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Jefferson
de Souza Pinto
MATEMÁTICA
FINANCEIRA
2016
PREFÁCIO
Esta apostila foi elaborada por mim com o objetivo principal de apresentar aos alunos
conceitos que regem a Matemática Financeira e sua utilização na solução de diversos problemas que
envolvem o atual mercado financeiro brasileiro.
Fevereiro/2016
Contato:
jeffsouzap@gmail.com
Grupo A que possui as terras agricultáveis ou jazidas de minérios. Para que esses bens produzam é
necessário utilizar trabalho, máquinas e/ou ferramentas, fertilizantes, etc...
Grupo B que possui as matérias-primas, isto é, materiais que, para serem consumidos ou utilizados,
necessitam de alguma forma de transformação ou beneficiamento.
Grupo C que possui máquinas ou equipamentos indispensáveis à transformação ou beneficiamento
das matérias-primas para que estas possam ser consumidas ou utilizadas.
Grupo D que possui e distribui bens em condições de serem consumidos ou utilizados, sejam bens
de consumo ou equipamentos acabados.
Grupo E que possui ou controla o estoque de dinheiro, moeda ou meios de pagamento necessários
à prática das demais funções.
1
Texto extraído do livro: JUER, Milton. Matemática Financeira: praticando e aplicando. Rio de Janeiro: Qualitymark,
2003. p. 1.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 4
Grupo F que não possui qualquer dos bens acima enumerados, mas dispõe apenas de sua força e
capacidade de trabalho.
Diz-se que io é uma taxa de juros pura porque exclui o fator risco que está associado às
operações normais de mercado. O risco nas operações financeiras pode ser devido a causas
diversas: o fato de que o devedor pode não pagar o débito, o maior ou menor tempo de empréstimo
(as operações de curto prazo são menos arriscadas), o volume de capital emprestado etc.
Normalmente, o risco que acompanha as operações de empréstimo já é levado em conta na
própria taxa:
2
Texto extraído do livro: MATHIAS, Washington Franco; GOMES, José Maria. Matemática Financeira: com + de
600 exercícios resolvidos e propostos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 19.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 9
Pode-se associar ao acréscimo na taxa pelo maior risco, como sendo um seguro que o ofertante
de fundos cobra para assumi-lo. Por outro lado, dada a inexistência de informações perfeitas entre
tomadores e emprestadores de fundos, no mercado real de capitais, temos um intervalo de variação
para a taxa de juros ao invés de um valor único de equilíbrio. Além disto, as operações financeiras
têm um custo de efetivação referente aos contratos e à intermediação dos agentes envolvidos. Tais
custos são, geralmente, as comissões, impostos sobre operações financeiras (IOF), avais etc.
O custo real de um empréstimo, portanto, é obtido somando-se à taxa de juros pura, o custo
pelo risco e o custo de impostos e dos serviços de intermediação. Além disto, o problema da
inflação (ou seja, o fato de que o valor da moeda pode alterar-se ao longo do tempo) pode produzir
variações no custo real dos empréstimos.
Admitiremos a hipótese de mercado perfeito, consubstanciada no seguinte: - Qualquer valor
pode ser obtido ou aplicado à taxa de juros de equilíbrio. - As taxas consideradas são únicas e
estáveis ao longo do tempo.
Nas aplicações serão introduzidas as correções e ressalvas necessárias.
O principal conceito que orientará todo o nosso raciocínio ao longo desta disciplina é o
conceito do valor do dinheiro no tempo3. Empréstimos ou investimentos realizados no presente
terão seu valor aumentado no futuro. Inversamente, quantias disponíveis no futuro, se considerados
ou avaliados no presente, terão seus valores reduzidos.
Graficamente, podemos representar o conceito da variação do valor do dinheiro no tempo
conforme abaixo:
Quando calculamos juros simples não podemos calcular juros ou rendimentos sobre os juros
ou rendimentos de períodos anteriores, pois se fizermos isto, estaremos calculando juros ou
capitalização composta.
Neste caso consideramos a taxa para o ano comercial, ou seja, para 30 dias por mês ou 360
por ano.
3
Entenda-se como dinheiro recursos reais disponíveis para consumo ou investimento.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 11
1.1.1 TAXA E TEMPO NA MESMA UNIDADE
Nomenclaturas
INT ⇒ Juro = J
PV ⇒ Capital = C
FV ⇒ Montante = M
n ⇒ Período = n
i ⇒ Taxa = i
Exemplo: Qual o valor dos juros do capital de R$ 800,00, aplicado a juros simples à taxa de 5%
a.m., durante 6 meses.
C = R$ 800,00
i = 5% a.m. = 0,05 a.m.
n = 6 meses
J = C.i.n J = 800,00 x 0,05 x 6 J = 240,00
f FIN f 2 Limpar os registros financeiros e estabelecer duas casas
decimais.
800 CHS PV -800,00 Valor aplicado negativo para o resultado ser positivo.
5 ENTER 12 x i 60,00 Sempre informar a taxa em percentual por ano.
6 ENTER 30 x n 180,00 O prazo deve ser informado sempre em dias.
f INT 240,00 Valor dos juros.
Somente podemos calcular o valor dos juros através das teclas financeiras na calculadora financeira
HP 12C.
O valor dos juros é R$ 240,00.
Exemplo: Que valor, aplicado durante 6 meses, à taxa de 5% a.m., rendeu de juros o valor de R$
240,00.
C = R$ ?
i = 5% a.m. = 0,05 a.m.
n = 6 meses
J = R$ 240,00
Exemplo: O valor de R$ 800,00 foi aplicado a juros simples durante 6 meses, rendendo de juros R$
240,00. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 800,00
i =?
n = 6 meses
J = R$ 240,00
J 240,00
i= i= i = 0,05 i = 5%
C.n 800,00 . 6
Como o tempo foi utilizado em meses, a taxa será ao mês. A taxa de juros foi 5% a.m.
Exemplo: O valor de R$ 800,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 5% a.m., rendendo de juros
R$ 240,00. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 800,00
i = 5% a.m. = 0,05 a.m.
n =?
J = R$ 240,00
J 240,00
n= n= n=6
C.i 800,00 . 0,05
Como a taxa foi utilizada ao mês, o tempo será em meses. Ficou aplicado durante 6 meses.
Vamos ver como efetuamos os mesmos cálculos anteriores quando o tempo e a taxa não
estão na mesma unidade. Ou seja, quando temos, por exemplo, a taxa ao mês e o tempo em dias, ou
outra variação qualquer.
Observação: Quando temos tempo expressa em várias unidades, tipo meses e dias, anos, meses e
dias ou outra qualquer e vamos transformar tudo em dias, consideramos que o mês tem 30 dias e o
ano 360. Porém, se tivermos condições de afirmar exatamente quantos dias são por sabermos quais
são os meses, ou temos definidas as datas, então contaremos de acordo com o ano civil, ou seja, de
acordo com o calendário.
Exemplo: Qual o valor dos juros do capital de R$ 1.200,00, aplicado a juros simples à taxa de 3%
a.m., durante 8 meses e 20 dias.
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ ?
1.200,00 x 0,03 x 260
J = C.i.n J= J = 312,00
30
A calculadora financeira HP 12C permite este cálculo através dos registros financeiros.
Exemplo: Que valor, aplicado durante 8 meses e 20 dias, à taxa de 3% a.m., rendeu de juros o valor
de R$ 312,00.
C = R$ ?
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 312,00
J 312,00
C= C= C = 1.200,00
i.n 0,03 . 260
30
Resposta: O valor aplicado foi R$ 1.200,00.
Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, rendendo
de juros R$ 312,00. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 1.200,00
i =?
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 312,00
Querendo saber a taxa ao mês, apenas multiplique por 30, que é a quantidade de dias que
tem o mês.
Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 3% a.m., rendendo de juros
R$ 312,00. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n =?
J = R$ 312,00
J 312,00
n= n= n = 8,666667
C.i 1.200,00 . 0,03
Como mencionado acima, neste caso contamos os dias de acordo com o ano civil, ou seja,
de acordo com o calendário, porém consideramos a taxa para o ano comercial.
Exemplo: O valor de R$ 1.500,00 foi aplicado a juros simples durante os meses de julho e agosto,
rendendo 3% a.m. de juros. Calcule o rendimento.
C = R$ 1.500,00
n = 62 dias (julho e agosto)
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
J = R$ ?
1.500,00 . 0,03 . 62
J = C.i n J= J = 93,00
30
Os juros exatos se diferenciam dos juros ordinários por considerar a taxa para o anos civil.
Exemplo: Qual o valor dos juros exatos do capital de R$ 1.200,00, aplicado à taxa de 3% a.m.,
durante 8 meses e 20 dias.
* Os exenplos utilizam o ano com 365 dias, mas por convenção iremos adotar nos exercícios o ano com 360 dias –
ano comercial.
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m. = 0,36 a.a.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ ?
Obs.: Veja que a taxa que no problema estava ao mês foi transformada ao ano.
Exemplo: Que valor, aplicado durante 8 meses e 20 dias, à taxa de 3% a.m., rendeu de juros exatos
o valor de R$ 307,73.
C = R$ ?
i = 3% a.m. = 0,03 a.m. = 0,36 a.a.
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 307,73
J 307,73
C= C= C = 1.200,02
i.n 0,36 . 260
365
Resposta: O valor aplicado foi R$ 1.200,02.
Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples exatos durante 8 meses e 20 dias,
rendendo de juros R$ 307,73. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 1.200,00
i =?
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
J = R$ 307,73
J 307,73
i= i= i = 0,000986 i = 0,098631%
C.n 1.200,00 . 260
Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples exatos, à taxa de 3% a.m., rendendo
de juros R$ 307,73. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m. = 0,36 a.a.
n =?
J = R$ 307,73
J 307,73
n= n= n = 0,712338
C.i 1.200,00 . 0,36
O valor futuro ou montante é a soma do valor aplicado com o valor dos juros, dos
rendimentos.
Exemplo: O valor de R$ 1.200,00, foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, à taxa de
3% a.m.. Calcule o montante.
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 17
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
M = R$ ?
0,03 . 260
M = C . (1 + i . n) ⇒ M = 1.200,00 . 1 + ⇒ M = 1.200,00 . (1 + 0,26 ) ⇒ M = 1.200,00 . 1,26 ⇒ M = 1.512,00
30
Exemplo: Um valor foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, à taxa de 3% a.m.,
formando o montante de R$ 1.512,00. Calcule o valor aplicado.
C = R$ ?
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
n = 8 meses e 20 dias
M = R$ 1.512,00
M 1.512,00 1.512,00
C= C= C= C = 1.200,00
1+ i .n 1+
0,03 . 260 1,26
30
Resposta: Foi aplicado R$ 1.200,00
Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 20 dias, formando
o montante de R$ 1.512,00. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 1.200,00
i =?
n = 8 meses e 20 dias = 260 dias
M = R$ 1.512,00
J = R$ 1.512,00 - R$ 1.200,00 = R$ 312,00
J 312,00
i= i= i = 0,001 i = 0,1%
C.n 1.200,00 . 260
Exemplo: O valor de R$ 1.200,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 3% a.m., formando o
montante de R$ 1.512,00. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 1.200,00
i = 3% a.m. = 0,03 a.m.
1) Uma pessoa aplicou o valor de R$ 460,00, a juros simples de 2% a.m., durante 3 anos, 4 meses
e 18 dias. Calcule o valor dos juros.
2) Um valor, aplicado a juros simples de 3% a.m., durante 4 meses e 5 dias, formou o montante de
R$ 437,56. Calcule o valor aplicado
3) O valor de R$ 768,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 2,4% a.m., rendendo de juros R$
88,47. Calcule quanto tempo ficou aplicado.
4) Uma pessoa aplicou o valor de R$ 640,00, a juros simples de 2% a.m., durante 4 anos e 3
meses. Calcule o valor dos juros.
5) Um valor, aplicado a juros simples de 3% a.m., durante 4 meses e 5 dias, rendeu de juros R$
437,56. Calcule o valor aplicado
6) O valor de R$ 876,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 2,4% a.m., rendendo de juros R$
89,00. Calcule quanto tempo ficou aplicado.
7) O valor de R$ 620,00 foi aplicado a juros simples durante 1 ano, 3 meses e 20 dias, formando o
montante de R$ 980,00. Calcule a taxa de juros.
8) O valor de R$ 620,00, aplicado a juros simples durante 3 ano, 1 meses e 20 dias, rendeu de
juros R$ 980,00. Calcule a taxa de juros.
9) O valor de R$ 1.230,00 foi aplicado, em determinada época, a juros simples de 210% ao
semestre, durante 6 meses e 17 dias. Calcule o montante.
10) O valor de R$ 1.320,00 foi aplicado, em determinada época, a juros simples de 210% a.a.,
durante 7 meses e 16 dias. Calcule o valor dos juros.
11) O valor de R$ 1.450,00 foi aplicado a juros simples de 140% ao semestre, durante 3 anos 7
meses e 21 dias. Calcule o valor dos juros.
12) O valor de R$ 1.540,00 foi aplicado a juros simples de 140% ao semestre, durante 7 anos 3
meses e 21 dias. Calcule o valor do montante.
13) Um valor, aplicado a juros simples durante 4 meses formou o montante de R$ 450,00. Sabendo
que, quando estiver aplicado durante 11 meses o saldo será de R$ 611,00. Calcule a taxa de
juros.
14) O valor de R$ 230,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 3% a.m., rendendo de juros R$
365,70. Quanto tempo ficou aplicado?
15) O valor de R$ 230,00 foi aplicado a juros simples, a taxa de 3% a.m., formando o montante de
R$ 368,69. Quanto tempo ficou aplicado?
16) O valor de R$ 450,00, aplicado a juros simples de 3,5% a.m., rendeu de juros R$ 225,76.
Quanto tempo ficou aplicado?
17) O valor de R$ 450,00 aplicado a juros simples de 3,5% a.m., rendeu de juros R$ 678,83. Quanto
tempo ficou aplicado?
18) Uma pessoa aplicou certo valor a juros simples durante 3 anos, 5 meses e 18 dias, a taxa de 12%
a.a., formando o montante de R$ 3.467,50. Calcule o valor aplicado.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 20
19) Um valor, aplicado a juros simples durante 4 meses formou o montante de R$ 450,00. Sabendo
que, quando estiver aplicado durante 11 meses o saldo será de R$ 611,00. Calcule o valor
aplicado.
20) Uma pessoa aplicou um valor a juros simples à taxa de 1,8% a.m., durante 4 meses e 11 dias,
recebendo de juros R$ 84,97. Calcule o valor aplicado.
21) Uma pessoa aplicou certo valor a juros simples durante 3 anos, 5 meses e 18 dias, a taxa de 12%
a.a., rendendo de juros R$ 3.467,50. Calcule o valor aplicado.
22) Uma pessoa aplicou o valor de R$ 830,00 a juros simples durante 4 meses e 11 dias, à taxa de
1,8% a.m.. Calcule o montante.
23) O valor de R$ 4.320,00, aplicado a juros simples durante 10 meses e 8 dias, rendeu de juros R$
873,56. Calcule a taxa.
24) O valor de R$ 4.230,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 10 dias, à taxa de 8% ao
semestre. Calcule o valor dos juros.
25) O valor de R$ 380,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 4% a.m., formando o montante de
R$ 505,15. Quanto tempo ficou aplicado?
26) O valor de R$ 380,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 4% a.m., rendendo de juros R$
749,59. Quanto tempo ficou aplicado?
27) O valor de R$ 540,00 foi aplicado a juros simples durante 4 anos 8 meses e 26 dias, rendeu de
juros R$ 650,00. Calcule a taxa de juros.
28) O valor de R$ 540,00 foi aplicado a juros simples durante 8 meses e 26 dias, formando o
montante de R$ 650,00. Calcule a taxa de juros.
29) Um valor aplicado a juros simples durante 8 meses, à taxa de 2% a.m., rendeu de juros R$
1.043,84. Calcule o valor aplicado.
30) O valor de R$ 1.043,00 foi aplicado durante 8 meses, rendendo de juros 191,14. Calcule a taxa
de juros.
31) O valor de R$ 840,00 foi aplicado a juros simples durante 1 ano 3 meses e 21 dias, à taxa de 3%
a.m.. Calcule o montante.
32) O valor de R$ 480,00 foi aplicado a juros simples de 12/04/1996 até 18/10/1996, à taxa de 3%
a.m.. Calcule os juros.
33) Um valor foi aplicado a juros simples à taxa de 3% a.m., durante 1 ano, 3 meses e 17 dias,
formando o montante de R$ 356,47. Calcule o valor aplicado.
34) Um valor foi aplicado a juros simples durante 3 anos 4 meses e 5 dias, à taxa de 4,5% a.m.,
rendendo de juros R$ 450,00. Calcule o valor aplicado.
35) Um valor aplicado a juros simples durante 1 ano, 3 meses e 6 dias, à taxa de 15% a.a., rendeu de
juros R$ 850,00. Que valor foi aplicado?
36) O valor de R$ 749,25 foi aplicado a juros simples à taxa de 3% a.m., formando o montante de
R$ 1.500,00. Quanto tempo ficou aplicado?
37) Um valor aplicado a juros simples durante 6 meses e 9 dias, à taxa de 3,5% a.m. formou o
montante de R$ 1.200,00. Calcule o valor aplicado.
38) O valor de R$ 850,00 foi aplicado a juros simples, à taxa de 31,5% a.a., durante 9 meses e 6
dias. Calcule o valor dos juros.
39) O valor de R$ 570,00 foi aplicado a juros simples durante 11 meses e 17 dias, rendendo de juros
R$ 300,00. Calcule a taxa.
Regime de Capitalização Composto é também conhecido como o regime dos juros sobre
juros4, caracteriza-se pela capitalização dos rendimentos, formando o novo valor para cálculo de
rendimentos no período seguinte.
2.1.CÁLCULO DO MONTANTE
Exemplo: Uma pessoa aplicou o valor de R$ 600,00 à taxa de 2% a.m. durante 5 meses,
capitalizado mensalmente. Calcule o montante.
C = R$ 600,00
i = 2% a.m. = 0,02 a.m.
n = 5 períodos de capitalização (meses)
M = R$ ?
M= C . (1 + i ) M = 600,00 . (1 + 0,02 )
n 5
M= 600,00 . 1,104081 M = 662,45
f FIN f 2 600 CHS PV 2 i 5 n FV
Exemplo: Que valor, aplicado a juros compostos, à taxa de 2% a.m., capitalizada mensalmente
durante 5 meses, formou o montante de R$ 662,45?
C = R$ ?
i = 2% a.m. = 0,02 a.m.
n = 5 períodos de capitalização (meses)
M = R$ 662,45
M 662,45 662,45
C= C= C= C = 600,00
(1 + i )n (1 + 0,02)5 1,104081
f FIN f 2 662.45 CHS FV 2 i 5 n PV
4
Na Lei da Usura – Decreto 22.626/33, no artigo 4º.: É proibido contar juros dos juros.
Na mesma lei no artigo 13º.: é considerado delito de usura, toda simulação ou prática tendente a ocultar a verdadeira
taxa de juros ou fraudar os dispositivos dessa lei. Com pena de prisão e multa e no caso de reincidência, as penas são
em dobro.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 23
Resposta: Foi aplicado o valor de R$ 600,00.
Exemplo: O valor de R$ 600,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa de 2% a.m., capitalizada
mensalmente, formando o montante de R$ 662,45. Quanto tempo ficou aplicado?
C = R$ 600,00
i = 2% a.m. = 0,02 a.m.
n =?
M = R$ 662,45
M
ln
n=
C
ln (1 + i )
M 662,45
ln ln
n=
C 600,00 ln 1,104083 0,099015
n= n= n= n = 5,000116
ln (1 + i ) ln (1 + 0,02 ) ln 1,02 0,019803
Exemplo: O valor de R$ 600,00 aplicado a juros compostos, durante 5 meses, com capitalização
mensal, formou o montante de R$ 662,45. Calcule a taxa de juros.
C = R$ 600,00
i =?
n = 5 períodos de capitalização (meses)
M = R$ 662,45
Por radiciação:
1
M M n
i=n -1 ⇒ i = −1
C C
Por logaritmo.
M 662,45
ln ln
C 600,00 ln 1,104083 0,099015
i =e n
-1 i=e 5
-1 i=e 5
-1 i=e 5
-1 i = e 0,019803 - 1 i = 2,000047% a.m.
Exemplo: Quanto rendeu de juros o capital de R$ 600,00, aplicado a juros compostos durante 5
meses à taxa de 2% a.m., capitalizada mensalmente.
C = R$ 600,00
i = 2% a.m.
n = 5 períodos de capitalização (meses)
INT = R$ ?
[
J = C . (1 + i ) - 1
n
] [
J = 600,00 . (1 + 0,02 ) - 1
5
] J = 600,00 . 0,104081 J = 62,45
f FIN f 2 600 CHS PV 2 i 5 n FV RCL PV +
Exemplo: Uma pessoa aplicou o valor de R$ 1.500,00, a juros compostos, a taxa efetiva de 15%
a.a., capitalizada mensalmente, durante 8 meses e 21 dias, sendo a parte fracionária também
calculada a juros compostos. Calcule o montante.
C = R$ 1.500,00
i = 15% a.a. = 0,15 a.a.
n = 8 meses e 21 dias
M = R$ ?
i e = (1 + i ) (1 + 1)n
nc
ie =
nc
-1 ou d
-1
1
ie = (1 + 0,015) - 1
12
⇒ ie = 1,171492%
Encontrada a taxa, vamos calcular o valor futuro após a quantidade inteira de períodos de
capitalização.
M = C . (1 + i ) M = 1.500,00 . (1 + 0,01171492 )
n 8
M = 1.500,00 . 1,097653 M = 1.646,48
i e = (1 + i ) i e = (1 + 0,001171492)
nc 30
-1 -1 i e = 0,038830%
f FIN f 6 100 + FV 100 CHS PV 30 n i
M = C . (1 + i ) M = 1.646,48 . (1 + 0,00038830 )
n 21
M = 1.646,48 . 1,008186 M = 1.659,96
Obs.: Se na parte inferior do visor não estiver visível a letra “c”, pressione a seqüência de teclas:
STO EEX.
Podemos também fazer o cálculo direto.
21
8
M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.500,00 . (1 + 0,01171492)
n 30
⇒ M = 1.500,00 .1,106639 ⇒ M = 1.659,96
Exemplo: Uma pessoa aplicou o valor de R$ 1.500,00, a juros compostos, a taxa nominal de 15%
a.a., capitalizada mensalmente, durante 8 meses e 21 dias, sendo a parte fracionária também
calculada a juros compostos. Calcule o montante.
C = R$ 1.500,00
i = 15% a.a. = 0,15 a.a.
n = 8 meses e 21 dias
M = R$ ?
i e = (1 + i ) (1 + 1)n
nc
ie =
nc
-1 ou d
-1
1
ie = (1 + 0,0125) - 1
30
⇒ ie = 0,041417%
M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.656,73 . (1 + 0,00041417 )
n 21
⇒ M = 1.656,73 . 1,008734 ⇒ M = 1.671,20
Obs.: Se na parte inferior do visor não estiver visível a letra “C”, pressione a seqüência de teclas:
“STO” “EEX”.
Também podemos fazer:
21
8
M = C . (1 + i ) ⇒ M = 1.500,00 . (1 + 0,0125 )
n 30
⇒ M = 1.500,00 . 1,114132 ⇒ M = 1.671,20
1) Uma empresa aplicou o valor de R$ 780,00 numa conta que paga juros a uma taxa efetiva de
23% a.a., ano comercial, capitalizada diariamente, durante 35 dias. Calcule o montante.
2) O valor de R$ 440,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa de 1,8% a.m., formando um
montante de R$ 488,55. Quanto tempo ficou aplicado.
3) O valor de R$ 890,00 foi aplicado em RDB, à taxa efetiva de 19% a.a., ano comercial, durante
36 dias, capitalizado diariamente. Calcule o montante.
4) O valor de R$ 670,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 1,7% a.m., capitalizado
mensalmente, rendendo de juros R$ 75,07. Quanto tempo ficou aplicado?
5) Uma empresa aplicou um valor numa conta que paga juros a uma taxa efetiva de 23% a.a., ano
comercial, capitalizada diariamente, durante 35 dias, que formou um montante de R$ 780,00.
Calcule o valor aplicado.
6) O valor de R$ 440,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa de 1,8% a.m., rendendo de juros R$
488,59. Quanto tempo ficou aplicado.
7) O valor de R$ 2.400,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 12% ao semestre,
capitalizado mensalmente, durante 2 anos. Calcule o valor dos juros.
8) O valor de R$ 1.280,00 foi aplicado a juros compostos, durante 3 anos e 2 meses, rendendo de
juros R$ 1.420,00. Calcule a taxa de juros.
9) O valor de R$ 2.400,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa nominal de 12% ao semestre,
capitalizado mensalmente, durante 2 anos. Calcule o valor dos juros.
10) O valor de R$ 1.280,00 foi aplicado a juros compostos, durante 2 anos e 3 meses, formando um
montante de R$ 4.420,00. Calcule a taxa de juros.
11) O valor de R$ 3.620,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 2,3% a.m. formando
um montante de 4.130,35. Quanto tempo ficou aplicado?
12) O valor de R$ 3.620,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 3,2% a.m. rendendo de
juros R$ 4.138,13. Quanto tempo ficou aplicado?
13) O valor de R$ 1.940,00 foi aplicado a juros compostos, a taxa nominal de 12% ao semestre,
capitalizado mensalmente, durante 1 ano, 8 meses e 18 dias, com juros compostos. Calcule o
montante.
14) Um valor aplicado a juros compostos, à taxa nominal de 18% a.a., capitalizada mensalmente,
rendeu de juros R$ 1.460,00, após a aplicação durante 2 anos. Calcule o valor aplicado.
15) Um valor aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 18% a.a., capitalizada mensalmente,
formou o montante de R$ 1.460,00, após a aplicação durante 2 anos. Calcule o valor aplicado.
16) Que valor, aplicado a juros compostos a taxa efetiva de 4% a.m., rendeu de juros o valor de R$
1.180,00, sabendo que ficou aplicação durante 9 meses.
17) O valor de R$ 1.750,00 foi aplicado a juros compostos, à taxa efetiva de 2% a.m., capitalizada
mensalmente, durante 4 meses e 9 dias. Qual é o montante?
3. TAXAS DE JUROS
No mercado financeiro brasileiro, mesmo entre os técnicos e executivos, reina muita confusão
quanto aos conceitos de taxas de juros, principalmente no que se refere às taxas nominal, efetiva e
real. O desconhecimento generalizado desses conceitos tem dificultado o fechamento de negócios
pela conseqüente falta de entendimento entre as partes.
Além das mencionadas, tem-se ainda a simples (ou linear), a composta (ou exponencial), a
equivalente, a proporcional, a aparente, a antecipada, etc., sem falar nas taxas de desconto “por
fora” (comercial ou bancário) e “por dentro” (ou racional), simples e compostos.
Neste capítulo iremos analisar as taxas com maior relevância para nossos estudos.
3.1 INTRODUÇÃO
Note que
lembre-se que: no período de capitalização é o tempo necessário para taxa capitalizar e prazo
corresponde ao
número n de períodos de capitalização5.
Taxas Proporcionais são aquelas que mantêm uma relação de proporcionalidade com as
unidades de tempo em que são informadas. Esta classificação é utilizada no Regime de Juros
Simples.
Exemplos:
5
Na capitalização composta o juro é liberado após a capitalização, não ficando retido até o final do prazo como na
capitalização simples; assim, ao alternarmos o período de capitalização, estamos alterando o tempo de liberação do
dinheiro, ou seja, a liquidez.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 30
i . nd 0,09 . 1
ip = ip = i p = 0,75% a.m.
nc 12
i . nd 0,0015 . 360
ip = ip = i p = 54% a.a.
nc 1
3. 12% ao ano é uma taxa proporcional a 1% ao mês, porque é doze vezes maior, assim como o ano
é um período de tempo doze vezes superior ao mês.
Taxa Efetiva é a que vimos trabalhando até agora em juros compostos, que coincide com o
período de capitalização, ou seja, para uma taxa de 5% a.m. fazemos capitalizações mensais, para
2% a.s. fazemos capitalizações semestrais, etc.
Assim a Taxa Efetiva é aquela usada para capitalizar pois incide sobre o capital (principal ou
montante do período anterior) para gerar juro.
Exemplo:
Observe:
Calcule o montante acumulado no final de um ano, a partir de um principal de R$ 100,00 com
uma taxa de juros de:
a) 1% a.m.
6
Principal é o sinônimo de Capital (C).
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 31
b) 6,15% a.s.
Taxas P
Se Diferentes
com
e
geram
M
(1% a.m. e prazo iguais
6,15% a.s) iguais
Exemplo:
Calcule as taxas equivalentes a 1% a.m. para os seguintes períodos de capitalização:
a) bimestral
b) trimestral
c) anual
d) diário7
Para uma aplicação de R$ 100 no prazo de um ano, termos as taxas “i” equivalentes a 1%
a.m. com diferentes períodos, gerando o mesmo montante:
100(1 + id)360 = 100(1 + im)12 = 100(1 + ib)6 = 100(1 + it)4 = 100(1 + is)2 = 100(1 + ia)1 = 112,688
360
∴ (1 + id) = (1 + im)12 = (1 + ib)6 = (1 + it)4 = (1 + is)2 = (1 + ia)1
7
Considere o ano contábil de 360 dias
8
O montante e o principal (Capital) são os mesmos em todos os casos e tornam-se desnecessários após igualarmos os
parentes.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 32
Interpretamos
2 capitalizações mensais
2 1 equivalem
(1 + im) = (1 + ib) ⇔
1 capitalização bimestral
pois comportam o mesmo prazo
na calculadora:
1º. Estipular um prazo que gere n inteiros para ambas as taxas ____________________.
2º.
ou simplesmente:
na fórmula:
O cálculo da Taxa Equivalente também pode ser feito pela Fórmula Geral:
nd
i e = (1 + i d ) - 1 (1 + id )n
nc
ie =
nc
ou d
-1
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 33
onde:
ie = taxa de juros pedida (desejada)
id = taxa de juros dada (conhecida)
nd = período de tempo da taxa desejada
nc = período de tempo da taxa conhecida
Exemplos:
i e = (1 + i ) - 1 ⇒i e = (1 + 0,09 ) - 1
nc 12
⇒ i e = 0,720732%
nd 360
i e = (1 + i ) - 1 ⇒ ie = (1 + 0,0015)
nc 1
-1 ⇒ i e = 71,531271%
Obs.: Se na HP 12C não estiver visível na parte inferior do visor a letra "C", pressione a seqüência
de teclas "STO" "EEX".
OBSERVAÇÃO: A partir do momento em que tivermos uma Taxa Efetiva, jamais poderemos usar
novamente uma regra de três para encontrar uma Taxa Equivalente, mas, sim, a fórmula ou os
passos da HP.
A caderneta de poupança oferece oficialmente uma taxa de juros de 6% a.a. Porém sua
capitalização ocorre mensalmente (liquidez mensal). Assim, para obter o rendimento mensal, faz-se
o calculo usando uma taxa efetiva de 0,5% a.m.
Como você pôde perceber, a taxa de 6% a.a. serviu apenas como um referencial e em momento
algum incidiu sobre o capital. À ela, damos o nome de Taxa Nominal.
A Taxa Nominal é bastante fornecida no mercado, entretanto o seu valor não é usado nos
cálculos pois além de não coincidir com o período de capitalização desejado, não representa uma
taxa efetiva. Assim, para obtermos uma taxa efetiva, com o período desejado, a partir de uma taxa
nominal, fazemos:
i N 6%
taxa efetiva i ef = = = 0,50% a.m.
n 12
Período de capitalização
Taxa Efetiva
Desejado
Diário iN / 360
Mensal iN / 12
Bimestral iN / 6
Trimestral iN / 4
Semestral iN / 2
Exemplos:
2. Para uma taxa nominal de 24% a.a., calcule a taxa mensal efetiva.
3. Para uma taxa nominal de 36% a.a., calcule a taxa equivalente anual de uma taxa efetiva com
capitalização:
a) Semestral
b) Trimestral
c) Bimestral
d) Mensal
e) Diária
Comentários:
Taxa Equivalente
1)
a) Calcule o montante acumulado no final de 5 anos, a partir de um principal de R$ 2.000,00
com uma taxa de 2,50% a.m.
b) Calcule a taxa com capitalização anual para um principal de R$ 2.000,00 que no final de 5
anos gerou um montante de R$ 8.799,58.
c) O você tem a dizer das taxas dos itens a e b?
Taxa Nominal
5) Qual a taxa bimestral efetiva de uma taxa nominal de 9% a.s.?
6) Calcule a taxa trimestral efetiva, equivalente a uma taxa mensal obtida de uma taxa nominal de
30% a.a.
7) Para uma taxa nominal de 12% a.a., calcule a taxa anual efetiva, equivalente a taxa obtida da
nominal com capitalização:
a) Semestral;
b) Trimestral;
c) Bimestral;
Taxas
8) Um banco paga a taxa efetiva de 35% a.a. Qual a taxa equivalente num período de 135 dias?
12) Considerando o regime composto, conclua se é preferível aplicar R$ 1.500,00, num prazo de 2
anos, a 3% a.t. ou 13% a.a.
13) Uma loja de eletrodomésticos anuncia que na compra de geladeiras o cliente leva hoje e só paga
daqui a 3 meses. Porém, numa compra à vista é dado 25% de desconto. Calcule a taxa cobrada
pela loja no período: (a) trimestral; (b) mensal.
15) Quanto se terá em dois anos se forem aplicados R$ 1.000,00 à taxa nominal de 24% a.a. com
capitalização mensal?
4 DESCONTOS
Ao contrair uma dívida para pagamento futuro, o devedor normalmente oferece um título que
comprova tal obrigação. De posse desse título, o credor poderá negociar o seu resgate antecipado,
junto às Instituições Financeiras.
É comum acontecer que uma pessoa, ao assumir uma dívida, entregue ao credor um documento
chamado título de crédito como comprovante da dívida. Esse documento tem uma data de
vencimento e um valor combinado a ser pago nessa data, no entanto, se o devedor resolver pagar a
dívida antes do prazo, recebe um abatimento chamado desconto.
Com os títulos de crédito pode ocorrer que
• o devedor queira efetuar o pagamento antes da data determinada – nesse caso ele faz jus a
um abatimento que corresponde ao juro que seria gerado por esse dinheiro no prazo que falta
para o vencimento;
• o credor necessite do dinheiro antes da data do vencimento – nesse caso ele pode negociar o
título com um terceiro que lhe pagará um valor menor que o fixado no título, valor esse que ,
se aplicado, renderia , no prazo que falta para o vencimento, um juro correspondente à
diferença entre o valor fixado e o que recebeu.
Nos dois casos há uma compensação definida pela diferença entre as duas quantidades – o valor
fixado e o valor recebido. Essa diferença é chamada desconto.
Títulos de Crédito normalmente negociados em operações de desconto junto a Instituições
Financeiras:
1. Notas Promissórias:
nota promissória é um comprovante de dívida, com vencimento pré-determinado, usado
entre pessoas físicas ou entre pessoa física e jurídica;
2. Duplicatas:
duplicata é um título emitido por pessoa jurídica para pagamento de bens ou serviços,
prestados a pessoas físicas ou jurídicas, segundo um contrato;
3. Letras de Câmbio:
letra de câmbio é um comprovante de aplicação de capital, com vencimento pré-
determinado, é um título ao portador emitido exclusivamente por instituição financeira.
O desconto por fora incorpora os conceitos de juros simples, entretanto, diferentemente daquele,
apura os encargos sobre o valor futuro.
D = FV . i . n
PV = FV – D PV ⇒ FV – FV . i . n ∴ PV = FV( 1 – i . n )
C = M (1− id .n ) C
1 −
n=
M
id
M=
C C
1 −
(1 − id .n)
id =
M
n
Exemplo:
logo C = M (1− id .n )
portanto C = 5902,00
D = C . i. n ⇒ D=M–C
C=
M M
− 1
1+ i d .n
n=
C
i
Exemplo:
1) Um banco oferece empréstimos pessoais a uma taxa de descontos simples comercial de 2,3%
ao mês. Se fizer um empréstimo de R$ 6 500,00 para pagar ao fim de 4 meses, quanto
recebo realmente como empréstimo?
da definição temos: M = C (1 + id . n)
2) Uma pessoa necessita hoje R$ 3 800,00 para pagar daqui a 154 dias, a uma taxa de 3,2% ao
mês. Quanto irá pagar no vencimento, se usar desconto simples racional e se usar desconto
simples comercial?
M=4424,21 M = 4546,90
Caracteriza-se pela incidência sucessiva da taxa de desconto sobre o valor nominal do título,
i.e., para “n” períodos unitários, a taxa de desconto incide, no primeiro período, sobre o valor futuro
do título; no segundo período, sobre o valor futuro do título menos o valor do desconto
correspondente ao primeiro período; no terceiro período, sobre o valor futuro do título menos valor
do desconto correspondente ao terceiro período, e assim sucessivamente até o último ou enésimo
período.
C = M – D onde D = FV. d ⇒ logo: PV = FV – FV. d PV = FV (1 – d)
C = M (1 − id ) C
n
M=
(1 − i d )n
1
C
C C n ln
id = 1 − n ⇒ id = 1 − n= M
M M ln (1 − i d )
Obtido em função de cálculos exponenciais, sendo dado pela diferença entre o valor futuro de
um título e seu valor atual, calculados com base no regime de capitalização composta.
D=M–C
M = C (1 + i d )
n
M
id = n −1
C
M M
C= ln
(1 + i d )n n= C
ln (1 + i d )
1) Um título de R$ 10.000,00 com vencimento daqui a 3 meses e 8 dias, foi resgatado hoje. Qual
foi o desconto recebido se a taxa de juros contratada foi de 27% a.a.?
2) Calcular o valor do desconto de um título de R$ 10.000,00, com vencimento para 90 dias, à taxa
de 2,5% am.
3) Calcular o valor do desconto de um título de valor nominal de R$ 12.000,00, descontado 4
meses antes do seu vencimento, à taxa de 2,5% am.
4) Um título para ser pago daqui a 12 meses, foi descontado 5 meses antes do seu vencimento.
Sabendo-se que o valor nominal do título é de R$ 12.000,00 e a taxa de desconto utilizada é de
3,5% am., calcular o valor líquido liberado na operação.
5) Calcular a taxa mensal de desconto utilizada numa operação de 120 dias, cujo valor de resgate
do título é de R$ 10.000,00 e cujo valor atual é de R$ 8.800,00.
6) O desconto de um título foi de R$ 750,00, adotando-se uma taxa de desconto de 5% ao
bimestre. Quanto tempo faltaria para o vencimento do título, se o seu valor nominal fosse R$
20.000,00?
7) Uma nota promissória no valor de R$ 52.400,00 foi descontada à taxa de juros de 5 % ao
trimestre, faltando 4 meses e 20 dias para o seu vencimento. Qual o valor do desconto e o valor
recebido pela nota promissória?
8) Um título no valor de R$ 120.000,00 foi descontado por R$ 108.380,00, faltando 95 dias para o
seu vencimento. Qual a taxa de juros semestral utilizada?
9) Uma nota promissória foi descontada por R$ 25.000,00, à taxa de desconto de 15% ao semestre,
sabendo-se que o desconto foi de R$ 2.930,00. Quanto tempo antes do vencimento a nota
promissória foi descontada e qual o seu valor?
10) Uma nota promissória no valor de R$ 40.000,00 foi descontada faltando 129 dias para o seu
vencimento, à taxa de desconto de 10% ao bimestre. (a) Determine a taxa de juros simples
proporcional e a equivalente composta para o período de desconto. (b) calcule o valor recebido
pela nota na data do desconto.
11) Determinar o desconto por fora sofrido por uma letra de R$ 5.000,00 à taxa de 5% a.a.,
descontada 5 anos antes de seu vencimento.
12) Um título no valor de R$ 9.000,00 foi descontado 45 dias antes do seu vencimento, sofrendo um
desconto de R$ 135,00. Determinar a taxa mensal empregada na operação.
13) Descontou-se um título de R$ 24.000,00 à taxa de 12% a.a., tendo apresentado um desconto de
R$ 2.880,00. Determinar o tempo.
14) Em quantos meses uma letra de R$ 2.400,00 foi descontada, à taxa de 0,75% a.m., tendo um
desconto de R$ 90,00.
15) Uma duplicata descontada à taxa de 9% a.a., 90 dias antes de seu vencimento, reduziu-se a R$
5.865,00. Determinar o valor nominal.
16) A que taxa mensal se descontou por dentro uma letra de R$ 5.700,00, dois anos antes de seu
vencimento e que produziu o desconto de R$ 700,00?
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 44
CAPÍTULO 5
5 AMORTIZAÇÃO
Em termos financeiros, a dívida surge quando uma dada importância é emprestada por um
certo prazo. Quem assume a dívida obriga-se a restituir o principal mais os juros devidos, no prazo
estipulado.
Segundo as práticas habituais, os empréstimos classificam-se em: de curto, de médio e de longo
prazo.
Os empréstimos de curto e de médio prazo caracterizam-se, normalmente, por serem saldados
em até 3 anos. Os problemas relacionados com tais tipos de empréstimos são aqueles já abordados
em anuidades e não serão vistos neste capítulo.
Os empréstimos de longo prazo sofrem um tratamento especial porque existem várias
modalidades de restituição do principal e juros. Tais empréstimos, em geral, têm suas condições
previamente estipuladas por contratos entre as partes, ou seja, entre o credor e o devedor.
Os problemas mais importantes que surgem nos empréstimos de longo prazo dizem respeito à
explicitação do sistema de reembolso adotado e ao cálculo da taxa de juros efetivamente cobrada
pelo credor.
Nos sistemas de amortização a serem estudados, os juros serão calculados sempre sobre o saldo
devedor. Isto significa que consideraremos apenas os regimes de juros compostos, pois, se os juros
são calculados deste modo, o não-pagamento de juros em um dado período levará a um saldo
devedor maior, sendo calculado juro sobre juro.
5.1.1 DEFINIÇÕES
Alguns termos de uso corrente devem ser explicitados para maior clareza posterior:
a) Mutuante ou credor: aquele que dá o empréstimo.
b) Mutuário ou devedor: aquele que recebe o empréstimo.
c) Taxa de juros: é a taxa de juros contratada entre as partes. Pode referir-se ao custo efetivo
do empréstimo ou não, dependendo das condições adotadas.
d) IOF: imposto sobre operações financeiras.
e) Prazo de utilização: corresponde ao intervalo de tempo durante o qual o empréstimo é
transferido do credor para o devedor. Caso o empréstimo seja transferido em uma só parcela,
este prazo é dito unitário.
f) Prazo de carência: corresponde ao período compreendido entre o prazo de utilização e o
pagamento da primeira amortização. Durante o prazo de carência, portanto, o tomador do
empréstimo só paga os juros. Considera-se que existe carência quando este prazo é superior
a, pelo menos, o dobro do menor período de amortização das parcelas. É possível também
que as partes concordem em que os juros devidos no prazo de carência sejam capitalizados e
pagos posteriormente. Neste caso, não haverá desembolso de juros durante a carência.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 45
Nota: Devemos observar que este conceito de carência não é utilizado em anuidades
postecipadas, mas sim em anuidades antecipadas.
g) Parcelas de amortização: corresponde às parcelas de devolução do principal, ou seja, do
capital emprestado.
h) Prazo de amortização: é o intervalo de tempo, durante o qual são pagas as amortizações.
i) Prestação: é a soma da amortização acrescida de juros e outros encargos, pagos em um dado
período.
j) Planilha: é um quadro, padronizado ou não, onde são colocados os valores referentes ao
empréstimo, ou seja, cronograma dos valores de recebimento e de pagamentos.
k) Prazo total do financiamento: é a soma do prazo de carência com o prazo de amortização.
l) Saldo devedor: é o estado da dívida, ou seja, do débito, em um determinado instante de
tempo.
m) Período de amortização: é o intervalo de tempo existente entre duas amortizações.
Qualquer um dos sistemas ou modalidades de amortização pode ter, ou não, prazo de carência.
Deve-se observar que o chamado sistema americano sempre tem carência, pois o principal é
devolvido em uma única vez.
Por seu lado, os juros podem ser pagos ou capitalizados durante o prazo de carência,
dependendo de um acerto entre as partes envolvidas no financiamento.
Os principais sistemas de amortização são os seguintes:
As parcelas de amortização são iguais entre si. Os juros são calculados, a cada período,
multiplicando-se a taxa de juros contratada (na forma unitária) pelo saldo devedor existente no
período anterior.
A representação gráfica é a seguinte:
Após um certo prazo o devedor paga, em uma única parcela, o capital emprestado.
A modalidade mais comum é aquela em que o devedor paga Juros durante a carência.
O devedor pode querer aplicar recursos disponíveis e gerar um fundo que iguale o desembolso a
ser efetuado para amortizar o principal.
Tal fundo é conhecido por "sinking fund" na literatura americana a, na brasileira, por "fundo de
amortização".
As prestações são iguais entre si e calculadas de tal modo que uma parte paga os juros e a outra
o principal. A dívida fica completamente saldada na última prestação:
Este sistema, acrescidas certas peculiaridades de cálculo, é também conhecido como Sistema
Price.
As parcelas de amortização são contratadas pelas partes e os Juros são calculados sobre o saldo
devedor.
Por exemplo, em um financiamento de R$ 1.000,00, com uma taxa de 8% a.m. por um período
de 4 meses, construa o plano de amortização:
Saldo no início Juro do Saldo no final Pagamento no final do período Saldo depois do
n
do período período do período juro + amort = prestação pagamento
1 1.000,00 80,00 1.080,00 0 0 0 1.080,00
2 1.080,00 86,40 1.166,40 0 0 0 1.166,40
3 1.166,40 93,31 1.259,71 0 0 0 1.259,71
4 1.259,71 100,78 1.360,49 360,49 1.000,00 1.360,49 0
Total - 360,49 - 360,49 1.000,00 1.360,49 -
Amortização= 1.000,00
mês
1 2 3 4
1) Você esta adquirindo um novo bem, e para isso esta contraindo o seguinte financiamento:
- Valor do bem: R$ 5.000,00
- Taxa de juros: 2,5% a.m.
- Prazo do financiamento: 4 meses
Monte a planilha de financiamento pelos três métodos de financiamentos propostos e demonstre
cada plano no Diagrama de Fluxo de Caixa.
Pagamento
no final
Total
Sistema
Americano
Total
SAC
Total
SAC
Total
3) Uma empresa obtém o financiamento de $ 960.000,00. O banco financiador cobra 6%a ao ano.
O prazo total de financiamento é de 4 anos. Construir a planilha de amortização e demonstre
cada plano no Diagrama de Fluxo de Caixa.
Pagamento
no final
Total
Sistema
Americano
Total
SAC
Total
I)
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
II)
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
III)
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
Desta forma teremos 4 prestações mensais iguais, simbolizadas por PMT (na HP 12C – PMT).
Assim cada uma das prestações será PMT = R$ 301,92. Então o fluxo de caixa fica:
R$ 1000
mês
0 1 2 3 4
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
4
Uma forma de trazer o valor das prestações para o dia do contrato (mês zero) é
9
Usaremos os termos pagamento ou prestação para designar os pagamentos da série uniforme.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 52
descapitalizando-as, ou seja, calcular o principal de cada prestação isoladamente (neste caso, o
principal também chamado de valor atual):
Sabemos que:
301,92
P1 (1 + 0,08)1 = 301,92 ∴ P1 = =
(1 + 0,08)1
301,92
P2 (1 + 0,08)2 = 301,92 ∴ P2 = =
(1 + 0,08)2
P3
P4
Assim,
P = P1 + P2 + P3 + P4
P=
∴ P = PMT . a
a é o chamado fator de atualização.
⇒ Principal = Prestação x Fator de atualização ⇒ C = PMT . a
onde,
a=
(1 + i )n − 1 a ≡ a n¦i
i (1 + i )
n
a=
(1 + 0,08)4 − 1
0,08(1 + 0,08)
4
PMT =
Exemplos:
1. Um financiamento foi concedido à taxa de 3% a.m. para ser pago em 12 prestações mensais de
R$ 1.000,00 . Qual o valor do principal deste financiamento?
3. Calcule o valor das 5 prestações mensais iguais para um financiamento de R$ 9.500,00 à taxa de
16% a.m.
4. À taxa de 12% a.a., qual deve ser o valor da prestação mensal para um financiamento de R$
10.000,00 em 7 vezes iguais?
inom
ief = onde n é o número de períodos de prestações que cabem no período da taxa.
n
Exemplo:
b) primeira prestação é paga no ato da compra a título de entrada ou sinal (série antecipada → 1 + 5):
1º. Modo:
2º. Modo:
beg
Série Antecipada: g
O 1º. pagamento da série de prestações periódicas iguais é feito no mesmo momento do
principal.
PMT =
n=3
PMT =
n=4 PMT =
n=5 PMT =
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 56
Na mesma loja, calcule a prestação para uma TV de R$ 500,00 :
n=2 PMT =
n=3 PMT =
n=4 PMT =
n=5 PMT =
para achar o c:
n c n=2
2
3
4
5
PMT = C . c
2. Considere o mesmo problema do exemplo anterior, na forma antecipada, ou seja, entrada (sinal)
para geladeira:
n=2
PMT =
n=3 PMT =
n=4 PMT =
n=5 PMT =
n c
2
3
4
5
Exercício:
i=
n c
2
4
6 0,1785
8
6.1.2 AMORTIZAÇÕES
Para quitar (saldar) ou refinaciar uma dívida é necessário que saibamos o valor já amortizado e
conseqüentemente o saldo devedor.
1º. Exemplo:
Tibúrcio comprou um carro, cujo preço à vista é R$ 12.000,00 , em 25 prestações de R$ 938,72
ao final de cada mês (postecipadas). Porém após ter pago a prestação a 17ª. prestação, ele ganhou
uma bolada na loteria e deseja quitar a dívida. Quanto ele deve pagar?
Solução:
na calculadora:
1ª. parte – rodar problema
Exercício:
Refaça o exemplo anterior com prestações antecipadas.
2º. Exemplo:
Ritinha comprou seu vestido de noiva em 5 vezes iguais postecipadas com prestações iguais de
R$ 500,00 e taxa de 10% a.m.. Após ter pago a terceira parcela, seu marido, ex-noivo foi demitido e
Ritinha alega dificuldades para pagar as duas últimas prestações. Refinancie sua dívida em mais 6
prestações iguais a partir do saldo devedor remanescente.
3º. Exemplo:
Um financiamento de R$ 500.000,00 foi feito a uma empresa para que fosse saldado em 18
meses com prestações postecipadas iguais, a taxa de 18% a.a. Calcule:
a) o valor da prestação mensal;
PV PMT
PV PMT
PV PMT
a)
mês
0 1 2
i = 10% a.m.
b)
R$ 49,59
mês
0 1 2 3 i = ______ % a.m.
PV PMT PMT =
Pf − Pr
Desconto: d = .100 ⇒ d =
P
f
Interpretação b)
1) Qual a prestação mensal para um financiamento de R$ 1.000,00 a uma taxa de 2,50% a.m., num
prazo de 24 meses?
2) Uma determinada loja oferece um equipamento por R$ 300,00 sendo R$ 100,00 à vista e o
restante em 12 prestações de R$ 20,00 . Qual a taxa mensal?
3) Uma empresa tomou emprestado R$ 100.000,00 . O pagamento deste empréstimo será feito da
seguinte forma:
- período de carência de 5 meses (1º. Pagamento no final do 5º. mês);
- uma série uniforme de pagamentos mensais em 8 vezes.
Considerando a taxa de 3% a.m.:
a) Monte o Diagrama de Fluxo de Caixa do Empréstimo;
b) Calcule o valor da prestação.
4) Uma velhinha aplicou durante 6 anos R$ 200,00 mensais à taxa de 2% a.m. A partir do 6º. ano
efetuou 82 retiradas mensais, zerando seu saldo.
a) Interprete o problema montando o Diagrama de Fluxo de Caixa.
b) Quanto a velhinha conseguiu acumular ao final do 6º. ano?
c) Qual o valor das retiradas?
5) João entrou num plano de previdência privada aos 20 anos. Pretende aposentar-ser aos 55 anos
recebendo R$ 1.500,00 mensais. Considerando que a expectativa de vida no Brasil é de 85 anos
e que a taxa de juros (sem correção monetária) é de 0,60% a.m., calcule quanto João deve
depositar mensalmente.
6) Um empréstimo de R$ 30.000,00 foi feito a uma indústria de alimentos para ser pago em 5
prestações iguais e sucessivas com uma carência de três meses (1ª. prestação a partir do 4º. mês)
à taxa de 4% a.m.. Monte o Diagrama de Fluxo de Caixa e determine o valor das prestações.
7) Ana adquiriu seu carro cujo valor à vista era R$ 16.570,00 em 18 prestações mensais iguais
totalmente financiado através de uma revendedora que cobra a taxa de 42% ao ano. Após ter
pago a 14ª. prestação, Ana negociou um refinanciamento com o objetivo de diminuir o valor das
prestações subseqüentes, o que estendeu sua dívida para mais 10 prestações mensais iguais.
Calcule:
a) O valor das prestações iniciais;
b) O saldo devedor após o pagamento das 14ª. prestação;
c) O valor das prestações refinanciadas.
n c n c
2 2
3 0,3672 3
5 4 0,2612
7 5
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
4
I)
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
1
2
3
4
Saldo no Início Juro do Saldo no Final Pagamento no Final do Período Saldo Depois
n
do Período Período do Período Juro + Amortização = Prestação do Pagamento
0
1
2
3
a) Prestações postecipadas → i =
n c
2
3 0,3400
5
7
b) Prestações antecipadas → i =
n c
2
3
4 0,2723
5
7 INFLAÇÃO
7.1 INTRODUÇÃO
Se há um aumento persistente dos preços dos bens e serviços em geral, ou seja, se ao longo do
tempo a moeda perde seu poder de aquisição
então dizemos que essa moeda está inflacionando.
As causas da inflação, sob o ponto de vista dos economistas, são várias. Entre elas a escassez
de produtos, a especulação financeira, o déficit orçamentário do govern e a conseqüente emissão
descontrolada de dinheiro. Os efeitos destas causas dão origem a novas causas, fazendo com que o
processo inflacionário se autoalimente, como um motocontínuo.
Contudo, não nos cabe em matemática financeira aprofundarmo-nos neste tema. Só o que nos
interessa é limpar da moeda os efeitos da inflação, ou seja, lidar com o dinheiro como se este tivesse
um valor fixo, para que assim possamos operar com taxas de juros reais, desfazendo a ilusão
monetária causada por rendimentos aparentes sobre uma moeda sem valor fixo.
Como percebemos a inflação?
O valor da moeda, ou seja, seu poder de compra de bens e serviços diminui ao longo do tempo.
Exemplo: uma máquina de lavar roupas custa em março de 1996, R$ 500,00 e em maio passa a
custar R$ 525,00. Obviamente que para quem faz uso da máquina, o valor, ou seja, a
utilidade da máquina de lavar não aumentou 5% em dois meses. Assim, concluímos que
o valor do dinheiro diminui 5% em relação à máquina.
Exemplos:
• preço → índice
p1
p0 = 25,80 , p1 = 28,60 → q01 = =
p0
p5
p0 = 10,50 , p5 = 15,30 → q05 = =
p0
• índice → taxa
q23 = 1,0430 → taxa do mês 3: j3 =
q04 = 1,1530 → taxa acumulada dos meses 1, 2, 3 e 4: jacum =
• taxas dos períodos → índices dos períodos → índice acumulado → taxa acumulada
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 67
j1 = 3% , j2 = 5% →
32,55 32,55
1 32,55 q01 = = 1,0500 Q01 = 105,00 5,00% q01 = = 1,0500 5,00%
31,00 31,00
35,00 Q02 = 112,90 35,00
2 35,00 q02 = = 1,12902 12,90% q12 = = 1,0753 7,53%
31,00 32,55
3 38,00
p4
4 q04 = = 1,2903
31,00
5 q45 = 1,0375
6 41,94%
7 4,55%
8 42,00
9 Q09 = 140,00
Observações:
2º. Modo:
através dos índices acumulados
q04 1,2903
q14 = = = 1,2289 ⇒ J = 22,89%
q01 1,0500
pois,
Como você sabe, o estudo da evolução da inflação não se restringe à cesta básica, sendo assim
os índices de inflação buscam abrangências mais gerais do mercado. Contudo, um índice de
inflação dificilmente satisfaz a todos os indivíduos de uma população pois cada qual desenvolve
suas relações diretas com um setor do mercado.
Indicadores de preços
INPC/IBGE IPC/FIPE
IGP-M/FGV IGP-DI/FGV
• Maio – 143,7542: q Jul 94 / Mai 96 = 143,7542, assim podemos concluir que de julho de 94 a maio de 96 a
inflação acumulada foi de 43,75%.
145,7811
• Inflação do mês de junho: qMai 96 / Jul 96 = = 1,0141 (índice de inflação) ⇒ J = 1,41% (taxa)
143,7542
• Inflação de fevereiro a julho (últimos 6 meses):
J = 6,47% (taxa de inflação do período).
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 70
p Jul 94 / Jul 96
q Fev96 / Jul 96 = 1,0647 = (índice de inflação)
p Jul 94 / Fev 96
Quando a inflação é elevada, reflexo de uma instabilidade econômica, seus valores são
imprevisíveis a médio e a longo prazo. Este quadro torna impossível contratos financeiros regidos
por taxas prefixadas. Então adotamos mecanismos para corrigir estes contratos:
Inflatores
Um bem com valor de R$ 50.000,00 foi financiado em 4 prestações mensais iguais numa série
antecipada à taxa de 5% a.m. corrigidas pelo Índice Geral de Preços de Mercado. Considerando que
a variação do IGP-M mensal foi de 14%, 15% e 13% respectivamente, calcule o valor das
prestações corrigidas:
Deflatores
O salário nominal de uma pessoa recebido no último dia do mês nos últimos quatro meses foi:
Abril: R$ 1.200,00
Maio: R$ 1.380,00
Junho: R$ 1.656,00
Julho: R$ 1.800,00
Calcule a taxa de crescimento real do salário considerando que o Índice de Custo de Vida do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócios – Econômicos – ICV/DIEESE teve as
seguintes variações:
Maio: 19%
Junho: 20%
Julho: 18%
19%
Maio 1380,00
Junho
Julho
Observação:
Adotar um deflator é análogo a adotar uma Unidade Referência – U.R. No caso acima
adotamos R$ 1,00 em abril como sendo 1,00 U.R., assim os salários da 5ª. coluna (salário
deflacionado) representam os salários ao longo dos meses em U.R.
iap é a taxa aparente que imbute a taxa de juro (i) com a taxa de inflação (j).
Mc
iap = − 1 = 1,38 − 1 = 0,38 ou i ap = 38%
C
Assim:
(1 + iap ) = (1 + i)(1 + j )
portanto
i ap = (1 + i )(1 + j ) − 1
onde
Mc M (1 + j ) C (1 + i )(1 + j )
i ap = −1 = −1 = −1
C C C
No caso teremos:
i ap =
2) Um CDB pós-fixado propõe uma taxa de juros de 1,5% a.m.; considerando que a inflação foi de
3%, calcule a taxa de rendimento aparente e o valor do resgate considerando que R$ 3.400,00
foi aplicado.
a) quanto ela pode resgatar após um mês, se a inflação oficial for de 2% no período;
b) quanto ela resgataria no mês seguinte caso a inflação do segundo me fosse de 3%.
3) Ao longo de um semestre o preço de um produto sofreu as seguintes variações: 4%, 3%, 8%,
6%, 5% e 2%. Qual a taxa de variação acumulada no semestre?
5) A inflação acumulada em 11 meses foi de 23%. Qual deverá ser a inflação do 12º. mês para que
a inflação acumulada não ultrapasse 25% a.a.?
0 432
1 445
2 1,0417
3 445
4 1,0157
5 6,48%
6 8%
11
Fornecida no texto: “Institutos de Pesquisa de Inflação”
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 76
9) Correção de preços – Inflator
O preço de um liquidificador é de R$ 86,00 em dezembro de 2011; corrija-o mensalmente até
maio de 2012
10) Crie uma unidade monetária de referência, U.R. (Unidade de Referência) com valor de R$ 1,00
em 31 de dezembro de 2011 e utilize esta U.R. para deflacionar um salário que permaneceu R$
1.000,00 , durante todo o ano de 2012. Calcule também a perda acumulada.
11) A tabela abaixo fornece os salários nominais de um trabalhador, juntamente com as taxas de
inflação de agosto a dezembro:
Inflação
Mês Salário nominal em $
(taxa mensal)
Ago 3.000 ---
Set 3.600 25%
Out 3.600 24%
Nov 5.500 25%
Dez 6.000 23%
13) Um empréstimo de R$ 4.000,00 a uma empresa deverá ser pago após 30 dias através de um
montante de R$ 5.200,00. Considerando que a inflação do mês foi de 12%, calcule:
a) a taxa de juros aparente cobrada no período;
b) a taxa de juro real.
14) Um investidor aplica R$ 5.000,00 num CDB prefixado de 30 dias. Considerando que a taxa
bruta é de 46% a.a., calcule:
a) o montante bruto do resgate;
b) o valor do imposto de renda caso ele seja igual a 0,60% do montante;
c) o valor do imposto de renda sabendo que ele é igual a 25% do ganho real, sendo a correção
monetária do período de 1,5%;
d) a taxa de juro líquida da operação para o caso “c”.
15) Num CDB pós-fixado de 60 dias foi aplicado R$ 10.000,00 à taxa de juros de 21% a.a.
Sabendo-se que a correção monetária da aplicação foi de 8%, calcule:
8.1 INTRODUÇÃO
O conceito de equivalência permite comparar diferentes fluxos de caixa e então optar pela
melhor alternativa para um financiamento. Através deste conceito é possível também transformar
ou montar fluxos equivalentes, possibilitando diversas formas de pagamento (ou recebimento) sem
alterar o princípio básico de um financiamento que é a manutenção da taxa de juros e da
amortização.
Antes de estudarmos o conceito de fluxos equivalentes, devemos entender o que é valor atual
em fluxos de caixa. Este conceito além de facilitar a compreensão daquele, é bastante importante
para o estado de viabilidade econômica de projetos de investimento.
Como você pode notar, este capítulo é de fundamental importância. Além de fornecer
importantes conceitos para aplicações práticas, ele também fará um apanhado de todos os conceitos
desenvolvidos até o momento, transmitindo uma autoconfiança em relação aos problemas genéricos
de financiamento.
1.000 500
meses
0 1 2 3 4
Considerando uma taxa de 3% a.m., Qual o valor necessário para cumprir todos os
compromissos no mês 0?
meses
0
ou VPL =
n FC j FC1 FC 2 FC n
VPL = ∑ − FC 0 ⇒ VPL = + + ... + − FC 0
j =1 (1 + i ) j
(1 + i ) (1 + i )
1 2
(1 + i )n
1.000 A 676,84
B
meses meses
0 8 0
Exemplos:
Calcule o Valor Presente Líquido (VPL) dos seguintes fluxos de caixa, considerando uma taxa
de 2% a.m.
a) 1.656,12
mês
0 1 2 3 4 5
VPL =
b)
1.560,60
mês
0 1 2 3 4 5
mês
0 1 2 3 4 5
VPL =
d)
2.500,00
2.122,42
mês
0 1 2 3 4 5
VPL =
e)
1.000,00 1.000,00 1.000,00
mês
0 1 2 3 4 5
VPL =
IMPORTANTE:
Conceitualmente, VPL não é o mesmo que Principal, apesar de o procedimento de cálculo ser o
mesmo. Principal é um valor que se empresta ou se toma emprestado para ser devolvido
futuramente, acrescido de juros, na forma de Montante ou Prestações. VPL é o valor de qualquer
12
Proponho que entendamos a palavra descapitalizar como o inverso de capitalizar. Capitalizar consiste em fazer a taxa de juro
incidir sobre o principal ao longo dos períodos, ou seja, gerar juro. Assim, descapitalizar significa retiras o juro que for agregado ao
principal ao longo dos períodos, obtendo-se o principal “limpo”, ou seja, o valor líquido no início do financiamento.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 81
Fluxo de Caixa, inclusive Fluxos de Movimentação, trazido para o mês zero e conseqüentemente
descontado o juro. Assim, o sinal do VPL e o mesmo do valor do mês futuro.
f)
5.000,00 4.000,00
3.000,00
1.000,00
mês
0 1 2 3
VPL =
g)
1.082,43
1.061,21
1.040,40
1.020,00
mês
0 1 2 3 4
VPL =
h)
PMT = 1.050,50
mês
0 1 2 3 4
VPL =
i)
PMT = 832,00
mês
0 1 2 3 4
VPL =
mês
0 1 2
VPL =
k)
6.000,00
5.000,00 3.000,00
2.000,00
mês
0 1 2 3
VPL =
l)
10.000,00
2.122,41 4.329,73
2.040,00 2.080,80
mês
0 1 2 3 4
VPL =
Observe:
4.000,00
3.000,00
2.000,00
mês
0 1 2 3 4
VPL =
n)
3.000,00
2.000,00
1.000,00 1.000,00
mês
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
VPL =
Uma pessoa aplicou uma determinada quantia num banco à taxa de 8% a.m. e retirou $10.000
após três meses e $10.000 após seis meses. Determine o valor depositado considerando os regimes:
a) composto;
b) simples
10.000,00 10.000,00
X=?
mês
0 1 2 3 4 5 6
X = X3 + X6
10000 = X 3 (1 + 0,08) 3 10000 10000
X = +
10000 = X 6 (1 + 0,08) 6 (1 + 0,08) 3
(1 + 0,08) 6
X = 7938,32 + 6301,70
X = 14240,02
2º. modo - descapitalizar a parcela do mês 6 até o mês 3 ( x6→3 ) depois descapitalizar o total do mês
3 até o mês 0.
X = X3 + X6
10000
10000 +
10000 = X 6→3 (1 + 0,08) 3
(1 + 0,08) 3
X = ⇒ X = 14240,02
10000 = X 6→3 (1 + 0,08) 6 (1 + 0,08) 3
Observe que:
Os valores encontrados através dos dois modos são idênticos. Há ainda outros modos de
calcular o VPL deste fluxo composto e todos levarão à mesma resposta - 14240,02.
b) 1º. modo
2º. modo
Conseqüências: - o sistema Price é sempre calculado no regime compostos pois para o regime de
juros simples obteríamos valores da prestação diferentes, dependendo do modo como estas fossem
calculadas e isto tornaria o sistema dúbio.
Não se verifica equivalência de fluxos de caixa (seção seguinte) no regime
simples.
Dada uma taxa de juros composta, se calcularmos o VPL de dois fluxos de caixa e estes forem
iguais então estes fluxos são equivalentes entre si.
Exemplo 1:
Para uma taxa composta de 4% a.m., calcule os VPLs dos fluxos A e B e confira se estes são
equivalentes entre si.
A
6.000
mês
0 1 2 3 4 5
VPLA:
B
PMT = 940,75
mês
0 1 2 3 4 5 6
VPLB:
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 86
Se VPLA ⇔ VPLB então fluxo A ⇔ fluxo B13
Exemplo 2:
C
5.547,34
mês
0 1 2 3 4 5
VPLC:
Se VPLA ⇔ VPLC então fluxo A ⇔ fluxo C
D
4931,56
mês
0
Outros exemplos:
b) 10% a.m.
VPLA =
VPLB =
VPLC =
VPLD =
Algumas considerações:
a) Se os fluxos de caixa tiverem o mesmo VPL a uma determinada taxa de juros compostas (fluxos
equivalentes), então os seus montantes após n períodos serão necessariamente iguais.
b) A equivalência de fluxo de caixa não precisa obrigatoriamente ser verificada através do VPL
(período zero), ela pode ser calculada num determinado período n, comum a todos os fluxos;
c) Fluxos equivalentes a uma determinada taxa deixam de ser equivalentes caso a taxa seja
modificada. Portanto, a equivalência de fluxos de caixa depende da taxa de juros.
Calcule o VPL do fluxo a seguir, considerando as taxas de: a) 2% a.m.; b) 4% a.m.; c) 6% a.m.
Comentários:
Ao fazermos um projeto de investimento devemos considerar o fato de não estarmos aplicando
o dinheiro em outros produtos financeiros.
O investimento para ser atrativo deve superar a taxa de juros equivalente a rentabilidade de
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baixo risco (poupança, CDB14, etc) das aplicações do mercado financeiro.
Exemplo: TMA risco/economia, taxas financeiras, setor de atividade
Exemplos:
1) Um projeto de investimento apresenta o seguinte fluxo de caixa:
10.000
3.000 3.000
2.000 2.000
1.000 1.000
ano
0 1 2 3 4 5 6
b) 10% a.a.
2) O proprietário de uma pedreira está em dúvida sobre qual é o processo mais econômico de
exploração de sua propriedade. Pelo processo acelerado ele obteria uma renda anual de $400.000
durante 3 anos; pelo processo normal a renda seria de $250.000 durante 6 anos.
Em ambos os casos a pedreira seria esgotada e não teria valor residual. (a) Para uma TMA de
15% a.a., qual a melhor alternativa? (b) Quanto vale a pedreira para seu proprietário?
14
CDB – Certificado de Depósito Bancário são títulos nominativos emitidos pelos bancos e vendidos ao público como forma de
captação de recursos.
Há também, o RDB – Recibo de Depósito Bancário que possuem as mesmas características do CDB, porém são intransferíveis e
inegociáveis.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 89
103
37
35
30 32
28
anos
0 1 2 3 4 5
Via fórmula:
FC1 FC 2 FC n
VPL = + + ... + − FC 0
(1 + i ) (1 + i )
1 2
(1 + i )n
30 35 32 28 37
VPL = + + + + − 103,00
(1,15) (1,15) (1,15) (1,15) (1,15)5
1 2 3 4
“Como o Valor Presente Líquido (VPL) é positivo, isso significa que a taxa efetiva de retorno é
superior à taxa mínima fixada em 15%. Portanto o investimento deverá ser feito”.
30 g Cfj
35 g Cfj
32 g Cfj
28 g Cfj
37 g Cfj
15 i f NPV
VPL = 4,9971
b) Solução para taxa de retorno de 18% a.a.
FC1 FC 2 FC n
VPL = + + ... + − FC 0
(1 + i ) (1 + i )
1 2
(1 + i )n
30 35 32 28 37
VPL = + + + + − 103,00
(1,18) (1,18) (1,18) (1,18) (1,18)5
1 2 3 4
“Como nesta hipótese o Valor Presente Líquido (VPL) é negativo, o investimento não deverá ser
feito, visto que a taxa efetiva de retorno é menor que 18%”.
30 g Cfj
35 g Cfj
32 g Cfj
28 g Cfj
37 g Cfj
RESUMO:
O método do Valor Presente Líquido (VPL) consiste na comparação de todas as entradas e
saídas de dinheiro de um fluxo de caixa na data focal 0 (zero). O valor atual de um determinado
projeto será calculado descontando-se todos os valores futuros do fluxo de caixa, empregando-se
determinada taxa de juros (Taxa de Atratividade), que mede a taxa mínima de juros que convém ao
investidor ao optar por um investimento e não por outro. Onde:
• Se VPL = 0 (zero) ⇒ Taxa do Negócio = Taxa de Atratividade;
• Se VPL < 0 (zero) ⇒ Taxa do Negócio < Taxa de Atratividade;
• Se VPL > 0 (zero) ⇒ Taxa do Negócio > Taxa de Atratividade.
Dessa forma, sob o ponto de vista matemático e financeiro, quanto maior o Valor Presente
Líquido (VPL), maior o retorno do investimento realizado, propiciando condições de comparação
entre as diversas alternativas de projetos de investimentos.
mês A B C D
0 1426,19 0 0 - 1000
1 1426,19 0 1819,10 3000
2 1426,19 7141,95 1819,10 0
3 1426,19 0 1819,10 500
4 1426,19 0 1819,10 500
(a) 1% a.m.
(b) 36% a.a.
(c) 8,5% a.m.
(d)42,58% a.a.
mês A B C
0 0 1000 1305,96
1 1767,65 0 1305,96
2 1767,65 0 1305,96
3 1767,65 4370,91 1305,96
A)
12682,42
mês
0 1
B)
PMT = 1545,12
mês
0 1 2 3 4 5 6 7
PMT = 2574,74
mês
0 1 2 3 4
D)
10000
mês
0
mês
0 1 2 3 4
a) Calcule o valor que deve ser pago no mês 0 para substituir todos os pagamentos do fluxo;
b) Calcule o valor de 4 prestações iguais postecipadas que substituem todos os pagamentos do
fluxo.
5) Calcule o VPL dos Fluxos de Caixa abaixo utilizando uma taxa de 2% a.m.:
a)
PMT = 3.000
mês
0 1 2 3 4
VPL =
b) 6.000
3.000
2.000
mês
0 1 2 3
VPL =
mês
0 1 2 3
VPL =
d)
2.500 2.500
mês
0 1 2 3 4 5
VPL =
6) Calcule o valor de X para que os fluxos M e N, a seguir, sejam equivalentes entre si nas
seguintes condições:
a) para i = 1% a.m.
b) para i = 10% a.m.
M
PMT = 1000
mês
0 1 2 3 4 5 6 7
N
X
mês
0 1 2 3 4
7) Um projeto imobiliário pode ser executado de duas formas distintas. A primeira forma propõe a
construção de casas ao longo de 3 anos, que são vendidas gradualmente, a medida em que são
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construídas. Esta forma gera lucro distribuído durante os três anos, o qual é reaplicado em parte
na construção, assim o investimento é baixo, como mostra o fluxo de caixa abaixo:
250.000
160.000
90.000
80.000
semestres
0 1 2 3 4 5 6
A segunda forma propõe a construção das casas todas ao mesmo tempo, o que gera uma
otimização dos recursos porém demanda um investimento superior sem a obtenção de receita
durante a construção, como mostra o fluxo abaixo:
1.240.000
350.000
300.000
400.000
semestres
0 1 2 3
A Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR do inglês – Internal Return Rate) é a taxa de desconto
que iguala o valor atual líquido dos fluxos de caixa de um projeto a zero. Em outras palavras , a taxa
que com o valor atual das entradas seja igual ao valor atual das saídas.
Para fins de decisão, a taxa obtida deverá ser confrontada a taxa que representa o custo de
capital da empresa e o projeto só deverá ser aceito quando a sua taxa interna de retorno superar o
custo de capital, significando que as aplicações da empresa estarão rendendo mais que o custo dos
recursos usados na entidade como um todo.
Seu cálculo na HP 12C será registrado a partir da seguinte linha de raciocínio:
O valor do ano 0 CHS G CF0
Os valores dos anos 1 a 10 seguidos de
G CFJ e depois
f IRR
EXEMPLO: RESOLUÇÃO:
A TIR é um indicador da rentabilidade do projeto, e deve ser comparada com a taxa mínima
de atratividade do investidor. Sua fórmula algébrica é:
FV1
IRR ⇒ TIR = ∑
(1 + i )n
(precisamos ir atribuindo uma taxa para seu cálculo)
Esta taxa mínima de atratividade é a taxa correspondente à melhor remuneração que poderia
ser obtida com o emprego do capital em um investimento alternativo.
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Sendo a TIR superior à taxa de atratividade, a análise deve recomendar o investimento no
projeto.
Concluindo...
Há uma íntima relação entre esses dois objetos matemáticos, sendo que as considerações
sobre eles devem resultar de análise invertidas quando se tratar de Investimentos ou
Financiamentos.
A razão desta inversão é que alguém, ao realizar um Investimento de capital espera ampliar o
mesmo, ao passo que ao realizar um Financiamento de um bem espera reduzir a aplicação.
Em um Investimento, se VPL for positivo, a Taxa Real (TIR) é maior do que a Taxa de
Mercado, se VPL for negativo, a Taxa real (TIR) é menor do que a Taxa de Mercado e se VPL=0
então a Taxa de Mercado coincide com a Taxa Real (TIR).
Conclusão: Em um Investimento, se VPL é maior então a Taxa (TIR) também é maior.
Em um Financiamento, se VPL for positivo, a Taxa Real TIR é menor do que a Taxa de
Mercado, se VPL for negativo, a Taxa real TIR é maior do que a Taxa de Mercado e se VPL=0,
então a Taxa de Mercado coincide com a Taxa Real (TIR).
Conclusão: Em um Financiamento, se VPL é maior então a Taxa (TIR) é menor.
Estas duas análises podem ser reduzidas ao quadro abaixo.
A solução algébrica desse tipo de cálculo é bastante trabalhosa. Perceba que a solução da
incógnita (i) só será possível por tentativa e erro. Sendo necessário a substituição dos termos e por
meio de tentativas seria possível se aproximar da taxa (i).
Portanto, a resolução de forma objetiva, utiliza as funções financeiras da HP.
Exemplo:
Um investidor recebeu uma proposta para entrar como sócio numa empresa que fez a seguinte
previsão de lucro:
1º. Mês – R$ 5.700,00
2º. Mês – R$ 6.300,00
3º. Mês – R$ 7.200,00
4º. Mês – R$ 7.200,00
Resolução:
Fluxo de Caixa
Mês Valor
0 - 5.000
1 1.000
2 1.250
3 1.400
4 1.600
5 1.800
Ano Milhares de R$
0 - 1.000
1 0,5
2 140
3 300
4 350
5 345
6 340
7 100
300
124 120
70
45
semestre
0 1 2 3 4
4) Num financiamento, o preço à vista do bem é R$ 15.000,00 . O lojista propôs a seguinte forma
de parcelamento:
Mês Valor
0
1 1.500
2
3 4.500
4 9.000
5
6 6.000
Calcule a Taxa Interna de Retorno (TIR) cobrada pelo lojista e esboce o Diagrama de Fluxo de
Caixa.
16.000
12.000
6.000
meses
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
28.000
Calcule a Taxa Interna de Retorno (TIR) do plano representado no Diagrama de Fluxo de Caixa
acima.
15
Este apêndice foi retirado de: MÜLLER, Franz August. Matemática para Administração, Economia e
Contabilidade. Bragança Paulista: EDUSF (Editora da Universidade São Francisco), 2001. p. 142.
16
Esta forma de escrever onde se mistura decimal com fração é equivocada, porém neste caso é usada para explicitar um processo.
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45 1
Fração: =
90 2
1
Taxa unitária: = 0,5
2
0,5 50
Taxa porcentual : = ou 50%
1 100
Portanto dizemos que 45 é 50% de 90.
Na HP 12C o procedimento para o cálculo dessa variação procede da seguinte forma:
90 ENTER 45 %T ⇒ 50%
Agora para verificar a variação de 45 para 90, ou seja, o quanto a mais foi aumentado, proceda o
seguinte:
45 ENTER 90 ∆% ⇒ 100%
- "Quanto é 20% de 60?" 60 é a base de comparação e procuramos o número x que se relaciona com
ele de forma que:
x 20 x
= ou = 0,2 , portanto x = 12
60 100 60
6) 50% de 500?
7) 19% de 250?
8) 100% de 8?
9) 250% de 10?
10) 23% de 50?
Neste caso, deseja-se conhecer a base, já que 15 é apenas uma parte do total (base). 30%
significa 30 em 100 e 15 corresponde a 30. Assim:
30 15
= , então x =50
100 x
Portanto 50 é a base e 15 é 30% de 50.
Exercícios:
11) 50 é 20% de quanto?
12) 7 é 140% de quanto?
13) 0,4 é 80% de quanto?
14) 240 é 32% de quanto?
Agora, tomaremos como exemplo alguns modelos clássicos onde é usada a porcentagem.
João recebe mensalmente R$ 1.500,00. Por ter sido promovido, terá um aumento de 10%,
quanto será seu novo salário?
1500 + 10% de 1500 = 1500 + 0,10.1500 = 1500 (1,1) = 1650
Resposta: R$ 1.650,00.
Um jogador de futebol foi multado por seu clube por ter sido expulso de uma partida. A
multa corresponde a 6% de seu salário mensal de R$ 43.000,00. Quanto o jogador receberá este
mês?
43000 - 6% de 43000 = 43000 - 0,06.43000 = 43000.(1-0,06) = 43000.0,94 = 40420
Resposta: R$ 40.420,00.
Exercícios:
Comissões e Impostos
Nos exemplos anteriores, a base sobre a qual incidia a porcentagem era o valor inicial. Para
o cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a porcentagem incide
sobre o preço final.
Exemplo:
Um comerciante estipulou o preço de uma mercadoria a R$ 10,00. Porém, esqueceu-se de
calcular a alíquota do ICMS. Calcule você, qual deve ser o preço final considerando que o
comerciante deve ficar com R$ 10,00 e sabendo que o I CMS representa 18% do preço da
mercadoria.
17
Simultaneamente significa ao mesmo tempo. Para este tipo de problema, você deve interpretar que as somas e
subtrações se dão sobre o mesmo valor inicial.
Matemática Financeira Prof. DSc. Jefferson de Souza Pinto 104
Observe que os 18% incidem sobre o preço final; assim:
10
10 + 18% pf = pf ⇒ 10 + 0,18 pf = pf ⇒ 10 = pf - 0,18 pf. ⇒ pf (1-0,18) = 10 ⇒ pf = = 12,20
0,82
Confira a resposta subtraindo 18% de 12,20.
Exercícios:
20) Um vendedor recebe 7% de comissão sobre uma determinada mercadoria. Considerando que
o produtor deseja receber R$ 20,00 por unidade desta mercadoria, qual deve ser o preço de
tabela?
21) Considerando que o ICMS, o PIS e o COFINS representam 21,65% sobre o preço da
mercadoria, qual deve ser este preço se o comerciante deseja obter R$ 35,00 liquido com sua
venda?
Assim, concluímos que a empresa A concedeu um aumento bimestral de 32%, maior que a
empresa B.
Qual deveria ser o reajuste porcentual no 2°. mês, caso a empresa A desejasse conceder um
aumento total de 30%?
1 ° modo de pensar
(1000 + 10% de 1000) + x sobre (1000 + 10% de 1000) = 1000 + 30% de 1000
1,3
⇒ (1+x).(1,1.1000) = 1,3.1000 ⇒ 1 +x = = 1,18∴ x= 0,18
1,1
Assim concluímos que o aumento no 2°. mês deve ser de 18%.
A taxa de inflação foi de 3%, 2% e 4% nos meses de janeiro, fevereiro e março. Qual foi o
índice de inflação no trimestre?
Se a taxa foi de 3 %, significa que um bem fictício que custava R$ x passou a custar
x + 0,03.x = 1,03x em janeiro
(l,03x) + 0,02.(1,03x) = 1,02.1,03x em fevereiro
(1,02. 1,03x) + 0,04(1,02.1,03x) = 1,04.1,02.1,03x = 1,093x em março
Assim, a taxa da inflação no período é de 9,26%.
Exercícios:
22) Um pé de alface saiu da horta custando R$ 0,30. O atravessador cobrou 100% sobre o preço
que pagou, o comerciante do CEASA cobrou 50% sobre o preço que pagou e o feirante,
30%. Quanto o consumidor pagará este pé de alface?
23) O salário mínimo sofreu ao longo do ano reajustes sucessivos de 10%, 30%, 25% e 15%.
Qual o reajuste total deste salário?
24) Uma classe trabalhadora deve receber no seu dissídio um total de 35% de reajuste referente
à inflação do período. Considerando que o empregador já reajustou o salário em 10% no
meio do período, qual deve ser a porcentagem de reajuste?
Uma fábrica de automóveis produziu 60 carros por dia. Qual a variação porcentual se ela
passou a produzir 45?
Observe que a base para o cálculo é 60.
De 60 para 45 houve uma variação negativa:
quantidade final - quantidade inicial = ∆ quantidade
45 – 60 = - 15
ou seja, um decréscimo de 15 carros: então a variação porcentual é :
Remarcação é o nome dado à diferença porcentual quando o custo é tomado como base: ∆
= 5 , custo (base) = 10
5
∴ remarcação = = 0,5 =50%
10
Ou na HP 12C:
10 ENTER 5 %T ⇒ 50%
Margem é o nome dado à diferença porcentual quando o preço é tomado como base:
∆ = 5 , preço (base) = 15
5
∴ margem = = 0,3333 = 33,33%
15
Ou na HP 12C:
15 ENTER 5 %T ⇒ 33,33%
Porcentagem do Total
• Felizberto vendeu 400m de tecido para a empresa A, 300m para a empresa B e 500m para C. A
quantidade de tecido comprada pela empresa B representa qual a porcentagem do total?
Total: 400 + 300 + 500 = 1200
Empresa B : 300
300
∴ = 0,25 = 25% do total
1200
graficamente temos:
A 33%
C 42%
B 25%
• De um total de 500 cadeiras no congresso nacional da Esbórnia a disputa eleitoral entre os três
partidos resultou nas seguintes conquistas:
p.M. 40%
Solução:
Eleições Anteriores:
210
Total: 500 cadeiras p.A. = = 0,42 = 42% do total
500
180
p.M. = = 0,36 = 36% do total
500
110
p.B. = = 0,22 = 22% do total
500
50% 42%
40% 40%
30%
38%
20%
36%
10%
0% 34%
Antes Agora Antes Agora
p.A. p.M.
30%
20%
10%
0%
Antes Agora
p.B.
50
Crescimento de p.A. é - = −0,24 = −24% (decréscimo)
210
20
Crescimento de p.M. é = 0,11 = 11%
180
30
Crescimento e p.B. é = 0,27 = 27%
110
Exercícios:
29) Um país tem 110 milhões de miseráveis, 40 milhões de pobres, 5 milhões de indivíduos de
classe média e 800 mil ricos. A classe média representa qual parcela do total?
30) Em relação à questão anterior, calcule a parcela de miseráveis.
31) Considere que o preço de uma calça jeans subiu 22%. Qual é seu novo preço, já que a calça
era vendida a R$ 60,00?
32) Um grupo de estudantes vai almoçar em um Restaurante. A conta, no valor de R$ 83,00, já
vem acrescida de 10%, referente à gorjeta para o garçom. Qual o valor da despesa, sem
incluir a gorjeta?
33) Uma indústria produziu 200.000 carros durante 1994. A previsão de crescimento dessa
indústria é de 15% ao ano. a) Qual deve ser a produção de 1995? b) E em 1996?
34) Uma moto foi comprada pelo preço de R$ 3.200,00 e revendida, em seguida, por R$
3.800,00.
a) Qual a margem de lucro em relação ao preço de compra?
b) Qual a margem de lucro em relação ao preço de venda?
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