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A Carta Africana dos

Direitos Humanos e
dos Povos

Julho, 2019
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Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2019

O PNUD cria parcerias a todos os níveis da sociedade para aju-


dar a construir nações resilientes e alcançar um crescimento que
melhore a qualidade de vida de todos. Presente em cerca de 170
países e territórios, fornecemos uma perspectiva global e conhe-
cimento local para pessoas e as nações.

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As designações utilizadas e a apresentação do material nesta
publicação não implicam a expressão de qualquer opinião por
parte do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
sobre o status legal de qualquer país, território, cidade ou área
ou de suas autoridades, ou sobre delimitação de suas fronteiras
ou limites. Além disso, as opiniões expressas não representam
necessariamente a decisão ou a política declarada do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento, nem a citação de
nomes comerciais ou processos comerciais constitui endosso.

A CARTA AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS


ÍNDICE

I O que é a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos? __ 5


II Divisão da Carta _______________________________________ 7
III Reconhece como fontes ________________________________ 9
IV Principais Características ______________________________ 11
V Inovações Importantes da Carta ________________________ 15
VI Impacto da Carta ____________________________________ 17
VII Os Direitos Protegidos e Deveres Enunciados ____________ 19
VIII Os Direitos dos Povos e Direitos da “Terceira Geração“ _______ 21
IX Conclusão __________________________________________ 23

ÍNDICE
O que é a Carta Africana
dos Direitos Humanos e dos
Povos?

I. O QUE É A CARTA AFRICANA DOS DIREITOS HUMANOS E DOS POVOS?


A Carta
Africana dos Direitos
Humanos e dos Povos é um
instrumento internacional de direitos
humanos que se destina a promover e
proteger os direitos humanos e as
liberdades fundamentais no
continente africano.

As tarefas de
supervisão e de
interpretação
A Carta Africana da Carta foram
dos Direitos confiadas a
A Carta Africana Humanos e dos Comissão Africana
dos Direito Povos entrou dos Direitos
Humanos e dos em vigor em 21 Humanos e dos
Povos foi aprovada de Outubro de Povos – CADHP,
por unanimidade 1986, tendo sido que foi criada em
pela Assembleia declarado essa 1987, cuja sede
da Organização da data como o está em Banjul,
Unidade Africana “Dia Africano dos Gâmbia, desde
(OUA), em 1981? Direitos Humanos”. 1989.

Um Protocolo à Carta foi posteriormente adotado em


1998, do qual se deliberou sobre a criação do Tribunal
Africano dos Direitos Humanos e dos Povos – TADHP.

5
A proteção dos direitos do Homem no continente Africa-
no decorre de circunstâncias históricas específicas, relacionadas
com a descolonização e o direito à autodeterminação dos povos,
que dominaram os trabalhos da Organização de Unidade Africa-
na (OUA), desde 1963, data da sua criação, até ao final da década
de 70 do século passado. Com efeito, a questão dos Direitos do
Homem apenas surge formalmente no Preâmbulo da Carta da
OUA, nas referências à adesão aos princípios da Declaração Uni-
versal dos Direitos do Homem, ao direito dos povos a disporem
do seu próprio destino, bem como a cooperação em matéria de
respeito pelos direitos do Homem.
Decorrido o processo de independência dos Estados Afri-
canos, surge a Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Po-
vos, ou Carta de Banjul, aprovada pela Conferência Ministerial
da OUA, em Banjul, Gâmbia, em janeiro de 1981, sendo adotada
pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da OUA,
em 27 de junho de 1981, em Nairobi, Quénia, tendo entrado em
vigor em 1986. A Carta foi no entanto complementada em ou-
tubro de 1988, através do primeiro Protocolo em que se criou o
Tribunal Africana de Direitos do Homem e dos Povos.

6
II. DIVISÃO DA CARTA

Como está constituída a


Carta?
A Carta está constituída por
68 artigos, distribuídos entre
o preâmbulo e três partes.

III
II – Das – Disposi-
I
Medidas de ções Diversas
– Dos
Salvaguarda (artigos 64º
Direitos
(artigos 30º a a 68º)
e Deveres
63º)
(artigos 1º a
29º)

Sabia que:
II. DIVISÃO DA CARTA

Até a presente data,


54 Estados-membros
da União Africana
ratificaram a Carta

7
A RETER:
Os DIREITOS são estabelecidos no primeiro capítulo da Car-
ta, enquanto os DEVERES estão expressos no segundo.
De entre os direitos destacam-se:
• Igualdade perante a lei e igual proteção da lei;
• Inviolabilidade da vida, integridade física e moral;
• Dignidade inerente à pessoa humana e reconhecimen-
to da personalidade.
• Proibição de todas as formas de exploração do Homem,
especialmente a escravatura, o tráfico de pessoas, a tortura física
ou moral e as penas ou tratamentos cruéis.

8
III. RECONHECE COMO FONTES:

• A Carta da Organização das Nações Unidas


• A Declaração Universal dos Direitos Humanos
• As tradições históricas e os valores da civilização africa-
na.
Proclama a luta pela verdadeira independência e dignida-
de da África, a eliminação do colonialismo, neocolonialismo,
apartheid, sionismo, bases militares estrangeiras de agressão e
quaisquer formas de discriminação, dos quais se destacam as
que se baseiam em raça, etnia, cor da pele, sexo, língua, religião
ou opinião política. Enfatiza também a adesão às liberdades e
aos direitos humanos dos povos contidos nas declarações, con-
venções e outros instrumentos adotados no quadro da OUA, do
Movimento dos Países Não-Alinhados e da Organização das Na-
ções Unidas (ONU).

III. RECONHECE COMO FONTES

9
IV. PRINCIPAIS CARACTERISTICAS

A Carta caracteriza-se pela au-


sência de distinção entre direitos civis Legislação
e políticos e direitos - sócio - econó- Nacional
micos por outro direito. Desenvolve, Equiparada
ainda, a noção de deveres individuais,
influenciado pela Convenção Europeia
dos Direitos do Homem, apesar da tra-
dição de cunho social africano de in-
cluir o indivíduo na comunidade.
CRDSTP (6º,7º,19º, 22º
e 23º); CP (129.º, 133.º,
a. DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS 134.º a 137.º, 141.º a
144.º, 147.º, 150.º a
• Os chamados direitos da “pri- 154.º, 171.º
meira geração”, inspirado na Declara-
ção Universal dos Direitos do Homem CRDSTP (19º,22º,23º,
24º, 25º, 27º, 29º, 36º e
e na Convenção Europeia, está des-
40º/6); CP (150.º a 153º,
crito nos artigos 4.º a 14.º da Carta de 158º a 164º); CPP ( 55º
Banjul. Os artigos 4.º e 5.º protegem a e 157º)
integridade e dignidade humanas.
CRDSTP (19º,22º,23º,
• Relativamente à integridade 24º, 25º, 27º, 29º, 36º e
física, a Carta parece proibir práticas 40º/6); CP (150.º a 153º,
tradicionais africanas como, por exem-
plo, a excisão.
158º a 164º ); CPP (155º
e 157º)
IV. PRINCIPAIS CARACTERISTICAS
• No que se refere à dignidade CRDSTP (19º,22º,23º,
humana, a Carta, apesar de proibir a 24º, 25º, 27º, 29º, 36º e
tortura e os tratamentos degradantes, 40º/6); CP (150.º a 153º,
bem como a escravatura, prevê no seu 158º a 164º ); CPP (155º
artigo 29.º o dever de “servir a sua co- e 157º)
munidade nacional” (n.º 2) e de “traba- CRDSTP (40º/2)
lhar na medida das suas capacidades”
(n.º 6). Esta contradi- CRDSTP (37º )
CRDSTP (35º/3 )
CRDSTP (34º e 35º/3 ) CRDSTP (29º ) ; CT(8º)

11
ção revela-se tanto mais grave quanto CRDSTP (33º e 19º)
a Carta não proíbe expressamente o
CRDSTP (41º /4)
chamado trabalho forçado.
• O direito à liberdade e à se- CRDSTP (41º /3)
gurança encontra-se enunciado no ar- CRDSTP (57º, 58º, 60º,
tigo 6.º. Na mesma linha está o artigo 66º e 124º)
7.º relativo à administração da justiça,
que consagra o direito de acesso aos CRDSTP (15º, 57º e 58º)
tribunais, a presunção de inocência, o CRDSTP (9º, 47º e 48º);
direito à defesa, o direito a ser julgado CP (219º, 235º, 236º,
num prazo razoável, bem como o prin- 245º, 246º e 255º)
cípio da irretroactividade da lei penal.
• As liberdades de consciência
e de profissão e prática religiosa pre-
vistas no artigo 8.º
• O direito à informação e a li-
berdade de expressão estão contem-
plados no artigo 9.º, de modo sucinto
e sem limitações precisas, apenas en-
quadrados pelo âmbito das “leis e re-
gulamentos” citados no n.º 2 do mesmo artigo.
• O artigo 10.º enuncia o direito à liberdade de associa-
ção, bem como o direito de recusar a dela fazer parte. Esta última
remete simplesmente para a lei, acrescida da remissão para o ar-
tigo 29.º da própria Carta, que enuncia deveres, entre os quais o
dever de solidariedade social e nacional, sobretudo quando elas
estejam ameaçadas (n.º 4).
• A liberdade de reunião surge consagrada no artigo 11.º,
mas as restrições, para além de estarem limitadas pela lei e regu-
lamentos, devem ainda respeitar a segurança nacional, a segu-
rança dos outros, a saúde, a moral e os direitos e liberdades das
pessoas.

CRDSTP (30º e

12
b. DIREITOS ECONÓMICOS E SOCIAIS

Os escassos direitos económicos, sociais e


culturais surgem descritos de forma sucinta nos
artigos 15.º a 18.º.

O direito a trabalhar em condições justas e


satisfatórias, bem como a receber salário igual
para trabalho igual, é citado no artigo 15.º.

O reconhecimento do direito à saúde no artigo


16.º impõe aos Estados medidas necessárias à
proteção da saúde das suas populações, bem
como assegurar a assistência médica em caso de
doença.

O direito à educação, o direito a participar na


vida cultural no respeito e promoção dos valores
tradicionais da comunidade estão inscritos no
artigo 17.º.

O artigo 18.º visa proteger a família, a mulher, a


criança, os idosos e os deficientes. As garantias
visam não só a “discriminação positiva”, mas
também impõem obrigações ao Estado.

13
V. INOVAÇÕES IMPORTANTES DA CARTA

Quanto aos direitos económicos, sociais e culturais, como já


mencionado, é uma inovação da Carta Africana trazê-los ao lado
dos direitos ditos de “primeira geração”. Contudo, alguns direitos
chamados de “segunda geração” são expressamente reconheci-
dos pela Carta.
Os direitos económicos, sociais e culturais são contempla-
dos nos artigos 15º, 16º e 17º da Carta
de Banjul, garantindo, respetivamen- CRDSTP (8º, 27º,32 ) ;
CP(214º,264º a 268º);
te, o direito ao trabalho em condições CF(90º)
equitativas, o direito à saúde e o direito
à educação.

V. INOVAÇÕES IMPORTANTES DA CARTA

15
VI. O IMPACTO DA CARTA AFRICANA SOBRE

VI. O IMPACTO DA CARTA AFRICANA SOBRE OS SISTEMAS DE DIREITOS HUMANOS EM ÁFRICA


OS SISTEMAS DE DIREITOS HUMANOS EM
ÁFRICA

O impacto normativo da Carta foi significativo. Nas suas re-


soluções temáticas, clarificou o âmbito dos direitos e fornece um
ponto de referência para o desenvolvimento do direito interno,
em particular através dos “Princípios e Orientações sobre o Direi-
to a um Julgamento Justo” e dos “Princípios relativos à liberdade
de expressão. A Carta insta os Estados a adotarem uma morató-
ria sobre a PENA DE MORTE, encorajando assim a tendência de
sua abolição no continente. Através da Carta, permitiu a maior
abertura para participação de Organizações Não Governamen-
tais e de Instituições Nacionais de Direitos Humanos de se bene-
ficiarem das interações durante as sessões da Comissão.

17
VII. OS DIREITOS PROTEGIDOS E DEVERES
ENUNCIADOS

A Carta transparece a influência da Declaração Universal


dos Direitos do Homem e dos dois Pactos das Nações Unidas,
nomeadamente, Pacto relativo aos Direitos Económicos, Sociais
e Culturais e o Pacto dos Direitos Civis e Políticos.
A conceção individualista dos direitos do Homem está na-
turalmente presente na letra e no espírito das normas da Carta
de Banjul, em parte por influência da Convenção Europeia dos
Direitos do Homem, apesar da tradição social africana incluir o
indivíduo no grupo, num conjunto de relações familiares e ét-

VII. OS DIREITOS PROTEGIDOS E DEVERES ENUNCIADOS


nicas.
Em termos concretos, os deveres visam em primeiro lugar
a família (artigo 27.º, n.º 1). Trata-se de uma obrigação moral, de
conteúdo jurídico limitado, pelas inerentes dificuldades de fisca-
lização e garantia.
Os deveres do indivíduo em relação à comunidade e ao Es-
tado prescritos no artigo 29.º revestem-se de carácter algo deli-
cado. Assim, o dever de servir a sua comunidade poderá permitir
situações de trabalho forçado, sobretudo se se conjugar os nº 2
e 6 do artigo 29.º

19
VIII. DIREITOS DOS POVOS E DIREITOS DA
“TERCEIRA GERAÇÃO”

A referência aos “direitos dos povos” surge nos dois Pactos


das Nações Unidas relacionada com a autodeterminação e o
desenvolvimento económico. Na mesma linha, a Carta Africana,
adotada em 1981, proclama um conjunto de “direitos dos povos”
nos artigos 19.º a 24.º.

VIII. DIREITOS DOS POVOS E DIREITOS DA “TERCEIRA GERAÇÃO”


Os artigos 20.º e O direito ao de- O direito ao de-
21.º enunciam o senvolvimento senvolvimento
direito dos po- económico ins- económico ins-
vos à existência crito no artigo crito no artigo
e à autodetermi- 22.º suscita gran- 22.º suscita gran-
nação e o direito de controvérsia de controvérsia
dos povos à livre doutrinal, quan- doutrinal, quan-
disposição das to à sua nature- to à sua nature-
suas riquezas e za individual ou za individual ou
recursos natu- coletiva. Ainda coletiva. Ainda
rais. no artigo 22.º, no artigo 22.º,
refere-se o direi- refere-se o direi-
to ao património to ao património
comum da hu- comum da hu-
manidade. manidade.

O direito a um ambiente “satisfatório e global” é procla-


mado no artigo 24.º.

21
IX. CONCLUSÃO

De forma não surpreendente, dada a história de exploração


da África, a Carta de Banjul reflete de diversas formas, inclusi-
ve no próprio significado atribuído aos direitos humanos nesse
continente, as lutas dos povos africanos em face da escravidão e
do colonialismo; ao reconhecer, por exemplo, o direito à autode-
terminação dos povos.
Ocorre que as lutas do continente africano em prol dos di-
reitos humanos estão longe de terminarem. São inúmeras as vio-
lações ainda ocorridas na África, e frequentemente em escalas
massivas.
De acordo com a Carta, o respeito aos direitos de outrem,
à segurança coletiva, à moral e ao interesse comum é o meio
pelo qual cada indivíduo pode exercer seus próprios direitos e
liberdades.
Além disso, a Carta prevê o dever dos indivíduos de respei-
tar o semelhante, de manter relações harmoniosas que promo-
vam a tolerância e a não discriminação. Da mesma forma, devem
zelar pela família, por sua coesão e respeito, como também de-
vem sempre respeitar os pais e sustentá-los caso necessário.
Perante o Estado, a Carta estabelece expressamente de-
terminadas condutas a serem praticadas pelos indivíduos, tais
quais servir a comunidade nacional com suas capacidades físicas
e intelectuais; não comprometer a segurança do Estado de sua
nacionalidade ou residência; preservar a solidariedade social e
nacional; preservar e reforçar a integridade e a independência
nacionais, contribuindo para a defesa do seu País; trabalhar para
salvaguardar os interesses fundamentais da sociedade; zelar
pela preservação e reforço da cultura africana; e contribuir para
IX. CONCLUSÃO

a promoção e realização da Unidade Africana.

23
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