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PODER JUDICIÁRIO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RECURSO ESPECIAL

REsp 1319365/PE
(2012/0078311-2)
Volumes : 2 Autuado em 30/04/2012
Assunto : DIREITO TRIBUTÁRIO - Contribuições -
Contribuições Especiais - Contribuição sobre
Açúcar e Álcool
RECORRENTE : UNIÃO
RECORRIDO : SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO
ESTADO DE PERNAMBUCO
ADVOGADO : RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES
Processo atribuído em 15/02/2013
RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA - PRIMEIRA TURMA

1/62
Índice
Nº Nº Qtd.
Descrição da Peça Folha Pág. Págs.
e-STJ PDF
Processo 2012/0078311-2 677
Capa 1 1
Índice 2 1
Volume 1 675
Íntegra do processo 1 3 633
Petição Inicial 2 4 12
Procuração do Recorrido 24 26 1
Procuração do Recorrido 25 27 1
Sentença 509 511 7
Sentença 529 531 4
Petição de Apelação 537 539 6
Sentença 547 549 4
Acórdão/Decisão Monocrática 563 565 7
Certidão de Publicação do Acórdão/Decisão Monocrática 570 572 3
Petição dos Embargos de Declaração 573 575 3
Acórdão/Decisão Monocrática dos Embargos de Declaração 576 578 8
Certidão de publicação do Acórdão/Decisão dos Embargos de Declaração 584 586 2
Petição de Recurso Especial 586 588 15
Petição de Recurso Extraordinário 613 615 12
Decisão de admissibilidade do Recurso Especial 628 630 1
Decisão de admissibilidade do Recurso Extraordinário 629 631 2
Certidão de publicação da Decisão de Admissibilidade do Recurso Especial 631 633 3
Certidão de validação 634 636 1
Certidão de Protocolo de Processo Eletrônico 635 637 1
Termo de Recebimento e Autuação 636 638 1
Termo de Distribuição e Encaminhamento 637 639 1
Termo de Distribuição e Encaminhamento 638 640 1
Certidão de Juntada de Petição PROC 00257009/2014 639 641 1
Petição PROC 00257009/2014 (fls. 641 e 24) 640 642 2
Substabelecimento do advogado do recorrido 641 643 1
Certidão 642 644 1
Certidão de Conclusão 643 645 1
DESPACHO / DECISÃO 644 646 5
Certidão de Publicação 649 651 1
Certidão de Intimação 650 652 1
Certidão de Juntada de Petição AgRg 00470617/2014 651 653 1
Petição AgRg 00470617/2014 652 654 8
Certidão de Conclusão 660 662 1
Certidão de Intimação 661 663 1
RELATÓRIO E VOTO AgRg 00470617/2014 662 664 6
CERTIDÃO DE JULGAMENTO AgRg 00470617/2014 668 670 1
EMENTA / ACORDÃO AgRg 00470617/2014 669 671 2
Certidão de Publicação de Acórdão AgRg 00470617/2014 671 673 1
Certidão de Intimação 672 674 1
Certidão de Intimação 673 675 1
Certidão de Trânsito 674 676 1
Ofício encaminhando à origem peças do processo transitado em julgado 675 677 1

2/62
Documento recebido eletronicamente da origem

3/62
(e-STJ Fl.1)
(e-STJ Fl.2)

EXM"K-SR. DR.~ JUIZ FEDERAL DA 9a VARA -S1'Ç.ÃO JUDCIRI D

-------- Distribuição por dependência face


SMedida Cautelar n9 89.0005559-3=

A. R.
C. P., voltem conclusas.
Recif j nelro de 1990.

"
O0),NI3RUNO AZE VEDO MOREIRA
Juiz, ederal a 10@ Vara /PE no
* xercício c ulativo da 9D Vara /PE.

0 SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇO-


CAIR, NO ESTADO DE PERNAMUCO, entidade sindical regularmen'
teýcnstitudaýe eýmfun"cionýamento de acordo com a legisla-
ção especIfica, com sede nesta cidade do Recife, Estado de
Pernambuco, no Cais da Alfãndega, n9 130<-no bairro do Reci
fe, inscrito no CGC/MF sob o n9 11.012.988/0001-36, com a
devida autorizaçãio da Assembl&ia Geral das empresas que
lhe sãio filiadas, conforme ata autênt ica anexa (doc. 01), e
no interesse dessas mesmas empresas filiadas (cuja reiação
se junta a presente-, doc. 02), ex-vi do art. 59, inciso
XýXI, da Constituição da República; e a USINA PETRIBú S.A.
empresa. industrial com sede no Municipio de Lagoa de Itaen
ga, neste Estado de Pernambuco, no Engenho Petribú, s/n9,
inscrita no.CGC/MF sob o n9 10.645.075/OOOí-83,_por seus ad
vogados infra assinados, constituidos de acordo com as pro-
curações anexas (docs. 03'e 04), e com escritórios nesta
capital', a A*venida Visconde de Suassuna, n9 923/5.9 andar e
à Rua.Marques-de Amorim, n9 234, onde recebem notificaç8es
e intimaç6es, havendo requerido, perante esse MM Juízo, Me-
dida Cautelar Inomiú^ada (proc. n9 89.0005559-3) mediante a.
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qual -requiereram e obtiveram a concessão de liminar por des-


pacho exarado em 18 de dezembro p.p., vem, agora, no prazo
legal, em cumprimento ao disposto no art. 806 'do Código d
Processo Civil -e nos demais dispositivos legais pert*
nentes a esp,écie propor

4/62
(e-STJ Fl.3)
JUSTIÇA FEDERAL - PE

AÇÃO ORDINARIA

contra o INSTITUTO DO AÇÚCAR E DO ÁLCODL (IAA) ýutarquia Fe


deral com sede na cidade do Rio de.Janeiro (RJ), à Praça XV
de Novembro (Largo do Paço), n9 42, Centro, e contra a
UNJIÃO FEDERAL, com fundamento na Lei n9 6.899, de 08 de
abril de 1981 e demais normas legais aplicaveis, tudo pelas
razões de fato e de direito que, a seguir, passam a expor:

I DA LEGITIMIDADE "AD CAUSAM"1 E


PROCESSUAL DO SINDICATO AUTOR

1.0 SINDICATO AUTOR e um orgao de dlas


- ~se formado por indústrias produtoras
Cjjjj>de açúcar e álcool deste Estado de Pernambuco, constituido
através de instrumento próprio onde se contêm os seus Esta-
tutos Sociais, os quais se encontram devidamente registra -

dos no 29 Cartório de Títulos e Documentos desta Cidade do


Recife, como se comprova pelo documento anexo (doc. 05).

1.2. O SINDICATO AUTOR tem a sua Direto-


ria eleita'para o triênio 1989/1992,
composta dos membros referidos na Ata de Posse realizada no
dia 01 de junho de 1989, da qual se anexa copia à presente
petição (doc. 06).

1.3. Dentro dos objetivos do SINDICATO AU


TOR, constantes dos seus Estatutos 50'
ciais, é de se destacar aquele previsto na letra a, do seu
artigo 29 (cit. doc. 05), que expressa, in verbis:

"lArt. 29 -São prerrogativas do Sin-


dicato:
a) representar, perante as autorida-
des administrativas e judiciárias,os
interesses gerais de sua categria.
industrial do açúcar, ou os interes-
ses individuais de seus associados".
Documento recebido eletronicamente da origem

1.4. Não bastasse o disposto nos seus Es


tatutos, foi o SINDICATO AUTOR auto
rizado, expressamente, por seus associados, a intentar o
presente procedimento judicial, como se demonstra com o
cumento em anexo '(cit..doc. 01).

5/62
(e-STJ Fl.4)

JUSTIÇA FEDERA PE

1.5. Tem, consequentemente, o SINDICATO,


legitimidade ativa para este proce-
dimento, ex-vi do art. 59, XXI, da Constituiçãio Federal,na
medida em que:

-eum orgão de classe legalmente constituido pa


ra defesa e representação.dos seus associados;

e stá devida e expressamente autorizado para pro


mover o presente procedimento em nome de seus
associados;
-esta, neste procedimento, legal e legitimamente
representado por sua Diretoria e por profissio-
nais habilitados para tanto.

<ii) - DA LEGITIMIDADE "AD CAUSAM"


II E
PROCESSUAL DA USINA AUTORA

2.1. A USINA AUTORA, pessoa jurídica de


direito privado, não é filiada ao
SINDICATO AUTOR, sendo considerada unidade industrial autõ
noma, em termos sindicais.

2.2. Como sociedade anónima que e, tem


os seus atos constitutivos devida -
mente arquivados na Junta Comercial do Estado de Pernambu-
co (doc. 07), sendo dotada de personalidade jurídica e ca
pacidade, inclusive processual, nos termos da lei.
A sua legitimidade "ad causam" e
processual, destarte, para promover a presente açao, e in
discutível.

III - BREVE HISTÓRICO

3.1. Em face da diferenciação de custos


Documento recebido eletronicamente da origem

de produ ao da cana de açúcar exis-


tente 4 e
eie
/_tea 1 7-
aReieSudeste e o Norte/Nordeste do pais,
foi criado, pela Resolução n9 2.059, de 31 -de agosto ,de

1971, do Conselho Deliberativo do Instituto do Açúcareo


Álcool (CONDEL), um subsidio de equaizaçovisando mn
ter a uniformidade do pre-ço 'nacional7do açucar ýdoc/ 08),

6/62
(e-STJ Fl.5)

JUSTIÇA. FEDERAL-F

com respaldo no Decretoý-Lei n9 1.186, de 27 de agosto dê


1971, art. 79, que previu a uniliiação nacional dos preços
dos produtos do setor sucro-alcooleiro.

3.2. o custeio desse sub§11dio, inciden-


te sobre a cana fornecida aos produ
tores de açucar ou por eles proprios cultivadas
no Norte/Nordeste do pais, foi -inicialmente feito pelo"Fun
do Especial de Exportaçao1,',do próprio IAA, sendo do Ban-
co do Brasil S.A. o agente financeiro e repassador daque -

les recursos.

3.3. Por sua vez, o "Fundo Especial de


Exportação" era suprido por recur-
505 que, originariamente, provinham da contribuição compul
soria e de natureza parafiscal, denominada "Contribuiçao
Sob2re Açúcar e Álcool", cobrado e recolhido pelo IAA que,
inclusive, mantinha quadro de pessoal de arrecadação, com
orgão e agentes fiscalizadores.
Para esse fim, criou-se, inclusive,
um adicional àquela contribuição, conforme Decreto-Lei n9
1.952, de 15 de dezembro de 1982.

3.4. E importante salientar que tal con-


tribuiçao tinha por finalidades es-
pecificas:

a) cobrir as diferenças de custos de matéria-pri-


ma (cana de açúcar) produzida nas Regiões Nor
te e Nordeste e no Estado do Rio de Janeiro,em
relação à cana produzida em São Paulo;

b) compensar as diferenças de preço do açúcar no


mercado interno e no mercado externo,quando es
te fosse menor do que o praticado internamen -
te, isto ao tempo em que o IAA detinha o mono-
pólio de toda a exportação do produto;

c) formação de estoques para as entre-safras;

d) manutenção do próprio IAA.


Documento recebido eletronicamente da origem

3.5. Posteriormente, por decisãio do Con


selho Monetário Nacional, o Ban o
do Brasil S.A. deixou de exercer as funç6es:de agente fi
nanceiro repassador do citado subsídio de equa1ização.

7/62
JV-f1'CA FEDERAL PE 1
(e-STJ Fl.6)

3.6. Por outro lado, o mesmo Conselho Mo.


netario Nacional, mediante a aprova
ção do Voto de nQ 160/78, de 30 de maio de 1978, determi-
nou substancial modi ficaçao na sistemática do aludido sub-
sídcio de equalizaçao, ao dispor que ele, subsi'dio, deixa-
ria de ser pago'diretamente pelo IAA aos fornecedores de
cana de açúcar, porque, a partir de então, passaria a inte
grar o preço oficial do açúcar (doc. 0 9)

3.7. Aos produtores de açúcar do Norte/


Nordeste foi imputada, em consequen
cia, a responsabilidade de pagar a mat&ria prima (Cana de
açúcar) subsidiada, adiantando aos fornecedores a parcela
do subsidio que, somente a posteriori, viriam a receber do
IAAÃ.

3.8. Criou-se, então, com estas disposi-


çoes,, grave distorção, posto que
os produtores de açúcar e álcool ficaram com a responsabi-
lidade de antecipar<r.ao fornecedor de cana, o subsidio,an-
tes mesmo da transformação industrial do produto, s6 se
reembolsando do seu valor com o açúcar e o álcool produzi-
dos, passando, em decorrencia, a suportar o enorme ónus fi

3.9. Na tentativa de corrigir ou, pelo


menos, minorar o ónus financeiro que
havia imposto, o IAA, atrav,és de sua Presidência, mediante
Q diversos Atos, sendo os mais recentes os de n9s. 37 e 51/
85, fixou prazo curto e. improrrogãvel para o pagamento,-.aos
produtores de açúcar do subsídio de equalização (docs.1O e

Éo que disp8em os arts. 19 e 29


do vigente ato n9 51/85, de 17 de outubro de 1985,invrhbià-
"Art. 19 - Os subsídios de equaliza
ção de custos incidem sobre a produ
ção de açúcar, álcool e mel rico in
vertido na Região Norte/Nordeste e
Documento recebido eletronicamente da origem

no Estado do Rio de Janeiro, desde


que realizada diretamente da cana
e devidamente autorizada pelo ]LAA.

Art. 29 O pagamento dos subsidio


-

mencionados no artigo anterior sera

8/62
(e-STJ Fl.7)

1 A FEDERAL
JUI P

efetuado quinzenalmente, mediante


autorização do IAA, com base nos
registros de produção industrial
exigidos pela legislação em vigor"
(os grifos nao constam do original).

3.10. Cumpre esclarecer, ainda, que a


contribuição sobre o açúcar e o á1
cool passou a integrar o ."Orçamento Geral da União", deixan
do de ser receita própria do IAA. que, atualmente, recebe os
recursos orçamentários para repassar aos produtores.
Esta a razao por que a presente açao
ordinária é proposta, simultaneamente, contra o IAA. e a UNI
AO FEDERAL.

K1i~3.11. Sucede, no entanto, Douto Julgador,


que o IAA vem atrasando, sistemati-
camente o pagamento do subsídio, o que,.na atual conjuntu-
ra inflacionária, acarreta seríssimos prejuízos aos produto
res de açúcar e álcool.
Em termos práticos, eles, produto-
res, vêm subsidiando o preço da cana recebida para moagem e
produção de açúcar e alcool, sem que o poder público os re-
embolse em tempo hábil.

3.12. Grave, gravíssima como e a situação


economico-financeira da grande maio
ria dos produtores de açúcar e álcool.no Estado de Pernambu
co, estes, para cumprir o adian net aos fornecedores de
cana, a mais das vezes, são forçados a se socorrer de enti-
dades bancárias -sobretudo oficiais, como o Banco do Bra
sil S.A. - , pactuando empréstimos e financiamentos com
elevados encargos financeiros, juros e correção monetária,
os quais, também quase sempre, são contratados com pagamen-
to vinculado ao recebimento das parcelas do reembolso do
subsi dio adiantado.
Ocorre, no entanto, que, quando da
liquidação destes empréstimos financeiros, o valor recebi-
Documento recebido eletronicamente da origem

do do IAA éý_
bem inferior ao necessario, tendo em vista que
enquanto os primeiros recebem atualização da moeda, o segun
do nao recebe, seja a tíltulo, de atualização, seja a tiíftul
de juros.
Atualmente, os subsídios estão com
elevado atraso, o que consubstancia verdadeiro absurdo e
claro abuso de poder (docs. 12).

9/62
(e-STJ Fl.8)
JUJSTIÇA FEDERAL - PE
Fiz

IV - SUBSíDIO E PREÇO DEVEM SER DES-


TACADOS

4.1. É da mais elementar evidência que


subsídio e preço são conceitos e ca-
tegorias distintas, nao havendo como confundi-los.
Preço é a prestação pecuniãria que
uma das partes, o comprador, no contrato de compra e venda
realiza em pagamento da coisa adquirida do vendedor.
Subsídio ê pagamento feito pelo Po-
der Público a um determinado agente econÔmico, agricultor,pe
cuarista, industrial ou exportador, visando tornar possivel
determinada operaçao economica que, sem tal incentivo, se
inviabilizaria.
No Brasil e praticamente em todos os
paises desenvolvidos ou em desenvolvimento, o subsi'dio ê po
deroso instrumento de política economica, sobretudo na á.rea
da agricultura, da agro-indústria e da exportação.

4.2. 0 Voto n9 160/78, de 30 de maio de


1978, do Conselho Monetário Nacional,
determinando que o subsidio ao preço da cana de açúcar no
Norte/Nordeste passasse a integrar o preço do açúcar se cons
tituiu, assim, numa violência.
Buscou-se -m-biltiír no preço do produ-
to industrial que ê o açúcar parcela di?,subsíldio, que nao
enem jamais foi preço. Sobretudo porque, in casu, o subsi -
dio tem por destinaçao a mat&ria prima e não o próprio pro
duto acabado.
O sistema anterior, do pagamento do
subsidio diretamente do IAA ao plantador e fornecedor da ca-
na de açúcar era t&cnicamente acertado e sobretudo justo,por
nao envolver, responsabilizar e penalizar o setor industrial
sucro-alcooleiro.
A partir do momento em que o IAA e a
~0IA passaram a atrasar enormemente o pagamento do subsídio
aos produtores de açúcar, vale dizer, o reembolso relativa -
mente às canas adquiridas de terceiros, tornou-se inaceitá
Documento recebido eletronicamente da origem

vel a continuaçao desse sistema ilogico e injusto de atribui


ção a um setor industrial privado de responsabilidades que
sao, por definiçao,.e por Indole, do poder público.

4.3. Vale a pena, desde logo, considerar


e rechaçar um argumento falacioso
que talvez se pretenda levantar, o de que o subsidio de equa

10/62
(e-STJ Fl.9)
JUSIÇAFEDERAL PE

lização do preço do açúcar e do álcool favorece, em última


análise, o consumidor. O preço de um e de outro produto, se
fixado com base nos custos do Norte/Nordeste,elevaria bas -
tante o seu valor pecuniário, favorecendo os industriais do
Sudeste, sobretudo os do Estado de São Paulo, que tem maior
produtividade no campo, em detrimento da população que se
alimenta do açúcar e utiliza o álcool como combustíevel.
Ora, este e mais um argumento em fa
vor dos produtores de açúcar do Norte/Nordeste.
Se o subsídio de equalizaçao tem
semelhante alcance social indiscutível, ele deve continu-
ar sendo responsabilidade exclusiva do Poder Público. Atri-
buir o seu pagamento ao produtor privado do açúcar e ainda
dividir com ele o seu custo pelo atraso do reembolso defasa
do pela inflação é anti-jurídico e profundamente injusto.

4.4. É urgente, portanto, que se faça o

;preço destaque do que seja efetivamente


do açúcar e do que seja subsíldio, liberando-se os pro
dutores de açúcar do elevado ónus e responsabilidades que
são, exclusivamente, do Poder Público, e não de empresas prýi
vadas que, na atual conjuntura economica e financeira do
Pals, já lutam arduamente para sobreviver.

4.5. É direito incontestável, seja a


falta de amparo legal para a violên
cia praticada pelo Voto 160/78, do.Conselho monetário Nacio
nal, seja pela absoluta falta de amparo na realidade fáti -
Oca, ao sepretender transformar subsídio em preço, que o
SINDICATO AUTOR e a USINA AUTORA esperam e confiam que o
Poder Judiciário desconstitua a situação juridicamente caó-
tica em que se encontra o setor sucro-alcooleiro, nesta ma
týria, estabelecendo o destaque entre subsíldio e preço, bem
como fixando a responsabilidade de cada qual, empresas pri-
vadas sucro-alcooleiras e Poder Público.

V - A MORA NO PAGAMENTO DO SUBSíDIO


Documento recebido eletronicamente da origem

DE EQUALIZAÇAO

5.1. - Ilegalidade;
- Di reito dos produtores ao recebi-
mento do subsírdio pelo seu valor
real, face à desvalorização da

moeda nacional. 11/62


(e-STJ Fl.10)
JUSfÇ'AFEDERAL -PÉ

Está claro e evidente que o atraso


no pagamento dos subsídios caracteriza flagrante ilegalida-
de por parte do IAA, bem como da UNIÃO FEDERAL.
Também & inequílvoco o vultoso pre -
juízo que semelhante retardamento no pagamento dos subsíldi-
os, já antecipados ao fornecedor de cana quando não se tra-
te de cana própria, ou seja, cultivada pela indústria produ
tora de açúcar e á.lcool.

5.2. Isto pela óbvia razão de que a in -


flação mensal, vale dizer, a perda
da nossa moeda nacional, o cruzado novo, já supera a marca
de 50% (cinquenta por cento) ao mes, sendo o custo financei
ro do dinheiro tomado a crédito no mercado, bem acima desse
percentual.

5.3. Na hipótese, seja pelo inquestiona-


vel direito dos produtores de açú -
car e álcool de receberem o subsídio pago com atraso devida
mente corrigido monetariamente (conforme disp8e a Lei Fede-
ral n9 6.899, de 08 de abril de 1981) ou, alternativamente,
atualizado pelos preços do açúcar e/ou do álcool vigentes
a data do efetivo pagamento; seja porque o não pagamento
em tempo se constitui não apenas em inadimplemento da obri-
gação mas também caracteriza o enriquecimento ilícito ou
sem causa, nos termos da Lei Civil, cabe aos mesmos produto
res o direito de ação para fazer reparar os continuados e
elevados prejuizos que têm suportado.

5.4. 0 atraso no pagamento do subsildio


(tanto do açúcar quanto do álcool),
vem se verificando e se agravando desde a safra 1988/1989 ,
ou seja, a partir do segundo semestre do referido ano de
1988.
É possível afirmar e demonstrar que
tais atrasos ocorreram com relação às parcelas devidas e paý
gas com atraso, ou nao pagas até agora, conforme, aliás, re
conhece o próprio IAA, em telex dirigido ao SINDICATO AUTOR
Documento recebido eletronicamente da origem

em data de 13 de dezembro de 1988 e cuja cópia se anexa a


presente (doc. 13).

5.5. Vale ressaltar que os Atos da Pres*


dência do IAA, reajustando o preç
da cana de açúcar, álcool e diversos tipos de açúcar e mel

12/62
(e-STJ Fl.11)
JUITMÇA E RL P

residual, expressamente estabelecem os valores,igualmente


reajustados, do subsiLdio de equa1ização.
No ano de.1989, foram baixados cin-
co Atos, de n9s. 41/89, 53/89, 56/89, 61/89 e 65/66/89, to
dos reajustando preços e subsIdio (docs. 14 a 18).
Mas, curiosamente, o IAA/UNJAO qu.an
do pagam com atraso o subsídio, ainda que na vigência des -

ses Atos, o fazem com base no preço do subsidio fixado ante


riormente.
Ora, a menos que o subsidio fosse
corrigido monetariamente, com base nos 'índices oficiais que
o proprio Governo tem adotado - ORTN, OTN e atualmente o
BTN -, tais pagam entos teriam que se fazer com base no
valor do subsidio constante do Ato em vigor. Nunca pelo seu
valor anterior e substancialmente defasado.
69~ Da forma como Vem procedendo o IAA/
U1~.Ao têm-se uma situação semelhante a do pagamento do açu
car e do álcool, não pelo preço vigente à época do pagamen-
to, mas sim de acordo com a Tabela já superada no tempo e
insubsistente pelo advento de uma mais nova e atualizada.

VI - OBJETO-DA PRESENTE AÇÃO: 0 QUE


SE PEDE-

6.1. As empresas produtoras de açucar e

álcool têm direito e querem exerce-


lo, mediante ação própria, perante o Poder Judiciário, o
que fazem agora, para o fim de:

a) ser declarado e determinado por sentença o des-


taque do subsidio de equalização ?e custos da
cana de açýúcar, do preço final tanto do açucar
quanto do àlcool, porquanto não há razão de fa-
to, nem lógica, nem juridica, para que se con -
funda o subsídio à matéria prima, com o preço
final daqueles produtos industrializados;

kb3J
Documento recebido eletronicamente da origem

serem eles, produtores de açúcar e de álcool,


exonerados da responsabilidade de pagar ou re
passar o mencionado subsidio de equalização ao
seus fornecedores de cana, salvo se recelbid 5
*tais importâncias previamente do IAA, UNIÃO FE
DERAL Ou orgao outro criado ou indicado por
lei e incumbido de tal pagamento;

13/62
(e-STJ Fl.12)

J1<ýTÇ,A FERAL-P

c) receber, doravante, com correçao monetária, nos


termos da Lei n9 6.899, de 04 de abril de 1981,
ou, alternativamente, atualizados pelos preços
do açúcar e/ou do álcool vigentes a data do
seu efetivo pagamento, o subsídio de equaliza -
ção, relativamente às canas proprias das empre-
sas produtoras de açúcar e de álcool, ou de ter
ceiros, se for o caso;

d) serem condenados, o IAA e a UNIÃO FEDERAL, ao


pagamento da correçao monetaria ou da atualiza-
ção com base nos preços do açucar e do álcool
vigentes a data do seu efetivo pagamento, rela-
tivamente ao subsidio de equalização liquida-
do com atraso nos últimos 5 (cinco) anos, em
montante a ser apurado por ocasião da liquida-
CC) ção da sentença.

6.2. Pedem e Esperam, assim, que a


presente ação seja afinal julga
da procedente nos termos da pretensão acima deduzida, conde
nando-se ainda os Réus, IAA e UNIÃO FEDERAL, no pagamento
das custas processuais e dos honorários dos advogados dos
AUTORES, SINDICATO e USINA PETRIBO S.A., à. base de 20% (vin
te por cento), nos termos do art. 20, § 39, do Código de
Processo Civil.

VII - REQUERIMENTO FINAL

7.1. Requerem, afinal, aý_citaçiãpQ


,cr±rta ecatõria do Sr. Presi -
dentýe dio Instituto dio Açicr e do Álcool - IAA, na cidade
do Rio de Janeiro, RJ., cujo endereço se acha acima indica-
do, assim como a citação dajJNIAO FEDERAL, na pessoa do
seu representante legal, esta por niardado, nesta cidade do
Recife, para que venham, querendo, responder aos termos da
presente ação.
Documento recebido eletronicamente da origem

7.2. No caso de serem deferidas pro


vas neste processo,
protestam
os AUTORES por todo o gênero de prova em direito admitidas,

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(e-STJ Fl.13)

JU ?T" 4 EF RAL -PE

inclusive o depoimento dos representantes legais dos Reus,


ouvida de testemunhas, perícias e arbitramentos, inclusive
juntada posterior de documentos.
Da-se a causa, para os efeitos me
ramente fiscais, o valor de NCz$ 50.000,00 (cinquenta mil
cruzados novos).

P .deferimento.

Recif 16 de janeiro de 1990

ROBER GA
dvog (OAB/ E. 41)

RENATO .ANTOS PI IRO


Advogado OAB/. 74A)
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(e-STJ Fl.508)
(e-STJ Fl.509)

AO n' 90.0248-6

PODER JUDICIARIO
Seção Judiciária de Pernambuco
9' Vara-PE -

SENTENÇA REGISTRADA
SOB N-O 3093-3/13
LIVRO N- 0/ U>0'O3
Recife,&ý5de 03 de 2003

Ação ordinária n' 90.00248-6

1. RELATÓRIO

O 1.1 Demandantes

Legitimado extraordinariamente: SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇUCAR


NO ESTADO DE PERNAMBUCO, como substituto processual de (flis. 18>:
Cia. Açucareira Santo André,
Destilaria São Luiz,
Usina Barra,
Usina Catende,
Usina Central Barreiros,
Usina Estreliana,
Usina Frei Caneca S/A,
Usina Ipojuca S/A,
Usina N. Sra. do Carmo,
Usina N. Sra. Maravilhas,
Usina Olho D'Água,
Usina Pedroza,
Usina Puniaty,
Usina Salgado,
Usina Santa Tereza,
Usina Tropical e
Usina União.
Legitimada ordinariamente: USINA PETRIBU
Litisconsortes ulteriores:
AGRO-INDUSTRIAS DO VALE DE SÃO FRANCISCO S/A (fls. 135-163),
CIA. AGRO-INDUSTRIAL SERRA DA IBIAPAPA-AGROSERRA <fls.228/23 9>,
CIA. AGRO-INDUSTRIA-L VALE DO CURU (fls. 241/243),
DESTILARIA BAIA FORMOSA S/A (fls. 201/208),
DESTILARIA OUTEIRO S/A (fls. 193/200>,
LIBERDADE AGRO-INDUSTRIAL S/A-LAISA (fls. 164/183>,
USINA ESTRELIANA LTDA. (fls. 213/223) e
USINA FREI CANECA S/A (fls. 184/191>.

1.2. Demandada: UNIÃO FEDERAL

1.3. Cuida-se de ação na qual se objetiva provimento judicial em que se


Documento recebido eletronicamente da origem

declare o destaque do subsídio de eqúalizaçáo de custos da cana-de-açúcar e


do álcool, do preço final do açúcar e do álcool, exonerando-se os produtores
da responsabilidade de pagar ou repassar o mencionado subsídio aos seus
fornecedores de matéria prima (a cana>, salvo se os valores forem por eles,
produtores, previamente recebidos dos órgãos incumbidos dos pagamentos~

87/108
(e-STJ Fl.510)

AO n' 90.0248-6

1.3.1. Pretendem, também, receber os valores pagos com atraso


devidamente corrigidos monetariamente, na forma da Lei n* 6.899/81, ou,
alternativamente, sejam tais valores atualizados pelos preços do açúcar e do
álcool vigentes à data do efetivo pagamento.

1.3.2. Pedem, por fim, a condenação da união Federal e do extinto


IAA, ao pagamento da correção monetária ou da atualização com base no preço
do açúcar e do álcool, relativamente ao subsídio de equalização, liquidado
com atraso nos últimos cinco anos.

1.4. Litisconsortes admitidos consoante despachos de fls. 135,


148, 164, 184, 193, 201 e 286.

1.5. A União, em sua defesa (fls. 245/253), argúiu as


preliminares de: a) incompetência absoluta do Juízo em relação aos
litisconsortes de fls. 135, 148, 193, 201, 228, 232 e 236, em razão de
estarem as respectivas sedes em outras Seções Judiciárias, o que dificultaria
a realização de diligências ou arregimentação de provas; b) ilegitimidade dos
litisconsortes de fls. 213, 225, 228, 232 e 236 ou por serem de outros
O Estados ou por não terem efetuado o pagamento das custas judiciais.

1.4.1. Quanto ao mérito, afirma que com a Medida Provisória n* 151,


de 15.03.1990, foi extinto o Instituto de Açúcar e do Álcool e todos os
subsídios por ele administrados. Sustentou que "subsídio" é liberalidade da
Administração Pública, podendo ser cancelado a qualquer tempo. Asseverou que
os autores não comprovaram o montante das parcelas que deixaram de lhes ser
repassadas nem indicaram as safras a que elas se referem, estando vedado,
pelo art. 286 do CPC, o pedido genérico.

1.5. O Instituto do Açúcar e do Álcool, citado (fl. 267 v.> não


apresentou contestação.

1.6. Na Exceção n* 90.815-8, que tramitou apensa a estes autos,


foi reconhecida a competência deste Juízo para processar e julgar o feito
(fl. 274).

1.6.1. A União Federal voltou a se defender (fls. 297/299), desta


feita na qualidade de sucessora do IAA, agora suscitando as preliminares: a>
de impossibilidade de admissão de litisconsortes ativos após a contestação;
b) de ausência de documento hábil a comprovar a regular representação
Q processual da CIA. AGROINDUSTRIAL SERRA DA IBIAPA e CIA. AGRO INDUSTRIAL VALE
à
DO CURU. Quanto ao mérito, reporta-se contestação anteriormente
apresentada.

1.7. Intimados, os autores não se pronunciaram quanto aos documentos


de fls. 302/426 nem atenderam ao despacho de especificação de provas (f ls.
427 e 429).

1.8. O MPF, à fl. 433 v., requereu a renovação do mandado de


intimação à União Federal para que esta indicasse as provas que teria a
produzir.

1.9. Por despacho exarado em inspeção foi determinada a conclusão


para julgamento.
Documento recebido eletronicamente da origem

1.10. E o relatório.

2. FUNDAMENTAÇÃO

2.1. Inicialmente, verifico que a demanda foi proposta pelo


SINDICATO DO AÇÚCAR DE PERNAMBUCO,. legitimamente autorizado por Assembléia,

88/108
(e-STJ Fl.511)

AO n' 90.0248-6

Geral Extraordinária convocada inclusive para aprovação do ajuizarnento deste


feito (fls. 16/17), e pela USINA PETRIBÚ S/A.

2.1.1. Posteriormnente, foram admitidas como litisconsortes ativas a


AGRO-INDÚSTRIAS DO VALE DO SÃO FRANCISO S/A (flis. 135/163), LIBERDADE AGRO-
INDUSTRIAL S/A - LAISA (fls. 164/183) , USINA FREI CANECA S/A (fls. 184/191),
DESTILARIA OUTEIRO S/A (flis. 193/200), DESTILARIA BAIA FORMOSA S/A (fls.
201/208), USINA ESTRELIANA LTDA (fls. 213/223), CIA. AGRO INDUSTRIAL SERRA DA
IBIAPABA - AGROSSERRA - (flis. 228/239), CIA AGRO-INDUSTRIAL VALE DO CURU
(fls. 241/243).

2.2. Passo ao exame das preliminares suscitadas pela União.

2.2.1. Observo que o recolhimento de custas efetuado pela USINA


MANOEL COSTA FILHO S/A (flis. 210 v.), refere-se à USINA ESTRELIANA S/A, da
qual é a principal acionista (fls. 218).

2.2.2. Anoto que as Litisconsortes CIA. AGRO INDUSTRIAL SERRA DA


IBIAPA - AGROSERRA - e CIA AGRO-INDUSTRIAL VALE DO CURU não efetuaram o
O pagamento das custas e nem estão bem representadas: a AGROSSERRA juntou
instrumento de mandato outorgado a patrono diverso daquela que assinou o
pleito (flis. 228/239) ; a CIA AGOR-INDUSTRIAL VALE DO CURU não trouxe o
instrumento de mandato (fls. 241/243).

2.2.2.1 Em que pese serem vícios sanáveis, o decurso do tempo (quase


13 (treze) anos sem que estas litisconsortes manifestassem qualquer interesse
no desenrolar da demanda, não atendendo às intimações, quer para réplica quer
para especificação de provas, induz a concluir que não mais necessitam da
prestação jurisdicional.

2.2.3. Ainda em caráter preliminar, observo que a União Federal fez


chegar aos autos cópia do Acordo para Quitação de Dívida com USINA PETRIBú
S/A, pertinente ao Programa Política de Preço Nacional Equalizado, com vários
aditivos (flis. 304/314), todos firmados em setembro de 1992, e onde a UNIÃO
FEDERAL reconhece o crédito desta autora e promete pagá-lo em parcelas,
vencendo-se a última, em 16.06.1999, acrescido, inclusive , de atualização
mensal de acordo com a variação do IGP-DI da FGV (fl1. 310). Tal pacto
revela, por si só, que USINA PETRIBÚ não mais necessita da prestação
jurisidicional, a exemplo do que ocorreu com a CIA AGRO-INDUSTRIAL SERRA DO
) IBIAPA - AGROSERRA E CIA. INDUSTRIAL VALE DO CURI.

2.2.3.1. A apontada desnecessidade superveniente de tutela


jurisdicional, indicativa da falta de interesse processual (art. 30 do CPC) ,
impõe a extinção do processo, sem julgamento do seu mérito em relação a CIA
AGRO-INDUSTRIAL SERRA DO IBIAPA - AGROSERRA e CIA. INDUSTRIAL VALE DO CURU e
USINA PETRIBÚ por falta de uma das condições da ação (art. 267, VI, do CPC).

2.2.4. A questão competencial foi resolvida em exceção, consoante


certificado à fl. 274.

2.3. Examino o mérito.

2.3.1. Toda a questão se prende aos subsídios de equalização dos


preços da cana-de-açúcar e do álcool, cabendo, de logo, salientar que os
Documento recebido eletronicamente da origem

reclamos se referem à safra de 1988/1989, consoante afirmam as autoras em sua


exordial, asseverando que os atrasos se iniciaram a partir do segundo
semestre de 1988/

89/108
(e-STJ Fl.512)

AO n* 90.0248-61

2.3.1.1. o art. 7* do Decreto-Lei nO 1.186, de 27.08.19711, criou a


possibilidade de unificação do preço da cana-de-açúcar em todo o território
nacional, utilizando-se recursos do Fundo Especial de Exportação, autorizando
a utilização de outros recursos que seriam definidos pelo Conselho Monetário
Nacional.

2.3.1.2. Ante a faculdade inserida naquele dispositivo, o Conselho


monetário Nacional, no Voto n1 160, datado de 30.08.1971, considerando que os
custos de produção nas regiões Norte/Nordeste eram superiores aos praticados
na região Centro-Sul, propôs a eqüalização dos preços da cana-de-acúçar para
todo o país (fls. 322/326).

2.3.1.2. A Resolução nO 2.059, de 31.08.1971 instituiu, então, os


subsídios à lavoura, à indústria e ao estoque da cana-de-açúcar - setores
agrícolas e industrial - (fl. 64/66)

2.3.1.3. É contra a mudança do critério de pagamento do subsídio,


trazida pelo Voto n' 160, de 30.05.1978, que alterou a forma de repasse do
subsídio para a safra a partir de 1978/1979, que se insurgem as autoras. Por
Oeste Voto, em resumo, os industriais do setor sucroalcooleiro nordestino
pagavam ao fornecedor da cana preço mais alto do que aquele do centro-sul,
ficando credores dos órgãos incumbidos de compensar a diferença entre um e
outro preço pela via do subsídio.

2.3.1.4. Esta nova forma de repasse do subsídio foi minorada com a


edição do Ato 51/85, do IAA, que em seu art. 20 estabeleceu que o pagamento
dos subsídios seriam efetuados quinzenalmente (fls. 85/88).

2.3.1.5. A União Federal não negou que houve atrasos nas liberações
de parcelas porquanto nas informações que lhe foram prestadas e que chegaram
a estes autos, a Secretaria de Acompanhamento Econômico assim se expressou:

"Dificuldades de ordem orçamentária e/ou financeira, no entanto,


terminaram provocando atrasos naqueles pagamentos e, consequentemente,
embaraços para os credores. É de lembrar que a cana-de-açúcar terh de ser
adquirida e deve ser paga ao longo dos seis primeiros meses da safra - no
perífodo da moagem - e que a receita com a venda dos produtos finais é
realizada ao longo dos meses que compõem o ano-safra o que, por si só, já
caracteriza o setor sucroalcooleiro como fortemente dependente de capital
de giro.,

O2.3.1.6.
torna oportuna
O reconhecimento dos atrasos,
a transcrição de acórdãos,
conforme acima transcrito,
do TRF-5^ Região, cuja
jurisprudência se firmou no sentido de assegurar o direito das Usinas de
Açúcar e Álcool receberem os seus créditos de subsídios com a devida
atualização monetária. Confira-se:

"(TRFS) APELAÇÃO CIVEL N. 109562/PE


Relator : JUIZ NEREU SANTOS Turma: 03
Julgamento: 27/08/1998 Publicação: 02/11/1998 Fonte: DJ Pag:000255
E M ENT A
ADMINISTRATIVO E CIVIL. SUBSÍDIO DE EQUALIZAÇÃO DE CUSTOS. CANA DE
AÇÚCAR. PAGAMENTO EM ATRASO. RESSARCIMENTO. CORREÇÃO
MONETARIA. CABIMENTO. PERDAS E DANOS NÃO DEMONSTRADOS.
INDENIZAÇÃO INDEVIDA.
-_DEMONSTRADO__O DIREITO À PERCEPÇÃO DOS VALORES RELATIVOS AO
Documento recebido eletronicamente da origem

1ý_

Art 7* Os preços da cana e do açúcar poderão ser unificados em todo o


País.
Parágrafo único. Os recursos destinados à execução da política decidida nos
têrmos deste artigo serão constituídos por suprimentos do Fundo Especial de
Exportação e outros recursos definidos pelo Conselho Monetário Nacional.

90/108
(e-STJ Fl.513)

* AO n' 90.0248-6

SUBSIDIO DE EQUALIZAÇÃO DE CUSTOS, DEVIDA E TAMBÉM A CORREÇÃO


MONETÁRIA A INCIDIR SOBRE O QUANTUM DAS DIFERENÇAS EM ATRASO.
- NÃO SENDO COMPROVADOS OS PREJUÍZOS SOFRIDOS PELA AUTORA EM
DECORR:ÊNCIA DO NAO PAGAMENTO DAS PARCELAS DO REFERIDO
SUBSÍDIO, NÃO HÁ QUE SE RECLAMAR PERDAS E DANOS.
- APELAÇÃO DA AUTORA PROVIDA. APELAÇAO DA RÉ E REMESSA OFICIAL,
TIDA COMO INTERPOSTA, PARCIALMENTE PROVIDAS." (Grifei.)

(TRF5) APELAÇÃO CIVEL N. 111034/PE


Relator :JUIZ PETRUCIO FERREIRA Turma: 02
Julgamento: 12/05/1998 Publicação: 14/08/1998 Fonte: DJ Pag:000239
E ME NT A
ADMINISTRATIVO. TRIBUTÁRIO. IAA. SUBSÍDIO DE EQUALIZAÇAO DE
CUSTOS. NATUREZA OBRIGACIONAL. CANA DE AÇÚCAR. RESSARCIMENTO.
CORREÇÃO MONETÁRIA DAS PARCELAS PAGAS COM ATRASO. CABIMENTO.
1 - RESTA NOS AUTOS DEMONSTRADO O DIREITO DA PARTE AUTORA Ã
PERCEPÇÃO DOS VALORES RELATIVOS AO SUBSÍDIO DE EQUALIZAÇÃO DE
CUSTOS, ANTES REPASSADOS PELO IAA.
2 - FAZ-SE, ASSIM, DEVIDA A CORREÇÃO MONETÁRIA A INCIDIR SOBRE O
QUANTUM DAS DIFERENÇAS PAGAS E M ATRASO, DE ACORDO COM O
DISPOSTO NO ART. 10, DA LEI N" 6.899/81, QUE DISPÕE QUE A
CORREÇÃO MONETARIA INCIDE SOBRE QUALQUER DEBITO RESULTANTE 'DE
DECISÃO JUDICIAL.
3 - REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO IMPROVIDAS." (Grifei.)

2.3.1.7. Oportuna, também, a transcrição de excerto do voto do


Desembargador Federal Lázaro Guimarães2 , da Corte Regional, sobre o subsídio à
cana:

"Trata-se de obrigação assumida pelo órgão interventor


na economia sucroalcooleira, e não de mera liberalidade.
Primeiro, porque decorre do poder estatal de intervenção na
indústria sucroalcooleira, impondo preços uniformes para
todo o Pais, apesar da diversidade de custos da matéria
prima. Segundo, porque a sistemática impõe ônus do
industrial em relação ao fornecedor."

2.4. Quanto ao pedido para que se determine o destaque do valor do


subsídio do preço da cana, não vislumbro a utilidade do pleito porque durante
o tempo em que o subsídio existiu, eram publicados os demonstrativos de
composição dos preços nas regiões produtoras, conforme se vê às flis. 327/426
e como aos próprios autores admitem em sua inicial ao expressarem que "No ano
de 1989 foram baixados cinco Atos, de n"s 41189, 53/89, 61/89 e 65-66/89,
todos reajustando preços e subsidio (docs. 14 a 18)"1 Estes documentos estão
acostados às fls. 91/133.

2.5. Improcede, por outro lado, o argumento da união de que os


subsídios foram extintos com a Medida Provisória, n1 151, de 14.03.1990. A
citada Medida Provisória. extinguiu apenas o IAA e sobre as atribuições da
autarquia extinta assim estabeleceu:

"Art. 19. o Presidente a República disporá sobre


a transferência das atribuições do extinto Instituto do Açúcar e
do Álcool (IAA), aos órgãos e entidades a
Administração Pública Federal."

2.51.De qualquer maneira, o subsídio à cana e ao açúcar foi


Documento recebido eletronicamente da origem

extinto pela Lei n* 8.393, de 30.12.1991 . O do álcool continuou integrado W

2 Apelação Cível n* 23.230-PE, publicado no DJ de 04.06.1993, p. 21538.


3 Art. 1* - São extintos:
I - ... Omissis
II- os subsídidos de equalização de custos da produção do açúcar, de cana
de açúcar ...

91/108
(e-STJ Fl.514)

AO no 90.0248-6

preço, pelo art. 40 da Portaria no 661, de 07.11.1990, do Ministério da


4
Economia, Fazenda e Planejamento

2.6. Á guisa de conclusão, conforme já explicitado, sendo


legítima a pretensão dos autores no que pertine à correção monetária das
parcelas de subsídios pagas com atraso, devem os juros de mora, a partir da
citação e até 9.1.2003, incidir à taxa de 0,5% ao mês, 'ex vi' do artigo
1.062 do Código Civil revogado; e, de 10.1.2003 em diante, incidirão à taxa
de 1%, 'ex vi' do artigo 406 do novo Código Civil, c/c artigo 161, § í0 , do
Código Tributário Nacional.

2.6.1. É este, inclusive, o entendimento constante do Enunciado no


20 da Jornada de Direito Civil promovida pelo Centro de Estudos Judiciários
do Conselho da Justiça Federal (jornada esta ocorrida no período de 11 a 13
de setembro de 2002, sob a coordenação científica do Ministro Ruy Rosado, do
STJ).

Referido Enunciado de no 20 segue adiante reproduzido:

"20 - Art. 406: a taxa de juros moratórios a que se refere o art.


406 é a do art. 161, § 10, do Código Tributário Nacional, ou seja,
1% <unm por cento) ao mês".

Penso seja oportuno trazer à baila, ainda a este respeito, a


justificativa invocada, na mesma Jornada de Direito Civil, para a não-
aplicação da taxa SELIC. Confira-se:

"A utilização da taxa SELIC como índice de apuração dos juros legais não
é juridicamente segura, porque impede o prévio conhecimento dos juros;
não é operacional, porque seu uso será inviável sempre que se calcularem
somente juros ou somente correção monetária; é incompatível com a regra
do art. 591 do novo C6digo Civil, que permite apenas a capitalização
anual dos juros, e pode ser incompatível com o art. 192, § 31, da
Constituição Federal, se resultarem juros reais superiores a 12% (doze
por cento) ao ano".

3. DISPOSITIVO

3.1. Relativamente ao processo demandado contra a UNIÃO FEDERAL:

Qa) em relação a autora USINA PETRIBU e aos litisconsortes ativos CIA.


AGRO INDUSTRIAL SERRA DA IBIAPA - AGROSERRA - e CIA AGRO-INDUSTRIAL VALE DO
CURU extingo o processo sem julgamento do mérito;

b) em relação ao autor SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇUCAR NO ESTADO DE


PERNAMBUCO <substituindo processualmente Cia. Açucareira Santo André,
Destilaria São Luiz, Usina Barra, Usina Catende, Usina Central Barreiros,
Usina Estreliana, Usina Frei Caneca S/A, Usina Ipojuca S/A, Usina N. Sra. do
Carmo, Usina N. Sra. maravilhas, Usina olho D'água, Usina Pedroza, Usina
Puxnaty, Usina Salgado, Usina Santa Tereza, Usina Tropical e Usina União) e
aos litisconsortes ativos AGRO-INDÚSTRIAS DO VALE DE SÃO FRANCISCO S/A (f ls.
135-163), DESTILARIA BAIA FORMOSA S/A (fls. 201/208), DESTILARIA OUTEIRO S/A
<fls. 193/200) , LIBERDADE AGRO-INDUSTRIAL S/A - LAISA <fls. 164/183), ,S

"Art. 40 - A remuneração dos produtores de álcool de todos os tipos, nas


Documento recebido eletronicamente da origem

"

unidades localizadas no Estado do Rio de Janeiro e na Região Norte/Nordeste,


fica reajustada em 26,92% <vinte e seis inteiros e oitenta e dois centésimos
por cento) e acrescidas dos valores necessários à equalização dos custos de
produção da matéria-prima, que correspondem a 8,33% <oito inteiros e trinta e
três centésimos por cento) da referida remuneração, no caso do Rio de
Janeiro, e a 25,0% <vinte e cinco por cento) da remuneração dos produtores do
Norte /Nordeste."

92/108
(e-STJ Fl.515)

AO n1 90.0248-6

ESTRELIANA LTDA. (fls. 213/223) e USINA FREI CANECA S/A (fls. 184/191), julgo
procedente, em parte, a pretensão demandada, para condenar a UNIÃO FEDERAL ao
pagamento da correção monetária ocorrida entre a data em que deveriam ter
sido pagos os subsídios e a data em que efetivamente o foram, tudo a ser
apurado em fase de liquidação, que deverá se processar por artigos face à
necessidade de se aferir a existência (ou subsistência) dos créditos e os
respectivos valores.

3.2. Em caso de haver diferenças em favor dos autores, deverão as


mesmas ser corrigidas na forma da Lei n' 6.899/81 e acrescidas de juros de
mora à taxa de 0,5% ao mês, 'ex vil do artigo 1.062 do Código Civil revogado;
e de 10.1.2003 em diante, incidirão à taxa de 1%, 'ex vil do artigo 406 do
novo Código Civil, c/c artigo 161, § jo, do Código Tributário Nacional.

3.3. Custas já satisfeitas (fls. 210/211).

3.4. Sem honorários advocatícios ante o princípio da sucurubência


recíproca.

3.5. Sentença sujeita ao duplo grau obrigatório.

Registre-se. Publique-se. Intime-se.

Recife,Qý de março de 2003.

tJBIRATAN DE COUJTO MAURICIO


Juiz Federal
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93/108
Documento recebido eletronicamente da origem

94/108
(e-STJ Fl.516)
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95/108
(e-STJ Fl.517)
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96/108
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97/108
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98/108
(e-STJ Fl.520)
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99/108
(e-STJ Fl.521)
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100/108
(e-STJ Fl.522)
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101/108
(e-STJ Fl.523)
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102/108
(e-STJ Fl.524)
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103/108
(e-STJ Fl.525)
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104/108
(e-STJ Fl.526)
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105/108
(e-STJ Fl.527)
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106/108
(e-STJ Fl.528)
(e-STJ Fl.529)

AO No 90. 00248-6

PODER JUDICIARIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTANCIA
Seção Judiciária de Pernambuco

O EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Processo n' 90.00248-6
Embargante: SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL NO ESTADO DE
PERNAMBUCO

PROLA TADA EM INSPEÇÃ

1. RELATÓRIO.

1.1. Sentença embargada: fis. 436/442

1.2. Fundamentos dos Embargos:

a) obscuridade e omissão na parte dispositiva da sentença embargada, posto que condenou


a União
federal ao pagamento da correção monetária dos valores relativos aos subsídios
efetuados com atraso,
mas os restringiu à safra de 1988/1989, quando a pretensão autoral é no sentido
de que a condenação,
Q
o neste item, retroagisse ao qüinqüênio anterior à propositura da ação, considerando-se como termo inicial
os valores pertinentes à safra de 1985/1986, e abrangendo eventuais retardos em pagamentos futuros;

b) omissão quanto aos índices de correção monetária a serem aplicados no período anterior
à citação
(entre a data em que vencida a obrigação e até a efetivação da mesma).

c) orissão quanto ao termo inicial da contagem dos juros legais, que deveria se iniciar
a partir da data
dano (aquela em deveria ter sido paga a parcela do subsídio e não o foi), em razão de
se tratar de dano
decorrente de atividade estatal típica de intervenção da economia e, em tais casos, incide
a Súmula 54 do
STJ.
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2. FUNDAMENTAÇÃO

2.1. Abrangência dosefeitos dasentença aoqinqüúênioanterior aoauizamento e proeção


dessesefeitosparaeventuaispagamentosfuturosefetuadoscomatraso.

107/108
(e-STJ Fl.530)

AO N 90. 00248-6

1 111
2.1.1. Razão assiste ao Embargante quanto à retroatividade do pleito para atingir 1t petçe
vencidas no qüinqüênio anterior à propositura da ação, objeto este que constou, inclusive do
relatório
sentencial (fi. 437, subiteml.3.2.) e da fundamentação (fl. 439/440, subitem 2.3.1.6), onde se transcreve
ementa e acórdão do Eg. TRF-5a R.

2.1.2. Efetivamente, dentre as pretensões autorais está a de que os efeitos da sentença


embargada se projete a situações futuras semelhantes. Nada obsta ao pleito vez que ao credor
assiste o
direito de receber os seus créditos, quando pagos com atraso, devidamente atualizados
monetariamente,
assim como é obrigação do devedor pagar os seus débitos, se o fizer com retardo, acrescidos
de
atualização.

2.2. Critérios de correção monetária dos débitos pagos com atraso

2.2.1. A jurisprudência já pacificou o entendimento de que a Administração, ao pagar com


atraso, deve fazê-lo com a devida atualização monetária, contada esta efetivamente, a partir do
dia em que
devia cumprir a obrigação e até aquele em que efetivamente o fez. Entretanto, não cabe
a fixação de
índices diversos daquele previsto na Lei n0' 6.899, de 08.04.1981, regulamentada
pelo Decreto ri' 86.649,
de 25.11.198 1, porque era esta a legislação vigente à época do ajuizamento da demanda, sendo
irrelevante
se.índices diversos haviam, já que a correção monetária dos débitos pagos com atraso foi
objeto desta
demanda judicial estando, pois, àquela norma legal estão subordinados.

2.2.2. A propósito, transcrevo o posicionamento do Eg. STJ sobre a questão:

Fonte DJ DATA:23/06/2003 PG:00240


Relator Min. FELIX FISCHER (1109)
Relator p/ Acórdão Min HAMILTON CARVALHIDO (1112)
Ementa EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO.
PORTARIA 714/93. COMPLEMENTAÇÃO DE BENEFÍCIOS PAGOS
ADMINISTRATIVMENTE. CORREÇÃO MONETÁRIA. íNDICES APLICÁVEIS.
INCLUSÃO DOS EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. POSSIBILIDADE.
1. Editada a Lei n' 7.730/89, que extinguiu o índice de correção monetária aplicável
por força da
incidencia da Lei n' 6.899/8 1, a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça,
à sua falta, por
construção de natureza analógica, adotou, para a atualização dos débitos judiciais,
então
inviabilizada, o índice de correção que melhor repunha as perdas inflacionárias,
qual seja, o IPC,
aplicando-o no período que vai de janeiro de 1989 a fevereiro de 199 1, quando, por
força de sua
extinção, substituiu-o, ainda uma vez à falta de índice de correção monetária próprio
dos débitos
judiciais, pelo INPC.
2. A correção monetária, por mera reposição de perdas inflacionárias decorrentes
do atraso na
solução dos débitos, há de ser única e não apenas devida quando as prestações
de natureza
pecuniaria se constituem em tema de processo e matéria de decisão judicial, fazendo-a
a própria
Administração Pública, na satisfação dos seus débitos, quando solvidos com
atraso, com os
mesmos valores.

4. Embargos conhecidos e rejeitados.


Documento recebido eletronicamente da origem

RESP 438592 / PI; RECURSO ESPECIAL 2002/0067815-4


Fonte DJ DATA:28/04/2003 PG :00270
Relator Min HAMILTON CARVALHIDO (1112)
Ementa RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIARIO. PORTARIA 714/93.
COMPLEMENTAÇÃO DE BENEFÍCIOS PAGOS ADMINISTRATIVM4ENTE.
CORREÇÃO
MONETÁRIA. íNDICES APLICÁVEIS. INCLUSÃO DOS EXPURGOS INFLACIONÁRIOS.
POSSIBILIDAD5_/

Processo: 0809638-47.2018.4.05.8300
Assinado eletronicamente por:
rafael narita de barros nunes - Advogado
18071017433304100000005746754
Data e hora da assinatura: 11/07/2018 19:45:54
Identificador: 4058300.5729590 https://pje.jfpe.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.s
Para conferência da autenticidade do documento: 108/108
(e-STJ Fl.531)

AO No 90. 00248-6

1. Editada a Lei n0' 7.730/89, que extinguiu o indice de correção monetária aplicável por
força da
incidência da Lei n0' 6.899/8 1, a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça,
á sua falta, por
construção de natureza analógica, adotou, para a atualização dos
débitos judiciais, então inviabilizada, o índice de correção que melhor repunha
as perdas
inflacionárias, qual seja, o IPC, aplicando-o no período que vai de janeiro de 1989
a fevereiro de
1991, quando, por força de sua extinção, substituiu-o, ainda uma vez á falta de índice
de correção
monetária próprio dos débitos judiciais, pelo INPC.
2. A correção monetária, por mera reposição de perdas inflacionárias decorrentes
do atraso na
solução dos débitos, há de ser única e não apenas devida quando as prestações
de natureza
pecuniária se constituem em tema de processo e matéria de decisão judicial,
fazendo-a a própria Administração Pública, na satisfação dos seus débitos, quando
solvidos com
atraso, com os mesmos valores.

2.2.3. Conclui-se, pois, que o índice a ser utilizado, a título de correção monetária,
referente ao
qúinqüênio anterior ao ajuizamento da demanda e até o advento da Lei n0' 7.730,
de 31.01.1989, que
extinguiu a OTN (Obrigações do Tesouro Nacional)', é o da variação
a esta pertinente (ORTN/OTN,
denominação alterada pelo Decreto Lei ri' 2.284, de 10.03.1986 2). A partir da
O vigência da referida Lei ri'
7.730/89, o índice que passou a ser aplicado para correção monetária de débitos decorrentes
de decisões
judiciais foi o IPC e, posteriormente, o INPC, como bem esclarecido nas emendas
acima transcritas., que
nao outros que não os utilizados em substituição àquele previsto na Lei n' 6.899/81,
não havendo, neste
ponto a omissão suscitada.

2.3. Termo inicial da contagem dos juros lgais.

2.3.1. Inaplicável ao caso destes autos a Súmula 54-STj 3 . O referido verbete aplicar-se-ia
em caso de comprovado dano causado à parte autora, o que não ficou evidenciado.
Aliás, o
primeiro acórdão transcrito na sentença Embargada (fis. 439/440) invoca a
necessidade da prova do
dano ao estabelecer que "Não sendo comprovados os prejuízos sofridos
pela parte autora em
decorrênciado não pagamento das parcelas do referido subsídio, não há que
se reclamarperdas e
danos."

2.3.2. Por outro lado, a inércia do autor embargante durante os cinco anos anteriores
à
demanda não haverá de ser premiada com o pagamento dos juros contados retroativamente.

O DISPOSITIV0/

Lein' 7.730/89:
Art. 15. ficam extintas:
1- em 16 de janeiro de 1989, a Obrigação do Tesouro Nacional com variação
diária divulgada diariamente
pela Secretaria da Receita Federal - "OTN fiscal";
Documento recebido eletronicamente da origem

2Decreto-Lein 2.284,de 10/03/1986


Art 60 A Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional - ORTN, de que trata a Lei n'
4.357, de 16 de julho de
1964, passa a denominar-se Obrigação do Tesouro Nacional - OTN, e a emitida
a partir de 3 de março de
1986 terá o valor de Cz$106,40 (cento e seis cruzados e quarenta centavos), inalterado
até 10 de março de
1987.
3Súmula 54-STJ: "Os juros moratórios fluem a partir de evento
danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual."

1/84
(e-STJ Fl.532)

AO No 90. 00248-6

Isto posto, conheço dos Embargos Declaratórios opostos à sentença de fls.436/442


e
lhes dou parcial provimento para rever a parte dispositiva da sentença
embargada, cujo item 3. 1.
passa a ter a seguinte redação:

3.1. Relativamente ao processo demandado contra a UNIÃO FEDERAL:

a) em relação a autora USINA PETRIBU e aos litisconsortes ativos CIA. AGRO INUSTRIAL SERRA DA
IBIAPA - AGROSERRA - e CIA AGRO-INDUSTRIAL VALE DO CURU
extingo o processo sem julgamento
do mérito;

b) em relação ao autor SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇUCAR NO


ESTADO DE PERNAMBUCO
(substituindo processualmente Cia. Açucareira Santo André, Destilaria
São Luiz, Usina Barra, Usina Catende,
Usina Central Barreiros, Usmna Estreliana, Usina Frei Caneca S/A, Usina
Ipojuca S/A, Usina N. Sra. do Carmo,
Usina N. Sra. Maravilhas, Usina Olho D'água, Usina Pedroza, Usina Pumaty,
Usina Salgado, Usina Santa Tereza,
Usina Tropical e Usina União) e aos litisconsortes ativos AGRO-INDÚSTRIAS
DO VALE DE SÃO
FRANCISCO S/A (fls. 135-163), DESTILARIA BAIA FORMOSA
S/A (fis. 201/208), DESTILARIA
OUTEIRO S/A (fls. 193/200), LIBERDADE AGRO-INDUSTRIAL S/A
- LAISA (fis. 164/1 83), USINA
ESTRELIANA LTDA. (fis. 213/223) e USINA FREI CANECA S/A (fls. 18 4 9
/1 1), julgo procedente, em parte, a
pretensão demandada, para condenar a UNIÃO FEDERAL ao pagamento da
correção monetária ocorrida entre a
data em que deveriam ter sido pagos os subsídios de equalização do preço da
cana e a data em que efetivamente o
foram ou vierem a ser, pertinente ao pagamento com atraso dos subsídios
de equalização do preço da cana, a
partir da safra 1985/1986 e sempre que tais pagamentos se fizerem com atraso,
tudo a ser apurado em fase de
liquidação, que deverá se processar por artigos face á necessidade de se
aferir a existência (ou subsistência) dos
créditos e os respectivos valores.

Mantenho, no mais, a sentença embargada em todos os seus termros.

Registre-se.

Publique-se.

Intime-se.

Recife,53t2de julho de 2003.

UBIRATAN DE COUTO MAURICIO


Juiz Federal
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2/84
Documento recebido eletronicamente da origem

3/84
(e-STJ Fl.533)
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4/84
(e-STJ Fl.534)
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5/84
(e-STJ Fl.535)
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6/84
(e-STJ Fl.536)
(e-STJ Fl.537)

3 1/8

ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO - 5a Região

EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA 9a VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE


PERNAMBUCO

Ref.: Ação Ordinária n0 90.0000248-6


Autor. SINDICATO DA INDUSTRIA DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL NO ESTADO DE.-,o-,ý
PERNAMBUCO e outrosc3
Ré. UNIÃO

UNIÃO, pessoa jurídica de direito público interno, por seu Advogado infra-
assinado,,vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, mui respeitosamente,
interpor o presente recurso de APELAÇÃO para o Tribunal Regional Federal da
O Quinta Região.

Assim, após observadas as formalidades de praxe, requer a Apelante seja


o seu recurso encaminhado ao Tribunal ad quem para CONHECIMENTO e nova
decisão que certamente encerrará no seu PROVIMENTO e conseqüente reforma da
decisão atacada.

Pede Deferi ento.

Recife, 3 e ezembro de 2003.


Documento recebido eletronicamente da origem

e T

AGU.proCUraýola Regnaý 5'Regià0

7/84
(e-STJ Fl.538)

2/8

ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO - 5a Região

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO

IRAZÕES DE APELAÇÃO

COLENDA TURMA,

A r. sentença de fís. 436/442 integrada pela de fis. 455/458 merece


reforma, tendo em vista que: 1) concedeu efeitos modificativos aos embargos de
declaração dos autores sem intimar a ré para contradita; 2) ampliou o período -de
alcance da decisão sem observar os limites do pedido inicial (ultra petta); 3)
considerou a União em atraso quando o pagamento de subsídios não se submete a
tal imputação obrigacional.

Com efeito, a decisão final julgou procedente o pedido exordial nos


seguintes termos, verbis:.

......... aoe poesa


.a.d....çccredveás
.xstn
.........................................
....
dos....
ito Va lr ... ..........
Documento recebido eletronicamente da origem

8/84
(e-STJ Fl.539)

3/8

ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO - 5 a Região

Ocorre, porém, que há de ser reformada a decisão transcrita, pelas


razões acima delineadas e que ora se passa a discorrer.

DA NULIDADE DA SENTENÇA POR CONTRARIEDADE AO PRINCIPIO DA


o AMPLA DEFESA - CONTRADITÓRIO.

Com efeito, a sentença que acolheu os embargos de declaração com


efeitos modificativos está eivada do vício insanável da nulidade por contrariedade ao
principio da ampla defesa - art. 50 - LIV e LV - DA CF - tendo em vista que a União
não foi intimada para oferecer resposta ao recurso em comento, portanto, houve
julgamento que prejudicou os interesses da recorrida sem que a mesma pudesse se
defender.

Como é cediço, o recurso de embargos de declaração não comporta


contraditório, entretanto, em casos que lhe seja emprestado efeitos modificativos,
O implica a necessidade de se intimar a parte adversa para contra-razões, sob pena
de se ofender os princípios da ampla defesa e do devido processo legal.

Neste sentido, importante transcrever a seguinte jurisprudência do


Superior Tribunal de Justiça, publicada no Diário de Justiça de 04.08.2003, pág.
220, verbis:

"EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE


DECLARAÇAO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM
Documento recebido eletronicamente da origem

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. IPO DE MARÇO DE 1990.


SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL. LIMITAÇÃO.
EMBARGOS COM EFEITOS MODIFICATIVOS. AUSÊNCIA DE

/x,
9/84
(e-STJ Fl.540)

4 4/8

ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO ~ 5a Região

INTIMAÇÃO DOS EMBARGADOS. CERCEAMENTO DE DEFESA.


OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.
1. Conquanto inexista previsão legal expressa quanto à
necessidade da intimação do embargado para impugnar
embargos declaratórios opostos com propósito modificativo
O do julgado, ajurisprudência do Supremo Tribunal Federal
pacificou-se no sentido de sua exigência, pena de violação do
principio do contraditório e da ampla defesa.
2. Precedentes do STJ.
3. Embargos de declaração acolhidos para anular o feito a partir
do acórdão que atribuiu efeitos modificativos ao julgado,
inclusive.'

Destarte, considerando que os embargos tiveram nítido caráter


modificativo, resta concluir que o seu julgamento merece ser anulado, para que se
possa ofertar à União a oportunidade de defesa.

DO JULGAMENTO ULTRA PETITA

Por outro lado, a decisão decorrente dos embargos de declaração houve


por extrapolar ao pedido exordial, portanto, merece ser reformada para que se
comporte dentro de seus reais limites.

Com efeito, a petição inicial, especificamente no item 5.4 (fI. 11), deixa
extreme de dúvida que o alegado atraso no pagamento dos subsídios só se
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iniciaram a partir do segundo semestre de 1988, conforme discorre a autoria, verbis:

10/84
(e-STJ Fl.541)

5/8

ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO ~5a Região

"5À4 O atraso no pagamento do subsídiio (tanto do açúcar


quanto do álcool), vem se verificando e se agravando desde a
safra 1988/1989, ou seja, a partir do segundo semestre do
referido ano de 1988."

Ora, se o autor atesta que o atraso somente se iniciou no segundo


semestre de 1988, força concluir que a condenação no pagamento dos valores a
partir da safra 1985/1986 é julgamento além do pedido, portanto, deve ser reformado
para que se adstrinja aos limites da lide, ou seja, a partir do segundo semestre de
1988.

DA INEXISTÊNCIA DE DIREITO À CORREÇÃO MONETÁRIA NO PAGAMENTO DE


SUBSIDIOS COM ATRASO.

Por sua vez, no mérito recursal, não há de se falar em direito à correção


monetária por atraso no pagamento de valores decorrentes de política de subsídios.

O Com efeito, o pagamento de subsídio é um compromisso de política


governamental que objetiva ajudar os produtores da região nordeste, entretanto, não
se caracteriza como obrigação civil, logo, o atraso na liberação dos valores não tem
o condão de justificar o pedido de correção monetária.

Certo é que não se pode confundir o pagamento de subsídio com uma


obrigação obrigacional, mesmo que de ordem não contratual, pois, como se sabe,
subsídio é uma ajuda financeira que a sociedade concede a determinado segmento
produtivo para que esta atividade econômica, julgada relevante para o equilíbrio
Documento recebido eletronicamente da origem

social, possa sobreviver.

11/84
(e-STJ Fl.542)

6/8

ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO0 - 5a. Região

Assim, resta concluir que o subsídio não é uma obrigação civil, portanto,
não pode se submeter às regras da legislação privada, porquanto, à evidência, trata-
se de política pública de regulação das atividades econômicas.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, requer a União que esse Egrégio Tribunal Regional Federal
se digne de dar provimento ao presente recurso para: anular a sentença recorrida
por falta de intimação para contra-razões dos embargos de declaração, devolvendo-
se o processo para seu regular processamento no Juizo de origem; caso contrário,
reformar integralmente a sentença apelada e julgar improcedentes todos os pedidos
exordialmente requeridos.

Pede Deferimento.

Recife, 3 de deze 003.

o .J
AG a o e al-Rei4
Documento recebido eletronicamente da origem

12/84
Documento recebido eletronicamente da origem

13/84
(e-STJ Fl.543)
Documento recebido eletronicamente da origem

14/84
(e-STJ Fl.544)
Documento recebido eletronicamente da origem

15/84
(e-STJ Fl.545)
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16/84
(e-STJ Fl.546)
(e-STJ Fl.547)

Acaut n0 90.3880-4

PODER JUDICIARIO
JUSTIÇA FEDERAL DE PRIMEIRA INSTÂNCIA
Seção Judiciária de Pernambuco
9' Vara

SOBNEÇ REGISRAD,-
SEBNEÇ- EITA
LIVRO n* /~40
Recif e, 2 ,de Qde 2003.

Processo n0 Acaut n1 90.3880-4

1. RELATóRIO

1.1 Demandante

Legitimado extraordinariamente: SINDICATO DA INDÚSTRIA DO


AÇUCAR NO ESTADO DE PERNAMBUCO, como substituto processual dos seguintes
litisconsortes (mencionados à fl1. 18 da ação principaL: AO nO 90.00248-
6):
Cia. Açucareira Santo André,
Destilaria São Luiz,
Usina Barra,
Usina Catende,
Usina Central Barreiros,
Usina Estreliana,
Usina Frei Caneca S/A,
Usina Ipojuca S/A,
Usina N. Sra. do Carmo,
Usina N. Sra. Maravilhas,
Usina Olho D'Água,
Usina Pedroza,
Usina Pumaty,
(9UsinaSalgado,
Santa Tereza,
Usina
Usina Tropical e
Usina União.

1.1.2 Demandados: INSTITUTO DO AÇÚCAR E DO ALCOOL (atualmente extinto) e


UNIÃO FEDERAL, sua sucessora.

1.2. O SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR DE PERNAMBUCO propôs a presente


Ação Cautelar incidental, distribuída por dependência à Ação Ordinária n*
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90.0248-6, com o propósito de que lhes fosse concedida liminar no sentido de


que a partir da safra de cana-de-açúcar de 1990/1991, sejam as empresas
produtoras de açúcar e álcool a ele filiadas exoneradas e dispensadas de
anteciparem aos seus fornecedores de cana os valores correspondentes ao
subsídio de equalização de custos, ressalvada a hipótese de :receberem
antecipadamente os valores correspondentes.

1.2.1. A liminar foi indeferida (fls. 73/73 versoj)

17/84
(e-STJ Fl.548)

Acaut no 90.3880-4 cnetY


1.3. 0 Instituto do Açúcar e do Álcool apresentou a suacotsaã
(fls. 78/88) onde suscitou as preliminares de: a) litisconsórcio passivo
necessário de todos os fornecedores das empresas filiadas ao Sindicato autor
e da Secretaria do Desenvolvimento Regional da' Presidência da República,
órgão ao qual foram conferidas as atribuições do IAA após a sua extinção,
pela Lei no 8.029, de 12.04.1990; b) prescrição, porque a alteração da
sistemática de pagamento do subsídio ocorreu a partir da safra de 1978/1979 e
só agora o autor a impugna.

Quanto ao mérito, argumentou, em suma, ser impossível separar do


preço da cana a parcela do subsidio porque este não integra o preço mas é
percentual dele deduzido. Aduziu, ainda que, sendo auxílio o produtor, o
subsídio não se caracteriza como obrigação por parte da Administração.

1.4. Citada, a UNIÃO, à fl. 152, ratifica os termos da contestação


firmada pelo IAA.

1.5. Não houve réplica (fl. 155 verso)

2. FUNDAMENTAÇAO

2.1. Inicialmente, saliento que a Lei n 8.029, de 12.04.1990, em que se


converteu a medida Provisória no 151, de 15.03.1990, ao extinguir o IAA,
atribuiu à União Federal a sucessão da autarquia extinta.

2.2. Passo às preliminares.

2.2.1. Porque se requer, 'in casu', a dispensa de antecipação, aos


fornecedores, dos valores correspondentes ao subsidio de equalização para as
safras a partir de 1990/1991, a prescrição não alcança o próprio fundo de
direito porquanto o mesmo art. 178, § 10, do antigo Código Civil, estabelece
que o prazo de prescrição deve ser contado a partir da data do ato ou fato do
qual se originar a ação. Como o autor pretendia se resguardar do desembolso
de valores para a safra de 1990/1991 e as futuras, tendo a ação sido ajuizada
em 13.08.1990, não há que se falar em prescrição.

2.2.1.1. Analiso, na seqüXência, a preliminar, invocada pelo IAA, de


litisconsórcio passivo necessário dos fornecedores da empresas filiadas
Q
ao
sindicato autor.

2.2.1.2. A concessão da liminar através da presente sentença - é certo -


ensejaria a necessidade do chamamento dos fornecedores a integrarem à lide,
mercê de que estes seriam os reais prejudicados com a desobrigação das Uisinas
de lhes antecipar o valor do subsídio de equalização.

2.2.1.3. Restaria evidente, assim, a necessidade de citação, em tese, de


todos os fornecedores. Nada obstante, no caso em apreço, tal citação se
mostra dispensável, entendimento este que se arrima no antigo adágio "pas de
Documento recebido eletronicamente da origem

nullité sans grief" e no princípio da economia processual.

2.2.1.4. Com efeito, é norma positivada em nosso ordenamento jurídico


aquela segundo a qual não se decreta nulidade sem que dela haja resultado
prejuízo a qualquer das partes'. Desse modo, se, no caso vertente, a sentença
é desfavorável ao próprio autor, inexistindo prejuízo aos seus fornecedores,
não se torna imperiosa a citação
destesý

18/84
(e-STJ Fl.549)

Acaut n0 90.3880-4
2.2.1.5. Referido entendimento, inclusive, atende os reclamos da economia
processual e da celeridade de entrega da prestação jurisdicional, na medida
em que dispensa a realização de providências que em nada alterarão o curso ou
a validade do julgamento.

2.2.1.6. A fim de corroborar o raciocínio ora em defesa, "mutatis mutandi",


convém trazer a lume o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justiça:

"PROCESSUAL CIVIL. LITISCONSORTES. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. FALTA DE


PREJUÍZO. CONCURSO P<]BLICO. PROMOTOR SUBSTITUTO. ESTADO DO PIAUÍ. RECURSO
ADMINISTRATIVO ASSINADO PELOS RECORRENTES. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE.
AUSÊNCIA DE MÁCULA. REVISÃO DE PROVAS.
1. Não há nulidade sem prejuízo, por isso que, denegada a segurança, não
existe razão para anular-se o processo para determinar a citação dos
litisconsortes afinal vitoriosos pela decisão judicial.
2. o principio da impessoalidade é de ser analisado no contexto fático
adequado, sem vez para alegações vagas, sem demonstração de mácula à sua
'mens legis'.
3. Veda-se ao Poder Judiciário a revisão de provas.
4. Recurso a que se nega provimento". (Superior Tribunal de Justiça, ROMS
n* 9462/PI, rei. Min. Edson Vidigal, julg. 16.3.2000, DJ 10.4.2000, p.
100, grifos acrescidos.>

2.2.1.7. Em relação à necessidade do litisconsórcio passivo da Secretaria


do Desenvolvimento Regional da Presidência da República, a União já passou a
integrar a lide. A preliminar restou prejudicada.

2.3. Passo ao mérito.

2.3.1. Em se tratando de processo cautelar, o mérito da demanda limita-se


o mérito da à aferição da existência dos requisitos do 'fumus boni juris' e
do 'periculus in mora' . No presente caso, a liminar que se pleiteava foi
indeferida pelo despacho de fls. 73173 verso, fundamentado aquele "1decisum"1
na ausência do "periculum in mora".

2.3.1.1. Cabe repetir que a presente acautelatória objetivava desonerar as


indústrias do açúcar e do álcool do pagamento, ao produtor/ fornecedor da
cana, do subsídio de equalização já na safra de 1990/1991 e as que lhe seriam
posteriores.

2.3.1.2. A Lei no 8.393, de 30.12.1991, extinguiu o subsidio objeto da


demanda, porquanto seu art. 1* tem a seguinte redação:

"Art. 10 São extintos:


I - a contribuição sobre saídas de açúcar, de cana-de-açúcar, criada pelo
Decreto-Lei no 308, de 28 de fevereiro de 1967, alterada pelos Decretos-
Leis nos 1.712, de 14 de novembro de 1979, e 1.952, de 15 de julho de
1982, e o respectivo adicional, criado por este último diploma legal;
II - os subsídios de equalização de custos de produção de açúcar, de
cana-de-açúcar, objeto da Política de Preço Nacional Equalizador Açúcar e
Álcool, criado com fundamento na Lei no 4.870, de 10 de dezembro de 1965,
Documento recebido eletronicamente da origem

nos Decretos-Leis nos 308, de 1967, 1.186, de 27 de agosto. de 1971, e


1952, de 1982".

2.3.2 A extinção do subsídio foi compensada através da instituição de


favor isencional, nos termos do artigo 20 do mesmo diploma legislativo
<operacionalizado através da Portaria no 04, de. 14.1.1992, do Ministério da
Fazenda). Segue transcrição:

"Art. 20 Enquanto persistir a política de preço nacional unificado de


açúcar de cana, a aliquota máxima do Imposto sobre Produtos

19/84
(e-STJ Fl.550)

Acaut n* 90.3880-4
de dezoito por cento, assegurada isenção para as saídas ocorridas na área
de atuaç'ão da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste <Sudene) e
da Superintendência do Desenvolvimento da A~mazônia <Sudam).
Parágrafo único. Para os Estados do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, é
o Poder Executivo autorizado a reduzir em até cinqúenta por cento a
alíquota do IPI incidente sobre o açúcar nas saídas para o mercado
interno".

2.4. A situação atualmente consolidada quanto ao subsídio cuja


exoneração de responsabilidade se rebelou o autor, autoriza a extinção da
acautelatória, sem a sua apreciação meritória, como conseqúência da
superveniente impossibilidade jurídica da medida pleiteada, umia das condições
para o exercício do direito de ação (art. 267, VI,' do CPC).

3. DISPOSITIVO

3.1. Isto posto, extingo, sem apreciação de mérito, a apresente


acautelatória incidental, promovida pelo SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR EM
-- PERNAMBUCO <substituindo processualmente Cia. Açucareira Santo André,
Destilaria São Luiz, Usina Barra, Usina Catende, Usina Central Barreiros,
Usina Estreliana, Usina Frei Caneca SIA, Usina Ipojuca S/A, Usina N. Sra. do
Carmo, Usina N. Sra. Maravilhas, Usina Olho D'água, Usina Pedroza, Usina
Pumaty, Usina Salgado, Usina Santa Tereza, Usina Tropical e Usina União>.

3.2. Custas já satisfeitas <fl. 72 verso).

3.3. Sem honorários advocaticios.

Registre-se. Publique-se. Intime-se.

Recife, 24 de março de 2003.

UBIRATAN DE COUTO MAURICIO


Juiz Federal.
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20/84
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21/84
(e-STJ Fl.551)
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(e-STJ Fl.563)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

APELAÇÃO CÍVEL No 343338/PE (2004.05.00.022331 -8)

RELATÓRIO

ODesembargador Federal JOSÉ MARIA LUCENA - Relator:

Trata-se de apelação e remessa obrigatória de sentença que julgou


o
parcialmente procedente Ação Ordinária, em que os autores pleiteiam
reconhecimento do direito a procederem ao destaque do subsidio de equalizaçãoe
de custos da cana-de-açúcar, do preço final tanto do açúcar, quanto do álcool o
bem assim, que sejam exonerados da responsabilidade de pagar ou repassar
mencionado subsídio de equalização aos seus fornecedores de cana.
Pugnam, outrossim, pelo reconhecimento do direito ao recebimento
do subsídio de equalização, relativamente às canas próprias das empresas
produtoras de açúcar. Pedem a condenação do IAA e da União ao pagamento do
subsídio de equalização liquidado com aýi'eso nos 5 (cinco) anos anteriores à
propositura da açao.

Consoante se verifica ás fís. 436/442 e 455/458, o MM Juiz a quo


julgou parcialmente procedente o pedido, para condenar a UNIÃO ao pagamento
da correção monetária ocorrida entre a data em que deveriam ter sido pagos os
subsídios e a data em que efetivamente o foram, relativamente ao pagamento com
atraso dos subsídios de equalização do preço da cana, a partir da safra 1985/1 986
e sempre que tais pagamentos se fizessem em atraso. No que pertine às partes
autoras USINA PETRIBU, Cia. AGRO INDUSTRIAL SERRA DA IBIAPA -
AGROSERRA e CIA. AGRO-INDUSTRIAL VALE DO CURU, o processo foi extinto
sem resolução de mérito.

Q Nas razões recursais (fís. 463/468), a UNIÃO alega os seguintes


pontos: a) nulidade da r. sentença recorrida, por contrariedade ao princípio do
contraditório, em virtude de a União não ter sido intimada para oferecer resposta
aos embargos de declaração manejados pelo pela pelas partes autoras; b)
ocorrência de julgamento ultra petita, ao argumento de que, na fundamentaçao
contida na peça exordial, consta qu,é o atraso no pagamento do subsídio se deu a
partir do segundo semestre de 198á8 (safra 1988/1989), ao passo que o pedido dos
autores tem por objeto o pa amento dos valores a partir da safra 1985/1986; c)
inexistência de direito à cor !çáo monetária no pagamento de subsídios em atraso,
em razão de o subsidio não se confundir, a seu ver, com uma obrigação de
Documento recebido eletronicamente da origem

natureza civil.
Se ntra-razões.

V m-me os autos conclusos para julgamento.


LATEI.

Gab.JMLejlb 2

33/84
(e-STJ Fl.564)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

APELAÇÃO CíVEL No 343338/PE (2004.05.00.0223311-83)

VOTO

ODesembargador Federal JOSE MARIA LUCENA - Relator:

Os embargos de declaração destinam-se, precipuamente, a desfazer


obscuridade, a afastar contradições e a suprir omissões que eventualmente se
registrem na decisão judicial. Essa modalidade recursal só permite o reexame do
decisum embargado para o especifico efeito de viabilizar um pronunciamento
jurisdicional de caráter integrativo-retificador que esclareça o conteudo do julgado.
O STIF vem admitindo, em diversos julgados, o recebimento dos
O embargos de declaração com efeitos modificativos. A título de exemplo, trago à
colação o seguinte precedente:

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARA ÇAO NO AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINARIO. OMISSAÃO NO
JULGADO. EXISTÊNCIA. DIREITO DOS SERVIDORES PUBLICOS
DO DISTRITO FEDERAL. LEI DISTRITAL N. 38/89. LEI DISTRITAL
N. 117/90. REAJUSTE DE 84,32%. PRECEDENTES. EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS. 1. A supervenlência da Lei distrital
n. 117/90, que revogou a Lei distrital n. 38/89, não afastou a
aplicação do reajuste de 84,32%, já incorporado ao patrimônio
jurídico dos servidores distritais. Irredutibilidade de vencimentos.
Precedentes. 2. Embargos de declaração recebidos, com efeitos
modificativos, para conhecer do recurso extraordinário e negar-lhe
provimento.A partir do RE 55940/SP, assim tem decidido o Pretório
Excelso:
Q (AgR-ED 463164 / DF, Rei. Min Eros Grau, DJ 28/09/2007, p. 00076,
Segunda Turma, por unanimidade)
Por outro turno, à luz dos precedentes do egrégio STJ, "Os embargos
decíaratórios podem ter efeitos modificativos se, ao suprir-se a omissão, outro
aspecto d/à causa tenha de ser apreciado como consequência necessária."( STJ,
3.a T, SP 63558-6-SP, rei. Min. Eduardo Ribeiro, DJU 19.08.1996.)
Assim, quando são opostos embargos decíaratórios de sentença e no
ma complementação,
afigura-se lógico pensar
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j enodessebrosercneeqeadcsoebraacrcad que a sentença proferida


nos
bargos se constitui em declaração daquilo que estava omisso, obscuro ou
ntraditório, ainda que possua caráter modificativo, desde que a infringência no
ulgado não seja manifestamente incoerente com o restante do decisum.
Assim, podem os embargos de declaração, em algumas situações,
substituir integralmente a decisão embargada, por serem com ela manifestamente
Gab..JML/ejlb 3

34/84
(e-STJ Fl.565)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

APELAÇÃO CÍVEL No 343338/PE (2004.05.00.022331-8)

ou
incompatíveis, não se tratando, em tais casos, de nova decisão que integre o
complemente a anterior, mas de pronunciamento que verdadeiramente substitui
antecessor, chegando mesmo a anulá-lo.
Todavia, na situação versada nos autos, observo que não chegou a
ocorrer, de fato, uma manifesta incompatibilidade da sentença proferida poro
ocasião do julgamento proferido em sede de embargos de declaração com
preceito estampado no dispositivo da sentença anterior.

Com efeito, na sentença que julgou os embargos de declaração,


restaram reconhecidos, ante a omissão verificada no julgado anterior, os seguintes
O pontos: a) abrangência dos efeitos da sentença ao qüinqüênio anterior ao
ajuizamento e projeção desses efeitos para eventuais pagamentos futuros
efetuados com atraso; b) esclarecimento dos critérios de correção monetária dos
débitos pagos em atraso; c) termo inicial da contagem dos juros legais.

Dos três pedidos acima contidos, apenas o último não foi reconhecido
pelo MM Juiz de primeiro grau quando do julgamento dos embargos, ao passo que
os demais foram integrados à parte dispositiva da sentença anterior,
compatibilizando-se com os pedidos formulados pelas partes autoras na peça
preambular, com apuração a ser reservada para a fase de liquidação da sentença.
Oportuno salientar que a interposição da apelação devolve ao tribunal
todas as questões suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à
sentença, ainda não decididas (artigos 515 e 516, CPC).
da r. sentença
recorida. Não há que se falar, pois, na ocorrência de nulidade

No que pertine à incidência da correção monetária sobre o


pagamento em atraso dos subsídios, é uníssono o entendimento desta Corte de
que a correção monetá ria não se constitui em um plus; não é uma penalidade,
sendo, tão-soment ,<a reposição do valor real da moeda, corroído pela inflação.
itulo de ilustração, trago à colação os seguintes precedentes:
AÇÃO ORDINÁRIA. SUBSÍDIO DE
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ADMINISTRATIVO.
EQUALIZA ÇÃ O DE CANA-DE-A ÇÚCAR. LEGITIMIDADE ATIVA.
"ERROR IN PROCEDENDO". INOCORRENCIA. PAGAMENTO EM
ATRASO. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDENCIA.
1. Considerando que as autoras têm, como objeto social, a fabricação
de derivados de cana-de-açúcar e atuam no Nordeste, bem como o
fato de que foram informadas pelo extinto INSTITUTO DO AÇÚCAR
E DO ÁLCOOL - MAA acerca dos valores a que faziam jus, a titulo de

Gab.JML/ejib4

35/84
(e-STJ Fl.566)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

APELAÇÃO CÍVEL No 343338/PE (2004.05.00.022331-8)

subsídio de equalização, dos períodos aos quais se referiam, é


patente a legitimidade ativa 'ad causam".
2. Como se procedeu à juntada de documentos emitidos pela citada
autarquia, cuja autenticidade não foi questionada, e é fato público e
notório que, à época, os índices inflacionários brasileiros eram bem
expressivos, era desnecessária a dilação probatória, não se podendo
falar em "error in procedendo" e em invalidação da sentença.
3. Não sendo a correção monetária um acréscimo, nem uma
penalida de, mas a mera recomposição do poder aquisitivo da moeda,
se os subsídios de equalização foram pagos com atraso, impõe-se o
reconhecimento do direito das autoras á aludida atualização.
O 4.Apelação eremessa oficial tida como interposta improvidas.
(AC 321 333/PE, Rei. Des. Federal Elio Wanderley de Siqueira Filho,
DJ 10/11/2004, p. 216, Primeira Turma, por unanimidade)

ADMINISTRATIVO, MAA, SUBSÍDIO DE EQUALIZAÇÃO DE


CUSTOS, CANA DE AÇUCAR, RESSARCIMENTO, CORREÇÃO
MONETAÁRIA, CABIMENTO.
- Demonstrado o direito á percepção dos valores relativos ao
subsídio de equalização de custos, devida também a correção
monetária a incidir sobre o quantum das diferenças em atraso,
precedente (trt 5a região, 2a turma, ac nO 23.230, relator juiz lázaro
guimarães, julg 15.04.93).
- Desconto sob o montante do valor creditado a título de subsídio de
equalização de custos em virtude de negociação mediante cessão
de crédito de parte desses valores. impossibilidade, o pagamento
deve ser feito integralmente, contudo, por medida de segurança
O deve permanecer bloqueado o valor referente aos contratos de
cessão de- direito desde que devidamente formalizados.
- Corre ae justa a fixação de verba honorária. precedentes. apelo da
part autora parcialmente provido, apelação e remessa da união
fe ral impro vidas.
C 190656/PE, Rei. Des. Federal Edvaldo Batista da Silva Junior, DJ
/06/2000, p. 712, Segunda Turma, por unanimidade)

Ante o exposto, nego provimento à apelação e à remessa obrigatória.


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fASSIM VOTO.

Gab.JML/ejlb5

36/84
(e-STJ Fl.567)

O9h3Omin - Lista/Cristóvão 11aTurma -22.11.07,

PODER JUDICIARIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5 RGÃ

APELANÇÃO CÍVEL N- 343.338-PE


RELATORIO E VOTO (NO GABINETE)

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL JOSE MARIA LUCENA


CO (RELATOR): Nego provimento à apelação e à remessa oficial.

OS EXMOS. SRS. DESEMBARGADORES FEDERAIS FRANCISCO


CAVALCANTI E AMANDA LUCENA: De acordo (sem explicitação).

Q DECISÃO: A Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação e à remessa


oficial, nos termos do voto do Relator. Presidiu o julgamento o eminente
Desembargador Federal José Maria Lucena.
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37/84
(e-STJ Fl.568)
TRIBUNAL R]EGIONAL FEIIERAL DA QUINTA REGIÃO
Esparta TRF5 FLS.

-Minuta de Julgamento de Sessão Ôrinária

* ~-Primeira. Turmã-
2OO4.5.OOO223l-~8Pauta: 22/11/2007 Julgado.2/120
AC34333-PE ~

.Procjesýso Originário:90.00ÓÔ248-6
Orgm9 VaráFeeral de Pernamfbuco
Relator: Exmfo.Sr.*DESEMBARGADOR FEDERAL.JOSE MARIA DE -OLIVEIRA LUCENA
-. Presidente da Sessãd. Exmo. Sr. DESEMBARGADOR FEDERAL JOSE MARIA DE OLIVEIRA LUCENA
Procurador da República. Exmp.,Sr.- Dr(a).. WELLINGTON'SARAIVA. .

AP:TE :UNIÃO
APDO' :SINDICATO DA:INDUSTRIA DO AÇUCAR ÉM PERNAMBUCO é &Ltros
REMTE :Juízb da 9ýaVara Federal'de Pernambuco
ADQVIPROC >RBITO MAGALHÃES MELO eoutrô 1

C~erificoqueé a E'grégia Primeira Turma aoapreciàr o proces-soý em epigrafe, ermséss,ão


*.realzd netadata, pecisao:
proferÚ a seguintea
dzda'net.
A Turma, -por unainiidade»'negou rrvimento à apelação e,a remessa oficial, nos termos
ovoto ,dó relator. Participýaram.'do:julgarhento os Exmos. Srs.: DESEMBARGADOR
--
FEDERAL, JOSE' 'MARIA DE OLIVEIRA LUCENA, *DESEM~BARGADOR FEDERAL
- .- ., FRANCISCO'CAVALCANTie:. DESEMBARGADORA FEDERAL AMANDATORRES DE1
LUCENA DINIZ -ARAUJO (on. (conv. DESEMBARGADOR FEDERAL -UBALDO
ATAIDE CAVAL ANTE).

------------
-------

Sergio Caet n-aSilva


Secretario(a)
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38/84
(e-STJ Fl.569)

PODER JUDICIARIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

APELAÇÃO CÍVEL No 343338/PE (2004.05.00.022331-8)

APTE UNIÃO
APDO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR EM PERNAMBUCO e outros
ADV, ROBERTO MAGALHÃES MELO e outro
ORIGEM JUíZO FEDERAL DA 9a VARA/IPE
RELATOR DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA
EMENTA

ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO.


DE EQUALIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇUCAR. EMBARGOS DE
PROGRAMA
DECLARAÇÃO. INTIMAÇÃO PARA OFERECIMENTO DE CONTRA-RAZOES.
SENTENÇA ULTRA PETITA. NULIDADE. NÃO
DESNECESSIDADE.
CARACTERIZAÇÃO.
de nulidade da r. sentença recorrida que, em julgamento proferido em sede de
embargos de declaração, deixou de intimar a parte embargada, ora apelante, para
-Ausência

oferecer contra-razões aos embargos, em virtude do fato de que no julgamento daquele


recurso, ocorreu apenas uma complementação da decisão embargada aos pedidos
formulados pelas partes autoras na peça preambular, quais sejam: a) abrangência dos
efeitos da sentença ao quinquênio anterior ao ajuizamento e projeção desses efeitos para
eventuais pagamentos futuros efetuados com atraso; b) esclarecimento dos critérios de
correção monetária dos débitos pagos em atraso.
- Hipótese em que não restou presente uma manifesta incompatibilidade
da sentença
prolatada por ocasião do julgamento proferido em sede de embargos de declaraçao com o
preceito estampado no dispositivo da sentença anterior, a reclamar, se fosse o caso, a
intimação da parte adversa para oferecimento de contra-razões aos embargos
declaratórios.
- A interposição da apelação devolve ao tribunal todas as questões
suscitadas no
processo, inclusive aquelas anteriores à sentença, ainda não decididas (artigos 515 e 516,
CPC).
~Apelação eremessa obrigatória aque se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas,


decide a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5 a Região, por unanimidade,
negar provimento à apelação e à remessa obrigatória, nos termos do relatório, votos e
notas taquigráficas constantes dos autos, que inte am o presente julgado.
de 2007. (data do julgamento).
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Recife,0cQ de'YLOJt

JOS' RIA LCN


Relator)

Gab.JML/ejlb1

39/84
(e-STJ Fl.570)

-, P'ODER JtJDICIARIO
TRIBU NAL~REGIONAL-FEDERAL DA, 5!A'REG IAO

i. IVISAO.'DA PRIMEIRA-TURMAf

PR.OCESSO -N,

Aos,0da d.o mês'de.março 2008,/ faço -os.presentes, a utos tom-


vsaaAU-A
u_ OGACIA; GERAL DA 'VN
ficado a, mlesma
intimadadaá dei proferi
r da nadisi ds',presentes
autos ' pujblicada, po D.QU de 30/01/2007, Expediente -n.0 .
~ 2007.000039.1 O0 erido,évrae Du~é oqe eu,,
lavrei este termo.
MaiI-,1e G omles dê Ba'rros- rnat.631
Técni.co~ tui ciàrio

*Advocacia Geral da Un-i 0,

Autos recebido (),. M(


N ~Autos devoli' d tm .LiÓ

~si i0 6275272
Seati
Chee ~ JdicraSEJUO,
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40/84
(e-STJ Fl.571)

PODER JUDICIARIO0
TRIBU.NAL REGIONAL FEDERAL DA.5a REGIÃOý
DIVISÃO DA PRIMEIRA*TURMA
1&
CÇERTIDÃO

Certifico ýque ,o IBAMA, INS-TITUTOSBRASILEIRO DO MEIO,


iA. AMIENE EDOSRECRO -NATURAIS RENOVÁVEIS, a UiFPE -
* UNIVERSIDADE FýEDERAL -DE PERNAMBUCO, o INCRA'
INSTITUTO NACIONAL DE, COLONIZAÇÃO E REFORMA AÇRARIA,
Oe-o' BAC.EN - BANCO. CENTRAL DOBRÁSIL, foram devidamnente
intimado ,a -pessoa- de seuús representantes legais da decisão de fis.
- b'~ ,em., -150/08 -13/02-12008, -14/02/2008 e. em.,,
15/02/2008 repciarente cnome, determin açã leal, estando, os
ma-ndados'ý,arqui-v'adoý,nesta .secretaria, nas.respéctivas'datasdsitiaõs
Certifico ainda, queareferida,,deci .são foi publicada no DJU em 30/.01/2008-,
. ficando a,'s demeais partes int.imadas pel rfida pbiaço O rfrido ée
verdade edou fé...

Recie, :9 de fevereirode 2008.

*MarcoAntonio fira -de Olieir


_-é'nico Judiciári - TRFR5giR
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41/84
(e-STJ Fl.572)

unto, este auto

41« -' este utos0.


2~-~1~e ~ ~,eue
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42/84
(e-STJ Fl.573)

71
ADVOCACIA-GERAL DA UNIAO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO - 5 REGIÃO

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) FEDERAL DO


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO - RELATOR DA APELAÇÃO
CÍVEL NO. 343338-PE

Ref. AC nO 343338 (Proc. no. 2004.05.00.0223318-8)


GAPTE UNIÃO
APTE SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AGUÇAR EM PERNAMBUCO E OUTROS
RELATOR DES. FED. JOSÉ MARIA LUCENA - PRIMEIRA TURMA

1.0

UNIÃO, pessoa jurídica de direito público interno, representada nos termos da Lei
Complementar nO 73/1993, vem perante Vossa Excelência, nos autos do processo em
referência, em face do r. Acórdão de fís. 168/174 , do qual foi intimada por meio de vista dos
autos, em 04.03.2008 (fl.495 proc. apenso), interpor, tem pestiva mente, os presentes
EMBARGOS DE DECLARAÇAO, com fulcro no art. 535, 1 e II, c/c o art. 188, do Código de
Processo Civil, pelas razões adiante expostas.

1 - DA TEMPESTIVIDADE DO RECURSO

De logo, cumpre ressaltar, por cautela, que o presente recurso está sendo
interposto, tem pestiva mente, isto é, dentro do prazo previsto no art. 536 c/c o art. 188,
ambos do Código de Processo Civil, tendo em vista que a intimação pessoal, por meio de vista
dos autos, ocorreu em 04.03.2008, tendo seu termo final, para este dia, 14.03.2008.
2 - DO CABIMENTO DOS PRESENTES EMBARGOS: OBSCURIDADE E
OMISSÃO DO DECISUM

O v. Acórdão de fís. 168/174, ora embargado, ostenta a seguinte ementa:


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"EMENTA: PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR.


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTIMAÇÃO PARA OFERECIMENTO
DE CONTRA-RAZOES. DESNECESSIDADE. SENTENÇA ULTRA
PETITA. NULIDADE. NÃO CARACTER IZAÇAO.

43/84
(e-STJ Fl.574)

-Ausência de nulidade da r. sentença recorrida que, em julgamento


proferido em sede de embargos de declaração, deixou de intimar a parte
embargada, ora apelante, para oferecer contra-razões aos embargos, em
virtude do fato de que no julgamento daquele recurso, ocorreu apenas
uma complementação da decisão embargada aos pedidos formulados
pelas partes autoras na peça preambular, quais sejam: a) abrangência
dos efeitos da sentença ao qüinqüênio anterior ao ajuizamento e projeção
desses efeitos para eventuais pagamentos futuros efetuados com atraso;
b) esclarecimento dos critérios de correção monetária dos débitos pagos
em atraso.

-Hipótese em que não restou presente uma manifesta incompatibilidade da


sentença prolatada por ocasião do julgamento proferido em sede de
embargos de declaração com o preceito estampado no dispositivo da
sentença anterior, a reclamar, se fosse o caso, a intimação da parte
adversa para oferecimento de contra-razões aos embargos declaratórios.

-A interposição da apelação devolve ao tribunal todas as questões


suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à sentença, ainda
não decididas (artigos 515 e 516, CPC).

-Apelação e remessa obrigatória a que se nega provimento." (Grifou-se)

Ocorre que v. Acórdão, inobstante exarado por Colegiado de notório saber jurídico,
carece ser integrado por nova decisão, tendo em vista ter incorrido em obscuridade e
omnissão, a serem, de pronto, corrigidas.

Data venha, percebe-se que o r. Acórdão ora embargado, muito embora tenha
mencionado, na ementa, a inocorrência de sentença ultra petita, consoante arguido pela União
em seu apelo, deixou de se pronunciar sobre as razões dessa conclusão já que não consta no
voto do Exmo. Sr. Relator qualquer apreciação de mérito sobre esse ponto.

De fato, como já apontado na Contestação da União, e renovado por ocasião do seu


Apelo, a sentença extrapolou os limites do pedido haja vista ter se pronunciado além do que
fora requerido pela demandante.
Impende ver e constatar, como cediço, que a lei processual não fugiu ao ditame da
limitação da lide, pelo pedido da parte, tanto que, proi bitiva mente, fixou no art. 460 do CPC:

Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a


favor do autor, de natureza diversa da pedida,
bem como condenar a réu em quantidade
superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado.
Pertinente, e inarredável, se afigura o comentário, de Nelson Nery Júnior:

"Pedido e sentença. Deve haver correlação


entre pedido e sentença (CPC 460), sendo
defeso ao juiz decidir aquém (citra ou infra
petita), fora (extra petita) ou além (ultra
Documento recebido eletronicamente da origem

petita) do que foi pedido, se para isto a lei


exigir a iniciativa da parte. Caso decida com
algum dos vícios apontados, a sentença poderá
ser corrigida ( ...) em Código de Processo Civil
Comentado, Nelson Nery Júnior pág. 436. Ed.
1997, Editora Revista dos Tribunais.

44/84
(e-STJ Fl.575)

Posto is'so, efetivamente se destaca, na própria petição inicial (item 5.4 ~ fl. 11),
que o embargado afirmou que os atrasos nos pagamentos somente ocorreram a partir do
segundo semestre de 1988, delimitando o pedido, que não pode ser genérico ou
indeterminado, razão pela qual a retroação dos efeitos pretendidos além dessa data são
indevidos.

Portanto, é imprescindível que haja expresso pronunciamento acerca da questão


em apreço, restando devidamente esclarecido o aspecto atinente ao julgamento ultra petita
existente nos autos.

3 -CONCLUSÃO

Em razão do exposto, impende que haja o prequestionamento da questão federal',


suscitada viabilizando a interposição, se o caso, dos recursos excepcionais.
É de enfatizar-se, portanto, que o r. acórdão embargado não trouxe interpretação
aos citados dispositivos legais, deixando de aplicá-los ou afastá-los no caso concreto,
incorrendo, por tal omissão e obscuridade, contrariando os ar-ts. 165, 458 e 515, do Código
de Processo Civil; e os ar-ts. 20, 50, XXXV, LIV e LV, e 93, IX da, Constituição Federal.
Enfim, os presentes Embargos de Declaração visam a garantir a integração do
j .ulgado, com a atribuição, inclusive, de efeitos infringentes, possibilitando a regular
composição da lide e o prequestionamento das matérias sub judice, possibilitando a completa
prestação jurisdicional, com a ampla defesa dos interesses em causa, mediante os meios e
recursos a ela inerentes.
Ante o exposto, requer o conhecimento e provimento dos Embargos ora
opostos, de modo que seja a questão sub judice completa e adequadamente apreciada e
julgada, suprimindo-se, pois, a obscuridade/omissão do v. Acórdão, emprestando-l1hes, se for
o caso, efeitos infringentes, para que reste fixado que o pedido inicial

Nestes termos,
pede deferimento.

Recife (PE), 14 de março de 2008.

2iii~Adriano Cý' alho de Brito


Advog. da União
,,,£,rocurador egionai da Unilo
PRUIS' Regiâo
Documento recebido eletronicamente da origem

Como se sabe, o eg. Superior Tribunal de Justiça já sumulou que os embargos de declaração manifestados com
notário propósito de preqiiestionamento não têm caráter Protelatório (Súmula nO 98 STI).

45/84
(e-STJ Fl.576)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a RIEGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AC N- 343338 - PE (2004.05.00.022331-8)

RELATóRIO

O Desembargador Federal CESAR CARVALHO - Relator(convocado):

A UNIÃO (FAZENDA NACIONAL) interpõe embargos de declaração


contra o v. acórdão de ementa (fl. 494):

ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL.


TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DA CANA-DE-
AÇÚCAR. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTIMAÇÃO PARA
OFERECIMENTO DE CONTRA-RAZÕES. DESNECESSIDADE.
SENTENÇA UL TRA PETITA. NULIDADE. NÃO
CARACTERIZAÇÃO.
- Ausência de nulidade da r. sentença recorrida que, em julgamento
pro ferido em sede de embargos de declaração, deixou de intimar a
parte embargada, ora apelante, para oferecer contra-razões aos
embargos, em virtude do fato de que no julgamento daquele
recurso, ocorreu apenas uma complementação da decisão
embargada aos pedidos formulados pelas partes autoras na peça
preambular, quais sejam: a) abrangência dos efeitos da sentença ao
qüinqüênio anterior ao ajuizamento e projeção desses efeitos para
eventuais pagamentos futuros efetuados com atraso; b)
esclarecimento dos critérios de correção monetária dos débitos
pagos em atraso.
- Hipótese em que não restou presente uma manifesta
incompatibilidade da sentença prolatada por ocasião do julgamento
O pro ferido em sede de embargos de declaração com o preceito
estampado no dispositivo da sentença anterior, a reclamar, se fosse
o caso, a intimação da parte adversa para oferecimento de contra -
razões aos embargos declara tórios.
- A interposição da apelação devolve ao tribunal todas as questões
suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à sentença,
ainda não decididas (artigos 515 e 516, CPC).
- Apelação e remessa obrigatória a que se nega provimento.

Alega a embargante a ocorrência de julgamento ultra petita, ao


argumento de que o embargado afirmou que os atrasos nos pagamentos somente
ocorreram a partir do segundo semestre de 1988 e que não poderia haver a
Documento recebido eletronicamente da origem

retroação dos efeitos pretendidos além dessa data.

RELATEI.

GAB JMLejlb '

46/84
(e-STJ Fl.577)

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5 a IREGIÃO
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AC N- 343338 - PE (2004.05.00.022331-8)

VOTO

0 Desembargador Federal CESAR CARVALHO - Relator(convocado):.

Os embargos de declaração destinam-se, precipuamente, a


desfazer obscuridade, a afastar contradições e a suprir omissões que
eventualmente se registrem na decisão judicial. Essa modalidade recursal só
permite o reexame do decisum embargado para o específico efeito de viabilizar
um pronunciamento jurisdicional de caráter integrativo-retificador que esclareça o
co conteúdo do julgado. Revelam-se assaz incabíveis os embargos de declaração
quando inexistentes os vícios que caracterizam os pressupostos legais de
embargabilidade (CPC, art. 535).
No caso sub examine, observo a existência de certa omissão, em
relação ao aspecto suscitado no recurso de apelação da ora embargante, quanto
à possível ocorrência de julgamento ultra petita no julgamento proferido pelo VM
Juiz sentenciante.

Com o intuito de sanar a omissão apontada, assinalo que a sentença


prolatada pelo MVM Juiz a quo não possui o caráter de ultra petita, haja vista que,
na situação em tela, foi examinado o pleito tal qual formulado na peça exordial,
em que os autores pugnaram pelo reconhecimento do direito ao recebimento do
subsídio de equalização, relativamente às canas próprias das empresas
produtoras de açúcar, com pedido de condenação do IAA e da União ao
pagamento do subsídio de equalização liquidado com atraso nos 5 (cinco) anos
anteriores à propositura da ação.

Outrossim, convém registrar que, no item 5.4 da peça exordial, os


autores consignaram que o atraso no pagamento do subsidio veio a ocorrer a
partir do segundo semestre do ano de 1988, em sintonia com as razões
expendidas pelo magistrado de primeiro grau à fI. 438 (item 2.3.1.), que
considerou existente, in casu, a sucumbência recíproca entre os litigantes.
Por outro turno, considero inexistente a indigitada obscuridade.
Com efeito, o julgado apresenta-se perfeitamente compreensível no
comando que impõe e na manifestação de conhecimento e vontade do juiz, seja
Documento recebido eletronicamente da origem

na fundamentação, seja no decísum do julgado.

Não padece de obscuridade, pois, o acórdão recorrido, visto que


suas partes integrantes guardam clareza nas razões de decidir e na própria parte
decisória. Em verdade, pretende-se, quanto a este ponto, a larga revisão
decisum, o que se mostra incompatível com o instrumento ora eleito.

GAB JMLejIb 4

47/84
(e-STJ Fl.578)

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA Sa REGIÃO
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AC N- 343338 - PE (2004.05.00.022331-8)

Em verdade, pretende-se, quanto a tais pontos, a larga revisão do


decisum, o que se mostra incompatível com o instrumento ora eleito, consoante
se infere do seguinte precedente, do egrégio STJ, em acórdão cuja ementa
guarda o seguinte teor:

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARTIGOS 458 E


535 DO CPC. OFENSA. INEXISTÊNCIA. PROMESSA DE COMPRA E
VENDA. RESCISÃO DO CONTRATO. DEVOLUÇÃO DAS PARCELAS
PAGAS. PERCENTUAL DE RETENÇÃO.
- Os embargos de declaração, cabíveis apenas quando houver omissão,
O obscuridade ou contradição na decisão embargada, não servem para
rediscussão de seus fundamentos.
- Não é omisso e não carece de fundamentação, o acórdão que decide a
causa que lhe foi apresentada, dando os motivos que o conduziram àquele
veredito.
- O promissário comprador tem direito de receber parte substancial do que
pagou para evitar enriquecimento ilícito.
(AGA 669905/MG, Rei. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ 19/03/2007,
p. 322, Terceira Turma, por unanimidade)

Ademais, é cediço que o julgador não se encontra adistrito a


analisar, um a um, todos os fundamentos jurídicos invocados pelos litigantes. Sob
esse prisma, vale trazer a lume o seguinte excedto, pinçado do Código de
Processo Civil e legislação processual em vigor (27a ed., nota 17a, art. 535, CPC),
da lavra do Prof. THEOTONIO NEGRÃO:

"Ojuiz não está obrigado a responder todas as alegações das partes,


O quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão, nem
se obriga a ater-se aos fundamentos indicados por elas e tampouco a
responder um a um todos os seus argumentos. "(RJTJESP 115/207)

Nessa esteira vem se posicionando o egrégio STJ, conforme se


verifica em aresto a seguir transcrito à guisa de exemplificação:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ACÓRDÃO


PROFERIDO NA APELAÇÃO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADO.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
NÃO-OCORRÊNCIA. INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR NO CADIN.
DEBITO EM DISCUSSÃO NA VIA JUDICIAL. HIPÓTESE LEGAL. ART. 70
Documento recebido eletronicamente da origem

DA LEI N. 10. 522/2002.


1. Revela-se improcedente argüição de contrariedade ao art. 535 do
Código de Processo Civil quando o Tribunal de origem, ainda que não
aprecie todos os argumentos expendidos em sede recursal, pronuncia-se
de forma adequada e suficiente sobre as questões relevantes qu
delimitam a controvérsia.

GAB JMLejlb5

48/84
(e-STJ Fl.579)

RA kk5kv

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AC N- 343338 - PE (2004.05.00.022331-8)


2. A teor do que dispõe o art. 70 da Lei n. 10. 522/2002, a existência de
discussão judicial do débito, por si só, não impede a inscrição do devedor
em cadastros de inadimplentes. Precedentes.
3. Recurso especial provido parcialmente.
(RESP 6028831RS, Rei. Min. João Otávio de Noronha, DJ 24/05/2007, p.
346, Segunda Turma, por unanimidade)

Com essas considerações, dou parcial provimento aos embargos,


sem atribuição de efeitos infringentes.

ASSIM VOTO.
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GAB JMLejlb 6

49/84
(e-STJ Fl.580)

OghOOmin - Lista/Lúcia 1a Turma -19.O3.09J

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA APELAÇÃO CÍVEL N 343.338-PE


RELATÓRIO E VOTO (NO GABINETE)

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO


Q(RELATOR): Dou parcial provimento aos embargos de declaração, sem atribuição
de efeitos infringentes.

OS EXMOS. SRS. DE SEMBARGADORES FEDERAIS EMILIANO ZAPATA E


FRANCISCO CAVALCANTI: De acordo (sem explicitação).

DECISÃO: A Turma, por unanimidade, deu parcial provimento- aos embargos de


declaração, sem atribuição de efeitos infringentes, nos termos do voto do Relator.
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50/84
(e-STJ Fl.581)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA QUINTA REGIÃO


Esparta -TRF5 FLS. :5
Minuta de Julgamento de Sessão Ordinária
Primeira Turma

2004.05.00.022331-8/01 Julgado: 19/03/2009


AC343338/01 -PE

Processo Originário: 2004.05.00.022331-8


Origem: 9a Vara Federal de Pernambuco
Relator: Exmo. Sr. DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA'DE OLIVEIRA LUCENA
Presidente da Sessão: Exmo. Sr. DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTI
Procurador da República: Exmo. Sr. Dr(a). Uairandir Tenório

APTE :UNIÃO'
APIDO :SINDICATO DA INDUSTRIA IJO AÇUCAR EM PERNAMBUCO e outros
REMTE . :Juízo'da 9a Vara Federal de Pernambuco
EMBTE :AGU -ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO
ADV/PROC :ROBERTO MAGALHÃES MELO e outro

CERTIDÃO

Certifico que a Egrégia Primeira Turma ao apreciar o processo em epígrafe, em sessão


realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO:
A Turma, 'por unanimidade, deu parcial provimento aos embargos de declaração, sem
atribuição de efeitos infringentes, nos termos do voto do relator. Participaram do
* . julgamento os Exmos. Sírs.: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO CAVALCANTI,.
DESEMBARGADOR FEDERAL CÉSAR ARTHUR CAVALCANTI DE CARVALHO (conv.
DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA DE OLIVEIRA LUCENA) e
* DESEMBARGADOR FEDERAL EMILIANO ZAPATA DE MIRANDA LEITÃO (Conv.) (conv.

DESEMBARGADOR FEDERAL ROGÉRIO FIALHO MOREIRA).

Cj1D Sergio Ca tano Da Silva


Sec etário(a)
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51/84
(e-STJ Fl.582)

PODER JUDICIARIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AC N- 343338 - PE (2004.05.00.022331-8)

EMB3TE UNIÃO (FAZENDA NACIONAL)


EMBDO SINDICATO DA INDUSTRIA DO AÇÚCAR EM PERNAMBUCO e outros
ADV/PROC ROBERTO MAGALHÃES MELO e outros
ORIGEM JUÍZO FEDERAL DA 9a VARA (PE)
RELATOR DESEMBARGADOR FEDERAL CESAR CARVALHO (CONVOCADO)

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. OBSCURIDADE.


O AUSÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL.
TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR.
ACORDÃO ULTRA PETITA. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
- Ocorrência de omissão, em relação ao aspecto suscitado no recurso de
apelação da ora embargante, quanto à possível ocorrência de julgamento ultra
petita no julgamento proferido pelo MVM Juiz sentenciante.
-Com o intuito de sanar a omissão apontada, qeve ser assinalado que a sentença
prolatada pelo MVM Juiz a quo não possui o caráter de ultra petita, haja vista que,
na situação em tela, foi examinado o pleito tal qual formulado na peça exordial,
em que os autores pugnaram pelo reconhecimento do direito ao recebimento do
subsídio de equalização, relativamente às canas próprias das empresas
produtoras de açúcar, com pedido de condenação do IAA e da União ao
pagamento do subsidio de equalização liquidado com atraso nos 5 (cinco) anos
anteriores à propositura da ação.
- Por outro turno, no item 5.4 da peça exordial, os autores consignaram que o
atraso no pagamento do subsídio veio a ocorrer a partir do segundo semestre do
ano de 1988, em sintonia com as razões expendidas pelo magistrado de primeiro
grau no item 2.3.1. da r. sentença recorrida, que considerou existente, in casu, a
sucumbência recíproca entre os litigantes.
- Ausência de obscuridade, visto que o julgado apresenta-se perfeitamente
compreensível no comando que impõe e na manifestação de conhecimento e
vontade do juiz, seja na fundamentação, seja no decisum do julgado.
- Embargos de declaração parcialmente providos, sem atribuição de efeito
infringentes.
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GAB JMLejlb1

52/84
(e-STJ Fl.583)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NA AC N- 343338 - PE (2004.05.00.022331-8)

ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima


indicadas.
Decide a Primeira Turma do Egrégio Tribunal Regional Federal da 51
Região, por unanimidade, dar parcial provimento aos embargos de declaração,
nos termos do voto do Relator e notas taquigráficas c tantes dos autos, que
integram o presente julgado.

Recife, i. de príú de 09 data do julgamento).

CES C 'A O
Rei to <v ado)
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GAB JML/ejlb2

53/84
(e-STJ Fl.584)

*Fis. ~2

PODER JUDICIARI
TRIBUNAL, REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃ
DIVISÃO DA PRIMEIRA TURMA

0
PROCESSO W _______

Certifico quie a respeitável decisão de


fis. -~incluídano-Expediente n' ACO/2009 .000013,
fcii puLblicada no, D.J.U. - Diário. da Justiça da União n'
101., de 29/05/2009, fis. 168/339. 0 referido .éverdade e
dou f.,é.

Recife, O,ý de de,2009.

A]e e Sá Concerva

TRF 5' Rcg o--Mat 5503


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54/84
(e-STJ Fl.585)

VISTA
Aos dias do mês de
de ý.. faço os presentes au(ds com vista
à AGU - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO,
ficando a mesma Intimada da decisão de Fís.
5.1'ýD2 publicada em 2-Oý.I ,
conforme certidão retro. Oreferido é verdade.
D u f é. D o .q ue eu ,k
nAÇ ktýit ~ para

Advoc~~iá ejrO do e~1


ProCuradOria Regio~nal da Uniào151 Rý

Autos rceb ido <s>emn

Autos devolvid(~

e'ýfe
do Secreiaria judiciárla. SEjUD
AGUPRU. 5- p.egi,

JUNTADA
Aos .11.dias do mós de Gq de
Junte a se uo

para constar
lavrei este termo.
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55/84
(e-STJ Fl.586)

ADVOCACIA-.GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 5 REGIÃO

Exmo. Sr. Dr. Desembargador Federal Relator


e demais desembargadores
membros da Primeira Turma do Tribuna] Regional
Federal da 5,1 Região

0 PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL


DA 5a REGIÃO nos
autos da AC n0" 43338-PE ( 2 004.0i5.00.022331-8)
e AC n0' 343523-PE
( 2 004.05.00.023461-4) referentes à Medida Cautelar
Inominada e ação ordinária
tombadas sob os n0s 89.000.05559-3 e 90.00.00248-6,
respectivamente, proposta
pelo SINDICATO DA INDúSTRIA DO AÇÚCAR
EM PERNAMBUCO e
OUTROS, por sua Procuradora in fine firmada
vem proceder à devolução dos
autos em. O3(três) volumes.

Informa que, por equívoco, os autos foram. recebidos


por esta Procuradoria,
considerando que foi dada vista à Advocacia Geral
da União às fls. 495 - que é a
legitima sucessora do Instituto do Açúcar e do
Álcool - IAA - e que a mesma
tomou ciência do acórdão proferido na Apelação
Cível, tendo, inclusi ve oposto
Embargos de Declaração, conforme petição de fis.
497/499 dos autos.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Recife, 10 de abrilide 2008.

Maria14z lá a av
Procurador Federal'* AGUIPRF Região
.50
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SIAPE 0 038B545

R<uada Auri . 295 - Si hrr Ija. iid..-o Cis iÔa S is3> - 5.050II-000H- lCCije PE

56/84
(e-STJ Fl.587)

UNIÃO
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO - 5a REGIÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO


COLENDO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a~ REGIÃO.

APTE UNIÃO
Q APTE :SINDICATO
OUTROSC>
DA INDÚSTRIA DO ACÚÇAR EM PERNAMBUCO E

Referência processual: AC n0 43338-PE (Proc. n0 . 2004.0500022331-8)

A UNIÃO, pessoa jurídica de direito público interno, representada nos termos


da Lei Complementar n' 73/1993, pelo Advogado da União in fini assinado, vem perante
Vossa Excelência, nos autos do processo em referência, em face do r. Acórdão de fis.
506/507, interpor, tempestivamente, o presente RECURSO ESPECIAL, com supedâneo no
art. 105, inciso III, alínea "a" e "c" da Constituição Federal, c/c com o art. 541 e ss. do CPC,
por ter o Decisum supramencionado contrariado legislação federal bem como divergência
~jj~ jurisprudencial.

Assim, requer a Vossa Excelência seja o recurso recebido nos seus efeitos
legais, processado e encaminhado à Superior Instância, juntamente com suas razoes anexas,
nos termos da lei.

Recife, 21 de julho de 2009


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Rogé 'o .Do las â ara Sother


vog o da n* o

Página 1 de 14
o

57/84
(e-STJ Fl.588)

RAZAOES DE RECURSO ESPECIAL

APTE :UNIAO
APTE :SINDICATO DA INDÚSTRIA DO ACÚÇAR EM PERNAMBUCO E
OUTROS
Referência processual: AC n0 43338-PE (Proc. »0 . 2004.0500022331-8)

EGREGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA,


EXCELENTÍSSIMOS MINISTROS,

SINTESE DA DEMANDA

Cuida-se de demanda promovida pelo Sindicato da Indústria e do açúcar em


Pernambuco e demais ouros litisconsortes, tendo por objeto de que seja destacado do preço da
do subsídio de equalização dos custos de da cana de açúcar, tanto do açúcar quanto do álcool,
ao mesmo tempo em que reclama que sejam exoneradas as mesmas da responsabilidade de
pagar ou repassar o mencionado subsídio de equalização aos seus fornecedores de cana.

Contestado o pedido, e instruído o feito, o processo foi a julgamento, sendo


Documento recebido eletronicamente da origem

proferida sentença de procedência do pedido, todavia, foram interpostos embargos de


declaração, os quais foram acolhidos, condenando-se a União em mora. Entretanto,
argumentou a União por meio de apelação, que o pagamento de subsídio não se submete a

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58/84
(e-STJ Fl.589)

essa imputação.

Em julgamento à apelação e remessa oficial, a Douta iP Turma do Tribunal


Regional Federal na 5 ' Região rejeitou o recurso e a remessa, proferindo o seguinte acórdão:

E M E N T A ADMINISTRA TI VO. CONSTITUCIONA L. PROCESS UA L CIVIL. TRIB UTÁRIO.


PROGRAMA DE EQUALIZAÇAO DA CANA-DE-AÇÚCAR. EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. INTIMA ÇÃO PARA OFERECIMENTO DE CONTRA -RAZOES.
DESNECESSIDADE. SENTENÇA ULTRA PETITA. NULIDADE. NÃO CARACTERIZA ÇAO. -
A usência de nulidade da r. sentença recorrida que, em julgamento proferido em sede de
embargos de declaração, deixou de intimar a parte embargada, ora apelante, para oferecer
contra-razões aos embargos, em virtude do fato de que no julgamento daquele recurso,
ocorreu apenas uma complementação da decisão embargada aos pedidos formulados pelas
partes autoras na peça preambular, quais sejam: a) abrangência dos efeitos da sentença ao
qüinqü~ênio anterior ao ajuizamento e projeção desses efeitos para eventuais pagamentos
futuros efetuados com atraso; b) esclarecimento dos critérios de correção monetária dos
débitos pagos em atraso.- Hipótese em que não restou presente uma mnanifesta
incompatibilidade da sentença prolatada por ocasião do julgamento proferido em sede de
embargos de declaração com o preceito estampado no dispositivo da sentença anterior, a
reclamar, se fosse o caso, a intimação da parte adversa para oferecimento de contra-razões
aos embargos declaratórios.- A interposição da apelação devolve ao tribunal todas as
questões suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à sentença, ainda não decididas
(artigos 515 e 516, CPC). - Apelação e remessa obrigatóriaa que se nega provimento.A C ó R
D Ã O Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira
Turma do Tribunal Regional Federal da 5'~Região, por unanimidade, negar provimento à
apelação e à remessa obrigatória, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas
constantes dos autos, que integram o presente julgado.Recfe, 22 de novembro de 2007. (data
do julgamento).JOSÉ MA RIA L UCENA (Relator)

Inconformada e objetivando atender ao pressuposto específico do


prequestionamento, a União interpôs embargos de declaração, objetivando esclarecimento a
cerca do julgado, bem como pré - questionar as matérias que serão devolvidas por meio deste
Q recurso, sendo o recurso conhecido, mas em seu mérito improvido, proferindo-se a seguinte
ementa:

EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. OBSCURIDADE.


AUSÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.
PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR. ACÓRDÃO ULTRA PETITA.
NÃO CARACTERIZA ÇÃO. - Ocorrência de omissão, em relação ao aspecto suscitado no
recurso de apelação da ora embargante, quanto à possível ocorrência de julgamento ultra
petita no julgamento proferido pelo MM Juiz sentenciante.- Com o intuito de sanar a omissão
apontada, deve ser assinalado que a sentença prolatada pelo MM Juiz a quo não possui o
caráter de ultra petita, haja vista que, na situação em tela, foi examinado o pleito tal qual
Documento recebido eletronicamente da origem

formulado na peça exordial, em que os autores pugnaram pelo reconhecimento do direito ao


recebimento do subsídio de equalização, relativamente às canas própri.as das empresas
produtoras de açúcar, com pedido de condenação do MAA e da União ao pagamento do
subsídio de equalização liquidado com atraso nos 5 (cinco) anos anteriores à propositura da
ação.- Por outro turno, no item 5.4 da peça exordial, os autores consignaram? que o atraso no
pagamento do subsídio veio a ocorrer a partir do segundo semestre do ano de 1988, em
sintonia com as razões expendidas pelo magistrado de primeiro grau no item 2.3. 1. da r.

Página 3de 14

59/84
5i3
(e-STJ Fl.590)

sentença recorrida, que considerou existente, in casu, a sucumbência recíproca entre os


litigantes.- Ausência de obscuridade, visto que o julgado apresenta-se perfeitamente
compreensível no comando que impõe e na manifestação de conhecimento e vontade do juiz,
seja na fundamentação, seja no decisum do julgado.- Embargos de declaração parcialmente
providos, sem atribuição de efeitos infringentes.A C O R D Ã O Vistos e relatados estes autos
em que são partes as acima indicadas.Decide a Primeira Turma do Egrégio Tribunal Regional
Federal da S' Região, por unanimidade, dar parcialprovimento aos embargos de declaração,
nos termos do voto do Relator e notas taquigráficas constantes dos autos, que integram o
presente julgado.Recfe, 19 de MARÇO de 2009 (data do julgamento).CESAR
CA RVA LHORelator(convocado)

Desta forma, como ainda pendente a questio suscitada pela União, resta
utilizar-se do presente recurso especial, objetivando que se examine a controvérsia nessa
Corte Superior.

Porém, antes de adentrar nas razões meritoriais, a União suscita a nulidade do


Q acórdão que julgou os embargos encontra-se eivado de vício que lhe retira a eficácia.

É que o julgado que rejeitou os embargos declaratórios quanto à manifestação


acerca de dispositivos legais e constitucionais, contrariou e negou vigência ao art. 535 11 do
CPC; bem como contrariou os arts. 20, 50 (incisos LV e XXXV), e 93-IX, da Constituição

Federal, incorrendo em vício de atividade por ilegalidade, negativa de prestação jurisdicional,


cerceamento de defesa e indevido processo legal.

Com efeito, ao interpor os embargos declaratórios, a União buscou pré -

questionar as matérias federais e constitucionais debatidas e não decididas no decísum


embargado, porquanto detentora do direito legal e constitucional de ver decididas tais
O questões levantadas.

Ademais, é inquestionável as rigorosas exigências por parte dos tribunais


superiores quanto ao efetivo preenchimento dos requisitos de admissibilidade dos recursos
especial e extraordinário, justificando, assim, a oportuna e aconselhável utilização de
embargos declaratórios preqúestionadores, tendo em vista, inclusive, a indisponibil1idade dos
interesses da sociedade por parte de agentes públicos.
Documento recebido eletronicamente da origem

No entanto, o Egrégio Tribunal recorrido, ao rejeitar os declaratórios quanto à tal


ponto, em verdade, negou-se a prestar uma escorreita jurisdição.

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60/84
(e-STJ Fl.591)

Entretanto, não é crivei que o órgão julgador deixe de aplicar a legislação


específica e vigente sem dizer o porquê de tal postura jurisdicional, para que se possa
conhecer e impugnar suas razões de decidir. A prevalecer tal postura judicante, estar-se-á,
inexoravelmente, a pretexto de agilizar e simplificar a jurisdição, correndo-se o risco de
retomar ao autoritário sistema de confusão de poderes, sendo que, agora, com prevalência dos
ditames do Poder Judiciário; agravado, ainda, por ser o império do Poder Judiciário regional,
quebrando, assim, também, a estrutura federalista adotada por nossos constituintes.

A doutrina pátria é uníssona em considerar nulas decisões da espécie ora


enfrentada, neste sentido, ensina Arruda Alvim em Tratado de direito Processual, v. 1, p. 66,
in verbis:

todas as oportunidades de alegações legitimas nâo podem ser


O suprimidas, bem como dessas o juiz ou o Tribunal haverão de tomar
conhecimento, decidindo-as; não se poderá, igualmente, negar o
direito aos recursos existentes, às respostas respectivas, com o
consequente direito à decisão.

Como uma luva, cabe a recente decisão monocrática do Min. Marco Aurélio no
AG 238664-DF, da 2a Turma do STF, ipisis litteris:

.limitou-se o Colegiado Regional, na atuação última no campo


ordinário, a rejeitar os embargos, fazendo-o de forma a contrariaro
Q dever do Estado-Juiz de proceder à entrega da prestaçãojurisdicional
de forma completa e, tanto quanto possível, convincente: 'não é
omissão o juízo não retrucar todos os fundamentos expendidos pelas
partes, ou deixar de analisar, individualmente, todos os elementos
probatórios dos autos'. Essa afirmativa beira as raias da teratologia.
Salta aos olhos, assim, o vício de procedimento e, não tendo a Turma
do Tribunal Superior do Trabalho corrigido o quadro, no que lhe
incumbia determinar a subida da revista, conhecê-la e provê-la para
Documento recebido eletronicamente da origem

anular o acórdão decorrente dos embargos declaratórios, a fim de


que outro fosse prolatado, impõe-se assentar a transgressao aos incs.
XXXV e L V do art. 50 da ConstituiçãoFederal, sob pena de o Supremo

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54Ç~
(e-STJ Fl.592)

Tribunal Federaldesertar da obrigaçâo de manter íntegra a Carta da


República.

Neste diapasão, é de transcrever autorizado acórdão do Pretório Excelso - STF, 2'


Turma, RE 158655 PA, j. 20.8.1996, DJU 02.05.1997, p. 1.657 -, in verbis:

Prestação jurisdicional - Inteireza. A ordem jurídico-constitucional


assegura aos cidadãos o acesso ao Judiciário em concepção maior
Engloba a entrega da prestaçãojurisdicionalda forma mais completa
e convincente possível. Omisso o provimento judicial e, em que pese a
interposição de embargos declaratórios,persistindo o vício na arte de
proceder forçoso é assentara configuração da nulidade.

O Éde ver-se, com relativa clareza, que caso não se aperfeiçoe o julgado agitado, a
União poderá não ter suas razões recursais apreciadas, em face da falta de preqíiestionamento,
requisito específico dos recursos especial e extraordinário.

Portanto, não se afigura necessário despender qualquer esforço de argumentação


para que se possa afirmar que o acórdão guerreado encontra-se eivado de vicio de nulidade,
devendo, pois, ser anulado para que outro seja proferido.

Tal solução, inegavelmente, é a que melhor se coaduna com o estado de direito


estabelecido na Constituição Federal.

Superada a questão que impende sobre a nulidade do acórdão pela ausência de


prestação jurisdicional, ressalte-se que este recurso tem como objetivo a anulação ou reforma
do julgado, para expungir o que se demonstrou como violação à ampla defesa e ao
contraditório, ao fundamento de que a União não fora intimada para responder aos embargos
de notório jaez infringente como foram aqueles interpostos da sentença, e que provocaram um
plus na condenação imposta à União. Destacando-se, como foi objeto da apelação, que a
sentença foi "ultra petita", condenando-se a União em algo que não constava no pedido.
Documento recebido eletronicamente da origem

Com efeito, a sentença que acolheu os embargos de declaração com efeitos


modificativos está eivada do vício insanável da nulidade por contrariedade ao principio da
ampla defesa - art. 5' - LIV e LV - DA CF - tendo em vista que a União não foi intimada

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62/84
(e-STJ Fl.593)

para oferecer resposta ao recurso em comento, portanto houve julgamento que prejudicou os
interesses da recorrida sem que a mesma pudesse se defender.

Como é cediço, o recurso de embargos de declaração não comporta


contraditório, entretanto, em casos que lhe seja emprestado efeitos modificativos, implica a
necessidade de se intimar a parte adversa para contra-razões, sob pena de se ofender os
princípios da ampla defesa e do devido processo legal.

Neste sentido, importante transcrever a seguinte jurisprudência do Superior


Tribunal de Justiça, publicada no Diário de Justiça de 04.08.2003, pág. 220, verbis:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS


DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PC DE MARÇO DE 1990.
SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL. LIMITAÇÃO. EMBARGOS COM EFEITOS
MODIFICA TI VOS. A USÊNCIA DE INTIMAÇÃO DOS EMBARGA DOS.
CERCEAMENTO DE DEFESA.

OCORRENCMA. PRECEDENTES.
1. Con quanto inexista previsão legal expressa quanto à necessidade da intimação
do embargado para impugnar embargos declaratóriosapostos com propósito modificativo do
julgado, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal pacificou-se na sentido de sua
exigência, pena de violação do princípio do contraditório e da ampla defesa.

2. Precedentes do STJ.

3, Embargos de declaração acolhidos para anular o feito a partir do acórdão que atribuiu
efeitos modificativos ao julgado, inclusive. '(grfos)

Origem: TRF - PRIMEIRA REGIÃJO


Classe: EDEAC - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
NA APELAÇÃO CIVEL - 1999010005 10603
Processo: 1999010005 1060 UF: DF Orgão Julgador: PRIMEIRA TURMA
Data da decisão: 17/12/2008 Documento: TRF 10292650

-DJ1FI DATA:l10/03/2009 PAGINA:223

A Turma, à unanimidade, acolheu os embargos de declaração, declarando nulo


o acórdão recorrido.

PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇAO. TEMPESTIVIDADE. FERIADO E


FÉRIAS DOS JUIZES. RECURSO ANTERIOR À EC 45/2004. SUSPENSÃO DO PRAZO.
EMBARGOS DE DECLAR-AÇÃO TEMPESTIVOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
COM EFEITOS MODIFICATIVOS. INTIMAÇÃO DA PARTE CONTRARIA.
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IMPRESCINDÍVEL. OFENSA AO PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. NULIDADE


RECONHECI DA. EMBARGOS DECLARATÓRIOS ACOLHIDOS.
1. O acórdão questionado pelos embargos em questão, foi publicado no Diário da Justiça do dia
19/12/2003, que circulou no dia 22/12/2003, ou seja, durante o recesso forense (20/12/2003 a
02/02/2004). Naquele período a contagem de prazo estava suspenso, recomeçando no primeiro
dia útil subsequente.

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63/84
(e-STJ Fl.594)

2. A Emenda Constitucional no 45, que vedou férias coletivas nos juízos e tribunais e 20 grau,
alterando o art. 93, XIII, da CF, só foi editada em 08/12/2004, ou seja, quase 1 (um) ano após a
interposição do recurso impugnado. Até então, aplicava-se o art. 179 do CPC, segundo o qual,
"A superveniência de férias suspenderá o curso do prazo; o que lhe sobejar recomeçará a correr
do primeiro dia útil seguinte ao termo das férias.
3. Preliminar de intemnpestividade afastada.
4. A jurisprudência desta Corte, em sintonia com o entendimento do Supremo Tribunal
Federal é pacífica no sentido de ser imprescindível a intimaçáio da parte contrária para
impugnar embargos de declaraçáio com pedido de efeitos modificativos para assegurar o
contraditório.
5. Não tendo sido oportunizado à parte contrária a impugnação dos embargos de declaração, é
nulo o acórdão embargado, que deu efeitos modificativos ao julgado.
6. Embargos de declaração acolhidos para declarar nulo o acórdão recorrido.

10/03/2009

Origem: TRF - PRIMEIRA REGIÃaO


Classe: EDAG - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO -
200701000096020
Processo: 200701000096020 UF: DF órgão Julgador: QUARTA TURMA
Data da decisão: 24/06/2008 Documento: TRF 10277387

e-DJF1 DATA:25/07/2008 PAGINA:135

JUÍZA FEDERAL ROSIMAYRE GONÇALVES DE CARVALHO (CONV.)

A Turma, por unanimidade, acolheu os embargos de declaração, com efeitos


modificativos, para anular o julgamento do agravo de instrumento no
2007.01 .00.009602-0/DF, julgado em 04/03/2008.

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DEFICIÊNCIA DA


INTIMAÇÃO DA PAUTA DE JULGAMENTO. AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS
ADVOGADOS. VIOLAÇÃO DO ART. 236, § 10 DO CPC. DECLAR-AÇÃO DE NULIDADE
DO JULGAMENTO. EMBARGOS ACOLHIDOS COM EFEITOS INFRINGENTES.
NECESSIDADE DE INTIMAÇÀO DA PARTE CONTRARIA. PRECEDENTES DO STJ.
1. Hipótese em que os agravados não foram intimados da publicação da pauta de julgamento e
do v. acórdão embargado, pelo fato de que na autuação não constou os nomnes dos seus
advogados constituídos, o que efetivamente viola a previsão legal do art. 236, § 10 do CPC.
2. Nula é a intimação que não consignou o nome dos patronos dos agravados, razão pela qual
impõe-se a anulação do julgamento para garantir-lhes o direito de ampla defesa. Precedente do
STJ.
3. Embargos de declaração acolhidos.

25/07/2008

Origem: TRIBUNAL - SEGUNDA REGIAO


Classe: AC - APELAÇAO CíVEL - 316018
Processo: 200151010105544 UIF: RJ órgão Julgador: SEXTA TURMA
Data da decisão: 31/03/2004 Documento: TRF200 12601 1

DJU - Data:: 20/0 8/2004 - Página::3 19

Desembargador Federal POUL ERIK DYRL-UND

A Turma, por maioria, deu provimento ao recurso, nos termos do votodo Relator,
vencido o Des. Fed. Sergio Schwaitzer.
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CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM


EFEITOS MODIFICATIVOS. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÀO DA PARTE
CONTRARIA PAPA OFERECIMENTO DE CONTRA-RAZOES. CERCEAMENTO
DE DEFESA. NULIDADE. ART. 50, INCISO LV. Só é possível o provimento de embargos
de declaração, com efeito modificativo, caso seja oportunizado o contraditório, intimrando-se a
parte contrária a apresentar contra-razões, o que não ocorreu, na espécie. Configurada,

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64/84
.a
(e-STJ Fl.595)

portanto, a nulidade decorrente do cerceamento de defesa ocorrido, em ofensa ao art. 50, inciso
LV da Constituição Federal (STJ, EAR-ESP 87823, DJ 18/9/2000; EDROMS 5931, Di
29/6/1998). 2) Dou provimento ao recurso para anular a sentença recorrida.

20/08/2004

Em sendo assim, e empregando o cotejo analítico entre os precedentes dos


Tribunais Regionais Federais da Pa e 2' Regiões, acima coletados, e o acórdão que julgou a
apelação neste processo, tem-se que:

E M E N T A ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTA RIO. AÇAO


CAUTELAR. PROGRAMA DE EQUALIZAÇAO DA CANA-DE-AÇÚCAR. EMBARGOS DE
DECLARA ÇÃO. INTIMA4ÇÃO PARA OFERECIMENTO DE CONTRA-RAZÕES. DESNECESSIDADE.
SENTENÇA ULTRA PETITA. NULIDADE. NÃO CARACTERIZAÇÃO. FUMUS BONI IURIS.
PERJCULUM IN MORA. OCORRÊNCIA.- Ausência de nulidade da r. sentença proferida no feito
principal, que, em julgamento proferido em sede de embargos de declaração, deixou de intimar a parte
embargada, ora apelante, para oferecer contra-razões aos embargos, em virtude do fato de que no
julgamento daquele recurso, ocorreu apenas uma compleinentação da decisão emibargada aos pedidos

o
formulados pelas partes autoras na peça preambular, quais sejam: a) abrangência dos efeitos da
sentença ao quinqüénio anterior ao ajuizamento e projeção desses efeitos para eventuais pagamentos
futuros efetuados com atraso; b) esclarecimento dos critérios de correção monetária dos débitos pagos
em atraso.- Hipótese em que não restou presente uma manifesta incompatibilidade da sentença
prolatada por ocasião do julgamento proferido em sede de embargos de declaração com o preceito
estampado no dispositivo da sentença anterior, a reclamar, se fosse o caso, a intimação da parte
adversa para oferecimento de contra-razões aos embargos declaratórios. - A interposição da apelação
devolve ao tribunal todas as questões suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à sentença,
ainda não decididas (artigos 515 e 516, CPC). - O processo cautelar tem o objetivo de assegurar o
resultado útil do processo principal,sendo indispensável a presença simultânea do periculum in mora e
do fumus boni iuris para a sua procedência, requisitos presentes nos autos.- Apelação e remessa
obrigatáriaa que se nega provimento.A C ó R D Ã O Vistos e relatados estes autos em que são partes as
acima indicadas, decide a Primeira Turma do Tribunal Regional Federalda 5" Região. por unanimidade,
negar provimento à apelação e à remessa obrigatária, nos termos do relatório, votos e notas
taquigráficas constantes dos autos, que integram o presente julgado.Recife, 22 de novembro de 2007.
(data do julgamento).JOSÉ MARIA L UCENA (Relator) (Grifos)

Em exame analítico dos precedentes dos julgados de outros Tribunais Regionais


Federais, o que fora negritado, só resta acolher a divergência de posicionamentos,
O prevalecendo a jurisprudência dessa Corte Superior, no sentido de prestigiar a ampla defesa e
o contraditório, anulando o julgamento por ausência de intimação da parte contraria.

Como se pode aferir de trecho do julgado vergastado que sustentou a


desnecessidade de intimação da União para responder aos embargos da sentença, assim:

"Hipótese em que não restou presente uma manifesta incompatibilidade da sentença prolalada
por ocasião do julgamento proferido em sede de embargos de declaração com o preceito estampado no
Documento recebido eletronicamente da origem

dispositivo da sentença anterior, a reclamar, se fosse o caso, a intimação da parte adversa para oferecimento
de contra-razões aos embargos declaratórios"

Contrariamente, tem- se que em trechos de outros julgados dos TRF's da Pa e 2a

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65/84
61q
(e-STJ Fl.596)

Regiões, os precedentes apontam para a necessidade de intimação da parte adversa quando do


julgamento de embargos de declaração possam derivar efeitos modificativos, assim:

"Só é possível o provimento de embargos de declaração, com efeito modificativo, caso seja
oportunizado o contraditório, intimando-se a parte contrária a apresentar contra-razões, o que não ocorreu,
na espécie. Configurada, portanto, a nulidade decorrente do cerceamento de defesa ocorrido, em ofensa ao
art. 5", inciso L V da Constituição Federal"

Ou ainda:

"A jurisprudência desta Corte, em sintonia com o entendimento do Supremo Tribunal


Federal é pacifica no sentido de ser imprescindível a intimação da parte contrária para impugnar embargos
de declaração com pedido de efeitos modificativos para assegurar o contraditório ".

Concluindo-se que em se considerando que os embargos tiveram nítido caráter


modificativo, merece ser anulado, para que se possa ofertar à União a oportunidade de defesa.

Por outro lado, a decisão decorrente dos embargos de declaração em sentença


houve por extrapolar ao pedido exordial, portanto, merece ser reformada para que se comporte
dentro de seus limites legais, tal qual prevê o artigo 460, do CPC.

Com efeito, a petição inicial, especificamente no item 5.4 (fl. 11), deixa extreme
Q de dúvida que o alegado atraso no pagamento dos subsídios só se iniciaram a partir do
segundo semestre de 1988, conforme discorre a autoria, verbís;

'5.4. 0 atraso no pagamento do subsidio (tanto do açúcar quanto do álcool), vem


se verificando e se agravando desde a safra 1988/1989, ou seja, a partirdo segundo
semestre do referido ano de 1988. "
Documento recebido eletronicamente da origem

Ora, se o autor atesta que o atraso somente se iniciou no segundo semestre de


1988, força concluir que a condenação no pagamento dos valores a partir da safra 1965/1 986
é julgamento além do pedido, portanto, deve ser reformado para que se adstrinja aos limites
da lide, ou seja, a partir do segundo semestre de 1988.
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(e-STJ Fl.597)

Assim, no mérito recursal, não há de se falar em direito à correção monetária por


atraso no pagamento de valores decorrentes de política de subsídios.

Com efeito, o pagamento de subsidio é um compromisso de política


governamental que objetiva ajudar os produtores da região nordeste, entretanto, não se
caracteriza como obrigação civil, logo, o atraso na liberação dos valores não tem o condão de
justificar o pedido de correção monetária.

Certo é que não se pode confundir o pagamento de subsidio com uma prestação
obrigacional, mesmo que de ordem não contratual, pois, como se sabe o subsidio é uma ajudIa
financeira que a sociedade concede a determinado segmento produtivo para que esta atividade
social, possa sobreviver.
o econômica, julgada relevante para o equilíbrio

Assim, resta concluir que o subsidio não é uma obrigação civil, portanto, não pode
se submeter às regras da legislação privada, porquanto, à evidência, trata-se de política
pública de regulação das atividades econômicas."

Precisamente neste ponto é que se evidencia o excesso do julgado, transmudando-


se em julgamento extrapetita.

De fato, como já apontado desde a Contestação da União, e renovado por


ocasião do seu Apelo, e na interposição dos embargos do acórdão de apelação, a sentença
extrapolou os limites do pedido haja vista ter se pronunciado além do que fora requerido pela
demandante.

Impende ver e constatar, como cediço, que a lei processual não fugiu ao ditame da
limitação da lide, pelo pedido da parte, tanto que, proibitivamente, fixou no art. 460 do CPC:

Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor do autor, de natureza diversa da pedida,
bem como condenar a réu em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi
demandado.
Documento recebido eletronicamente da origem

Pertinente, e inarredável, se afigura o comentário, de Nelson Nery Júnior:

"Pedido e sentença. Deve haver correlação entre pedido e sentença (CPC 460), sendo defeso
ao juiz decidir aquém <cura ou infra petita), fora (extra petita) ou além ('ultra petita) do que foi
pedido, se para isto a lei exigir a iniciativa da parte. Caso decida com algum dos vícios
apontados, a sentença poderá ser corrigida (-.) em Código de Processo Civil Comentado,

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67/84
(e-STJ Fl.598)

Nelson Nerv Júniorpág. 436. Ed. 199 7, Editora Revista dos Tribunais.

Posto isso, efetivamente se destaca, na própria petição inicial (item 5.4 - fi. 11),
que o embargado afirmou que os atrasos nos pagamentos somente ocorreram a partir do
segundo semestre de 1988, delimitando o pedido, que não pode ser genérico ou
indeterminado, razão pela qual a retroação dos efeitos pretendidos além dessa data é indevida.

Retire-se a materialização da lição doutrinária, também, por força dos seguintes


precedentes:

Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA


Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL - 866692
Processo: 200601159890 UF: RJ Orgão Julgador: SEGUNDA TURMA
Data da decisão: 19/06/2008 Documento: STJ000352 722
DJE DA TA: 1210212009
HERMA N BENJAMIN
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade,
conheceu parcialmente do recurso e, nessa parte, deu-lhe parcialprovimento, nos termos do
voto do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)." Os Srs. Ministros Mauro Campbell Marques, Eliana
Calmon, Castra Meira e Humberto Martins votaram com o Sr. Ministro Relator.
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. REPETIÇAÃO DE INDEBITO. IPTU. TAXAS DE
LIMPEZA E ILUMINA ÇÃO. OMISSAÃO E CONTRADIÇAO. NÃO-OCORRENCIA. JUROS
MORA TORIOS. TERMO INICIAL. ART 167, PARAÁGRAFO ÚNICO, DO CTN SÚMULA
188/STJ. HONORÁ RIOS. SUCUMBÉNCJA RECÍPROCA. REVISAÃO. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULA 7/STJ. ART 460 DO CPC. JULGAMENTO ULTRA PETITA. RECONHECIMENTO.
ART 2 7 DA LEI 9.868/1999. SUMULA 211/ISTJ
1. A solução integral da controvérsia, com fundamento suficiente,não caracteriza ofensa ao
art. 535 do CPC.
2. O termo inicial para cálculo dos juros moratórias, na repetição de indébito tributário, é o
tránsito em julgado da sentença (art. 167, parágrafoúnico, do CTN e Súmula 188/STJ).
3. Reconhecido o não-atendimento de parcela considerável do pedido formulado, há
sucumbência recíproca. A proporção dos decaimentos será determinada na liquidação.
Inviável a revisão dos honorários que nãoforam fixados em valores exorbitantes ou irrisórios
(Súmula 7/STJ).
4. A condena ção à restituição de indébito tributário relativo a período superior ao pedido
pelos autores (fatos incontroversos) viola o art. 460 do CPC. A decisão deve se restringir aos
exercícios pleiteados pelos contribuintes.
5. Inviável o conhecimento do Recurso quanto a questão não apreciada pelo Tribunal de
origem (Súmula 21 I/STJ).
6. Recurso Especial de que parcialmente se conhece e a que, nessa parte, se dá parcial
provimento.
12/02/2009

Origem: TRIBUNAL - TERCEIRA REGIAÃO


Classe: AC - APELAÇAÃO CíVEL - 462806
Processo: 199903990153763 UF: SP Orgão Julgador: TERCEIRA TURMA
Documento recebido eletronicamente da origem

Data da decisão: 06/09/2000 Documento:- TRF300053009

DJU DA TA:0811/12000 PÁGINA: 193

JUíZA CECILIA MARCONDES

A Turma, por unanimidade, negou provimento à apelação e deu

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(e-STJ Fl.599)

provimento parcialà remessa oficial, nos termos do voto do(a)


Relator(a).

SÚMULA 215, STJ:-"A4indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à demissão


voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda".

PROCESSUAL CIVIL - TRIBUTÁRIO - DECLARA TORIA - COMPENSA ÇÃO - IMPOSTO DE


RENDA - PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA - VERBAS INDENIZA TÔRIAS -
"INDENIZAÇÃO COMPLEMENTAR ADICIONAL" - FÉRIAS - ADICIONAL DE 1/3 SOBRE
AS FÉRIAS - CORREÇÃO MONETÁRIA ~ JUROS DE MORA - JULGAMENTO
"ULTRAPETITA ".
I- São montantes percebidos na qualidade de indenização, aqueles previstos na legislação
trabalhista. citados no artigo 6", inciso V da Lei 7713/88 e artigo 25 da Lei n'8218191.
II- Uniformização de entendimento da E. 20 Seção desta Corte pela não incidência do imposto
de renda sobre as verbas indenizatóriaspercebidas quando da demissão incentivada exceção
feita ao 130 salário e saldo de saláriosno incidente de uniformização dc
jurisprudência suscitado na AMS no 95.03.095720-6, julgado em 02.07.97, publ. no DJ
18.02.98 em acórdão relatadopela Exma. DesembargadoraFederal Marli Ferreira.
III- Incide o imposto dc renda sobre as férias integrais simples ou proporcionais, bem como o
respectivo adicional, visto que o gozo não foi impedido em decorrênciada rescisão contratual
de trabalho, mas por deliberaçãodo empregado, ainda que estimulado a tanto.
IV- Cabível o pedido de compensação das quantias recolhidas indevidamente com o imposto
de renda devido, unia vez que tratam-se de tributos da mesma espéci.e, requisito que autoriza a
Q 0
compensação, constante do artigo 66 da Lei n 8383/9 1.
V- A correção monetária deve ser calculada desde a data do recolhimento indevido,
utilizando-se dos mesmos índices utilizados pelo Fisco na atualização de seus créditos.
VI- "Ultra petita" a parte da sentença que determinou incidência dos juros moratários.
VII- Apelação improvida.
VIII- Remessa oficial parcialmente provida.

08/11/12000

Logo, violou-se expressamente o artigo 460, do Código de Processo Civil, ao


condenar-se a União em parcela que não foi objeto do pedido.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, considerando que o v. acórdão ao rejeitar os embargos


declaratórios violou o art. 535 do CPC, bem como contrariou os dispositivos legais
suscitados, demonstrando-se, assim, o cabimento do presente RECURSO, requer a União que
esse Egrégio Tribunal se digne de anular o acórdão recorrido para que o Tribunal "a quo"
profira novo julgamento sanando as omissões apontadas.

Ad cautelam, caso o pedido de nulidade não seja acolhido, e tendo em vista


Documento recebido eletronicamente da origem

que tal posição judicial só se coaduna com a tese de que esse Tribunal entende que a matéria
legal agitada foi suficientemente ventilada e decidida, e CONSIDERANDO ainda: que o
acórdão recorrido contrariou expressamente o dispositivo legal do artigo 460, do CPC, nada

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(e-STJ Fl.600)

obstante a divergência de julgados de outros Tribunais quanto à necessidade de intimação do


embargado quando os embargos ostentem caráter modificativo, além do que o Recurso
Especial presta-se à proteção da inteireza positiva, da autoridade e da uniformidade de
entendimento e aplicação da legislação federal; requer a UNIÃO FEDERAL que esse Egrégio
Tribunal se digne de receber, conhecer e dar provimento ao presente recurso, para reformnar o
acórdão recorrido em sua integralidade.

Recife, 22 de julho de 2009

ROGÉRIO AN N R AS CÂM4ARA SÓTHER


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(e-STJ Fl.613)

UNIÃO
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO - 5'REGIÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO


COLENDO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO.

APTE UNIÃO
Q APTE
OUTROS
:SINDICATO DA INDÚSTRIA DO ACÚÇAR EM PERNAMBUCO E

Referência processual: AC n0 AC343338-PE PE (Proc. no. 2004.05.00.022331-8)

A UNIÃO, inconformada, data venia, com o venerando Acórdão exarado pela


c. Turma desse Egrégio Tribunal, vem à presença de Vossa Excelência, por meio do
Advogado da União que a este subscreve, interpor, em tempo hábil, RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COMO lhe facultam o art. 102, inciso 111, alínea "a" da Carta Magna de
1988, c/c com o art. 541 e ss. do Código de Processo Civil, e com o Regimento Interno do
Supremo Tribunal Federal, em seus artigos 321, 323 e 3'24, por ter a decisão supramencionada

.10 contrariado dispositivo da Constituição Federal.

Requer, assim, a Vossa Excelência seja o presente Recurso recebido nos seus
efeitos legais e encaminhado à Superior Instância, após o cumprimento das formalidades
processuais.

Recife, 22 julho de 2009


,lho

e
200
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Rog' A. me sâm
Sóther

vog da União

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(e-STJ Fl.614)

RAZÂQES DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

APTE UNIÃO
APTE SINDICATO DA INDÚSTRIA DO ACÚÇAR EM PERNAMBUCO E
OUTROS
Referência processual: AC n0 AC343338-PE PE (Proc. no. 2004.05.00.022331-8)

EXCELSO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,


EXCELENTÍSSIMOS MINISTROS,

SÍNTESE DA DEMANDA

Cuida-se de demanda promovida pelo Sindicato da Indústria e do açúcar em


Pernambuco e demais ouros litisconsortes, tendo por objeto de que seja destacado do preço da
do subsídio de equalização dos custos de da cana de açúcar, tanto do açúcar quanto do álcool,
ao mesmo tempo em que reclama que sejam exoneradas as mesmas da responsabilidade de
pagar ou repassar o mencionado subsídio de equalização aos seus fornecedores de cana.

Contestado o pedido, e instruído o feito, o processo foi a julgamento, sendo


proferida sentença de procedência do pedido, todavia, foram interpostos embargos de
declaração, os quais foram acolhidos, condenando-se a União em mora. Entretanto,
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argumentou a União por meio de apelação, que o pagamento de subsídio não se submete a
essa imputação.

Em julgamento à apelação e remessa oficial, a Douta 1a Turma do Tribunal

Processo: 0809638-47.2018.4.05.8300 Página 2 de 12


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rafael narita de barros nunes - Advogado
18071017433304200000005746782
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Para conferência da autenticidade do documento: 84/84
(e-STJ Fl.615)

Regional Federal na 5a Região rejeitou o recurso e a remessa, proferindo o seguinte acórdão:

E M E N TAADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁ RIO.


PROGRAMA DE EQUALIZAÇAO DA CANA-DE-AÇÚCAR. EMBARGOS DE
DECLARA ÇÃO. INTIMA ÇÃO PARA OFERECIMENTO DE CONTRA-RAZÕES.
DESNECESSIDADE. SENTENÇA ULTRA PETITA. NULIDADE. NÃO CARACTERIZA ÇAO.-
Ausência de nu/idade da r. sentença recorrida que, em julgamento proferido em sede de
embargos de declaração, deixou de intimar a parte embargada, ora apelante, para oferecer
contra-razões aos embargos, em virtude do fato de que no julgamento daquele recurso,
ocorreu apenas umia comiplemientação da decisão embargada aos pedidos formulados pelas
partes autoras na peça preamibular, quais sejam: a) abrangéncia dos efeitos da sentença ao
qinqüêénio anterior ao ajuizamento e projeção desses efeitos para eventuais pagamentos
futuros efetuados com atraso, b) esclarecimento dos critérios de correção monetária dos
débitos pagos em atraso.- Hipótese em que não restou presente uma manifesta
incompatibilidade da sentença prolatada por ocasião do julgamento proferido em sede de
embargos de declaração com o preceito estampado no dispositivo da sentença anterior, a
reclamar, se fosse o caso, a intimação da parte adversa para oferecimento de contra-razões
aos embargos declaratórios.- A interposição da apelação devolve ao tribunal todas as
questões suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à sentença, ainda não decididas
(artigos 515 e 516, CPC).- Apelação e remessa obrigatóriaa que se nega provimento.A C ó R
o D ÃO Vistos erelatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira
Turma do Tribunal Regional Federal da 5" Região, por unanimidade, negar provimento à
apelação e à remessa obrigatória, nos termos do relatório, votos e notas taquigráficas
constantes dos autos, que integram o presente julgado.Recfe, 22 de novembro de 2007. (data
do julgamento).JOSÉ MARIA L UCENA (Relator)

Inconformada e objetivando atender ao pressuposto específico do

prequestionamento, a União interpôs embargos de declaração, objetivando esclarecimento a


cerca do julgado, bem como pré - questionar as matérias que serão devolvidas por meio deste
recurso, sendo o recurso conhecido, mas em seu mérito improvido, proferindo-se a seguinte
ementa:

EMENTA EMBARGOS DE DECLARA ÇAO. OMISSÃO. OCORRÊNCIA. OBSCURIDADE.


A USÊNCIA. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTAÁRIO.
PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR. ACÓRDÃO ULTRA PETITA.
NÃO CARACTERIZA ÇÃO.- Ocorrência de omissão, em relação ao aspecto suscitado no
recurso de apelação da ora embargante, quanto à possível ocorrência de julgamento ultra
petita no julgamento proferido pelo MM Juiz sentenciante.- Com o intuito de sanar a omissão
apontada, deve ser assinalado que a sentença prolatadapelo MM Juiz a quo não possui o
caráter de ultra petita, haja vista que, na situação em tela, foi examinado o pleito tal qual
formulado na peça exordial, em que os autores pugnaram pelo reconhecimento do direito ao
recebimento do subsidio de equalização, relativamente às canas própri.as das empresas
produtoras de açúcar, com pedido de condenação do MAA e da União ao pagamento do
subsídio de equalização liquidado com atraso nos 5 (cinco) anos anteriores à propositura da
Documento recebido eletronicamente da origem

ação.- Por outro turno, no item 5.4 da peça exordial, os autores consignaram que o atraso no
pagamento do subsídio veio a ocorrer a partir do segundo semestre do ano de 1988, em
sintonia com as razões expendidas pelo magistrado de primeiro grau no itemn 2.3. 1. da r.
sentença recorrida, que considerou existente, in casu, a sucumbência recíproca entre os
litigantes.- Ausência de obscuridade, visto que o julgado apresenta-se perfeitamente
compreensível no comando que impõe e na manifestação de conhecimento e vontade do juiz,
seja na fundamentação, seja no decisum do julgado.- Embargos de declaração parcialmente
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£i 3q
(e-STJ Fl.616)

providos, sem atribuição de efeitos infringentes.A C O R D Ã O Vistos e relatados estes autos


em que são partes as acima indicadas.Decide a Primeira Turma do Egrégio Tribunal Regional
Federal da 5" Região, por unanimidade, dar parcialprovimento aos embargos de declaração,
nos termos do voto do Relator e notas taquigráficas constantes dos autos, que integram o
presente julgado.Recfe, 19 de MARÇO de 2009 (data do julgamento).CESAR
CA RVA LI-ORelator(convocado)

Desta forma, como ainda pendente a questio suscitada pela União, resta
utilizar-se do presente recurso especial, objetivando que se examine a controvérsia nessa
Corte Superior.

Porém, antes de adentrar nas razões meritoriais, a União suscita a nulidade do


acórdão que julgou os embargos encontra-se eivado de vício que lhe retira a eficácia.

É que o julgado que rejeitou os embargos declaratórios quanto à manifestação


O acerca de dispositivos legais e constitucionais, contrariou e negou vigência ao art. 535 11 do
CPC; bem como contrariou os arts. 20, 5' (incisos LV e XXXV), e 93-IX, da Constituição
Federal, incorrendo em vício de atividade por ilegalidade, negativa de prestação jurisdicional,
cerceamento de defesa e indevido processo legal.

Com efeito, ao interpor os embargos declaratórios, a União buscou pré -

questionar as matérias federais e constitucionais debatidas e não decididas no decisum


embargado, porquanto detentora do direito legal e constitucional de ver decididas tais
questões levantadas.

Ademais, é inquestionável as rigorosas exigências por parte dos tribunais


superiores quanto ao efetivo preenchimento dos requisitos de admissibilidade dos recursos
especial e extraordinário, justificando, assim, a oportuna e aconselhável utilização de
embargos declaratórios preqúestionadores, tendo em vista, inclusive, a indisponibilidade dos
interesses da sociedade por parte de agentes públicos.

No entanto, o Colendo Tribunal recorrido, ao rejeitar os declaratórios quanto à tal


ponto, em verdade, negou-se a prestar uma escorreita jurisdição.
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Entretanto, não é crível que o órgão julgador deixe de aplicar a legislação


específica e vigente sem dizer o porquê de tal postura jurisdicional, para que se possa
conhecer e impugnar suas razões de decidir. A prevalecer tal postura judicante, estar-se-á,

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A;4
(e-STJ Fl.617)

inexoravelmente, a pretexto de agilizar e simplificar a jurisdição, correndo-se o risco de


retornar ao autoritário sistema de confusão de poderes, sendo que, agora, com prevalência dos
ditames do Poder Judiciário; agravado, ainda, por ser o império do Poder Judiciário regional,
quebrando, assim, também, a estrutura federalista adotada por nossos constituintes.

A doutrina pátria é uníssona em considerar nulas decisões da espécie ora


enfrentada, neste sentido, ensina Arruda Alvim em Tratado de direito Processual, v. 1, p. 66,
in verb is:

todas as oportunidades de alegações legítimas não podem ser


suprimidas, bem como dessas o juiz ou o Tribunal haverão de tomar
conhecimento, decidindo-as; não se poderá, igualmente, negar o
direito aos recursos existentes, às respostas respectivas, com o
O conseqüente direito àdecisão.

Como uma luva, cabe a recente decisão monocrática do Min. Marco Aurélio no
AG 238664-DF, da 2 Turma do STF, ipisis litteris:

.limitou-se o Colegiado Regional, na atuação última no campo


ordinário, a rejeitar os embargos, fazendo-o de forma a contrariar o
dever do Estado-Juiz de proceder à entrega da prestaçãojurisdicional
de forma completa e, tanto quanto possível, convincente.- 'não é
omissão o juízo não retrucartodos os fundamentos expendidos pelas
partes, ou deixar de analisar, individualmente, todos os elementos
probatórios dos autos'. Essa afirmativa beira as raias da teratologia.
Salta aos olhos, assim, o vício de procedimento e, não tendo a Turma
do Tribunal Superior do Trabalho corrigido o quadro, no que lhe
incumbia determinar a subida da revista, conhecê-la e provê-la para
anular o acórdão decorrente dos embargos declaratórios, a fim de
que outro fosse prolatado, impõe-se assentar a transgressãoaos incs.
XX[XV e L V do art. 50 da ConstituiçãoFederal, sob pena de o Supremo
Documento recebido eletronicamente da origem

Tribunal Federal desertar da obrigação de manter integra a Carta da


República.

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(e-STJ Fl.618)

* Neste diapasão, é de transcrever autorizado acórdão do Pretório Excelso - STF, 21


Turma, RE 158655 PA, j. 20.8.1996, DJU 02.05.1997, p. 1.657 -, in verbis:

Prestação jurisdicional - Inteireza. A ordem jurídico-constitucional


assegura aos cidadãos o acesso ao Judiciário em concepção maior
Engloba a entrega da prestaçãojurisdicionalda.forma mais completa
e convincente possível. Omisso o provimento judicial e, em que pese a
interposição de embargos declaratórios,persistindo o vício na arte de
proceder,.forçoso é assentara configuração da nulidade.

É de ver-se, com relativa clareza, que caso não se aperfeiçoe o julgado agitado, a
União poderá não ter suas razões recursais apreciadas, em face da falta de preqüestionamento,
O requisito específico dos recursos especial e extraordinário.

Portanto, não se afigura necessário despender qualquer esforço de argumentação


para que se possa afirmar que o acórdão guerreado encontra-se eivado de vício de nulidade,
devendo, pois, ser anulado para que outro seja proferido.

Tal solução, inegavelmente, é a que melhor se coaduna com o estado de direito


estabelecido na Constituição Federal.

Quanto à repercussão Geral, tem-se que o caso dos autos preenche tal requisito,
questão constitucional de
o é imperioso o reconhecimento de que a presente demanda possui
repercussão geral.

Cumprindo o que dispõe o art. 543-A e parágrafos, do CPC, introduzido pela


Lei n0 11.418, de 19 de dezembro de 2006, com vigência apartir de 19 de fevereiro de 2007, é
cabível o Recurso Extraordinário aviado ante a repercussão geral que os efeitos do Acórdão
ocasionará nos cofres públicos em face do efeito multiplicador.
Documento recebido eletronicamente da origem

Eis a novel regra de cabimento do remédio extremo, in verbis:

Art. 543-A. 0 Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não


conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele

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(e-STJ Fl.619)

versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo.


§ 10 Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de
questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico,
que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.
§ 2'0O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para
apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão
geral.

O próprio CPC traz nortes interpretativos para que seja preenchido esse
conceito jurídico indeterminado diante das situações concretas.

Assim é a redação do §10 do mesmo artigo:

O §10 Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de


questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico,
que ultrapassem os interesses subjetivos da causa.

Nessa linha de raciocínio, depreende-se que a hipótese versada nos autos


encontra-se revestida de repercussão geral, tendo em vista que o tema discutido no recurso
possui relevância que transcende este caso concreto, revestindo-se de interesse geral,
institucional, semelhantemente ao que já ocorria, no passado, quando vigorava no sistema
processual brasileiro, o instituto da argüição de relevância, amoldando-se plenamente às
exigências contidas nos § § 1 e 20, do art. 543 -A, do CPC.

Ora, hipótese versada nos autos contem violação expressa e direta á CRFB, bem
como possui ampío espectro de repercussão, sobretudo porque a não intimação da União para
responder a embargos de declaração com efeito modificativo constitui lesão ao postulado da
ampla defesa e do contraditório.

Ademais, essa Corte entende cabíveis o embargos de declaração com efeito


modificativo:
Documento recebido eletronicamente da origem

ADMINISTRATIVO. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL 77/96. SÚMULA STF7 280.


PRECEDENTES. 1. Análise do apelo extremo que requer a interpretação de norma de
direito local, hipótese inviável pelo óbice da Súmula STF 280. Precedentes. 2.
Embargos de declaração acolhidos com efeitos modiicativospara dar provimento ao
agravo regimental da parte ora embargante e reconsiderar a decisão agravada. 3.
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£54 3
(e-STJ Fl.620)

Recurso extraordináriodo Estado do Paranáimprovido.

(RE 566783 AgR-ED, Relator(a):- Min ELLEN GRACIE, Segunda Turma, julgado em
09/06/2009, DJe-]21 DIVULO 3 0-06-2009 PUBLIC 01-O07-2009 EMENT VOL-
02367-08 PP-0]422)

TRIBUTÁRIO. COMPENSA ÇAO. CRÉDITOS DE IPI ANTERIORES A LEI 9.799/99.


ENTRADA DE INSUMOS. PRODUTO FINAL ISENTO OU SUJEITO À ALIQUOTA
ZERO. MATÉRIA PACIFICADA NO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. 1. Somente depois da entrada em vigor da Lei 9. 779/99 se tornou possível
a compensação de créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)pagos na
entrada de insumos, quando o produto final for isento do tributo ou sujeito a alíquota
zero, conforme decidido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, em 06.5.2 009,
nos Recursos Extraordinários460. 785/RS, 562.980/SC e 475.55.1/PR, reI. Min. Marco
Aurélio. 2. Embargos de declaração acolhidos com efeitos modificativos para dar
provimento ao agravo regimental da União e reconsiderar a decisão agravada. 3.
Provimento ao recurso extraordinárioda União.

(RE 3 71898 AgR-ED, Relator(a):- Min ELLEN GRA CIE, Segunda Turma, julgado em
26/05/2009, DJe-]08 DIVULG 10-06-2009 PUBLIC 12-06-2009 EMENT VOL-
02364-02 PP-00250)

De fato, não intimar a União a cerca de embargos que significaram um plus na


condenação da ré, nada obstante esse plus não ter sido ventilado no pedido, é um risco muito
grande de que correm não somente a União, como todos os demais litigantes.

Observe-se, que em vários precedentes dessa Corte Suprema a hipótese é


analisada e tida como violadora do contraditório e da ampla defesa. De modo que se a não é
permitido o acesso à parte embargada de recurso que lhe acarretou prejuízo, eivado o ato
Q judicial de mácula ao princípio da ampla defesa e contraditório.

Portanto, a hipótese dos autos traz consigo a repercussão geral exigida pelo
constituinte ao recurso extraordinário.

Superada a questão sobre a repercussão geral, examine-se com maior


profundidade a nulidade que impende sobre o acórdão pela ausência de prestação
jurisdicional, ressalte-se que este recurso tem como objetivo a anulação ou reforma do
Documento recebido eletronicamente da origem

julgado, para expungir o que se demonstrou como violação à ampla defesa e ao contraditório,
ao fundamento de que a União não fora intimada para responder aos embargos de notório jaez
infringente como foram aqueles interpostos da sentença, e que provocaram um plus na
condenação imposta à União. Destacando-se, como foi objeto da apelação, que a sentença foi

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(e-STJ Fl.621)

"ultra petila ", condenando-se a União em algo que não constava no pedido, mesmo em sede
de embargos de declaração da sentença, que ostentaram patente caráter infringente.

Com efeito, a sentença que acolheu os embargos de declaração com efeitos


modificativos está eivada do vício insanável da nulidade por contrariedade ao principio da
ampla defesa - art. 50 - LIV e LV - DA CF - tendo em vista que a União não foi intimada
para oferecer resposta ao recurso em comento, portanto houve julgamento que prejudicou os
interesses da recorrida sem que a mesma pudesse se defender.

Como é cediço, o recurso de embargos de declaração não comporta


contraditório, entretanto, em casos que lhe seja emprestado efeitos modificativos, implica a
necessidade de se intimar a parte adversa para contra-razões, sob pena de se ofender os
princípios da ampla defesa e do devido processo legal.

Neste sentido, importante transcrever a seguinte jurisprudência do Superior


Tribunal de Justiça, o qual retirou seu fundamento em caso julgado dessa Excelsa Corte,
publicada no Diário de Justiça de 04.08.2003, pág. 220, verbis:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PC DE MARÇO DE 1990.
SERVIDORES DO DISTRITO FEDERAL. LIMITAÇÃO. EMBARGOS COM EFEITOS
MODIFICA TI VOS A USÊNCIA DE INTIMA ÇÃO DOS EMBA RGA DOS. CERCEA MENTO DE
DEFESA.

OCORRÊNCIA. PRECEDENTES.
1. Conquanto inexista previsão legal expressa quanto à necessidade da intimação do
embargado para impugnar embargos declaratórios apostos com propósito modificativo do
julgado, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal pacificou-se na sentido de sua
exigência, pena de viola ção do princípio do contraditório e da ampla defesa.

2. Precedentes do STJ.

3, Embargos de declaração acolhidos para anular o feito a partir do acórdão que atribuiu
efeitos ;nodificativos aojulgado, inclusive.' (negritei)

Nesse diapasão, demonstra-se a necessidade de formação do contraditório quando


em embargos ostentem caráter infringente, conforme vários julgados dessa Excelsa Corte:
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EMENTA: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Recurso que não demonstra o


desacerto da decisão agravada. 3. Decisão em consonóncio com a jurisprudênciadesta Corte.
4. Embargos de declaração com efeitos infringentes. Possibilidadede contraditório. 5. Agravo
regimental a que se nega provimento

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(e-STJ Fl.622)

(AI 479382 AgR, Relator(a): Min GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
26/10/2004, Di 19-11-2004 PP-00033 EMENT VOL-02173-05 PP-00791)

EMENTA: Embargos de declaração, efeito inodificativo e contraditório (CF, art. 50, LV).
Firme o entendimento do Tribunal que a garantia constitucional do contraditório exige que à
parte contrária se assegure a possibilidade de manfestar-se sobre embargos de declaração
que pretendam alterardecisão que lhe tenha sido favorável: precedentes.

(RE 384031, Relator(a): Min SEPÚL VEDA PERTENCE, Primeira Turma, julgado em
0 6/04/2004, Di 04-06-2 004 PP-00047 EMENT VOL-02154-03 PP-00498)

EMENTA: Constitucional. Processual. Julgamento de embargos declaratórios com efeitos


modificativos sem a manifestação da parte embargada. Ofensa ao principio do contraditório.
Precedente (RE 250936). Regimental não provido.

(AI 327728 AgR, Relator(a): Min NELSON JOBIM, Segunda Turma, julgado em 02/10/200 1,
Di 19-12-200 1 PP-00009 EMENT VOL-02054-07 PP-01576)

EMBARGOS DECLARA TORIOS - EFEITO MODIFICATIVO - VISTA DA PARTE


CONTRÁRIA. Os pronuncianmentos do Supremo Tribunal Federalsão reiterados no sentido da
exigência de intimação do Embargado quando os declaratórios veiculem pedido de efeito
niodificativo.

(RE 250396, Relator(a):- Min MARCO A URÉLIO, Segunda Turma, julgado em 14/12/1999,
Di 12-05-2000 PP-00029 EMENT VOL-01990-03 PP-00597)

E M E N T A: EMBA RGOS DE DECLA RA ÇÃO INTERPOSTOS ANTES DA VIGENCIA DA


LEI N. 8.950/94 - IMPUGNAÇÃO A ACÓRDÃO QUE CONHECEU E DEU PROVIMENTO A
RECURSO EXTRA ORDINÁ RIO ~ ALEGAÇÃO DE INTEMPESTI VIDA DE DO APELO
EXTREMO FEITA PELO EMBARGANTE - EFEITO MODIFICATIVO - NECESSIDADE DE
PREVIA A UDIENCIA DA PA RTE EMBA RGA DA (CF, A RT 5., L V) - EXTEMPORA NEIDA DE
NÃO CARACTERIZADA ~ EMBARGOS REJEITADOS. - A garantia constitucional do
contraditorioimpõe que se ouca, previamente, a parte embargada na hipótese excepcional de
os embargos de declaração haverem sido interpostos com efeito modificativo. - Os embargos
de declaração, quando deduZidos tempestivamente - e desde que opostos antes da vigencia da
Lei n. 8.950/94 -, suspendiam o prazo para a interposição do recurso extraordinário. Não se
computa, para efeito de contagem do prazo recursal, o dia em que forami opostos os emibargos
Q de declaração (RTJ 119/3 70). O prazo para interposição do recurso extraordinório- presente
o contexto normativo existente antes da vigencia da Lei n. 8.950/94 ~recomecava afluir, pelo
lapso temporal remanescente, a partir do primeiro dia util, inclusive, que se seguisse a
publicação oficial do acórdão proferido pelo Tribunal a quo nos embargos de declaração
(RTJ 112/383).

(RE 144981 ED, Relator(a): Min CELSO DE MELLO, PRIMEIRA TURMA, julgado em
11/04/1995, Di 08-09-1995 PP-28362 EMENT VOL-O 1799-03 PP-00539.)

No caso a matéria de fundo comporta a seguinte discussão.


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Em meio à petição inicial, especificamente no item 5.4 (fl. 11), deixa extreme de
dúvida que o alegado atraso no pagamento dos subsídios só se iniciaram a partir do segundo
semestre de 1988, conforme discorre a autoria, verbís;
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8/61
(e-STJ Fl.623)

"5.4. 0 atraso no pagamnento do subsidio (tanto do açúcar quanto do álcool), vemi


se verificando e se agravando desde a safra 1988/1989, ou seja, a partir do segundo
semnestre do referido ano de 1988. "

Ora, se o autor atesta que o atraso somente se iniciou no segundo semestre de


1988, força concluir que a condenação no pagamento dos valores a partir da safra 1965/1 986
é julgamento além do pedido, portanto, deve ser reformado para que se adstrinja aos limites
da lide, ou seja, a partir do segundo semestre de 1988.

Assim, no mérito recursal, não havia de se falar em direito à correção monetária


por atraso no pagamento de valores decorrentes de política de subsídios.

Com efeito, o pagamento de subsídio é um compromisso de política


governamental que objetiva ajudar os produtores da região nordeste, entretanto, não se
caracteriza como obrigação civil, logo, o atraso na liberação dos valores não tem o condão de
justificar o pedido de correção monetária.

Certo é que não se pode confundir o pagamento de subsidio com uma prestação
obrigacional, mesmo que de ordem não contratual, pois, como se sabe o subsidio é uma ajuda
financeira que a sociedade concede a determinado segmento produtivo para que esta atividade
econômica, julgada relevante para o equilíbrio social, possa sobreviver.

Assim, resta concluir que o subsidio não é uma obrigação civil, portanto, não pode
Q se submeter às regras da legislação privada, porquanto, à evidência, trata-se de política
pública de regulação das atividades econômicas."

Precisamente neste ponto é que se evidencia o excesso do julgado, transmudando-


se em julgamento extrapetita.

De fato, como já apontado desde a Contestação da União, e renovado por


ocasião do seu Apelo, e na interposição dos embargos do acórdão de apelação, a sentença
Documento recebido eletronicamente da origem

extrapolou os limites do pedido haja vista ter se pronunciado além do que fora requerido pela
demandante.

Logo, violou-se expressamente os postulados do contraditório e da ampla defesa,

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9/61
(e-STJ Fl.624)

merecendo prosperar o recurso.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, considerando que o v. acórdão ao rejeitar os embargos


declaratórios violou o art. 535 do CPC, bem como contrariou os dispositivos constitucionais
suscitados, demonstrando- se, assim, o cabimento do presente RECURSO, requer a União que
esse Excelso Supremo Tribunal Federal se digne de anular o acórdão, proporcionando a União
a oportunidade de contrariar os argumentos dispostos nos embargos de declaração interpostos
pela parte recorrida.

Ad cautelazn, caso o pedido de nulidade não seja acolhido, e tendo em vista


que tal posição judicial só se coaduna com a tese de que esse Tribunal entende que a matéria
agitada foi suficientemente ventilada e decidida, e CONSIDERANDO ainda: que o acórdão

recorrido contrariou os dispositivos constitucionais do artigo art. 50 - LIV e LV - DA CF além

do que o Recurso Extraordinário presta-se à proteção da inteireza positiva, da autoridade e da


uniformidade de entendimento e aplicação da Constituição Federal; requer a UNIÃO
FEDERAL que essa Corte Suprema se digne de receber, conhecer e dar provimento ao
presente recurso, para reformar o acórdão recorrido em sua integralidade.

Recife, 22 de julho de 2009

ROGÉRiOANTÔ 1 0 L S M A SÓTHER
Documento recebido eletronicamente da origem

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(e-STJ Fl.625)
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(e-STJ Fl.627)
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* TiBui'j REGIONAL FEDE1RAL DA S.- REGIãO

APELÇAO ÍVEL(AC) No 343338/PE (2004.05.0.2318


APTE UNIÃO
APDO SINDICATO, DA IND.USTRIA DO AÇUCAR EM PERNAMBUCO
E OUTROS
ADV/PROC IROBERTO MAG ALHÃES MELO E OUTRO,
REMTE JUiZO DA 9' VARA FEDERALDE PERNAMBUCO
ORIGEM :91 VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO - PE
RECORRENTE EM RESP: UNIÃO
* 1 DECISÃO

Trata-se de recurso especial interposto comf,fundamento no artigo


105, inciso- lii, "a" e "c", da Constituição Federà'I, em face, de acórdão e
.embargos,de declaração apreciados por esta Corte.
Sustenta a recorrente .vulneração ao disposto nos artigos 460 e
535,1li, do CPC, assim como a ocorrência de divergência Jurisprudenciàl.
Contrarrazões não apresentadas.
Vie'ram-me, os autos conclusos para o juízo de. admissibilidade
-(artigo 542, § 10, do Código de.Process'o Civil)..
Verifico que o recurso foi, interposto, tempestivamente consoante
certidão 'nos autos, contra decisão proferida' em última instância por este
Tribunal,,o que esgota as vias recursais ordinárias.
Encontra-se satisfeito, de igual .modo; o 'requisito do
prequestionamento, considerando que a matéria suscitada ýn recurso .foi
examinada no acórdão 'e a -motivaçãio adotad.a pela recorrente permite, desta
feita,',,o entendimento da controvérsia, o que deixa o presente apelo espeial-
* ao-amparo do artigo 1051, 111,."a", da Constituição Federal,cdc o artigo 541,, 11e
Q ~iiI, do Códigode Processo Civil.
No tocante à alínea "c", observo quea recorrente não apresentou
decisões paIradigmáticas, onde se pudesse aferir. o cotejo analítico entre os
casos confrontados, razão pela qual inadmissível o recurso pela alínea "c",,do
art. 105, 1111, da CF188.
Por tais razões, com' suporte no art. 543, do CPC, admito o
presente recurso especial tão somente pela alínea "a". Encaminhemr-,se os
autos ao Superior Tribunal de Justiça.
Publique-se. ntimem-se.
Ré cife, 10 de novembro- de'201 0.
Documento recebido eletronicamente da origem

Desembargador Federal Marcelo Navarro


Vice- Presidente do. TRF da 5a Região
Assinado Eletronica'mente. Observar'rodapé.

AC nO343338-PE 1 JJIDO

j jMConferir
ARCELOnó sute http:/I".wtrf5.jus.br/validar_.assinatura
8~b., Assinado eletronicamente. A'Certificação Digital pertence a:
NA VARRO RIBEIRO DANTAS
-17.27277 -1

f~Iii 1111
- 0

~I~~111
1 -1 -102128

14/61
(e-STJ Fl.629)

~' 2

N~ PODER JUDICIÁRIO TRF/FLS .56Z


TiBnuNALj.REGIONAL FEDERAL DAS5.- REGIAO

APELAÇÃO CIVEL (AC) No 343338/PE (2004.05.00.0223311-8)-


APTE' UNIÃO
APDO SINDICATO DA INDUSTRIA Do AÇUCAR EM
PERNAMBUCO E OUTROS ,

ADV/PROC ROBERTO MAGALHÃES MELO E OUTRO


REMTE' JUiZO DA 9" VARA FEDERAL DE PERNAMBUCO
RECORRENTE EM RE UNIÃO-

DECISÃO

Trata-se de recurso extraordinário, interposto por com


(
-.

fundamento no artigo 102, inciso III, "a", da Constituição Federal, bem como
nos arts. 541 e seguintes do Código de Processo Ci.vil e 321, 323 e 324, do'
Regimento Interno-.do Supremo Tribunal Federal, em' face de acórdão e
embargos de declaráção.apreciados por esta Corte.
Contrarràzões não apresentadas.
Vieram-me, os -autos conclusos para o,juízo* de admissibilidade
(art. 542, § lo, do Código de Processo Civil).
Verifico que'o recurso foi interposto, tempestivamente, -consoante,
certidão nos autos, contra decisão proferida em última instância por este
-Tribunal, o que esgota as vias recursais ordinárias.
Encontra-se satisfeito, kle igual modo, o requisito do
prequestionamfento, considerando que a matéria suscitada no recurso foi
examinada no acórdão.
O- recorrente sustenta que'o art. 50, LIV e LV, da Constituição
*Federal teria sido Violado.
legislação obsro que. o acórdão decidiu a causa à luz da
nfrcontitcioalpertinente, sendo a ofensa à. Consti tuição
legslaão
indireta ou, reflexa; é por isso' seu exame na via extraordinária mostra-se
inadmissível, conforme entendimento firmado pelo excelso pretório Supremo
*Tribunal Federal. Veja-se, por exemplo os julgados nos -autos do AGRGS NO
RE NO 358.565/MT, lA TURMA, REL. MIN. EROS, GRAU, J. 29/03/2005,ý
UNâNIME, DJ DE '15104/2005.e AGRG NO AGRAVO DE INSTRUMENTO NO
449.206/PA, 2A T., REL. MIN. CARLOS VELLOSO," J. 29/03/2005, UNâNIME,
' DJ DE 22/04/2005:,
Documento recebido eletronicamente da origem

AC n0 343338-PE 1JJIDO
ÇbAssinado eletronica mente. A Cer-tificação Digital pertence a: 1727277 -2 0 2 -2 -843507
FilMARCELO NA VARRO RIBEIRO DANTAS.l
SConferir no site http'://ww .trf5.jus.br/validarassinatura 1111
11
IIUI!IDIII i
15/61
(e-STJ Fl.630)

~~ FODERJIJDCIÁRO TRýF/FLS.53
TRiBuNAJJ REGIONAL FEDERAL DA-5.- RGIão

Com essas considerações, inadmito-o recurso extraoIrdinário.


Publique-se. Intimem-se.
Recife, 10 de novembro de 2010.
-, Desembargador Federal Marcelo Navarro,
Vice-Presidente do TRF da 5~ Região
* Assinado Eletronicamente. Observar rodapé.,

AC nO34338-PE JJD

Asiaoeern*Õene..etfcçoDiia etnea 72272-02283ý


MARCELO
NAAR-IEIODNA
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Confrirno
~ .rfS.us.rlvlida-a.sintur
ite ttp/

16/61
(e-STJ Fl.631)

PODER JUDICIARIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5a REGIÃO
SUBSECRETARIA DE RECURSOS- EXTRAORDINARIOS, ESPECIAIS E ORDINÁRIOS

*Certifico, nos autos do processo AC343338-PE


~(2004.0.00.022331-8), que a(s) decisão(ões) de fis. retro foi(ram)
incluída(s) no'DJV/201 1.003159 e publicada(s),no Diário da Justiça
Eletrônico TRF5, no dia 21.06.201 L~ 0 referido é verdade e dou fé.

,~,Recife, 05 de agosto, de 2011.

Ana Crsia ie d el

'4tgáioa íe sprir
Documento recebido eletronicamente da origem

17/61
(e-STJ Fl.632)

PODER JUDICIARIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5SREGIÃO0
'SUBSECRETARIA DE RECURSOS EXTRAORDINÃRIOS, ESPECIAIS E ORDINÂRIOS

VISTA

Nesta data abro vista dos pees autos a -

ADVOCACIA GERXIVkRNIÃO. Receife,.23.


De AGOSTÉO de'2011. ~Rzsanela Denise
Amaiante M984.

ADVOCACIAIGLERA-1 DA JU'NIAO
Procurad&ria 'i a no5 eiã
Autos FPecebio rnIío g1J/
Autos Devolvi o EM,

flia~¶

s dP ArrUda,"

RECEBIMENTO
Nesa-at, ecbiestes autos da ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO.,
Oreferido é verdade e dou -fe. Recife, de 2011. ____

Ciente do (o)despacho/Deci',
Documento recebido eletronicamente da origem

De fls 55,1 são5~5


RecÍe,___ __ý

ýd!Ogaa d U,áo.Oliveira,
SIAPE.n,576

18/61
(e-STJ Fl.633)

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUfNAL REGIONAL FEDERAL DA 5aPGIÂO
SUBSE CRETARIA DEIRECURSOS EXTRAORDINÁRIOS, ESPECIAIS E ORDÍNÁRIOS

Cetfc )ses qu

Pal Marcel,,,.

Crtiféico Judiiáas patesnos mcuanetaai das3e49Qsõ u

Recife-
.: ER O'D

À'
Paulo dare',~~ e e M0an a ees essauo oS rd
Digtaizýã D qe ?,u lvri st trm
Documento recebido eletronicamente da origem

19/61
(e-STJ Fl.634)

Tribunal Regional Federal da 5º Região

Registrado sob o Nº único 0022331-58.2004.4.05.0000


(200405000223318)

CERTIDÃO DE VALIDAÇÃO

Certifico que os autos eletrônicos correspondem aos


físicos, adquirindo suas páginas nova numeração eletrônica.

Pernambuco, 19 de abril de 2012.

__________________________________________
Tribunal Regional Federal da 5º Região

(*) Documento assinado eletronicamente


por (009)/Usuário padrão nos termos
do Art.1º §2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006
Documento recebido eletronicamente da origem

20/61
(e-STJ Fl.635)

Superior T ribunal deJ ustiça

REsp (201200783112)

CERTIDÃO

Certifico que o processo de número


200405000223318 do TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA
5ª REGIÃO foi protocolado sob o número 2012/0078311-2.

Brasília, 19 de abril de 2012

COORDENADORIA DE REGISTRO DE PROCESSOS


RECURSAIS
*Assinado por NATALIA BARBOSA MAGALHAES
em 19 de abril de 2012 às 16:00:31
Documento eletrônico juntado ao processo em 19/04/2012 às 16:00:31 pelo usuário: NATALIA BARBOSA MAGALHAES

* Assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006

21/61
(e-STJ Fl.636)

Superior T ribunal deJ ustiça

Termo de Recebimento e Autuação


Recebidos os presentes autos, foram registrados e autuados no dia 30/04/2012
na forma abaixo:
RECURSO ESPECIAL Nº 1319365 (2012/0078311-2)
Origem : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO
Localidade : RECIFE / PE
Nº. na Origem : 200405000223318 00002486819904058

Nºs. Conexos: :
Nº de Folhas : 636 Nº. de Volumes: 2 Nº de Apensos: 0
RECORRENTE UNIÃO
RECORRIDO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE PERNAMBUCO
ADVOGADO ROBERTO MAGALHÃES MELO E OUTRO(S)

CERTIDÃO

Certifico que, no Cadastro de Feitos deste Tribunal, foi verificada a existência de


processos relacionados ao RECURSO ESPECIAL Nº 1319365 (2012/0078311-2)

Processos com UF, Partes e Números de Origem comuns: Nada Consta

Quantidade de Outros Processos com a Parte:


UNIÃO 354808
SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE PERNAMBUCO 0
Documento eletrônico juntado ao processo em 03/05/2012 às 13:56:47 pelo usuário: ALESSANDRA COSTA BORGES

Quantidade de Outros Processos com o Número de Origem:


200405000223318 0
00002486819904058300 0

Brasília-DF, 03 de maio de 2012.

COORDENADORIA DE CLASSIFICAÇÃO DE PROCESSOS RECURSAIS

INSPECIONADO: Nome da Parte Ocorrência


MAT.

03/05/2012 13:56:47 Fl. 1

22/61
(e-STJ Fl.637)

Fls.
Superior T ribunal deJ ustiça
RECURSO ESPECIAL 1319365 / PE (2012/0078311-2)

TERMO DE DISTRIBUIÇÃO E ENCAMINHAMENTO

Distribuição

Em 03/05/2012 o presente feito foi classificado no assunto DIREITO TRIBUTÁRIO -


Contribuições - Contribuições Especiais - Contribuição sobre Açúcar e Álcool e distribuído ao
Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA.

Encaminhamento

Aos 03 de maio de 2012 , vão


estes autos com conclusão ao Ministro Relator.

Coordenadoria de Classificação de Processos Recursais

Recebido no Gabinete do Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI em


_______/________/20_____.
Documento eletrônico juntado ao processo em 03/05/2012 às 15:41:21 pelo usuário: BENJAMIM DE OLIVEIRA NETO

23/61
(e-STJ Fl.638)

Fls.
Superior T ribunal deJ ustiça
RECURSO ESPECIAL 1319365 / PE (2012/0078311-2)

TERMO DE ATRIBUIÇÃO E ENCAMINHAMENTO

Atribuição

Em 15/02/2013 o presente feito, que tinha como relator o Exmo. Sr. Ministro TEORI
ALBINO ZAVASCKI, foi atribuído ao Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA.

Encaminhamento

Aos 15 de fevereiro de 2013 , vão


estes autos com conclusão ao Ministro Relator.

Coordenadoria de Classificação de Processos Recursais

Recebido no Gabinete do Ministro SÉRGIO KUKINA em


_______/________/20_____.
Documento eletrônico juntado ao processo em 15/02/2013 às 15:42:18 pelo usuário: BENJAMIM DE OLIVEIRA NETO

24/61
(e-STJ Fl.639)

Superior T ribunal deJ ustiça

REsp 1.319.365/PE

JUNTADA

Junto aos presentes autos a petição nº 257009/2014 -


PROCURAÇÃO/SUBSTABELECIMENTO .

Brasília, 08 de agosto de 2014.

__________________________________________
STJ - COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA
*Assinado por ANNA LUÍZA ALVES DA SILVA
em 08 de agosto de 2014 às 11:43:39

* Assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006

25/61
STJ-Petição Eletrônica (PROC) 00257009/2014 recebida em 07/08/2014 16:39:49 (e-STJ Fl.640)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO SÉRGIO KUKINA


DIGNÍSSIMO RELATOR DO RESP 1.319.365 /PE.

SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE


PERNAMBUCO, já qualificado nos autos, vem perante Vossa Excelência, por
seu advogado, este com endereço profissional no Setor Hoteleiro Sul, Quadra
06, Conjunto A, Bloco C, Complexo Brasil 21, Salas 1.401/1.405, CEP: 70316-
109, Brasília – DF, nos autos do Processo em epígrafe, respeitosamente, pedir
a juntada do Substabelecimento em anexo: Pede, ainda:

- que das futuras publicações conste o nome do subscritor desta:


Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/08/2014 às 11:43:38 pelo usuário: ANNA LUÍZA ALVES DA SILVA

Pede deferimento.

Brasília, 08 de agosto de 2014.

Rafael Narita de Barros Nunes


OAB/ DF 15.182

Documento eletrônico e-Pet nº 763361 com assinatura digital


Signatário(a): RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES:70078467349 NºSérie Certificado: 58328181513098088167889220398475002872
Id Carimbo de Tempo: 91491269980091 Data e Hora: 07/08/2014 16:39:49hs

26/61
Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/08/2014 às 11:43:38 pelo usuário: ANNA LUÍZA ALVES DA SILVA STJ-Petição Eletrônica (PROC) 00257009/2014 recebida em 07/08/2014 16:39:49 (e-STJ Fl.641)

Documento eletrônico e-Pet nº 763361 com assinatura digital


Signatário(a): RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES:70078467349 NºSérie Certificado: 58328181513098088167889220398475002872
Id Carimbo de Tempo: 91491269980091 Data e Hora: 07/08/2014 16:39:49hs

27/61
(e-STJ Fl.642)

Superior T ribunal deJ ustiça

REsp 1319365/PE (2012/0078311-2)

CERTIDÃO

Certifico, considerando o substabelecimento sem


reservas juntado à fl. 641, que esta Coordenadoria procedeu
à retificação da autuação fazendo constar o nome do Dr.
RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES como advogado da
parte recorrida (SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR
NO ESTADO DE PERNAMBUCO), conforme requerimento
de fl. 640.

Brasília, 8 de agosto de 2014

COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA


*Assinado por MARIANA COUTINHO MOLINA
em 08 de agosto de 2014 às 13:57:39
Documento eletrônico juntado ao processo em 08/08/2014 às 13:57:39 pelo usuário: MARIANA COUTINHO MOLINA

28/61
(e-STJ Fl.643)

Superior T ribunal deJ ustiça

REsp 1.319.365/PE

CONCLUSÃO

Faço estes autos conclusos para decisão ao Exmo. Senhor


Ministro SÉRGIO KUKINA (Relator).
Brasília, 08 de agosto de 2014.

__________________________________________
STJ - COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA
*Assinado por MARIANA COUTINHO MOLINA, Analista
Judiciário,
em 08 de agosto de 2014

(em 2 vol. e 0 apenso(s))

* Assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006
Documento eletrônico VDA10162599 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MARIANA COUTINHO MOLINA, COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA Assinado em: 08/08/2014 13:57:48
Código de Controle do Documento: ABACA9AC-8A2A-4942-91EB-A0A7467B834B

29/61
(e-STJ Fl.644)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13

RECURSO ESPECIAL Nº 1.319.365 - PE (2012/0078311-2)

RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA


RECORRENTE : UNIÃO
RECORRIDO : SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE
PERNAMBUCO
ADVOGADO : RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES

DECISÃO

Trata-se de recurso especial manejado pela União, com fundamento no art. 105,
III, a e c, da CF, contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assim
ementado (fl. 569):

ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL.


TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DA
CANA-DE-AÇÚCAR. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
INTIMAÇÃO PARA OFERECIMENTO DE CONTRA-RAZÕES.
DESNECESSIDADE. SENTENÇA ULTRA PETITA. NULIDADE.
NÃO CARACTERIZAÇÃO.
- Ausência de nulidade da r. sentença recorrida que, em julgamento
proferido em sede de embargos de declaração, deixou de intimar a
parte embargada, ora apelante, para oferecer contra-razões aos
embargos, em virtude do fato de que no julgamento daquele recurso,
ocorreu apenas uma complementação da decisão embargada aos
pedidos formulados pelas partes autoras na peça preambular, quais
sejam: a) abrangência dos efeitos da sentença ao quinquênio anterior
ao ajuizamento e projeção desses efeitos para eventuais pagamentos
futuros efetuados com atraso; b) esclarecimento dos critérios de
correção monetária dos débitos pagos em atraso.
- Hipótese em que não restou presente uma manifesta
incompatibilidade da sentença prolatada por ocasião do julgamento
proferido em sede de embargos de declaração com o preceito
estampado no dispositivo da sentença anterior, a reclamar, se fosse o
caso, a intimação da parte adversa para oferecimento de
contra-razões aos embargos declaratórios.
- A interposição da apelação devolve ao tribunal todas as questões
suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à sentença, ainda
não decididas (artigos 515 e 516, CPC).
- Apelação e remessa obrigatória a que se nega provimento.

Opostos embargos declaratórios, foram parcialmente acolhidos, porém sem


efeitos infringentes (fls. 576/583).

REsp 1319365 C542056155=041910560=4@ C01:038830164908@


2012/0078311-2 Documento Página 1 de 1
Documento eletrônico VDA11037621 assinado eletronicamente nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): MINISTRO Sérgio Kukina Assinado em: 11/12/2014 18:39:08
Publicação no DJe/STJ nº 1651 de 16/12/2014. Código de Controle do Documento: 6BA29945-51C8-44E1-B0DF-25A26E187DDA

30/61
(e-STJ Fl.645)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13

A parte recorrente aponta violação aos arts. 460, 535, II, do CPC; 2º, 5º,
XXXV, LV, e 93, IX, da CF, bem como dissídio jurisprudencial. Sustenta que: (I) a despeito
dos embargos de declaração, o Tribunal a quo remanesceu omisso acerca de que a falta de
intimação da Fazenda para manifestação quanto aos aclaratórios opostos à sentença implicou
violação à sua ampla defesa, bem como sobre a alegação trazida no apelo ordinário de que a
sentença teria sido ultra petita; (II) tendo em vista o caráter infringente dos embargos de
declaração, necessária a abertura de prazo para a parte ex adversa, sob pena de ofensa aos
princípios da ampla defesa e do devido processo legal; e (III) o Juiz incorreu em decisão extra
petita quando condenou a ora recorrente "no pagamento de valores a partir da safra
1985/1986" (fl. 596), visto que o pedido na exordial se fundou em alegado atraso no
pagamento dos subsídios "a partir do segundo semestre de 1988" (fl. 596).

É o relatório.

Anote-se, de início, que em recurso especial não cabe invocar violação a norma
constitucional, razão pela qual o presente apelo não pode ser conhecido relativamente à
apontada ofensa aos arts. 2º, 5º, XXXV, LV, e 93, IX, da Constituição Federal.

Adiante, verifica-se não ter ocorrido ofensa ao art. 535 do CPC, na medida em
que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe foram submetidas,
apreciando integralmente a controvérsia posta nos presentes autos. Com efeito, as questões ora
tidas por omissas restaram expressamente dirimidas pela Corte a quo, conforme se pode
depreender dos seguintes excertos do acórdão recorrido (fls. 564/565 e 577):

"[...] podem os embargos de declaração, em algumas situações,


substituir integralmente a decisão embargada, por serem com ela
manifestamente incompatíveis, não se tratando, em tais casos, de nova
decisão que integre ou complemente a anterior, mas de
pronunciamento que verdadeiramente substitui o antecessor, chegando
mesmo a anulá-lo.
Todavia, na situação versada nos autos, observo que não chegou a
ocorrer, de fato, uma manifesta incompatibilidade da sentença
proferida por ocasião do julgamento proferido em sede de embargos
de declaração com o preceito estampado no dispositivo da sentença
anterior.
Com efeito, na sentença que julgou os embargos de declaração,
restaram reconhecidos, ante a omissão verificada no julgado anterior,
os seguintes pontos: a) abrangência dos efeitos da sentença ao
qüinqüênio anterior ao ajuizamento e projeção desses efeitos para
REsp 1319365 C542056155=041910560=4@ C01:038830164908@
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31/61
(e-STJ Fl.646)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13

eventuais pagamentos futuros efetuados com atraso; b) esclarecimento


dos critérios de correção monetária dos débitos pagos em atraso; c)
termo inicial da contagem dos juros legais.
Dos três pedidos acima contidos, apenas o último não foi reconhecido
pelo MM Juiz de primeiro grau quando do julgamento dos embargos,
ao passo que os demais foram integrados à parte dispositiva da
sentença anterior, compatibilizando-se com os pedidos formulados
pelas partes autoras na peça preambular, com apuração a ser
reservada para a fase de liquidação da sentença.
Oportuno salientar que a interposição da apelação devolve ao tribunal
todas as questões suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores
à sentença, ainda não decididas (artigos 515 e 516, CPC). Não há que
se falar, pois, na ocorrência de nulidade da r. sentença recorrida."

"[...], assinalo que a sentença prolatada pelo MM Juiz a quo não


possui o caráter de ultra petita, haja vista que, na situação em tela, foi
examinado o pleito tal qual formulado na peça exordial, em que os
autores pugnaram pelo reconhecimento do direito ao recebimento do
subsídio de equalização, relativamente às canas próprias das
empresas produtoras de açúcar, com pedido de condenação do IAA e
da União ao pagamento do subsídio de equalização liquidado com
atraso nos 5 (cinco) anos anteriores à propositura da ação.
Outrossim, convém registrar que, no item 5.4 da peça exordial, os
autores consignaram que o atraso no pagamento do subsidio veio a
ocorrer a partir do segundo semestre do ano de 1988, em sintonia com
as razões expendidas pelo magistrado de primeiro grau à fl. 438 (item
2.3.1.), que considerou existente, in casu, a sucumbência recíproca
entre os litigantes."

Ressalte-se que não se pode confundir julgamento desfavorável ao interesse da


parte com negativa ou ausência de prestação jurisdicional.

Por fim, em relação à suposta ofensa ao art. 460 do CPC, tem-se que a Corte a
quo afastou a tese do recorrente de que a sentença seria ultra petita ao fundamento de que "na
situação em tela, foi examinado o pleito tal qual formulado na peça exordial, em que os
autores pugnaram pelo reconhecimento do direito ao recebimento do subsídio de equalização,
relativamente às canas próprias das empresas produtoras de açúcar, com pedido de
condenação do IAA e da União ao pagamento do subsídio de equalização liquidado com
atraso nos 5 (cinco) anos anteriores à propositura da ação".

Assim, a alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem, tal como
colocada a questão nas razões recursais, referente à ocorrência de julgamento ultra e extra

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32/61
(e-STJ Fl.647)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13

petita, demandaria, necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório constante dos


autos, fazendo atrair o óbice previsto na Súmula 7/STJ. Nesse mesmo sentido:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO.


RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC.
INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO.
SENTENÇA EXTRA PETITA. NECESSIDADE DE
COMPARAÇÃO DE PEÇAS. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. DISPOSITIVOS LEGAIS
NÃO PREQUESTIONADOS. SÚMULA 211/STJ.
FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. SÚMULA 284/STF.
RESTITUIÇÃO DE VALORES RECEBIDOS POR SERVIDOR DE
BOA-FÉ. IMPOSSIBILIDADE. ORIENTAÇÃO
JURISPRUDENCIAL DO STJ CONSOLIDADA NO JULGAMENTO
DO RESP. N. 1.244.182/PB, QUE FOI SUBMETIDO AO RITO DO
ART. 543-C DO CPC.
[...]
2. No que tange a alegação de que a sentença seria extra petita,
observa-se que o conhecimento da matéria exige o necessário reexame
do conjunto fático, procedendo-se a comparação de peças
processuais, com a análise da petição inicial em confronto com as
conclusões do acórdão recorrido, o qual entendeu que o valor
cobrado não seria devido ante a boa fé da embargante, o que é
inviável na via estreita dos recursos excepcionais, por força da Súmula
7/STJ.
[...]
5. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 299.242/MG, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 20/8/2013)

PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC.


INOCORRÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO. REAJUSTE DO
VALE-REFEIÇÃO. JULGAMENTO ULTRA PETITA. ALEGAÇÃO
QUE ESTÁ A EXIGIR, NA HIPÓTESE, COMPARAÇÃO ENTRE
PEÇAS PROCESSUAIS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
(AgRg no AREsp 72.531/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/6/2012, DJe
2/8/2012)

Ante o exposto, nego seguimento ao recurso especial.

Publique-se.

Brasília (DF), 11 de dezembro de 2014.

REsp 1319365 C542056155=041910560=4@ C01:038830164908@


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33/61
(e-STJ Fl.648)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13

MINISTRO SÉRGIO KUKINA


Relator

REsp 1319365 C542056155=041910560=4@ C01:038830164908@


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34/61
(e-STJ Fl.649)

Superior T ribunal deJ ustiça

REsp 1319365/PE

PUBLICAÇÃO

Certifico que foi disponibilizada no Diário da Justiça


Eletrônico/STJ em 15/12/2014 a r. decisão de fls. 644 e
considerada publicada na data abaixo mencionada, nos
termos do artigo 4º, § 3º, da Lei 11.419/2006.
Brasília, 16 de dezembro de 2014.

COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA


*Assinado por BENEDITO JOSÉ DA SILVA
em 16 de dezembro de 2014 às 07:26:41
Documento eletrônico juntado ao processo em 16/12/2014 às 07:28:28 pelo usuário: BENEDITO JOSÉ DA SILVA

* Assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006

35/61
(e-STJ Fl.650)

Superior T ribunal deJ ustiça


Fls. ________
REsp 1319365/PE

CERTIDÃO

Certifico que, em cumprimento ao Mandado de Intimação nº.

002421-2014-CORD1T - Decisão/Vista , o(a) UNIÃO foi intimado(a) da

publicação do dia 16/12/2014, com ciente em 16/12/2014, conforme

Mandado arquivado nesta Coordenadoria em 17/12/2014.

Brasília-DF, 17 de dezembro de 2014.

COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA


Documento eletrônico juntado ao processo em 17/12/2014 às 07:53:26 pelo usuário: BENEDITO JOSÉ DA SILVA

*Assinado por BENEDITO JOSÉ DA SILVA


em 17 de dezembro de 2014 às 07:53:11

36/61
(e-STJ Fl.651)

Superior T ribunal deJ ustiça

REsp 1.319.365/PE

JUNTADA

Junto aos presentes autos a petição nº 470617/2014 -


AGRAVO REGIMENTAL .

Brasília, 08 de janeiro de 2015.

__________________________________________
STJ - COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA
*Assinado por WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA
em 08 de janeiro de 2015 às 06:50:36

* Assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006

37/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.652)

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO PÚBLICO

1
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR DO RECURSO
ESPECIAL Nº 1.319.365 - PE (2012/0078311-2)

RECURSO ESPECIAL Nº 1.319.365 - PE (2012/0078311-2)


RELATOR: MINISTRO SÉRGIO KUKINA
RECORRENTE: UNIÃO
RECORRIDO: SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE
PERNAMBUCO

UNIÃO, representada nos termos da LC nº 73/93, nos autos em


epígrafe, em que é recorrente, inconformada, “data venia”, com a decisão monocrática que
negou seguimento ao seu recurso especial, vem, perante V. Exa., interpor o presente

AGRAVO INTERNO

com fulcro no art. 545 do Código de Processo Civil e nos arts. 258 e 259 do RISTJ, para
que reconsidere a r. decisão ou, em assim não entendendo, encaminhe as razões anexas,
cuja juntada ora se requer, para apreciação da eg. Turma.
Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

Nestes termos, pede deferimento.


Brasília/DF, 19 de dezembro de 2014.

VIRGÍNIA CHARPINEL JUNGER CESTARI


ADVOGADA DA UNIÃO - OAB/DF 16.715

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38/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.653)

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO PÚBLICO

2
EGRÉGIA TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

RAZÕES DE AGRAVO INTERNO

1. DOS FATOS

Trata-se do recurso especial manejado pela União no intuito de reformar


acórdão proferido pelo TRF-5ª Região.

Em suas razões recursais, a União alega violação dos arts. 535 e 460 do CPC.

O eminente Ministro relator negou seguimento ao apelo especial, por entender


que não restou configurada a ofensa ao artigo 535, II do CPC, bem como porque, para
reforma do acórdão, seria necessário reexaminar as provas dos autos, o que é inviável
Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

nesta seara, aplicando a Súmula 07 do Superior Tribunal de Justiça.

Com a devida vênia, a decisão não merece prosperar, tendo em vista os


argumentos abaixo expendidos.

2. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAIS.

A decisão singular ora agravada, de maneira indevida, negou provimento à tese


da ora agravante. Hipótese em que o agravo regimental é o recurso cabível. Vale ressaltar
que os artigos 258 e 259 do Regimento Interno dessa Corte também preveem a
possibilidade da presente interposição.

Este ente fora intimado por mandado no dia 17.12.2014, de forma que a
interposição do recurso, tendo em vista a prerrogativa do artigo 188 do CPC (prazo em
dobro para interposição de recursos), na presente data, é tempestiva.

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39/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.654)

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3. DO DIREITO

3.1. DA OMISSÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO – DA VIOLAÇÃO AO


ARTIGO 535, II DO CPC

Ao contrário do que restou consignado na decisão agravada, a União


demonstrou com riqueza de detalhes e clareza a necessidade de o tribunal a quo enfrentar
os pontos trazidos nos seus embargos declaratórios.

Com efeito, não é intenção da União demonstrar violação a dispositivos


constitucionais por meio de recurso especial, mas sim, demonstrar que a não apreciação,
pelo Tribunal a quo, dos argumentos postos pela União em embargos de declaração,
inclusive dos dispositivos constitucionais, implica afronta ao art. 535, II, do CPC.

Segue transcrição de trecho esclarecedor do recurso especial da União (fls.


590/593, e-STJ):

É que o julgado que rejeitou os embargos declaratórios quanto à


manifestação acerca de dispositivos legais e constitucionais, contrariou e
Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

negou vigência ao art. 535, II, do CPC; bem como contrariou os arts. 20,
50 (incisos LV e XXXV), e 93-IX, da Constituição Federal, incorrendo
em vício de atividade por ilegalidade, negativa de prestação jurisdicional,
cerceamento de defesa e indevido processo legal.

Com efeito, ao interpor os embargos declaratórios, a União buscou


pré - questionar as matérias federais e constitucionais debatidas e não
decididas no decísum embargado, porquanto detentora do direito legal e
constitucional de ver decididas tais questões levantadas.

Ademais, é inquestionável as rigorosas exigências por parte dos


tribunais superiores quanto ao efetivo preenchimento dos requisitos de
admissibilidade dos recursos especial e extraordinário, justificando,
assim, a oportuna e aconselhável utilização de embargos declaratórios

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40/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.655)

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
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DEPARTAMENTO DE SERVIÇO PÚBLICO

4
prequestionadores, tendo em vista, inclusive, a indisponibil1idade dos
interesses da sociedade por parte de agentes públicos.

No entanto, o Egrégio Tribunal recorrido, ao rejeitar os


declaratórios quanto à tal ponto, em verdade, negou-se a prestar uma
escorreita jurisdição.

Entretanto, não é crível que o órgão julgador deixe de aplicar a


legislação específica e vigente sem dizer o porquê de tal postura
jurisdicional, para que se possa conhecer e impugnar suas razões de
decidir. A prevalecer tal postura judicante, estar-se-á, inexoravelmente, a
pretexto de agilizar e simplificar a jurisdição, correndo-se o risco de
retomar ao autoritário sistema de confusão de poderes, sendo que, agora,
com prevalência dos ditames do Poder Judiciário; agravado, ainda, por
ser o império do Poder Judiciário regional, quebrando, assim, também, a
estrutura federalista adotada por nossos constituintes.

(...)

Superada a questão que impende sobre a nulidade do acórdão pela


Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

ausência de prestação jurisdicional, ressalte-se que este recurso tem como


objetivo a anulação ou reforma do julgado, para expungir o que se
demonstrou como violação à ampla defesa e ao contraditório, ao
fundamento de que a União não fora intimada para responder aos
embargos de notório jaez infringente como foram aqueles interpostos da
sentença, e que provocaram um plus na condenação imposta à União.
Destacando-se, como foi objeto da apelação, que a sentença foi "ultra
petita", condenando-se a União em algo que não constava no pedido.

Com efeito, a sentença que acolheu os embargos de declaração


com efeitos modificativos está eivada do vício insanável da nulidade por
contrariedade ao principio da ampla defesa - art. 5º - LIV e LV - DA CF
- tendo em vista que a União não foi intimada para oferecer resposta
ao recurso em comento, portanto houve julgamento que

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41/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.656)

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5
prejudicou os interesses da recorrida sem que a mesma pudesse se
defender.

Como é cediço, o recurso de embargos de declaração não


comporta contraditório, entretanto, em casos que lhe seja emprestado
efeitos modificativos, implica a necessidade de se intimar a parte adversa
para contra-razões, sob pena de se ofender os princípios da ampla defesa
e do devido processo legal. Neste sentido, importante transcrever a
seguinte jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, publicada no
Diário de Justiça de 04.08.2003, pág. 220, verbis: (...)

Assim, restou demonstrado que o Tribunal a quo, ao rechaçar os embargos de


declaração da União incorreu em violação ao art. 535, II, do CPC, porquanto negada
oportunidade de defesa à União.

Desta forma, deve o recurso ser provido, determinando-se ao tribunal regional


que enfrente os fundamentos acima, por serem essenciais ao deslinde do caso.

3.2. DA NÃO INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ


Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

Após o exame dos autos, verificou-se que a decisão proferida pelo ilustre
Relator, data máxima vênia, deve ser reformada, conforme será adiante demonstrado.

Cabe esclarecer que, ao contrário do consignado na decisão ora agravada, não


se trata de pedido de reexame de provas, mas sim de exame sobre a qualificação jurídica
desse contexto fático. Por certo, a súmula 07 não impede isso.

Na petição de recurso especial da União resta claro que os argumentos dizem


respeito tão-somente a questão de direito.

A discussão acerca da extrapolação dos limites da sentença não passa pelo


reexame do acervo fático-probatório dos autos, na medida em que se busca estabelecer
tão somente um debate sobre a matéria de direito.

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42/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.657)

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6
Com efeito, a violação ao art. 460 do CPC se caracteriza pelo simples
confronto dos pedidos iniciais com o provimento judicial. Nesse sentido, a simples leitura
da petição inicial deixa claro que o pedido de refere a um determinado período de tempo,
o qual não foi respeitado pela sentença.

Não se trata, aqui, de questionar qual período é devido, mas, sim, de verificar
se o período conferido pela sentença se adequa àquele da petição inicial. Nesse sentido,
vale transcrever excerto das razões do recurso especial:

Com efeito, a petição inicial, especificamente no item 5.4 (fl. 11),


deixa extreme de dúvida que o alegado atraso no pagamento dos
subsídios só se iniciaram a partir do segundo semestre de 1988,
conforme discorre a autoria, verbis:

'5.4. 0 atraso no pagamento do subsidio (tanto do açúcar quanto do álcool, vem


se verificando e se agravando desde a safra 1988/1989, ou seja, a partir do segundo
semestre do referido ano de 1988. "

Ora, se o autor atesta que o atraso somente se iniciou no segundo


semestre de 1988, força concluir que a condenação no pagamento dos
valores a partir da safra 1965/1986 é julgamento além do pedido,
Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

portanto, deve ser reformado para que se adstrinja aos limites da lide, ou
seja, a partir do segundo semestre de 1988 – (fls. 596 e-STJ)

Não esbarra na Súmula 07/STJ a pretensão de qualificação jurídica dos fatos.

A corroborar a linha de raciocínio esposada e defendida pela ora Agravante, é


de se trazer à colação a sempre precisa lição do Prof. RODOLFO DE CAMARGO
MANCUSO, em sua inigualável obra “Recurso Extraordinário e Recurso Especial”, 4ª
ed., SP, Ed. RT. 1996, pág. 91, verbis:

“Observe-se, porém, que o erro sobre critérios de apreciação da prova ou


errada aplicação de regras de experiência são matéria de direito, e,
portanto, não excluem a possibilidade de recurso especial. (citação de outro
mestre do Direito Processual Civil – VICENTE GRECO FILHO)

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43/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.658)

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO PÚBLICO

7
De fato, esse tem sido o entendimento do STF (RTJ 87/222, 92/250). „Se se
trata de examinar o critério legal da valorização da prova, o caso não é
de simples apreciação desta, de acordo com a Súmula 279’ (RTJ 56/65).
(...)
Até mesmo o valor legal da prova é uma ‘questio iuris’. Assim o ônus da
prova (RTJ 75/659)”.
(grifos nossos)

O Colendo STJ, ao apreciar a questão, manifestou-se no sentido de ser


perfeitamente possível a valoração da prova em sede de recurso especial, como se pode
verificar pelo teor das ementas a seguir colacionadas:

“PROCESSO CIVIL. VALORAÇÃO DA PROVA. REEXAME DA


PROVA. DISTINÇÃO.
Se o tribunal a quo aplica mal ou deixa de aplicar norma legal atinente ao valor da prova,
incorre em erro de direito, sujeito ao crivo do recurso especial; os fatos, todavia, que se
reconhecem à vista da prova constituem premissa inalterável no julgamento do recurso
especial. Agravo regimental não provido.
(AGA 655688 / PB, Ministro ARI PARGENDLER, 3ª Turma, DJ 29.08.2005
p. 335)”
Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

“AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. EX-


COMBATENTE. OPERAÇÕES BÉLICAS. COMPROVAÇÃO.
VALORAÇÃO DA PROVA. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE
VIOLAÇÃO DO ENUNCIADO Nº 07 DA SÚMULA DO EG. STJ.
AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. DOCUMENTOS
INSUFICIENTES PARA COMPROVAÇÃO DO DIREITO DO AUTOR.
I - Considera-se ex-combatente, para efeito de pagamento de pensão especial, aquele que,
comprovadamente, participou de operações bélicas na Segunda Guerra Mundial, cumprindo
missões de segurança e vigilância do litoral brasileiro naquela época, como integrante da
guarnição de ilhas oceânicas ou de unidades que se deslocaram de suas sedes para o
cumprimento daquelas missões.
II – O Certificado de Reservista de 1ª Categoria – documento considerado pelo e. Tribunal
a quo - não é apto a comprovar que o autor participou efetivamente de operações bélicas.
Dessa forma, a prova testemunhal, única a embasar o pleito do recorrente, não goza de força

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44/61
STJ-Petição Eletrônica (AgRg) 00470617/2014 recebida em 19/12/2014 17:18:56 (e-STJ Fl.659)

ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA-GERAL DA UNIÃO
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO PÚBLICO

8
suficiente para atestar a condição de ex-combatente, razão pela qual não deve ser conferida
ao autor a pensão especial constante no art. 53, II, do ADCT.
III - A valoração, e não reexame, das provas, não encontra óbice na Súmula n° 07/STJ.
Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 731271 / RN, Ministro FELIX
FISCHER, 5ª Turma, DJ 01.07.2005 p. 622)”

Assim, é essencial reconhecer a procedência do Recurso Especial, para


reformando a acórdão recorrido, determinar sejam apreciadas as omissões apontadas pela
União em sede de embargos de declaração e/ou seja adequado o julgado aos limites do
pedido inicial.

4. DO PEDIDO

Ante o exposto, requer a União o provimento do recurso especial para que


seja reconhecida a ofensa ao artigo 535, II do CPC, determinando-se ao tribunal “a quo”
que aprecie as omissões apontadas nos embargos de declaração da União.

Requer, outrossim, seja afastada a incidência da Súmula 07 do STJ e o recurso


especial seja provido, para reformar o acórdão recorrido, adequando-se o julgado aos
limites temporais indicados na petição inicial, em respeito ao art. 460 do CPC.
Petição Eletrônica juntada ao processo em 08/01/2015 às 06:50:35 pelo usuário: WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA

Nestes termos, pede deferimento.


Brasília/DF, 19 de dezembro de 2014.

VIRGÍNIA CHARPINEL JUNGER CESTARI


ADVOGADA DA UNIÃO - OAB/DF 16.715

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45/61
(e-STJ Fl.660)

Superior T ribunal deJ ustiça

REsp 1.319.365/PE

CONCLUSÃO

Faço estes autos conclusos para julgamento ao Exmo.


Senhor Ministro SÉRGIO KUKINA (Relator) com agravo
regimental.
Brasília, 08 de janeiro de 2015.

__________________________________________
STJ - COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA
*Assinado por WALKIR TEIXEIRA BOTTECCHIA, Analista
Judiciário,
em 08 de janeiro de 2015

(em 2 vol. e 0 apenso(s))

* Assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006
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46/61
(e-STJ Fl.661)

Superior T ribunal deJ ustiça


Fls. ________
REsp 1319365/PE

CERTIDÃO

Certifico que, em cumprimento ao Mandado de Intimação nº.

002423-2014-CORD1T - Decisão/Vista , o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO

FEDERAL foi intimado(a) da publicação do dia 16/12/2014, com ciente

em 14/01/2015, conforme Mandado arquivado nesta Coordenadoria em

20/01/2015.

Brasília-DF, 20 de janeiro de 2015.


Documento eletrônico juntado ao processo em 20/01/2015 às 16:42:01 pelo usuário: JESIVONE ABREU ALVES

COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA


*Assinado por JESIVONE ABREU ALVES RODRIGUES
em 20 de janeiro de 2015 às 16:40:14

47/61
(e-STJ Fl.662)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13/7

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.319.365 - PE (2012/0078311-2)

RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA


AGRAVANTE : UNIÃO
AGRAVADO : SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE
PERNAMBUCO
ADVOGADO : RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO SÉRGIO KUKINA: Trata-se de agravo


regimental interposto pela União desafiando decisão que negou seguimento a recurso especial,
sob os fundamentos de que: (I) em recurso especial não cabe invocar violação a norma
constitucional, razão pela qual inviável o conhecimento do apelo quanto à apontada ofensa aos
arts. 2º, 5º, XXXV, LV, e 93, IX, da CF; (II) inocorrente a suposta ofensa ao art. 535 do CPC,
na medida em que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as questões que lhe
foram submetidas, apreciando integralmente a controvérsia posta nos presentes autos; e (III)
quanto à pretensa afronta ao art. 460 do CPC, a alteração das conclusões adotadas pela Corte
de origem de que não houve, no caso, julgamento ultra ou extra petita, demandaria,
necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório constante dos autos, fazendo atrair o
óbice previsto na Súmula 7/STJ.

A agravante, em suas razões, sustenta que: (I) não teve intenção de suscitar
violação a dispositivos constitucionais; (II) o Tribunal a quo violou o art. 535 do CPC ao
rejeitar os aclaratórios opostos, "porquanto negada oportunidade de defesa à União" (fl. 656);
e (III) a análise da afronta ao art. 460 do CPC demanda valoração de provas e não reexame
dessas, razão pela qual não se aplica a Súmula 7/STJ.

É o relatório.

REsp 1319365 Petição : 470617/2014 C542056155=041910560=4@ C812548434113209@


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48/61
(e-STJ Fl.663)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13/7

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.319.365 - PE (2012/0078311-2)

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO SÉRGIO KUKINA (RELATOR): A


irresignação não merece acolhimento, tendo em conta que a parte agravante não logrou
desenvolver argumentação apta a desconstituir os fundamentos adotados pela decisão recorrida,
que ora submeto ao Colegiado para serem confirmados:

"Trata-se de recurso especial manejado pela União, com fundamento


no art. 105, III, a e c, da CF, contra acórdão proferido pelo Tribunal
Regional Federal da 5ª Região, assim ementado (fl. 569):
ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL
CIVIL. TRIBUTÁRIO. PROGRAMA DE EQUALIZAÇÃO DA
CANA-DE-AÇÚCAR. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
INTIMAÇÃO PARA OFERECIMENTO DE
CONTRA-RAZÕES. DESNECESSIDADE. SENTENÇA
ULTRA PETITA. NULIDADE. NÃO CARACTERIZAÇÃO.
- Ausência de nulidade da r. sentença recorrida que, em
julgamento proferido em sede de embargos de declaração,
deixou de intimar a parte embargada, ora apelante, para
oferecer contra-razões aos embargos, em virtude do fato de que
no julgamento daquele recurso, ocorreu apenas uma
complementação da decisão embargada aos pedidos formulados
pelas partes autoras na peça preambular, quais sejam: a)
abrangência dos efeitos da sentença ao quinquênio anterior ao
ajuizamento e projeção desses efeitos para eventuais
pagamentos futuros efetuados com atraso; b) esclarecimento dos
critérios de correção monetária dos débitos pagos em atraso.
- Hipótese em que não restou presente uma manifesta
incompatibilidade da sentença prolatada por ocasião do
julgamento proferido em sede de embargos de declaração com o
preceito estampado no dispositivo da sentença anterior, a
reclamar, se fosse o caso, a intimação da parte adversa para
oferecimento de contra-razões aos embargos declaratórios.
- A interposição da apelação devolve ao tribunal todas as
questões suscitadas no processo, inclusive aquelas anteriores à
sentença, ainda não decididas (artigos 515 e 516, CPC).
- Apelação e remessa obrigatória a que se nega provimento.
Opostos embargos declaratórios, foram parcialmente acolhidos,
porém sem efeitos infringentes (fls. 576/583).
A parte recorrente aponta violação aos arts. 460, 535, II, do CPC; 2º,
5º, XXXV, LV, e 93, IX, da CF, bem como dissídio jurisprudencial.
Sustenta que: (I) a despeito dos embargos de declaração, o Tribunal a
quo remanesceu omisso acerca de que a falta de intimação da
REsp 1319365 Petição : 470617/2014 C542056155=041910560=4@ C812548434113209@
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49/61
(e-STJ Fl.664)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13/7

Fazenda para manifestação quanto aos aclaratórios opostos à


sentença implicou violação à sua ampla defesa, bem como sobre a
alegação trazida no apelo ordinário de que a sentença teria sido ultra
petita; (II) tendo em vista o caráter infringente dos embargos de
declaração, necessária a abertura de prazo para a parte ex adversa,
sob pena de ofensa aos princípios da ampla defesa e do devido
processo legal; e (III) o Juiz incorreu em decisão extra petita quando
condenou a ora recorrente "no pagamento de valores a partir da safra
1985/1986" (fl. 596), visto que o pedido na exordial se fundou em
alegado atraso no pagamento dos subsídios "a partir do segundo
semestre de 1988" (fl. 596).
É o relatório.
Anote-se, de início, que em recurso especial não cabe invocar violação
a norma constitucional, razão pela qual o presente apelo não pode ser
conhecido relativamente à apontada ofensa aos arts. 2º, 5º, XXXV, LV,
e 93, IX, da Constituição Federal.
Adiante, verifica-se não ter ocorrido ofensa ao art. 535 do CPC, na
medida em que o Tribunal de origem dirimiu, fundamentadamente, as
questões que lhe foram submetidas, apreciando integralmente a
controvérsia posta nos presentes autos. Com efeito, as questões ora
tidas por omissas restaram expressamente dirimidas pela Corte a quo,
conforme se pode depreender dos seguintes excertos do acórdão
recorrido (fls. 564/565 e 577):
"[...] podem os embargos de declaração, em algumas situações,
substituir integralmente a decisão embargada, por serem com
ela manifestamente incompatíveis, não se tratando, em tais
casos, de nova decisão que integre ou complemente a anterior,
mas de pronunciamento que verdadeiramente substitui o
antecessor, chegando mesmo a anulá-lo.
Todavia, na situação versada nos autos, observo que não
chegou a ocorrer, de fato, uma manifesta incompatibilidade da
sentença proferida por ocasião do julgamento proferido em sede
de embargos de declaração com o preceito estampado no
dispositivo da sentença anterior.
Com efeito, na sentença que julgou os embargos de declaração,
restaram reconhecidos, ante a omissão verificada no julgado
anterior, os seguintes pontos: a) abrangência dos efeitos da
sentença ao qüinqüênio anterior ao ajuizamento e projeção
desses efeitos para eventuais pagamentos futuros efetuados com
atraso; b) esclarecimento dos critérios de correção monetária
dos débitos pagos em atraso; c) termo inicial da contagem dos
juros legais.
Dos três pedidos acima contidos, apenas o último não foi
reconhecido pelo MM Juiz de primeiro grau quando do
julgamento dos embargos, ao passo que os demais foram
integrados à parte dispositiva da sentença anterior,
compatibilizando-se com os pedidos formulados pelas partes

REsp 1319365 Petição : 470617/2014 C542056155=041910560=4@ C812548434113209@


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50/61
(e-STJ Fl.665)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13/7

autoras na peça preambular, com apuração a ser reservada


para a fase de liquidação da sentença.
Oportuno salientar que a interposição da apelação devolve ao
tribunal todas as questões suscitadas no processo, inclusive
aquelas anteriores à sentença, ainda não decididas (artigos 515
e 516, CPC). Não há que se falar, pois, na ocorrência de
nulidade da r. sentença recorrida."

"[...], assinalo que a sentença prolatada pelo MM Juiz a quo


não possui o caráter de ultra petita, haja vista que, na situação
em tela, foi examinado o pleito tal qual formulado na peça
exordial, em que os autores pugnaram pelo reconhecimento do
direito ao recebimento do subsídio de equalização, relativamente
às canas próprias das empresas produtoras de açúcar, com
pedido de condenação do IAA e da União ao pagamento do
subsídio de equalização liquidado com atraso nos 5 (cinco) anos
anteriores à propositura da ação.
Outrossim, convém registrar que, no item 5.4 da peça exordial,
os autores consignaram que o atraso no pagamento do subsidio
veio a ocorrer a partir do segundo semestre do ano de 1988, em
sintonia com as razões expendidas pelo magistrado de primeiro
grau à fl. 438 (item 2.3.1.), que considerou existente, in casu, a
sucumbência recíproca entre os litigantes."
Ressalte-se que não se pode confundir julgamento desfavorável ao
interesse da parte com negativa ou ausência de prestação
jurisdicional.
Por fim, em relação à suposta ofensa ao art. 460 do CPC, tem-se que
a Corte a quo afastou a tese do recorrente de que a sentença seria
ultra petita ao fundamento de que "na situação em tela, foi examinado
o pleito tal qual formulado na peça exordial, em que os autores
pugnaram pelo reconhecimento do direito ao recebimento do subsídio
de equalização, relativamente às canas próprias das empresas
produtoras de açúcar, com pedido de condenação do IAA e da União
ao pagamento do subsídio de equalização liquidado com atraso nos 5
(cinco) anos anteriores à propositura da ação".
Assim, a alteração das conclusões adotadas pela Corte de origem, tal
como colocada a questão nas razões recursais, referente à ocorrência
de julgamento ultra e extra petita, demandaria, necessariamente, novo
exame do acervo fático-probatório constante dos autos, fazendo atrair
o óbice previsto na Súmula 7/STJ. Nesse mesmo sentido:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO
AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO
ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO
ACÓRDÃO RECORRIDO. SENTENÇA EXTRA PETITA.
NECESSIDADE DE COMPARAÇÃO DE PEÇAS. REEXAME
DO CONJUNTO FÁTICO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ. DISPOSITIVOS LEGAIS NÃO PREQUESTIONADOS.

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51/61
(e-STJ Fl.666)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13/7

SÚMULA 211/STJ. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE.


SÚMULA 284/STF. RESTITUIÇÃO DE VALORES
RECEBIDOS POR SERVIDOR DE BOA-FÉ.
IMPOSSIBILIDADE. ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL
DO STJ CONSOLIDADA NO JULGAMENTO DO RESP. N.
1.244.182/PB, QUE FOI SUBMETIDO AO RITO DO ART.
543-C DO CPC.
[...]
2. No que tange a alegação de que a sentença seria extra petita,
observa-se que o conhecimento da matéria exige o necessário
reexame do conjunto fático, procedendo-se a comparação de
peças processuais, com a análise da petição inicial em confronto
com as conclusões do acórdão recorrido, o qual entendeu que o
valor cobrado não seria devido ante a boa fé da embargante, o
que é inviável na via estreita dos recursos excepcionais, por
força da Súmula 7/STJ.
[...]
5. Agravo regimental não provido.
(AgRg no AREsp 299.242/MG, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe 20/8/2013)

PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO


CPC. INOCORRÊNCIA. SERVIDOR PÚBLICO. REAJUSTE
DO VALE-REFEIÇÃO. JULGAMENTO ULTRA PETITA.
ALEGAÇÃO QUE ESTÁ A EXIGIR, NA HIPÓTESE,
COMPARAÇÃO ENTRE PEÇAS PROCESSUAIS.
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL
A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
(AgRg no AREsp 72.531/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 26/6/2012, DJe
2/8/2012)"
Anote-se que, diferentemente do que ora alegado pela agravante, as razões do
recurso especial apontaram afronta aos arts. 2º, 5º, LV e XXXV, 93, IX, da CF, conforme se
colhe à fl. 590.

Por outro lado, não prospera o pleito da agravante pelo afastamento da Súmula
7/STJ ao caso, ao argumento de que "a violação ao art. 460 do CPC se caracteriza pelo
simples confronto dos pedidos iniciais com o provimento judicial" (fl. 657). Conforme já
assinalado na decisão agravada, tal proceder esbarra no óbice sumular antes mencionado,
inviabilizando o conhecimento do apelo raro no particular.

A esse respeito e em reforço, confiram-se também:

REsp 1319365 Petição : 470617/2014 C542056155=041910560=4@ C812548434113209@


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52/61
(e-STJ Fl.667)

Superior T ribunal deJ ustiça


MK13/7

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL RECURSO


ESPECIAL. SENTENÇA EXTRA PETITA. NECESSIDADE DE
COMPARAÇÃO DE PEÇAS. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 7/STJ. COMPENSAÇÃO DA
VERBA HONORÁRIA. POSSIBILIDADE. ART. 21 DO CPC.
CONTROVÉRSIA DECIDIDA SOB A SISTEMÁTICA DO
RECURSO ESPECIAL REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC).
IMPUGNAÇÃO DO VALOR FIXADO A TÍTULO DE VERBA
HONORÁRIA. QUESTÃO ATRELADA AO REEXAME DE
MATÉRIA FÁTICA. ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ.
1. O reexame de matéria de prova é inviável em sede de recurso
especial (Súmula 7/STJ).
[...]
(AgRg no AgRg no REsp 1400366/SC, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
20/2/2014, DJe 28/2/2014)
PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO NO
ACÓRDÃO NÃO CONFIGURADAS. DECISÃO EXTRA OU
ULTRA PETITA. MERA COMPARAÇÃO ENTRE PEÇAS
PROCESSUAIS. SÚMULA 7/STJ.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
(AgRg no REsp 987.769/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 6/12/2011, DJe
13/12/2011)
Por pertinente, do inteiro teor deste último precedente, convém destacar o
seguinte trecho do voto condutor do julgado:

"A função desta Corte, em sede de recurso especial, cinge-se à solução


de controvérsias relacionadas à interpretação da lei federal, não se
prestando esta via para o mero reexame de fatos ou comparação entre
peças processuais (REsp 789.066/RS, 1ª Turma, Min. Teori Albino
Zavascki, DJ de 02/02/2006).
No caso, a controvérsia posta cinge-se em saber se houve ou não
julgamento extra ou ultra petita, a partir do exame do pedido deduzido
na petição inicial. Sustenta a recorrente que a condenação imposta
desborda do pedido formulado. Examinar tal alegação demanda
unicamente o cotejo entre o disposto na petição inicial e o determinado
no acórdão recorrido, o que não envolve qualquer análise jurídica,
mas sim puramente fática, o que é vedado em sede de recurso especial
pela orientação contida na Súmula 07 desta Corte."
Em face do exposto, nega-se provimento ao agravo regimental.

É o voto.

REsp 1319365 Petição : 470617/2014 C542056155=041910560=4@ C812548434113209@


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53/61
(e-STJ Fl.668)

Superior T ribunal deJ ustiça


CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA

AgRg no
Número Registro: 2012/0078311-2 REsp 1.319.365 / PE

Números Origem: 00002486819904058300 200405000223318


EM MESA JULGADO: 05/02/2015

Relator
Exmo. Sr. Ministro SÉRGIO KUKINA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ANA BORGES COELHO SANTOS
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : UNIÃO
RECORRIDO : SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE
PERNAMBUCO
ADVOGADO : RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES
ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Contribuições - Contribuições Especiais - Contribuição sobre
Açúcar e Álcool

AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : UNIÃO
AGRAVADO : SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE
PERNAMBUCO
ADVOGADO : RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na
sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Regina Helena Costa, Marga Tessler (Juíza Federal convocada
do TRF 4ª Região), Napoleão Nunes Maia Filho (Presidente) e Benedito Gonçalves
votaram com o Sr. Ministro Relator.

C542056155=041910560=4@ 2012/0078311-2 - REsp 1319365 Petição : 2014/0047061-7 (AgRg)


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(e-STJ Fl.669)

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MK13/7

AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.319.365 - PE (2012/0078311-2)

RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA


AGRAVANTE : UNIÃO
AGRAVADO : SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE
PERNAMBUCO
ADVOGADO : RAFAEL NARITA DE BARROS NUNES

EMENTA

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO


ESPECIAL. VIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS
CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE.
AFRONTA AO ART. 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. DECISÃO
ULTRA PETITA. AVERIGUAÇÃO. COMPARAÇÃO DE
PEÇAS PROCESSUAIS. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA.
SÚMULA 7/STJ.
1. Em recurso especial não cabe invocar violação a norma
constitucional, razão pela qual inviável o conhecimento do apelo
quanto à apontada ofensa aos arts. 2º, 5º, XXXV, LV, e 93, IX, da
Constituição Federal.
2. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem
dirime, fundamentadamente, as questões que lhe são submetidas,
apreciando integralmente a controvérsia posta nos presentes autos.
3. A Corte a quo afastou a tese do recorrente de que a sentença seria
ultra petita ao fundamento de que "na situação em tela, foi examinado
o pleito tal qual formulado na peça exordial". Assim, a alteração das
conclusões adotadas pelo Tribunal de origem demandaria,
necessariamente, novo exame do acervo fático-probatório constante dos
autos, fazendo atrair a Súmula 7/STJ. Precedentes: AgRg no AgRg no
REsp 1.400.366/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, DJe 28/2/2014; AgRg no REsp 987.769/DF, Rel.
Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 13/12/2011.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da


PRIMEIRA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar
provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os
Srs. Ministros Regina Helena Costa, Marga Tessler (Juíza Federal convocada do
TRF 4ª Região), Napoleão Nunes Maia Filho (Presidente) e Benedito Gonçalves
votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília (DF), 05 de fevereiro de 2015(Data do Julgamento)

REsp 1319365 Petição : 470617/2014 C542056155=041910560=4@ C8125488030<5704@


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MK13/7

MINISTRO SÉRGIO KUKINA


Relator

REsp 1319365 Petição : 470617/2014 C542056155=041910560=4@ C8125488030<5704@


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Signatário(a): MINISTRO Sérgio Kukina Assinado em: 05/02/2015 19:59:52
Publicação no DJe/STJ nº 1675 de 13/02/2015. Código de Controle do Documento: B0226CDF-28EA-4398-BC01-9CBE103A8E08

56/61
(e-STJ Fl.671)

Superior T ribunal deJ ustiça

AgRg no REsp 1319365/PE (2012/0078311-2)

PUBLICAÇÃO

Certifico que foi disponibilizado no Diário da Justiça


Eletrônico/STJ em 12/02/2015 o referido acórdão de fls. 669 e considerado
publicado em 13 de fevereiro de 2015, nos termos do artigo 4º, § 3º, da Lei
11.419/2006. Certifico, ainda, que o cabeçalho da decisão foi atualizado
quanto à autuação do processo, para fins de intimação.

______________________________________________
COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA

(*) Documento assinado eletronicamente


por BENEDITO JOSÉ DA SILVA nos termos
do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006

Código de Controle do Documento: 78CD2308-D1DB-465B-83D4-6C6E69870A0C

57/61
(e-STJ Fl.672)

Superior T ribunal deJ ustiça


Fls. ________
REsp 1319365/PE

CERTIDÃO

Certifico que, em cumprimento ao Mandado de Intimação nº.

000115-2015-CORD1T - Acórdão , o(a) UNIÃO foi intimado(a) da

publicação do dia 13/02/2015, com ciente em 13/02/2015, conforme

Mandado arquivado nesta Coordenadoria em 19/02/2015.

Brasília-DF, 19 de fevereiro de 2015.

COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA


Documento eletrônico juntado ao processo em 19/02/2015 às 08:57:38 pelo usuário: BENEDITO JOSÉ DA SILVA

*Assinado por BENEDITO JOSÉ DA SILVA


em 19 de fevereiro de 2015 às 08:57:21

58/61
(e-STJ Fl.673)

Superior T ribunal deJ ustiça


Fls. ________
REsp 1319365/PE

CERTIDÃO

Certifico que, em cumprimento ao Mandado de Intimação nº.

000113-2015-CORD1T - Acórdão , o(a) MINISTÉRIO PÚBLICO

FEDERAL foi intimado(a) da publicação do dia 13/02/2015, com ciente

em 20/02/2015, conforme Mandado arquivado nesta Coordenadoria em

25/02/2015.

Brasília-DF, 25 de fevereiro de 2015.


Documento eletrônico juntado ao processo em 25/02/2015 às 11:31:28 pelo usuário: BENEDITO JOSÉ DA SILVA

COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA


*Assinado por BENEDITO JOSÉ DA SILVA
em 25 de fevereiro de 2015 às 11:30:07

59/61
(e-STJ Fl.674)

Superior T ribunal deJ ustiça


REsp 1319365/PE

CERTIDÃO DE TRÂNSITO E TERMO DE BAIXA

Certifico que o v. acórdão retro transitou em julgado no dia 24 de


março de 2015.
Remeto os presentes autos (da Certidão de Digitalização ao Trânsito em
Julgado)à(o) TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO nesta data.

Brasília - DF, 25 de março de 2015

COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA

*Assinado por GIVANILDO BATISTA DA ROCHA


em 25 de março de 2015 às 17:12:12
2 Volume(s)
0 Apenso(s)
Documento eletrônico juntado ao processo em 25/03/2015 às 17:12:12 pelo usuário: GIVANILDO BATISTA DA ROCHA

* Assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º § 2º inciso III alínea "b" da Lei 11.419/2006

60/61
(e-STJ Fl.675)

Superior Tribunal de Justiça

Ofício n. 002397/2015-CD1T
Brasília, 25 de março de 2015.

RECURSO ESPECIAL n. 1319365/PE (2012/0078311-2)


RELATOR : MINISTRO SÉRGIO KUKINA
PROC. : 200405000223318, 00002486819904058300
ORIGEM
RECORRENTE : UNIÃO
RECORRIDO : SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DE
PERNAMBUCO

Senhor(a) Diretor(a),

Encaminho a Vossa Senhoria, após o trânsito em julgado, as peças


processuais referentes ao processo eletrônico em epígrafe, em cumprimento à
Resolução/STJ nº 14, publicada no D.J.e de 03.07.2013.

Atenciosamente,

Bárbara Amorim Sousa Camuña


Coordenadora da Primeira Turma

Senhor(a)
Diretor(a) da Subsecretaria Judiciária
do Tribunal Regional Federal da 5ª Região
Edifício Djaci Falcão - Cais do Apolo, s/nº, Bairro do Recife
50030-908 Recife – PE

www.stj.gov.br
SAFS - Quadra 06 - Lt. 01 - Tr e ch o I I I - CEP: 70095-900, Brasília - D F
PABX: (061) 3319-8000
Processo: 0809638-47.2018.4.05.8300
Assinado eletronicamente por:
Documento eletrônico VDA11529483
rafael narita degivanild
barros assinado
nunes - eletronicamente
Advogado
C542056155=041910560=4@
nos termos do Art.1º §2º inciso III da Lei 11.419/2006
Signatário(a): BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA, COORDENADORIA DA PRIMEIRA TURMA Assinado em: 25/03/2015 17:41:43 18071017433304200000005746788
Código de Controle
Data edo Documento:
hora 2D94E706-58AA-4532-83E3-12FB9EBB0E96
da assinatura: 11/07/2018 19:45:54
Identificador: 4058300.5729624 https://pje.jfpe.jus.br/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.s
Para conferência da autenticidade do documento: 61/61

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