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Temas Contemporâneos em Antropologia Social I

Trabalho de Conclusão de Curso Prof. Dra. Marina D. Cardoso

Leon Terci Goulart RA: 381659

O presente trabalho busca fazer uma discussão a respeito das


perspectivas apresentadas em algumas das obras de Michel Foucault acerca
da produção do sujeito e das formas de saber, como os dois conceitos
aparecem interligados na obra do filósofo e apresentam inúmeras implicações.
Também se mostram relevantes discussões que o próprio faz com outros
autores da filosofia diante do tema e da configuração de tais conceitos.

Na primeira conferência de “A Verdade e as Formas Jurídicas”, o autor


busca demonstrar a produção de saberes e conseqüentemente de novas
formas de sujeitos e sujeitos de conhecimento através das práticas sociais.
Afasta-se do marxismo acadêmico, o qual supõe a existência a priori de um
sujeito humano e das formas de conhecimento, e também da filosofia ocidental
predominante, na qual podemos ver em Kant um tipo sujeito que possibilita a
existência do conhecimento e a aparição da verdade.

Foucault busca em Nietzsche elementos para construir seu estudo,


porque segundo o primeiro há neste autor um tipo de discurso no qual se faz a
análise histórica da construção do sujeito e surgimento de um tipo de saber. A
idéia que o filósofo francês leva adiante é a da invenção do conhecimento, de
que este não possui origem e não é dado ou presente em absoluto na natureza
humana, o conhecimento não é um instinto humano em si, mas o produto de
uma relação de força e dominação destes instintos. Como Nietzsche afirma, o
conhecimento é “uma centelha entre duas espadas”, mas não é feito de
nenhuma delas. “É a luta, o combate, o resultado do combate e
conseqüentemente o risco e o acaso que vão dar lugar ao conhecimento”
(FOUCALT, Michel. P. 17, 2005).
O conhecimento para o autor não é algo dado previamente, este se
localiza entre uma natureza humana e um mundo, porém não existe nenhuma
afinidade, semelhança ou elos de natureza entre o saber e as coisas a se
conhecer. Diferente de Kant, em que as condições de experiência do sujeito e
do objeto eram iguais, para Foucault “não é natural à natureza ser conhecida”,
não há uma relação de continuidade natural entre o conhecimento e o mundo,
mas de dominação e força, não há nenhum tipo de saber que não seja
sustentado por relações de poder. O autor busca em Nietzsche duas rupturas
com a Filosofia ocidental, a primeira se da entre o saber e as coisas (elo que
era garantido pela existência de Deus) e a segunda é o desaparecimento do
sujeito como uma unidade soberana.
Foucault defende a idéia de que não devemos nos aproximar dos
filósofos, mas sim compreender as relações de luta e poder presente nos
políticos, para que seja possível realmente conhecer o saber. O conhecimento
é perspectivo no sentido em que é um tipo de relação estratégica na qual o
homem está inscrito, e é, portanto, generalizante e singular ao mesmo tempo.
Em sua obra “A Hermenêutica do Sujeito”, Foucault faz uma discussão
com outros autores da filosofia a respeito da discussão acerca da constituição
do sujeito e das formas de saber.
Em Platão, a tríade sujeito, conhecimento e alma aparece como
fundamental para compreender seu pensamento, nesse sentido. A produção ou
transformação do sujeito se da por uma ação do próprio indivíduo, na relação
deste consigo mesmo e de forma consciente. A Alma deve passar por um
processo de “limpeza” com o intuito de redescobrir sua natureza pura e divina,
A verdade é aqui interna e opera como uma memória, o sujeito deve voltar-se
para si e deixar a alma conhecer sua própria natureza, a verdade está contida
nela e representa a memória de uma essência divina. O sujeito deve buscar o
conhecimento do qual se “esqueceu” ao viver neste mundo físico, a memória
aparece com um caráter de reminiscência enquanto a verdade é essencial.
O filósofo também francês René Descartes propõe no século XVII a
introdução do método, e a ideia do conhecimento como fruto da relação do
sujeito sobre si mesmo. Segundo Foucault, o sujeito para este autor está de
certa forma pronto, este pode chegar à verdade através da busca desta em si
mesmo, a verdade a conhecer sobre ele próprio. É a constituição do que se
conhece como “sujeito do conhecimento”.
Michel Foucault também faz uma discussão a respeito dos históricos, em
que se configura um sujeito da razão, a memória aparece aqui como
meditação, enquanto a verdade é externa. O conhecimento do sujeito se funda
na razão, que representa um atributo divino, a verdade está naquilo que se
pensa, o estar consigo mesmo é uma noção fundamental. A pessoa deve estar
centrada sobre ela mesma a ponto de não se desestabilizar com
acontecimentos inesperados, o sujeito é constituído por discursos e técnicas,
interiorizados através do atributo do próprio Deus.
O autor enfatiza alguns aspectos da obra de Nietzsche por defender que
através desta, é possível situar a formação de domínios de saber a partir de
relações políticas e de força na sociedade. São estas relações que, segundo
Foucault, dão a base para a formação de sujeitos de conhecimento e ordens de
verdade.
Desse modo, para o filósofo francês, o saber científico cria suas próprias
verdades e estas, portanto, não são dadas, mas sim construídas. O
desenvolvimento das estruturas do Estado impõe ao saber uma nova forma de
conhecimento que se baseia em um sujeito soberano e universalizante, bem
como um objeto que deve ser reconhecido como dado. É a passagem de um
tipo de verdade baseada na prova para outra fundada na constatação, que
utiliza a tecnologia (como o desenvolvimento da medicina psiquiátrica, por
exemplo) como instrumento para ultrapassar o obstáculo que separa o sujeito
de uma verdade. Essas transformações nos procedimentos de saber
acompanham as mudanças essenciais da sociedade ocidental capitalista, com
isso a relação de conhecimento sujeito-objeto surgiu como base do saber
ocidental e, portanto, qualquer forma que resista ou escape a relação poder-
saber de nossa sociedade é descriminada, como ocorre com a condenação do
crime e principalmente a marginalização o fenômeno da loucura.
Em Foucault, estas são todas questões de poder, de dominação do
poder do louco, exercer sobre ele uma força terapêutica e de adestramento,
além de neutralizar influencias de fora que caem sobre o mesmo. Existe
sempre um direito absoluto da não loucura sobre a loucura, da relação poder-
saber dominante sob as que dela se distanciam, “O grande médico do asilo é
ao mesmo tempo aquele que pode dizer a verdade da doença pelo saber que
dela tem, e aquele que pode produzir a doença em sua verdade e submetê-la,
na realidade, pelo poder que sua vontade exerce sobre o próprio doente”
(FOUCAULT, Michel. p. 122, 2010). A loucura para Foucault diz respeito ao
que constitui a razão, o estabelecimento da própria ideia desse conceito exige
a construção de uma verdade sobre a razão, sobre a não loucura, ou seja, uma
o surgimento de uma relação de caráter normativo. A produção da verdade
como se pode ver está sempre envolta por relações de poder.

Segundo o autor, os efeitos do poder constituem também os sujeitos,


corpos periféricos e múltiplos. Porém, o poder em sua obra não se apresenta
somente com um caráter coercitivo, que age de fora para dentro, mas opera
também na relação do sujeito consigo mesmo. Ele próprio se policia, a coerção
também está presente na relação do sujeito com ele mesmo. A produção dos
sujeitos em Foucault é, portanto, inconsciente e se da pela atuação de forças
interiorizadas e estas são subjetivadas a ponto de se tornarem naturais.
Referências Bibliográficas

FOUCAULT, Michel. A Verdade e as Formas Jurídicas. Editora Nau.


2005.

FOUCAULT, Michel. A Hermenêutica do Sujeito. Martins Fontes. 2006.

FOUCAULT, Michel. “A Casa dos Loucos” In: Microfísica do Poder. São


Paulo: Graal, 2010.

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