem várias
modalidades de restituição do principal e juros. Tais empréstimos, em geral, têm suas condições
previamente estipuladas por contratos entre as partes, ou seja, entre o credor e o devedor.
Os problemas mais importantes que surgem nos empréstimos de longo prazo dizem respeito à
explicitação do sistema de reembolso adotado e ao cálculo da taxa de juros efetivamente cobrada
pelo credor.
Nos sistemas de amortização a serem estudados, os juros serão calculados sempre sobre o saldo
devedor. Isto significa que consideraremos apenas os regimes de juros compostos, pois, se os juros
são calculados deste modo, o não-pagamento de juros em um dado período levará a um saldo
devedor maior, sendo calculado juro sobre juro.

5.1.1 DEFINIÇÕES

Alguns termos de uso corrente devem ser explicitados para maior clareza posterior:
a) Mutuante ou credor: aquele que dá o empréstimo.
b) Mutuário ou devedor: aquele que recebe o empréstimo.
c) Taxa de juros: é a taxa de juros contratada entre as partes. Pode referir-se ao custo efetivo
do empréstimo ou não, dependendo das condições adotadas.
d) IOF: imposto sobre operações financeiras.
e) Prazo de utilização: corresponde ao intervalo de tempo durante o qual o empréstimo é
transferido do credor para o devedor. Caso o empréstimo seja transferido em uma só parcela,
este prazo é dito unitário.
f) Prazo de carência: corresponde ao período compreendido entre o prazo de utilização e o
pagamento da primeira amortização. Durante o prazo de carência, portanto, o tomador do
empréstimo só paga os juros. Considera-se que existe carência quando este prazo é superior
a, pelo menos, o dobro do menor período de amortização das parcelas. É possível também
que as partes concordem em que os juros devidos no prazo de carência sejam capitalizados e
pagos posteriormente. Neste caso, não haverá desembolso de juros durante a carência.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 45
Nota: Devemos observar que este conceito de carência não é utilizado em anuidades
postecipadas, mas sim em anuidades antecipadas.
g) Parcelas de amortização: corresponde às parcelas de devolução do principal, ou seja, do
capital emprestado.
h) Prazo de amortização: é o intervalo de tempo, durante o qual são pagas as amortizações.
i) Prestação: é a soma da amortização acrescida de juros e outros encargos, pagos em um dado
período.
j) Planilha: é um quadro, padronizado ou não, onde são colocados os valores referentes ao
empréstimo, ou seja, cronograma dos valores de recebimento e de pagamentos.
k) Prazo total do financiamento: é a soma do prazo de carência com o prazo de amortização.
l) Saldo devedor: é o estado da dívida, ou seja, do débito, em um determinado instante de
tempo.
m) Período de amortização: é o intervalo de tempo existente entre duas amortizações.

5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS MODALIDADES DE AMORTIZAÇÃO

Qualquer um dos sistemas ou modalidades de amortização pode ter, ou não, prazo de carência.
Deve-se observar que o chamado sistema americano sempre tem carência, pois o principal é
devolvido em uma única vez.
Por seu lado, os juros podem ser pagos ou capitalizados durante o prazo de carência,
dependendo de um acerto entre as partes envolvidas no financiamento.
Os principais sistemas de amortização são os seguintes:

5.2.1 SISTEMA DE PAGAMENTO NO FINAL

O financiamento da divida é pago uma única vez no final do período.


O pagamento (parcela, prestação) de um empréstimo consiste em amortizar o capital
emprestado (principal) e pagar o juro desse empréstimo.
 amortização
parcela  +
 juro
- Amortizar é pagar o valor referente ao principal;
- O juro é calculado sobre o saldo devedor (dívida remanescente) do período.

5.2.2 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

As parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros são calculados, a cada período,
multiplicando-se a taxa de juros contratada (na forma unitária) pelo saldo devedor existente no
período anterior.
A representação gráfica é a seguinte:

Neste sistema, as prestações são continuamente decrescentes.


Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 46
5.2.3 SISTEMA AMERICANO

Após um certo prazo o devedor paga, em uma única parcela, o capital emprestado.
A modalidade mais comum é aquela em que o devedor paga Juros durante a carência.

O devedor pode querer aplicar recursos disponíveis e gerar um fundo que iguale o desembolso a
ser efetuado para amortizar o principal.
Tal fundo é conhecido por "sinking fund" na literatura americana a, na brasileira, por "fundo de
amortização".

5.2.4 SISTEMA FRANCÊS (OU SISTEMA PRICE)

As prestações são iguais entre si e calculadas de tal modo que uma parte paga os juros e a outra
o principal. A dívida fica completamente saldada na última prestação:

Este sistema, acrescidas certas peculiaridades de cálculo, é também conhecido como Sistema
Price.

5.2.5 SISTEMA DE AMORTIZAÇÕES VARIÁVEIS

As parcelas de amortização são contratadas pelas partes e os Juros são calculados sobre o saldo
devedor.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 47


5.3 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO COM PAGAMENTO NO FINAL

Por exemplo, em um financiamento de R$ 1.000,00, com uma taxa de 8% a.m. por um período
de 4 meses, construa o plano de amortização:

Saldo no início Juro do Saldo no final Pagamento no final do período Saldo depois do
n
do período período do período juro + amort = prestação pagamento
1 1.000,00 80,00 1.080,00 0 0 0 1.080,00
2 1.080,00 86,40 1.166,40 0 0 0 1.166,40
3 1.166,40 93,31 1.259,71 0 0 0 1.259,71
4 1.259,71 100,78 1.360,49 360,49 1.000,00 1.360,49 0
Total - 360,49 - 360,49 1.000,00 1.360,49 -

Veja a representação desse plano de amortização pelo diagrama de Fluxo de Caixa:


Juro = 360,49 1.360,49

Amortização= 1.000,00

mês
1 2 3 4

5.4 SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE (SAC)

O Sistema de Amortização Constante (SAC), também chamado Sistema Hamburguês, foi


introduzido entre nós, a partir de 1971, pelo Sistema Financeiro da Habitação.
Por este sistema o credor exige a devolução do principal em n parcelas iguais, incidindo os
Juros sobre o saldo devedor.
Como os juros são cobrados sobre o saldo devedor e amortização é constante, as prestações
são decrescentes.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 48


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 5

1) Você esta adquirindo um novo bem, e para isso esta contraindo o seguinte financiamento:
- Valor do bem: R$ 5.000,00
- Taxa de juros: 2,5% a.m.
- Prazo do financiamento: 4 meses
Monte a planilha de financiamento pelos três métodos de financiamentos propostos e demonstre
cada plano no Diagrama de Fluxo de Caixa.

Pagamento Saldo Depois


Saldo no Início Juro do Saldo no Final
Plano n do
do Período Período do Período Juro + Amort. = prestação
Pagamento

Pagamento
no final

Total

Sistema
Americano

Total

SAC

Total

2) Para um projeto de expansão, a empresa "Pesqueiros Ltda." obtém um financiamento de R$


5.000.000,00, nas seguintes condições:

a) Taxa de Juros: 8% a.a. - com pagamentos semestrais.


b) Amortizações: SAC - Sistema de Amortizações Constantes, com pagamentos semestrais.
c) Prazo de Amortização: 5 anos.

Construir a planilha de financiamento e demonstre no Diagrama de Fluxo de Caixa.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 49


Pagamento Saldo Depois
Saldo no Início Juro do Saldo no Final
Plano n do
do Período Período do Período Juro + Amort. = prestação
Pagamento

SAC

Total

3) Uma empresa obtém o financiamento de $ 960.000,00. O banco financiador cobra 6%a ao ano.
O prazo total de financiamento é de 4 anos. Construir a planilha de amortização e demonstre
cada plano no Diagrama de Fluxo de Caixa.

Pagamento Saldo Depois


Saldo no Início Juro do Saldo no Final
Plano n do
do Período Período do Período Juro + Amort. = prestação
Pagamento

Pagamento
no final

Total

Sistema
Americano

Total

SAC

Total

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 50


4) Considere os seguintes planos de pagamento a juros compostos:
I – Pagamento da dívida ao final do prazo:
o juro e a amortização são pagos ao final do prazo do financiamento.
II – Pagamento com amortizações constantes (SAC):
as amortizações são pagas uniformemente a cada período de capitalização;
os juros são pagos ao final de cada período de capitalização.
III – Pagamento periódico de juros:
os juros são pagos ao final de cada período de capitalização;
a amortização é paga ao final do prazo do financiamento.
Supondo um financiamento de R$ 1.000,00 em três meses a juros efetivos de 2,50% a.m.,
complete o quadro abaixo:

I)
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3

II)
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3

III)
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 51


CAPÍTULO 6

6 PLANOS COM PRESTAÇÕES UNIFORMES (SISTEMA PRICE)


E PLANOS DE CAPITALIZAÇÃO

6.1 PAGAMENTOS IGUAIS - SISTEMA PRICE

Condições para o financiamento:


C = R$ 1.000,00
i = 8% a.m.
n = 4 meses – juros compostos.
FORMA DE PAGAMENTO: pagamentos9 iguais ⇒ pagamento = juro do período + amortização

Desta forma teremos 4 prestações mensais iguais, simbolizadas por PMT (na HP 12C – PMT).
Assim cada uma das prestações será PMT = R$ 301,92. Então o fluxo de caixa fica:
R$ 1000

mês
0 1 2 3 4

Observe que os juros _______________ ao longo dos períodos, conseqüentemente as


amortizações _______________________ .

Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
4

Uma forma de trazer o valor das prestações para o dia do contrato (mês zero) é

9
Usaremos os termos pagamento ou prestação para designar os pagamentos da série uniforme.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 52
descapitalizando-as, ou seja, calcular o principal de cada prestação isoladamente (neste caso, o
principal também chamado de valor atual):
Sabemos que:
301,92
P1 (1 + 0,08)1 = 301,92 ∴ P1 = =
(1 + 0,08)1
301,92
P2 (1 + 0,08)2 = 301,92 ∴ P2 = =
(1 + 0,08)2
P3

P4

Assim,
P = P1 + P2 + P3 + P4
P=

∴ P = PMT . a
a é o chamado fator de atualização.
⇒ Principal = Prestação x Fator de atualização ⇒ C = PMT . a
onde,

a=
(1 + i )n − 1 a ≡ a n¦i
i (1 + i )
n

a=
(1 + 0,08)4 − 1
0,08(1 + 0,08)
4

PMT =

Exemplos:
1. Um financiamento foi concedido à taxa de 3% a.m. para ser pago em 12 prestações mensais de
R$ 1.000,00 . Qual o valor do principal deste financiamento?

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 53


2. Qual o menor investimento que devemos fazer hoje, à taxa de 10% a.a. para recebermos R$
10.000,00 no final de cada um dos próximos 8 anos?

3. Calcule o valor das 5 prestações mensais iguais para um financiamento de R$ 9.500,00 à taxa de
16% a.m.

4. À taxa de 12% a.a., qual deve ser o valor da prestação mensal para um financiamento de R$
10.000,00 em 7 vezes iguais?

Obs.: quando a forma do financiamento é de prestações iguais convenciona-se fornecer a taxa


nominal. Sendo assim, caso o período da taxa não coincida com o período da prestação, devemos
transformar a taxa nominal em taxa efetiva fazendo:

inom
ief = onde n é o número de períodos de prestações que cabem no período da taxa.
n

Exemplo:

inom = 18% a.a.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 54


i nom = 18% a.a.
 n = 12
prestação mensal
18%
ief = = 1,50% a.m.
12

5. Para um empréstimo de R$ 20.000,00 foram cobradas 5 prestações iguais de R$ 5.000,00 . Qual a


taxa mensal deste financiamento?

SÉRIES POSTECIPADA E ANTECIPADA

6. Uma loja financia eletrodomésticos de R$ 1.000,00 em 6 prestações mensais e sucessivas de R$


180,00 . Obter a taxa mensal deste financiamento nas seguintes hipóteses:

a) primeira prestação vence 30 dias após a data da compra (série postecipada):

b) primeira prestação é paga no ato da compra a título de entrada ou sinal (série antecipada → 1 + 5):

1º. Modo:

2º. Modo:

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 55


DEFINIÇÃO:

Série Postecipada: g end


O 1º. pagamento da série de prestações periódicas iguais é feito um período após o principal.

beg
Série Antecipada: g
O 1º. pagamento da série de prestações periódicas iguais é feito no mesmo momento do
principal.

6.1.1 COEFICIENTES DE FINANCIAMENTO – TABELAS DE CRÉDITO AO


CONSUMIDOR

Chama-se coeficiente ou fator de financiamento a número que, multiplicado pelo principal


financiado, dá o valor da prestação
Exemplos:
1. Uma geladeira cujo preço, numa loja de departamento, é de R$ 1.000,00 à vista pode ser
financiada em 2, 3, 4 ou 5 vezes sem entrada (forma póstecipada). Considerando a taxa de 4,50%
a.m., calcule as respectivas prestações:
n=2

PMT =

n=3

PMT =

n=4 PMT =

n=5 PMT =
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 56
Na mesma loja, calcule a prestação para uma TV de R$ 500,00 :

n=2 PMT =

n=3 PMT =

n=4 PMT =

n=5 PMT =

Agora para: - uma caneta de R$ 1,00 - um fogão de R$ 359,46

n=2 PMT = PMT =


n=3 PMT = PMT =
n=4 PMT = PMT =
n=5 PMT = PMT =

Generalizando para todos os bens oferecidos na loja de departamentos:

para achar o c:
n c n=2
2
3
4
5

Assim, para vender uma boneca de R$ 45,00 :


a) 2 vezes PMT =
b) 3 vezes PMT =
c) 4 vezes PMT =
d) 5 vezes PMT =

PMT = C . c

2. Considere o mesmo problema do exemplo anterior, na forma antecipada, ou seja, entrada (sinal)
para geladeira:

n=2

PMT =

n=3 PMT =
n=4 PMT =
n=5 PMT =

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 57


Monte a tabela para taxa de 4,50% a.m.:

n c
2
3
4
5

Exercício:

Complete a tabela para um financiamento antecipado:

i=
n c
2
4
6 0,1785
8

6.1.2 AMORTIZAÇÕES

Para quitar (saldar) ou refinaciar uma dívida é necessário que saibamos o valor já amortizado e
conseqüentemente o saldo devedor.

1º. Exemplo:
Tibúrcio comprou um carro, cujo preço à vista é R$ 12.000,00 , em 25 prestações de R$ 938,72
ao final de cada mês (postecipadas). Porém após ter pago a prestação a 17ª. prestação, ele ganhou
uma bolada na loteria e deseja quitar a dívida. Quanto ele deve pagar?
Solução:
na calculadora:
1ª. parte – rodar problema

2ª. parte – amortização

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 58


Obs.:

Exercício:
Refaça o exemplo anterior com prestações antecipadas.

2º. Exemplo:
Ritinha comprou seu vestido de noiva em 5 vezes iguais postecipadas com prestações iguais de
R$ 500,00 e taxa de 10% a.m.. Após ter pago a terceira parcela, seu marido, ex-noivo foi demitido e
Ritinha alega dificuldades para pagar as duas últimas prestações. Refinancie sua dívida em mais 6
prestações iguais a partir do saldo devedor remanescente.

3º. Exemplo:
Um financiamento de R$ 500.000,00 foi feito a uma empresa para que fosse saldado em 18
meses com prestações postecipadas iguais, a taxa de 18% a.a. Calcule:
a) o valor da prestação mensal;

b) o valor do juro da 1ª. prestação;

c) o valor da amortização da 1ª. prestação;

d) o valor do juro da 2ª. prestação;

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 59


e) o valor da amortização da 2ª. prestação;

f) o saldo devedor no final do 8º. mês;

g) o valor das amortizações acumuladas até o 11º. mês.

6.1.3 CASOS DO COMÉRCIO

1. Prestações iguais sem entrada (postecipadas):


- exemplo: R$ 100,00 em 4 vezes mensais à taxa de 3,50% a.m.
postecipadas → g end
n

PV PMT

2. Prestações iguais com sinal → 1 + n (antecipadas):


- exemplo: R$ 100,00 em 4 vezes mensais à taxa de 3,50% a.m.
antecipadas → g beg n

PV PMT

3. Sinal de 25% mais n prestações iguais:


- exemplo: R$ 100,00 com 25% à vista mais 3 prestações iguais mensais à taxa de 3,50% a.m.

p = preço – 25% g end n

PV PMT

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 60


4. O que é vantagem: a) X para 60 dias;
b) X/3 para 30, 60 e 90 dias?
- exemplo: R$ 49,59 à vista à taxa de 10% a.m.
R$ 60
R$ 49,59

a)

mês
0 1 2

i = 10% a.m.

b)
R$ 49,59

20,00 20,00 20,00


0 0 0

mês
0 1 2 3 i = ______ % a.m.

5. Em 2 (ou n) vezes iguais (antecipada) ou com desconto de x% à vista:

preço real: Pr ⇒ C = g beg


taxa: i =
n

PV PMT PMT =

Preço fantasia: Pf = ___ . PMT ⇒ Pf =

 Pf − Pr 
Desconto: d =  .100 ⇒ d =
 P 
 f 

6.2 PLANOS DE CAPITALIZAÇÃO

Calcule o montante ao final de uma série de 4 depósitos mensais de R$ 100,00 à taxa de 6%


a.m.:

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 61


Interpretação a)

Interpretação b)

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 62


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 6

1) Qual a prestação mensal para um financiamento de R$ 1.000,00 a uma taxa de 2,50% a.m., num
prazo de 24 meses?

2) Uma determinada loja oferece um equipamento por R$ 300,00 sendo R$ 100,00 à vista e o
restante em 12 prestações de R$ 20,00 . Qual a taxa mensal?

3) Uma empresa tomou emprestado R$ 100.000,00 . O pagamento deste empréstimo será feito da
seguinte forma:
- período de carência de 5 meses (1º. Pagamento no final do 5º. mês);
- uma série uniforme de pagamentos mensais em 8 vezes.
Considerando a taxa de 3% a.m.:
a) Monte o Diagrama de Fluxo de Caixa do Empréstimo;
b) Calcule o valor da prestação.

4) Uma velhinha aplicou durante 6 anos R$ 200,00 mensais à taxa de 2% a.m. A partir do 6º. ano
efetuou 82 retiradas mensais, zerando seu saldo.
a) Interprete o problema montando o Diagrama de Fluxo de Caixa.
b) Quanto a velhinha conseguiu acumular ao final do 6º. ano?
c) Qual o valor das retiradas?

5) João entrou num plano de previdência privada aos 20 anos. Pretende aposentar-ser aos 55 anos
recebendo R$ 1.500,00 mensais. Considerando que a expectativa de vida no Brasil é de 85 anos
e que a taxa de juros (sem correção monetária) é de 0,60% a.m., calcule quanto João deve
depositar mensalmente.

6) Um empréstimo de R$ 30.000,00 foi feito a uma indústria de alimentos para ser pago em 5
prestações iguais e sucessivas com uma carência de três meses (1ª. prestação a partir do 4º. mês)
à taxa de 4% a.m.. Monte o Diagrama de Fluxo de Caixa e determine o valor das prestações.

7) Ana adquiriu seu carro cujo valor à vista era R$ 16.570,00 em 18 prestações mensais iguais
totalmente financiado através de uma revendedora que cobra a taxa de 42% ao ano. Após ter
pago a 14ª. prestação, Ana negociou um refinanciamento com o objetivo de diminuir o valor das
prestações subseqüentes, o que estendeu sua dívida para mais 10 prestações mensais iguais.
Calcule:
a) O valor das prestações iniciais;
b) O saldo devedor após o pagamento das 14ª. prestação;
c) O valor das prestações refinanciadas.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 63


8) Um bem cujo valor é de R$ 400,00 , é financiado à taxa de 2,50% a.m.. Calcule as 5 prestações
iguais que devem ser pagas nas seguintes condições:
a) Entrada de R$ 100,00 mais prestações;
b) Sinal mais quatro prestações todas iguais (1 + 4).

9) Complete as tabelas de coeficientes de financiamento abaixo:

a) Prestações postecipadas → i = b) Prestações antecipadas → i =

n c n c
2 2
3 0,3672 3
5 4 0,2612
7 5

10) Considere o seguinte plano de financiamento a juros compostos:


Pagamento da dívida com prestações uniformes após um mês do contrato (postecipado).
Supondo um financiamento de R$ 3.000,00 em quatro prestações a juros efetivos de 3,50%
a.m., complete a tabela abaixo:

Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
4

11) Considere o seguinte plano de pagamento a juros compostos:

I – Pagamento da dívida com prestações uniformes após um mês do contrato (postecipado).


II – Pagamento da dívida com prestações uniformes, sendo a primeira no ato do contrato
(antecipado).
Supondo um financiamento de R$ 4.000,00 em quatro prestações a juros efetivos de 1,50% a.m.
complete o quadro abaixo:

I)

Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
4

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 64


II)

Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
0
1
2
3

12) Complete as tabelas de coeficientes de financiamento abaixo:

a) Prestações postecipadas → i =

n c
2
3 0,3400
5
7

b) Prestações antecipadas → i =

n c
2
3
4 0,2723
5

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 65


CAPÍTULO 7

7 INFLAÇÃO

7.1 INTRODUÇÃO

Se há um aumento persistente dos preços dos bens e serviços em geral, ou seja, se ao longo do
tempo a moeda perde seu poder de aquisição
então dizemos que essa moeda está inflacionando.
As causas da inflação, sob o ponto de vista dos economistas, são várias. Entre elas a escassez
de produtos, a especulação financeira, o déficit orçamentário do govern e a conseqüente emissão
descontrolada de dinheiro. Os efeitos destas causas dão origem a novas causas, fazendo com que o
processo inflacionário se autoalimente, como um motocontínuo.
Contudo, não nos cabe em matemática financeira aprofundarmo-nos neste tema. Só o que nos
interessa é limpar da moeda os efeitos da inflação, ou seja, lidar com o dinheiro como se este tivesse
um valor fixo, para que assim possamos operar com taxas de juros reais, desfazendo a ilusão
monetária causada por rendimentos aparentes sobre uma moeda sem valor fixo.
Como percebemos a inflação?
O valor da moeda, ou seja, seu poder de compra de bens e serviços diminui ao longo do tempo.
Exemplo: uma máquina de lavar roupas custa em março de 1996, R$ 500,00 e em maio passa a
custar R$ 525,00. Obviamente que para quem faz uso da máquina, o valor, ou seja, a
utilidade da máquina de lavar não aumentou 5% em dois meses. Assim, concluímos que
o valor do dinheiro diminui 5% em relação à máquina.

7.2 INDÍCE DE PREÇOS E TAXAS DE INFLAÇÃO

Consideremos que o preço de um bem no dia 01 de Setembro é de R$ 500,00 e no início de


Outubro, no dia 01, é de R$ 550,00.
Temos então que:
preço inicial: pi = 500
preço final: pf = 550

Chamamos de índice de preço no período ou índice de inflação:


pf 550
qif = = = 1,1
pi 500
ou
Qif = qif . 100 == 1,1 . 100 = 110
Na HP 12C:
500 ENTER 550 %T ⇒ 110
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 66
A taxa de variação do preço ou taxa de inflação:
∆p p f − pi 550 − 500
j= = = = 0,1
pi pi 500
ou, porcentualmente:
J = j . 100% = 10%
Na HP 12C:
500 ENTER 550 ∆% ⇒ 10%

Utilizando o conceito de índice de preço:


pf pi p f
j= − = − 1 = qif − 1 = 1,1 − 1 = 0,1
pi pi pi
Resumindo:
pf
índice de preço no período: qif =
pi
índice de variação do período: j = qif − 1

Exemplos:
• preço → índice
p1
p0 = 25,80 , p1 = 28,60 → q01 = =
p0
p5
p0 = 10,50 , p5 = 15,30 → q05 = =
p0

• índice → taxa
q23 = 1,0430 → taxa do mês 3: j3 =
q04 = 1,1530 → taxa acumulada dos meses 1, 2, 3 e 4: jacum =

• preço → índice → taxa


p1
p0 = 4,50 , p1 = 5,50 → q01 = =
p0
p7
p0 = 92,00 , p7 = 100,00 → q07 = =
p0

• taxas dos períodos → índices dos períodos → índice acumulado → taxa acumulada
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 67
j1 = 3% , j2 = 5% →

j4 = 2,5% , j5 = 3,9% , j6 = 1,5% , j7 = 0,5% →

• correção da inflação: pinicial → pfinal


1 mês de inflação: p0 = 25,80 , q01 = 1,1085 →

5 meses de inflação: p0 = 10,50 , q05 = 1,4571 →

Agora, acompanharemos o desenvolvimento do preço da cesta básica com períodos mensais:

Preço Índice de inflação a partir Índice de inflação do Taxa de


Taxa de
Mês da do mês 0 período inflação
(final) cesta
Q0i inflação
do
q0i acumulada qif
em $ período

0 31,00 q00 = 1,0000 Q00 = 100,00 ---- q00 = 1,0000 ----

32,55 32,55
1 32,55 q01 = = 1,0500 Q01 = 105,00 5,00% q01 = = 1,0500 5,00%
31,00 31,00
35,00 Q02 = 112,90 35,00
2 35,00 q02 = = 1,12902 12,90% q12 = = 1,0753 7,53%
31,00 32,55

3 38,00

p4
4 q04 = = 1,2903
31,00

5 q45 = 1,0375

6 41,94%

7 4,55%

8 42,00

9 Q09 = 140,00

Observações:

• Como obter a taxa de inflação acumulada nos meses 2, 3 e 4 (q14)?


Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 68
1º. Modo:
através dos índices de mensais

q14 = q12 . q23 . q34 = 1,0753 . 1,0857 . 1,0526 = 1,2289


j = q14 – 1 = 1,2289 - 0,2289 ou J = 22,89%

2º. Modo:
através dos índices acumulados

q04 1,2903
q14 = = = 1,2289 ⇒ J = 22,89%
q01 1,0500
pois,

q04 q01 .q12 .q 23 .q34


= = q12 .q 23 .q34 = q14
q01 q01

Institutos de Pesquisa de Inflação

Como você sabe, o estudo da evolução da inflação não se restringe à cesta básica, sendo assim
os índices de inflação buscam abrangências mais gerais do mercado. Contudo, um índice de
inflação dificilmente satisfaz a todos os indivíduos de uma população pois cada qual desenvolve
suas relações diretas com um setor do mercado.

Tomemos como exemplo o IPC da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC/FIPE)


que inclui grupos de bens e serviços adquiridos por famílias com renda entre 2 e 6 salários mínimos.
Observe como a FIPE pondera os grupos de bens e serviços para o cálculo do índice: alimentação
tem peso 30,81%, habitação = 26,52%, transportes = 12,97%, despesas pessoais = 12,52%,
vestuário = 8,66%, saúde = 4,58% e educação = 3,95%10. Este índice é restrito ao município de São
Paulo.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –


INPC/IBGE utiliza dados de 10 regiões metropolitanas do país e é uma média ponderada dos
índices regionais, ou seja, os pesos variam de acordo com o tamanho da população dessas regiões.
O INPC é estimado numa estrutura de pesos baseados no consumo de bens e serviços de famílias
com rendas de 1 a 5 salários mínimos.

O Índice de Preços no Atacado da Fundação Getúlio Vargas – IPA/FGV: objetiva medir as


variações de preços de produtos em transações feitas no atacado e tem abrangência nacional. O
IPA-DI não inclui os bens destinados à exportação, considera somente os de disponibilidade
interna. O cálculo do IPA é baseado em mais de uma centena de produtos e publicado mensalmente
na revista Conjuntura Econômica.
10
Fonte: Boletim de Conjuntura Econômica / FEA-USF, Volume 1, 1996, coordenador: prof. Manuel Payés.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 69
Observe na tabela abaixo, do jornal A Folha de São Paulo do dia 09 de Agosto de 1996 os
vários índices publicados:

Indicadores de preços
INPC/IBGE IPC/FIPE

Índice Variações Percentuais Índice Variações Percentuais


No Últ. 6
(dez/93 = 100) No mês 6 meses 12 meses (Jul/94 = 100) No mês Últ. 12 meses
ano meses
Abril 1.298,65 0,93 6,72 3,43 18,22 Maio 143,7542 1,34 6,79 19,29
Maio 1.315,27 1,28 6,48 4,75 17,27 Junho 145,7811 1,41 7,00 17,84
Junho 1.332,76 1,33 6,15 6,15 16,30 Julho 147,6909 1,31 6,47 15,10
INPC/IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Geografia e
IPC/Fipe – Índices de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
Estatítica

IGP-M/FGV IGP-DI/FGV

Índice Variações Percentuais Índice Variações Percentuais


(Ago/94 = 100) No mês No ano Últ. 12meses (Ago/94 = 100) No mês No ano Últ. 12 meses
Março 126,627 0,22 2,79 13,02
Maio 130,121 1,55 5,08 13,97 Abril 127,509 0,70 3,51 11,25
Junho 131,445 1,02 6,15 12,36 Maio 129,655 1,68 5,25 12,67
Julho 133,213 1,35 7,57 11,84 Junho 131,240 1,22 6,54 11,14
IGP-M/FGV – Índice Geral de Preços do Mercado da Fundação Getúlio Vargas IGP/FGV – Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas

Outros indicadores de preços


Índices Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul
IPCA do IBGE (%) 1,56 1,34 1,03 0,35 1,26 1,22 1,19 ---
IPCA Esp. IBGE (%) 1,35 1,63 1,20 0,62 0,70 1,32 1,11 ---
ICV do Dieese (%) 1,89 4,59 0,05 1,04 1,14 1,61 0,91 ---
ICV da Classe Média-Ordem (%) 1,24 1,86 0,57 0,48 1,71 1,29 1,24 ---
INCC do IGP-DI/FGV (%) 0,86 1,52 0,11 0,98 0,25 2,16 1,54 ---
CUB – Sinduscon (%) 1,05 0,05 - 0,43 0,37 0,08 4,65 2,81 - 0,17
IPA do IGP-DI/FGV (%) 0,61 1,31 0,47 - 0,07 0,41 1,34 0,94 ---
IPA do IGP-M/FGV (%) 0,20 1,49 0,48 0,13 - 0,05 1,41 0,41 1,59
IPC do IGP-DI/FGV (%) 1,57 2,70 1,46 0,43 1,31 2,08 1,57 ---
CUB – Custo Unitário Básico; ICV – Índice do Custo de Vida; INCC – Índice Nacional de Custo da Construção; IPA – Índice de Preços por Atacado; IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; Dieese
– Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócios-Econômicos; Ordem dos Econimistas.

Façamos a leitura do IPC/FIPE:


• (Jul 94 = 100): o índice de inflação tem como início o mês de julho de 94, ou seja,
p Jul 94
q Jul 94 / Jul 94 = = 1 (ou 100)
p Jul 94

• Maio – 143,7542: q Jul 94 / Mai 96 = 143,7542, assim podemos concluir que de julho de 94 a maio de 96 a
inflação acumulada foi de 43,75%.
145,7811
• Inflação do mês de junho: qMai 96 / Jul 96 = = 1,0141 (índice de inflação) ⇒ J = 1,41% (taxa)
143,7542
• Inflação de fevereiro a julho (últimos 6 meses):
J = 6,47% (taxa de inflação do período).
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 70
p Jul 94 / Jul 96
q Fev96 / Jul 96 = 1,0647 = (índice de inflação)
p Jul 94 / Fev 96

7.3 INFLATORES E DEFLATORES

Quando a inflação é elevada, reflexo de uma instabilidade econômica, seus valores são
imprevisíveis a médio e a longo prazo. Este quadro torna impossível contratos financeiros regidos
por taxas prefixadas. Então adotamos mecanismos para corrigir estes contratos:

Inflatores

Um bem com valor de R$ 50.000,00 foi financiado em 4 prestações mensais iguais numa série
antecipada à taxa de 5% a.m. corrigidas pelo Índice Geral de Preços de Mercado. Considerando que
a variação do IGP-M mensal foi de 14%, 15% e 13% respectivamente, calcule o valor das
prestações corrigidas:

Prestação sem Taxa de variação


Mês Inflator Prestação corrigida
inflação do IGP-M

Deflatores

O salário nominal de uma pessoa recebido no último dia do mês nos últimos quatro meses foi:
Abril: R$ 1.200,00
Maio: R$ 1.380,00
Junho: R$ 1.656,00
Julho: R$ 1.800,00

Calcule a taxa de crescimento real do salário considerando que o Índice de Custo de Vida do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócios – Econômicos – ICV/DIEESE teve as
seguintes variações:
Maio: 19%
Junho: 20%
Julho: 18%

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 71


Taxa de Taxa de Deflator
Salário Taxa de
Salário crescimento inflação (base abril)
Mês deflacionado crescimento real
Nominal aparente
(relação a abril) (relação a abril)
(relação a abril)
---- 1,0000
Abril 1200,00 1200,00

19%
Maio 1380,00

Junho

Julho

Observação:
Adotar um deflator é análogo a adotar uma Unidade Referência – U.R. No caso acima
adotamos R$ 1,00 em abril como sendo 1,00 U.R., assim os salários da 5ª. coluna (salário
deflacionado) representam os salários ao longo dos meses em U.R.

7.4 O JURO E A INFLAÇÃO

Um principal de R$ 1.000,00 ficou aplicado um mês e o valor resgatado foi de R$ 1.380,00 .


Calcule:
a) a taxa de rendimento aparente;
b) a taxa de juro, considerando que a inflação no período foi de 20%.

a) Chamando o valor resgatado de montante corrigido (Mc):


Montante corrigido : M c = 1.380 
 M c = C (1 + iap ) (I)
Principal : C = 1.000 

iap é a taxa aparente que imbute a taxa de juro (i) com a taxa de inflação (j).

Mc
iap = − 1 = 1,38 − 1 = 0,38 ou i ap = 38%
C

b) Sem inflação o montante no período seria


taxa de juro : i = ? % a.m. 
 M = C(1 + i) (II)
principal : C = 1.000 

Com a correção da inflação o montante corrigido fica

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 72


taxa de inflação : j = 0,20 
 Montante Corrigido M c = M + j.M = M (1 + j ) (III)
montante corrigido : M c = 1.380

Substituindo II e III teremos: M c = C (1 + i)(1 + j )

Substituindo I e IV termos: C (1 + iap ) = C (1 + i )(1 + j )

Assim:

(1 + iap ) = (1 + i)(1 + j )

portanto
i ap = (1 + i )(1 + j ) − 1

onde
Mc M (1 + j ) C (1 + i )(1 + j )
i ap = −1 = −1 = −1
C C C
No caso teremos:
i ap =

Confira os problemas abaixo:

1) Um CDB prefixado oferece um rendimento de 4% no período. Considerando que a inflação


oficial foi de 2,5% no período, calcule os juros reais.

2) Um CDB pós-fixado propõe uma taxa de juros de 1,5% a.m.; considerando que a inflação foi de
3%, calcule a taxa de rendimento aparente e o valor do resgate considerando que R$ 3.400,00
foi aplicado.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 73


3) Um problema de caderneta de poupança:
Atualmente a caderneta de poupança oferece uma taxa nominal de 6% a.a. com capitalização
mensal de 0,5% a.m. (ieq =_____________a.a.) mais a correção monetária. Assim se uma pessoa
depositar R$ 600,00 na caderneta, calcule:

a) quanto ela pode resgatar após um mês, se a inflação oficial for de 2% no período;

b) quanto ela resgataria no mês seguinte caso a inflação do segundo me fosse de 3%.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 74


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 7

1) Em 5 de Janeiro de 1996 o preço do liquidificador era de R$ 148,00 e em 5 de Fevereiro de


1996 o preço era de R$ 151,00. Calcule o índice de preço e a taxa de variação do preço do
liquidificador neste período de um mês.

2) Proceda conforme o exercício 1 para preços:


a) R$ 7,80 , mês 1 / R$ 8,40 mês 2;
b) R$ 43.847,50 , mês 0 / R$ 44.000,00 , mês 1;
c) R$ 75,00 , mês 1 / R$ 73,00 , mês 2.

3) Ao longo de um semestre o preço de um produto sofreu as seguintes variações: 4%, 3%, 8%,
6%, 5% e 2%. Qual a taxa de variação acumulada no semestre?

4) A variação de preço de um bem, acumulada em um trimestre foi de 15%. Considerando que no


primeiro mês a variação foi de 5% e no terceiro mês foi de 6%, calcule a variação do segundo
mês.

5) A inflação acumulada em 11 meses foi de 23%. Qual deverá ser a inflação do 12º. mês para que
a inflação acumulada não ultrapasse 25% a.a.?

6) Complete a tabela abaixo:


Mês Preço da Índice de inflação Taxa de inflação Índice de inflação Taxa de
(final) cesta em $ a partir do mês 0 acumulada do período inflação

0 432

1 445

2 1,0417

3 445

4 1,0157

5 6,48%

6 8%

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 75


7) Sendo q01 = 1,04 , q12 = 1,05 , q23 = 1,06 , q34 = 1,08 , calcule:
a) p4 sabendo que p0 = 50
b) p3 sabendo que p0 = 20
c) p4 sabendo que p2 = 65
d) p1 sabendo que p4 = 58

8) Consultando a tabela dos indicadores de preço fornecida anteriormente11, calcule:


a) o índice acumulado no período de março a junho do IGP-DI/FGV;
b) a inflação fornecida pelo índice do item a;
c) a inflação acumulada de agosto de 1994 a abril de 1996 pelo IGP-DI/FGV;
d) confira, através dos índices fornecidos, se a inflação de junho de 1996 foi de 1,02% pelo
INPC/IBGE e compare com o resultado do IPC/FIPE comentando as possíveis causas da
desigualdade;
e) calcule a inflação acumulada de jan a jun de 1996 segundo o ICV do DIEESE;
f) interprete a inflação de fev de 1996 do setor de construção civil segundo o índice CUB -
Sinduscon.

Considerando a série histórica de inflação do IGP-M, pesquisada pela FGV (apresentada


abaixo), resolva os problemas 9 e 10.
IGP-M FGV --- Tabela em Índices Percentuais
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ ACUM.
1989 - - - - - 19,68 35,91 36,91 39,92 40,64 40,48 47,13 805,76%
1990 61,46 81,29 83,95 28,35 5,93 9,94 12,01 13,62 12,80 12,97 16,86 18,00 1699,87%
1991 17,70 21,02 9,19 7,81 7,48 8,48 13,22 15,25 14,93 22,63 25,62 23,63 458,38%
1992 23,56 27,86 21,39 19,94 20,43 23,61 21,84 24,63 25,27 26,76 23,43 25,08 1174,67%
1993 25,83 28,42 26,25 28,83 29,70 31,49 31,25 31,79 35,28 35,04 36,15 38,32 2567,34%
1994 39,07 40,78 45,71 40,91 42,58 45,21 4,33 3,94 1,75 1,82 2,85 0,84 869,74%
1995 0,92 1,39 1,12 2,10 0,58 2,46 1,82 2,20 -0,71 0,52 1,20 0,71 15,23%
1996 1,73 0,97 0,40 0,32 1,55 1,02 1,35 0,28 0,10 0,19 0,20 0,73 9,18%
1997 1,77 0,43 1,15 0,68 0,21 0,74 0,09 0,09 0,48 0,37 0,64 0,84 7,73%
1998 0,96 0,18 0,19 0,13 0,14 0,38 -0,17 -0,16 -0,08 0,08 -0,32 0,45 1,78%
1999 0,84 3,61 2,83 0,71 -0,29 0,36 1,55 1,56 1,45 1,70 2,39 1,81 20,10%
2000 1,24 0,35 0,15 0,23 0,31 0,85 1,57 2,39 1,16 0,38 0,29 0,63 9,95%
2001 0,62 0,23 0,56 1,00 0,86 0,98 1,48 1,38 0,31 1,18 1,10 0,22 10,37%
2002 0,36 0,06 0,09 0,56 0,83 1,54 1,95 2,32 2,40 3,87 5,19 3,75 25,30%
2003 2,33 2,28 1,53 0,92 -0,26 -1,00 -0,42 0,38 1,18 0,38 0,49 0,61 8,69%
2004 0,88 0,69 1,13 1,21 1,31 1,38 1,31 1,22 0,69 0,39 0,82 0,74 12,42%
2005 0,39 0,30 0,85 0,86 - 0,22 -0,44 -0,34 -0,65 -0,53 0,60 0,40 -0,01 1,20%
2006 0,92 0,01 -0,23 -0,42 0,38 0,75 0,18 0,37 0,29 0,47 0,75 0,32 3,84%
2007 0,50 0,27 0,34 0,04 0,04 0,26 0,28 0,98 1,29 1,05 0,69 1,76 7,74%
2008 1,09 0,53 0,74 0,69 1,61 1,98 1,76 -0,32 0,11 0,98 0,38 -0,13 9,80%
2009 -0,44 0,26 -0,74 -0,15 -0,07 -0,10 -0,43 -0,36 0,42 0,05 0,10 -0,26 -1,71%
2010 0,63 1,18 0,94 0,77 1,19 0,85 0,15 0,77 1,15 1,01 1,45 0,69 11,32%
2011 0,79 1,00 0,62 0,45 0,43 -0,18 -0,12 0,44 0,65 0,53 0,50 -0,12 5,09%
2012 0,25 -0,06 0,43 0,85 1,02 0,66 1,34 1,43 0,97 0,02 -0,03 0,68 7,81%
2013 0,34 - - - - - - - - - - - 0,34%
FONTE: Base de dados do Portal Brasil®(2013)

11
Fornecida no texto: “Institutos de Pesquisa de Inflação”
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 76
9) Correção de preços – Inflator
O preço de um liquidificador é de R$ 86,00 em dezembro de 2011; corrija-o mensalmente até
maio de 2012

10) Crie uma unidade monetária de referência, U.R. (Unidade de Referência) com valor de R$ 1,00
em 31 de dezembro de 2011 e utilize esta U.R. para deflacionar um salário que permaneceu R$
1.000,00 , durante todo o ano de 2012. Calcule também a perda acumulada.

11) A tabela abaixo fornece os salários nominais de um trabalhador, juntamente com as taxas de
inflação de agosto a dezembro:

Inflação
Mês Salário nominal em $
(taxa mensal)
Ago 3.000 ---
Set 3.600 25%
Out 3.600 24%
Nov 5.500 25%
Dez 6.000 23%

Calcule: o salário deflacionado, a taxa de crescimento aparente e a taxa de crescimento real.

12) Dada a série histórica das vendas de uma empresa:

Mês Vendas (em milhares de $) Taxa de inflação


Ago 300 19%
Set 330 20%
Out 420 21%
Nov 600 22%

a) deflacione o valor das vendas para agosto;


b) inflacione o valor das vendas para novembro;
c) usando setembro com mês base, inflacione ou deflacione os outros valores;
d) calcule para o item “a” e “b” a taxa real de crescimento das vendas em cada mês.

13) Um empréstimo de R$ 4.000,00 a uma empresa deverá ser pago após 30 dias através de um
montante de R$ 5.200,00. Considerando que a inflação do mês foi de 12%, calcule:
a) a taxa de juros aparente cobrada no período;
b) a taxa de juro real.

14) Um investidor aplica R$ 5.000,00 num CDB prefixado de 30 dias. Considerando que a taxa
bruta é de 46% a.a., calcule:
a) o montante bruto do resgate;
b) o valor do imposto de renda caso ele seja igual a 0,60% do montante;
c) o valor do imposto de renda sabendo que ele é igual a 25% do ganho real, sendo a correção
monetária do período de 1,5%;
d) a taxa de juro líquida da operação para o caso “c”.

15) Num CDB pós-fixado de 60 dias foi aplicado R$ 10.000,00 à taxa de juros de 21% a.a.
Sabendo-se que a correção monetária da aplicação foi de 8%, calcule:

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 77


a) o montante bruto do resgate;
b) o imposto de renda, sendo ele igual a 30% do ganho real;
c) o imposto de renda, sendo ele igual a 0,50% do montante bruto;
d) o montante líquido para os casos “b” e “c”;
e) a taxa de juros líquida no bimestre para os casos “b” e “c”.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 78


CAPÍTULO 8

8 EQUIVALÊNCIA DE FLUXOS DE CAIXA

8.1 INTRODUÇÃO

O conceito de equivalência permite comparar diferentes fluxos de caixa e então optar pela
melhor alternativa para um financiamento. Através deste conceito é possível também transformar
ou montar fluxos equivalentes, possibilitando diversas formas de pagamento (ou recebimento) sem
alterar o princípio básico de um financiamento que é a manutenção da taxa de juros e da
amortização.
Antes de estudarmos o conceito de fluxos equivalentes, devemos entender o que é valor atual
em fluxos de caixa. Este conceito além de facilitar a compreensão daquele, é bastante importante
para o estado de viabilidade econômica de projetos de investimento.
Como você pode notar, este capítulo é de fundamental importância. Além de fornecer
importantes conceitos para aplicações práticas, ele também fará um apanhado de todos os conceitos
desenvolvidos até o momento, transmitindo uma autoconfiança em relação aos problemas genéricos
de financiamento.

8.2 VALOR ATUAL EM FLUXOS DE CAIXA OU VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

Uma empresa apresenta o fluxo de pagamentos abaixo (Diagrama de Fluxo de Caixa da


Movimentação).
3.000
1.500

1.000 500

meses
0 1 2 3 4

Considerando uma taxa de 3% a.m., Qual o valor necessário para cumprir todos os
compromissos no mês 0?

meses

0
ou VPL =

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 79


Ao valor de R$ 5.563.59 , que é a soma de todos os valores do fluxo traduzidos para o mês 0,
damos o nome de Valor Presente Líquido – VPL (NPV, do inglês: Net Present Value).
O processo do VPL consiste em calcular a soma dos valores descapitalizados12 de uma série de
capitais de um fluxo de caixa, a uma determinada taxa de juro. Portanto, algebricamente temos:

n FC j FC1 FC 2 FC n
VPL = ∑ − FC 0 ⇒ VPL = + + ... + − FC 0
j =1 (1 + i ) j
(1 + i ) (1 + i )
1 2
(1 + i )n

Assim, considerando uma taxa de 5% a.m., o VPL do fluxo A é o do fluxo B.

1.000 A 676,84
B

meses meses
0 8 0

Observe que o VPL mantém o sinal do fluxo original.

Exemplos:

Calcule o Valor Presente Líquido (VPL) dos seguintes fluxos de caixa, considerando uma taxa
de 2% a.m.

a) 1.656,12

mês
0 1 2 3 4 5

VPL =

b)
1.560,60

mês
0 1 2 3 4 5

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 80


VPL =
c)
1.500,00

mês
0 1 2 3 4 5

VPL =

d)

2.500,00
2.122,42

mês
0 1 2 3 4 5

VPL =

e)
1.000,00 1.000,00 1.000,00

mês
0 1 2 3 4 5

VPL =

IMPORTANTE:
Conceitualmente, VPL não é o mesmo que Principal, apesar de o procedimento de cálculo ser o
mesmo. Principal é um valor que se empresta ou se toma emprestado para ser devolvido
futuramente, acrescido de juros, na forma de Montante ou Prestações. VPL é o valor de qualquer

12
Proponho que entendamos a palavra descapitalizar como o inverso de capitalizar. Capitalizar consiste em fazer a taxa de juro
incidir sobre o principal ao longo dos períodos, ou seja, gerar juro. Assim, descapitalizar significa retiras o juro que for agregado ao
principal ao longo dos períodos, obtendo-se o principal “limpo”, ou seja, o valor líquido no início do financiamento.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 81
Fluxo de Caixa, inclusive Fluxos de Movimentação, trazido para o mês zero e conseqüentemente
descontado o juro. Assim, o sinal do VPL e o mesmo do valor do mês futuro.
f)

5.000,00 4.000,00
3.000,00
1.000,00

mês
0 1 2 3

VPL =

g)
1.082,43
1.061,21
1.040,40
1.020,00

mês
0 1 2 3 4

VPL =

h)
PMT = 1.050,50

mês
0 1 2 3 4

VPL =

i)
PMT = 832,00

mês
0 1 2 3 4

VPL =

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 82


j)
2.122,42
2.040,00

mês
0 1 2

VPL =

k)
6.000,00
5.000,00 3.000,00
2.000,00

mês
0 1 2 3

VPL =

l)
10.000,00
2.122,41 4.329,73
2.040,00 2.080,80

mês
0 1 2 3 4

VPL =

Observe:

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 83


m)

4.000,00
3.000,00
2.000,00

mês
0 1 2 3 4

VPL =

n)
3.000,00
2.000,00
1.000,00 1.000,00

mês
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

VPL =

8.3 VPL A JUROS SIMPLES E A JUROS COMPOSTOS

Uma pessoa aplicou uma determinada quantia num banco à taxa de 8% a.m. e retirou $10.000
após três meses e $10.000 após seis meses. Determine o valor depositado considerando os regimes:
a) composto;
b) simples

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 84


Resolução:
X

10.000,00 10.000,00

X=?
mês
0 1 2 3 4 5 6

a) 1º. modo - descapitalizar individualmente cada parcela.

X = X3 + X6
10000 = X 3 (1 + 0,08) 3  10000 10000
X = +
10000 = X 6 (1 + 0,08) 6  (1 + 0,08) 3
(1 + 0,08) 6

X = 7938,32 + 6301,70
X = 14240,02

2º. modo - descapitalizar a parcela do mês 6 até o mês 3 ( x6→3 ) depois descapitalizar o total do mês
3 até o mês 0.

X = X3 + X6
10000
10000 +
10000 = X 6→3 (1 + 0,08) 3
 (1 + 0,08) 3
X = ⇒ X = 14240,02
10000 = X 6→3 (1 + 0,08) 6  (1 + 0,08) 3

Observe que:
Os valores encontrados através dos dois modos são idênticos. Há ainda outros modos de
calcular o VPL deste fluxo composto e todos levarão à mesma resposta - 14240,02.

b) 1º. modo

2º. modo

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 85


Conclusão:

Juros Compostos: o VPL

Juros Simples: o VPL

Qual modo é correto? Justifique

Conseqüências: - o sistema Price é sempre calculado no regime compostos pois para o regime de
juros simples obteríamos valores da prestação diferentes, dependendo do modo como estas fossem
calculadas e isto tornaria o sistema dúbio.
 Não se verifica equivalência de fluxos de caixa (seção seguinte) no regime
simples.

8.4 EQUIVALÊNCIA DE FLUXOS DE CAIXA

Dada uma taxa de juros composta, se calcularmos o VPL de dois fluxos de caixa e estes forem
iguais então estes fluxos são equivalentes entre si.
Exemplo 1:
Para uma taxa composta de 4% a.m., calcule os VPLs dos fluxos A e B e confira se estes são
equivalentes entre si.
A
6.000

mês
0 1 2 3 4 5

VPLA:

B
PMT = 940,75

mês
0 1 2 3 4 5 6

VPLB:
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 86
Se VPLA ⇔ VPLB então fluxo A ⇔ fluxo B13

Exemplo 2:

Verifique se o fluxo A é equivalente ao fluxo C, abaixo, à taxa composta de 4% a.m.

C
5.547,34

mês
0 1 2 3 4 5

VPLC:
Se VPLA ⇔ VPLC então fluxo A ⇔ fluxo C

Obs.: Se fluxo A ⇔ fluxo B e fluxo A ⇔ fluxo C,


então fluxo B ⇔ fluxo C (também),
ou seja, os três fluxos A, B e C são equivalentes entre si,
e são equivalentes também ao fluxo D abaixo:

D
4931,56

mês
0

Considerando que os fluxos A, B, C e D são todos equivalentes entre si à taxa de 4% a.m.


podemos concluir que um financiamento ou investimento de R$ 4.931,56 pode ser pago ou recebido
das seguintes formas:
A - R$ 6.000 após 5 meses;
B - 6 prestações iguais numa série mensal postecipada de R$ 940,75;
C - R$ 5.547,34 após 3 meses;
D - R$ 4.931,56 à vista.

Outros exemplos:

O símbolo ⇔ significa “equivale”.


13

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 87


1) Verifique se os fluxos A, B, C e D, fornecidos anteriormente, são equivalentes quando a taxa
composta for de:
a) 1% a.m.
VPLA =
VPLB =
VPLC =
VPLD =

b) 10% a.m.
VPLA =
VPLB =
VPLC =
VPLD =

Algumas considerações:
a) Se os fluxos de caixa tiverem o mesmo VPL a uma determinada taxa de juros compostas (fluxos
equivalentes), então os seus montantes após n períodos serão necessariamente iguais.
b) A equivalência de fluxo de caixa não precisa obrigatoriamente ser verificada através do VPL
(período zero), ela pode ser calculada num determinado período n, comum a todos os fluxos;
c) Fluxos equivalentes a uma determinada taxa deixam de ser equivalentes caso a taxa seja
modificada. Portanto, a equivalência de fluxos de caixa depende da taxa de juros.

8.5 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA)

Calcule o VPL do fluxo a seguir, considerando as taxas de: a) 2% a.m.; b) 4% a.m.; c) 6% a.m.

5.000,00 a) 2% a.m. ⇒ VPL =


PMT = 1.377,45 b) 4% a.m. ⇒ VPL =
c) 6% a.m. ⇒ VPL =
mês
0 1 2 3 4

Comentários:
Ao fazermos um projeto de investimento devemos considerar o fato de não estarmos aplicando
o dinheiro em outros produtos financeiros.
O investimento para ser atrativo deve superar a taxa de juros equivalente a rentabilidade de
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 88
baixo risco (poupança, CDB14, etc) das aplicações do mercado financeiro.
Exemplo: TMA risco/economia, taxas financeiras, setor de atividade

Exemplos:
1) Um projeto de investimento apresenta o seguinte fluxo de caixa:

10.000

3.000 3.000
2.000 2.000
1.000 1.000

ano
0 1 2 3 4 5 6

Considerando os seguintes TMA, avalie sua viabilidade:


a) 1% a.a.

b) 10% a.a.

2) O proprietário de uma pedreira está em dúvida sobre qual é o processo mais econômico de
exploração de sua propriedade. Pelo processo acelerado ele obteria uma renda anual de $400.000
durante 3 anos; pelo processo normal a renda seria de $250.000 durante 6 anos.
Em ambos os casos a pedreira seria esgotada e não teria valor residual. (a) Para uma TMA de
15% a.a., qual a melhor alternativa? (b) Quanto vale a pedreira para seu proprietário?

Exemplo Resolvido - VPL:

Uma empresa transportadora está analisando a conveniência da compra de um caminhão no valor de


R$ 103.000,00. Segundo os técnicos dessa empresa, a utilização desse veículo nos próximos cinco
anos deverá gerar receitas líquidas estimadas em R$ 30, R$ 35, R$ 32, R$ 28 e R$ 20 mil
respectivamente. Sabendo-se que no final do 5º. ano se espera vender esse caminhão por R$
17.000,00, verificar qual a decisão da empresa para taxas de retorno, fixadas em 15% e 18% ao ano.

14
CDB – Certificado de Depósito Bancário são títulos nominativos emitidos pelos bancos e vendidos ao público como forma de
captação de recursos.
Há também, o RDB – Recibo de Depósito Bancário que possuem as mesmas características do CDB, porém são intransferíveis e
inegociáveis.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 89
103

37
35
30 32
28

anos
0 1 2 3 4 5

Observação: Fluxo do 5º. ano = preço de venda do caminhão + receita do ano = 17 + 20 = 37

a) Solução para taxa de retorno de 15% a.a.

Via fórmula:

FC1 FC 2 FC n
VPL = + + ... + − FC 0
(1 + i ) (1 + i )
1 2
(1 + i )n
30 35 32 28 37
VPL = + + + + − 103,00
(1,15) (1,15) (1,15) (1,15) (1,15)5
1 2 3 4

VPL = 26,0870 + 26,4650 + 21,0405 + 16,0091 + 18,3955 - 103,00


VPL = 107,9971 - 103,00
VPL = 4,9971

“Como o Valor Presente Líquido (VPL) é positivo, isso significa que a taxa efetiva de retorno é
superior à taxa mínima fixada em 15%. Portanto o investimento deverá ser feito”.

Via HP 12C: 103 CHS g Cf0

30 g Cfj

35 g Cfj

32 g Cfj

28 g Cfj

37 g Cfj

15 i f NPV

VPL = 4,9971
b) Solução para taxa de retorno de 18% a.a.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 90


Via fórmula:

FC1 FC 2 FC n
VPL = + + ... + − FC 0
(1 + i ) (1 + i )
1 2
(1 + i )n
30 35 32 28 37
VPL = + + + + − 103,00
(1,18) (1,18) (1,18) (1,18) (1,18)5
1 2 3 4

VPL = 25,4237 + 25,1365 + 19,4762 + 14,4421 + 16,1730 - 103,00


VPL = 100,6515 - 103,00
VPL = - 2,3485

“Como nesta hipótese o Valor Presente Líquido (VPL) é negativo, o investimento não deverá ser
feito, visto que a taxa efetiva de retorno é menor que 18%”.

Via HP 12C: 103 CHS g Cf0

30 g Cfj

35 g Cfj

32 g Cfj

28 g Cfj

37 g Cfj

18 i f NPV VPL = -2,3485

RESUMO:
O método do Valor Presente Líquido (VPL) consiste na comparação de todas as entradas e
saídas de dinheiro de um fluxo de caixa na data focal 0 (zero). O valor atual de um determinado
projeto será calculado descontando-se todos os valores futuros do fluxo de caixa, empregando-se
determinada taxa de juros (Taxa de Atratividade), que mede a taxa mínima de juros que convém ao
investidor ao optar por um investimento e não por outro. Onde:
• Se VPL = 0 (zero) ⇒ Taxa do Negócio = Taxa de Atratividade;
• Se VPL < 0 (zero) ⇒ Taxa do Negócio < Taxa de Atratividade;
• Se VPL > 0 (zero) ⇒ Taxa do Negócio > Taxa de Atratividade.
Dessa forma, sob o ponto de vista matemático e financeiro, quanto maior o Valor Presente
Líquido (VPL), maior o retorno do investimento realizado, propiciando condições de comparação
entre as diversas alternativas de projetos de investimentos.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 91


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 8

1) Dados os fluxos abaixo, verifique se são equivalentes à taxa de 2,5% a.m.

mês A B C D
0 1426,19 0 0 - 1000
1 1426,19 0 1819,10 3000
2 1426,19 7141,95 1819,10 0
3 1426,19 0 1819,10 500
4 1426,19 0 1819,10 500

2) Os fluxos a seguir são equivalentes a alguma das taxas abaixo:

(a) 1% a.m.
(b) 36% a.a.
(c) 8,5% a.m.
(d)42,58% a.a.

mês A B C
0 0 1000 1305,96
1 1767,65 0 1305,96
2 1767,65 0 1305,96
3 1767,65 4370,91 1305,96

3) Verifique se os fluxos a seguir são equivalentes para uma taxa de 2% a.m.:

A)
12682,42

mês
0 1

B)

PMT = 1545,12

mês
0 1 2 3 4 5 6 7

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 92


C)

PMT = 2574,74

mês
0 1 2 3 4

D)

10000

mês
0

4) Considere o plano de pagamento abaixo e uma taxa de 2,50% a.m.


3.000
2.500
2.000
1.500
1.000

mês
0 1 2 3 4

a) Calcule o valor que deve ser pago no mês 0 para substituir todos os pagamentos do fluxo;
b) Calcule o valor de 4 prestações iguais postecipadas que substituem todos os pagamentos do
fluxo.

5) Calcule o VPL dos Fluxos de Caixa abaixo utilizando uma taxa de 2% a.m.:

a)
PMT = 3.000

mês
0 1 2 3 4

VPL =

b) 6.000
3.000
2.000

mês
0 1 2 3

VPL =

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 93


c) 2.122,42

mês
0 1 2 3

VPL =

d)
2.500 2.500

mês
0 1 2 3 4 5

VPL =

6) Calcule o valor de X para que os fluxos M e N, a seguir, sejam equivalentes entre si nas
seguintes condições:

a) para i = 1% a.m.
b) para i = 10% a.m.

M
PMT = 1000

mês
0 1 2 3 4 5 6 7

N
X

mês
0 1 2 3 4

7) Um projeto imobiliário pode ser executado de duas formas distintas. A primeira forma propõe a
construção de casas ao longo de 3 anos, que são vendidas gradualmente, a medida em que são
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 94
construídas. Esta forma gera lucro distribuído durante os três anos, o qual é reaplicado em parte
na construção, assim o investimento é baixo, como mostra o fluxo de caixa abaixo:
250.000
160.000
90.000
80.000

semestres
0 1 2 3 4 5 6

A segunda forma propõe a construção das casas todas ao mesmo tempo, o que gera uma
otimização dos recursos porém demanda um investimento superior sem a obtenção de receita
durante a construção, como mostra o fluxo abaixo:
1.240.000
350.000
300.000
400.000

semestres
0 1 2 3

a) Considerando uma TMA de 1,00% a.m., qual a melhor opção de investimento?


b) Você faria um investimento com uma TMA a 10% a.s.?

8) Para a compra de um equipamento, uma empresa recebeu três propostas de pagamento.


Considerando uma taxa de atratividade de 2,5% a.m. e que a empresa tem condições de aderir a
qualquer dos três planos, analise com justificativas qual é a melhor proposta sob o ponto de vista
da empresa
I – Uma entrada de R$ 27.000,00 mais um pagamento de R$ 23.000,00 após 4 meses;
II – Uma série uniforme antecipada de 5 pagamentos mensais de R$ 10.000,00 ;
III – R$ 5.000,00 de entrada, R$ 15.000,00 no final do 3º. mês, R$ 25.000,00 no final do 5º.
mês e R$ 5.000,00 no final do 7º. mês.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 95


CAPÍTULO 9

9 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR)

A Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR do inglês – Internal Return Rate) é a taxa de desconto
que iguala o valor atual líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras , a taxa
que com o valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas.
Para fins de decisão, a taxa obtida deverá ser confrontada a taxa que representa o custo de
capital da empresa e o projeto só deverá ser aceito quando a sua taxa interna de retorno superar o
custo de capital, significando que as aplicações da empresa estarão rendendo mais que o custo dos
recursos usados na entidade como um todo.
Seu cálculo na HP 12C será registrado a partir da seguinte linha de raciocínio:
O valor do ano 0 CHS G CF0
Os valores dos anos 1 a 10 seguidos de
G CFJ e depois
f IRR

EXEMPLO: RESOLUÇÃO:

ANO FLUXO DE CAIXA (R$) F FIN


666.560,00 CHS G CFJ
1 - 666.560,00 666.560,00 G CFJ
2 666.560,00 777.598,00 G CFJ
3 777.598,00 807.598,00 G CFJ
4 807.598,00 888.792,00 G CFJ
6 G NJ
5 888.792,00
6 888.792,00 f IRR → 110,09 %
7 888.792,00
8 888.792,00
9 888.792,00
10 888.792,00

A TIR é um indicador da rentabilidade do projeto, e deve ser comparada com a taxa mínima
de atratividade do investidor. Sua fórmula algébrica é:
FV1
IRR ⇒ TIR = ∑
(1 + i )n
(precisamos ir atribuindo uma taxa para seu cálculo)
Esta taxa mínima de atratividade é a taxa correspondente à melhor remuneração que poderia
ser obtida com o emprego do capital em um investimento alternativo.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 96
Sendo a TIR superior à taxa de atratividade, a análise deve recomendar o investimento no
projeto.
Concluindo...
Há uma íntima relação entre esses dois objetos matemáticos, sendo que as considerações
sobre eles devem resultar de análise invertidas quando se tratar de Investimentos ou
Financiamentos.
A razão desta inversão é que alguém, ao realizar um Investimento de capital espera ampliar o
mesmo, ao passo que ao realizar um Financiamento de um bem espera reduzir a aplicação.
Em um Investimento, se VPL for positivo, a Taxa Real (TIR) é maior do que a Taxa de
Mercado, se VPL for negativo, a Taxa real (TIR) é menor do que a Taxa de Mercado e se VPL=0
então a Taxa de Mercado coincide com a Taxa Real (TIR).
Conclusão: Em um Investimento, se VPL é maior então a Taxa (TIR) também é maior.
Em um Financiamento, se VPL for positivo, a Taxa Real TIR é menor do que a Taxa de
Mercado, se VPL for negativo, a Taxa real TIR é maior do que a Taxa de Mercado e se VPL=0,
então a Taxa de Mercado coincide com a Taxa Real (TIR).
Conclusão: Em um Financiamento, se VPL é maior então a Taxa (TIR) é menor.
Estas duas análises podem ser reduzidas ao quadro abaixo.

VPL TIR do Investimento TIR do Financiamento


Igual a 0 Igual à Taxa de mercado Igual à Taxa de mercado
Positivo Maior que a Taxa de mercado Menor que a Taxa de mercado
Negativo Menor que a Taxa de mercado Maior que a Taxa de mercado

A solução algébrica desse tipo de cálculo é bastante trabalhosa. Perceba que a solução da
incógnita (i) só será possível por tentativa e erro. Sendo necessário a substituição dos termos e por
meio de tentativas seria possível se aproximar da taxa (i).
Portanto, a resolução de forma objetiva, utiliza as funções financeiras da HP.

Exemplo:

Um investidor recebeu uma proposta para entrar como sócio numa empresa que fez a seguinte
previsão de lucro:
1º. Mês – R$ 5.700,00
2º. Mês – R$ 6.300,00
3º. Mês – R$ 7.200,00
4º. Mês – R$ 7.200,00

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 97


Sabendo-se que o capital inicial investido por ele seria de R$ 20.000,00, calcule a Taxa
Interna de Retorno (TIR) desse investimento.

Resolução:

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 98


EXERCÍCIOS – CAPÍTULO 9

1) Considera a seguinte movimentação do caixa para o investimento X (valores em R$):

Fluxo de Caixa
Mês Valor
0 - 5.000
1 1.000
2 1.250
3 1.400
4 1.600
5 1.800

a) Elabore o Diagrama de Fluxo de Caixa desse investimento.


b) Calcule a Taxa Interna de Retorno.
c) Sabendo que a TMA é de 11% a.m.. O que seria mais viável – o investimento X ou uma
aplicação financeira no mercado?

2) O estudo de viabilidade econômica de um determinado projeto conduziu ao seguinte fluxo de


caixa.

Ano Milhares de R$
0 - 1.000
1 0,5
2 140
3 300
4 350
5 345
6 340
7 100

a) Elabore o Diagrama de Fluxo de Caixa desse investimento.


b) Calcule a Taxa Interna de Retorno – TIR.
c) Responda se esse projeto deve ser aceito, considerando-se taxas de atratividade de:
(i) 5% a.a.
(ii) 0,95% a.m.

3) Considere o seguinte fluxo de caixa em milhares de R$:

300

124 120
70
45

semestre
0 1 2 3 4

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 99


a) Calcule a Taxa Interna de Retorno – TIR.
b) Responda se esse projeto deve ser aceito, considerando-se taxas de atratividade de:
(i) 8% a.s.
(ii) 1% a.m.

4) Num financiamento, o preço à vista do bem é R$ 15.000,00 . O lojista propôs a seguinte forma
de parcelamento:

Mês Valor
0
1 1.500
2
3 4.500
4 9.000
5
6 6.000

Calcule a Taxa Interna de Retorno (TIR) cobrada pelo lojista e esboce o Diagrama de Fluxo de
Caixa.

5) Um carro custa à vista R$ 28.000,00 ou pelo plano:

16.000
12.000
6.000

meses
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

28.000

Calcule a Taxa Interna de Retorno (TIR) do plano representado no Diagrama de Fluxo de Caixa
acima.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 100


Apêndice – REVISÃO DE Porcentagem15

Freqüentemente, em todas as áreas do saber, são feitas comparações. A comparação tratada


aqui estabelece uma relação (quantitativa) entre coisas onde uma delas serve como parâmetro, ou
seja, é a base para esta comparação.
Por exemplo, consideremos os números 80 e 20. Tomando como base o número 80, o
número 20 é maior ou menor?
Esta pergunta é muito simples. Porém, a resposta toma-se menos óbvia se estabelecermos
uma comparação quantitativa.
Quanto 20 é menor que 80 (a base)?
Resposta:
20 1
20 é uma fração de 80 : = , vinte e um quarto e , ou seja, e quatro vezes menor que 80.
80 4
Outra forma de estabelecer esta comparação é responder que 20 corresponde a 0,25 de 80,
20 1 0,25 16
pois = = (1 em 4 equivale a 0,25 em 1).
80 4 1
Neste caso, dizemos que 0,25 é uma taxa unitária, pois fizemos 80 corresponder à unidade,
ou seja, a 1.
Há também a taxa porcentual na qual fazemos a base 80 corresponder a 100, então dizemos
20 0,25 25
que 20 corresponde a 25% de 80, pois = = .
80 1 100
RESUMINDO
1
Fração: 20 em 80 corresponde a 1 em 4 ou seja .
4

Taxa unitária: se 80 (base) corresponde a 1 então 20 corresponde a 0,25 em 1.


Taxa porcentual : se 80 (base) corresponde a 100 então 20 corresponde a 25 em 100 ou seja 25%.
20 1
= = 0,25 = 25% .
80 4
1
Usando uma representação gráfica e considerando que 80 é o círculo então 20 corresponde a
4
deste círculo.
Assim temos que, para os números 45 e 90.
• Se tomarmos como base o 90.

15
Este apêndice foi retirado de: MÜLLER, Franz August. Matemática para Administração, Economia e
Contabilidade. Bragança Paulista: EDUSF (Editora da Universidade São Francisco), 2001. p. 142.
16
Esta forma de escrever onde se mistura decimal com fração é equivocada, porém neste caso é usada para explicitar um processo.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 101
45 1
Fração: =
90 2
1
Taxa unitária: = 0,5
2
0,5 50
Taxa porcentual : = ou 50%
1 100
Portanto dizemos que 45 é 50% de 90.
Na HP 12C o procedimento para o cálculo dessa variação procede da seguinte forma:
90 ENTER 45 %T ⇒ 50%

• . Se tomarmos como base o 45.


90 2
Fração: =
45 1
2
Taxa unitária: =2
1
2 200
Taxa porcentual: = ou 200%
1 100
Portanto dizemos que 90 é 200% de 45.
Ou na HP 12C:
45 ENTER 90 %T ⇒ 100%

Agora para verificar a variação de 45 para 90, ou seja, o quanto a mais foi aumentado, proceda o
seguinte:
45 ENTER 90 ∆% ⇒ 100%

Repita o processo para os números:


1) 10 e 50
2) 15 e 60
3) 1,5 e 6
4) 30 e 90
5) 125 e 10900
Outras perguntas seriam:

- "Quanto é 20% de 60?" 60 é a base de comparação e procuramos o número x que se relaciona com
ele de forma que:

x 20 x
= ou = 0,2 , portanto x = 12
60 100 60

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 102


Para exercitar, responda quanto é:

6) 50% de 500?
7) 19% de 250?
8) 100% de 8?
9) 250% de 10?
10) 23% de 50?

- "15 é 30% de quanto?"

Neste caso, deseja-se conhecer a base, já que 15 é apenas uma parte do total (base). 30%
significa 30 em 100 e 15 corresponde a 30. Assim:
30 15
= , então x =50
100 x
Portanto 50 é a base e 15 é 30% de 50.

Exercícios:
11) 50 é 20% de quanto?
12) 7 é 140% de quanto?
13) 0,4 é 80% de quanto?
14) 240 é 32% de quanto?
Agora, tomaremos como exemplo alguns modelos clássicos onde é usada a porcentagem.

Acréscimos e Descontos Simultâneos

João recebe mensalmente R$ 1.500,00. Por ter sido promovido, terá um aumento de 10%,
quanto será seu novo salário?
1500 + 10% de 1500 = 1500 + 0,10.1500 = 1500 (1,1) = 1650
Resposta: R$ 1.650,00.

Um jogador de futebol foi multado por seu clube por ter sido expulso de uma partida. A
multa corresponde a 6% de seu salário mensal de R$ 43.000,00. Quanto o jogador receberá este
mês?
43000 - 6% de 43000 = 43000 - 0,06.43000 = 43000.(1-0,06) = 43000.0,94 = 40420
Resposta: R$ 40.420,00.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 103


Um vendedor obteve uma receita no mês anterior de R$ 5.000,00. Porém, este mês, um de
seus clientes comprou 10% a menos em relação a receita total e outro comprou 25% a mais. Qual o
montante?
5000 - 10% de 5000 + 25% de 5000 = 5000 - 0,10.5000 + 0,25.5000 = (1-0,1 +0,25).5000 = 5750
Resposta: R$ 5.750,00.

O salário líquido de um trabalhador é de R$ 1.200,00 após terem sido descontados 25% de


seu salário bruto. Calcule seu salário bruto.

A base é o salário bruto b , sobre o qual são descontados 25% :


1200
b - 0,25.b = 1200 ⇒ b.(1-0,25) = 1200 ⇒ b = = 1600
0,75

Exercícios:

15) Calcule o montante de um valor de 1500 ao qual é somado 20%.


16) Calcule o montante de um valor de 400 ao qual é subtraído 30%.
17) Calcule o montante de um valor de 1010 ao qual é simultaneamente17 somado 30%,
subtraído 20% e somado 4%.
18) José passou a receber R$.1500,00 após terem sido descontados 40% de seu salário. Qual o
seu salário inicial?
19) Ana recebe hoje R$ 3.000,00. Considerando que este salário representa 25% a mais do que
ela recebia antes, quanto ela recebia?

Comissões e Impostos

Nos exemplos anteriores, a base sobre a qual incidia a porcentagem era o valor inicial. Para
o cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a porcentagem incide
sobre o preço final.

Exemplo:
Um comerciante estipulou o preço de uma mercadoria a R$ 10,00. Porém, esqueceu-se de
calcular a alíquota do ICMS. Calcule você, qual deve ser o preço final considerando que o
comerciante deve ficar com R$ 10,00 e sabendo que o I CMS representa 18% do preço da
mercadoria.

17
Simultaneamente significa ao mesmo tempo. Para este tipo de problema, você deve interpretar que as somas e
subtrações se dão sobre o mesmo valor inicial.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 104
Observe que os 18% incidem sobre o preço final; assim:
10
10 + 18% pf = pf ⇒ 10 + 0,18 pf = pf ⇒ 10 = pf - 0,18 pf. ⇒ pf (1-0,18) = 10 ⇒ pf = = 12,20
0,82
Confira a resposta subtraindo 18% de 12,20.

Exercícios:

20) Um vendedor recebe 7% de comissão sobre uma determinada mercadoria. Considerando que
o produtor deseja receber R$ 20,00 por unidade desta mercadoria, qual deve ser o preço de
tabela?
21) Considerando que o ICMS, o PIS e o COFINS representam 21,65% sobre o preço da
mercadoria, qual deve ser este preço se o comerciante deseja obter R$ 35,00 liquido com sua
venda?

Acréscimos e Descontos Sucessivos

• Duas empresas A e B adotaram os seguintes regimes de reajustes de salário:


A : 10% no primeiro mês mais 20% no segundo mês.
B : 30% no segundo mês.
Ao término do segundo mês, os salários sofreram o mesmo reajuste?
A resposta é não pois, considerando um mesmo salário de R$ 1.000,00 em ambas empresas:
A: 1°. mês 1,1.1000 = 1100
2°. mês 1,2.1100 = 1320
B : 2°. mês 1,3.1000 = 1300

Assim, concluímos que a empresa A concedeu um aumento bimestral de 32%, maior que a
empresa B.
Qual deveria ser o reajuste porcentual no 2°. mês, caso a empresa A desejasse conceder um
aumento total de 30%?
1 ° modo de pensar
(1000 + 10% de 1000) + x sobre (1000 + 10% de 1000) = 1000 + 30% de 1000
1,3
⇒ (1+x).(1,1.1000) = 1,3.1000 ⇒ 1 +x = = 1,18∴ x= 0,18
1,1
Assim concluímos que o aumento no 2°. mês deve ser de 18%.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 105


2°. modo de pensar
No 1° mês o aumento de 10% levou o salário de R$ 1.000,00 para R$ 1.100,00. Para que o
aumento total seja de 30%, o salário deve chegar a R$ 1.300,00, ou seja, subir R$ 200,00. Assim, a
pergunta é : R$ 200,00 representa quanto de 1100?
200
= 0,18 ou 18,18%.
1100

A taxa de inflação foi de 3%, 2% e 4% nos meses de janeiro, fevereiro e março. Qual foi o
índice de inflação no trimestre?
Se a taxa foi de 3 %, significa que um bem fictício que custava R$ x passou a custar
x + 0,03.x = 1,03x em janeiro
(l,03x) + 0,02.(1,03x) = 1,02.1,03x em fevereiro
(1,02. 1,03x) + 0,04(1,02.1,03x) = 1,04.1,02.1,03x = 1,093x em março
Assim, a taxa da inflação no período é de 9,26%.

Exercícios:
22) Um pé de alface saiu da horta custando R$ 0,30. O atravessador cobrou 100% sobre o preço
que pagou, o comerciante do CEASA cobrou 50% sobre o preço que pagou e o feirante,
30%. Quanto o consumidor pagará este pé de alface?
23) O salário mínimo sofreu ao longo do ano reajustes sucessivos de 10%, 30%, 25% e 15%.
Qual o reajuste total deste salário?
24) Uma classe trabalhadora deve receber no seu dissídio um total de 35% de reajuste referente
à inflação do período. Considerando que o empregador já reajustou o salário em 10% no
meio do período, qual deve ser a porcentagem de reajuste?

Variação Porcentual - Remarcação / Margem

Uma fábrica de automóveis produziu 60 carros por dia. Qual a variação porcentual se ela
passou a produzir 45?
Observe que a base para o cálculo é 60.
De 60 para 45 houve uma variação negativa:
quantidade final - quantidade inicial = ∆ quantidade
45 – 60 = - 15
ou seja, um decréscimo de 15 carros: então a variação porcentual é :

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 106


15 1
− = − = −0,25 = −25%
60 4
O sinal de menos, como já foi dito, significa o decréscimo.
Ou na HP 12C:
60 ENTER 45 ∆% ⇒ -25%

Considerando a mesma produção anterior, de 60 carros, qual a variação se a fábrica passou a


produzir 70?
A base continua sendo 60, porém, a variação é positiva:
qf - qi = ∆q
70-60= 10
Isto significa um acréscimo de 10 carros, que percentualmente calcula-se:
10 1
= = 0,1667 = 16,67%.
60 6
Ou na HP 12C:
60 ENTER 70 ∆% ⇒ 16,67%

Um comerciante compra determinada mercadoria por R$ 10,00, que é o preço do atacado


ou, numa linguagem mais técnica, custo, Venderá esta mercadoria por R$ 15,00, que é o preço no
varejo ou, simplesmente, preço.

Remarcação é o nome dado à diferença porcentual quando o custo é tomado como base: ∆
= 5 , custo (base) = 10
5
∴ remarcação = = 0,5 =50%
10

Ou na HP 12C:
10 ENTER 5 %T ⇒ 50%

Margem é o nome dado à diferença porcentual quando o preço é tomado como base:
∆ = 5 , preço (base) = 15
5
∴ margem = = 0,3333 = 33,33%
15
Ou na HP 12C:
15 ENTER 5 %T ⇒ 33,33%

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 107


Exercícios:
25) Calcule a variação porcentual do preço do quilograma da abobrinha, que era de R$ 1,30 e
passou para R$ 1,65.
26) Calcule a variação porcentual do número de empregados numa empresa que passou de 1500
para 1150.
27) Qual a margem que um comerciante tem, se o custo de mercadoria é R$ 34,50 e o preço de
venda é R$ 42,00?
28) Considerando o exercício anterior, calcule a remarcação.

Porcentagem do Total

• Felizberto vendeu 400m de tecido para a empresa A, 300m para a empresa B e 500m para C. A
quantidade de tecido comprada pela empresa B representa qual a porcentagem do total?
Total: 400 + 300 + 500 = 1200
Empresa B : 300
300
∴ = 0,25 = 25% do total
1200
graficamente temos:

A 33%
C 42%

B 25%

• De um total de 500 cadeiras no congresso nacional da Esbórnia a disputa eleitoral entre os três
partidos resultou nas seguintes conquistas:

Partido Alto Partido Médio Partido Baixo


n° de cadeiras 160 200 140

- Calcule qual a representatividade percentual de cada partido.


Solução:
160
Total: 500 cadeiras p.A. = = 0,32 = 32% do total
500
200
p.M. = = 0,4 = 40% do total
500

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 108


140
p.B. = = 0,28 = 28% do total
500
Graficamente, temos:

p.B. 28% p.A. 32%

p.M. 40%

- Considerando que nas eleições anteriores as distribuições era a seguinte:

Partido Alto Partido Médio Partido Baixo


n° de cadeiras 210 180 110

Analise a evolução de cada partido.

Solução:
Eleições Anteriores:
210
Total: 500 cadeiras p.A. = = 0,42 = 42% do total
500
180
p.M. = = 0,36 = 36% do total
500
110
p.B. = = 0,22 = 22% do total
500

50% 42%
40% 40%
30%
38%
20%
36%
10%
0% 34%
Antes Agora Antes Agora

p.A. p.M.

30%

20%

10%

0%
Antes Agora

p.B.

- Qual partido obteve maior crescimento?


Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 109
Solução:
Vamos comparar as eleições atuais, tomando como base as anteriores:
• p.A. tinha 210 cadeiras e ficou com 160. Assim
∆ cadeiras = 160 - 120 = -50
Portanto, p.A. perdeu 50 das 210 cadeiras que tinha

50
Crescimento de p.A. é - = −0,24 = −24% (decréscimo)
210

• p.M.: ∆ cadeiras = 200 - 180 = 20

20
Crescimento de p.M. é = 0,11 = 11%
180

• p.B.: ∆ cadeiras = 140 - 110 = 30

30
Crescimento e p.B. é = 0,27 = 27%
110

Exercícios:

29) Um país tem 110 milhões de miseráveis, 40 milhões de pobres, 5 milhões de indivíduos de
classe média e 800 mil ricos. A classe média representa qual parcela do total?
30) Em relação à questão anterior, calcule a parcela de miseráveis.
31) Considere que o preço de uma calça jeans subiu 22%. Qual é seu novo preço, já que a calça
era vendida a R$ 60,00?
32) Um grupo de estudantes vai almoçar em um Restaurante. A conta, no valor de R$ 83,00, já
vem acrescida de 10%, referente à gorjeta para o garçom. Qual o valor da despesa, sem
incluir a gorjeta?
33) Uma indústria produziu 200.000 carros durante 1994. A previsão de crescimento dessa
indústria é de 15% ao ano. a) Qual deve ser a produção de 1995? b) E em 1996?
34) Uma moto foi comprada pelo preço de R$ 3.200,00 e revendida, em seguida, por R$
3.800,00.
a) Qual a margem de lucro em relação ao preço de compra?
b) Qual a margem de lucro em relação ao preço de venda?

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 110


BIBLIOGRAFIA

ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas Aplicações. 7. ed. São Paulo: Atlas,
2002.

BAUER, Udibert Reinoldo. Matemática Financeira Fundamental. São Paulo: Atlas, 2003.

CRESPO, Antônio Arnot. Matemática Comercial e Financeira Fácil. 12. ed. São Paulo: Saraiva,
1997.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 10.ed. São Paulo: Addison


Wesley Bra, 2004. 776p.

JUER, Milton. Matemática Financeira: praticando e aplicando. Rio de Janeiro: Qualitymark,


2003.

MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 257p.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 12.ed. São Paulo: Atlas, 2006. 502p.

MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2003. 370p.

MATHIAS, Washington Franco; GOMES, José Maria. Matemática Financeira: com + de 600
exercícios resolvidos e propostos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MULLER, Franz August. Matemática para Administração, Economia e Contabilidade: parte I.


Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco, 2001. 156p.

______. Manual de Matemática Financeira. Bragança Paulista: Editora da Universidade São


Francisco (EDUSF), 2001. 85p.

PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira: objetiva e aplicada. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2003.

ROSS, Stephen A. Administração Financeira. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 776p.

VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira: juros, capitalização, descontos e séries
de pagamentos, empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras; utilização de calculadoras
financeiras. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

WELSCH, Glenn A. Orçamento Empresarial. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1983.

WESTON, J.Fred; BRIGHMAN, Eugene. Fundamentos da Administração Financeira. 10.ed.


São Paulo: Pearson Makron Books, 2000. 1030p.

Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 111

S-ar putea să vă placă și