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DIREITO PROCESSUAL PENAL

O Processo Penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do Direito Penal. É
regulamentado pela Constituição Federal, pelo Código de Processo Penal (Decreto-Lei 3.689/41) e por leis especiais.

Lei processual penal no espaço


De acordo com o art. 1°, o Código de Processo Penal aplica-se em todo o território nacional, ressalvadas eventuais exceções decorrentes de
tratados, convenções ou regras de Direito Internacional. No entanto, podem ser aplicadas regras atinentes a leis especiais, como, por exemplo, a Lei
9.099/95, referente a apuração de infrações de menor potencial ofensivo.

Lei processual penal no tempo


O art. 2° do CPP dispõe que a lei processual penal aplicar-se-á sem prejuízo dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Trata-se do
principio da imediata aplicação da nova lei processual. Sendo assim, uma lei processual que entra em vigor durante a tramitação de uma ação em que
se está apurando uma infração penal ocorrida no passado será aplicada de imediato, seja ou não benéfica ao acusado. Entretanto, os atos já
praticados serão válidos.

INQUÉRITO POLICIAL
Arts. 4° a 23

É um procedimento administrativo -informativo destinado à reunião de elementos sobre uma infração penal Não é obrigatório, pois, se já há
elementos suficientes para propor a ação penal, sua instauração torna-se dispensável. Tratando-se de infração de menor potencial ofensivo, será
lavrado termo circunstanciado.

Principais características
a) é escrito;
b) é sigiloso;
c) é discricionário: a autoridade policial comanda as investigações como achar melhor;
d) é indisponível: após instauração do IP, a autoridade policial jamais poderá arquivá-lo;
e) é inquisitivo: não está sujeito ao principio do contraditório, em que se apresentam acusação e defesa.

Noticia criminis - É o conhecimento que


a autoridade policial tem de um fato
aparentemente criminoso. A notícia pode
também ser levada ao conhecimento (la
autoridade pelo próprio ofendido ou seu
representante, denominando-se então delatio
criminis.

Tratando-se de crime de ação penal pública condicionada, o inquérito somente poderá ser instaurado com a autorização expressa do ofendido ou
de seu representante legal ou com a requisição do ministro da Justiça.
Se a ocorrência versar sobre crime de ação penal privada, a autoridade só poderá agir com o requerimento do ofendido ou seu representante legal,
solicitando a aber tura do inquérito.
Formas de abertura do IP
a) portaria do delegado: a autoridade policial declara o conhecimento da prática de um fato com as características de crime, mencionando o local,
o dia, a hora, a pessoa que praticou e aquela que sofreu a ação;
b) requerimento do ofendido ou de seu representante legal, nos crimes de ação penal privada, caso o dele gado se negue a instaurar o IP, caberá
recurso inominado (administrativo) dirigido ao chefe de Policia;
c) requisição do juiz ou do promotor (também denominado oficio requisitório);
d) representação do ofendido ou requisição do ministro da Justiça, nos crimes em que a lei exige expressa mente essas condições;
e) auto de prisão em flagrante: quando o sujeito é preso em flagrante delito.

Nota de culpa - É a comunicação feita ao preso, contendo o motivo de sua prisão e o artigo que foi violado.
Interrogatório - Deve ser assinado pelo delegado, pelo escrivão, pelo interrogado e por duas testemunhas que tenham ouvido a leitura.
Identificação - O art. 5°, LVIII, da CF dispõe que “o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal salvo nas hipóteses
previstas em lei". Admite-se a identificação criminal, independentemente da civil, na hipótese prevista na Lei de Repressão ao Crime Organizado e no
art. 3° da Lei 10.054/00.
Indiciamento - É a imputação a alguém no IP da prática de ilícito penal sempre que houver razoáveis indícios de sua autoria.
Perícia e exames - A autoridade policial deverá, se for o caso, proceder a exame de corpo de delito e a quais quer perícias
Encerramento e andamento - A peça que encerra o IP é o relatório do delegado. Os prazos para o término são de 10 dias para indiciado preso e
de 30 dias para indiciado solto. Há exceções, como nos crimes de tóxicos (5 dias para o indiciado preso, 30 dias para o indiciado solto) e nos crimes
da competência da Justiça Federal (prazo de 15 dias para o indiciado preso).

RÉU PRESO RÉU SOLTO


IP COMUM 10 30 Art. 10, CPP
IP LEI TÓXICO 30+30 90+90 Art. 51, Lei 11343/2006
IP JUSTIÇA FEDERAL 15+15 30 Art. 66, Lei 5010/1966
IP MILITAR 20 40+20 Art. 20, CPPM
IP CRIME ECONOMIA POPULAR 10 10 Art. 10, § 1, Lei 1521/1951

Depois de concluído, o Pé remetido ao juízo. O magistrado determinará a abertura de "vista do inquérito ao promotor de Justiça, que poderá
tomar as seguintes providências:
a) oferecer a denúncia, no caso de crime de ação penal pública incondicionada.
b) concluindo que os fatos contidos no inquérito não traduzem crime, requerer o arquivamento ao juiz. Se o juiz concordar com o pedido,
determinará o arquivamento do inquérito. Caso discorde, remeterá os autos de inquérito ao procurador-geral da Justiça para o competente exame.
Só o juiz pode arquivar o IP, mediante requerimento do promotor ou por determinação do procurador-geral da Justiça.
c) se julgar necessárias novas diligencias, requerer a devolução do inquérito à delegacia.

AÇÃO PENAL
Conceito
E o direito subjetivo público de pleitear ao Poder Judiciário a aplicação do direito penal objetivo.
Condições da ação penal
1. possibilidade jurídica do pedido:
2. legitimidade para agir;
3. interesse legitimo ou interesse de agir.
Espécies
Levando em conta o sujeito que a promove, a ação penal pode ser pública ou privada.

Ação penal pública


E promovida por membro do MP, com o oferecimento da denúncia, que é a petição inicial dessa ação. Pode ser:
a)incondicionada: quando seu exercício não depende de manifestação de vontade de quem quer que seja;
b)condicionada: quando a propositura da ação penal depende de uma manifestação de vontade, esta se cristaliza em um ato que se chama
representação do ofendido ou requisição do ministro da Justiça

Ação penal privada


E promovida pelo particular. Sua peça inicial é a queixa-crime oferecida pelo ofendido ou seu representante legal, dirigida ao juiz de direito da
Vara Criminal.
As modalidades de ação penal privada são:
a) propriamente dita: somente pode ser exercida pela vítima, por quem legalmente a represente e, no caso de morte, por qualquer uma das
pessoas citadas no art. 31;
b) subsidiária da pública: é promovida por meio de queixa, quando, embora se trate de crime de ação pública, houver inércia do promotor de
Justiça em oferecer a denúncia;
c) personalíssima: seu exercício cabe apenas ao ofendido, o direito de queixa não se transmite para os sucessores (ex: adultério).

PRINCÍPIOS GERAIS DA AÇÃO PENAL


São aqueles princípios que se aplicam a toda e qual - quer forma de ação penal (pública ou privada):
1. Principio da verdade real - O processo penal busca descobrir efetivamente como os fatos se passaram, não admitindo ficções e presunções
processuais, diferentemente do que ocorre no processo civil.
2. Principio do contraditório (art. 5°, LV, CF)- As partes devem ser ouvidas e ter oportunidade de se manifestar em igualdade de condições. Não
vigora esse principio na fase de inquérito.
3. Principio da ampla defesa (art. 5°, LV, CF) -- Aos acusados em processo penal são assegurados todos os meios lícitos de defesa.
4. Principio da intranscendência - A ação penal é limita da ao ofensor (réu ou querelado), não atingindo seus familiares.
5. Principio da verdade real - O juiz, de oficio, pode determinar qualquer diligência a fim de descobrir a verdade real dos fatos que são objeto
da ação penal.
6. Principio da presunção de inocência (art. 5°, LVII, CF) - Ninguém poderá ser considerado culpado antes do trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Entretanto, esse principio não proíbe a decretação da prisão processual do réu antes do trânsito em julgado da condenação, uma
vez que a própria CF admite essa prisão, desde que preenchidos certos requisitos.
7. Principio do devido processo legal (art. 5°, LIV. CF) - Ninguém será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
8. Principio da vedação da prova ilícita (art. 5°, LVI, CF) - São inadmissíveis em processo penal as provas obtidas por meio ilícito.
9. Princípio in dubio pro reo - Significa que, na dúvida, deve-se optar pela solução mais favorável ao acusado.
10. Principio da iniciativa das partes - O juiz não pode dar inicio a ação penal.
11. Principio da oficiosidade - Encerrada uma fase processual, o juiz, de ofício, deve determinar que se passe à fase seguinte.
12. Principio da vedação do julgamento extra petita – Deve haver correlação entre o fato descrito na inicial a sentença proferida pelo juiz.
13. Principio da publicidade - As audiências, sessões e aos processuais são públicos.
14. Principio da identidade física do juiz - Este principio não vigora no processo penal. Por tal principio, o juiz que colhe a prova deve ser o
mesmo a proferi a sentença.

Ação civil ex delicto


De acordo com o Código Civil, a responsabilidade civil é independente da responsabilidade penal. Assim, é possível que corram paralelamente
ações penal e civil, visando esta a reparação do dano causado pelo ato ilícito praticado. Apesar da regra da separação das jurisdições penal e civil,
prevê a lei que a condenação penal irrecorrível faz coisa julgada no cível para fins de reparação do dano, tendo a natureza de titulo executório que
permite apenas a discussão sobre o quantum indenizatório, não podendo mais o juízo cível reabrir questão sobre a responsabilidade pelo fato
criminoso, posto que esta já foi reconhecida em sentença condenatória irrecorrível. Cumpre mencionar que um dos efeitos da condenação passada em
julgado é "tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime" (art. 91).
O art. 66 prevê: “Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente,
reconhecida a inexistência material da infração". Portanto, só faz coisa julgada no cível, impedindo a propositura da ação civil, a sentença absolutória
que reconhece expressamente a inexistência material do fato, conforme previsto no art. 386, 1. Assim, baseando-se a absolvição nos demais incisos
desse artigo, permite-se a propositura da ação civil ex delicto, visando 20 ressarcimento do dano.

COMPETÊNCIA
Competência é a medida e o limite da jurisdição. É a delimitação do poder jurisdicional. O juiz não pode julgar todas as causas e a jurisdição não
pode ser exercida ilimitadamente; assim, ela é distribuída, por lei, entre os vários órgãos do Poder Judiciário, por meio da competência.
O art. 69 estabelece que a competência jurisdicional será determinada:
I - Pelo lugar da infração - O art. 70, caput, determina que o foro competente será firmado pelo local da consumação do crime.
II - Pelo domicilio ou residência do réu - Segundo o art. 72, caput, não sendo conhecido o lugar da infração, a competência será firmada pelo
local do domicilio ou residência do réu. Há, entretanto, uma exceção expressa no art. 73, que estabelece: na ação penal privada exclusiva, mesmo
sendo conhecido o lugar da infração, a vítima pode optar por dar inicio ao processo rio foro do domicilio/residência do réu, não valendo para ação
subsidiária da pública.
III - Pela natureza da infração - Com a utilização dos dois primeiros critérios, necessariamente já estará fixa. da a comarca competente. Dentro
dessa comarca, o julgamento poderá ficar a cargo da Justiça Especial ou da Justiça Comum, dependendo da espécie da infração penal cometida. A
Justiça Especial divide-se em Justiça Militar (para apurar crimes militares) e Justiça Eleitoral (para apurar crimes eleitorais). Já a Justiça Comum
divide-se em Federal e Estadual.
IV - Pela distribuição e prevenção - É possível vários juízes igualmente competentes para o caso. Por exemplo, quando é cometido um furto na
cidade de São Paulo, que possui 30 juízes criminais, em princípio, todos eles têm competência para julgar o delito. Nessa situação, verificar-se-á a
prevenção se um deles adiantar-se aos demais na prática de algum ato do processo, como concessão de fiança ou pedido de explicações. Não havendo
qualquer juiz prevento, será feita a distribuição, que é um sorteio para a fixação de determinado juiz para a causa
V - Pela conexão ou continência - Quando existe algum vínculo entre duas ou mais infrações, estabelece a lei que deve existir um só processo.
Conexão é o vínculo, nexo, relação, ou seja, é a ideia de que uma coisa está ligada a outra; a continência ocorre quando uma causa está contida na
outra, não sendo possível a cisão - art. 77 (ex.: quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração).
VI - Por prerrogativa de função - Em face da relevância do cargo ou da função exercida por determinadas pessoas, são elas julgadas
originariamente por órgãos superiores da jurisdição e não por órgãos comuns (ex.: O STJ é competente para julgar originariamente governadores de
Estado).

Questões e processos incidentes


Incidente é o que ocorre, sobrevém, acessório, superveniente, isto é, todas aquelas controvérsias que devem ser decididas pelo juiz antes de
solucionar a lide principal.
Tais questões prévias a que deve o julgador ater-se antes de enfrentar o mérito da causa principal dividem-se em:
a) Questões prejudiciais (arts. 92 a 94) - São aquelas relativas a um elemento constitutivo do crime e que subordinam, necessariamente, a
decisão da causa principal. Nesses casos, há relação de dependência lógica entre a questão prejudicial e a questão principal (ou prejudicada).
b) Processos incidentes - São as exceções (arts. 5° a 111), as incompatibilidades e impedimentos (art. 112), o conflito de jurisdição (arts. 113 a
117), a restituição de coisas apreendidas (arts. 118 a 124), as medidas assecuratórias (arts. 125 a 144), o incidente de falsidade (arts. 145 a 148)
coincidente de insanidade mental do acusado (arts. 149 a 154).

EXCEÇÃO
É a alegação de ausência de uma das condições da ação ou de pressupostos processuais; é a defesa contra a ação e o processo. Pode ser de cinco
espécies:
1. Suspeição - É arguida com o fim de recusar o juiz, sempre que as partes entenderem haver motivo que o impeça de julgar com imparcialidade.
2. Incompetência de juízo - A lei processual fixa vários critérios para determinação da competência, estabelecendo, assim, o juízo e o juiz que
deve exercer a jurisdição nos autos do processo criminal. Todas as vezes que não forem observados os preceitos que deter minam a competência, ou
seja, quando o juiz não tem jurisdição delimitada para o caso, será arguida a exceção de incompetência, remetendo os autos ao juiz que supõe
competente.
3. Litispendência - Diante do principio de que "ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo fato", prevê a lei a exceção de litispendência
(art. 95, III), destina da a evitar que tramitem, paralelamente, dois processos idênticos.
4. Coisa julgada - A coisa julgada apresenta uma sentença transitada em julgado e, também, se fundamenta no principio non bis in idem. Pela
coisa julgada, impede-se que se multipliquem as ações sobre o mesmo fato, com risco de decisões divergentes e consequente desmoralização da
Justiça.
5. Ilegitimidade de parte - A denúncia e a queixa devem ser rejeitadas em caso de ilegitimidade de parte a falta de condição exigida pela lei para
o exercício da ação penal de forma idêntica, pois tanto faz não ser o autor titular da ação ou lhe faltar capacidade processual.

Incompatibilidades e impedimentos
O art. 112 prevê o dever de o juiz, órgão do Ministério Público, peritos, intérpretes e serventuários ou funcioná rios da Justiça absterem-se de
servir no processo quando houver incompatibilidade ou impedimento legal, que serão declinados nos autos. Não ocorrendo o afastamento espontâneo,
a parte pode arguir a incompatibilidade ou impedimento, observando-se o procedimento da exceção de suspeição.

Medidas assecuratórias
A prática da infração, além de lesar a coletividade, acarreta danos à vítima. Visando a assegurar a efetiva reparação do prejuízo causado ao
ofendido, o CPP prevê três modalidades de medidas cautelares:
a) Sequestro - Pode recair sobre bens móveis ou imo veis. Podem ser objeto de sequestro os imóveis adqui ridos pelo agente com os preceitos da
infração, ainda que transferidos a terceiros (art. 125).
b) Hipoteca legal - É o direito real de garantia que tem por objeto bens imóveis pertencentes ao devedor que, embora continuem em seu poder,
asseguram, precipuamente, a satisfação do crédito. Destina-se a assegurar a repa ração do dano causado à vítima, bem como o pagamento de eventual
pena de multa o despesas processuais, tendo a primeira preferência sobre estas últimas.
c) Arresto (art. 137) -- Enquanto o sequestro recai necessariamente sobre bens relacionados a prática criminosa adquiridos com os proventos da
infração), u arresto consiste na constrição de bens moveis pertencentes ao agente, para garantir a satisfação da pretensão indenizatória do ofendido.
Podem ser objeto de atesto aqueles bens suscetíveis de penhora. As coisas impenhoráveis (art. 649), portanto, não se restáveis.
Observação: não serão objeto de arresto os e proventos do crime, porquanto sujeitos a sequestro e busca e apreensão.

Incidente de falsidade
Se alguma das partes suspeita da falsidade de um documento, poderá requerer por escrito a instauração de processo incidente tendente a constatar
tal circunstância
Podem suscitar o incidente de falsidade: a)o réu ou querelado; b) a vitima (ainda que não habilitada como assistente); do Ministério Público ou o
querelante, do juiz, de oficio.
Incidente de insanidade mental do acusado
Havendo dúvida quanto à imputabilidade do acusado, será instaurado processo incidente para aferição de sua saúde mental. Não bastam meras
suposições acerca da higidez mental do réu para instauração do incidente, mostrando-se necessário que dúvida advenha de elementos de convicção
existentes nos autos.

PROVAS
Constituem o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz ou por terceiro, destinados a levar ao magistrado a convicção acerca da existência
ou inexistência de um fato, da falsidade ou veracidade de uma informação
Prova proibida - O art. 5°, inciso XII da CF dispõe: "São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos, prova proibida ou
vedada". A prova proibida é ilegítima quando a norma afrontada tiver natureza processual: é o caso de uns documento juntado na fase das alegações
finais, na primeira fase do júri. A prova proibida é ilícita quando for vedada em virtude de ter sido produzida com afronta as normas de direito
material como no caso de confissão obtida mediante tortura.
Ônus da prova - A prova da alegação incumbirá a queira fizer. Ao acusador cabe provar o fato e sua autoria, as circunstâncias de aumento da
pena, os elementos subjetivos do crime. Ao acusado cabe provar as excludente: a inexistência do faio, as causas da diminuição.
Pericia - O exame de corpo de delito e as demais per cias serão realizados por dois peritos oficiais, na fali destes, por duas pessoas idôneas.
Exame de corpo de delito
a) Direto: para fins probatórios, é o que tem mais aceitação. É realizado no próprio corpo do delito (ex.: no crime contra a saúde pública,
examina-se o produto alimentício adulterado, em caso de estupro, a própria vitima).
b) Indireto: ocorre quando a verificação dos vestígios se opera por meio de prova testemunhal.
Interrogatório - Pela Lei 10.792/03, o interrogatório conserva sua natureza de meio de defesa, ficando garantida expressamente a possibilidade
de o acusado entrevistar-se previamente com seu advogado, visando a traça estratégia para autodefesa. Paralelamente, o interrogatório constitui
também meio de prova, pois, ao final, a partes poderão perguntar sobre fato a ser esclarecido (art. 188). O CPP regulamentou o direito constitucional
a silêncio (art. 5o, LXIII, CF) e este não importará confissão nem poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
O interrogatório é ato não preclusivo, podendo ser realizado a qualquer momento, dada sua natureza de defesa (art. 196).
Características - O interrogatório é um ato:
a) personalíssimo: só o réu pode ser interrogado, mas sendo público o ato, qualquer pessoa pode assistir;
b) privativo do juiz: somente o magistrado pode interrogar o acusado, sendo vedado às partes intervir no ato.
Necessidade - O interrogatório é necessário até o trânsito em julgado da decisão final. Portanto, mesmo depois da sentença condenatória e antes
do julgamento da apelação, é exigida sua realização. A falta acarreta nulidade insanável (art. 564, III).
É obrigatória a presença do defensor, constituído o nomeado. O acusado preso deve ser interrogado no estabelecimento prisional em que se
encontra, em sala própria, garantindo a segurança de todos e a publicidade d ato. Antes de sua realização, o juiz assegurará o direito d entrevista
reservada do acusado e seu defensor. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente
Confissão - E a aceitação, pelo réu, da acusação que lhe e dirigida em um processo. A confissão isolada não constitui prova suficiente para a
condenação devendo ser corroborada por outros elementos de prova:
Caracteriza-se a confissão por ser:
a) retratável: o acusado pode retratar-se, retire todo alegado ou parte dele
b) divisível: o juiz pode considerá-la total ou parcial mente.
Prova testemunhal – Testemunha é a pessoa que declara o que sabe a respeito do crime e suas circunstancia: Toda pessoa pode ser testemunha,
não sendo excluindo Os menores, insanos, silvícolas, etc.
A testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade. No entanto, certas pessoas podem recusar-se depor cônjuge, ascendente, descendente e
irmão. Sendo necessário, darão declarações, mas sem prestar compromisso de dizer a verdade.
Há pessoas que são proibidas de depor em razão da função, oficio ou profissão (padre, advogado, psicólogo etc.), pois devem guardar segredo,
salvo se a parte interessada autoriza seu testemunho. Elas prestam compro misso de dizer a verdade e, mesmo autorizadas, arena depõem se quiserem.
As pessoas que não prestam compromisso são doentes deficientes mentais, crianças e pessoas que podem se recusar a depor; são chamadas de
declarantes ou informantes.
Contradita - E a impugnação de depoimento de uma testemunha suspeita. Ocorre após sua qualificação antes do depoimento.
Testemunha não localizada - Pode ser substituída no prazo de três dias, a contar da data em que a testemunha não encontrada deveria ser ouvida.
Prova documental - Documento é o escrito que condensa graficamente o pensamento de alguém, podendo provar um fato ou a realização de
algum ato dotado de significação ou relevância jurídica
Papéis públicos - São expedidos por funcionário público no exercício de suas atribuições, na forma da lei.
Papéis particulares - São feitos ou assinados por particulares, sem a interferência de funcionário público no exercício de suas funções:
Produção - É o momento da apresentação em juízo, o que, em regra geral, se dá em qualquer fase do processo, com duas exceções
1. nas alegações finais do júri;
2. no procedimento do júri - não é permitida a leitura ou produção de documento que não tenha sido comunica da à parte com antecedência de
pelo menos três dias.
Prova antecipada – E aquela produzida antes do momento destinado à instrução processual. Pode ser feitas
a)preventivamente: coino simples medida assecuratória de um direito, objetivando preveni-lo de consequências futuras,
b)cautelarmente: como providência preparatória, quando se de mostrar o perigo do desaparecimento da evidencia, em face da demora natural do
processo principal:
Prova emprestada - É a prova transladada de um pro cesso para outro, por meio de certidão extraída daquele Embora atenda aos reclamos da
economia processual, deve ser encarada com reserva pelo juiz, pois não foi pro duzida sob o crivo do contraditório do processo que a tomou por
empréstimo.
Delação - É a afirmativa feita por um acusado, ao ser interrogado em juízo ou ouvido na polícia. Além de confessar a autoria de um fato
criminoso, igualmente atribui a um terceiro a participação como seu comparsa. Trata-se de uma prova anômala, admissível e sem previsão legal.
Providência cautelar da busca e apreensão - A busca é anterior à apreensão. Pode ser realizada tanto na fase inquisitorial como no decorrer da
ação penal ou mesmo durante a execução da pena. A apreensão é uma consequência da busca quando esta tenha resultado positivo, é meio de prova,
destinada a impedir o perecimento de coisas e pessoas.
Busca domiciliar - É permitida quando há fundadas. razões. O domicílio, em sua ampla acepção, poderá ser adentrado: durante a noite, com
consentimento do titular do direito, em caso de flagrante delito, em caso de desastre, para prestar socorro, durante o dia, nos casos mencionados ou
por determinação judicial, se não houver consentimento do titular do direito. Entretanto, não se podem apreender documentos em poder do defensor
do réu, salvo se constituírem corpo de delito (art. 243, § 29)
Busca pessoal - Será realizada quando houver fundada suspeita de que alguém oculte consigo arma proibida ou outros objetos. E realizada na
pessoa (incluindo bolsas, malas) c em veículos que estejam com sua posse. Não se exigirá mandado quando vier a ser realizada pela. própria
autoridade e nas hipóteses do art. 244.
Reconhecimento de pessoas e coisas - É o meio processual de prova, eminentemente formal, pelo qual alguém é chamado para verificar e
confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa que lhe é apresentada com outra que viu no passado. O reconhecimento de pessoas será efetuado. ao
vivo e não por fotografias, o de coisas pode ser feito em armas, instrumentos e objetos do crime ou em quais: quer outros objetos que se relacionem
com o delito.

PRISÃO
É a supressão da liberdade individual mediante recolhimento. Pode ser de duas espécies:
1. Prisão penal - É decorrente de uma sentença condena tória transitada em julgado, ou seja, depois de forma da a culpa do agente.
2. Prisões processuais, cautelares ou provisórias - Ocorrem antes de formada a culpa do individuo, ou seja, antes de transitar em julgado a
sentença final condenatória.
Essa prisão pode ser:
a) Prisão em flagrante - Ocorre quando o sujeito é surpreendido em flagrante delito (arts. 301 e 302), única que não precisa de pressupostos.
Pode ser:
- Flagrante próprio - Quando o agente é surpreendido no momento em que está cometendo a infração ou acaba de cometê-la.
- Flagrante impróprio (quase flagrante) - Quando o agente é perseguido logo após pela autoridade, :. pelo ofendido ou por qualquer pessoa em
situação que faça presumir ser o autor da infração
- Flagrante presumido (ficto) – Quando o agente é encontrado, logo depois do crime, com instrumento, arma, objetos ou papéis que façam
presumir ser o autor da infração.
- Flagrante obrigatório e facultativo - Qualquer pessoa poderá efetuar a prisão, e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender aquele
que esteja em flagrante delito (art. 301).
- Flagrante provocado ou preparado - Pela Súmula 145 do STF, não há crime quando a preparação do flagrante pela polícia toma impossível
sua consumação". No flagrante preparado ou provocado, a policia ou um agente provocador induz completa mente alguém a praticar um crime para
assim poder prendê-lo. Portanto, circunstâncias preordenadas por outrem e ignoradas pelo agente que ardilosamente é induzido ao crime
impossibilitam a consumação do delito. Considera-se então crime impossível. . Flagrante esperado - É hipótese que autoriza a prisão em flagrante e
sua perfeita validade. A atividade policial é apenas de alerta, não havendo agente provocador. Assim, se chega ao conhecimento da polícia a notícia de
que um crime será praticado, os agentes se deslocar para o local e ficam aguardando sua pra tica, momento em que será feita, então, a efetivação da
prisão em flagrante. Há delito e prisão válida.
- Flagrante forjado - Nessa flagrante, a polícia ou particulares criam falsas provas de um crime que não existiu.
b) Prisão temporária (Lei 7.960/89) - Só é cabível na fase de IP. Possui prazo determinado: 5 dias, prorrogáveis por, mais 5, e, nos crimes
hediondos, 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Conforme imposição constitucional, é decretada pelo juiz, mediante requerimento do delegado ou MP.
c) Prisão preventiva propriamente dita (arts. 311 e 312) - É cabível na fase de IP e durante a instrução criminal. Possui prazo indeterminado.
Conforme imposição constitucional, é decretada pelo juiz (podendo ser de oficio) ou mediante requerimento do delegado ou MP.
d) Prisão após a sentença de pronúncia (arts. 408, § 2°, e 585)-Visa a que o réu aguarde preso o julgamento do júri Com exceção da Lei Fleury,
se ele for primário e de bons antecedentes, terá direito de aguardar o julga- mento em liberdade,
e)Prisão após a sentença condenatória que ainda não transitou em julgado (arts. 594 e 595) - Visa a que o réu apele preso. Se o condenado
fugir, a apelação considerar-se-á deserta. Com exceção da Lei Fleury, se ele for primário e de bons antecedentes, terá direito de aguardar o julgamento
da apelação em liberdade.

LIBERDADE PROVISÓRIA
Medida que visa a substituir a prisão provisória por outra providência que logre assegurar a presença do acusado em juízo sem o sacrifício da
prisão. Em geral, a liberdade pro visória é obtida mediante o pagamento de fiança, que pode ser prestada pelo próprio preso ou por outra pessoa.
Pode ser requerida enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória. Os crimes hediondos, a prática de tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e o terrorismo (art. 5°, XLIII, CF, e art. 2° Lei 8.072/90) são insuscetíveis de liberdade provisória, assim como os autores de ação de
grupos armados civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático (art. 5, XLIV CF).

FIANÇA
É um pagamento (caução), ou seja, uma garantia para que o réu possa responder ao processo em liberdade.
Não será concedida fiança:
a) nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior a dois anos;
b) nas contravenções tipificadas nos arts. 59 e 60 da Lei das Contravenções Penais;
c) nos crimes dolosos punidos com pena privativa da liberdade, se o réu já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada
em julgado;
d) em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio,
e) nos crimes punidos com reclusão que provoquem clamor público ou que tenham sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave
ameaça.
Se o crime for apenado com detenção ou for contravenção penal, o próprio delegado arbitrara a fiança, mas, se for aperado com reclusão, somente
o juiz poderia arbitrar, o que será feito por meio de um pedido de liberdade provisória com arbitramento de fiança.

RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE


O relaxamento da prisão em flagrante ocorrerá conforme o art. 5°, LXV da CF:”a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade
judiciária”, o juiz analisará eventuais vícios de forma e substância da prisão em flagrante e não poderá acarretar ao acusado deveres e obrigações.

PROCESSOS EM ESPÉCIE
AÇÃO - É o direito de invocar, de requerer a tutela jurisdicional.
PROCESSO - É uma atividade jurisdicional desenvolvida pelo juiz visando à aplicação da lei ao caso concreto. Trata-se, portanto, do conjunto
de atos que se pra ticam com a finalidade de fazer atuar a vontade concreta da lei. E a materialização do procedimento.
PROCEDIMENTO OU RITO - É a sequência a que os atos processuais devem obedecer. Representa o ordenamento dos atos processuais. Tal
ordenamento, uma vez não atendido, acarreta o que se chama nulidade.

PROCEDIMENTOS
Procedimento sumaríssimo
A Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995, prevê vias despenalizadoras que visam à desburocratização da Justiça, à reparação do dano na própria
ação penal e à maior possibilidade de reintegração social do acusado. Estabelece, ainda, as penas alternativas, caso não haja acordo, pre visto na
própria lei.
Com a Lei 10.259/01, foi ampliado o rol das infrações de menor potencial ofensivo, incluindo as contravenções penais e os crimes que a lei pune
com pena máxima não superior a dois anos ou multa (mesmo que haja previsão de rito especial).
A competência do juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Resumo da fase preliminar :
1. A autoridade policial, tomando conhecimento da ocorrência, lavrará termo circunstanciado e o encaminhará, imediatamente, ao juizado, com
o autor do fato e a vítima.
2. A instrução preliminar far-se-á com o comparecimento de ambos.
3. Na audiência preliminar estarão presentes: o representante do MP, o autor do fato, a vítima e, se possível, o responsável civil. Os dois últimos
devem estar sempre acompanhados de advogado.
4. Poderá haver a composição dos danos civis (art. 74, Lei 9.099/95). É um acordo entre as partes. Se aceito, será reduzido por escrito e
homologado pelo juiz mediante sentença irrecorrível, que ter eficácia de título a ser executado (título executivo) to juízo civil: competente ou no
próprio juizado especial. O acordo homologado acarreta a renúncia do direito de queixa ou representação. Se não houver o acordo civil, o pro motor
oferecerá a denúncia ou fará a proposta, se pre sentes os requisitos que favorecem o autor do delito.
5. Poderá haver a transação penal (art. 76, Lei 9.099/95). O promotor poderá oferecer a proposta de aplicação imediata da pena restritiva de
direitos ou multa, que nela setá especificada. Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor,será submetida a apreciação do juiz, que aplicara
a pena restritiva de direito ou multa (proferirá uma decisão), a qual não importará em reincidência, mas apenas será registrada, pois o réu não poderá
receber o mesmo beneficio no prazo cinco anos.
Representação - Dispõe o art. 88 que as lesões corporais leves e as lesões corporais culposas não serio mais de natureza pública incondicionada,
dependendo de representação do ofendido.
Suspensão condicional do processo ou sursis processual - Aplica-se a crimes em que a pena mínima abstrata for igual ou inferior a um ano.
Ao oferecer a denuncia, o MP poderá propor a sus pensão do processo, por dois a quatro anos, desde quo o. acusado não esteja sendo processado
ou não tenha sido condenado por outro crime,
Sequência do procedimento sumaríssimo
1. Denúncia oral ou queixa oral (também podem ser oferecidas por escrito nos autos).
2. Redução a termo escrito a designação da audiência de instrução e julgamento,
3. Entrega de cópia da inicial ao acusado, em que ele já será citado (se estiver ausente, será citado na forma dos arts. 66 e 68) para comparecer na
data da audiência:
Citação – conforme dispõe o art. 66 e seu parágrafo único, a citação será pessoal e far-se-á no próprio juizado, sempre que possível, ou por
mandado. Caso o acusado não seja encontrado, o juiz encaminhará as peças existentes ao juízo comum para adoção do procedimento previsto em
lei.
4. Ciente da data da audiência, o acusado trará suas testemunhas no dia ou apresentará requerimento para intimação destas, até cinco dias antes da
audiência.
5. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, antes de o juiz receber ou não a denúncia.
6. O juiz receberá a denúncia ou a queixa.
7. A audiência prosseguirá com análise da proposta de suspensão do processo, ou o juiz tentará nova conciliação que não ocorreu na instrução
preliminar (art. 79);
a) se for o caso de suspensão condicional do processo, o rito acabará aqui, ficando suspenso por dois a quatro anos;
b) havendo aceitação da proposta, o rito também se encerrará aqui.
8. Não havendo nem a suspensão nem a aceitação da proposta, prosseguirá a audiência com a oitiva da vítima.
9. Oitiva das testemunhas de acusação.
10. Oitiva das testemunhas de defesa.
11. Interrogatório do acusado, nos moldes da Lei 10.792/03.
12. Debates orais (20 minutos, prorrogáveis por mais dez).
13. Sentença definitiva de primeiro grau (pode ser condenatória ou absolutória).

Recursos - A lei prevê apenas dois:


1. Recurso de apelação - Em dez dias por petição escrita (art. 82, $ 10), cabível em três situações:
a) sentença definitiva do rito sumaríssimo;
b) decisão que rejeitar a denúncia ou queixa;
c) sentença que homologar a transação penal, por vicio de consentimento.
2. Embargos de declaração - No prazo de cinco dias, por escrito ou oralmente, cabível quando a sentença contiver dúvida, obscuridade,
contradição ou omissão.

Procedimento comum ou ordinário


É previsto para os crimes apenados com reclusão e desenvolve-se nesta sequência:
1. Oferecimento da denúncia ou queixa-crime, com rol de no máximo oito testemunhas.
2. Recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo juiz, iniciando-se a ação penal.
3. Citação.
4. Interrogatório do réu.
5. Defesa prévia, com rol de no máximo oito testemunhas - três dias.
6. Audiência de inquirição das testemunhas da acusação - prazo de 40 dias para réu solto e 20 dias para réu preso.
7. Audiência de inquirição das testemunhas da defesa.
8. Diligencias complementares. prazo de 24 horas (art. 499).
9. Alegações finais . prazo de três dias (art. 500).
10. Sentença proferida no prazo de dez dias, prorrogáveis por mais dez.
O prazo para o término da instrução criminal (rito ordinário) de réu preso é de 81 dias.

Procedimento sumário
Previsto para os crimes apenados com detenção, salvo se seguir o rito sumaríssimo ou especial.
Obedece a esta sequência:
1. Oferecimento da denúncia pelo promotor ou queixa-crime pelo ofendido, com rol de no máximo cinco testemunhas.
2. Recebimento pelo juiz.
3. Citação.
4. Interrogatório do réu.
5. Defesa prévia, com rol de no máximo cinco testemunhas - três dias.
6. Audiência das testemunhas de acusação.
7. Despacho saneador.
8. O juiz designará a data da audiência de instrução e julgamento, para um dos oito dias seguintes, e determinará a notificação das testemunhas de
defesa que serão ouvidas na audiência designada.
9. Audiência de instrução, debates e julgamento:
a) oitiva das testemunhas de defesa;
b) debates orais (20 minutos, prorrogáveis por mais dez) correspondem as alegações finais do do ordinário (podem ser substituídos por
memoriais);
c) sentença na hora ou em cinco dias.

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
Aplicam-se a:
a) crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados, e também os crimes conexos (rito especial do Tribunal do Júri);
b) crimes de funcionário público no exercício de suas funções ou em razão delas;
c) crimes falimentares;
d) crimes contra a propriedade imaterial (ex.: direito autoral);
e) crimes de entorpecentes (arts. 12, 13 e 14, Lei 6.368/76);
f) crimes de imprensa (Lei 5.250/67).
g) crimes contra a honra (quando não seguirem o rito sumaríssimo).

RITO ESPECIAL DO TRIBUNAL DO JÚRI


É o único tribunal de primeiro grau competente para julgar os crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados, e também os conexos.
Trata-se de um órgão colegiado, constituído de um juiz togado (presidente) e de sete juízes leigos (jurados), escolhidos por sorteio.
O procedimento do júri é especial e divide-se em duas fases:
1° fase - Sumário de culpa - Vai da denúncia até uma decisão interlocutória (sentença de pronúncia, impronúncia, desclassificação e absolvição
sumaria), com o trânsito em julgado. Essa fase tramita na vara do Tribunal do Júri. E semelhante ao rito ordinário, com exceção do prazo para
alegações finais, que nesse procedimento é de cinco dias, e não há prazo de 24 horas para diligências das partes. Ao final, o juiz instrutor poderá
proferir uma das quatro decisões previstas em lei:
• Pronúncia - Não é sentença de mérito, mas ape nas uma decisão que remete o réu ao Tribunal do Júri. Ocorre quando há indícios de autoria e
prova da existência do delito (art. 408).
• Impronúncia - Ocorre quando o juiz não reconhece indícios de autoria ou prova da materialidade do crime. Essa sentença não transita em
julgado.
• Sentença de desclassificação - Ocorre quando o crime não é da competência do júri (art. 410). . Absolvição sumária - Ocorre quando o fato for
típico, mas estiver amparado pelas excludentes de antijuridicidade ou excludentes de culpabilidade, por exemplo, a inimputabilidade. Absolvido o réu
nessa fase, a lei impõe ao juiz a obrigação de recorrer de oficio ao Tribunal de Justiça.
2° fase - judicium causae - Começa com o libelo-crime acusatório e vai até a sentença final. Encerrada a decisão de pronúncia, o escrivão dará
vista dos autos ao MP para que com cinco dias apresente:
1. Libelo-crime acusatório - No libelo, o MP pode juntar documentos, requerer diligências e arrolar até cinco testemunhas. Sendo dois ou mais
réus, haverá um libelo para cada réu; no caso de mais de um crime cometido pelo mesmo réu, deverá ser elaborado um único libelo, contendo os
artigos cor respondentes a cada crime.
2. Recebimento do libelo-crime acusatório pelo juiz presidente do Tribunal do Juri.
3. Contrariedade do libelo (facultativo) - A defesa tem prazo de cinco dias para oferecer a contrariedade (rol de até cinco testemunhas, juntar
documentos e requerer diligencias).
4. Designação de data para julgamento
5. Desaforamento (pode ou não ocorrer - art. 494).
É a transferência do julgamento de uma comarca para outra, quando houver necessidade. E requeri do, pelas partes ou de oficio pelo juiz, ao
Tribunal de Justiça.
6. Convocação do júri -- É feita mediante edital, depois do sorteio dos 21 jurados que tiverem de servir na sessão. Com 15 jurados, o juiz instaura
a sessão; caso não compareçam, o juiz convoca nova sessão para o primeiro dia útil imediato.
7. Sorteio dos sete jurados para a constituição do Conselho de sentença. Após o sorteio, os jurados ficam incomunicáveis.
8. Exortação Os jurados prestam compromisso.
9. Interrogatório do réu (art. 465).
10. Relatório do juiz da ação penal expondo e falo, as provas e as conclusões das partes (sem manifestar opinião a respeito do crime).
11. Inquirição das testemunhas da acusação (art. 467).
12. Inquirição das testemunhas da defesa.
13. Debates orais - Primeiro, a acusação, que tem
prazo de duas horas, depois, a defesa, igualmente com duas horas. Se houver dois ou mais réus, o prazo de duas horas será acrescido de uma hora.
14. Réplica - A acusação pode usar essa faculdade por meia hora. Se houver mais réus, por uma hora.
15. Tréplica - Se houver a réplica, será necessária a concessão do prazo para a tréplica pelo defensor, para não configurar cerceamento de defesa.
16. Leitura e explicação dos quesitos Os jurados respondem por meio de cédulas (sim não), entregues pelo oficial de Justiça na sala secreta, e as
colocam nas urnas.
17. Sentença - Realizada a votação, o juiz quebra a incomunicabilidade dos jurados e depois profere a sentença definitiva.
Recursos
Proferida a sentença definitiva pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, o tipo de recurso dependerá da pena:
a)pena inferior a 20 anos: o recurso será a apelação,
dirigida ao Tribunal de Justiça;
b)pena igual ou superior a 20 anos, por um só crime: o recurso será o protesto por novo júri (art. 607), dirigido ao presidente do Tribunal do
Júri.
Trata-se de um recurso privativo da defesa.
Na apelação de sentença do Tribunal do Júri, jamais se postula a absolvição do apelante, mas que seja submetido a novo julgamento, pois as
decisões dos jurados são soberanas e nenhum órgão jurisdicional pode alterar, no mérito, as decisões por eles proferi das (art. 59, XXXVIII, "C", CF).

CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS


Arts. 513 a 518 do CPP
1. Oferecimento da denúncia ou queixa-crime
2. Defesa preliminar - Notificação: 15 dias.
3. Recebimento pelo juiz.
4. Citação.
5. Interrogatório
6. Defesa prévia: 8 testemunhas, 3 dias.
7. Inquirição das testemunhas da acusação.
8. Inquirição das testemunhas da defesa
9. 24 horas para diligências (art. 499).
10. Alegações finais: 3 dias (art. 500).
11. Sentença definitiva: 10 + 10 dias.

CRIMES DE IMPRENSA
Art. 10 da Lei 5.250/67
1. Oferecimento da denúncia ou queixa-crime.
2. Citação.
3. Defesa prévia: 5 dias (é uma defesa preliminar),
3.1. Momento para arguir exceção da verdade.
4. Vista ao MP
5. Recebimento da denúncia ou queixa-crime.
6. Interrogatório do réu.
7, Audiência de instrução
7.1. Inquirição das testemunhas da acusação e da defesa.
7.2. Alegações finais,
7.3. Sentença definitiva,

CRIMES CONTRA A HONRA


Arts. 519 a 523 do CPP
1. Oferecimento da queixa-crime,
2. Audiência de reconciliação,
2.1. Se aceita, assina-se o termo de desistência, ou arquivamento
2.2. Não havendo reconciliação, abre-se vista 20 MP
3. Recebimento pelo juiz.
4.Citação,
5. Interrogatório,
6. Defesa prévia.
6.1. Exceção da verdade: intimação para contestar 2 dias (art. 593).
7. Inquirição das testemunhas da acusação.
8. Inquirição das testemunhas da defesa.
9. 24 horas para diligencias (art. 409).
10 Alegações finais: 3 dias (art. 500).
11. Sentença definitiva

CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL


Arts. 524 a 530 do CPP
1. Deixou vestígios: busca e apreensão; perícia.
2. Oferecimento da denúncia ou queixa-crime.
3. Recebimento pelo juiz.
4. Citação.
5. Interrogatório.
6. Defesa prévia: 8 testemunhas, 3 dias.
7. Inquirição das testemunhas da acusação.
8. Inquirição das testemunhas da defesa.
9. 24 horas para diligências (art. 499).
10. Alegações finais: 3 dias (art. 500).
11. Sentença definitiva: 10 + 10 dias.
* Se o crime não deixar vestígios, seguirá o rito ordinário.

PROCESSOS DE CRIMES DE ENTORPECENTES


Leis 6.368/76 e 10.409/02
A nova Lei 10.409/02, em razão de inúmeros vetos presidenciais, não vem sendo aplicada conforme posicionamento dos tribunais. É um nada
jurídico. Permanecem em vigor, portanto, as disposições da Lei 6.368/76.
Os crimes de entorpecentes são da competência da Justiça Estadual. A Justiça Federal somente será competente para julgar os casos de tráfico
internacional.
Laudos
1. NO IP deverá ser feito o laudo de constatação por apenas um perito. É obrigatório para lavratura do auto de prisão em flagrante e para
oferecimento da denúncia,
2. O laudo definitivo, chamado laudo toxicológico, deve ser juntado aos autos até a audiência de instrução, debates e julgamento (art. 25, Lei
6.368/76). Este é o laudo definitivo feito por dois peritos oficiais. São realizados exames técnicos e químicos na substância.
3. Pode ser elaborado, também, o laudo de dependência, para ter conhecimento se a pessoa é viciada ou não (art. 19, Lei 6.368/76).
Procedimento - âmbito de incidência do procedimento especial relacionado com as drogas só será o dos arts. 12, 13 e 14 da Lei 6.368/76, pois,
após o advento da Lei 10.259/01, os crimes dos arts. 15, 16 e 17 da referida lei, cuja pena máxima não excede a dois anos, seguirão o rito
sumaríssimo.
O IP será elaborado somente para os crimes dos arts. 12, 13 e 14; para os demais, será termo circunstanciado. A sequência desse procedimento é:
a)Na polícia:
1. Indiciado preso - Comunicação imediata, com remessa de cópia do auto de prisão em flagrante, dentro do prazo máximo de 24 horas, ao
juiz competente (art. 5o, LXII, CF) e conclusão do inquérito em cinco dias (art. 21, Lei 6.368/76).
2. Indiciado solto – O inquérito deverá ser concluído e remetido a juízo em 30 dias, podendo ser concedida dilação de prazo (art. 10, $39).
b) Em juízo:
1. Oferecimento da denúncia - Prazo de 6 dias para indiciado preso, pelos arts. 12, 13 e 14 da Lei 6,368/76 (arrolando até 5 testemunhas).
Deverá acompanhar a peça inaugural o laudo de constatação, apontando a probabilidade de que a substância seja capaz de produzir a dependência
física ou psíquica.
2. Recebimento pelo juiz, que em 24 horas ordenará a citação do réu.
3. Citação do réu - Caso o réu não seja encontra do, a citação far-se-á por edital, no prazo de 5 dias (art. 22, $ 4°, Lei 6.368/76). Os prazos
são mais exíguos.
4. Interrogatório, que se realizará dentre os 5 dias seguintes. Nesse momento deverá ser inda gado o agente, traficante ou usuário, acerca de
eventual dependência (art. 22, $ 59, Lei 6.368/76 - Exame pericial de dependência).
5. Defesa prévia
Observação: havendo mais de um réu, o prazo será comum e correrá em cartório.
6. O juiz proferirá o despacho saneador em 48 horas.
7. O juiz marcará a audiência de instrução, debates e julgamento, para um dos oito dias seguintes.
Observação: na hipótese de ter sido determinado exame de dependência, o prazo para a realização da audiência será de 30 dias (art. 23, Lei
6,368/76). Deve ser juntado o laudo definitivo (exame toxicológico).
7.1. Inquirição das testemunhas da acusação.
7.2. Inquirição das testemunhas da defesa.
7.3. Debates orais, no prazo de 20 minutos, prorrogáveis por mais dez.
7.4. Sentença proferida na própria audiência ou no prazo de cinco dias, se o juiz não se achar habilitado.

CITAÇÃO
E o chamamento do réu ao processo para que ele possa se defender.
Há duas espécies de citação:
1. real ou pessoal: feita pessoalmente por meio de oficial de Justiça;
2. ficta ou presumida: feita por edital.
Intimação - Dá conhecimento às partes de algum ato processual que já ocorreu no processo.
Notificação - É o chamamento para realizar algum ato processual.
Precatória - Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória (art. 353). A carta precatória
não suspende ou interrompe o prazo prescricional.
Militar - A citação do militar será feita por inter médio do chefe do respectivo serviço.
Funcionário público - O funcionário público será citado indicando-se o dia designado para comparecer em juízo. O chefe de sua repartição será
notificado de seu comparecimento no dia e hora designados,
Réu preso - Deverá ser citado pessoalmente, não importando sua condição. Assim, o oficial de Justiça dirigir-se-á ao estabelecimento carcerário
em que se encontra para citá-lo pessoalmente, devendo atender às seguintes exigências, sob pena de nulidade: leitura do mandado ao citando pelo
oficial; entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; e declaração do oficial de Justiça, na certidão de entrega da contrafé, e sua
aceitação ou recusa.
Citação por edital - Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 dias (art. 361).
A citação ainda será feita por edital quando:
a) inacessível o lugar em que estiver o réu, em virtude de epidemia, de guerra ou por outro motivo de força maior - prazo de 15 a 90 dias;
b) incerta a pessoa que tiver de ser citada - prazo de 30 dias;
c) o réu se oculta para não ser citado - prazo de 5 dias.
Se o acusado citado por edital não comparecer nem constituir advogado, ficarão suspensos o pro cesso e o curso do prazo prescricional, podendo
o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva.
Revelia - O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem
motivo justificado ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
Rogatória - Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de
prescrição até seu cumprimento. -

ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
O ofendido pode não só propor a ação penal privada ou subsidiária da pública, como também auxiliar o MP na acusação na ação penal pública,
dando se-lhe o nome de assistente. Não há que se falar em assistente na ação penal privada.
A função do assistente é auxiliar, ajudar, assistir o MP a acusar e, secundariamente, garantir seus interesses, refluxos quanto à indenização civil
dos danos causados pelo crime. Não se pode falar em assistência antes de iniciar a ação penal.

Titulares da assistência
Como titular do direito de assistência está, em primeiro lugar, o ofendido. Podem também atuar como assistente: o menor entre 18 e 21 anos,
independente mente da assistência paterna, o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do ofendido.
O exercício da assistência só pode ser representa do em juízo por um advogado, pois este possui capa cidade postulatória.
O assistente pode ser admitido enquanto não passar em julgado a sentença condenatória, recebendo a causa no estado em que se achar.

SENTENÇA
Conforme o prof. Fernando Capez, “ a sentença é uma manifestação intelectual lógica e formal emiti da pelo Estado, por meio de seus órgãos
jurisdicionais, com a finalidade de encerrar um conflito de interesses, qualificado por uma pretensão resistida, mediante a aplicação do ordenamento
legal ao caso concreto. Na sentença consuma-se a função jurisdicional, aplicando-se a lei ao caso concreto contro vertido, com a finalidade de
extinguir juridicamente a controvérsia",

Classificação das decisões


As sentenças em sentido amplo (decisões) dividem-se em:
1. interlocutórias simples: solucionam apenas questões relativas à marcha processual, sem entrar no mérito da causa;
2. interlocutórias mistas: também chamadas de decisões com força de definitiva, encerram uma etapa do procedimento ou a própria relação do
processo Sem o julgamento do mérito da causa. Podem ser: mistas não terminativas - apenas encerram uma etapa procedimental (ex.: decisão de
pronúncia no Tribunal do Júri) - ou mistas terminativas - culminam na extinção do processo sem julgamento do mérito (ex., decisão que rejeita a
denúncia);
As sentenças em sentido estrito dividem-se em:
1.condenatórias: quando julgam procedente, total ou parcialmente, a pretensão punitiva;
2. absolutórias: quando não acolhem o pedido de condenação. Subdividem-se em: próprias - quando não acolhem a pretensão punitiva, não
impondo qualquer sanção ao acusado - e impróprias -quando não acolhem a pretensão punitiva, mas impõem ao réu medida de segurança;
3. terminativas de mérito: quando julgam o mérito, mas não condenam nem absolvem o réu (ex.: sentença que declara a extinção da
punibilidade).
A sentença é composta por três partes (art. 381):
1. relatório (exposição, histórico);
2. fundamentação (motivação);
3. conclusão (dispositivo).

Princípio da correlação na sentença penal


É o princípio garantidor do direito de defesa do acusado, e sua inobservância acarreta a nulidade da sentença.
Significa que deve haver uma correlação entre a sentença e o fato descrito na denúncia ou queixa. O juiz não pode julgar o réu por fato de que
não foi acusado (sentença ultra petita ou extra petita). Também é pula a sentença quando o juiz não se mani festa sobre um dos ilícitos descritos na
peça exordial (sentença citra petita).

Mutatio libelli
O juiz reconhece a possibilidade de nova definição jurídica do fato, em razão de prova existente nos autos de circunstância elementar não contida,
explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa. Nesse caso, o juiz não pode decidir, porque o fato não está descrito na peça exordial.
Conseqüências - Três situações podem ocorrer:
1. A circunstância elementar deixa a pena igual.
2. A circunstância elementar diminui a pena.
Nessas duas hipóteses, aplica-se o art. 384, caput, do CPP (mutatio libelli sem aditamento), em que o juiz baixa o processo para que a defesa se
manifeste e produza provas em oito dias,
3. A circunstância elementar aumenta a pena – Nessa hipótese, aplica-se o art. 384, parágrafo único, do CPP (mutatio libelli com aditamento), em
que o juiz baixa o processo para a acusação aditar (ou seja, completar, acrescentar circunstancias que agravam a to acusação) a peça inicial, abrindo-se
prazo para a defesa se manifestar e produzir provas em três dias: Cabe o aditamento até a sentença. Assistente de acusação e não pode aditar. Se o MP
não quiser aditar a denúncia, irá ao procurador-geral; que aditará ou nomeará outro promotor para fazê-la.

Emendatio libelli
Trata-se de errônea tipificação legal do crime - correção pelo juiz de erro na denúncia. Ocorre quando a denúncia descreve o fato concreto de
determinado crime, dando lhe classificação legal diversa. A defesa se defende do fato descrito na denúncia e não do artigo imputado.
O juiz pode corrigir o erro condenando o réu pelo artigo correto, sem a necessidade de requerer aditamento to da denúncia pelo MP ou mesmo
abrir prazo para a defesa, pois não se trata de nova imputação mais grave; e sim de um erro do promotor na denúncia, que descreveu corretamente a
conduta criminosa, mas errou o tipo penal (por exemplo, o número do artigo).

HABEAS CORPUS
É um remédio constitucional destinado a tutelar, de maneira eficaz e imediata, a liberdade de locomoção (direito de ir; vir e permanecer) Embora
incluído no CPP (arts. 647 a 667) como recurso, a doutrina é unânime em considerá-lo como verdadeira ação, que tem por finalidade amparar o
direito de liberdade (art. 50, LXVII, CF)
Características - Pode ser impetrado por qualquer pessoa, inclusive pelo paciente e pelo MP em favor do réu. Não há necessidade de procuração.
O habeas corpus pode ser:
a)preventivo: quando impetrado contra uma ameaça à liberdade de locomoção, como forma de precaução, objetivando sempre a obtenção do
salvo-conduto;
b) liberatório: quando o paciente já estiver sofrendo a coação ilegal em sua liberdade de locomoção ou se encontra na iminência de vir a sofrer
um constrangi mento ilegal.
Existe liminar em pedido de habeas corpus. Tem como objetivo atender a casos em que a cessação da coação ilegal exige pronta intervenção do
Judiciário.
Recursos - Se o habeas corpus for negado em primeira instância, caberá recurso em sentido estrito. Se for negado em segunda instância, o
recurso cabível é o ordinário-constitucional.
No habeas corpus são usadas as seguintes expressões:
a)paciente: é a pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer uma coação ilegal;
b) impetrante: é a pessoa que pede a ordem de habeas corpus
c) impetrada: é a autoridade a quem é dirigido o pedido,
d) coator: é a pessoa que exerce ou ameaça exercer a coação ilegal.
Também cabe habeas corpus contra ato praticado por particular, mas não é cabível em punição disciplinar.

MANDADO DE SEGURANÇA
Dispõe o art. 5° LXIX, da CF: conceder-se-á mana dado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou
habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições
do poder público”. O prazo é de 120 dias a contar do ato coator (Lei 1533/51).
Apesar da natureza civil desse instituto e da divergência das correntes doutrinárias, não resta dúvida de que é permitido, dentro da área processual
penal; em algumas hipóteses:
a) quando negado requerimento para a instauração de IP,
b) quando negado o direito ao advogado de comunicar se com o preso, nos casos em que foi determinada sua incomunicabilidade;
c) quando negado ao advogado acesso aos autos de IP sigiloso;
d) para nova realização de diligências acoimadas de ilegitimidade;
e) quando do indeferimento de exame pericial ou sua renovação requerida pelo interessado;
f) para obter efeito suspensivo em recursos;
g) contra decisão preclusa e a coisa julgada
h) em situação de extrema excepcionalidade, em substituição de recurso que deveria ter sido regularmente interposto por mandado de segurança.

RECURSO
É o poder que se reconhece à parte vencida, em qual quer incidente ou no mérito da demanda, de provocar o reexame de questões já decididas,
pela mesma autoridade judiciária ou por outra de hierarquia.
Efeito devolutivo - É a transferência a outro órgão jurisdicional da relação litigiosa e da decisão proferida, para serem examinadas e revistas,
dentro do limite do que foi impugnado pelas partes.
Efeito suspensivo - É a suspensão da executoriedade da decisão impugnada, em virtude de interposição de um recurso.
Preparo - É o custeio das despesas judiciais no procedimento recursal: O preparo não é exigível no processo penal.
Deserção - Em matéria penal, trata-se da fuga do condenado (o recurso interposto pelo condenado obrigado a se recolher será declarado deserto
com a fuga). Em matéria civil, trata-se da falta do preparo (pagamento das custas) nos recursos (não existindo mais no processo penal):

Espécies de recursos.
1. Voluntários: cabem, exclusivamente, a parte que sucumbiu: E apenas um ônus, ou seja, a parte recorre se quiser.
2. Necessários (ex officio): aqueles em que o juiz é obrigado a recorrer da própria decisão.

RECURSOS: CABIMENTO E PRAZOS


Agravo de Instrumento (art. 28, Lei 8.038/90)
É o recurso cabível quando for denegado o recurso extraordinário ou recurso especial. Deve ser endereçado ao STF ou ao STJ. A petição de
agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem.
Prazo - 5 dias.

Agravo em execução (art. 197; LEP) :


É o recurso cabível das decisões proferidas pelo juiz da vara de execuções criminais.
Prazos - 5 dias: interposição, 2 dias razões e contra-razões.

Agravo regimental (art. 204, RI do Tacrim)


É o recurso cabível do despacho do relator que deixar de receber embargos infringentes, de nulidade, declaratórios e de revisão criminal.
Prazo - 5 dias

Apelação comum ou do júri (art. 593)


E o recurso cabível das sentenças definitivas condenatórias, absolutórias ou desclassificatórias de primeiro grau.
Prazos - Cinco dias, a contar da intimação: interposição; oito dias: razões e contra-razões.

Apelação da lei (art. 82, Lei 9.099/95)


E o recurso cabível 1. das sentenças definitivas condenatórias; 2. da transação penal; 3. da decisão que não receber a denúncia ou queixa-crime.
Prazo - 10 dias, a contar da intimação: interposição e razões.

Carta testemunhável
É cabível da decisão que denegar recurso ou daquela que, embora admitido o recurso, não dá seguimento à instância superior
Prazo - 48 horas.

Correição parcial (art. 118, RI do Tacrim):


É cabível contra decisões de juízes de primeiro grau que importem em erro, abuso de poder ou inversão tumultuária do processo
Prazo - 5 dias,

Embargos declaratórios (art. 619)


o recurso cabível quando o acórdão for ambíguo, contraditório, omisso ou obscuro.
Prazo - 2 dias. Apenas uma peça.

Embargos infringentes e de nulidade (art. 609, parágrafo único)


E o recurso cabível quando não for unânime a decisão da segunda instância desfavorável ao réu e a divergência:versar sobre o mérito
(infringentes) ou sobre matéria processual (nulidade). Privativos da defesa, os embargos infringentes ou de nulidade serão restritos à matéria
divergente do voto vencido.
Prazo – 10 dias composto de duas peças.

Habeas corpus (arts. 647 a 667).


É cabível quando alguém estiver sofrendo, ou se achar na iminência de sofrer constrangimento ilegal em sua liberdade de locomoção. Não é
cabível em punição disciplinar: Pode ser impetrado por qualquer pessoa; inclusive pelo MP em favor do réu, mesmo sem procuração.
Prazo - Não tem prazo.
Habeas data (art.5°, XXI, CF)
Liberdade de dados "tenha os dados". É um remédio constitucional que visa a assegurar o conhecimento de informações pessoais, constantes de
registros de entidades públicas, ou retificá-las (ex: hospital que se nega a: : fornecer dados do prontuário do paciente).
Prazo - Não tem prazo.

Mandado de Injunção (art. 5°; LXXI, CF):


É um remédio constitucional cabível quando a falta de norma reguladora torna inviável o exercício de direitos e prerrogativas constitucionais
inerentes à nacionalidade e à cidadania (ex juros de 12% a microempresários; direito a educação para todos, que é norma constitucional).
Prazo - Não tem prazo.

Protesto por novo júri (art. 607)


É o recurso privativo da defesa, cabível das decisões condenatórias do Tribunal do Júri, a uma pena igual ou: superior a 20 anos, por um só crime.
Prazo - 5 dias. Apenas uma peça.

Recurso em sentido estrito (art. 581)


É o recurso cabível de um despacho, decisão ou sentença interlocutória É taxativo, pois só é cabível nos casos previstos no art. 581 do CPP.
Prazos - 5 dias: interposição, dois dias: razões e contra-razões.

Recurso especial (art. 105, 11"a" até "c". CF)


É o recurso cabível das decisões que forem contrárias à lei ou tratado federal.
Prazo - 15 dias.

Recurso extraordinário (art. 102; II, "a" até "c", CF)


É o recurso cabível das decisões que contrariarem dispositivo constitucional.
Prazo - 15 dias.

Recurso ordinário constitucional (art. 105; 1, "a", CF) ::


É recurso cabível das decisões denegatórias de habeas corpus proferidas em segunda instância.
Prazo - 5 dias, Composto de duas peças.

Recurso ordinário constitucional (art. 102; 11, “a”, CF)


É o recurso cabível das decisões: denegatórias de habeas corpus proferidas pelo STJ. Nesse caso, será: endereçado ao STF.
Prazo - Cinco dias. Composto de duas peças.

Revisão criminal (art. 621)


Não é recurso: Trata-se de ação de natureza constitutiva complementar, privativa da defesa, cabível nos casos de sentença condenatória transitada
em julgado prevista no. art. 621 do CPP (ex: quando surgirem novas provas; quando a sentença fundar-se em depoimento falso, etc.).
Prazo - Não tem prazo. Apenas uma peça.

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