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Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

Serviço Social do Comércio – SESC São Paulo

PENSACOM BRASIL – São Paulo, SP – 09 e 10 de dezembro de 2019

A evolução desigual das redes móveis de telefonia celular: meio técnico-científico-


informacional e território subinformado1

Heitor Faria RODRIGUES2


Universidade de São Paulo, São Paulo, SP

RESUMO
Por tratar-se de infraestruturas reguladas pelo Estado, os movimentos das redes móveis
de telefonia celular estão substancialmente intrincados com o direcionamento da
produção das normas do sistema regulatório brasileiro. Os usos do território por parte
das operadoras de telefonia móvel, materialmente tomados com base nas estações rádio-
base (ERBs), estão alinhados à produção de ações normativas, como editais, atos,
decretos e leis da ANATEL e do Estado brasileiro. Isso significa dizer que entendemos
esse movimento de maneira dialética, considerando que as empresas geram demandas
de novas regulamentações, a despeito da retórica neoliberalista de desregulação,
servindo de suporte às medidas do Estado, enquanto as ações normativas por parte do
Estado brasileiro também geram novos usos do território pelas empresas. Porquanto
esse movimento do uso do território não pode ser analisado de forma dicotômica,
devemos entender a regulação do território de maneira híbrida, considerando ainda um
terceiro elemento: a sociedade civil organizada de diferentes formas, contemplando o
que Antas Jr (2005) denomina de organizações de solidariedade. Conforme Silveira
(1997), as normas podem ser entendidas como técnicas, organizacionais e políticas.
Entendemos que, além destes três tipos serem tomados em conjunto nas elaborações
normativas da ANATEL, elas também são geográficas, por influenciarem nas novas
dinâmicas do uso do território brasileiro. Esta pesquisa, assim, pretende elucidar,
através dos pressupostos acima descritos, a evolução das redes móveis de telefonia
celular no território brasileiro, desde suas primeiras inserções no ano de 1992 até o ano
de 2017. Esta evolução ocorre de maneira desigual pelo território brasileiro,
conformando um território com infraestruturas desta rede concentradas em sua porção
Centro-Sul, centralmente atraídas no eixo Rio-São Paulo. Temos ainda,
concomitantemente, pontos esparsos de maior densidade informacional, confluentes nas
metrópoles brasileiras e algumas cidades médias importantes na dinâmica econômica
nacional. Por outro lado, constitui-se a maior parte do território de zonas de pouca ou
nenhuma densidade de redes móveis. Assim, convive-se no território brasileiro com
duas dinâmicas do fluxo de informações que perpassam nas redes móveis: uma, inserida
ainda que mais tardiamente na globalização, no que Santos e Silveira (2013)
denominam meio técnico-científico-informacional; outra, com um território
precariamente atendida por essa infraestrutura, com o que optamos chamar de porções
do território subinformadas, utilizando o conceito de subinformação de Dantas (2002).
Como Gomes (2002), entendemos que os circuitos de informação, ideias e
conhecimento impõem-se como grandes condicionantes dos processos de remodelação
das formações socioespaciais. A situação atual das redes móveis, consequentemente,

1 Trabalho apresentado no GT Pensamento Comunicacional, do PENSACOM BRASIL 2019.


2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana FFLCH-USP, email: heitor.rodrigues@usp.br.

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Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
Serviço Social do Comércio – SESC São Paulo

PENSACOM BRASIL – São Paulo, SP – 09 e 10 de dezembro de 2019

revela os usos do território brasileiro, sendo parte das diferentes interações e dinâmicas
do conjunto indissociável de sistema de objetos e sistema de ações (Santos, 2012).
PALAVRAS-CHAVE: redes móveis; normatização; uso do território; subinformação

REFERÊNCIAS

ANTAS JR., Ricardo Mendes. Território e regulação: Espaço geográfico, fonte material e
não-formal do Direito. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2005. 248 p.
DANTAS, Marcos. A lógica do capital-informação: A fragmentação dos monopólios e a
monopolização dos fragmentos num mundo de comunicações globais. 2. ed. Rio de Janeiro:
Contraponto, 2002. 268 p.
GOMES, Cilene. Informação, comunicação e a remodelação do território brasileiro. Revista
Geográfica Venezolana, Caracas, v. 43, n. 2, p. 265-287, 2002.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. 4. ed. São
Paulo: Edusp, 2012. 392 p.
SANTOS, Milton; SILVEIRA, María Laura. O Brasil: Território e sociedade no início do
século XXI. 17. ed. Rio de Janeiro: Record, 2013. 475 p.
SILVEIRA, María Laura. Concretude territorial, regulação e densidade normativa. Revista
Experimental, São Paulo, v. 1, n. 2, p.35-45, mar. 1997.

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