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contrabaixo), como retrata Queiroz (2006) e Ray (2006), é pouco utilizado devido a
motivos econômicos, pois os instrumentos possuem um alto custo tanto para aquisição
quanto para manutenção, muito embora o ensino coletivo de cordas torne-se uma proposta
viável para a disseminação da prática do ensino de instrumentos de arco no Brasil.
Visto isso, de acordo com Cruvinel (2004), o ECIM começa a conquistar seu
espaço dentro da educação musical no Brasil, dentro dos diversos setores da educação,
sejam universidades, escolas de educação básica, projetos, ONGs, ou até mesmo
conservatórios, sendo utilizados vários métodos de teor coletivo, tais como: o projeto
Guri, o método Jaffé (o qual vou me ater nesse trabalho), o método Suzuki, Oficina de
Cordas - EMAC – UFG - e em vários outros campos experimentais sob a orientação de
grandes estudiosos no tema.
No que tange à estrutura da aula é valioso considerar que a carga horária semanal
ideal seria de no mínimo 3 horas, divididas em duas aulas de 1h e 30 minutos.
(GALINDO, 2000 apud CUVINEL, 2005). Já Oliveira (1998), também citado por
Cruvinel (2005) afirma que a carga horária ideal é a de 3 aulas por semana, sendo cada
aula com duração de 2 horas.
Em relação à duração do ensino coletivo de instrumento, alguns autores defendem
a ideia de que o ECIM é uma metodologia utilizada apenas no estudo inicial do
instrumento, e por conta disso colocam a duração de três a quatro semestres.
Cruvinel (2009) divide a aula basicamente em quatro etapas: a primeira é chamada
pela autora como “momento inicial”, quando é feita a organização do espaço onde haverá
a aula, organização das cadeiras, afinação dos instrumentos e ambientação dos alunos.
Depois passamos para a segunda etapa, a qual é chamada pela autora de “momento
revisão”, nessa etapa é feita toda a revisão do conteúdo trabalhado nas aulas anteriores.
Passamos então para nossa terceira etapa, denominada de “momento de conteúdo novo”,
um momento onde serão introduzidos novos conteúdos, valendo ressaltar que deve ser
implementado um conteúdo técnico ou um elemento teórico de cada vez. A quarta e
última etapa é o “momento finalizador”, como o próprio já o diz é um momento de
encerramento, onde serão antecipados os conteúdos que serão vistos na aula seguinte
como uma forma de estímulo, gerando também uma conscientização acerca da
assiduidade, pontualidade e participação. Com a necessidade de aprofundar e trabalhar
mais os conhecimentos já adquiridos, para que os alunos possam fixar cada vez mais o
conteúdo, é importante dar um novo enfoque, concretizando cada vez mais o
conhecimento de maneiras diferenciadas. Nesse caso a junção do “momento de revisão”
com o “momento de conteúdo novo” dão lugar ao “momento de fixação e
amadurecimento”. A autora ainda cita uma outra parte da aula chamada de “momento de
relaxamento”, onde será trabalhada a consciência corporal a sensibilização e o
autoconhecimento. Tal preocupação existe tanto no ECIM quanto nas metodologias
ativas, onde o corpo e a música juntos formam um só elemento, onde um complementa o
outro, onde um contribui com o outro. Podemos perceber essa importância na
metodologia do pedagogo Émile-Jaques Dalcroze, que defendia veemente a
conscientização corporal.
O corpo expressa a música, mas também transforma-se em ouvido,
transmutando-se na própria música. No momento em que isso ocorre,
música e movimento deixam de ser entidades diversas e separadas,
passando a constituir, em sua integração com o homem, uma unidade. Esse
é o modo pelo qual Dalcroze supera o dualismo em sua busca pelo todo. Se
recordarmos que a música, na concepção romântica, era considerada a mais
espiritual das artes, porque desencarnada, puro espírito, podemos
compreender que a aspiração à unicidade, para Dalcroze, teria que fazer
proceder a sua encarnação, ligando as entidades separadas - corpo e
espírito, ou ‘corpo e música’. (FONTERRADA, 2008, p. 133)
Para concluir a estrutura da aula, Cruvinel coloca uma última possível etapa que
é o “momento ensaio”, quando é realizado os ensaios para os recitais finais, obviamente
com foco no repertório produzido durante o semestre.