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VIDA
DEVOCIONAL
Desenvolvendo a intimidade com o
Senhor
1.1. Sumário
I. INTRODUÇÃO
Penso que na essência, todo pastor deseja grandes mudanças em suas igrejas
e daí a quantidade exorbitante de atividades a que nos entregamos todos os
dias: aconselhamentos, visitas, escrever artigos, fazer ligações telefônicas,
preparar estudos e sermões, separar tempo para planejar, reunir-se com a
liderança, etc.…
Obviamente, existe por trás deste excesso de atividades uma cultura – nosso
mundo é voltado para o sucesso. Em razão disso, em nossas muitas atividades
eclesiásticas somos cada vez mais dominados por superlativos. Orgulhamos por
ter uma grande Igreja, um grande coral, um grande…
1
http://igrejapuritana.blogspot.com/2014/02/como-esta-sua-vida-de-oracao-martyn.html
2
Abro aqui um parêntesis para recomendar a leitura do livro de Henry Nouwen “No Nome de Jesus”,
onde o autor fala de três tentações mais comuns no ministério pastoral: ser relevante, ser espetacular e ser
poderoso.
I-5
Aprendemos com nosso Senhor Jesus em Lucas 5:15,16, que a ação interna
(oração) tem precedência sobre a ação externa (proclamação). O v.15 nos
informa que muitas pessoas procuravam a Jesus para serem curadas por ele e
o v.16 afirma “ele porém se retirava para lugares solitários e orava”. Jesus
percebeu o perigo e não caiu na armadilha de se entregar ás atividades,
negligenciando sua vida devocional.
Nós pastores insistimos com nossas ovelhas sobre a necessidade de elas terem
um tempo a sós com Deus. Mas não podemos nos esquecer que somos ovelhas
também, e que ter uma vida profunda de oração não perde o seu valor quando
somos ordenados ao ministério.
Você está em uma rotina espiritual? O objetivo desse curso é desafiar seu
coração para investir e revigorar sua prática devocional.
A vida devocional nunca deve ser vista como obrigação, mas sim como privilégio
para o cristão. No entanto, muitos não conseguem ver dessa maneira, pois ainda
não desfrutaram dos privilégios de ter um encontro diário com Jesus. Para
alguns, a grande dificuldade é conseguir entender o que leu na Bíblia. Para
II-7
Contudo, uma vez que o momento devocional deve ser parte do nosso dia a dia,
os resultados aparecem na intimidade com o Senhor, no conhecimento da
Palavra e na sua aplicação.
Não há maior elogio a um cristão do que chamá-lo de piedoso. Pode ser ele um
consciencioso pai; uma mãe amorosa; um zeloso obreiro eclesiástico; um
dinâmico porta-voz de Cristo ou um talentoso líder cristão. Tudo isso, porém, só
terá valor se a pessoa for piedosa.
As palavras piedoso e piedade aparecem apenas umas poucas vezes no Novo
Testamento; não obstante, a Bíblia toda é um livro sobre piedade. E quando, de
fato, essas palavras aparecem, estão carregadas de significado e instrução.
Certamente, pois, a piedade não é um luxo espiritual opcional para uns poucos
cristãos excêntricos de uma era passada ou para algum grupo de super santos
de nossos dias. É, a um tempo, dever e privilégio de cada cristão perseguir a
bondade, exercitar-se na piedade e estudar com diligência sua prática. Para isso
não temos necessidade de nenhum talento ou equipamento especial. Deus deu
a cada um de nós “tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade” (2
Pedro 1.3). O mais comum dos cristãos tem tudo o de que necessita, e o mais
talentoso dos cristãos deve usar esses mesmos recursos na prática da piedade.
3
BRIDGES, Jerry. Exercita-te na piedade. Editora Monergismo. 2016. (capítulo adaptado da obra de
Jerry Bridges.)
III-10
Esta atitude pessoal para com Deus é o que chamamos devoção. Porém, ela é
sempre devoção em ação. Não se trata apenas de um sentimento emocional, a
respeito de Deus. Não é o tipo de sentimento que nos domina quando cantamos
um antigo e majestoso hino de louvor ou um estribilho de adoração dos tempos
atuais. A devoção a Deus não é meramente um momento de leitura da Bíblia e
oração a sós, prática às vezes chamada de “devoções”. Embora esta prática seja
de vital importância para a pessoa piedosa, não devemos defini-la como
devoção.
Devoção não é uma atividade; é uma atitude para com Deus. Atitude esta que
se constitui de três elementos essenciais:
1. O temor de Deus;
2. O amor a Deus;
3. O desejo de Deus.
Ora, é óbvio que tal estilo de vida centrado em Deus não pode ser desenvolvido
e mantido sem um sólido fundamento de devoção a Deus. Só um forte
relacionamento pessoal com o Deus vivo pode impedir que tal compromisso se
torne opressivo e legalista. João escreve que os mandamentos de Deus não são
pesados. A vida piedosa não é cansativa, pois a pessoa piedosa é, antes de
tudo, devotada a Deus.
O apóstolo Paulo não contava como certa a piedade de Timóteo, seu filho
espiritual. Embora Timóteo tivesse sido seu companheiro e colaborador durante
alguns anos, Paulo ainda achou necessário escrever-lhe: “Exercita-te,
pessoalmente, na piedade” (ARA). Se Timóteo necessitava deste estímulo,
certamente também dele necessitamos hoje.
Insistindo com Timóteo a que se exercitasse na piedade, Paulo empregou um
verbo do mundo dos desportes cuja raiz é traduzida em diferentes versões
bíblicas por “exercitar”, “disciplinar” ou “treinar”, e refere-se ao treinamento
dos jovens atletas para participação nas competições desportivas da época.
Em outro lugar Paulo incentiva Timóteo a progredir em seu ministério, mas aqui
o objetivo é a devoção de Timóteo a Deus e a conduta resultante dessa devoção.
Muito embora fosse um ministro cristão experiente, com boas qualidades,
Timóteo ainda necessitava crescer em algumas áreas da vida cristã.
4
BRIDGES, Jerry. Exercita-te na piedade. Editora Monergismo. 2016. (capítulo adaptado da obra de
Jerry Bridges.)
IV-13
Paul Tripp, em sua obra Vocação Perigosa chama a nossa atenção para dois
grandes perigos no ministério pastoral:
Quanto mais tempo no ministério, mais obstáculos você terá conhecido, mais
tropeços terá tido e mais fácil será você pensar que chegou ao topo do sucesso.
Você não é mais inexperiente em seu ministério. Os empurrões e puxões do
ministério na igreja local não são mais novidade para você. Provavelmente você
não ficará mais surpreso pelo que acontecerá a seguir porque já viu quase de
tudo acontecer. Você veio a saber que ministério é guerra. Você sabe que
frequentemente ele é tão desapontador quanto empolgante. Você sabe que terá
ambos: os seus caluniadores e os seus defensores. Você conhece as pressões
que enfrentará, equilibrando ministério e família. Você sabe que o ministério da
igreja local passa por fases.5
Assim, toda essa experiência faz você sentir que é maduro, mas isso pode ser
um espelho perigoso e distorcido no qual olhar.
A experiência lhe ensinará algumas coisas, mas ela simplesmente não tem o
poder de torná-lo santo. Infelizmente, quando você deixa a experiência lhe dizer
que você é maduro, quando não o é, você deixa de se comprometer com a
mudança porque não acredita que ela seja necessária.6
O conhecimento bíblico é vital, essencial, insubstituível, mas ele não deve ser
confundido com a verdadeira fé ou maturidade espiritual pessoal. A fé é
profundamente mais do que o que você faz com o seu cérebro. O conhecimento
é um aspecto da fé, mas não a define. Finalmente, fé é um investimento do
5
TRIPP. Paul. Vocação Perigosa. Ed. Cultura Crista. 2018. p.135
6
TRIPP. Paul. Op Cit., p.136
IV-14
coração que leva a uma forma radicalmente nova de viver a sua vida. A
maturidade espiritual é mais do que maturidade de conhecimento.
Lloyd.Jones mostra qual é o perigo que nos cerca caso valorizemos apenas o
conhecimento intelectual:
De muitas maneiras, o maior perigo com que todos nos defrontamos, é o perigo
de nos contentarmos com um conhecimento e uma apreensão meramente
intelectuais das coisas espirituais. Tal conhecimento é sumamente valioso, mas
se ficar nisso, poderá ser completamente inútil e, de fato, positivamente
danoso, porque poderá drogar-nos e deixar-nos numa condição em que
achamos que nada mais é necessário.7
7
LLOYD.Jones, D.M. Os Puritanos – Suas Origens e Seus Sucessores. PES: São Paulo. 1993. p. 58
IV-15
Apocalipse 1.3: “Bem-aventurados aqueles (e) que leem (lê) e aqueles que
ouvem…”
Andar com Deus implica ter comunhão com ele. Sua Palavra é absolutamente
necessária e central à nossa comunhão com ele. Para agradarmos a Deus é
preciso que conheçamos a sua vontade: como ele quer que vivamos, o que ele
deseja que façamos. Sua Palavra é o único meio pelo qual ele comunica essa
vontade a nós. É impossível exercitarmos a piedade sem constante, regular e
equilibrada ingestão da Palavra de Deus em nossa vida.
Expressamos esta vital dependência de Deus orando para que ele nos faça
crescer em devoção a ele.
Davi orou: “Dá-me um coração inteiramente fiel, para que eu tema o teu nome”
(Salmo 86.11).
Paulo orava para que os cristãos efésios pudessem compreender a largura, e o
comprimento, e a altura, e a profundidade do amor de Cristo (Efésios 3.16-19).
E Davi orava para que pudesse morar na casa do Senhor, contemplar a sua
beleza e meditar no seu templo (Salmo 27.4).
Cada uma dessas orações reconhece que o crescimento em devoção a Deus
provém dele.
8
http://www.seminariojmc.br/index.php/2018/06/29/quatro-motivos-de-john-owen-para-a-vida-de-
oracao-do-pastor/
9
Nascido em 1616, John Owen é um dos mais renomados teólogos puritanos. A Morte da Morte na Morte
de Cristo, é, provavelmente, o seu livro mais famoso e mais influente. Foi publicado em 1647, quando
Owen tinha 31 anos. É o livro mais completo e provavelmente o mais persuasivo já escrito sobre o “L” em
TULIP: expiação limitada. (Notas minhas)
V-20
Cremos que a oração é um recurso indispensável para revitalizar nossa vida com Deus
e nos levar a experimentar crescimento e transformação em nossa vida pessoal, em
nossos lares e em nossas igrejas. A prática da oração é a arte de entrar na presença de
Deus e, por meio da fé, com base no sacrifício de Cristo, falar com Deus com toda
liberdade por meio da palavra audível ou silenciosa.
A tão conhecida “Oração do Pai-Nosso” foi dada por Jesus para nos servir de
modelo, de orientação em nossas orações. Em Mateus 6:9 lemos “Vos orareis
assim...”, mostrando que esta deveria ser uma oração modelo. É preciso aqui
fazer uma advertência - Jesus não deu esta oração para ser simplesmente
repetida, mas para servir de bússola para nos orientar nas prioridades que
devem fazer parte de nossa vida de oração.12 No entanto, como disse Timothy
Keller, a Oração do Pai Nosso é um recurso subutilizado, em parte por ser
familiar demais. 13 Na aula de hoje vamos estudar essa “oração modelo” e
aprender o que ela significa em nossa comunhão com Deus.
10
BUNYAN, John. Um Tratado sobre a Oração. E-book. O Estandarte De Cristo.com. 2014. p.5 (acessado
em 27/12/2016)
11
Em resposta à pergunta 88 do Catecismo Menor de Westminster: “Quais são os meios exteriores e
ordinários pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos da redenção? ”, lemos: “Os meios exteriores e
ordinários pelos quais Cristo nos comunica as bênçãos são as suas ordenanças, especialmente a Palavra, os
sacramentos e a oração, os quais todos se tornam eficazes aos eleitos para a salvação. ”
12
R.C. Sproul, Discípulos Hoje. Editora Cultura Cristã. São Paulo. 2008. pg. 94
13
KELLER, Timothy. Oração – experimentando intimidade com Deus. Edições Vida Nova. São Paulo.
2016. p.118
VI-22
Antes de nos ensinar as seis petições da sua oração, nos versos 5 a 8 de Mateus 6,
Jesus apresenta a maneira errada e a certa de orar.
b) Cuidado com a oração mecânica: O segundo alerta que Jesus faz está no verso
7 é que devemos evitar a oração mecânica, repleta de repetições. “E orando não
useis de vãs repetições, como fazem os gentios, que presumem que pelo muito
falar, serão ouvidos”. Jesus está proibindo qualquer tipo de oração com a boca,
quando a mente e coração não estão participando.
Agora, em relação à maneira correta de orar, Jesus nos ensina que devemos ter em
mente alguns princípios:
De nada adianta entrar no quarto, fechar a porta, se a todo tempo, estou cheio
de mim mesmo, pensando em meu próprio eu, orgulhando-me de minhas
orações. Com igual razão eu poderia estar orando nas ruas e praças14.
14
John Stott, A Mensagem do Sermão do Monte. Editora ABU. São José dos Campos. 1997 p. 147
VI-23
senhores, Rei dos reis. Ele é aquele que me conhece, sabe de minhas
lutas e quer o melhor para mim (Ef. 3:20)
1) Pai nosso que estás no céu – v. 9 - "Que estás no céu" abre a oração
modelo lembrando-nos da sua infinita perfeição e da nossa imperfeição e o
abismo que nos separa. Devemos sim, nos aproximar de Deus como Pai, com
intimidade, mas com toda reverência, pois há um elemento de separação entre
nós e Deus. Devemos chegar a Deus com ousadia, porém nunca com arrogância
e pretensão. “Que estás no céu” serve para observar o seguinte: Quando
oramos, devemos lembrar quem somos e a quem estamos nos dirigindo15. Mas
também, chamar Deus de Pai, nos lembra da nossa posição em Cristo. 16
Ninguém pode chamar Deus de pai a menos que esteja certo de sua filiação pela
graça a família da fé.
15
R.C. Sproul, Discípulos Hoje, pg. 98
16
KELLER, Timothy. Oração – experimentando intimidade com Deus. Edições Vida Nova. São Paulo.
2016. P.119
17
John R.W. Stott, A Mensagem do Sermão do Monte, ABU Editora, p. 150
VI-24
• Seja feita tua vontade • Não nos deixe cair em tentação, mas
Livra-nos do mal
Assim que Pedro e João foram soltos, dirigiram-se aos irmãos e promoveram
uma reunião de oração (At 4.23,24). Se intencional ou não, a igreja seguiu o
padrão da oração do Pai Nosso. Podemos perceber que a oração de Atos 4.23-
31 tem duas grandes divisões: 1ª.) O centro da oração é a pessoa de Deus. O
que eles dizem na sua oração salienta um dos propósitos mais importantes da
oração – glorificar a Deus; 2ª.) Na segunda divisão eles apresentam suas
necessidades.
1.1. Santificado seja teu nome. O nome para o judeu representa a pessoa que
o usa, o seu caráter e a sua atividade. (João 17.1-5; 12.27,28; Sl 115.1).
Orar é um problema para muitas pessoas em nossos dias. E qual é o problema?
Não conhecem a Deus. É impossível ter prazer na oração quando não se
conhece a Deus e não se tem prazer nele. A quem estamos nos dirigindo? A
quem vamos orar? Temos que iniciar por este ponto. Não podemos começar
conosco mesmos.
1.2. Venha a nós o teu Reino. Orar que o seu reino "venha" é orar que ele
cresça à medida que as pessoas se submetam a Jesus através do testemunho
da Igreja, e que logo ele seja consumado com a volta de Jesus em glória para
assumir o seu poder e o seu reino. Estamos na oração “Venha o teu Reino”,
fazendo uma oração missionária. Estamos desejando que o evangelho tenha
sucesso alcançando homens e mulheres, tirando-os do domínio do pecado e do
reino das trevas, para o Reino de Deus (I Co 15:24-28; II Co 4:3-5 ).
1.3. Seja feita tua vontade. A vontade de Deus é "boa, aceitável e perfeita" (Rm
12.2; Mt 26.39 – Jesus no Getsêmane). “Assim na terra como no céu”. O que
Jesus nos incita a orar é que a vida na terra se aproxime o mais possível da vida
no céu, pois a expressão na terra como no céu parece aplicar-se igualmente à
santificação do nome de Deus, à propagação do seu reino e à consumação da
sua vontade.
VI-25
1.1.O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje. O pão (mais simples de todos
os alimentos) representa também que devemos pedir por aquelas coisas
que precisamos para vivermos uma vida saudável, as coisas necessárias.
Esta oração não autoriza a pedirmos coisas para uma vida de luxo e
extravagâncias. O contentamento na vida não é adquirido através dos
bens que possuímos, mas por uma vida submissa a Deus. (Fl. 4: 11).
É sempre uma tragédia para a vida cristã e para a nossa comunhão com Deus
quando caímos em tentação. Por isso, nosso Senhor, na sua oração modelo nos
ensina a orar para não cairmos em tentação. Tentar é induzir ao pecado com o
objetivo de: nos enfraquecer, nos afastar de Deus, nos entristecer, roubar nossa
alegria cristã e gerar endurecimento em nosso coração, dentre outras coisas. A
tentação é universal e inevitável. Todos, sem exceção, em todo o lugar, passam
pelo crivo da tentação (João 17.15).
O melhor dos santos pode ser tentado pelo pior dos pecados. Por isso, não
devemos estimular, mas também não podemos ignorar esta realidade. Ser
tentado não é pecado. O cair é. “Não vos sobreveio tentação que não fosse
humana” (cf. 1Co 10.13). “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não
caia” (cf. 1Co 10.12).
Quais são algumas áreas de sua vida em que você precisa estar mais atento,
vigiando em oração para não cair diante das tentações?
"Não permitas que sejamos induzidos à tentação que nos possa derrotar,
mas livra-nos do maligno". Assim, por trás dessas palavras que Jesus nos deu
para orar, encontramos a implicação de que o diabo é o tentador. Satanás nos
tenta em momentos oportunos, quando estamos mais vulneráveis. Devemos nos
lembrar de que um dos momentos em que Jesus foi tentado foi quando estava
com fome. Satanás tenta nos momentos de carência, necessidade, onde
VI-27
VII. ADENDO
Quantas vezes você já desejou orar pôr alguém ou pôr alguma coisa e
simplesmente se esqueceu? Você já pediu alguma coisa a Deus, e depois se
esqueceu de agradecer-lhe quando recebeu aquilo que pediu? Ou será que
você, como eu já tenho feito, orou de maneira tão genérica que não ficou
sabendo se Deus respondeu ou não sua oração?
George Müeller, um santo homem de oração, inglês, deixou-nos uma herança
espiritual. Deixou-nos um caderno de oração chamado “Os tratos de Deus com
George Müeller”. Nesse caderno há um registro de mais 50.000 respostas
específicas a orações. Manter um Caderno de Orações vai revolucionar seu
relacionamento com Deus. Será uma experiência estimulante para você. Daqui
a um ano, ou mesmo daqui a dez anos, você poderá olhar para trás como George
Müeller fez, e agradecer a Deus sua fidelidade em atender você nas suas
necessidades mais profundas e em dar tudo a você como seu filho.
Mantenha o seu Caderno de Orações junto `a sua Bíblia. E quando você estiver
se comunicando com Deus em oração e estudo bíblico, escreva seus louvores,
confissões, agradecimento, pedidos e intercessões.
Sua fé crescerá continuamente enquanto você constata as respostas específicas
às suas orações.
Manter um Caderno de Orações é mais ou menos a mesma coisa que marcar a
altura de um garotinho de quatro anos, fazendo uma marca na parede do quarto.
Quando ele fizer cinco, não sabe o quanto cresceu durante esse tempo, até que
vendo a marca atual pode compará-la com a anterior. Manter um Caderno de
Oração permitirá que você experimente a emoção de observar como Deus está
ajudando você a crescer na fé.
Toda vez que você se encontra com Deus sua fé se fortalece. Depois de alguns
meses olhe para trás e sua fé vai dar um salto quando você notar que foi dirigido
pôr Deus e que Ele respondeu às suas orações.
Seu Caderno de Orações pode também torná-lo muito humilde. Quando realizar
alguma coisa e começar a dizer: “Veja o que eu fiz ... olhe só o que realizei”, olhe
no seu Caderno de orações. Você pode descobrir que foi uma das respostas de
Deus às suas orações. Então, agradeça a Ele!
VIII-29
Enumere algumas coisas que Deus diz que recebemos de sua Palavra?
Salmo 1
v. 1 “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém
no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
v. 2 Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
v. 3 Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o
seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido”
"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para ensino, para a repreensão, para
a correção, para a educação na justiça" (2Tm 3.16).
Toda Escritura é útil para:
a) Útil para o ensino. Ensinar - Pv 2:1-5; Jo 17:3
b) Útil para a correção. Corrigir as falhas / restaurar
c) Útil para a repreensão. Repreender o erro
d) Útil para a educação na justiça. Educar (maneira certa de viver
Não é suficiente ler a Palavra de Deus, mas deve ser nosso cuidado obter
algum proveito nela, para que nossas almas sejam nutridas nas palavras da
fé (1Tm 4.6). Por que mais a Escritura foi escrita senão para o nosso
proveito? Deus não nos deu sua Palavra apenas como uma paisagem para
ser contemplada, mas a entregou como um pai entrega um depósito de
dinheiro para que o filho o faça prosperar.18
18
Watson, Thomas . Como Ler a Bíblia . Edição do Kindle.
IX-31
02 - Qual nota de zero a dez você daria a si mesmo quanto a seu estudo bíblico
pessoal no último mês? _________ (seja o mais sincero possível)
03 - Abaixo temos uma lista de alguns dos problemas mais comuns que
dificultam nosso estudo da Palavra. Marque com um “X” os problemas que você
está enfrentando agora.
a) ( ) Falta de motivação e dificuldade na concentração. Abrir a Bíblia para
o estudo pessoal é uma luta. Quando tenho tempo para descansar ou fazer o
que quero, encontro muitas outras coisas que acabo fazendo.
b) ( ) Falta de tempo. Minha vida é tão corrida que dificilmente encontro tempo
para o estudo pessoal da Bíblia. Quando procuro estudar a Bíblia, estou tão
cansado que é difícil aproveitar.
c) ( ) Falta de entendimento de português. O português é tão difícil para
entender que a leitura da Bíblia é uma luta.
d) ( ) Falta de entendimento do significado espiritual. Entendo o português,
mas tenho dificuldade em entender e interpretar a Bíblia.
e) ( ) Falta de entendimento de como a Bíblia se aplica à minha vida diária.
Eu leio e estudo a Bíblia, entendo o que estou lendo, mas tenho dificuldade em
ver como essa leitura se aplica à minha vida.
f) ( ) Falta em perceber mudanças na minha vida baseado no meu tempo
na Palavra. Procuro aplicar o que estou lendo, mas de uma forma ou outra essa
aplicação desaparece no decorrer ou no dia a dia de minha vida.
19
KORNFIELD, David E. Crescendo na Palavra. Editora Sepal. 1997
IX-32
06 - Agora vamos tabular nossas respostas ao item acima. Vamos anotar aqui
quantos de nós indicaram cada um dos seguintes pontos como problemáticos.
a) b) c) d) f) g)
___ ___ ___ ___ ___ ___
De forma muito simples, aqui seguem algumas dicas sobre como superar as seis
dificuldades indicadas acima:
01 - Quanto ao primeiro ponto, falta de motivação para estudar a Bíblia e
dificuldade na concentração, o que poderia nos ajudar nesta área?
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
______________
Quando sentimos uma falta de motivação para estudar a Bíblia, eis algumas
coisas que podem nos ajudar:
A - Descansar. A maioria dos líderes da igreja leva uma vida tão corrida que
não tem energia emocional e espiritual para fazer algo que requer sua própria
iniciativa, mesmo que seja para seu próprio bem. O mandamento bíblico de
descansar um dia em sete se perde no ativismo evangélico. (Veja Gn. 2.2,3:
Ex. 20.8-11; 2 Co. 36.17-21).
B - Avaliar nossa saúde e nosso estado físico. Estamos dormindo o
suficiente? Fazendo exercício suficiente? Comendo bem, mas não comendo
demais? Se nosso estado físico não é bom, isso vai influenciar bastante em
nosso estado espiritual e em nossa motivação.
C - Mudar nosso ambiente. Às vezes, não temos um lugar sossegado para
meditar e estudar. Nesse caso, devemos procurar tal lugar.
D - Avaliar o quanto estamos envolvidos nas vidas de outras pessoas. Pode
ser que estejamos envolvidos demais, ou que não estejamos envolvidos o
suficiente. No primeiro caso, podemos nos afundar emocionalmente. No
segundo caso, precisaríamos procurar mais envolvimento, pois uma das coisas
que mais nos motiva a procurar respostas de Deus e de Sua Palavra é encontrar
pessoas necessitadas que precisam de alguma coisa além da que nós já temos
para dar.
E - Encontrar alguém para ser companheiro de estudo e de oração. Muitas
vezes uma segunda pessoa ou um grupo pequeno pode nos alentar bastante
em nossa vida espiritual. Veja Eclesiastes 4: 9 - 12.
F - Ordenar sua escrivaninha ou pelo menos ordenar os papéis e a lista de
coisas que você tem a fazer. A desordem tira a energia e motivação.
G - Usar uma versão popular da Bíblia como a Linguagem de Hoje ou a
Bíblia Viva. Muitas vezes, ouvir a Palavra de Deus em novas palavras traz um
refrigério espiritual. Especialmente se conhecemos muito bem a Bíblia, pode nos
abençoar bastante ouvir outras coisas sob uma nova perspectiva.
IX-34
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
Vejamos:
10.2. O que eu vou fazer com base nisto. Isto também pode tomar várias
formas:
I. Se você quiser ter proveito na leitura, remova aquelas coisas que impedirão
o seu proveito. I Pedro 2.1-3
A lógica de Pedro: Agora somos novas criaturas em Cristo e fomos gerados pela
Palavra, precisamos nos alimentar desta Verdade para continuarmos a crescer
na vida cristã.
II. Leia a Escritura com reverência. Pense que, em cada linha que lê, Deus
está falando com você.
III. medite sobre o que você leu. “Meditarei nos teus preceitos” (Sl 119.15).
A palavra no hebraico para meditar significa ser intenso na mente. Na
meditação deve haver a fixação dos pensamentos sobre o objeto. “Maria, porém,
guardava todas estas palavras, meditando-as no coração” (Lc 2.19).
XI-41
VI. Coloque em prática aquilo que você lê. “Guardo os teus preceitos” (Sl
119.56).
VII. Ore para que Deus lhe dê proveito na Escritura. “Eu sou o SENHOR, teu
Deus, que te ensina o que é útil” (Is 48.17). Faça a oração de Davi: “Abra meus
olhos, para que contemple as maravilhas da tua lei” (Sl 119.18).
XII-42
Queremos deixar aqui algumas dicas que podem ajudá-lo a interagir com a
palavra de Deus nesse ano de maneira sistemática e disciplinada.
Nada melhor para manter uma vida disciplinada de leitura da palavra com um
plano de leitura bíblico. Aliás, naqueles dias em que o nosso coração se encontra
frio, por mantermos a nossa disciplina e recorremos à palavra de Deus (mesmo
sem vontade), Deus irá trazer vida a esse “vale de ossos secos”. Temos que crer
naquilo que Jesus mesmo disse: “As palavras que eu lhes disse são espírito e
vida” (Jo 6.63).
Lembre-se que o plano não deve virar um ídolo. Deus nos deu muitas
ferramentas que auxiliam no nosso crescimento e maturidade. Um plano de
leitura bíblica é uma dessas ferramentas. Mas temos que ter o devido cuidado
20
https://voltemosaoevangelho.com/blog/2019/01/como-ler-a-biblia-e-fazer-seu-devocional-em-2019/
XII-43
de não permitir que a ferramenta se torna o alvo em si. O alvo da nossa leitura é
conhecer mais a vontade de Deus. É experimentar, por meio da Palavra, aquele
convite feito pelo nosso Salvador: “Provai, e vede que o Senhor é bom“.
Quando o plano vira um ídolo, a leitura bíblica acaba virando algo que nos
sobrecarrega — ao invés de uma expressão da graça maravilhosa de Deus.
Se você usar o seu celular para ler a palavra, talvez dentro de um ônibus ou
metrô no caminho do seu trabalho, ou preferir no intervalo da sua faculdade, seja
XII-44
disciplinado assim mesmo! O nosso Deus não “habita no nosso quarto feito por
mãos humanas” e “vivemos, nos movemos e existimos nele” (At 17.24, 28).
Temos a promessa que podemos nos aproximar de Deus em todo momento e
em qualquer lugar. Não é o tempo da nossa devocional que conta, e sim se
fazemos com fé e em nome de Cristo Jesus.
“Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei” (Sl 119.18).“Oro
também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que
vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa
herança dele nos santos” (Ef 1.18)
Medite sobre o que foi lido brevemente e ore depois da leitura aplicando o texto
bíblico ao seu coração. É assim que internalizamos a palavra de Deus em nós e
direcionamos a nossa oração à vontade divina e não à nossa. Nossa oração é
viciada, oramos sempre pelas mesmas coisas. Mas, se tivermos a disciplina de
orarmos o próprio texto que lemos, seja uma única palavra do texto ou um verso,
estamos nos submetendo em oração à “boa, perfeita e agradável vontade de
Deus” para as nossas vidas. É essa oração que Deus sempre responde!
É isso querido leitor. Que essas dicas sejam úteis para a nossa caminhada na
palavra nesse novo ano.
XIII-46
Introdução
Na caminhada cristã, todos tropeçamos e nos sujamos de novo com o pecado.
Como voltar ao prumo? Como retomar o caminho de santidade e obediência
proposto por Deus? E o pecado é um grande obstáculo à nossa consagração.
A confissão verdadeira remove a crise provocada pelo pecado e
restaura a comunhão perdida ou arranhada.
Por meio da contínua confissão de qualquer transgressão e de qualquer omissão
é perfeitamente possível manter a higiene da alma e a comunhão com Deus.
O homem que cometeu adultério com Bate Seba e mandou matar o marido dela
admite que perdeu muito tempo enquanto calou os seus pecados. A mão de
Deus pesava sobre ele dia e noite e o seu vigor se tornou em sequidão de estio.
Ele precisava desesperadamente do perdão de Deus e da perfeita paz, que só
viriam depois da confissão. Davi mesmo se prejudicou e se desgastou
desnecessariamente, atrasando o processo da cura do pecado (Sl 32.1-5). É de
todo necessário conhecer e analisar os obstáculos que tornam morosa e tardia
a prática da confissão:
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1. Orgulho
O pecador não quer admitir que pecou e resiste ao processo que o pode levar a
ter convicção de pecado. Ele diz: "Não pequei", quando deveria dizer exatamente
o contrário: "Pequei". O fariseu da parábola de Jesus chegava a dar graças a
Deus porque não era como os demais homens, nem ainda como aquele
publicano que se declarava culpado diante de Deus (Lc 18.9-14). Tais pessoas
preferem fugir a vida inteira da justiça divina, à semelhança de Caim: "Serei
fugitivo e errante pela terra" (Gn 4.14).
2. Consciência endurecida
O pecador não percebe o seu próprio pecado. Enxerga com facilidade e, às
vezes, com lentes de aumento o pecado alheio, mas é incapaz de se ver "infeliz,
sim, miserável, pobre, cego e nu", como aconteceu com o anjo da igreja em
Laodicéia. (Ap 3.17.) Este é um fenômeno comum. Quando acusado, o pecador
sempre pergunta: "Por que nos ameaça o Senhor com todo este grande mal?
Qual é a nossa iniquidade, qual é o nosso pecado, que cometemos contra o
Senhor nosso Deus?" (Jr 16.10.) Essa dificuldade leva o pecador às raias do
cinismo: "Em que desprezamos nós o teu nome?", "Em que o enfadamos?", "Em
que havemos de tornar?", "Em que te roubamos?" e "Que temos falado contra
ti?" (Ml 1.6; 2.17; 3.7, 8, 13.)
3. Medo de pecar outra vez
O pecador admite que pecou, mas já cometeu o mesmo pecado outras vezes e
não está suficientemente seguro de que não o cometerá mais. Então, ele prefere
não confessar a reincidência. Ele teme o cinismo, o que é uma virtude. Porém a
falta de confissão vai deixar a porta aberta ao pecado, além de trazer outros
prejuízos.
Se houver arrependimento, nada impede que ele volte à
confissão quantas vezes forem necessárias.
Ora, se Jesus nos ensinou a perdoar "até setenta vezes sete" (Mt 18.22), não
nos perdoaria o mesmo tanto se dele nos aproximássemos para dizer mais uma
vez: "Estou arrependido"? (Lc 17.3-4.)
4. Noção de pecado
O pecador não sabe ao certo o que é pecado. Ele é capaz de coar o mosquito e
engolir o camelo (Mt 23.24). Dá mais atenção à tradição cultural do que à Palavra
de Deus (Mt 15.6). Às vezes, só enxerga o pecado sexual; outras, só toma
conhecimento do pecado social. Para resolver essa dificuldade realmente séria,
é necessário recorrer ao conceito de pecado tão bem resumido nestas palavras:
"Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou qualquer
transgressão dessa lei".
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faz com um pequeno riacho" (Sl 32.4, BV). É esse estado de fraqueza que
aproxima o pecador da prática da confissão.
6. O confronto com a santidade de Deus
Um pequeno momento na presença da glória de Deus é suficiente para abalar
profundamente qualquer pecador. Ele enxerga claramente tanto a santidade
absoluta de Deus como a sua depravação pessoal. Então é capaz de reagir
como Pedro reagiu: "Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador" (Lc 5.8). Por
causa do pecado, o homem não suporta a glória do Senhor. O só ouvir a voz de
Deus na transfiguração de Jesus fez com que Pedro, Tiago e João caíssem de
bruços, tomados de grande medo (Mt 17.6). O mesmo aconteceu com os pais
de Sansão (Jz 13.20,22) e com João na ilha de Patmos (Ap 1.17). Também
Gideão (Jz 6.22) e Isaías (Is 6.5) estremeceram diante da presença do Senhor.
Deus ainda se manifesta em glória, ora por meio de um texto sagrado, ora por
meio de uma mensagem poderosa, ora por meio de uma experiência pessoal
com o Senhor.
7. A palavra acusatória de alguém
Em certos casos, os expedientes introspectivos até agora apresentados não dão
resultado ou não funcionam sozinhos. É preciso que alguém diga ao pecador
que ele pecou. Foi o que Nata fez com o rei Davi: "Tu és o homem" (2 Sm 12.7).
Ou o que Elias fez com o rei Acabe (1 Rs 21.17-29) e o que Paulo fez com Cefas
(Gl 2.11-14).
8. O escândalo
Os pecados ocultos podem ser confessados e perdoados sem que venham
obrigatoriamente a público. Quando, porém, isso não acontece, o escândalo é
uma necessidade. Trata-se de um expediente doloroso e de impacto, mas
extremamente útil para acabar com o pecado secreto e provocar a necessária
confissão: "Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei"
(Sl 32.4). Só depois de ter sido nacionalmente responsabilizado pela derrota dos
israelitas na tomada de Ai é que Acã confessou o seu crime: "Verdadeiramente,
pequei contra o Senhor, Deus de Israel, e fiz assim e assim" (Js 7.20). Judá, um
dos seis filhos de Jacó e Lia, só admitiu a hediondez de seu pecado e de sua
hipocrisia quando o seu relacionamento carnal com a nora Tamar veio à tona:
"Mais justa é ela do que eu" (Gn 38.26).
9. A disciplina eclesiástica
Pode acontecer que o pecador não enxergue ou não se valha das várias
oportunidades de confissão que Deus lhe dá. Nesse caso, para o bem dele e da
igreja, será necessária a disciplina eclesiástica. Essa medida terapêutica,
embora extrema, quando bem-feita pode dar excelente resultado. O membro da
igreja de Corinto que possuiu a mulher de seu próprio pai e que foi duramente
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CONCLUSÃO
APLICANDO O ENSINO
1º.) O crescimento espiritual nada tem a ver com o favor de Deus. Deus não nos
ama mais à medida em que nos tornamos mais espirituais. Às vezes os pais
ameaçam seus filhos: "Se você fizer isso, Deus não vai mais gostar de você". De
forma nenhuma! O amor de Deus não é condicionado ao nosso comportamento.
Quando ainda éramos fracos, injustos, pecadores e inimigos (Romanos 5:6-10),
Deus provou seu amor por nós enviando-nos Seu Filho para morrer pelos nossos
pecados. Deus não nos ama mais apenas porque crescemos.
2º.) O crescimento espiritual nada tem a ver (necessariamente) com o tempo.
Não se mede crescimento espiritual pelo calendário. É possível uma pessoa ser
cristã durante meio século e ainda permanecer um bebê espiritual.
3º.) O crescimento espiritual nada tem a ver (necessariamente) com o
conhecimento.
Uma pessoa pode conhecer muitos fatos, ter muitas informações, mas isso não
é o mesmo que ter maturidade espiritual. A não ser que o conhecimento resulte
na sua conformidade a Cristo, ele será inútil. Para ter valor, este conhecimento
tem que transformar a vida.
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Algumas pessoas pensam que crentes maduros são aqueles que estão sempre
ocupados. Mas a ocupação no trabalho da igreja não resulta em maturidade
cristã, e nem a substitui. Pode até ser um obstáculo ao que é realmente vital e
importante na vida do crente. No capítulo sete de Mateus, lemos sobre um grupo
que clamará por aceitação da parte de Cristo baseado em obras maravilhosas.
Mas Ele os lançará fora. Ocupação não resulta em salvação — menos ainda em
maturidade.
Chave mestra é uma chave projetada para abrir uma série pré-determinada de
fechaduras, como por exemplo todas as portas de um setor ou de um departamento. É
usada principalmente por motivos de segurança para agilizar o acesso em casos de
emergência. Podemos dizer que a Bíblia é a chave mestra para abrir todas as demais
portas que nos ajudarão em nosso crescimento espiritual.
Uma das declarações que a Bíblia faz de si mesma é que a Palavra de Deus É
viva. "Fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível,
mediante a Palavra de Deus, a qual vive e é permanente" (1 Pedro 1:23). Paulo
refere-se à Bíblia como a Palavra da Vida (Filipenses 2:16). O escritor de
Hebreus declara ser a Palavra de Deus viva e eficaz (Hebreus 4:12). Como a
Palavra de Deus está viva?
a) A Bíblia é viva devido à sua atualidade. Você já folheou seus velhos livros de
escola? A maioria está desatualizada. A ciência continua a fazer novas
descobertas e novos livros são produzidos, no entanto, a Bíblia jamais se
desatualiza.
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b) A Bíblia é viva porque ela discerne os corações. Possui uma percepção interior
surpreendente. A Bíblia é uma espada afiada de dois gumes que discerne os
pensamentos e os propósitos do coração (Hebreus 4:12). Revela exatamente
aquilo que somos. E por isso que aqueles que desejam permanecer no erro não
a leem. Ela os descobre. Estas são algumas das razões pelas quais dizemos
que a Palavra de Deus é viva em si mesma.
Paulo lembra a mesma coisa a Timóteo, vista de outro ângulo: "Expondo estas
cousas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus, alimentado com as
palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido" (I Timóteo 4:6).
O alimento do crente é a Palavra de Deus. Precisamos dela
como um nenê precisa de leite, mas precisamos também crescer
para finalmente podermos comer carne.
4) Uma quarta razão pela qual dizemos que a Palavra de Deus vive é que ela
transforma a vida.
coisas erradas ou duvidosas da vida - tudo isto tem que ser retirado. Como? Pela
Palavra de Deus.
A melhor coisa que pode acontecer na nossa vida, após a salvação, é aprender
a estudar a Palavra de Deus noite e dia. Pois quanto maior a devoção que
dedicamos no estudo da palavra, mais podemos contemplar o rosto de Jesus
Cristo através das páginas das Escrituras, mais o Espírito de Deus me
transforma segundo a imagem de Seu Filho. O estudo bíblico precisa se tornar
a paixão do nosso coração.
Todas as coisas boas vêm através dela. Se desejamos viver, a Palavra de Deus
nos vivifica. Se desejamos crescer, é a Palavra de Deus que nos dá o
crescimento. E se desejamos ser transformados, é enquanto focalizamos nossa
atenção em suas páginas que a Palavra de Deus nos transforma.
Gostaria de sugerir cinco coisas específicas que você pode fazer a fim de usar
a Palavra de deus para o seu crescimento espiritual.
1) Primeiro: creia nela. Muitas coisas e muitas pessoas tentarão desviar sua
atenção e afeto, mas faça sua, a resposta de Pedro: "Senhor, para quem iremos?
Tu tens as palavras de vida eterna". (João 6:68). Creia na Bíblia. Aceite-a como
revelação de Deus.
2) Em segundo lugar, estude-a. Espero que, como Apoio, você se torne poderoso
nas Escrituras (Atos 18.24). Quando Jesus abriu e explicou as Escrituras aos
dois discípulos no caminho para Emaús, eles comentaram "Não nos ardia o
coração? " (Lucas 24.32). Estudar a Palavra deverá aquecer e inflamar o
coração.
4) Em quarto lugar, obedeça a Palavra de Deus. Faça o que ela diz. A obediência
a Deus não é opcional, nem é algo ao qual você se submete se tem vontade. É
obrigatória. Não seja um ouvinte apenas da Palavra. Tiago 1.22
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CONCLUSÃO:
Aplicando o ensino
1. De acordo com a aula de hoje, que decisão prática você vai tomar para começar
a crescer na sua vida cristã? Compartilhe com a classe. Seja específico.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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4) DRESCHER, John M., Se Eu Começasse Meu Ministério de Novo, Ed.
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Edições Vida Nova. São Paulo. 2016.
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16) ________________, O Perfil do Líder Cristão do Século XXI, Editora
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22) STOTT, John. A Mensagem do Sermão do Monte. Editora ABU. São
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